Os últimos sebos Redutos de cultura. Espaços de lazer. Pontos de informação. Os sebos são locais onde o cliente pode passar momentos agradáveis, se “desligando” da correria do dia a dia, na busca por um livro, revista ou disco antigo… ou, num lugar onde se encontra de tudo, procurar nada em especial, apenas fuçar nas prateleiras e, de repente, achar alguma obra que chame atenção. Os sebos, para alguns, estão com os dias contados – a literatura e a música de qualidade também estariam. O fim dos sebos seria apenas o reflexo da diminuição do interesse pela leitura e pelas boas canções de antigamente. Em Uberaba, porém, alguns teimam em continuar existindo. Bom para quem procura um livro ou revista específicos e não quer pagar caro nas lojas virtuais ou não acha em outro local. Melhor ainda para quem vai aos sebos não porque “precisa” do produto, mas porque, sem saber em que obra exatamente, quer encontrar uma boa leitura – e só na hora descobrem qual. “Amigos do Livro” tem mais de 25 mil exemplares O sebo “Amigos do Livro” é o maior em número de exemplares em Uberaba. São 25 mil livros, dos mais diversos tipos e assuntos, segundo a proprietária, Lizandra Castro. Tem literatura nacional e estrangeira, livro didático, manuais, obras científicas, livretos, romances, enciclopédias, enfim, a variedade é grande. Tudo acomodado na garagem e na sala de uma casa. Lizandra sempre gostou de leitura. Há dez anos, ela tinha mais de 600 livros e resolveu vender todos para, com o dinheiro, comprar um carro. Acontece que, ao oferecer todos os exemplares de uma vez a uma livraria, ficou frustrada com o preço que ofereciam pelo montante (cerca de R$ 300). Decidiu, então, colocar uma mesinha em frente a um supermercado e ir vendendo aos poucos. “No primeiro dia, vendi uns 300 livros. Aí vi que poderia trabalhar com isso”, recorda. A empreendedora ficou cerca de um ano na rua, e, além da mesinha, logo precisou do reforço de uma estante. Comprando e ganhando mais livros, foi aumentando o estoque. O total de volumes já estava exorbitante e o pai então ofereceu a garagem da casa para acomodar a biblioteca e montar o negócio, que hoje já ocupa outra sala e logo terá que usar o espaço de outro cômodo. Fisioterapeuta por formação, tendo feito também um curso técnico de trânsito, Lizandra trabalha com o que gosta e se sente realizada. Para ela, que teve a mãe como exemplo de leitora, hoje o público jovem não está muito ligado em leitura. “Até tem crianças que gostam, mas a maioria que vem aqui é ‘empurrada’ pelos pais”, comenta. No seu sebo, os clientes encontram livros de R$ 5 a R$ 300, dependendo da raridade da obra. A loja só vende. “Não troco porque muitas vezes a pessoa não entende o valor do livro. Um fininho pode custar bem mais caro que outro grosso, por exemplo”, diz ela. Entre tantos modelos, um cantinho tem uma enciclopédia Barsa, um clássico de outros tempos. Será que ainda há interessados em um produto do tipo? “Sim. Muitas pessoas compram como enfeite, usam para decorar a casa”, afirma a empresária. Sebo Amigos do Livro Rua Juca Marinho, 75 – Mercês Telefone: 3313-7422 Funciona de 2ª a 6ª das 10h às 18h, e aos sábados das 10h às 14h No Sebo da Jozi, cultura conhecimento a partir de R$ 1 e Depois de 22 anos trabalhando em uma livraria, em diferentes funções, Joziane Souza se viu obrigada a decidir o que fazer quando o estabelecimento fechou. Para não ficar longe de sua paixão, os livros, ela abriu o “Sebo da Jozi”, há seis meses. A loja conta com cerca de 5 mil exemplares e, segundo a proprietária, não visa só o comércio, mas cumpre também o papel de incentivadora da cultura, oferecendo livros por apenas R$ 1. “Temos essa responsabilidade social. A banquinha de um real ficaria só no primeiro mês, mas decidi manter, mostrando que o livro pode ser algo acessível, e que um real é dinheiro”, frisa. Além da banca do preço mínimo, dá para encontrar livros em bom estado por um valor bacana. Ela mostra um exemplar em excelente estado, praticamente novo, que custa R$ 10, cerca de 25% do valor de um novo. Os preços mais em conta são para dar a chance de mais pessoas terem acesso à leitura. Jozi também aceita trocas. Entre a clientela, tem os “ratos de sebo”, que costumam ir sem pressa, se deleitam entre as prateleiras; e os que aproveitam um intervalo, na hora do almoço, por exemplo, para comprar um livro. Para qualquer um deles, a atenção e o conhecimento do acervo são diferenciais de Jozi, que diz que não tem todo o estoque catalogado, mas, modéstia à parte, conhece quase tudo de cor e normalmente sabe se tem o livro que a pessoa pede e consegue dar alguma informação sobre ele. “Falta cadastrar alguns que estão guardados, mas todos que estão expostos, tirando os da banca de um real, são catalogados, mas nem sempre preciso consultar o registro”. A empresária comenta que decidiu abrir o sebo para não deixar a cidade sem opções, depois do encerramento das atividades da tradicional Alternativa, onde trabalhou a vida inteira. “Uma cidade de 300 mil habitantes não ter uma livraria, um local de cultura e conhecimento, não dá para aceitar”, comenta. Ela lembra também o fechamento da loja de CDs Tsutaya, que funcionava num shopping, e também não entende. “Eu abri o sebo e pensei ‘se não der certo, é porque tem alguma coisa errada mesmo’. Cidades de menor porte têm mais livrarias”, destaca. O Sebo da Jozi tem livros raros e antigos. Um exemplo é uma edição de “A cidade do ouro e das ruínas”, de Visconde de Taunay, que tem uma dedicatória, talvez do dono ou para o dono, datada de 1929. Ela também apresenta um exemplar de “João Ternura”, de Aníbal Machado, de 1968, que traz, como a editora José Olympio fazia na época, um resumo dos principais acontecimentos do ano de publicação. O cliente e amigo Emílio Rogê procura obras sobre teatro, sua paixão. E acaba sempre viajando por outros assuntos. “Não venho só para comprar, venho passear, sebo é uma experiência bacana, você sempre encontra coisas que não esperava. Os livros, além de histórias, são também um registro do tempo”, ressalta. Sebo da Jozi Rua Tristão de Castro, 185 – Centro Telefone: 3317-6060 Funciona de 2ª a 6ª das 12h às 19h, e aos sábados das 9h às 13h Banca Reta Final tem de tudo – até revistas! Quando funcionava no Camelódromo, a Banca Reta Final era destino certo para quem quisesse comprar ou trocar gibis, revistas de mulher pelada, livros de bolso e discos de vinil. A banca mudou de endereço – e quase que totalmente, de ramo também. Agora, o cômodo na avenida Bandeirantes tem de quase tudo. Utensílios de cozinha, cintos e acessórios, aparelhos de videocassete (vendidos por R$ 30), televisões, aparelhos de som, carregadores de celular, ferramentas e uma infinidade de quinquilharias dividem espaço. Os vinis não foram esquecidos. Vitrolas e até uma craviola (uma espécie de guitarra de 12 cordas, ou seis cordas duplas, como queiram) também estão à venda. Ah, e tem revistas, também! A mudança no estoque foi inevitável, afirma o proprietário, Júnior. O motivo é que o público leitor está rareando cada vez mais. Depois do Camelódromo, Júnior se instalou na avenida Saldanha Marinho e ali começou a mesclar as mercadorias. Na Bandeirantes, os discos, gibis e revistas já são minoria. “Agora não é mais sebo, virou brechó”, diz o dono. O comerciante é fã dos gibis das décadas de 50 e 60, como Tarzan, Zorro, Fantasma e Reis do Faroeste. Todos sucessos da época, assim como os chamados bolsolivros, com as histórias de faroeste. Foi com revistas do gênero que ele iniciou o negócio. Claro, acrescentou outras publicações, como os romances que as mulheres gostavam, como “Júlia” e “Sabrina”, assim como os quadrinhos de heróis e as revistas e fitas pornôs. Embora a Playboy vendesse bem, publicações como “Abusada” e “Private” tinham mais saída. Outros tempos. As revistas adultas hoje ficam encalhadas. “Depois da internet, foi uma decadência”, diz Júnior. O público não se renovou. “A mulher que lia os romances, não tem tempo: a filha casou e agora ela tem que cuidar dos netos. E os mais jovens não querem saber de ler”, explana. No sebo (ou brechó), as revistas estão escondidas em um canto. Em outro, os discos de vinil. Tem também as notas e moedas antigas. E mercadorias que ficam fora da loja. “Outro dia comprei duas galinhas, aqui tem de tudo”, conta um cliente, que, além das penosas, já achou algumas raridades na coleção de vinis, como “um duplo, importado, do Elvis, já no fim de carreira”. O jeito é contar com os fregueses fiéis e vender outras coisas para não fechar as portas. “Gosto de coisas antigas, vou continuar com minhas velharadas”, conclui Júnior. Banca Reta Final Avenida Bandeirantes, 160 – Gameleira Telefone: 98888-4518 Funciona de 2ª a 6ª (exceto 4ª) das 8h30 às 18h, e aos sábados das 8h30 às 14h No Boa Vista, um oásis para os amantes de Tex Em um cômodo discreto e acanhado, com um letreiro meio apagado e uma placa com os dizeres “Revista usada”, fica a Banca Boa Vista, que o proprietário, Carlos Eduardo, vai renomear para “Sebo Boa Vista” quando reformar a fachada. Carlos, que trabalhava na construção civil antes, é irmão de Júnior, da Banca Reta Final. Foram sócios no sebo que funcionava no Camelódromo, mas encerraram a parceria e, há oito anos, ele toca sozinho o negócio. O Sebo Boa Vista tem milhares de gibis e revistas. Deve ser o único “sobrevivente” do ramo de revistas usadas em Uberaba, já que nos outros o forte são os livros. Aqui tem livros também, afinal, não podem faltar num sebo os romances “Júlia” e “Sabrina”. Mas o acervo é composto em sua maioria pelas revistas antigas. Tem Playboy, Placar, Super Interessante e os gibis de faroeste do personagem Tex. Há espaço também para vinis e DVDs originais. O sistema é de compra e também de troca “dois por um”. Para os amantes de Tex, o local é um “oásis”. As revistinhas estão em bom estado e os números antigos são atrações. A organização chama atenção. Os leitores “ratos de sebo” estão acostumados a procurar as revistas em meio à bagunça. Carlos monta pacotinhos com os números em sequência, vendendo aventuras completas – as histórias de Tex são publicadas em diversos números em seguida, iniciando em uma edição e terminando em outra (o número de revistas varia conforme o roteiro, tirando as edições especiais, com histórias completas). Como leitor do herói, o comerciante dispensa atenção especial à série. “Eu gosto de Tex, você chegou e eu estava lendo”, diz o empresário, satisfeito por trabalhar com o que gosta. Assim como o irmão, Carlos comenta que já foi o tempo das revistas de mulher pelada. “Hoje tem tudo no celular”. A fase de ouro dos romances também ficou pra trás e ele usa o mesmo argumento de Júnior. “As leitoras de antigamente hoje têm que cuidar dos netos. Essa pilha aqui, ninguém mexe faz tempo”. Os fregueses fiéis mantém o comércio. “Aqui não tem movimento como no centro, que as pessoas passam e podem entrar para ver. Só vem quem conhece”, afirma. Os leitores e os colecionadores de discos de vinil envelheceram e o fim dos sebos, na opinião de Carlos, é questão de tempo. “Quem gosta de vinil são senhores, tenho até clientes de fora. Mas dois clientes meus já morreram. O hábito de leitura está acabando. Não tem jeito, daqui um tempo não vai mais ter sebo”, conclui, resignado. Sebo Boa Vista Avenida Thomaz Bawden, 37 – Boa Vista Telefone: 98814-0083 Funciona de 2ª a 6ª das 9h às 18h, e aos sábados das 9h às 15h Lembranças da Biblos Na esquina das ruas Vigário Silva e Segismundo Mendes, no coração da cidade, durante muito tempo funcionou a Biblos, que oferecia serviços de copiadora. Mas isso era o de menos, porque bom mesmo era o sebo, muito bem servido. Gibis da Turma da Mônica, Disney, super-heróis, Tex e Zagor fascinavam leitores de todas as idades. As revistas de sátiras, como Mad, também eram atração. O estabelecimento vendia e também trocava e, para os amantes de tais publicações, era ponto de visitas constantes. Há anos, porém, o sebo fechou, e o espaço hoje não tem mais o cheiro de mofo, apenas o clima de burocracia com cópias (coloridas como os gibis da Marvel ou preto e branco como as revistas Tex), plastificações, consultas na internet… e, para quem frequentava o local antigamente, a sensação de nostalgia. Por acaso, encontramos um ex-sócio da saudosa Biblos. Em nossa visita à Banca Reta Final, conhecemos Odilon Vieira, o cliente que comprou as galinhas do Júnior. Odilon trabalhou na firma durante 12 anos, e, por dois anos, foi sócio de Juarez, o outro dono, que, vendo que os leitores estavam minguando, fechou o sebo “sem choro nem vela” e teria se aposentado. Odilon também é amante das revistas antigas e fala com pesar do passado. A tecnologia fez sumir muitos consumidores da leitura no papel. Ficam as saudades e, para os mais sortudos, as lembranças de bons negócios, quando conseguiam comprar ou trocar um exemplar raro na Biblos. Som Livre: a última loja de discos A Som Livre está aberta há mais de trinta anos Centenas de CDs estão devidamente expostos, alguns com a capa desbotada, assim como os pôsteres das bandas U2 e Engenheiros do Hawaii, amarelados e colados na parede, onde também está fixada a capa do LP Falso Brilhante, de Elis Regina. Por trás do balcão, que ainda exibe fitas VHS e K7 “virgens” para a venda, está Anselmo Garcia Carvalho, proprietário da loja Som Livre, o último reduto especializado na venda de discos, especificamente CDs, em Uberaba. A loja Som Livre foi aberta há mais de trinta anos, primeiramente na Leopoldino de Oliveira, onde funcionou por dezoito anos, depois na Praça Frei Eugênio, onde funciona há quase quinze. Antes da Som Livre, Anselmo chegou a ter, em 1972, uma loja de discos, a Pop, que funcionava na rua São Benedito, mas a fechou para estudar. Formou-se em Química, trabalhou por mais de uma década em usinas siderúrgicas em Divinópolis, mas logo se entediou e voltou para os discos. “É um vício”, proclama Anselmo. Os CDs chegaram mercado no final da década de 80. Com a qualidade superior a popular fita K7 e a tecnologia do seu formato, tornaram-se atrativos ao público. Logo tomaram o lugar até dos LPs. A partir da metade dos anos 90, os Compact Disc tomaram a frente no mercado, até o advento da internet. Ao longo dos anos, os CDs foram sendo substituídos por mídias digitais e, as vendas caíram pela metade. A reboque disso, somado à pirataria já consolidada, as lojas de discos foram fechando as portas, uma a uma. A maioria dos clientes da Som Livre são da terceira idade. Procuram, sobretudo, músicas sertanejas de tempos antigos. Muitas vezes, trazem o LP e mostram a música que querem (Anselmo tem uma vitrola exposta na loja). “Aproveito e indico um disco semelhante ou um artista, muitos acabam levando”. Todos os dias, Anselmo é questionado sobre o dia em que vai fechar a loja. “Sou uma resistência, não fecharei“, sentencia e pede atenção ao cliente para a música que acabou de colocar, I am, I said, sucesso do cantor americano Neil Diamond, gravado no Brasil por Diana. Canção de tempos que não voltam mais. Exceto pela loja Som Livre, onde esse tempo é hoje. Sem filtros Sonzera: termo informal usado como sinônimo de “música boa” ou “grande performance musical”. O nome desta coluna foi escolhido pela qualidade dos Músicos, Álbuns, Artistas, Composições, Shows e Projetos que nos propomos a divulgar, discutir, escrever, entrevistar e homenagear neste nosso nicho cultural. Sou músico profissional há 30 anos. A beleza de toda Arte é a constante evolução íntima que ela traz, e também a constante necessidade de inovação, seja no instrumento, conceito, ou em como a abordamos. seja no De todas as Artes, a Música é a que mais está livre dos “filtros” mentais e armadilhas do intelecto para que possamos fruí-la de maneira completa. A Música sendo uma linguagem diferente da falada ou escrita, expressa elementos e fenômenos que são “indizíveis” nas linguagens coloquiais. Expressamos através das notas e harmonias das composições, coisas que não podemos descrever em palavras. Mesmo quando a música tem letra, a letra expressa ideias e sentimentos, mas a parte instrumental expressa outra realidade. Esta realidade “paralela” assim se faz por ser absolutamente íntima, e atua diretamente em duas instâncias do ser humano: a memória e a emoção. Experimentar a música é como experimentar a vida, pois ambas estão acontecendo em tempo real e cada momento é único. Mesmo quando ouvimos a mesma música repetidamente, cada vez é diferente. Sendo assim, mesmo que pareça paradoxal, esta coluna se propõe a discutir o universo musical, mas o fato é que “…tudo que é dito ou escrito sobre música, na verdade é apenas uma metáfora.” (Stravinski). A inter-relação da música e dos músicos na esfera mundial é tão delicada e complexa que talvez, neste caso também se aplica a teoria do “efeito borboleta”, ou seja, o que um músico cria em um lugar num determinado momento, se substancial, pode influenciar a música do outro lado do globo. Vivemos tempos áridos em relação às criações e às obras musicais em geral. Existem ícones que direta ou indiretamente, atuam n o campo mundial ou “universal” se preferir, e que influenciam a música de todos nós, mas o que está acontecendo, e não é de agora, é que estes ícones estão cada vez mais raros. Este ano perdemos dois gigantes da Música, dois destes ícones: David Bowie e Prince. Dois artistas extremamente talentosos, revolucionários e inquietos em sua Arte. “O Grande Encontro” está de volta com show marcado em Uberlândia Em um palco, três dos mais importantes nomes da Música Popular Brasileira (MPB). Esse será o cenário do Grande Encontro que está de novo na estrada com show marcado em Uberlândia no dia 19 de outubro com Geraldo Azevedo, Alceu Valença e Elba Ramalho. A apresentação será no Acrópole e os ingressos já estão à venda no site Bilheteria Digital. A turnê marca os 20 anos do projeto, que se iniciou em 1996. O primeiro show aconteceu em Natal e reuniu o trio, além do cantor Zé Ramalho. O Grande Encontro rendeu três discos, que venderam mais de dois milhões de cópias. Para o show em Uberlândia, o repertório contará com os sucessos “Frevo mulher”, “Táxi lunar”, “Tropicana”, “Banho de cheiro” e “Me dá um beijo”, além das inéditas “O melhor presente”, “Só depois de muitos anos” e “Ciranda da traição”. A junção da paraibana Elba Ramalho e dos pernambucanos Geraldo Azevedo e Alceu Valença marca essa verdadeira reunião de amigos como uma maneira de manter a tradição de suas raízes culturais. Com o sotaque e as canções que fazem parte da história musical do Brasil, transformaram sua arte em uma maneira de combater o preconceito contra o povo nordestino. Mesclando um repertório de clássicos da MPB, música nordestina e sucessos dos três artistas, o show será a junção de tudo que houve de melhor das três edições anteriores, em uma noite de encontro entre amigos estendida ao público. O Grande Encontro em Uberlândia GARANTA SEU INGRESSO AQUI Data: 19 de outubro Horário: 22h Local: Acrópole Endereço: Rua José Resende, 4090 – bairro Custódio Pereira Área: Mesa (4 cadeiras) de frente para o palco; logo atrás VIP e Camarote na parte de cima. Via Junior apresenta projeto para ateliê de Zé Floresta O Prefeito Paulo Piau recebeu na terça-feira (14) em seu gabinete o empresário José Roberto Martins conhecido como Zé Floresta que tem o ofício de Luthier, que é o profissional especializado na construção e no reparo de instrumentos de cordas beliscadas, como viola e violão. Na reunião, a empresa Junior da Universidade Federal do Triângulo Mineiro – UFTM, Via Junior, apresentou o projeto arquitetônico de um ateliê e de uma sala de aula a ser construído em terreno ao lado da casa do músico. A iniciativa teve início com uma conversa entre Piau e o Zé Floresta, durante uma visita do prefeito ao bairro do músico. Assim que conheceu a história do luthier que também dá aulas em um pequeno espaço que tem em sua casa, em meio aos instrumentos e madeiras, Paulo Piau acionou a Secretaria de Desenvolvimento Econômico e Turismo para que fizesse uma visita ao micro empreendedor para conhecer sua situação e estudar o que poderia ser feito para ajudar Zé Floresta. O secretário da pasta, José Renato Gomes explica que quando foram conhecer a necessidade de Zé Floresta, ele explicou quanto a existência do terreno ao lado de sua casa e a vontade de construir uma área que abrigasse tanto um ateliê para construção dos instrumentos, quanto uma sala de aula para atender melhor aos meninos do bairro que se interessam em aprender a tocar viola ou violão. “É importante destacar que para a Sedec e o Prefeito, não importa o tamanho da empresa, mas sim a vontade de crescer. Vimos as necessidades do Zé Floresta e fizemos uma parceria com as empresas juniores da UFTM, que fez o estudo e montou o projeto, agora em um trabalho conjunto tentaremos conseguir viabilizar a construção da escola junto a iniciativa privada.Essa é mais uma iniciativa que demonstra que não damos atenção apenas para grandes investimentos, como atendemos também o micro empresário, que tem vontade de crescer”, explica Gomes. José Roberto aprovou o projeto apresentado pela Via Junior e destacou que utilizará o espaço para dar aulas e trabalhar, oficio que passará a acontecer em um local muito mais aconchegante. “Tem pouco tempo que conheço o pessoal da UFTM que tem feito um trabalho muito bom, os alunos são muito atenciosos. Agradeço a todos que estão me apoiando e ao principalmente ao prefeito que acreditou no meu trabalho”, aponta Zé Floresta. Atualmente o luthier dá aulas para uma média de 16 alunos, um número que poderá ser muito maior quando as salas de aula mais adequadas forem construídas. O trabalho da empresa Junior, desenvolvida por alunos da Engenharia Civil, é um trabalho multidisciplinar que conta com a orientação da professora Alessandra Beatriz Carneiro Gonçalves Alves, que é arquiteta e do professor Mauro Cesar Barbosa que é Engenheiro Civil. Alessandra destaca que a parceria firmada é interessante, pois consegue unir o ensino com a prática na comunidade, onde os alunos tem a oportunidade de desenvolver o projeto e vivenciar como será a prática depois que saírem da Universidade. “A empresa Junior da engenharia civil da universidade desenvolveu o projeto a pedido do Centri que é a união das empresas juniores. Os alunos primeiro conheceram a história do José Floresta, analisaram o espaço e as necessidades do cliente e determinaram os alunos que poderiam desenvolver o projeto arquitetônico que foi apresentado”, explica Alessandra. A arquiteta explica ainda que a empresa Junior já trabalha no desenvolvimento de projetos para a comunidade externa, mas que esse é o primeiro projeto desenvolvido a pedido da Prefeitura e que trouxe o personagem do Zé Floresta. O próximo passo agora será fazer um levantamento dos materiais de construção que foram doados ao músico para determinar o que falta para a execução do projeto. Depois será buscar junto a iniciativa privada e a população, investimentos e doações para poder ser iniciado a execução do projeto. Banda de Heavy Metal uberabense se destaca no cenário internacional Um power trio. Uma banda formada pelos irmãos Gama, Charles Gama na guitarra e vocal, Chaene da Gama no baixo e Rodrigo (Pancho) na bateria, a Project Black Pantera surgiu em abril de 2014 e em novembro de 2015 já lançavam seu primeiro álbum completamente autoral, recebendo excelentes críticas de todas as partes do Brasil e de fora do país. Todos os integrantes já tinham contato com outras bandas pesadas, sempre fazendo covers. Se juntaram para fazer algo próprio e talvez esse tenha sido o segredo do sucesso que conquistaram hoje. “Tudo começou quando meu irmão Charles Gama decidiu tentar criar algo único. Ele gravou duas músicas inicialmente e depois me chamou para ajudá-lo. O Rodrigo entrou na banda depoisdepois”, conta Chaene Gama, o baixista. Desde o começo a Project Black Pantera usou um estilo diferente e tentou não se prender a nenhum rótulo. Misturando muitas influências, a banda acabou virando um crossover, que é o nome que se dá e esse tipo de fusão de estilos. Questionados sobre o sucesso, informaram que nunca imaginaram que chegariam tão longe. “Começamos despretensiosamente e a coisa cresceu de forma absurda. Tem pessoas do mundo inteiro curtindo a página e baixando nossas músicas. Detalhe: cantamos em português, mas felizmente a música tem a linguagem universal. Sempre fomos uma banda pesada, desde o começo. Cantamos aquilo que temos visto e vivido como cidadãos”. Europa – A primeira oportunidade que tiveram de ir para a França foi a convite do Afropunk, um festival mais voltado para cultura negra. “O produtor desse outro festival, o Download Festival France, nos viu lá e nos convidou. Esse evento acontece simultaneamente em Paris, Londres e Madrid e é um dos grandes festivais europeus e do mundo”, explica Chaene. A Project Black Pantera já abriu shows de bandas de expressão do cenário nacional e internacional como o Sepultura, Krisium, o Rappa, Tianastácia, Dead Fish, Project 46, Angra, Almah e os poloneses do Terrordome. O primeiro tour internacional aconteceu em junho de 2016, com três shows na França passando por Paris no Festival Afropunk, e posteriormente em Bordeaux e Antibes. Em 2017, a intenção é ir antes da data da apresentação ao Download Festival France, que será em 10 de junho, para tentarem tocar em outras cidades como da outra vez. Perfil – Marcelo Taynara O cantor, compositor, arranjador e instrumentista Marcelo Taynara nasceu em Conceição das Alagoas, Minas Gerais. Autodidata, iniciou-se na música aos dez anos de idade, tocando bateria e cantando em bandas de baile, viajando por grande parte do Brasil e da América Latina. Tendo vasta produção autoral, suas composições trazem os elementos de sua descendência negra e indígena, a influência do “Clube da Esquina”, do Congado e das diversas tendências da música contemporânea. Suas raízes são representadas também com efeitos vocais de pássaros, cachoeiras, bichos silvestres e outros sons da natureza e de percussão, o que se tornou uma marca peculiar do artista. Suas músicas têm em sua essência a simplicidade, porém cuidadosamente elaboradas, ressaltando a pureza das intenções e a urgência de se adotar o sentimento como bússola da vida. Mudou-se para Uberaba no ano de 1989 e após vários trabalhos em bares e estúdios, Taynara lançou seu primeiro CD, “A Cor De Minas”, em agosto de 2000. Em Belo Horizonte, apresentou-se no programa “Arrumação”, de Saulo Laranjeira exibido na TV Alterosa do SBT. Em São Paulo, apresentou-se no programa “Flash”, de Amauri Junior, na TV Bandeirantes. Depois de excursões com o show “A Cor de Minas”, Marcelo Taynara participou de vários laboratórios de percussão e em 2001 lançou seu segundo CD, “Sete Colinas”, em parceria com o violonista Sérgio Ramos. Taynara mudou-se para Belo Horizonte, onde residiu por cinco anos e dividiu palcos com vários artistas mineiros, destacando-se na abertura da Eco Latina 2001, ao lado de Dércio Marques, Daniela Lasálvia e Kátya Teixeira, no palco do Minas Centro. Participou de vários festivais pelo Brasil, dentre eles o da Conexão Telemig Celular de Música ao lado do Duo Mel. Atuou como ator e cantor na peça “Natividade da Trupe: Fábrica dos Sonhos”, na Praça do Papa. Ainda em Belo Horizonte, em 2005 Taynara lançou o seu terceiro CD, “Pilão Marcado”, gravado com as participações especiais de Saulo Laranjeira, Paulinho Pedra Azul, Emilio Victtor, Dercio Marques, Denílson Mabuzzy, Léo Diniz e o guitarrista de jazz norte americano Ralph Pritikin Warren. Marcelo Taynara voltou para Uberaba, onde gravou em 2008 o seu quarto CD, “Pilão Marcado Ao Vivo”, gravado no Teatro Sesiminas, publicado em 2010. Em 2009, atuou no filme “Entidades”, do diretor Fábio Ramalho, e foi argumentista do documentário “Os Tambores De Treze De Maio”, de Tobias Ferraz. Algumas de suas músicas fizeram parte da trilha sonora do premiado documentário “Vila Dos Operários”, de Michelle Parron e Marília Cândido. Em 18 de novembro de 2011, Marcelo Taynara gravou seu primeiro DVD, “Cantos E Congos”, ao vivo no Teatro Da Assembléia Legislativa de Minas Gerais, em Belo Horizonte, lançado em 2012. Em 2014, Taynara lança seu quinto CD, “Pretinha”, produzido por Jonas Pheer, com as participações especiais de Toi Rap, Mc Gugu e Marboy. Sai também seu segundo DVD, “Pilão Marcado”, gravado em 2008 e publicado em outubro de 2013. Ainda em 2014, Marcelo Taynara lança também o seu sexto CD, “Marcelo Taynara e Banda Outubro Ao Vivo na Praça Da Concha Acústica”, gravado em Uberaba. Atualmente, o artista circula com o premiado “Dandô – Circuito De Música Dércio Marques”, que foi contemplado em 2014 com o “Prêmio Brasil Criativo” do Governo Federal, na categoria “Música” como o melhor projeto de circulação de artistas do país. Marcelo Taynara é coordenador local do Dandô na cidade de Uberaba. Este artista que explora temáticas importantes e interessantes do universo sócio-cultural brasileiro, o faz com riqueza e amor à arte. Obrigado Marcelo. QUESTIONÁRIO SONZERA Porque você atua na música? Porque a música é minha vida, o ar que respiro. Pra você, o que é mais importante na música? O sentimento e a consciência musical em harmonia. O que é necessário para ser um músico próximo ao ideal? Bastante estudioso e dedicado. Como é sua vida profissional? Dividida entre shows, correria e aulas. Cite 3 estilos musicais que mais lhe influenciaram. MPB, Rock e Jazz. Cite 5 artistas que foram definitivos para a sua vida na música. Milton Nascimento, Gilberto Gil, Bobby McFerrin, Tom Jobim E Naná Vasconcelos. Como você entende a mídia e se relaciona com ela? (Rádio, TV, Jornais, etc.) Eu entendo a mídia por dois lados, um lado comercial e o outro mais comprometido com os verdadeiros valores. Sempre tive amigos no meio televisivo, rádio e jornais. A internet também tem sido um caminho importantíssimo para a divulgação dos nossos trabalhos. O que está faltando no cenário musical regional e nacional? Tenho viajado por quase todo o Brasil através do “Dandô – Circuito De Música Dércio Marques” e encontrado muita música boa, cantores e cantoras com características muito peculiares, grandes compositores, compositoras e música instrumental de muito bom gosto. Nossa região também é um celeiro de grandes e bons músicos, acho que o que está faltando tanto para o cenário regional quanto para o nacional, são mais políticas públicas culturais e uma maior divulgação. Como está a música hoje? Hoje a música está como sempre, se modificando de acordo com as mudanças sociais para suprir os anseios da população, porém um pouco mais acelerada em seu processo de criação, onde o compositor na maioria das vezes, corre o risco de fazer músicas repetitivas com arranjos e letras de baixa qualidade. Falo isso da música massificadora. Em que aspectos, na sua opinião, você se destaca dos demais? Acho um pouco complicado falar de mim mesmo, mas, vamos lá! Não quero ser melhor, igual e muito menos pior do que ninguém, quero ser eu mesmo. Entendo que cada músico tem seu lado pessoal, alguns já encontraram, outros ainda estão buscando. O que me destaca dos demais, imagino que talvez o fato de já ter encontrado o meu lado pessoal e de ser muito dedicado e cuidadoso com as minhas composições. Biblioteca Municipal encerra exposição com palestra sobre herança africana A exposição “Orixás de Devoção”, que está sendo realizada na Biblioteca Municipal de Ueraba, será encerrada na noite desta terça-feira (4), com a palestra ‘Herança da religiosidade de matriz africana em Uberaba’, ministrada pela Ya Bia Ty Osumare, a Mãe Bia. O evento será às 19h30 e a entrada é gratuita. A exposição contou com manequins caracterizados que levaram a história dos orixás à população de Uberaba. Os orixás são divindades cultuadas pelas religiões de matriz africana. Além da palestra de Mãe Bia, também estarão presentes no encerramento da exposição a Mãe Marlene de Ogun e Babá Renato, que foram os responsáveis pela montagem da exposição. A abertura da palestra, na noite desta terça-feira, contará com uma explicação sobre o significado de cada orixá exposto na Biblioteca desde o dia 2 de março. Segundo a Fundação Cultural, durante todo o mês de abril, a Biblioteca terá programações especiais em comemoração ao aniversário de 108 anos. Seu Coutinho e seu bar museu Antiquário, museu, sebo ou bar? Quem entra no bar do “Seu” Coutinho, localizado na rua H do bairro Volta Grande, certamente vai se perguntar do que se trata aquele estabelecimento. O proprietário diz: “que se trata de um bar onde guarda algumas coisas”. Seu Coutinho é modesto. Entre as coisas que armazena no bar, estão objetos antigos (alguns centenários) e uma espantosa coleção de 12 mil vinis. Nos anos setenta, seu Coutinho trabalhou em diversas barragens pelo Brasil. Quando eram construídas, acabavam por submergir algumas cidades. Os moradores desses locais, que iriam ficar sob as águas, recebiam uma indenização e partiam dali para recomeçar a vida. Muitos desses moradores deixavam para trás objetos que julgavam desnecessários nessa mudança. Seu Coutinho acabava ficando com vários deles, começando assim seu museu particular. O acervo, que conta com peças raras, como um extintor de incêndio de cobre da década de 50, não está em sua maioria disponível para venda, mas tudo pode ser negociado. Seu Coutinho pretende, em breve, fazer um leilão com várias peças, para abrir espaço para montar um brechó. Além dos objetos de idos tempos, o bar conta também com milhares de filmes em VHS e DVD, esses, à venda. Aos sábados, o bar sempre tem boa clientela, que além de tomar uma cerveja gelada e comer umas porções preparadas pelo próprio, pode admirar o acervo de Seu Coutinho. Rapper uberabense representa cidade em Festival Nacional Mestiço Mestiço: poeta urbano Como muitos jovens da periferia, Guilherme Oliveira, o Mestiço, sentia-se invisível e sem voz. Isolado por fronteiras psicológicas impostas por muitos aos bairros periféricos. Mestiço viu nas letras de rap e na poesia uma forma de extravasar suas indignações e seus sentimentos. Letras como ‘Jesus Chorou’ do grupo santista Racionais MC’s ou ‘Compromisso, do rapper Sabotage, foram associadas aos versos poéticos pelo menino poeta da periferia. “Aquilo me deu um estalo, vários dos meus pensamentos se encontravam ali naquelas crônicas poéticas e ritmadas, ideias que eu nunca tive acesso na escola, eram avançadas até pro próprio tempo, foi a primeira vez que decidi que aquilo seria o que eu queria fazer da minha vida ainda moleque”, diz. Foram anos rabiscando letras até a oportunidade de cantá-las aparecer, nas batalhas organizadas no Calçadão de Uberaba. Mestiço afirma que, “a partir da Batalha do Calçadão pude conhecer vários irmãos e irmãs que tinham a mesma paixão que eu e isso foi de extrema relevância na caminhada, é louco, mas esse compartilhar já existia antes mesmo do Zuckerberg. Eu ouvia os mais velhos contando as histórias, falando dos pioneiros, isso é a base da nossa cultura, a oralidade, vista na figura do Griot”. Mestiço não parou mais e entre outras batalhas, não só as realizadas através do improviso no Calçadão, decidiu que viveria de sua arte. Em 2015, pediu conta no trabalho e gravou com recursos próprios o disco Abençoado Seja o Que Acredita em Si Mesmo”. O rapper finaliza: “ é anacrônico pensar que eu estaria num Festival como o Sons da Rua se eu perguntasse pro meu Eu lá atrás ouvindo as primeiras músicas de rap, tudo é um processo né?! Na pressa a gente acaba perdendo a magia da coisa que é justamente o caminho que você percorre até chegar no lugar, penso eu, ainda não cheguei nesse lugar, e é por isso que estou lutando, mas não vou deixar roubarem minha brisa de poder apreciar cada detalhe e aprender com cada momento nessa caminhada louca que é a vida”. Mestiço foi selecionado para se apresentar no Festival Sons da Rua, na Arena Corinthians. O Festival é o maior do país no estilo e será de grande oportunidade para o uberabense apresentar seu trabalho. O Festival Sons da rua Sons da Rua é um festival de Hip Hop que visa “garimpar” novos talentos da música e uni-los à artistas já renomados do Rap Nacional, dando oportunidade para novos compositores e intérpretes mostrarem seus trabalhos. O festival terá 2 dias de shows: o Show Seletivas, onde 10 pré-finalistas se apresentarão, e o Show Principal, onde 5 finalistas escolhidos pelo público se apresentarão no mesmo palco dos artistas convidados. O festival ocorrerá dia 12 de novembro, na área externa da Arena Corinthians, em São Paulo. Além dos 5 artistas que serão selecionados pelo público a line-up conta com nada mais nada menos que Emicida, Criolo e Rael.