Historiador Pablo Lima lança livro sobre

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Os últimos sebos
Redutos de cultura. Espaços de lazer. Pontos de informação. Os
sebos são locais onde o cliente pode passar momentos
agradáveis, se “desligando” da correria do dia a dia, na busca
por um livro, revista ou disco antigo… ou, num lugar onde se
encontra de tudo, procurar nada em especial, apenas fuçar nas
prateleiras e, de repente, achar alguma obra que chame
atenção.
Os sebos, para alguns, estão com os dias contados – a
literatura e a música de qualidade também estariam. O fim dos
sebos seria apenas o reflexo da diminuição do interesse pela
leitura e pelas boas canções de antigamente.
Em Uberaba, porém, alguns teimam em continuar existindo. Bom
para quem procura um livro ou revista específicos e não quer
pagar caro nas lojas virtuais ou não acha em outro local.
Melhor ainda para quem vai aos sebos não porque “precisa” do
produto, mas porque, sem saber em que obra exatamente, quer
encontrar uma boa leitura – e só na hora descobrem qual.
“Amigos do Livro” tem mais de 25
mil exemplares
O sebo “Amigos do Livro” é o maior em número de exemplares em
Uberaba. São 25 mil livros, dos mais diversos tipos e
assuntos, segundo a proprietária, Lizandra Castro. Tem
literatura nacional e estrangeira, livro didático, manuais,
obras científicas, livretos, romances, enciclopédias, enfim, a
variedade é grande. Tudo acomodado na garagem e na sala de uma
casa.
Lizandra sempre gostou de leitura. Há dez anos, ela tinha mais
de 600 livros e resolveu vender todos para, com o dinheiro,
comprar um carro. Acontece que, ao oferecer todos os
exemplares de uma vez a uma livraria, ficou frustrada com o
preço que ofereciam pelo montante (cerca de R$ 300). Decidiu,
então, colocar uma mesinha em frente a um supermercado e ir
vendendo aos poucos. “No primeiro dia, vendi uns 300 livros.
Aí vi que poderia trabalhar com isso”, recorda.
A empreendedora ficou cerca de
um ano na rua, e, além da
mesinha, logo precisou do
reforço
de
uma
estante.
Comprando e ganhando mais
livros,
foi
aumentando
o
estoque. O total de volumes já
estava exorbitante e o pai então ofereceu a garagem da casa
para acomodar a biblioteca e montar o negócio, que hoje já
ocupa outra sala e logo terá que usar o espaço de outro
cômodo.
Fisioterapeuta por formação, tendo feito também um curso
técnico de trânsito, Lizandra trabalha com o que gosta e se
sente realizada. Para ela, que teve a mãe como exemplo de
leitora, hoje o público jovem não está muito ligado em
leitura. “Até tem crianças que gostam, mas a maioria que vem
aqui é ‘empurrada’ pelos pais”, comenta.
No seu sebo, os clientes encontram livros de R$ 5 a R$ 300,
dependendo da raridade da obra. A loja só vende. “Não troco
porque muitas vezes a pessoa não entende o valor do livro. Um
fininho pode custar bem mais caro que outro grosso, por
exemplo”, diz ela.
Entre tantos modelos, um cantinho tem uma enciclopédia Barsa,
um clássico de outros tempos. Será que ainda há interessados
em um produto do tipo? “Sim. Muitas pessoas compram como
enfeite, usam para decorar a casa”, afirma a empresária.
Sebo Amigos do Livro
Rua Juca Marinho, 75 – Mercês
Telefone: 3313-7422
Funciona de 2ª a 6ª das 10h às 18h, e aos sábados das 10h às
14h
No Sebo da Jozi, cultura
conhecimento a partir de R$ 1
e
Depois de 22 anos trabalhando em uma livraria, em diferentes
funções, Joziane Souza se viu obrigada a decidir o que fazer
quando o estabelecimento fechou. Para não ficar longe de sua
paixão, os livros, ela abriu o “Sebo da Jozi”, há seis meses.
A loja conta com cerca de 5 mil exemplares e, segundo a
proprietária, não visa só o comércio, mas cumpre também o
papel de incentivadora da cultura, oferecendo livros por
apenas R$ 1. “Temos essa responsabilidade social. A banquinha
de um real ficaria só no primeiro mês, mas decidi manter,
mostrando que o livro pode ser algo acessível, e que um real é
dinheiro”, frisa.
Além da banca do preço mínimo, dá para encontrar livros em bom
estado por um valor bacana. Ela mostra um exemplar em
excelente estado, praticamente novo, que custa R$ 10, cerca de
25% do valor de um novo. Os preços mais em conta são para dar
a chance de mais pessoas terem acesso à leitura. Jozi também
aceita trocas.
Entre a clientela, tem os “ratos de sebo”, que costumam ir sem
pressa, se deleitam entre as prateleiras; e os que aproveitam
um intervalo, na hora do almoço, por exemplo, para comprar um
livro. Para qualquer um deles, a atenção e o conhecimento do
acervo são diferenciais de Jozi, que diz que não tem todo o
estoque catalogado, mas, modéstia à parte, conhece quase tudo
de cor e normalmente sabe se tem o livro que a pessoa pede e
consegue dar alguma informação sobre ele. “Falta cadastrar
alguns que estão guardados, mas todos que estão expostos,
tirando os da banca de um real, são catalogados, mas nem
sempre preciso consultar o registro”.
A empresária comenta que decidiu abrir o sebo para não deixar
a cidade sem opções, depois do encerramento das atividades da
tradicional Alternativa, onde trabalhou a vida inteira. “Uma
cidade de 300 mil habitantes não ter uma livraria, um local de
cultura e conhecimento, não dá para aceitar”, comenta. Ela
lembra também o fechamento da loja de CDs Tsutaya, que
funcionava num shopping, e também não entende. “Eu abri o sebo
e pensei ‘se não der certo, é porque tem alguma coisa errada
mesmo’. Cidades de menor porte têm mais livrarias”, destaca.
O Sebo da Jozi tem livros raros e antigos. Um exemplo é uma
edição de “A cidade do ouro e das ruínas”, de Visconde de
Taunay, que tem uma dedicatória, talvez do dono ou para o
dono, datada de 1929. Ela também apresenta um exemplar de
“João Ternura”, de Aníbal Machado, de 1968, que traz, como a
editora José Olympio fazia na época, um resumo dos principais
acontecimentos do ano de publicação.
O cliente e amigo Emílio Rogê procura obras sobre teatro, sua
paixão. E acaba sempre viajando por outros assuntos. “Não
venho só para comprar, venho passear, sebo é uma experiência
bacana, você sempre encontra coisas que não esperava. Os
livros, além de histórias, são também um registro do tempo”,
ressalta.
Sebo da Jozi
Rua Tristão de Castro, 185 – Centro
Telefone: 3317-6060
Funciona de 2ª a 6ª das 12h às 19h, e aos sábados das 9h às
13h
Banca Reta Final tem de tudo –
até revistas!
Quando funcionava no Camelódromo, a Banca Reta Final era
destino certo para quem quisesse comprar ou trocar gibis,
revistas de mulher pelada, livros de bolso e discos de vinil.
A banca mudou de endereço – e quase que totalmente, de ramo
também. Agora, o cômodo na avenida Bandeirantes tem de quase
tudo. Utensílios de cozinha, cintos e acessórios, aparelhos de
videocassete (vendidos por R$ 30), televisões, aparelhos de
som, carregadores de celular, ferramentas e uma infinidade de
quinquilharias dividem espaço. Os vinis não foram esquecidos.
Vitrolas e até uma craviola (uma espécie de guitarra de 12
cordas, ou seis cordas duplas, como queiram) também estão à
venda. Ah, e tem revistas, também!
A mudança no estoque foi inevitável, afirma o proprietário,
Júnior. O motivo é que o público leitor está rareando cada vez
mais. Depois do Camelódromo, Júnior se instalou na avenida
Saldanha Marinho e ali começou a mesclar as mercadorias. Na
Bandeirantes, os discos, gibis e revistas já são minoria.
“Agora não é mais sebo, virou brechó”, diz o dono.
O comerciante é fã dos gibis das
décadas de 50 e 60, como Tarzan,
Zorro, Fantasma e Reis do
Faroeste. Todos sucessos da
época, assim como os chamados
bolsolivros, com as histórias de
faroeste. Foi com revistas do
gênero que ele iniciou o negócio. Claro, acrescentou outras
publicações, como os romances que as mulheres gostavam, como
“Júlia” e “Sabrina”, assim como os quadrinhos de heróis e as
revistas e fitas pornôs. Embora a Playboy vendesse bem,
publicações como “Abusada” e “Private” tinham mais saída.
Outros tempos. As revistas adultas hoje ficam encalhadas.
“Depois da internet, foi uma decadência”, diz Júnior. O
público não se renovou. “A mulher que lia os romances, não tem
tempo: a filha casou e agora ela tem que cuidar dos netos. E
os mais jovens não querem saber de ler”, explana.
No sebo (ou brechó), as revistas estão escondidas em um canto.
Em outro, os discos de vinil. Tem também as notas e moedas
antigas. E mercadorias que ficam fora da loja. “Outro dia
comprei duas galinhas, aqui tem de tudo”, conta um cliente,
que, além das penosas, já achou algumas raridades na coleção
de vinis, como “um duplo, importado, do Elvis, já no fim de
carreira”. O jeito é contar com os fregueses fiéis e vender
outras coisas para não fechar as portas. “Gosto de coisas
antigas, vou continuar com minhas velharadas”, conclui Júnior.
Banca Reta Final
Avenida Bandeirantes, 160 – Gameleira
Telefone: 98888-4518
Funciona de 2ª a 6ª (exceto 4ª) das 8h30 às 18h, e aos sábados
das 8h30 às 14h
No Boa Vista, um oásis para os
amantes de Tex
Em um cômodo discreto e acanhado, com um letreiro meio apagado
e uma placa com os dizeres “Revista usada”, fica a Banca Boa
Vista, que o proprietário, Carlos Eduardo, vai renomear para
“Sebo Boa Vista” quando reformar a fachada. Carlos, que
trabalhava na construção civil antes, é irmão de Júnior, da
Banca Reta Final. Foram sócios no sebo que funcionava no
Camelódromo, mas encerraram a parceria e, há oito anos, ele
toca sozinho o negócio.
O Sebo Boa Vista tem milhares de gibis e revistas. Deve ser o
único “sobrevivente” do ramo de revistas usadas em Uberaba, já
que nos outros o forte são os livros. Aqui tem livros também,
afinal, não podem faltar num sebo os romances “Júlia” e
“Sabrina”. Mas o acervo é composto em sua maioria pelas
revistas antigas. Tem Playboy, Placar, Super Interessante e os
gibis de faroeste do personagem Tex. Há espaço também para
vinis e DVDs originais. O sistema é de compra e também de
troca “dois por um”.
Para os amantes de Tex, o local
é um “oásis”. As revistinhas
estão em bom estado e os números
antigos
são
atrações.
A
organização chama atenção. Os
leitores “ratos de sebo” estão
acostumados a procurar as
revistas em meio à bagunça. Carlos monta pacotinhos com os
números em sequência, vendendo aventuras completas – as
histórias de Tex são publicadas em diversos números em
seguida, iniciando em uma edição e terminando em outra (o
número de revistas varia conforme o roteiro, tirando as
edições especiais, com histórias completas). Como leitor do
herói, o comerciante dispensa atenção especial à série. “Eu
gosto de Tex, você chegou e eu estava lendo”, diz o
empresário, satisfeito por trabalhar com o que gosta.
Assim como o irmão, Carlos comenta que já foi o tempo das
revistas de mulher pelada. “Hoje tem tudo no celular”. A fase
de ouro dos romances também ficou pra trás e ele usa o mesmo
argumento de Júnior. “As leitoras de antigamente hoje têm que
cuidar dos netos. Essa pilha aqui, ninguém mexe faz tempo”.
Os fregueses fiéis mantém o comércio. “Aqui não tem movimento
como no centro, que as pessoas passam e podem entrar para ver.
Só vem quem conhece”, afirma.
Os leitores e os colecionadores
de discos de vinil envelheceram
e o fim dos sebos, na opinião de
Carlos, é questão de tempo.
“Quem gosta de vinil são
senhores, tenho até clientes de
fora. Mas dois clientes meus já
morreram. O hábito de leitura está acabando. Não tem jeito,
daqui um tempo não vai mais ter sebo”, conclui, resignado.
Sebo Boa Vista
Avenida Thomaz Bawden, 37 – Boa Vista
Telefone: 98814-0083
Funciona de 2ª a 6ª das 9h às 18h, e aos sábados das 9h às 15h
Lembranças da Biblos
Na esquina das ruas Vigário Silva e Segismundo Mendes, no
coração da cidade, durante muito tempo funcionou a Biblos, que
oferecia serviços de copiadora. Mas isso era o de menos,
porque bom mesmo era o sebo, muito bem servido. Gibis da Turma
da Mônica, Disney, super-heróis, Tex e Zagor fascinavam
leitores de todas as idades. As revistas de sátiras, como Mad,
também eram atração. O estabelecimento vendia e também trocava
e, para os amantes de tais publicações, era ponto de visitas
constantes.
Há anos, porém, o sebo fechou, e o espaço hoje não tem mais o
cheiro de mofo, apenas o clima de burocracia com cópias
(coloridas como os gibis da Marvel ou preto e branco como as
revistas Tex), plastificações, consultas na internet… e, para
quem frequentava o local antigamente, a sensação de nostalgia.
Por acaso, encontramos um ex-sócio da saudosa Biblos. Em nossa
visita à Banca Reta Final, conhecemos Odilon Vieira, o cliente
que comprou as galinhas do Júnior. Odilon trabalhou na firma
durante 12 anos, e, por dois anos, foi sócio de Juarez, o
outro dono, que, vendo que os leitores estavam minguando,
fechou o sebo “sem choro nem vela” e teria se aposentado.
Odilon também é amante das revistas antigas e fala com pesar
do passado.
A tecnologia fez sumir muitos consumidores da leitura no
papel. Ficam as saudades e, para os mais sortudos, as
lembranças de bons negócios, quando conseguiam comprar ou
trocar um exemplar raro na Biblos.
Som Livre: a última loja de
discos
A Som Livre está aberta há mais de trinta anos
Centenas de CDs estão devidamente expostos, alguns com a capa
desbotada, assim como os pôsteres das bandas U2 e Engenheiros
do Hawaii, amarelados e colados na parede, onde também está
fixada a capa do LP Falso Brilhante, de Elis Regina. Por trás
do balcão, que ainda exibe fitas VHS e K7 “virgens” para a
venda, está Anselmo Garcia Carvalho, proprietário da loja Som
Livre, o último reduto especializado na venda de discos,
especificamente CDs, em Uberaba.
A loja Som Livre foi aberta há mais de trinta anos,
primeiramente na Leopoldino de Oliveira, onde funcionou por
dezoito anos, depois na Praça Frei Eugênio, onde funciona há
quase quinze. Antes da Som Livre, Anselmo chegou a ter, em
1972, uma loja de discos, a Pop, que funcionava na rua São
Benedito, mas a fechou para estudar. Formou-se em Química,
trabalhou por mais de uma década em usinas siderúrgicas em
Divinópolis, mas logo se entediou e voltou para os discos. “É
um vício”, proclama Anselmo.
Os CDs chegaram mercado no final da década de 80. Com a
qualidade superior a popular fita K7 e a tecnologia do seu
formato, tornaram-se atrativos ao público. Logo tomaram o
lugar até dos LPs. A partir da metade dos anos 90, os Compact
Disc tomaram a frente no mercado, até o advento da internet.
Ao longo dos anos, os CDs foram sendo substituídos por mídias
digitais e, as vendas caíram pela metade. A reboque disso,
somado à pirataria já consolidada, as lojas de discos foram
fechando as portas, uma a uma.
A maioria dos clientes da Som Livre são da terceira idade.
Procuram, sobretudo, músicas sertanejas de tempos antigos.
Muitas vezes, trazem o LP e mostram a música que querem
(Anselmo tem uma vitrola exposta na loja). “Aproveito e indico
um disco semelhante ou um artista, muitos acabam levando”.
Todos os dias, Anselmo é questionado sobre o dia em que vai
fechar a loja. “Sou uma resistência, não fecharei“, sentencia
e pede atenção ao cliente para a música que acabou de colocar,
I am, I said, sucesso do cantor americano Neil Diamond,
gravado no Brasil por Diana. Canção de tempos que não voltam
mais. Exceto pela loja Som Livre, onde esse tempo é hoje.
Sem filtros
Sonzera: termo informal usado como sinônimo de “música boa” ou
“grande performance musical”.
O nome desta coluna foi escolhido pela qualidade dos Músicos,
Álbuns, Artistas, Composições, Shows e Projetos que nos
propomos a divulgar, discutir, escrever, entrevistar e
homenagear neste nosso nicho cultural.
Sou músico profissional há 30 anos. A beleza de toda Arte é a
constante evolução íntima que ela traz, e também a constante
necessidade de inovação, seja no instrumento,
conceito, ou em como a abordamos.
seja
no
De todas as Artes, a Música é a que mais está livre dos
“filtros” mentais e armadilhas do intelecto para que possamos
fruí-la de maneira completa. A Música sendo uma linguagem
diferente da falada ou escrita, expressa elementos e fenômenos
que são “indizíveis” nas linguagens coloquiais. Expressamos
através das notas e harmonias das composições, coisas que não
podemos descrever em palavras. Mesmo quando a música tem
letra, a letra expressa ideias e sentimentos, mas a parte
instrumental expressa outra realidade. Esta realidade
“paralela” assim se faz por ser absolutamente íntima, e atua
diretamente em duas instâncias do ser humano: a memória e a
emoção. Experimentar a música é como experimentar a vida, pois
ambas estão acontecendo em tempo real e cada momento é único.
Mesmo quando ouvimos a mesma música repetidamente, cada vez é
diferente.
Sendo assim, mesmo que pareça paradoxal, esta coluna se propõe
a discutir o universo musical, mas o fato é que “…tudo que é
dito ou escrito sobre música, na verdade é apenas uma
metáfora.” (Stravinski).
A inter-relação da música e dos músicos na esfera mundial é
tão delicada e complexa que talvez, neste caso também se
aplica a teoria do “efeito borboleta”, ou seja, o que um
músico cria em um lugar num determinado momento, se
substancial, pode influenciar a música do outro lado do globo.
Vivemos tempos áridos em relação às criações e às obras
musicais em geral. Existem ícones que direta ou indiretamente,
atuam n o campo mundial ou “universal” se preferir, e que
influenciam a música de todos nós, mas o que está acontecendo,
e não é de agora, é que estes ícones estão cada vez mais
raros. Este ano perdemos dois gigantes da Música, dois destes
ícones: David Bowie e Prince. Dois artistas extremamente
talentosos, revolucionários e inquietos em sua Arte.
“O Grande Encontro” está de
volta com show marcado em
Uberlândia
Em um palco, três dos mais importantes
nomes da Música Popular Brasileira
(MPB). Esse será o cenário do Grande
Encontro que está de novo na estrada
com show marcado em Uberlândia no dia
19 de outubro com Geraldo Azevedo,
Alceu Valença e Elba Ramalho. A
apresentação será no Acrópole e os
ingressos já estão à venda no site
Bilheteria Digital.
A turnê marca os 20 anos do projeto, que se iniciou em 1996. O
primeiro show aconteceu em Natal e reuniu o trio, além do
cantor Zé Ramalho. O Grande Encontro rendeu três discos, que
venderam mais de dois milhões de cópias. Para o show em
Uberlândia, o repertório contará com os sucessos “Frevo
mulher”, “Táxi lunar”, “Tropicana”, “Banho de cheiro” e “Me dá
um beijo”, além das inéditas “O melhor presente”, “Só depois
de muitos anos” e “Ciranda da traição”.
A junção da paraibana Elba Ramalho e dos pernambucanos Geraldo
Azevedo e Alceu Valença marca essa verdadeira reunião de
amigos como uma maneira de manter a tradição de suas raízes
culturais. Com o sotaque e as canções que fazem parte da
história musical do Brasil, transformaram sua arte em uma
maneira de combater o preconceito contra o povo nordestino.
Mesclando um repertório de clássicos da MPB, música nordestina
e sucessos dos três artistas, o show será a junção de tudo que
houve de melhor das três edições anteriores, em uma noite de
encontro entre amigos estendida ao público.
O Grande Encontro em Uberlândia
GARANTA SEU INGRESSO AQUI
Data: 19 de outubro
Horário: 22h
Local: Acrópole
Endereço: Rua José Resende, 4090 – bairro Custódio Pereira
Área: Mesa (4 cadeiras) de frente para o palco; logo atrás VIP
e Camarote na parte de cima.
Via Junior apresenta projeto
para ateliê de Zé Floresta
O Prefeito Paulo Piau recebeu na terça-feira (14) em seu
gabinete o empresário José Roberto Martins conhecido como Zé
Floresta que tem o ofício de Luthier, que é o profissional
especializado na construção e no reparo de instrumentos de
cordas beliscadas, como viola e violão. Na reunião, a empresa
Junior da Universidade Federal do Triângulo Mineiro – UFTM,
Via Junior, apresentou o projeto arquitetônico de um ateliê e
de uma sala de aula a ser construído em terreno ao lado da
casa do músico.
A iniciativa teve início com uma conversa entre Piau e o Zé
Floresta, durante uma visita do prefeito ao bairro do músico.
Assim que conheceu a história do luthier que também dá aulas
em um pequeno espaço que tem em sua casa, em meio aos
instrumentos e madeiras, Paulo Piau acionou a Secretaria de
Desenvolvimento Econômico e Turismo para que fizesse uma
visita ao micro empreendedor para conhecer sua situação e
estudar o que poderia ser feito para ajudar Zé Floresta.
O secretário da pasta, José Renato Gomes explica que quando
foram conhecer a necessidade de Zé Floresta, ele explicou
quanto a existência do terreno ao lado de sua casa e a vontade
de construir uma área que abrigasse tanto um ateliê para
construção dos instrumentos, quanto uma sala de aula para
atender melhor aos meninos do bairro que se interessam em
aprender a tocar viola ou violão.
“É importante destacar que para a Sedec e o Prefeito, não
importa o tamanho da empresa, mas sim a vontade de crescer.
Vimos as necessidades do Zé Floresta e fizemos uma parceria
com as empresas juniores da UFTM, que fez o estudo e montou o
projeto, agora em um trabalho conjunto tentaremos conseguir
viabilizar a construção da escola junto a iniciativa
privada.Essa é mais uma iniciativa que demonstra que não damos
atenção apenas para grandes investimentos, como atendemos
também o micro empresário, que tem vontade de crescer”,
explica Gomes.
José Roberto aprovou o projeto apresentado pela Via Junior e
destacou que utilizará o espaço para dar aulas e trabalhar,
oficio que passará a acontecer em um local muito mais
aconchegante. “Tem pouco tempo que conheço o pessoal da UFTM
que tem feito um trabalho muito bom, os alunos são muito
atenciosos. Agradeço a todos que estão me apoiando e ao
principalmente ao prefeito que acreditou no meu trabalho”,
aponta Zé Floresta.
Atualmente o luthier dá aulas para uma média de 16 alunos, um
número que poderá ser muito maior quando as salas de aula mais
adequadas forem construídas.
O trabalho da empresa Junior, desenvolvida por alunos da
Engenharia Civil, é um trabalho multidisciplinar que conta com
a orientação da professora Alessandra Beatriz Carneiro
Gonçalves Alves, que é arquiteta e do professor Mauro Cesar
Barbosa que é Engenheiro Civil. Alessandra destaca que a
parceria firmada é interessante, pois consegue unir o ensino
com a prática na comunidade, onde os alunos tem a oportunidade
de desenvolver o projeto e vivenciar como será a prática
depois que saírem da Universidade.
“A empresa Junior da engenharia civil da universidade
desenvolveu o projeto a pedido do Centri que é a união das
empresas juniores. Os alunos primeiro conheceram a história do
José Floresta, analisaram o espaço e as necessidades do
cliente e determinaram os alunos que poderiam desenvolver o
projeto arquitetônico que foi apresentado”, explica
Alessandra.
A arquiteta explica ainda que a empresa Junior já trabalha no
desenvolvimento de projetos para a comunidade externa, mas que
esse é o primeiro projeto desenvolvido a pedido da Prefeitura
e que trouxe o personagem do Zé Floresta.
O próximo passo agora será fazer um levantamento dos materiais
de construção que foram doados ao músico para determinar o que
falta para a execução do projeto. Depois será buscar junto a
iniciativa privada e a população, investimentos e doações para
poder ser iniciado a execução do projeto.
Banda
de
Heavy
Metal
uberabense se destaca no
cenário internacional
Um power trio. Uma banda formada
pelos irmãos Gama, Charles Gama
na guitarra e vocal, Chaene da
Gama no baixo e Rodrigo (Pancho)
na bateria, a Project Black
Pantera surgiu em abril de 2014
e em novembro de 2015 já
lançavam seu primeiro álbum
completamente autoral, recebendo excelentes críticas de todas
as partes do Brasil e de fora do país. Todos os integrantes já
tinham contato com outras bandas pesadas, sempre fazendo
covers. Se juntaram para fazer algo próprio e talvez esse
tenha sido o segredo do sucesso que conquistaram hoje.
“Tudo começou quando meu irmão Charles Gama decidiu tentar
criar algo único. Ele gravou duas músicas inicialmente e
depois me chamou para ajudá-lo. O Rodrigo entrou na banda
depoisdepois”, conta Chaene Gama, o baixista.
Desde o começo a Project Black Pantera usou um estilo
diferente e tentou não se prender a nenhum rótulo. Misturando
muitas influências, a banda acabou virando um crossover, que é
o nome que se dá e esse tipo de fusão de estilos.
Questionados sobre o sucesso, informaram que nunca imaginaram
que chegariam tão longe. “Começamos despretensiosamente e a
coisa cresceu de forma absurda. Tem pessoas do mundo inteiro
curtindo a página e baixando nossas músicas. Detalhe: cantamos
em português, mas felizmente a música tem a linguagem
universal. Sempre fomos uma banda pesada, desde o começo.
Cantamos aquilo que temos visto e vivido como cidadãos”.
Europa – A primeira oportunidade
que tiveram de ir para a França
foi a convite do Afropunk, um
festival mais voltado para
cultura negra. “O produtor desse
outro festival, o Download
Festival France, nos viu lá e
nos convidou. Esse evento
acontece simultaneamente em Paris, Londres e Madrid e é um dos
grandes festivais europeus e do mundo”, explica Chaene.
A Project Black Pantera já abriu shows de bandas de expressão
do cenário nacional e internacional como o Sepultura, Krisium,
o Rappa, Tianastácia, Dead Fish, Project 46, Angra, Almah e os
poloneses do Terrordome. O primeiro tour internacional
aconteceu em junho de 2016, com três shows na França passando
por Paris no Festival Afropunk, e posteriormente em Bordeaux e
Antibes.
Em 2017, a intenção é ir antes da data da apresentação ao
Download Festival France, que será em 10 de junho, para
tentarem tocar em outras cidades como da outra vez.
Perfil – Marcelo Taynara
O cantor, compositor, arranjador e instrumentista Marcelo
Taynara nasceu em Conceição das Alagoas, Minas Gerais.
Autodidata, iniciou-se na música aos dez anos de idade,
tocando bateria e cantando em bandas de baile, viajando por
grande parte do Brasil e da América Latina.
Tendo vasta produção autoral, suas composições trazem os
elementos de sua descendência negra e indígena, a influência
do “Clube da Esquina”, do Congado e das diversas tendências da
música contemporânea. Suas raízes são representadas também com
efeitos vocais de pássaros, cachoeiras, bichos silvestres e
outros sons da natureza e de percussão, o que se tornou uma
marca peculiar do artista. Suas músicas têm em sua essência a
simplicidade, porém cuidadosamente elaboradas, ressaltando a
pureza das intenções e a urgência de se adotar o sentimento
como bússola da vida.
Mudou-se para Uberaba no ano de 1989 e após vários trabalhos
em bares e estúdios, Taynara lançou seu primeiro CD, “A Cor De
Minas”, em agosto de 2000. Em Belo Horizonte, apresentou-se no
programa “Arrumação”, de Saulo Laranjeira exibido na TV
Alterosa do SBT. Em São Paulo, apresentou-se no programa
“Flash”, de Amauri Junior, na TV Bandeirantes.
Depois de excursões com o show “A Cor de Minas”, Marcelo
Taynara participou de vários laboratórios de percussão e em
2001 lançou seu segundo CD, “Sete Colinas”, em parceria com o
violonista Sérgio Ramos.
Taynara mudou-se para Belo
Horizonte, onde residiu por cinco anos e dividiu palcos com
vários artistas mineiros, destacando-se na abertura da Eco
Latina 2001, ao lado de Dércio Marques, Daniela Lasálvia e
Kátya Teixeira, no palco do Minas Centro. Participou de vários
festivais pelo Brasil, dentre eles o da Conexão Telemig
Celular de Música ao lado do Duo Mel.
Atuou
como ator e cantor na peça “Natividade da Trupe: Fábrica dos
Sonhos”, na Praça do Papa. Ainda em Belo Horizonte, em 2005
Taynara lançou o seu terceiro CD, “Pilão Marcado”, gravado com
as participações especiais de Saulo Laranjeira, Paulinho Pedra
Azul, Emilio Victtor, Dercio Marques, Denílson Mabuzzy, Léo
Diniz e o guitarrista de jazz norte americano Ralph Pritikin
Warren.
Marcelo Taynara voltou para Uberaba, onde gravou em 2008 o seu
quarto CD, “Pilão Marcado Ao Vivo”, gravado no Teatro
Sesiminas, publicado em 2010.
Em 2009, atuou no filme “Entidades”, do diretor Fábio Ramalho,
e foi argumentista do documentário “Os Tambores De Treze De
Maio”, de Tobias Ferraz.
Algumas de suas músicas fizeram
parte da trilha sonora do premiado documentário “Vila Dos
Operários”, de Michelle Parron e Marília Cândido.
Em 18 de novembro de 2011, Marcelo Taynara gravou seu primeiro
DVD, “Cantos E Congos”, ao vivo no Teatro Da Assembléia
Legislativa de Minas Gerais, em Belo Horizonte, lançado em
2012. Em 2014, Taynara lança seu quinto CD, “Pretinha”,
produzido por Jonas Pheer, com as participações especiais de
Toi Rap, Mc Gugu e Marboy. Sai também seu segundo DVD, “Pilão
Marcado”, gravado em 2008 e publicado em outubro de 2013.
Ainda em 2014, Marcelo Taynara lança também o seu sexto CD,
“Marcelo Taynara e Banda Outubro Ao Vivo na Praça Da Concha
Acústica”, gravado em Uberaba.
Atualmente, o artista circula com o premiado “Dandô – Circuito
De Música Dércio Marques”, que foi contemplado em 2014 com o
“Prêmio Brasil Criativo” do Governo Federal, na categoria
“Música” como o melhor projeto de circulação de artistas do
país. Marcelo Taynara é coordenador local do Dandô na cidade
de Uberaba.
Este artista que explora temáticas importantes e interessantes
do universo sócio-cultural brasileiro, o faz com riqueza e
amor à arte. Obrigado Marcelo.
QUESTIONÁRIO SONZERA
Porque você atua na música?
Porque a música é minha vida, o ar que respiro.
Pra você, o que é mais importante na música?
O sentimento e a consciência musical em harmonia.
O que é necessário para ser um músico próximo ao ideal?
Bastante estudioso e dedicado.
Como é sua vida profissional?
Dividida entre shows, correria e aulas.
Cite 3 estilos musicais que mais lhe influenciaram.
MPB, Rock e Jazz.
Cite 5 artistas que foram definitivos para a sua vida na
música.
Milton Nascimento, Gilberto Gil, Bobby McFerrin, Tom Jobim E
Naná Vasconcelos.
Como você entende a mídia e se relaciona com ela? (Rádio, TV,
Jornais, etc.)
Eu entendo a mídia por dois lados, um lado comercial e o outro
mais comprometido com os verdadeiros valores. Sempre tive
amigos no meio televisivo, rádio e jornais. A internet também
tem sido um caminho importantíssimo para a divulgação dos
nossos trabalhos.
O que está faltando no cenário musical regional e nacional?
Tenho viajado por quase todo o Brasil através do “Dandô –
Circuito De Música Dércio Marques” e encontrado muita música
boa, cantores e cantoras com características muito peculiares,
grandes compositores, compositoras e música instrumental de
muito bom gosto. Nossa região também é um celeiro de grandes e
bons músicos, acho que o que está faltando tanto para o
cenário regional quanto para o nacional, são mais políticas
públicas culturais e uma maior divulgação.
Como está a música hoje?
Hoje a música está como sempre, se modificando de acordo com
as mudanças sociais para suprir os anseios da população, porém
um pouco mais acelerada em seu processo de criação, onde o
compositor na maioria das vezes, corre o risco de fazer
músicas repetitivas com arranjos e letras de baixa qualidade.
Falo isso da música massificadora.
Em que aspectos, na sua opinião, você se destaca dos demais?
Acho um pouco complicado falar de mim mesmo, mas, vamos lá!
Não quero ser melhor, igual e muito menos pior do que ninguém,
quero ser eu mesmo.
Entendo que cada músico tem seu lado
pessoal, alguns já encontraram, outros ainda estão buscando.
O que me destaca dos demais, imagino que talvez o fato de já
ter encontrado o meu lado pessoal e de ser muito dedicado e
cuidadoso com as minhas composições.
Biblioteca Municipal encerra
exposição com palestra sobre
herança africana
A exposição “Orixás de Devoção”,
que está sendo realizada na
Biblioteca Municipal de Ueraba,
será encerrada na noite desta
terça-feira (4), com a palestra
‘Herança da religiosidade de
matriz africana em Uberaba’,
ministrada pela Ya Bia Ty
Osumare, a Mãe Bia. O evento
será às 19h30 e a entrada é
gratuita.
A exposição contou com manequins caracterizados que levaram a
história dos orixás à população de Uberaba. Os orixás são
divindades cultuadas pelas religiões de matriz africana.
Além da palestra de Mãe Bia, também estarão presentes no
encerramento da exposição a Mãe Marlene de Ogun e Babá Renato,
que foram os responsáveis pela montagem da exposição. A
abertura da palestra, na noite desta terça-feira, contará com
uma explicação sobre o significado de cada orixá exposto na
Biblioteca desde o dia 2 de março.
Segundo a Fundação Cultural, durante todo o mês de abril, a
Biblioteca terá programações especiais em comemoração ao
aniversário de 108 anos.
Seu Coutinho e seu bar museu
Antiquário, museu, sebo ou bar? Quem entra no bar do “Seu”
Coutinho, localizado na rua H do bairro Volta Grande,
certamente vai se perguntar do que se trata aquele
estabelecimento. O proprietário diz: “que se trata de um bar
onde guarda algumas coisas”. Seu Coutinho é modesto. Entre as
coisas que armazena no bar, estão objetos antigos (alguns
centenários) e uma espantosa coleção de 12 mil vinis.
Nos anos setenta, seu Coutinho trabalhou em diversas barragens
pelo Brasil. Quando eram construídas, acabavam por submergir
algumas cidades. Os moradores desses locais, que iriam ficar
sob as águas, recebiam uma indenização e partiam dali para
recomeçar a vida. Muitos desses moradores deixavam para trás
objetos que julgavam desnecessários nessa mudança. Seu
Coutinho acabava ficando com vários deles, começando assim seu
museu particular.
O acervo, que conta com peças raras, como um extintor de
incêndio de cobre da década de 50, não está em sua maioria
disponível para venda, mas tudo pode ser negociado. Seu
Coutinho pretende, em breve, fazer um leilão com várias peças,
para abrir espaço para montar um brechó. Além dos objetos de
idos tempos, o bar conta também com milhares de filmes em VHS
e DVD, esses, à venda. Aos sábados, o bar sempre tem boa
clientela, que além de tomar uma cerveja gelada e comer umas
porções preparadas pelo próprio, pode admirar o acervo de Seu
Coutinho.
Rapper uberabense representa
cidade em Festival Nacional
Mestiço
Mestiço: poeta urbano
Como muitos jovens da periferia, Guilherme Oliveira, o
Mestiço, sentia-se invisível e sem voz. Isolado por fronteiras
psicológicas impostas por muitos aos bairros periféricos.
Mestiço viu nas letras de rap e na poesia uma forma de
extravasar suas indignações e seus sentimentos. Letras como
‘Jesus Chorou’ do grupo santista Racionais MC’s ou
‘Compromisso, do rapper Sabotage, foram associadas aos versos
poéticos pelo menino poeta da periferia. “Aquilo me deu um
estalo, vários dos meus pensamentos se encontravam ali
naquelas crônicas poéticas e ritmadas, ideias que eu nunca
tive acesso na escola, eram avançadas até pro próprio tempo,
foi a primeira vez que decidi que aquilo seria o que eu queria
fazer da minha vida ainda moleque”, diz.
Foram anos rabiscando letras até a oportunidade de cantá-las
aparecer, nas batalhas organizadas no Calçadão de Uberaba.
Mestiço afirma que, “a partir da Batalha do Calçadão pude
conhecer vários irmãos e irmãs que tinham a mesma paixão que
eu e isso foi de extrema relevância na caminhada, é louco, mas
esse compartilhar já existia antes mesmo do Zuckerberg. Eu
ouvia os mais velhos contando as histórias, falando dos
pioneiros, isso é a base da nossa cultura, a oralidade, vista
na figura do Griot”. Mestiço não parou mais e entre outras
batalhas, não só as realizadas através do improviso no
Calçadão, decidiu que viveria de sua arte.
Em 2015, pediu conta no trabalho e gravou com recursos
próprios o disco Abençoado Seja o Que Acredita em Si Mesmo”. O
rapper finaliza: “ é anacrônico pensar que eu estaria num
Festival como o Sons da Rua se eu perguntasse pro meu Eu lá
atrás ouvindo as primeiras músicas de rap, tudo é um processo
né?! Na pressa a gente acaba perdendo a magia da coisa que é
justamente o caminho que você percorre até chegar no lugar,
penso eu, ainda não cheguei nesse lugar, e é por isso que
estou lutando, mas não vou deixar roubarem minha brisa de
poder apreciar cada detalhe e aprender com cada momento nessa
caminhada louca que é a vida”.
Mestiço foi selecionado para se apresentar no Festival Sons da
Rua, na Arena Corinthians. O Festival é o maior do país no
estilo e será de grande oportunidade para o uberabense
apresentar seu trabalho.
O Festival Sons da rua
Sons da Rua é um festival de Hip Hop que visa “garimpar” novos
talentos da música e uni-los à artistas já renomados do Rap
Nacional, dando oportunidade para novos compositores e
intérpretes mostrarem seus trabalhos. O festival terá 2 dias
de shows: o Show Seletivas, onde 10 pré-finalistas se
apresentarão, e o Show Principal, onde 5 finalistas escolhidos
pelo público se apresentarão no mesmo palco dos artistas
convidados.
O festival ocorrerá dia 12 de novembro, na área externa da
Arena Corinthians, em São Paulo. Além dos 5 artistas que serão
selecionados pelo público a line-up conta com nada mais nada
menos que Emicida, Criolo e Rael.
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