do Recurso

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4º Ano de Catequese : «Tens Palavras de Vida Eterna»
III Bloco
7ª Etapa: Somos as pedras vivas do templo do Deus Vivo
Abril
Semana
Pais
(na paróquia)
Filhos
(na paróquia)
Diálogo em família
“Este homem era
Filho de Deus”; “Se
alguém quiser seguir
– me” (cat. 21 e 22)
1ª
2ª
Sugestões para o
diálogo em família
Ressuscitou: não
está aqui (Mc 16,6)
( cat.23)
Síntese do diálogo
em família
“Este homem era
Filho de Deus”;
“Se alguém quiser
seguir – me”
(cat. 21 e 22)
Diálogo em família
Ressuscitou: não
está aqui (Mc 16,6)
( cat. 23)
3ª
4ª
Domingo em família
A família na família
cristã vivendo o Dia
do Senhor
Família
(em casa)
Sugestões para o
diálogo em família
Pedras vivas de um
templo espiritual
( 1Pe 2,5) (cat. 24)
Síntese do diálogo
em família
Ressuscitou: não
está aqui (Mc 16,6)
( cat. 23)
Objetivos:
Ao longo desta etapa a família procurará:
– Acolher o Evangelho da morte e ressurreição de Cristo;
– Celebrar, com alegria, a fé em Cristo morto e ressuscitado;
– Dispor-se a ser mensageiro do Evangelho de Cristo.
– Descobrir como cada cristão é uma pedra viva na Igreja, o templo do Senhor;
– Aperceber-se de que Cristo morto e ressuscitado é a pedra angular da mesma Igreja;
– Confessar a fé em Cristo para se poder fazer parte da sua Igreja.
Leitura integrada:
No guia do Catequista «Tens Palavras de Vida Eterna», pp. 443 - 473.
No Catecismo da Criança «Tens Palavras de Vida Eterna», pp. 97-104.
1ª Semana
Diálogo em família:
“Este homem era Filho de Deus”; “Se alguém quiser seguir – me”(cat.21 e 22 )
Durante esta semana, os pais são convidados a ajudar os filhos a fazer uma síntese
vital das catequeses 21 e 22, seguindo o Guia dos Pais, pp. 131 a 154: Este homem era
filho de Deus ( Mc 15, 39), e Se alguém quiser seguir-me…(Mc 8,34). Não obstante
estas catequeses terem sido feitas na 6ª etapa, em clima quaresmal exatamente de
preparação para a Páscoa, ao iniciarmos esta nova etapa de catequese, dada a densidade
espiritual do seu conteúdo e como esse conteúdo é fulcral na estruturação da fé, é
importante que voltemos a ele, a fim de consolidarmos nas crianças, não só os
conhecimentos sobre o que foi para Jesus o caminho da incompreensão e da cruz, mas
sobretudo, as atitudes de fé que devem brotar desses conhecimentos.
A preparação da via sacra em todos os seus pormenores e a sua consequente
realização (catequese 22), teria sido um momento excecional de vivencia pascal para as
crianças, que culminou com a celebração da ressurreição do Senhor na comunidade.
Agora, a partir de toda essa experiencia pascal vivida, é importante descer à aplicação
na vida, daquilo que é o seguimento de Jesus que assim, na sua morte e ressurreição,
prova o seu grande amor por nós. Com base nos textos bíblicos, do Guia dos Pais, e
também com o catecismo da criança, tendo também em conta o que se pede aí, no
espaço Em Família das duas catequeses (pp. 92 e 96), os pais em diálogo com os filhos,
ao longo da semana, ajudá-los-ão a refletir e a interiorizar o essencial dessas catequeses
em ordem a passar à vida aquilo que aprenderam. Destacar em síntese estes conteúdos:
- Como e porquê Jesus aceita dar a vida por nós; o que é a “nova” aliança que Jesus
realiza com Deus em nosso favor; e a nossa aliança com Deus, como é que a realizamos,
como é que a pomos em prática; que formas temos de seguir Jesus na nossa vida do dia
a dia…tudo isto em concretizações possíveis, segundo a capacidade das crianças.
Tudo pode concluir com uma oração de louvor e agradecimento por tudo quanto
Deus faz por nós, por exemplo, o cântico 20:”Glória a ti, glória Senhor”, do Guia dos
Pais, p.246.
2ª Semana
Na Paróquia
Na Paróquia pais e filhos estão reunidos em simultâneo: os pais, com outros pais
preparam o próximo Diálogo em Família; as crianças com outras crianças têm o seu
encontro de catequese…
I - Encontro de Pais: Ressuscitou: não está aqui (Mc 16,6)
( cat.23)
EXPERIÊNCIA HUMANA
Trabalho em pequenos grupos – 20 min.
Os pais, em pequenos grupos, partilham com simplicidade e como muita liberdade
no que quiserem partilhar, como foi a sua experiência da vivência pascal, ao nível
pessoal e familiar:
- Como foi em família ( reunida/sim/não…)? Que atitudes e/ou atos concretizaram
essa vivência? A relação com a comunidade cristã nas celebrações pascais?
- Que valor dão a estes acontecimentos e vivências para as suas vidas? Até que
ponto a Catequese Familiar tem ajudado a uma vivência diferente do mistério pascal de
Jesus e respetivas festas pascais em comunidade?
- E nas crianças? - Como é que elas sentiram e viveram a sua participação nas
celebrações, nomeadamente na Eucaristia, da festa da Páscoa?..
REFLETINDO
Em assembleia: partilha e aprofundamento – 20 min.
Após os grupos apresentarem, em plenário, a sua partilha o(a)Animador(a)
propõe o seguinte aprofundamento que esclarece o sentido da ressurreição do Senhor:
1. A ressurreição de Cristo: um mistério
É fundamental que ninguém, designadamente cristão algum, perca isto de vista:
que a ressurreição de Cristo é inexplicável só pela razão humana e os meios científicos
ao seu dispor. Quem tentar fazê-lo, acabará por negá-la ou distorcê-la. Exemplos disso
já remontam aos primórdios do Cristianismo. Perante o sepulcro vazio e o
desaparecimento do corpo de Jesus, a primeira explicação (e a mais lógica) foi a do
roubo. Assim reagiu Maria Madalena (Jo 20, 2.13). E as autoridades judaicas foram
mais longe: Subornaram com dinheiro os soldados que haviam guardado o sepulcro,
para que dissessem: “De noite, enquanto dormíamos, vieram os seus discípulos e
roubaram-no. Comenta o Evangelista: E esta mentira divulgou-se entre os judeus até
hoje (Mt 28, 13.15).
Hoje – o dos nossos dias – já não é (só) entre judeus. Há quem defenda, com
argumentos pseudo-históricos, que, aquando do roubo, o corpo de Jesus estava apenas
moribundo. Mas a explicação mais frequente, talvez por parecer menos ridícula, situa-se
no âmbito psicológico: que a ideia da ressurreição de Jesus se formou apenas na mente
dos discípulos, depois de se restabelecerem do choque causado pela morte e na
convicção de que Deus não podia abandonar entre os mortos quem tanto a Ele se
entregara na instauração do seu Reino. Portanto, o único dado histórico seria este
processo de formação da ideia. Tudo o resto, incluindo a ordem física da ressurreição, é
excluído. Mas até esta teoria é rejeitada de diversos modos, e já no Novo Testamento:
– Pelo estado em que se encontravam os discípulos: “Longe de nos apresentar uma
comunidade tomada de exaltação mística, os evangelhos apresentam-nos os discípulos
abatidos (de «rosto sombrio» Lc 24, 17) e apavorados (cf. Jo 20, 19)” (CIC 643).
– Pela sua reação às primeiras notícias: “Não acreditaram nas santas mulheres,
regressadas da sua visita ao túmulo, e «as suas narrativas pareciam-lhes um desvario»
(Lc 24, 11)” (Ibidem).
– Por idêntica resistência, quando eles próprios se viram confrontados com a realidade
de Jesus ressuscitado: “Parecia-lhes impossível: julgavam ver um fantasma (cf. Lc 24,
37). «Por causa da alegria, estavam ainda sem querer acreditar e cheios de assombro»
(Lc 24, 41). Tomé experimentará a mesma provação da dúvida (cf. Jo 20, 24.27)”
(Ibidem 644).
– Pelo realismo com que o Ressuscitado, por vezes, é apresentado: “Estabeleceu com os
discípulos relações directas, através do contacto físico (cf. Lc 24, 39) e da participação
na refeição (cf. Lc 24, 30.41-43; Jo 21, 9.13.13-15)” (Ibidem 645).
Se tudo isto ultrapassa a capacidade explicativa da razão humana é porque se
tratava de um acontecimento transcendente: “Com efeito, ninguém foi testemunha
ocular do acontecimento da ressurreição propriamente dito e nenhum evangelista o
descreve. Ninguém pôde dizer como ela se deu, fisicamente” (Ibidem 647).
A isso corresponde o modo, igualmente sobrenatural, como Cristo se manifesta:
o seu “corpo autêntico e real, possui, ao mesmo tempo, as propriedades de um corpo
glorioso: não está situado no espaço e no tempo, mas pode, livremente, tornar-se
presente onde e quando quer, porque a sua humanidade já não pode ser retida sobre a
terra e já pertence ao domínio exclusivo do Pai (cf. Jo 20, 17) ” (Ibidem 643). Isto já
mostra que a sua ressurreição “não foi um regresso à vida terrena, como no caso das
ressurreições que Ele tinha realizado antes da Páscoa: a filha de Jairo, o jovem de Naim
e Lázaro (…). A ressurreição de Cristo é essencialmente diferente. No seu corpo
ressuscitado, Ele passa do estado de morte a uma outra vida, para além do tempo e do
espaço. O corpo de Cristo é, na ressurreição, cheio do poder do Espírito Santo; participa
da vida divina no estado da sua glória” (Ibidem 646).
Significa, então, que, na apreensão de tudo isto, é de excluir totalmente a razão
humana? De modo algum. O que aconteceu com Cristo corresponde ao que todo o ser
humano mais deseja e que a razão bem conhece: a aspiração inata à imortalidade, à
vitória total sobre a morte. Só que, com isto, a razão não pode “fabricar” um
acontecimento que se deve exclusivamente a Deus. Um mistério, portanto, só acessível
à fé, que se apoia em razões que a razão desconhece, mas que, nem então, deve rejeitar,
nomeadamente na interpretação dos sinais que esse acontecimento deixou na história.
Vejamos dois deles.
2. A descoberta do sepulcro vazio
Seguimos a versão mais antiga – a de Mc 16, 1-8 – em que o autor, com o seu
jeito de narrar, nos leva, se mais não for pela simples curiosidade, a acompanhar as três
mulheres a caminho do sepulcro. Admiramos a sua persistência em seguir Jesus, já
manifestada antes. Ao contrário dos restantes discípulos, elas mantiveram-se fiéis a
Jesus até à morte (Mc 15, 40). O óleo e os perfumes que levam, destinam-se à unção do
cadáver. E a questão que lhes surgiu (só) durante o caminho, sobre a pedra que lhes irá
vedar a entrada, confirma a sua expectativa de encontrar apenas um defunto. Factores
que só contribuem para reforçar a sua surpresa… e a nossa, quando nos deparamos com
a pedra afastada. E se ela era muito grande, como é dito, quem teria sido capaz de a
remover?! Se admiração houve, rapidamente se transformou em susto, com a presença
de uma figura sobre-humana: um jovem sentado à direita, vestido com uma túnica
branca, a cor celeste. E a mensagem que o anjo comunica só pode vir – no seu conteúdo
– do mesmo Deus que tudo pode: só Ele podia fazer de um crucificado morto um
ressuscitado glorioso – o Deus que dá vida aos mortos e chama à existência o que não
existe, comenta S. Paulo também a este propósito (Rm 4, 17).
Este facto, atribuído unicamente à intervenção de Deus, é um apelo à fé - um caminho
pelo qual os discípulos tiveram tanta dificuldade em seguir, por lhes faltar aquela fé que
só o Ressuscitado lhes pode conceder.
3. As aparições do Ressuscitado
Não sabemos quantas foram. A lista maior é a de 1 Cor 15, 1-11. Mas nem essa
é exaustiva. Esta incerteza quanto ao número, acrescido de divergências entre os
escritos do Novo Testamento relativamente a alguns pormenores das aparições, só
confirma o que já constatámos: que a Ressurreição de Cristo é humanamente impossível
de abarcar em todos os seus aspectos e consequências.
As divergências prendem-se, pelo menos em parte, com o acentuar de alguns
desses aspectos e, sobretudo, com a intenção comum a todos os seus autores: não lhes
interessa satisfazer a curiosidade meramente histórica dos leitores, mas despertá-los
para a fé. E, neste ponto, o referido texto de Paulo é especialmente elucidativo: as
manifestações do Ressuscitado foram, e são, uma graça de Deus que transformou
radicalmente as vidas daqueles que a tiveram. Ele acentua-o em relação a si próprio: três
vezes recorre ao termo graça, no versículo 10. É que, no seu caso, ela foi
particularmente clara, uma vez que, como ele diz, persegui a Igreja de Deus (v. 9). Mas,
nomeadamente pelos seus efeitos, também o que se passou com todos os outros foi uma
pura graça de Deus. Em quê, concretamente?
– Primeiro, pela condição em que Cristo se manifesta: como crucificado ressuscitado.
Na medida em que Ele morreu pelos nossos pecados, segundo as Escrituras e foi
sepultado, por isso é que Ele foi ressuscitado ao terceiro dia, segundo as Escrituras, e
apareceu a Cefas e depois aos Doze (vv. 3b-5). O amor com que, na morte, se entregou
a Deus, por causa dos pecados da humanidade e para deles a libertar, corresponde ao
amor de Deus, documentado na Escritura, de tal modo que, nessa morte ou com esse
amor, Ele venceu o pecado e a morte para sempre e, com esse mesmo amor, se
manifestou a tantos que, uns mais do que noutros, eram indignos desse amor.
– Portanto, a própria aparição é uma graça, ou melhor: é o mesmo amor totalmente
gratuito, manifestado na morte e ressurreição, que agora – na aparição – é actualizado.
Concretizando: Paulo apercebeu-se do amor inesgotável e vitorioso de Cristo, (também)
por Ele lho ter manifestado. Em Paulo ainda mais, porque é a um inimigo que Ele
aparece a amar. E é no perdão que o amor tem mais peso.
– Finalmente, é uma graça que se prolonga naqueles que por ela se deixam possuir.
Depois de (no v. 10) confessar que pela graça de Deus sou o que sou (Apóstolo do
Crucificado Ressuscitado), Paulo acrescenta: E a graça que me foi dada, não foi estéril.
Pelo contrário, tenho trabalhado mais do que todos eles. Trabalhado mais, talvez por
ter recebido mais graça. De qualquer modo, conclui: Não eu, mas a graça de Deus que
está comigo.
ILUMINADOS PELO EVANGELHO
Leitura bíblica e reflexão, com a possibilidade dos participantes fazerem a
sua partilha – 15 min.
Para iluminar a experiencia pascal partilhada, o(a) Animador(a) apresenta os
textos bíblicos queseguem,:
Leitor 1 - Do Evangelho de S. Marcos:
Depois de passar o sábado,
Maria Madalena, Maria, mãe de Tiago, e Salomé
compraram aromas para irem ungir Jesus.
E no primeiro dia da semana, partindo muito cedo,
chegaram ao sepulcro ao nascer do sol.
Diziam umas às outras:
Quem nos irá revolver a pedra da entrada do sepulcro?
Mas, olhando, viram que a pedra já fora revolvida;
e era muito grande.
Entrando no sepulcro,
viram um jovem sentado do lado direito,
vestido com uma túnica branca,
e ficaram assustadas.
Mas ele disse-lhes:
Não vos assusteis.
Procurais a Jesus de Nazaré, o Crucificado?
Ressuscitou: não está aqui.
Vede o lugar onde O tinham depositado.
Agora ide dizer aos seus discípulos e a Pedro
que Ele vai adiante de vós para a Galileia.
Lá o vereis, como vo-lo disse.
Saíram, fugindo do sepulcro,
pois estavam a tremer e fora de si.
E não disseram nada a ninguém, porque tinham medo. (Mc 16, 1-8)
O anúncio do Evangelho é confirmado na pregação de S. Paulo:
Leitor 2 - Da Primeira Epístola de S. Paulo aos Coríntios:
Cristo morreu pelos nossos pecados, segundo as Escrituras;
foi sepultado e ressuscitou ao terceiro dia,
segundo as Escrituras,
e apareceu a Cefas e depois aos Doze. (1 Cor 15, 3b-5)
Os textos são interiorizados ao jeito da Lectio Divina, como têm vindo a fazer:
1 – O que dizem os textos bíblicos em si?
O primeiro texto, do Evangelho de S. Marcos, fala – nos das mulheres que
“depois de passar o sábado”, logo de manhazinha, foram ao sepulcro, com aromas para
ungir o corpo de Jesus e não O encontraram. Ficam muito perplexas, porque ao
chegarem, até a pedra do sepulcro já estava retirada sem que elas tivessem visto quem a
retirou. E há uma personagem estranha - “um jovem, vestido com uma túnica branca”
que lhes vem ao encontro e lhes anuncia que Aquele que elas procuram, não está ali.
Convida - as a entrar no sepulcro para que se certifiquem do ocorrido, porque Jesus
ressuscitara e já vai a caminho da Galileia, para onde elas devem seguir a dar a Boa
Nova aos discípulos de Jesus e a Pedro. Com tudo isto, as mulheres ficam fora de si,
fogem do sepulcro a tremer e cheias de medo. Não se nota nelas qualquer sinal de
alegria pela notícia da ressurreição de Jesus, apenas perplexidade e temor, porque tudo
aquilo era muito estranho para elas. Contudo, este relato é importante: sinaliza que de
facto algo de estranho se passou em torno da sepultura onde o corpo de Jesus fora
depositado após a sua morte. Mas a ressurreição de Jesus só seria confirmada nas
aparições do Ressuscitado, que se seguem a este cenário do sepulcro vazio.
O segundo texto, a carta de S. Paulo aos cristãos de Corinto, já com base na
experiência das aparições do Senhor ressuscitado, confirma o facto da ressurreição, ao
terceiro dia, d’Aquele que morreu pelos nossos pecados, “segundo as Escrituras”. Deste
modo confirma que Jesus, agora ressuscitado, é verdadeiramente Aquele que realiza
todas as profecias que a Seu respeito foram anunciadas. Este texto de S. Paulo faz o
anúncio da ressurreição de Jesus ao mundo, como uma certeza, porque experienciada
por muitos dos seus seguidores protagonistas das suas aparições: por Cefas ( Pedro) e os
Doze, de que fala o texto... e por muitos, muitos outros.
2 – Que nos dizem a nós estes textos bíblicos?
Durante um breve momento de silêncio, cada um é convidado a reler os textos
tentando responder a esta questão: o que me dizem a mim estes textos?
Refletindo…
A ressurreição de Jesus foi e será sempre um desafio à fé: um desafio, porque
ninguém foi testemunha desse facto; só mesmo na pregação dos primeiros seguidores de
Jesus, que a partir da sua experiencia de terem estado com o Ressuscitado, atestam ser
verdade o mesmo Cristo, que fora pregado na cruz, agora estar vivo; só nesse anúncio
assenta a certeza da fé da Igreja na ressurreição de Jesus. Pois, como nos diria S. Paulo,
na verdade, se Cristo não ressuscitou é vã a nossa fé e permanecemos ainda nos nossos
pecados. E se temos a esperança em Cristo só para esta vida, somos os mais miseráveis
de todos os homens. Mas não! Cristo ressuscitou dos mortos, como primícias dos que
morreram (cf 1Cor 15,14-20). É nesta fé no Ressuscitado, n’Aquele que foi o vencedor
da morte e do mal para sempre, que reside a esperança da nossa salvação em Cristo.
3 – Que dizemos nós ao Senhor, em resposta à sua Palavra?
O (a) Animador(a) convida a uma atitude orante, pessoal e, após pequeno
silêncio, a um momento de partilha… feito livremente e de forma breve.
A concluir, pode propor, como confissão de fé comum na ressurreição do
Senhor, com o cântico Ressuscitou, aleluia do Guia do Catequista, p.593 ( que pode ser
apenas entoado por vozes alternadas):
Refrão: Ressuscitou, ressuscitou, ressuscitou, aleluia!
Ressuscitou, ressuscitou, ressuscitou, aleluia!
1. Na sua dor os homens encontraram, uma pura semente de alegria,
o segredo da vida e da esperança: ressuscitou o Senhor Jesus!
2.Os que choravam cessarão o pranto, brilhará novo sol nos corações.
Pode o homem cantar o seu triunfo: ressuscitou o Senhor!
Refrão: Ressuscitou, ressuscitou, ressuscitou, aleluia!
Ressuscitou, ressuscitou, ressuscitou, aleluia!
( podem rezar – se mais estrofes…cf. Letra do cântico )
4 – Que conversão da mente, do coração e da vida nos pede o Senhor?
O (a) Animador(a), perante os relatos bíblicos que acabam de meditar e rezar,
convida os pais/famílias a assumirem um propósito que comprometa a vida, e o
registem numa pequena vela, símbolo da vida do Ressuscitado, ( em papel grosso ou
cartolina) . Servirá de “lembrete” a ser posto em prática, individualmente ou em família
durante o tempo pascal...
Como complemento, para ajudar à conversão da mente, do coração e da vida, o
(a) Animador(a) pode apresentar ainda o seguinte texto do Papa Francisco, dirigido às
famílias, que pode ser entregue aos presentes ou enviado por email:
A oração em família é um meio privilegiado para exprimir e reforçar a fé pascal.
Podem encontrar – se alguns minutos cada dia para estarem unidos na presença do
Senhor vivo, dizer – lhe as coisas que os preocupam, rezar pelas necessidades
familiares, orar por alguém que está a atravessar um momento difícil, pedir – lhe
ajuda para amar, dar – lhe graças pela vida e as coisas, suplicar à Virgem que os
proteja com o seu manto de Mãe. Com palavras simples, este momento de oração
pode fazer muito bem à família…O caminho comunitário da oração atinge o seu
ponto culminante ao participarem juntos na Eucaristia, sobretudo no contexto do
descanso dominical. Jesus bate à porta da família, para partilhar com ela a Ceia
Eucarística ( cf Ap 3,20). Aqui, os esposos podem voltar incessantemente a selar a
aliança pascal que os uniu e reflete a Aliança que Deus selou com a humanidade na
Cruz. (cf. Amoris Laetitia, 318)
II - Catequese das crianças:
“Este homem era Filho de Deus”; “Se alguém quiser seguir – me”
(síntese das cat.21 e22)
O(a) Catequista, depois de acolher as crianças, como é habitual, ajuda-as a
partilharem o que foi a sua vivência das festas pascais, em casa e na paróquia. Depois, o
que aprenderam com os pais, no Diálogo em Família. Partindo dessa partilha, e tendo
em conta o que fora feito, no final da 6ª etapa, por pais e filhos, com as catequeses 21e
22: Este homem era filho de Deus ( Mc 15, 39)”; e Se alguém quiser seguir-me…(Mc
8,34), o(a) Catequista procura fazer agora uma síntese dessas duas catequeses, com o
seu grupo de crianças.
Sendo estas duas catequeses de um conteúdo muito denso e interligado, e apesar
de, a seu modo, já terem sido realizadas, agora, a partir de toda a experiencia pascal,
vivida pelo exercício da via sacra e das festas pascais, é importante ajudar as crianças a
fazer uma síntese vital, percebendo como é que o seguimento de Jesus - que assim, na
sua morte e ressurreição, nos dá tão grande prova do seu amor por nós - se concretiza no
dia a dia da nossa vida. Esta síntese com as crianças em separado, não é tanto para reter
conhecimentos, mas é sobretudo para captarem o que de essencial essas catequeses
dizem e comprometem a vida de cada cristão.
Tendo em conta esse objetivo, e a partir do Guia do Catequista, pp.405-440, o(a)
Catequista terá que preparar antecipadamente essa síntese. No diálogo com as crianças,
poderá utilizar o painel /cruz feita com os 14 textos da via sacra (Guia do Catequista,
p.419), de onde poderá destacar os principais aspetos, por exemplo:
- Jesus é condenado e morto, por se dizer Messias e Filho de Deus: E nós? –
Acreditamos em Jesus? Falamos disso aos amigos ou temos vergonha de dizer que
acreditamos n’Ele?..
- Jesus quando estava para morrer, rezou e abandonou-se totalmente nas mãos do
Pai. E nós? - Quando as coisas não vão bem, como fazemos? Quando contamos com
Deus? Quando e para quê rezamos?..
- Muitos O abandonaram ( Judas traiu - o, Pedro negou - o, os outros fugiram…).
E nós? -Também podemos trair Jesus?.. Como?.. - O que fazemos para não O
abandonar, como os outros?..
- De que modo e com que ações podemos mostrar que queremos seguir Jesus na
nossa vida, sempre?..
Depois deste diálogo, a última palavra será para lembrar às crianças que a
ressurreição de Jesus foi a prova máxima, dada por Deus, de que “este homem era
verdadeiramente o Filho de Deus”- como afirmara o centurião, ao ver Jesus na cruz. A
terminar o diálogo e como Expressão de Fé, sugere-se o refrão e as estrofes 7 e 8, do
cântico/oração “Glória a Ti, Senhor Jesus” que vem no Guia do Catequista, p. 592.
3ª Semana
Diálogo em família: Ressuscitou: não está aqui (Mc 16,6 )
Durante esta semana, os pais a partir da catequese 23, do Guia dos Pais, pp.
157-161, e com a ajuda do catecismo da criança, pp.97-100, tendo também em conta o
que aí se diz aos pais no espaço Em Família, vão dialogar com os filhos ajudando – os a
reviver o mistério da morte e ressurreição de Jesus Cristo, envolvendo – as, tanto quanto
possível, no acontecimento. Para esse envolvimento, muito vão ajudar as atividades
propostas e o texto bíblico, tal como se apresentam.
É importante sublinhar a ligação do túmulo vazio onde o corpo de Jesus foi
depositado, com o facto da sua ressurreição para uma vida nova, apresentando esta
como o triunfo sobre a morte; que de facto pela ressurreição a morte foi derrotada. Esta
é a grande Boa Nova que deve ser anunciada com aleluias de festa a toda a gente. E este
é o compromisso a incutir nesta catequese. Relacionado com esse compromisso tenham
– se em conta as indicações para a Folha A Palavra de Deus na minha vida.
4ª Semana
Domingo em Família…
…Em família cristã, vivendo o Dia do Senhor
Antes da Eucaristia, pais e filhos, têm o seu encontro na paróquia, em
simultâneo. Num primeiro momento, os pais preparam o próximo Diálogo em Família
com o (a) Animador, sobre a catequese 24 do Guia do Catequista, e os filhos têm a sua
catequese paroquial. Num segundo momento, pais e filhos preparam a sua participação
na celebração eucarística da comunidade, sabendo que esta participação - das crianças e
dos pais em Catequese Familiar, feita em comunhão com o pároco e com as outras
pessoas que atuam nas funções litúrgicas da celebração - é da máxima importância. Por
isso, mesmo que esta preparação possa representar para os pais, os catequistas e as
crianças, um acréscimo de cuidado e de responsabilidade, não deve deixar de se fazer,
pois é com o contributo de todos, que a vida da comunidade cristã se dinamiza e cresce.
Em diálogo com a comunidade, pais e filhos participam naquilo que se apresentar
conveniente e oportuno na ocasião…
I - Encontro de Pais:
Pedras vivas de um templo espiritual ( 1 Pe 2,5) ( cat. 24 )
EXPERIÊNCIA HUMANA
Trabalho em pequenos grupos – 20 min.
Os pais, em pequenos grupos, refletem sobre o seguinte texto que lhes é
apresentado em folha de papel ou projetado de forma que todos possam ler:
“Sendo animada pelo Espírito Santo, a Igreja é todavia formada por pessoas
humanas limitadas. Desde os primeiros séculos a Igreja é entendida como mistério. No
nosso século, provocada pela descristianização do mundo moderno, a Igreja procura no
Evangelho e na doutrina dos Padres da Igreja, inspiração para a sua renovação. O
Concílio Vaticano II realizado em 1965, leva à prática esta renovação: Igreja
sacramento de salvação é uma característica da eclesiologia conciliar que implica uma
renovação constante da Igreja, de modo a poder ser sinal significativo de Jesus Cristo
em cada época da história.”
( Adaptado de: Esta é a nossa fé, Manuel Pelino-António Marto, pp.231-232)
Perguntamo – nos:
- Como entender a Igreja como “mistério”? E como “sacramento de salvação”?
- O que significa a Igreja ser “sinal significativo de Jesus Cristo em cada época da
história”? – Não pode ser “sinal significativo” sem se renovar?
- Será que a Igreja tem conseguido a renovação proposta pelo Concílio Vaticano
II? - Em que aspetos verificamos essa renovação?
- Em quê e como podemos nós colaborar para que a Igreja na nossa época seja
“sinal significativo”?
Os textos que se seguem, ajudam – nos a perceber o mistério da Igreja:
1. Cristo: sem a Igreja?
Há quem o diga abertamente: “Cristo, sim; mas Igreja, não.” Muitos outros,
mesmo cristãos, não o dizendo, comportam-se como se o dissessem: na prática, vivem à
margem da Igreja a que pertencem. As razões são muitas: experiências negativas da
parte da Igreja, nomeadamente de dirigentes seus; falta de uma formação cristã que
convença e conquiste para a consciência e o sentido de Igreja…Com tudo isto prende-se
aquilo a que D. António Marto (na carta pastoral “Ir ao coração da Igreja”, Diocese de
Leiria-Fátima 2009, n.1.3) chama “imagens desfocadas ou mesmo deturpadas da
igreja.” Apresenta cinco, das quais as três primeiras têm mais a ver com a paróquia, e as
restantes com a Igreja universal:
– “Na mente de muitas pessoas, o modelo mais comum é o da paróquia – estação ou
agência de serviços, uma espécie de supermercado religioso. Tal como se vai comprar o
que faz falta, assim se vai à Igreja “encomendar” o baptismo, o crisma, o casamento, o
funeral, etc.. O padre é visto como funcionário do culto e os cristãos como clientes ou
consumidores do religioso.”
– “Há também, e até concomitantemente, o modelo de paróquia – arquipélago,
constituída por uma série de lugares, associações, grupos, movimentos, confrarias, em
que cada uma das realidades constitui uma ilha fechada sobre si mesma. Todos
caminham por linhas paralelas, sem um espírito de comunhão e sem um projecto
pastoral comum que os una, anime e galvanize o caminhar juntos na mesma direcção.
Quantas rivalidades, quantos conflitos e ciúmes podem surgir dentro das comunidades e
entre elas por causa desta atitude.”
– “Encontramos ainda a concepção da paróquia – ilha ou feudo isolado, em que o
pároco é, por vezes, o único soberano e onde se ignora, completamente, a relação da
comunhão pastoral com as paróquias da vigararia, com a Igreja diocesana e com a Igreja
universal.”
– No âmbito universal, “a imagem da Igreja, muitas vezes transmitida pelos meios de
comunicação, é a de uma grande e poderosa organização internacional da religião
cristã: à semelhança de outras grandes organizações, é representada por especialistas (os
altos cargos oficiais) e é competente para satisfazer as necessidades religiosas.
Assemelhar-se-ia a uma multinacional cuja central seria Roma e cujas filiais ou
sucursais seriam as dioceses e as paróquias.”
– “Por vezes, também se veicula a ideia da Igreja como uma Organização Não
Governamental (ONG) de beneficência ou solidariedade social, uma espécie de «cruz
vermelha» para os males sociais; ou ainda como uma agência de moralidade, qual
polícia que vela pelos bons costumes.”
Conclusão desta análise: “Quem vê a Igreja assim, com o olhar desfocado, não lhe
descobre a beleza, não lhe encontra gosto, não sente afecto por ela nem alegria em
pertencer-lhe.” E é de perguntar se, subjacente a isto, não estará também um olhar
igualmente desfocado e incompleto de Cristo e da sua relação intrínseca com a Igreja.
2. De Cristo para a Igreja
Para mostrar como a Igreja foi “instituída por Cristo”, de tal modo que Cristo é
impensável sem a Igreja, o Catecismo da Igreja Católica parte da missão de Cristo: a de
como “Filho realizar, na plenitude dos tempos, o plano de salvação do seu Pai” – no
anúncio do seu Reino. “Para cumprir a vontade do Pai, Cristo inaugurou na terra o
Reino dos Céus. A Igreja «é o Reino de Cristo já presente em mistério» (LG 3)” (CIC
763). Para esta dimensão eclesial do Reino de Deus contribuíram, particularmente, três
componentes ou momentos da actividade messiânica de Jesus:
– A congregação dos seus discípulos, isto é, dos que aderiram, pela fé, ao seu
Evangelho do Reino de Deus: “Acolher a palavra de Jesus é «acolher o próprio Reino»
(LG 5). O germe e o começo do Reino é o «pequeno rebanho» (Lc 12, 32) daqueles que
Jesus veio congregar ao seu redor e dos quais Ele próprio é o Pastor (cf. Mt 10, 16; 26,
31; Jo 10, 1-21). Eles constituem a verdadeira família de Jesus (cf. Mt 12, 49). Àqueles
que assim juntou em redor de si, ensinou uma nova «maneira de agir», mas também
uma oração própria (cf. Mt 5-6)” (Ibidem 764).
– A estruturação da comunidade dos discípulos em vista do futuro: “O Senhor Jesus
dotou a sua comunidade duma estrutura que permanecerá até ao pleno acabamento do
Reino. Temos, antes de mais, a escolha dos Doze, com Pedro como chefe (cf. Mc 3, 1415). Representando as doze tribos de Israel (cf. Mt 19, 28; Lc 22, 30), são pedras do
alicerce da nova Jerusalém (cf. Ap 21, 12-14). Os Doze e os outros discípulos
participaram na missão de Cristo, do seu poder, mas também da sua sorte (cf. Mt 10, 25;
Jo 15, 20). Com todos estes actos, Cristo prepara e constrói a Igreja” (Ibidem 765).
- O dom da vida na cruz: “Mas a Igreja nasceu principalmente do dom total de Cristo
pela nossa salvação, antecipado na instituição da Eucaristia e realizado na cruz. «Tal
começo e crescimento da Igreja exprimem-nos o sangue e a água que manaram do lado
aberto de Jesus crucificado» (LG 3). Porque «foi do lado de Cristo adormecido na cruz
que nasceu o sacramento admirável de toda a Igreja (SC 5). Assim como Eva foi
formada do costado de Adão adormecido, assim a Igreja nasceu do coração trespassado
de Cristo, morto na cruz” (Ibidem 766).
E que, depois do acontecimento pascal da morte e ressurreição de Cristo, a conversão e
adesão da fé a Ele implica necessariamente a integração na Igreja, por Ele fundada e na
qual permanece como Senhor, é dito em várias páginas do Novo Testamento.
3. Da Igreja para Cristo
Que, consequentemente, também a Igreja é impensável sem Cristo, não só na
sua origem, mas também nas suas actividades e missão, pode ver-se em 1 Ped 2, 4-10
com a imagem do edifício – o templo em que o Povo de Deus é por Ele constituído em
assembleia (o significado original de “igreja”):
– Entramos nela pela aproximação (de fé) a Cristo Senhor – pedra viva, rejeitada pelos
homens, mas escolhida e preciosa aos olhos de Deus (v. 4). Trata-se de uma
apresentação da morte e ressurreição de Cristo com base no Sl 117/118, 22-23, muito
citado no Novo Testamento e que, na origem, se aplicava ao povo de Israel, à sua
passagem da morte à vida, com a libertação do Egipto e da Babilónia.
– Em comunhão com Cristo, tornamo-nos, também nós, pedras vivas e, como tal,
entramos na construção de um edifício espiritual (v. 5), isto é, animado pelo mesmo
Espírito de que vive Cristo. A vitalidade manifesta-se, antes de mais, na Comunhão
Fraterna, vivida num intenso amor mútuo, o mesmo que é proclamado pela Palavra que
anuncia o vitorioso amor de Jesus Cristo (1, 22-25).
– Nessa condição, formamos também um sacerdócio santo, cujo fim é oferecer
sacrifícios espirituais agradáveis a Deus por Jesus Cristo (v. 5). Como santos, isto é,
propriedade de Deus (v. 9), distinguimo-nos dos incrédulos que tropeçam em Cristo (vv.
6-8), mas não os excluímos. Pelo contrário: somos sacerdotes, na medida em que tudo
fizermos para os conquistar para o Deus de Jesus Cristo. Se por todos Ele deu a vida,
não há sacrifício que mais lhe possa agradar do que proclamarmos as maravilhas
daquele que nos chamou das trevas para a sua luz admirável (v. 9).
– Trata-se, portanto, de um testemunho da própria experiência salvífica e que se realiza,
sobretudo, por um modo de ser e estar no mundo que seja uma expressão viva da
mensagem que anunciamos. E se por isso, isto é, por causa do bem que fazemos,
recebermos em resposta incompreensões e até perseguições? – Então, diz-nos S. Pedro:
Não temais as suas ameaças, nem vos deixeis perturbar; mas, no íntimo do vosso
coração, confessai a Cristo como Senhor, sempre dispostos a dar a razão da vossa
esperança a todo aquele que vo-la peça (3, 14-15).
Não nos esqueçamos de que foi em tempos como esses – quando S. Pedro
escreveu esta sua carta, e posteriormente – que a Igreja melhor realizou a sua missão e
mais gente conquistou para Cristo. É nessas alturas “de crise”, como dizemos hoje, que
mais sentimos a energia e a firmeza, a luz e o discernimento que brotam e irradiam do
seu amor omnipotente e inesgotável, como pedra angular e cabeça do edifício e corpo
que é a sua Igreja: nós e aqueles a quem O anunciamos. Veja-se o que acontece com
tantos catequistas e catequizandos que aprendem a voltar-se para Cristo, no meio das
maiores tribulações!
ILUMINADOS PELO EVANGELHO
Leitura bíblica e reflexão, com a possibilidade dos participantes fazerem a
sua partilha – 15 min.
Os seguintes textos bíblicos iluminam a reflexão partilhada sobre a Igreja:
Leitor 1 - Da Primeira Epístola de São Pedro:
Aproximai-vos d’Ele,
que é a pedra viva, rejeitada pelos homens,
mas escolhida e preciosa aos olhos de Deus.
E vós mesmos, como pedras vivas,
entrai na construção deste templo espiritual,
para constituirdes um sacerdócio santo,
destinado a oferecer sacrifícios espirituais,
agradáveis a Deus por Jesus Cristo. (1 Ped 2, 4-10):
Leitor 2 – Do Evangelho segundo São Mateus:
Naquele tempo,
Jesus foi para os lados de Cesareia de Filipe
e perguntou aos seus discípulos:
Quem dizem os homens que é o Filho do Homem?
Eles responderam:
Uns dizem que é João Baptista,
outros que é Elias,
outros que é Jeremias ou algum dos profetas.
Jesus perguntou:
E vós, quem dizeis que Eu sou?
Simão Pedro tomou a palavra e disse:
Tu és o Messias, o Filho de Deus vivo.
Jesus disse – lhe em resposta:
« És feliz Simão, filho de Jonas
porque não foi a carne nem o sangue que to revelou,
mas o meu Pai que está no Céu. Também eu te digo:
Tu és Pedro e sobre esta Pedra edificarei a minha Igreja,
e as portas do Abismo nada poderão contra ela.
Dar-te-ei as chaves do Reino do Ceu;
tudo o que ligares na terra ficará ligado no Céu
e tudo o que desligares na terra será desligado no Céu » (Mt 16, 13- 19).
Os textos são interiorizados ao jeito da Lectio Divina, como têm vindo a fazer:
1 – O que dizem os textos bíblicos em si?
O primeiro texto da Carta de S. Pedro apresenta - nos a Igreja no seu mistério:
como uma construção espiritual, como um templo para a glória de Deus, onde se oferecem
“sacrifícios agradáveis a Deus por Jesus Cristo”. - Porque Ele, nesse templo - numa alusão
clara ao seu mistério pascal - apesar de ter sido rejeitado pelos homens, é verdadeiramente
a Pedra Angular onde assenta toda a construção. E nós somos convidados a entrar na
construção desse tempo, como pedras vivas - na condição de pessoas vivas que somos - a
fim de constituirmos um sacerdócio santo para o serviço desse templo santo e espiritual.
O segundo texto de Mt 16, 13-19, fala - nos da Igreja enquanto instituição
fundada por e em Jesus Cristo ( a Pedra Angular da Carta de S. Pedro), tendo por base a
fé inabalável dos Apóstolos na pessoa de Jesus como o Messias de Deus. Expressão
disso, é o diálogo que nos é apresentado entre Jesus e os seus discípulos em Cesareia de
Filipe: “Quem dizem os homens que eu sou?”- Várias são as ideias que as pessoas têm
sobre Jesus. Mas… “e vós, quem dizeis que eu sou?” Era sobretudo importante para
Jesus, saber qual era a posição dos seus discípulos em relação à sua pessoa. E a
confissão de Pedro: Tu és o Messias, o Filho de Deus vivo, diz a Jesus que pode fazer
aquilo que de muito importante quer fazer: passar a Pedro os seus poderes. E responde lhe: És feliz, Simão…também eu te digo: tu és Pedro, e sobre esta Pedra edificarei a
minha Igreja. Por este dom da fé no “Messias, Filho de Deus Vivo”- que lhe é dada, não
“pela carne ou pelo sangue” mas por graça de Deus - Pedro é constituído em Pedra /
Rocha / Fundamento onde assenta a Igreja, cujo e verdadeiro fundamento inabalável é
Jesus Cristo de quem Pedro recebe todo o poder.
Na sua confissão de fé em Jesus, Pedro torna-se o modelo da fé da Igreja; e,
ainda mais do que isso, torna – se o seu guardião e garante dessa mesma fé. A confissão
de fé de Pedro em Jesus Cristo o Messias de Deus, será uma das características
fundamentais da Igreja edificada por Jesus Cristo na Rocha de Pedro.
2 – Que nos dizem a nós estes textos bíblicos?
Durante um breve momento de silêncio, cada um é convidado a reler os textos
tentando responder a esta questão: o que me dizem a mim estes textos?
Refletindo…
Com base na 1ª Carta de S. Paulo aos Coríntios, que nos é lembrada no
Aprofundamento do Tema do Guia do Catequista, na p. 461, podemos deduzir como a
conversão e a adesão à fé no Senhor morto e ressuscitado por nós, implica a integração
na sua Igreja pela porta do batismo, entrando desse modo na construção da mesma
Igreja edificada por Jesus sobre o Apóstolo Pedro:
- É no capítulo 12 (1 Cor 12) que Paulo fala da Igreja, na qual se entra pela fé e o
baptismo; fala da necessidade da confissão de fé: Jesus é Senhor, sob a acção do
Espírito Santo (v. 3), uma fé que é completada pelo baptismo para formar um só corpo
(v. 13) no Corpo de Cristo, que é a Igreja (v. 27) e na qual cada membro é, igualmente,
imprescindível, com o seu carisma próprio - como dom do Espírito para proveito
comum (v. 7), um dom que tem de realizar-se na caridade (cap. 13), a mesma com que
Cristo dá o seu Corpo na cruz e no memorial da Eucaristia (10, 17; 11, 23-26).
Tudo isto pressupõe uma relação espiritual e efetiva com Cristo; mas é assim
que nos tornamos pedras vivas e entramos na construção daquela Igreja, construção
espiritual que Pedro nos apresenta na sua primeira Carta.
3 – Que dizemos nós ao Senhor, em resposta à sua Palavra?
O (a) Animador(a) convida a uma atitude orante, pessoal e, após pequeno
silêncio, a um momento de partilha… feito livremente e de forma breve.
A concluir, pode propor-se que se cante ( ou reze) em conjunto o cântico 22:
“Nós somos as Pedras vivas” da p.594, do Guia do Catequista:
Refrão: Nós somos as pedras vivas do templo do Senhor ( bis)
Povo sacerdotal, Igreja santa de Deus.
Nós somos as pedras vivas do templo do Senhor.
1. Do Senhor é a terra e o que nela existe
O mundo e quantos nele habitam.
Ele a fundou sobre os mares
E a consolidou sobre as ondas.
Refrão…
2. Quem poderá subir à montanha do Senhor?
Quem habitará no seu santuário?
- O que tem as limpas e o coração puro,
Que não invocou o seu nome em vão, nem jurou falso
4 – Que conversão da mente, do coração e da vida nos pede o Senhor?
O (a) Animador(a), perante os relatos bíblicos que acabam de meditar e rezar,
convida os pais/famílias a assumirem um propósito que comprometa a vida, quer
individualmente ou em família...
Como complemento, para ajudar à conversão da mente, do coração e da vida,
apresenta – se o seguinte texto que o do Papa Francisco dirige à sua Igreja:
Não quero uma Igreja preocupada com ser o centro, e que acaba presa num
emaranhado de obsessões e procedimentos. Se alguma coisa nos deve santamente
inquietar e preocupar a nossa consciência é que haja tantos irmãos nossos que
vivem sem a força, a luz e a consolação da amizade com Jesus Cristo, sem uma
comunidade de fé que os acolha, sem um horizonte de sentido e de vida. Mais do
que o temor de falhar, espero que nos mova o medo de nos encerrarmos nas
estruturas que nos dão uma falsa proteção, nas normas que nos transformam em
juízes implacáveis, nos hábitos em que nos sentimos tranquilos, enquanto lá fora
há uma multidão faminta e Jesus repete – nos sem cessar: ”Dai – lhes vós mesmos
de comer”( Mc 6,37). ( cf Evangelii Gaudium, 49)
II - Catequese das crianças:
Ressuscitou: Não está aqui ( Mc 16,6)
O(a) catequista, depois de acolher as crianças e dialogar com elas sobre como foi
o Diálogo em Família que tiveram com os pais em casa, e partindo dessa partilha, faz a
catequese 23:”Ressuscitou, não está aqui”, seguindo o Guia do Catequista, nas pp. 443458. Trata – se de uma catequese que pretende fazer reviver, de forma muito
envolvente, o acontecimento pascal de Jesus em sua morte e ressurreição. A simbólica
da pedra como pedra do sepulcro de Jesus e também como suporte para o Livro da
Palavra, ajuda, já na Experiencia Humana, a criar essa envolvência.
O (a) catequista apoiando – se nos textos bíblicos em que as crianças devem
participar ativamente, ajuda a interiorizar a Palavra e em seguida remete para a
Expressão de Fé, evidenciando o momento orante, no sentido da alegria pela
ressurreição de Jesus, com o cântico: ”Ressuscitou Aleluia”.
Terá em conta as atividades das folhas: ”A Palavra de Deus na minha vida” que se
ligam ao compromisso desta catequese; ajuda as crianças a realizá-las, para deste modo
se comprometerem a serem mensageiras do Evangelho da ressurreição de Jesus aos
outros, fora da sala da catequese.
Num segundo tempo, o(a)catequista ajudará as crianças a prepararem – se para
participar de forma ativa na celebração eucarística da comunidade.
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