Gripe Sazonal - Vigilância Epidemiológica

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DEPARTAMENTO DE SAÚDE PÚBLICA
Gripe Sazonal – Vigilância Epidemiológica
Região de Saúde do Norte – Época 2014/2015
Setembro de 2015
Departamento de Saúde Pública
Programa de Vigilância Epidemiológica da Gripe Sazonal
Ficha Técnica
Título
Gripe Sazonal – Vigilância Epidemiológica
Região de Saúde do Norte – Época 2014/2015
Editor
Administração Regional de Saúde do Norte, I.P.
Rua Santa Catarina, 1288
4000-447 Porto
Presidente do Conselho Diretivo da ARS Norte, I.P.
Prof. Doutor Álvaro Santos Almeida
Departamento de Saúde Pública da ARS Norte, I.P.
Diretora
Dra. Maria Neto
Área Funcional - Vigilância Epidemiológica
Dr. José Rocha Nogueira
Morada
Rua Anselmo Braamcamp, 144
4000-078 Porto
Tel. 220411701 | Fax: 220411738
Autoria
Dr.ª Ana Maria Correia
Dr. Rui Capucho
E-mail de contacto
[email protected]
ii
Departamento de Saúde Pública
Programa de Vigilância Epidemiológica da Gripe Sazonal
Agradecimentos
A todos os profissionais de saúde que colaboram com o registo de síndromes gripais nos serviços de
saúde dos Cuidados de Saúde Primários e nos serviços de Urgência hospitalares. Ao Departamento de
Epidemiologia do Instituto Nacional de Saúde Dr. Ricardo Jorge, pela disponibilização dos dados de
mortalidade diária e ao Centro Hospitalar do Porto pelos dados de vigilância laboratorial. Ao Centro
Hospitalar São João, um agradecimento especial pelos dados laboratoriais e pelos dados de utilização do
serviço de Urgência e das Unidades de Cuidados Intensivos.
iii
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Programa de Vigilância Epidemiológica da Gripe Sazonal
ÍNDICE
Página
1. Introdução
1
2. Metodologia
2
3. Vigilância epidemiológica
3
3.1.
Atividade gripal nos cuidados de saúde primários
3
3.2.
Atividade gripal nos serviços de urgência dos hospitais
5
3.3.
Utilização dos serviços de urgência e das unidades de
cuidados intensivos
7
4. Vigilância laboratorial
4.1.
Centro Hospitalar do Porto
4.2.
Centro Hospitalar de São João
8
8
10
5. Mortalidade por todas as causas
13
6. Situação nacional e europeia
15
7. Comentário final
16
iv
Departamento de Saúde Pública
Programa de Vigilância Epidemiológica da Gripe Sazonal
1. INTRODUÇÃO
O principal objetivo deste relatório é divulgar dados que permitam a caracterização
epidemiológica da atividade gripal na região Norte, entre outubro de 2014 e maio de 2015
(época gripal 2014/2015). A análise da situação na região é complementada com dados
nacionais publicados pelo Instituto Nacional de Saúde (INSA) Dr. Ricardo Jorge e ainda com
dados europeus relevantes, divulgados nos relatórios do European Centre for Disease
Prevention and Control (ECDC).
Durante a época gripal 2014/2015, os constrangimentos no acesso aos dados do Sistema de
Informação das Administrações Regionais de Saúde (SIARS), fonte de dados para a
monitorização da procura dos cuidados de saúde primários e dos serviços de urgência
hospitalares, verificados ao longo da época gripal 2013/2014, mantiveram-se. A inexistência de
dados de alguns hospitais da região também se manteve. Finalmente, à data de execução
deste relatório, os dados disponíveis no SIARS terminam na semana 52 de 2014, pelo que,
lamentavelmente, não é possível apresentar dados relativos ao ano de 2015, para além dos
que já tinham sido apresentados em relatórios parcelares.
1
Departamento de Saúde Pública
Programa de Vigilância Epidemiológica da Gripe Sazonal
2. METODOLOGIA
A análise da situação epidemiológica da gripe, na região Norte, baseia-se em dados
provenientes de diversos sistemas de informação:
•
SIARS, para a procura dos Cuidados de Saúde Primários por síndrome gripal;
•
SIARS, para a procura dos serviços de Urgência hospitalares por síndrome gripal;
•
Resultados laboratoriais da pesquisa de vírus Influenza pelos laboratórios do Centro
Hospitalar do Porto (CHP) e do Centro Hospitalar de São João (CHSJ);
•
Utilização do serviço de Urgência e das Unidades de Cuidados Intensivos do CHSJ;
•
Vigilância Diária da Mortalidade (VDM) por todas as causas, através dos dados
cedidos, pelo INSA, ao Departamento de Saúde Pública (DSP) da Administração
Regional de Saúde do Norte, I.P.
Os principais obstáculos à elaboração do presente relatório foram já referidos no capítulo
anterior. Assim, os capítulos respeitantes à atividade gripal nos Cuidados de Saúde Primários e
nos serviços de Urgência hospitalares são a transcrição do que foi reportado no último
relatório parcelar efetuado1.
1
Administração Regional de Saúde do Norte. Região de Saúde do Norte, Gripe sazonal – Vigilância epidemiológica, 11 de março
de 2015.
2
Departamento de Saúde Pública
Programa de Vigilância Epidemiológica da Gripe Sazonal
3. VIGILÂNCIA EPIDEMIOLÓGICA
3.1. Atividade gripal nos cuidados de saúde primários
Entre a semana 40 de 2014 e a semana 10 de 2015 foram registadas 48086 consultas por
síndrome gripal nos Cuidados de Saúde Primários. Na Figura 1 observa-se a evolução semanal
do número de consultas.
8000
7000
6000
N.º consultas por síndrome gripal
5000
4000
3000
2000
1000
0
40 41 42 43 44 45 46 47 48 49 50 51 52 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
2014
2015
Figura 1 – Evolução semanal do número de consultas por síndrome gripal em Cuidados de Saúde
Primários, semana 40 de 2014 a semana 10 de 2015, região de saúde do Norte (Fonte: SIARS)
O número total de consultas por síndrome gripal, realizadas durante a época gripal anterior,
2013/2014, foi de 303182, número consideravelmente mais baixo do que o registado durante o
período da época 2014/2015 para o qual dispomos de dados.
Na Figura 2 observa-se a evolução do número de episódios de síndrome gripal registados pelos
médicos dos Cuidados de Saúde Primários da região Norte, desde o início de 2010. Nas épocas
2010/2011, 2011/2012 e 2012/2013, o pico de atividade gripal foi sendo sucessivamente mais
tardio: semana 1 de 2011 com 3694 episódios, semana 7 de 2012 com 4196 episódios e
semana 10 de 2013 com 2497 episódios. Nestas duas últimas épocas, o pico de atividade gripal
foi atingido, em ambas as épocas, no final do mês de janeiro: na época 2013/2014, na semana
4 (20 a 26 de janeiro) com 3551 episódios e na época 2014/2015, na semana 5 (26 de janeiro a
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Administração Regional de Saúde do Norte. Departamento de Saúde Pública. Programa de Vigilância Epidemiológica da Gripa
Sazonal. Gripe Sazonal – Vigilância Epidemiológica, Região de Saúde do Norte – Época 2013/2014. Setembro 2014.
3
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1 de fevereiro) com 7284 episódios. Entre o pico da época gripal 2014/2015 e da época
2011/2012 verificou-se uma diferença de 73% no número de episódios registados.
8000
7000
6000
5000
4000
3000
2000
1000
0
1 6 11 16 21 26 31 36 41 46 51 4 9 14 19 24 29 34 39 44 49 2 7 12 17 22 27 32 37 42 47 52 5 10 15 20 25 30 35 40 45 50 3 8 13 18 23 37 42 47 52 5 10
2010
2011
2012
2013
2014
2015
Semana
Ano
Figura 2 – Distribuição dos episódios de síndrome gripal por semana (do início de 2010 à semana 10 de
2015) registados nos Agrupamentos de Centros de Saúde da região Norte (Fonte: R80 e SIARS)
A distribuição etária dos episódios de síndrome gripal, registados ao longo do período em
análise, pode observar-se na Tabela 1.
Tabela 1 – Distribuição dos episódios declarados de síndrome gripal nos Agrupamentos de Centros de
Saúde por grupo etário entre as semanas 40 de 2014 e 10 de 2015 na região Norte (n=47463) (Fonte:
SIARS)
Grupo etário
<1
1-5
6-18
19-59
60-64
≥ 65
Total
N.º casos
149
2160
9541
27547
2653
5413
47463
Percentagem
0,3
4,6
20,1
58
5,6
11,4
100,0
4
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3.2. Atividade gripal nos serviços de urgência dos hospitais
Entre a semana 40 de 2014 e a semana 10 de 2015 foram registadas 9264 consultas por
síndrome gripal nos serviços de Urgência hospitalares e nos serviços de Urgência Básica da
região Norte. Na figura 3 observa-se a evolução semanal do número de consultas por síndrome
gripal, indicando que o pico da atividade gripal, registada naqueles serviços de saúde, ocorreu
na semana 4 de 2015, com 1297 consultas.
1400
1200
N.º consultas por síndrome gripal
1000
800
600
400
200
0
40 41 42 43 44 45 46 47 48 49 50 51 52 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
2014
2015
Figura 3 – Distribuição dos episódios de síndrome gripal registados por semana (40 de 2014 a 20 de
2015) nos serviços de Urgência de Hospitais/SUB da região Norte (Fonte: SIARS)
5
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Na Tabela 2 observa-se a distribuição etária dos episódios declarados, verificando-se que a
maioria dos episódios registados ocorreu em pessoas com idades compreendidas entre os 19 e
os 59 anos.
Tabela 2 – Distribuição dos episódios declarados de síndrome gripal nos Serviços de Urgência dos
Hospitais/SUB da região Norte, por grupo etário, nas semanas 40 de 2014 a 10 de 2015 (Fonte: SIARS)
Grupo etário
<1
1-5
6-18
19-59
60-64
> 65
Total
N.º casos
46
753
2176
4310
462
1517
9264
Percentagem
0,5
8,1
23,5
46,5
5
16,4
100,0
6
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3.3. Utilização dos Serviços de Urgência e das Unidades de Cuidados Intensivos
Entre 5 de janeiro e 8 de março de 2015, o CHSJ enviou, ao DSP, dados sobre a utilização do
serviço de Urgência e das Unidades de Cuidados Intensivos (UCI) do serviço de Urgência de
Adultos, do serviço de Medicina Interna e do serviço de Doenças Infeciosas. Ao longo daquele
período de tempo, para um número médio de atendimentos semanais de 2943 doentes no
serviço de Urgência e um número médio semanal de 60 novos doentes internados em UCI,
estiveram internados, em UCI, 26 doentes com gripe, representando 4,8% do total de doentes
que foram internados naquelas unidades (Tabela 3).
Tabela 3 – Distribuição semanal do número de atendimentos em serviço de Urgência, número de
doentes internados em Unidades de Cuidados Intensivos e número de doentes com gripe internados em
Unidades de Cuidados Intensivos. Centro Hospitalar de São João, semana 2 a 10 de 2015 (Fonte: CHSJ)
Semana
2 (5-11 janeiro)
3 (12-18 janeiro)
4 (19-25 janeiro)
5 (26 janeiro-1
fevereiro)
6 (2-8 fevereiro)
7 (9-15 fevereiro)
8 (16-22 fevereiro)
9 (23 fevereiro-1
março)
10 (2-8 março)
Total
N.º
atendimentos
SU
2985
2985
2960
N.º novos
doentes
internados
em UCI
54
63
68
N.º doentes
com gripe
internados
em UCI
0
0
1
2891
2710
2860
3099
62
60
56
70
1
4
8
8
3046
2950
26486
54
53
540
0
4
26
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4. VIGILÂNCIA LABORATORIAL
4.1. Centro Hospitalar do Porto
O CHP disponibilizou dados relativos ao período que decorreu entre 4 de novembro de 2014 e
22 de abril de 2015. Durante aquele período de tempo, chegaram ao laboratório 237 pedidos
de pesquisa de vírus Influenza, um pedido vindo do exterior e os restantes com origem no
Centro Hospitalar. Destes últimos, 94 provinham do ambulatório, 113 do internamento e 29 de
Unidades de Cuidados Intensivos. Do total de pedidos, 103 eram doentes do sexo feminino
(43%) e 134 do sexo masculino (57%). A distribuição dos pedidos, de acordo com o grupo
etário dos doentes, indica um predomínio considerável do grupo das crianças com menos de
cinco anos de idade (Tabela 4).
Tabela 4 – Distribuição dos pedidos de pesquisa do vírus Influenza por grupo etário. Laboratório do
Centro Hospitalar do Porto, novembro de 2014 a abril de 2015 (Fonte: CHP)
Grupo etário
Total
0-4 anos
5-14 anos
15-44 anos
45-64 anos
65 e + anos
172
25
11
9
20
273
Total
Do total de testes efetuados, 22 (9,3%) foram positivos para o vírus Influenza, sendo catorze
do tipo A e oito do tipo B. O primeiro isolamento ocorreu num doente do sexo feminino, com
idade compreendida entre os 45 e os 64 anos, foi registado no dia 29 de novembro de 2014 e
correspondeu ao tipo B. Entre os vírus Influenza A, foi identificado o subtipo A(H1)pdm09 num
caso, não havendo informação sobre subtipagem nos restantes. A pesquisa de vírus Influenza
foi positiva em cinco das 72 amostras colhidas em crianças com menos de cinco anos de idade,
em cinco das 25 amostras colhidas no grupo 5-14 anos, em quatro das onze amostras colhidas
no grupo 15-44 anos, em três das nove amostras colhidas no grupo 45-64 anos e em cinco das
vinte amostras colhidas nos doentes com 65 ou mais anos de idade. Dos casos com
identificação do vírus Influenza, três eram doentes internados em Unidades de Cuidados
Intensivos. Em seis dos casos com identificação de vírus Influenza, foram também identificados
outros vírus respiratórios, nomeadamente: vírus Parainfluenza em dois casos, vírus Sincicial
Respiratório (VSR) em dois casos, Bocavírus num caso e Adenovírus num caso.
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Nas amostras negativas para o vírus Influenza foram identificados outros vírus: Rinovírus em
33 amostras, VSR em 26 amostras, Metapneumovírus em dezoito amostras, Parainfluenza em
dezassete amostras, Adenovírus em dezasseis amostras, Bocavírus em dez amostras,
Coronavírus em nove amostras e Enterovírus em duas amostras.
9
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4.2. Centro Hospitalar de São João
Entre 1 de outubro de 2014 e 17 de maio de 2015, foi efetuada pesquisa de vírus Influenza no
laboratório do CHSJ em 1289 amostras, sendo 117 (9,1%) positivas. A evolução semanal do
número de pedidos e dos resultados positivos para o vírus Influenza encontra-se na Figura 4.
90
80
Total pedidos
70
Positivos
60
50
40
30
20
10
0
40 42 44 46 48 50 52
2
4
6
8
10 12 14 16 18 20
Figura 4 – Distribuição semanal do número de pedidos de pesquisa de vírus Influenza e do número de
resultados positivos. Laboratório do Centro Hospitalar São João, semana 40 de 2014 a 20 de 2015
(Fonte: CHSJ)
Para um número médio semanal de 39 pedidos, entre a semana 1 e a semana 15 de 2015, o
número de pedidos foi superior à média. Foi entre a semana 2 e a semana 7 de 2015 (5 de
janeiro a 15 de fevereiro) que se registou o maior número de amostras positivas, período
durante o qual se verificou alguma estabilidade nos resultados. O primeiro resultado positivo
registou-se no dia 27 de novembro de 2014 (semana 48), numa criança do sexo masculino,
com 7 meses de idade, na qual houve identificação do vírus Influenza A.
Das 117 amostras positivas, foi identificado o tipo de vírus em 116 casos, sendo 85 do tipo A
(73%) e 31 (27%) do tipo B. Em apenas oito casos de identificação do vírus Influenza A foi feita
a subtipagem: cinco casos H3N2 e três casos H1N1.
10
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Programa de Vigilância Epidemiológica da Gripe Sazonal
Do total de 117 resultados positivos para vírus Influenza, em nove dos casos tratava-se de
pedidos vindos de outros hospitais. Dos 108 resultados positivos com origem no CHSJ, a
distribuição por serviço de origem foi a seguinte: 48 do serviço de Urgência, 23 de Unidades de
Cuidados Intermédios ou Intensivos, dezassete de diversos serviços de internamento, treze da
Consulta Externa e sete da Unidade de Transplantes Renais.
A distribuição dos resultados positivos para vírus Influenza por grupo etário (Tabela 4) mostra
que o maior número de resultados positivos se observou no grupo etário dos adultos com
idades compreendidas entre os 45 e os 64 anos. No entanto, foi no grupo etário dos com 65 e
mais anos que a proporção de amostras positivas foi maior.
Tabela 4 – Distribuição dos resultados para o vírus Influenza por grupo etário no Laboratório do Centro
Hospitalar de São João, outubro de 2014 a maio de 2015 (Fonte: CHSJ)
Grupo etário
0-4 anos
5-14 anos
15-44 anos
45-64 anos
65 + anos
Total
Total
584
108
142
206
249
1289
Positivos
13
2
20
37
45
117
Percentagem
2,2
1,9
14,1
18,0
18,1
9,1
Foram identificados outros vírus respiratórios nas amostras colhidas durante o período sob
vigilância, dos quais se destacam o VSR (157 resultados positivos), o Metapneumovírus (44
resultados positivos), o vírus Parainfluenza (24 resultados positivos) e o Adenovírus (quatro
resultados positivos). Destes resultados positivos, a grande maioria registou-se em crianças
com menos de cinco anos de idade: 203 em 229. O VSR foi identificado a partir da semana 43
de 2014, tendo o pico sido atingido no final do ano, enquanto o Metapneumovírus circulou
mais tardiamente (Figura 5).
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16
VSR
14
Metapneumo
12
10
8
6
4
2
0
40 42 44 46 48 50 52
2
4
6
8
10 12 14 16 18 20
Figura 5 – Distribuição do número semanal de identificações de vírus Sincicial Respiratório e de
Metapneumovírus em amostras respiratórias processadas no Laboratório do Centro Hospitalar de S.
João, outubro de 2014 a maio de 2015 (Fonte: CHSJ)
12
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5. MORTALIDADE POR TODAS AS CAUSAS
Na Figura 6 observa-se a evolução do número semanal de óbitos por todas as causas,
registados na região Norte, entre as semanas 40 e 20 das épocas gripais de 2013/2014 e
2014/2015, respetivamente. Comparando as duas épocas gripais, constata-se que, entre a
semana 52 de 2014 e a semana 9 de 2015 (época gripal 2014/2015), se registaram mais 1780
óbitos do que em igual período da época gripal anterior, correspondendo a um acréscimo de
24%.
Mortalidade Semanal Observada na Região Norte
1200
1000
800
600
2013/2014
400
2014/2015
200
0
40 42 44 46 48 50 52 2
4
6
8 10 12 14 16 18 20
Semana
Figura 6 – Número semanal de óbitos registados por data do óbito nas conservatórias da região de
saúde do Norte (semana 40 de 2013 a semana 20 de 2014 e semana 40 de 2014 a semana 20 de 2015)
Na Figura 7 observa-se o comportamento da mortalidade por todas as causas registada na
região Norte nas cinco últimas épocas gripais. Na época gripal 2011/2012 registou-se,
comparativamente com as restantes épocas, um maior número de óbitos entre as semanas 5 e
9 de 2012.
13
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Programa de Vigilância Epidemiológica da Gripe Sazonal
Mortalidade Semanal Observada na Região Norte
1200
1000
800
2014/2015
2013/2014
600
2012/2013
400
2011/2012
2010/2011
200
0
40 42 44 46 48 50 52
2
4
6
8
10 12 14 16 18 20
Semana
Figura 7 – Número semanal de óbitos registados por data do óbito nas conservatórias da região de
saúde do Norte durante as épocas gripais de 2010/2011 a 2014/2015
14
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6. SITUAÇÃO NACIONAL E EUROPEIA
De acordo com os dados publicados pelo INSA, em maio de 2015, relativos à semana 20
daquele ano3, a atividade gripal em Portugal ultrapassou o nível de atividade basal entre as
semanas 1 e 8 de 2015, tendo o pico sido atingido na semana 4, com uma estimativa de
incidência de valor inferior ao pico observado na época 2011/2012 (164,8/105 na semana 9 de
2012). Ainda de acordo com a mesma fonte, das amostras sentinela analisadas, colhidas até à
semana 20 de 2015, no âmbito da vigilância laboratorial, 55% foram positivas para o vírus
Influenza. Os resultados da tipagem dos vírus Influenza indicaram um predomínio de
circulação do tipo B (66%). Entre as amostras com identificação do vírus do tipo A, a grande
maioria era do subtipo H3 (88%). Durante a época gripal 2014/2015, foram internados, em
UCI, 92 doentes com gripe, tendo o maior número de internamentos ocorrido entre a semana
3 e a semana 5 de 2015 (44 internamentos), semana durante a qual a percentagem de doentes
com gripe, admitidos naquelas Unidades, variou entre 5 e 6%. Durante a época gripal
2014/2015, a mortalidade por todas as causas ultrapassou, durante o período compreendido
entre a semana 1 e a semana 9 de 2015, valores acima do esperado4.
De acordo com os dados publicados pelo ECDC e pela Organização Mundial da Saúde Europa5,
a duração da época gripal 2014/2015, na Europa, foi de dezanove semanas, tendo a
intensidade máxima sido atingida na semana 7 de 2015. Os dados da vigilância laboratorial
indicaram que a maior proporção de amostras sentinela positivas se verificou para o vírus tipo
A (67%), sendo que, nas últimas nove semanas da época, se verificou um predomínio de
circulação do vírus tipo B. Verificou-se, ainda, a circulação simultânea dos vírus A(H1)pdm09 e
A(H3N2). Na maior parte dos países europeus observou-se excesso de mortalidade por todas
as causas em pessoas com 65 e mais anos de idade, coincidente com intensa atividade gripal e
com predomínio de circulação do vírus A(H3N2). Como consequência do drift antigénico que
se verificou no vírus A(H3N2), a vacina em uso no hemisfério Norte não conferiu proteção
alargada contra o vírus A(H3N2).
3
Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge. Boletim de Vigilância Epidemiológica da Gripe. Época
2014/2015. Semana 20 (11/05/2015 a 17/05/2015). Disponível em www.insa.pt
4
Idem nota anterior.
5
European Centre for Disease Prevention and Control, World Health Organization – Regional Office for Europe. FLU
News Europe. Joint ECDC-WHO/Europe Weekly Influenza Updata. Week 20/2015 (11-17 May 2015). Disponível em
www.ecdc.europa.eu
15
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7. COMENTÁRIO FINAL
Pese embora as dificuldades de acesso, em tempo útil, aos dados do SIARS, a informação
globalmente extraída para a região Norte foi consistente com a informação disponibilizada
pelo INSA, para Portugal, e a informação publicada pelo ECDC e pela OMS, para a Europa.
Destaca-se os seguintes comentários:
•
A intensidade da atividade gripal registada na região Norte, na época 2014/2015, foi a
mais elevada, considerando as últimas épocas gripais;
•
Os vírus Influenza detetados nos dois laboratórios da região foram maioritariamente
do tipo A, informação concordante com a situação verificada na Europa;
•
À semelhança do que ocorreu em Portugal e num número considerável de países
europeus, na região Norte verificou-se um excesso de mortalidade por todas as
causas, coincidente, no tempo, com o período epidémico de gripe, localizado nos dois
primeiros meses do ano de 2015.
Porto, 10 de setembro de 2015
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