Boletim de Vigilância Epidemiológica da Gripe Época 2014/2015 Semana 05 - de 26/01/2014 a 01/02/2015 Resumo Atividade gripal média Na semana 05 de 2015, a taxa de incidência do síndroma gripal foi de 82,1 casos por cada 100 000 habitantes, encontrando-se acima da zona de atividade basal. Até à semana 5/2015 foram analisados 670 casos de síndroma gripal. O vírus influenza do tipo B foi detetado em 71% dos casos de gripe na semana 5/2015, continuando a ser o predominante. Foi detetado o vírus A(H3) em 26% dos casos de gripe, na semana 5/2015. A maioria dos vírus influenza do subtipo A(H3) pertencem ao grupo genético que inclui estirpes diferentes da estirpe vacinal 2014/2015. Foram admitidos 6 novos casos de gripe em Unidades de Cuidados Intensivos, o que corresponde a uma taxa de admissão por gripe em UCI de 3,0%, inferior à que foi estimada para a semana anterior. Foram identificados 5 influenza A (83,3%) sendo 2 A (H1N1), 1 A(H3) e 2 ainda não foram subtipados; e foi identificado apenas 1 influenza B (16,6%). Mortalidade por “todas as causas” acima do esperado. Mantém-se a tendência de decréscimo. Este excesso de óbitos foi observado apenas na população com 75 ou mais anos de idade e em todas as regiões exceto no Alentejo, Algarve e Regiões Autónomas. Na Europa também foi observado um excesso de mortalidade em Inglaterra, Escócia, País de Gales, Holanda, França e Espanha. O aumento dos óbitos observado não pode ser atribuído a nenhuma causa específica, podendo no entanto estar associado ao frio extremo, ao aumento da incidência das infeções respiratórias agudas e à atividade gripal. Rede de hospitais para a vigilância clínica e laboratorial em Unidades de Cuidados Intensivos Parceiros Contatos: Departamento de Epidemiologia do INSA, tel 217526488 | Laboratório Nacional de Referência da Gripe, tel 217526455 Av. Padre Cruz 1649-016 Lisboa Portugal tel: (+351) 217 519 200 fax: (+351) 217 526 400 [email protected] Boletim de Vigilância Epidemiológica da Gripe Época 2014/2015 Semana 05 - de 26/01/2014 a 01/02/2015 Vigilância epidemiológica clínica Rede “Médicos-Sentinela” Na semana 05 de 2015, estimou-se uma taxa de incidência do síndroma gripal de 82,1 casos por cada 100 000 habitantes. Este valor encontra-se acima da zona de atividade basal e corresponde à 5ª semana do período epidémico. 240 Taxa de incidência /10 5 210 180 Época de Gripe Sazonal 164,8/105 (semana 9 de 2012) 150 120 90 60 30 0 25 27 29 31 33 35 37 39 41 43 45 47 49 51 1 3 5 7 9 11 13 15 17 19 21 23 25 27 29 31 33 35 37 39 41 43 45 Área de actividade basal linha base e limite superior do IC a 95% Taxa de incidência do Sindroma Gripal (2013/2014) Valor máximo da taxa desde 1990-1991 Taxa de incidência do Sindroma Gripal (2014/2015) Número de casos de síndroma gripal (Number of ILI cases) Estimativa provisória da taxa de incidência (MS) (ILI incidence rate estimate) População sob observação (MS) (Population at risk) 43 82,1/105 52 368 Figura 1— Evolução da taxa de incidência semanal de síndroma gripal, na Rede Médicos-Sentinela (taxas provisórias) Contatos: Departamento de Epidemiologia do INSA, tel 217526488 | Laboratório Nacional de Referência da Gripe, tel 217526455 2 Boletim de Vigilância Epidemiológica da Gripe Época 2014/2015 Semana 05 - de 26/01/2014 a 01/02/2015 Vigilância Laboratorial da Gripe No âmbito do Programa Nacional de Vigilância da Gripe foram notificados laboratorialmente, até à semana 5/2015, 670 casos de síndroma gripal (SG), dos quais 299 negativos para o vírus influenza, 259 positivos para vírus influenza do tipo B (dos quais 223 da linhagem Yamagata), 100 positivos para o vírus influenza A(H3) e 12 casos positivos para o vírus influenza A(H1)pdm09. 150 100,0 Pesquisa Laboratorial do Vírus da Gripe Influenza Negativos 80,0 Influenza B(Victoria) 2013/2014 2014/2015 Influenza B(Yamagata) 70,0 Influenza B 90 60,0 Influenza A(H3) Influenza A(H1)pdm09 50,0 % Positivos Gripe 60 40,0 30,0 30 % casos positivos para gripe 120 Nº casos SG notificados 90,0 20,0 10,0 0 0,0 40 42 44 46 48 50 52 2 4 6 8 10 12 14 16 18 20 22 24 26 28 30 32 34 36 38 40 42 44 46 48 50 52 2 4 6 8 10 12 14 16 18 20 Semana Figura 2 — Número de casos de síndroma gripal analisados laboratorialmente e casos positivos para gripe por tipo/subtipo, por semana. Nota: Na última semana, são indicados apenas os casos recebidos e analisados até à data de publicação do boletim . Totais 2014/2015 Predominância semanal dos vírus da gripe _2014/2015 % (sub)tipos vírus da gripe 100% 60% n=670 Influenza B 80% 77 76 78 83 65 56 Negativos 299; 45% Influenza A(H3) 72 Influenza B 36; 5% 41 20% 15 22 19 8 0% 50 51 Influenza A(H1)pdm0 12; 2% Influenza A(H1)pdm09 100 40% 17 Influenza A(H3) 100; 15% 52 32 22 2 3 3 3 1 2 3 4 Influenza B/Yam 223; 33% 6 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 Semana Figura 3 — Predominância semanal dos vírus da gripe detetados na época 2014/2015. Figura 4 — Percentagem e número de vírus da gripe detetados, dados cumulativos da época 2014/2015 *A metodologia utilizada na detecção, tipagem e sub-tipagem dos vírus influenza é o RT-PCR em tempo real, que consiste na pesquisa de RNA viral na amostra biológica. 3 Boletim de Vigilância Epidemiológica da Gripe Época 2014/2015 Semana 05 - de 26/01/2014 a 01/02/2015 Diagnóstico diferencial de vírus respiratórios O diagnóstico clínico da gripe apresenta algumas dificuldades devido à natureza não específica da doença, uma vez que esta apresenta sinais e sintomas comuns a infeções respiratórias provocadas por outros agentes virais. Para estudar a etiologia da síndroma gripal foi efetuado o diagnóstico diferencial de vírus respiratórios. Para além dos vírus da gripe foram também pesquisados os Vírus Sincicial Respiratório do tipo A (RSV A) e B (RSV B), o Rhinovírus humano, os vírus Parainfluenza do tipo 1 (PIV-1), 2 (PIV-2) e 3 (PIV-3), Adenovírus (AdV), Metapneumovírus humano (hMPV) e Coronavírus humano (hCoV). Até à semana 5/2015, nas 637 amostras estudadas, além do vírus influenza, foi identificado em maior número o Rhinovírus humano (n=58). Foram também detetados 16 vírus Parainfluenza, 13 RSV (tipo B), 13 Coronavírus humanos, 7 Metapneumovírus humano e um Enterovírus do tipo D68. Foi também identificado um caso de infecção mista. Pesquisa de Vírus Respiratórios_2014/2015 n=637 Legenda: A(H1) pdm09 12; 2% Negativos 156; 24% Positivos 481; 76% IM; 2; 0% hEV D68 1; 0,2% B/Yam 223; 35% A(H3); 100; 16% B 36; 6% hRV 58; 9% PIV 16; 3% hCoV 13; 2% AdV - adenovírus; A(H1)pdm09 - vírus da gripe A(H1)pdm09; A(H3) - vírus da gripe A(H3); B - vírus da gripe B ; B/Yam - vírus da gripe B (linhagem Yamagata); hCoV - Coronavírus humano; hEV-D68 - entyerovírus humano do tipo D68; hMPV - Metapneumovírus humano IM - Infecções Mistas; PIV - vírus parainfluenza; RSV A - Vírus Sincical Respiratório tipo A RSV B - Vírus Sincical Respiratório tipo B hRV - Rhinovírus humano; RSV B 13; 2% hMPV 7; 1% Figura 5 — Percentagem e número de vírus respiratórios detetados no âmbito do Programa Nacional de Vigilância da Gripe na época de 2014/2015. *A metodologia utilizada na deteção dos vírus respiratórios é o RT-PCR em tempo real, que consiste na pesquisa de RNA/DNA viral na amostra biológica. Nas ultimas semanas foi crescente a deteção de Rhinovírus, continuando igualmente a ser detetados o Coronavírus humano e o vírus Parainfluenza. No entanto, o vírus da gripe continua a ser o predominantemente detetado nos casos de síndroma gripal. Pesquisa do Vírus da Gripe e outros Vírus Respiratórios_2014/2015 100 hRV 10 80 RSV PIV 8 hCoV 60 Gripe 6 40 4 20 2 0 Nº vírus influenza detetados Nº outros vírus respiratórios detetados 12 0 39 40 41 42 43 44 45 46 47 48 49 50 51 52 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 Semanas 2014/2015 Figura 6 — Número de vírus da gripe, vírus sincicial respiratório (RSV), vírus Parainfluenza (PIV), coronavírus humano (hCoV) e rhinovírus (hRV) detetados, na época 2014/2015, por semana. 4 Boletim de Vigilância Epidemiológica da Gripe Época 2014/2015 Semana 05 - de 26/01/2014 a 01/02/2015 Rede Portuguesa de Laboratórios para o Diagnóstico da Gripe A Rede Portuguesa de Laboratórios para o Diagnóstico da Gripe, conta na época de 2014/2015, com a participação de 16 laboratórios, na sua maioria, de hospitais do continente e regiões autónomas da Madeira e dos Açores, assegurando a deteção e caraterização dos vírus da gripe que podem estar na origem de casos mais graves da doença. Na época 2014/2015, até à semana 5/2015, 13 laboratórios* notificaram 1605 casos de síndroma gripal (SG), dos quais 309 positivos para o vírus influenza (159 vírus do tipo B, 93 vírus do tipo A não subtipados, 45 vírus A(H3), 11 vírus A(H1)pdm09 e um caso de infecção mista por influenza A(H3) e A(H1)pdm09). Nº decasos de SG / vírus da gripe detetados Rede Portuguesa de Laboratórios para o Diagnóstico da Gripe_2014/2015 270 A não subtipado 220 A(H3)+A(H1)pdm09 A(H3) 170 A(H1)pdm09 B 120 C 70 Casos SG 20 38 40 42 44 46 48 50 52 2 4 6 8 10 12 14 16 18 20 22 -30 Semanas 2014/2015 n=1605 Figura 7 — Número de casos de síndroma gripal e vírus da gripe detetados pela Rede Portuguesa de Laboratórios para o Diagnóstico da Gripe, na época 2014/2015 (n= 1605). Nota: Na última semana, são indicados apenas os casos recebidos e analisados até à data de publicação do boletim. Rede Portuguesa de Laboratórios para o Diagnóstico da Gripe Vírus Influenza detetados - 2014/2015 B 159; 51% A não subtipado 93; 30% A(H3); 45; 15% A(H1) pdm09 +A(H3) 1; 0,3% Figura 8 — Número e percentagem de tipos e subtipos do vírus da gripe detetados pela Rede Portuguesa de Laboratórios para o Diagnóstico da Gripe, na época 2014/2015. A(H1) pdm09 11; 4% * - Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge (Laboratório Nacional de Referência para o Vírus da Gripe e Outros Vírus Respiratórios), Centro Hospitalar de Lisboa Central, E.P.E. (Hospital de São José e Hospital de Curry Cabral), Centro Hospitalar de São João, E.P.E., Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra, E.P.E., Hospital do Divino Espírito Santo de Ponta Delgada, E.P.E., Hospital do Santo Espírito de Angra do Heroísmo, E.P.E., Centro Hospitalar de Lisboa Norte, E.P.E., Centro Hospitalar do Porto, E.P.E., Instituto Português de Oncologia de Lisboa, Francisco Gentil, E.P.E., Centro Hospitalar da Cova da Beira, E.P.E., Centro Hospitalar de Setúbal, E.P.E., Centro Hospitalar do Alto Ave. 5 Boletim de Vigilância Epidemiológica da Gripe Época 2014/2015 Semana 05 - de 26/01/2014 a 01/02/2015 Caraterização virológica (Dados provenientes das redes Médicos Sentinela, Serviços de Urgência, Projeto EuroEVA e Rede Portuguesa de Laboratórios para o Diagnóstico da Gripe) Caraterização genética Foram caracterizados geneticamente 45 vírus (21 do tipo A e 24 do tipo B), segundo a subunidade HA1 do gene da hemaglutinina. Influenza A(H1)pdm09: O vírus influenza A(H1)pdm09 caracterizado pertence ao grupo genético 6B, antigenicamente semelhante ao vírus contemplado na vacina antigripal 2014/2015, A/California/7/2009. Influenza A(H3): A maioria dos vírus caracterizados são semelhantes a A/Hong Kong/5738/2014, do subgrupo genético 3C.2a, que inclui vírus antigenicamente diferentes do vírus contemplado na vacina antigripal 2014/2015. Influenza B: Todos os vírus influenza B/Yamagata, são do grupo genético 3, que antigenicamente é um grupo heterogéneo relativamente à semelhança com a estirpe vacinal do tipo B contemplada na vacina antigripal 2014/2015. Tabela I — Caracterização genética dos vírus da gripe, detetados desde a semana 40/2014. Subtipo/Linhagem A(H1)pdm09 A(H3) B/Yamagata Grupo filogenético Nº de vírus A/Hong Kong/5659/2012 (grupo 6A)1 A/South Africa/3626/2013 (grupo 6B)1 A/Dakar/04/2014 (grupo 6C)1 0 1 0 A/Texas/50/2012 (subgrupo 3C.1)1 A/Samara/73/2013 (subgruopo 3C.3)1 A/Hong Kong/5738/2014 (subgrupo 3C.2a)2 0 4 16 B/Massachusetts/2/2012 (grupo 2)1 B/Phuket/3073/2013 (grupo 3)3 0 24 45 Total vírus caracterizados 1 grupo genético que inclui vírus antigenicamente semelhantes ao contemplado na vacina antigripal 2014/2015 2 grupo genético que inclui vírus antigenicamente diferentes ao contemplado na vacina antigripal 2014/2015 3 grupo genético antigenicamente heterogéneo relativamente à semelhança com a estirpe vacinal do tipo B contemplada na vacina antigripal 2014/2015. 6 Boletim de Vigilância Epidemiológica da Gripe Época 2014/2015 Semana 05 - de 26/01/2014 a 01/02/2015 Vigilância dos internamentos por gripe em Unidades de Cuidados de Intensivos A informação disponibilizada nesta página é da responsabilidade da Direção-Geral da Saúde. Contatos: [email protected]. Na semana 05 de 2015 foram admitidos 6 novos casos de gripe nas 19 Unidades de Cuidados Intensivos que reportaram informação, o que corresponde a uma taxa de admissão de 3,0%, inferior à que foi estimada para a semana anterior. Nas amostras estudadas durante esta semana foram identificados 5 influenza A (83,3%) sendo 2 A(H1N1), 1 A (H3) e 2 ainda não foram subtipados; e foi identificado apenas 1 influenza B (16,6%). Nenhum destes doentes faleceu. Desde o início da época foram admitidos, em Unidades de Cuidados Intensivos, 46 doentes com gripe. O vírus predominante identificado foi o influenza B, em 28 casos (60,1%). O influenza A foi detetado em 18 casos (39,1%), sendo 6 por A(H3), 4 por A(H1N1)pdm09 e 8 ainda não foram subtipados. Dos doentes estudados, cerca de 83% tinha doença crónica subjacente. É conhecido o estado vacinal de 27 doentes, dos quais apenas 5 (18,5%) estavam vacinados contra a gripe. A distribuição dos casos por grupo etário é a seguinte: 10, 9% dos casos tinha menos de 15 anos de idade; 32,6% dos casos ocorreu em doentes com idade entre 15 e 64 anos; e em 56,6 % dos casos os doentes tinham 65 e mais anos de idade. Até ao momento ocorreram 9 óbitos, tendo sido identificado o influenza B em 8 daqueles casos e o A(H3) num caso. Figura 9 - Evolução semanal da percentagem de casos de gripe admitidos em UCI nas quatro épocas de gripe estudas Tabela II — Evolução semanal do nº de casos de gripe em UCI desde a semana 40 de 2014 Época 2014/2015 40 41 42 43 44 45 46 47 48 49 50 51 52 1 2 3 4 5 Nº de casos de gripe 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 2 5 4 9 11 9 6 Nº de hospitais que reportaram 17 17 19 19 19 13 20 13 17 16 16 15 14 19 17 18 18 16 Nº de UCI que repostaram 20 20 22 22 22 16 23 16 21 20 19 18 18 23 21 21 22 19 Nº Total admissões 216 212 228 229 210 158 186 151 203 186 188 193 179 191 210 200 207 201 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 1,0 2,8 2,1 4,3 5,5 4,3 3,0 de % de doentes com gripe admitidos em UCI 6 7 8 9 10 .. Total 46 Dados de todas as semanas atualizados em 05/02/2015 Hospitais participantes em 2014-2015: Centro Hospitalar Alto Ave (H. Guimarães), Centro Hospitalar Lisboa Central, E.P.E. (H. S. José, H. Curry Cabral, H. D. Estef ânia e H. Stª. Marta), Centro Hospitalar Cova da Beira (H. da Covilhã), Centro Hospitalar de Lisboa Ocidental (H. São Francisco Xavier e H. Egas Moniz), Centro Hospitalar de S. João E.P.E, Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra, Centro Hospitalar do Algarve (H. do Barlavento Algarvio), Centro Hospitalar do Médio Tejo (H. de Abrantes), Centro Hospitalar Lisboa Norte E.P.E (H. Stª Maria e H. Pulido Valente), Centro Hospitalar Tondela Viseu (H. S. Teotónio), Hospital Cuf Descobertas, Hospital Distrital de Castelo Branco, Hospital do Divino Espírito Santo de Ponta Delgada, Hospital do Litoral Alentejano, Hospital Prof. Doutor Fernando Fonseca, HPP Hospital de Cascais Dr. José de Almeida, H. Vila Franca de Xira. 7 Boletim de Vigilância Epidemiológica da Gripe Época 2014/2015 Semana 05 - de 26/01/2014 a 01/02/2015 Vigilância da mortalidade por “todas as causas” Mortalidade observada com valores acima do esperado, com tendência decrescente. 3500 2013 2014 2015 3000 2500 2000 1500 1000 Obitos Linha de base Limite 95% de confiança da Linha de base 0 S40 S41 S42 S43 S44 S45 S46 S47 S48 S49 S50 S51 S52 S1 S2 S3 S4 S5 S6 S7 S8 S9 S10 S11 S12 S13 S14 S15 S16 S17 S18 S19 S20 S21 S22 S23 S24 S25 S26 S27 S28 S29 S30 S31 S32 S33 S34 S35 S36 S37 S38 S39 S40 S41 S42 S43 S44 S45 S46 S47 S48 S49 S50 S51 S52 S1 S2 S3 S4 S5 S6 S7 S8 S9 S10 S11 S12 S13 S14 S15 S16 S17 S18 S19 S20 S21 S22 S23 S24 S25 S26 500 Figura 10- Evolução da mortalidade semanal (nº absoluto) por “todas as causas”, desde a semana 40 de 2010 até à Semana 05 de 2015. 3500 300 Obitos Linha de base Limite de confiança 95% da linha de base 3000 Taxa de incidência 250 2500 200 2000 A(H3) A(H3) 150 A(H1)pdm09 1500 A(H1)pdm09/B 100 A(H1)pdm09/A(H3) B/A(H1)pdm09 1000 B/A(H1) 50 500 0 01-10-2007 01-12-2007 01-02-2008 01-04-2008 01-06-2008 01-08-2008 01-10-2008 01-12-2008 01-02-2009 01-04-2009 01-06-2009 01-08-2009 01-10-2009 01-12-2009 01-02-2010 01-04-2010 01-06-2010 01-08-2010 01-10-2010 01-12-2010 01-02-2011 01-04-2011 01-06-2011 01-08-2011 01-10-2011 01-12-2011 01-02-2012 01-04-2012 01-06-2012 01-08-2012 01-10-2012 01-12-2012 01-02-2013 01-04-2013 01-06-2013 01-08-2013 01-10-2013 01-12-2013 01-02-2014 01-04-2014 01-06-2014 01-08-2014 01-10-2014 01-12-2014 01-02-2015 01-04-2015 01-06-2015 01-08-2015 0 Figura 11 - Evolução da mortalidade semanal (nº absoluto) por “todas as causas” e taxa de incidência da síndroma gripal por 100. 000 habitantes (rede Médicos-Sentinela) e vírus predominante por época gripal, desde a semana 1 de 2007 até à Semana 05 de 2015. Nota: A linha de base representa a mortalidade esperada na ausência de eventos associados a excessos de mortalidade. O sistema VDM avalia diariamente a informação disponível sobre a mortalidade “por todas as causas” disponível. VDM/Departamento de Epidemiologia do INSA / Instituto dos Registos e Notariado (IRN) / Instituto de Tecnologias de Informação na Justiça (ITIJ) 8 Boletim de Vigilância Epidemiológica da Gripe Época 2014/2015 Semana 05 - de 26/01/2014 a 01/02/2015 Vigilância da mortalidade por “todas as causas” Tabela III — Resumo dos excessos de mortalidade entre 1980 e 2015 Taxa de incidência de síndroma gripal no pico da epidemia Época Excessos de mortalidade Sub tipo de vírus dominante 1980-1981 5638 A(H3N2) 1982-1983 5058 A(H3N2) 1983-1984 2487 A(H1N1) 1984-1985 1802 A(H3N2) 1985-1986 4784 A(H3N2) 1986-1987 1202 A(H1N1) 1988-1989 2530 A(H1N1) , A(H3N2) 1989-1990 3920 A(H3N2) 1990-1991 2781 148,4 B 1991-1992 2845 92,4 A(H3N2) 1992-1993 107 117,7 B 1993-1994 3529 168,8 A(H3N2) 1995-1996 1982 86,8 A(H3N2) 1996-1997 5533 119,9 A(H3N2) 1997-1998 308 42,4 A(H3N2) 1998-1999 8514 252,9 A(H3N2) 1999-2000 3363 156,6 A(H3N2) 2001-2002 2145 239 A(H3N2) 2003-2004 950 166,7 A(H3N2) 2006-2007 ** 1000 122,4 A(H3N2) 2008-2009 ** 3631* 199,5 A(H3N2) 2011-2012 ** 4267 137,7 A(H3N2) 2014-2015 (eVM) 3169 148,0 B; A(H3N2) * A estimativa 2008/2009 foi obtida com todos os dados observados nos últimos anos e é diferente da estimativa provisória obtida em 2009 e publicada no Eurosurveillance Nogueira et. al. que foi de 1960 óbitos. http://www.eurosurveillance.org/ViewArticle.aspx?ArticleId=19194 " Fonte de dados até 2004: Nunes B, Viboud C, Machado A, Ringholz C, Rebelo-de-Andrade H, et al. (2011) Excess Mortality Associated with Influenza Epidemics in Portugal, 1980 to 2004. PLoS ONE 6(6): e20661. doi:10.1371/journal.pone.0020661" http://journals.plos.org/plosone/article?id=10.1371/journal.pone.0020661 9 Excessos de mortalidade 2014-2015 2013-2014 2012-2013 2011-2012 2010-2011 2009-2010 2008-2009 2007-2008 2006-2007 2005-2006 2004-2005 A(H3N2) A(H3N2) A(H3N2) B; A(H3N2) A(H3N2) A(H3N2) A(H3N2) A(H3N2) 8000 7000 250 200 0 150 100 50 Taxa de incidência de síndroma gripal no pico da epidemia A(H3N2) Época 2014/2015 2003-2004 2002-2003 2001-2002 2000-2001 1999-2000 A(H3N2) A(H3N2) A(H3N2) B A(H3N2) A(H1N1), A(H3N2) A(H3N2) A(H3N2) 9000 1998-1999 A(H3N2) B 1000 1997-1998 1996-1997 1995-1996 1994-1995 1993-1994 1992-1993 1991-1992 1990-1991 1989-1990 A(H1N1) 4000 1988-1989 1987-1988 1986-1987 A(H3N2) 5000 1985-1986 2000 1984-1985 A(H1N1) 3000 1983-1984 1982-1983 A(H3N2) 6000 1981-1982 1980-1981 Excessos de mortalidade Boletim de Vigilância Epidemiológica da Gripe Semana 05 - de 26/01/2014 a 01/02/2015 Vigilância da mortalidade por “todas as causas” 300 0 Taxa de incidência de síndroma gripal no pico da epidemia Figura 12– Resumo com os excessos de mortalidade observados durante as épocas passadas com vírus predominantes e taxas de incidência 10 Boletim de Vigilância Epidemiológica da Gripe Época 2014/2015 Semana 05 - de 26/01/2014 a 01/02/2015 Nota metodológica Sistema Nacional de Vigilância da Gripe Boletim de vigilância epidemiológica da gripe O Sistema Nacional de Vigilância da Gripe foi ativado em Outubro de 2014, na semana 40 e funcionará até à semana 20, em Maio de 2015. A componente clínica deste sistema, que se descreve adiante, manter-se-á ativa durante todo o ano. À 5ª feira à tarde será elaborado, pelo INSA, o Boletim de Gripe, baseado no conjunto de dados e informações gerados pelos 6 componentes descritos a seguir, sumariamente. Fontes de informação e indicadores produzidos Fontes de informação Indicadores produzidos Médicos-Sentinela Taxas de incidência na população gera, identificação e caracterização laboratorial de vírus influenza circulantes Serviços de Urgência Identificação e caracterização laboratorial de vírus influenza circulantes Rede Nacional de Laboratórios para o Diagnóstico da Gripe Resistência aos Antivirais Resistência do vírus influenza aos antivirais por tipo e sub-tipo Internamento em Unidades de Cuidados intensivos Caracterização epidemiológica e laboratorial dos casos de infeção respiratória admitidos em Unidades de Cuidados Intensivos Vigilância Diária da Mortalidade Evolução do número de óbitos por semana, em Portugal continental Rede Médicos-Sentinela Serviços de Urgência A Rede Médicos-Sentinela é um sistema de informação em saúde constituído por cerca de 123 Médicos de Família, distribuídos pelo território do Continente e Regiões Autónomas, cuja atividade profissional é desempenhada em Centros de Saúde ou Unidades de Saúde Familiar. A rede dos serviços de urgência é operacionalizada pelos Serviços de Urgência Hospitalar e Serviços de Atendimento Permanente ou similares dos Centros de Saúde do Serviço Nacional de Saúde. Participam na componente laboratorial que constitui um indicador precoce do início de circulação do vírus da gripe em cada época de vigilância. Enviam para o Laboratório de Referência para o Vírus da Gripe no INSA, exsudados nasofaríngeos de doentes com suspeita de gripe, para identificação e tipificação dos vírus Influenza. Os casos são selecionados de acordo com a opinião do médico tendo em conta a definição de caso de síndroma gripal usada pelo ECDC. A participação destes médicos é voluntária e consiste na notificação semanal, para o Departamento de Epidemiologia do Instituto Nacional de Saúde Dr. Ricardo Jorge (INSA), dos novos casos de gripe (numerador para o cálculo das taxas de incidência) que ocorreram nos utentes inscritos das respetivas listas (componente clínica dos sistema de vigilância); simultaneamente, enviam para o laboratório, exsudados nasofaríngeos de doentes com suspeita de gripe, para identificação e tipificação dos vírus (componente laboratorial). As estirpes do vírus da gripe isoladas são caracterizadas antigénica e geneticamente, permitindo avaliar a sua semelhança com as estirpes vacinais e ainda monitorizar a ocorrência de mutações. A população sob vigilância é constituída pelo somatório dos utentes inscritos nas listas dos Médicos-Sentinela que estiveram “ativos” em determinada semana, ie, que reportaram, pelo menos, 1 caso de doença ou que informaram explicitamente não terem casos para reportar. Definição de caso de síndroma gripal (usada pelo ECDC): Início súbito, + 1 dos seguintes sintomas sistémicos: - Febre ou febrícula, - Mal-estar, debilidade, prostração, - Cefaleia, - Mialgias ou dores generalizadas, + 1 dos seguintes sintomas respiratórios: - Tosse, - Dor de garganta ou inflamação da mucosa nasal ou faríngea sem sinais respiratórios relevantes, - Dificuldade respiratória. Rede Nacional de Laboratórios para o Diagnóstico da Gripe Rede ativada em 2009 pelo despacho ministerial nº 16548/2009, de 21 de Julho (Diário da República, 2ª série, Nº 139: 28507), é atualmente constituída por 16 laboratórios*, na sua maioria de hospitais do continente e regiões autónomas. Assegura a deteção e caracterização dos vírus influenza que estão na origem de casos mais graves da doença. A análise laboratorial envolve a utilização de métodos de biologia molecular para a caracterização dos vírus Influenza em circulação na população. Em colaboração com o laboratório de referência do INSA é efetuado o isolamento das estirpes do vírus da gripe e a sua caracterização antigénica e genética. A população sob vigilância é constituída pelos utentes com suspeita de terem gripe, pertencentes à área de influência dos hospitais ou laboratórios da Rede Portuguesa de Laboratórios para o Diagnóstico da Gripe. * - Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge (Laboratório Nacional de Referência para o Vírus da Gripe e Outros Vírus Respiratórios), Centro Hospitalar de Lisboa Central, E.P.E. (Hospital de São José e Hospital de Curry Cabral), Hospital de São João, E.P.E., Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra, E.P.E., Hospital Central do Funchal, E.P.E., Hospital do Divino Espírito Santo de Ponta Delgada, E.P.E., Hospital do Santo Espírito de Angra do Heroísmo, E.P.E., Centro Hospitalar de Lisboa Norte, E.P.E., Centro Hospitalar do Porto, E.P.E., Instituto Português de Oncologia de Lisboa, Francisco Gentil, E.P.E., Centro Hospitalar da Cova da Beira, E.P.E., Centro Hospitalar de Setúbal, E.P.E., Centro Hospitalar do Alto Ave, Hospital do Espírito Santo (Évora), Laboratório de Saúde Pública Dra. Laura Ayres (ARS Algarve). Resistência aos Antivirais Resistência do vírus influenza aos antivirais por tipo e sub-tipo. Os dados são referentes à pesquisa de marcadores moleculares de resistência ou à caracterização fenotípica (determinação do IC50) em estirpes do vírus da gripe isoladas de amostras enviadas ao Laboratório Nacional de Referência para o Vírus da Gripe. 11 Boletim de Vigilância Epidemiológica da Gripe Época 2014/2015 Internamento em Unidades de Cuidados Intensivos (A informação referente aos internamentos por gripe em UCI é da responsabilidade da Direção-Geral da Saúde. Contatos: [email protected]) Na época 2011-2012, foi realizado um estudo piloto com o objetivo de fazer a vigilância epidemiológica dos casos graves de gripe admitidos em Unidades de Cuidados Intensivos de alguns hospitais. Participaram nesse ano 6 hospitais. Nas épocas seguintes, utilizando a metodologia testada, foi possível estender a vigilância a mais hospitais. Hospitais participantes em 2014-2015: Centro Hospitalar Alto Ave (H. Guimarães), Centro Hospitalar Lisboa Central, E.P.E. (H. S. José, H. Curry Cabral, H. D. Estefânia e H. Stª. Marta), Centro Hospitalar Cova da Beira (H. da Covilhã), Centro Hospitalar de Lisboa Ocidental (H. São Francisco Xavier e H. Egas Moniz), Centro Hospitalar de S. João E.P.E, Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra, Centro Hospitalar do Algarve (H. do Barlavento Algarvio), Centro Hospitalar do Médio Tejo (H. de Abrantes), Centro Hospitalar Lisboa Norte E.P.E (H. Stª Maria e H. Pulido Valente), Centro Hospitalar Tondela Viseu (H. S. Teotónio), Hospital Cuf Descobertas, Hospital Distrital de Castelo Branco, Hospital do Divino Espírito Santo de Ponta Delgada, Hospital do Litoral Alentejano, Hospital Prof. Doutor Fernando Fonseca, HPP Hospital de Cascais Dr. José de Almeida, H. Vila Franca de Xira. Definição de caso: Doentes admitidos nas Unidades de Cuidados Intensivos dos hospitais participantes, com gripe confirmada laboratorialmente. Vigilância diária da mortalidade O VDM é um sistema de vigilância epidemiológica que pretende detetar e estimar de forma rápida os impactos de eventos ambientais ou epidémicos relacionados com excessos de mortalidade. Este sistema funciona com base num protocolo de cooperação entre o INSA e Instituto de Gestão Financeira e Equipamentos da Justiça, I.P. do Ministério da Justiça. Para isso, diariamente as Conservatórias do Registo civil Português enviam de forma automática os óbitos registados no dia anterior em todo o país. Esta componente pretende avaliar o impacto da epidemia de gripe em termos de severidade. Definição de caso: óbito de residente em Portugal por qualquer causa. Definições utilizadas Época de Gripe Definida como o período de tempo de aproximadamente 33 semanas que decorre entre o início de Outubro de um determinado ano (semana 40) e meados de Maio do ano seguinte (semana 20). Linha de base e respetivo limite superior do intervalo de confiança a 95% Designada também por área de atividade basal, constitui o intervalo de valores da taxa de incidência correspondente a uma circulação esporádica de vírus influenza. Permite definir períodos epidémicos, comparar as epidemias anuais em função da sua intensidade e duração e determinar o impacto dessas epidemias na comunidade. Atividade gripal Definida pelo grau de intensidade da ocorrência da doença, medido pela estimativa semanal da taxa de incidência de síndroma gripal e do seu posicionamento relativo à área de atividade basal, e pelo nº de vírus circulantes detetados. Semana 05 - de 26/01/2014 a 01/02/2015 Indicadores de dispersão geográfica da atividade gripal Ausência de atividade gripal Pode haver notificação de casos de Síndroma Gripal mas a taxa de incidência permanece abaixo ou na área de atividade basal, não havendo a confirmação laboratorial da presença do vírus Influenza; Atividade gripal esporádica Casos isolados, confirmados laboratorialmente, de infeção por vírus Influenza, associados a uma taxa de incidência que permanece abaixo ou na área de atividade basal; Surtos locais Casos agregados, no espaço e no tempo, de infeção por vírus Influenza confirmados laboratorialmente. Atividade gripal localizada em áreas delimitadas e/ou instituições (escolas, lares, etc), permanecendo a taxa de incidência abaixo ou na área de atividade basal; Atividade gripal epidémica Taxa de incidência acima da área de atividade basal, associada a uma confirmação laboratorial da presença de vírus Influenza; Atividade gripal epidémica disseminada Taxa de incidência, por mais de duas semanas consecutivas, acima da área de atividade basal e com uma tendência crescente, associada à confirmação da presença de vírus Influenza. Indicadores da intensidade da atividade gripal A intensidade da atividade gripal é definida com base em toda a informação de vigilância recolhida através das várias fontes de dados e é avaliada tendo em consideração a informação histórica nacional sobre a gripe. Baixa Taxa de incidência abaixo ou na área de atividade basal; Moderada Nível usual de atividade gripal associado à presença de vírus Influenza e correspondendo a uma taxa de incidência provisória de Síndrome Gripal superior à área de atividade basal mas inferior ou igual a 120/10 5 . Alta Nível elevado de atividade gripal associado à presença de vírus Influenza e correspondendo a uma taxa de incidência provisória de Síndrome Gripal superior a 120/10 5. Indicadores da tendência da atividade gripal Estável Os últimos três valores da taxa de incidência não se encontram em tendência crescente nem decrescente. Crescente Os últimos três valores encontram-se em tendência crescente. Decrescente Os últimos três valores encontram-se em tendência decrescente. Percentagem de doentes com gripe admitidos em UCI Percentagem de doentes com gripe admitidos, em Unidades de Cuidados Intensivos, em determinada semana = nº de admissões por gripe confirmada, em Unidades de Cuidados Intensivos, na referida semana/ nº de admissões por qualquer causa, em Unidades de Cuidados Intensivos, na mesma semana x 100 utentes. 12