`Quando meu filho gritou papai, e não mamãe, fiquei devastada`

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‘Quando meu filho gritou papai, e
não mamãe, fiquei devastada’
Em entrevista, Ragnheiður Elín Árnadóttir, ministra da Indústria e do Comércio da Islândia,
país campeão do mundo em igualdade para a mulher, conta que o marido é quem faz a
faxina e cuida dos filhos
POR DEBORAH BERLINCK / CORRESPONDENTE NA EUROPA
24/10/2014 6:00
Ragnheiður Elín Árnadóttir: limpeza da casa fica por conta do marido - DANIEL BEREHULAK/The New York Times
Por que a Islândia é o melhor país para
as mulheres ?
Somos uma nação pequena e rude e tivemos que
nos defender sozinhos. Temos também uma
população pequena. Não podemos permitir que
a sociedade exclua parte dela. Somos 322 mil
pessoas e, se dissermos para 50% delas (as
mulheres) “não, você não deve trabalhar”, não
conseguiremos seguir. Essas são questões
práticas.
O fato de que vocês tiveram uma mulher
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na presidência durante 16 anos ajudou?
Teve um grande impacto. Ela era um modelo
fantástico que surgiu quando houve o dia das
mulheres. Em 24 de outubro de 1975, houve um
movimento na Islândia chamado “Meias
Vermelhas”, organizado por feministas que
queriam provocar um impacto e ver mudanças.
Elas paralisaram o país durante um dia e
conseguiram fazê-lo mobilizando mulheres de
todos os partidos, de todas as esferas da
sociedade. Mulheres trabalhadoras e aquelas
que estavam trabalhando em casa largaram
tudo e foram para as ruas.
E o que aconteceu com a economia do
país ?
Parou. As vendas de cachorros-quentes
subiram, porque os homens estavam dando
cachorro-quente para as crianças. O jornal da
manhã ficou fininho, apenas com artigos sobre
esse evento, porque as mulheres na redação não
trabalharam. As crianças ficaram com os pais na
escola, porque as mulheres não foram trabalhar
nas creches. Vamos celebrar isso no ano que
vem, quando fará 100 anos que mulheres da
Islândia conquistaram o direito de votar, em
1915. Isso é um grande marco, mas o
desenvolvimento foi muito lento. A primeira
mulher foi eleita para o Parlamento em 1922.
Foi uma das primeiras eleitas no mundo?
Não sei… Só tivemos a primeira mulher
ministra no governo em 1970, acho. Havia
também um partido político em 1983 apenas
dirigido por mulheres, e isso permitiu um salto,
porque os partidos tradicionais sentiram que
tinham que lidar com isso (a inclusão das
mulheres), estavam perdendo. Então, eles
aumentaram a participação de mulheres
candidatas. Em 1980 conseguimos algo que
ninguém tinha pensado: eleger uma presidente.
Ela foi e ainda é nosso grande modelo. Eu tinha
13 anos de idade e dizia: “Uau, uma mulher
pode ser presidente!”. Ela ficou até 1996. E
tínhamos crianças perguntando nas eleições de
1996: “Um homem pode ser presidente?”. Eles
não sabiam que isso era possível.
Quão difícil foi para vocês mudar a
sociedade e chegar ao topo como hoje?
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Muito. Não aconteceu da noite para o dia. E
ainda não chegamos lá. Por que os homens não
estão falando sobre os direitos da mulher? Por
que esse não é um tópico do interesse deles?
Temos que incluir os homens. Foi o que fizemos
com licença paternidade: abrimos mão da
exclusividade da casa. Nós, mulheres, temos que
fazer isso: para dividir (com os homens) o que
está fora (de casa), temos que dividir o que está
dentro. Não tem sido fácil. Pessoalmente,
quando meu filho acordou no meio da noite e
chamou “papai”, e não “mamãe”, eu fiquei
devastada.
Até o dia em que a senhora aceitou que
ele, o pai, também tem um papel em
casa…
Ele é um pai maravilhoso e muito envolvido.
Minha atual posição profissional, infelizmente,
me afasta de casa. Eu tenho dois filhos, de 6 e 12
anos, e duas enteadas que são mais velhas. Eles
me perguntam: “Vamos jantar juntos hoje à
noite?” ou “Você vai dormir em casa?”.
Como é a sua legislação para licençapaternidade?
Três meses para a mulher, três meses para os
homens e mais três meses em que eles podem
decidir com quem fica a criança, com a mãe ou o
pai. Foi muito importante fazer com que os
homens saíssem para a licença-paternidade.
O Brasil ainda está muito atrasado. É
possível mudar?
Eu acho que sim. Tem que começar com você,
em casa. Nós, mulheres, também temos que
aceitar que precisamos abrir mão de algo: temos
que dividir responsabilidades dentro de casa.
Deixar o homem cuidar dos filhos. Meu marido
hoje é quem faz a maior parte da faxina. Faz de
uma forma diferente da minha, mas não posso
voltar para casa e dizer “este lugar está uma
bagunça”, porque ele vai responder “então ache
tempo para limpar.”
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