Vavá Botelho - Memorial Brasil de Artes Cênicas

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Vavá Botelho
Walson Botelho, mais conhecido como Vavá Botelho, é fundador, diretor geral e coreógrafo do
Balé Folclórico da Bahia. Nascido em 4 de julho 1961 na cidade do Salvador, se envolveu
ainda na infância com as artes, quando ainda no Colégio Aplicação começou a frequentar o
teatro, dando então seus primeiros passos enquanto ator.
No começo da adolescência, ao lado de Manoel Lopes Pontes e Lúcia di Sanctis, monta o
espetáculo Pluft, O Fantasminha. Tempos depois, aos 14 anos, participa de um grupo de
animação infantil fazendo festas em diversos bairros de Salvador. É nesse período que se
interessa pela dança, fazendo aulas na Ebateca, além de frequentar assiduamente a Escola da
Dança da UFBA. Fui aluno de Lúcia di Sanctis no Colégio de Aplicação e daí surgiu a
oportunidade de participar de peças dirigidas por ela e por Manoel Lopes Pontes no TCA. A
peça Pluft não teve nenhuma participação deles, foi montada por mim e por colegas do
Aplicação.
Em 1978, com 17 anos, Vavá faz um teste para a montagem do espetáculo Boca do Inferno,
sob a direção de Deolindo Checcucci. Este espetáculo lhe proporciona dividir o palco com
alguns dos mais importantes atores baianos: Armando Bião, Gessy Gesse, Mário Gadelha e
Wilson Melo. Finda esta montagem, Vavá ingressa no grupo Viva Bahia, dirigido por Emilia
Biancardi, conhecendo então a dança folclórica. Junto a esta companhia viaja para o Caribe.
Agregado a isso, Vavá era estudante de Antropologia na Universidade Federal da Bahia, e
neste período resolve parar suas atividades artísticas durante um ano para concluir o curso,
trabalhando apenas como Diretor na Produção da Fundação Cultural do Estado da Bahia,
função que desempenhou de 1980 até o ano de 2007. Outra função importante, nesse período,
que ele desempenhou foi a Direção de Produção e Administrativo do Balé Teatro Castro Alves,
que compreende o período de 1983 a 1988.
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Vavá Botelho
Ao mesmo tempo em que finda sua graduação, acontece o término do grupo Viva Bahia.
Tentando, sem sucesso, participar de outros pequenos grupos folclóricos em Salvador, ele
decide parar de dançar. Neste período é então convidado por uma empresa a montar um
espetáculo para uma convenção que aconteceria em Salvador. No dia, após o sucesso da
apresentação, ele consegue três contratos diferentes, e daí em diante não parou mais. No ano
seguinte, julho de 1988, o Balé Folclórico, já com o nome escolhido por Vavá e alguns
dançarinos, faz sua estreia oficial em um festival na cidade de Joinville (SC), sendo
posteriormente convidado pelo Secretário de Cultura do mesmo estado para uma turnê. Após o
festival, que agradou a crítica do estado de Santa Catarina, o Balé se lança na Bahia, e
posteriormente para o mundo, no dia 7 de agosto do mesmo ano, aniversário da Companhia.
A importância com os detalhes e a boa preparação dos dançarinos sempre foram
preocupações de Vavá Botelho. A preocupação com a qualidade do trabalho do grupo, o leva a
convidar o renomado dançarino baiano Zebrinha a fazer parte do Balé Folclórico, quando este
último se projetava para o mundo. A entrada de Zebrinha acontece em 1992 quando este
retorna a Salvador após findar sua carreira como dançarino, adicionando mais pluralidade e
exclusividade ao grupo, que até então só contava com a direção de Botelho. A parte técnica
dos trabalhos sempre o encantou, e o cuidado é total com o funcionamento do Balé.
Ainda na década de 90, devido a problemas financeiros e pela falta de espaço para ensaiar,
Vavá quase encerra o Balé Folclórico da Bahia por não ter apoio e patrocínio. Ligado a isso, os
convites para festivais no mundo todo eram mais frequentes, como o que aconteceu em1994
para Bienal de Dança de Lyon, na França, considerado o mais importante evento da área de
dança no mundo (é válido ressaltar que Botelho foi Co-Diretor Artístico do mesmo evento, nos
anos de 1996 e 2000). Em uma conversa com o então Secretário da Fazenda, Rodolfo
Tourinho, e o Secretário da Cultura, Paulo Gaudenzi, Vavá não poderia fechar o Balé, pois este
foi considerado Patrimônio Cultural do Estado da Bahia e do Brasil. Dessa forma, o Teatro
Miguel Santana (sediado no Pelourinho) foi reformado e reaberto para o Balé se apresentar
como contratado do governo. No ano de 2004, quando o grupo faz 15 anos no Miguel Santana,
Gaudenzi informa a Vavá Botelho que o Governo estava passando o Teatro para o grupo,
devido à divulgação que eles fizeram do estado e da cultura, se tornando a sede oficial do
grupo. Junto a isso o Balé torna-se Fundação Balé Folclórico da Bahia, tendo à frente Vavá
como Diretor Executivo.
Hoje, o Balé também mantêm no Teatro Miguel Santana o Balé Junior, formado por cerca de
300 crianças que fazem aulas com os bailarinos antigos do próprio Balé, além de professores
que trabalham gratuitamente. Para os interessados, as aulas são ministradas às segundas,
quartas e sextas, sem nenhum custo. Vavá ressalta sempre que a dignidade, o respeito e
autoconhecimento faz com que os integrantes sejam reconhecidos pela competência. Mais de
600 dançarinos fizeram parte do corpo do Balé, e muitos estão nos Estados Unidos e na
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Vavá Botelho
Europa. Com todas as dificuldades enfrentadas, e que ainda passam devido à falta de
patrocínios, Vavá está otimista para as possíveis conquistas que ele ainda pode alcançar para
o grupo.
Paralelamente com o trabalho realizado no Balé, Botelho também exerce outras funções na
sua carreira profissional. Recentemente, Vavá também trabalhou em Direções Artísticas, entre
elas no Sarau do Brown (no período de 2008 a 2010), Show de Daniela Mercury para o
réveillon de Copacabana (Rio de Janeiro, 2010/2011), e Boi Garantido (Festival de Folclore de
Parintins -Amazonas) no ano de 2011.
Para saber mais sobre Vavá Botelho e o Balé Folclórico da Bahia, visite o site do grupo .
Abaixo vídeo do programa Salto Alto, com a participação de Vavá Botelho.
Vídeo sobre o Balé Folclórico da Bahia.
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