Resenha do Livro “Start-up Nation: The Story of Israel’s Economic Miracle” Romenig da Silva Ribeiro, NUSP: 5895342 1 2 3 4 5 6 7 A leitura flui bem e é bastante agradável. Os autores foram muito felizes ao organizar o livro com vários exemplos empolgantes. Tais exemplos alimentaram a leitura do inicio ao fim com bastante dinamismo e lições importantes. O livro é organizado em catorze capítulos divididos em quatro partes e busca a resposta para a questão “O que torna Israel um país tão inovador e empreendedor?”. A conclusão a qual os autores nos levam é que existe um ambiente favorável desde a fundação do Estado de Israel, pois as condições climáticas, os conflitos e o princípio da criação do Estado formaram um ethos inclinado ao empreendedorismo naquele povo. 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 Logo na primeira parte, intitulada “O pequeno país que deu certo”, os autores trazem um capítulo sobre persistência e outro sobre empreendedores no campo de batalha. O livro é aberto com a determinação de Shai Agassi, que ganhou, inclusive, o apoio de Shimon Peres (atual presidente de Israel) para a criação da BetterPlace. A startup de Agassi pretendia audaciosamente permitir que carros movidos totalmente a energia elétrica circulassem por Israel, mudando três grandes setores industriais: o petroleiro, o energético e o automotivo. Tiramos desse capítulo, uma lição de ousadia e persistência, pois até ouvir o primeiro “sim” como resposta, Agassi e Shimon tiveram que lidar com muitos “não”. Em seguida, no capítulo dois, temos um exemplo de como é o ethos israelense e como ele se forma durante as árduas batalhas pela defesa do território. Nesse capítulo os autores exaltam a criatividade dos soldados de baixo escalão que precisam identificar riscos e tomar decisões a fim de evitar baixas de seus companheiros. Esses soldados são muito novos e acabam amadurecendo a forma de pensar durante as batalhas. Além do exercício da criatividade e amadurecimento da capacidade de tomar decisões difíceis, os autores mostram que as patentes dentro das Forças de Defesa de Israel (FDI) são meramente burocráticas, pois há discussões acaloradas entre os oficiais de alto escalão e os soldados para definir planos de combate, tomadas de decisões e estudos exaustivos sobre todos os exercícios e batalhas. Como os israelenses prestam o serviço militar durante a vida toda, esse costume de discutir, desafiar e estudar exaustivamente transcendem as FDI. Outro exemplo do qual podemos tirar lições importantes é o caso da Intel de Israel, citada em dois momentos no livro, nos capítulos primeiro e nono. No primeiro os engenheiros israelenses argumentaram calorosamente a favor da criação dos processadores Dual Core, para contornar a barreira tecnológica imposta pela liberação de calor dos processadores mais potentes, indo contra o que ditava o mercado e também contra as ideias dos executivos da empresa. No capítulo nono, a determinação e o compromisso do povo israelense ficam evidentes quando continuam a trabalhar na fábrica da Intel mesmo com Israel sob ataque de Saddam Hussein, cumprindo todos os prazos e entregando um importantíssimo lote de chips. 31 32 33 34 35 36 Além de mostrar as características do ethos israelense, os autores também comparam o ecossistema de Israel a ecossistemas como os de Cingapura, Coreia do Sul e Irlanda. Durante essas comparações, podemos aprender que a infraestrutura de um país, ainda que semelhante, não garante que o povo terá o mesmo espírito empreendedor dos israelenses. Dessa forma, percebemos que o grande trunfo dos israelenses é o próprio povo, representado legitimamente pelos governantes. É uma leitura realmente recomendada para inspirar os novos empreendedores em tecnologia.