Baixar fragmentos do livro Literatura para PAS/UNB

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CIP. Brasil. Catalogação na Fonte
BIBLIOTECA PÚBLICA ESTADUAL PIO VARGAS
LIM
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Lima, Maria de Fátima Gonçalves
Literatura para PAS/UnB - 3ª etapa/2007: análise das quatro obras
indicadas com exercícios resolvidos / Maria de Fátima Gonçalves Lima;
Waldevira Bueno Pires de Moura; Sebastião Augusto Rabelo . -- Goiânia
Kelps/Leart, 2007
124p.
ISBN: 978-85-7766-117-6
1. Análise literária. 2. Crítica e interpretação literária brasileira. 3. Moura,
Waldevira Bueno Pires de. 4. Rabelo, Sebastião Augusto. I. Título.
CDU: 82.09(81)
Índice para catálogo sistemático:
CRÍTICA LITERÁRIA BRASILEIRA
CDU: 82.09(81)
TODOS OS DIREITOS RESERVADOS a Leart Editora e Distribuidora
Impresso no Brasil
Printed in Brazil
2007
Literatura para PAS/UNB 2007 3ª etapa
APRESENTAÇÃO
Literatura é arte e “grande literatura é simplesmente linguagem
carregada de significado até o máximo grau possível”, instrui Ezra
Pound. (POUND E. A.B.C. da literatura, 2002 p.32). A arte da palavra
transfigura um mundo, traduz uma imagem, portanto, é sugestão.
Nesse sentido, a obra literária nomeia a existência das coisas por
meio de metáforas que pluralizam a significação do silêncio, porque
dizem o indizível e possuem uma sintaxe invisível. Esta sintaxe
manifesta uma plurissignificação e conduz o texto artístico para
outras margens da linguagem, numa realização silenciosa da
metáfora. É o silêncio do sentido.
A arte tem natureza simbólica. Tal natureza e sua peculiar
“estranheza” são denominadas muitas vezes de “transparência”. “Essa
transparência é o que nos é obscurecido se nosso interesse é distraído
pelos significados dos objetos imitados; neste caso, a obra de arte
assume um significado literal e evoca sentimentos, que obscurecem o
conteúdo emocional da forma”. (Langer, Sunanne K. Sentimento e
Forma. 1980. p. 57). Isto porque as formas no sentido mais amplo estão
numa dimensão intelectual a fim de serem percebidas. O sentimento
está expresso na arte, mas ela não é feita de arranjos de elementos
sensoriais, uma vez que o seu sentimento ou emoção apresenta “o
caráter qualitativo de conteúdo “imaginal”, é “um espelho e uma
transparência” (cf. Idem. 1980, 60) de um símbolo.
O leitor necessita contemplar a arte literária com os olhos de
quem ama e, com perspicácia, deve ler as entrelinhas das inúmeras
sugestões. O objetivo desse trabalho é conduzir o LEITOR/
VESTIBULANDO no percurso imprescindível da leitura e
compreensão das obras indicadas para o PAS/UNB. As análises,
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elaboradas por críticos literários, orientam a leitura dos textos,
indicam os aspectos estilísticos e temáticos, as informações técnicas
sobre as obras, norteiam nas possíveis leituras e interpretações e
apontam o conjunto imaginal e plurissignificativo de cada texto.
Dessa forma, o trabalho dos ensaístas e críticos assinalam
teorias e demonstram possíveis interpretações das obras literárias,
pois, como já foi assegurado, a arte não se esgota em fórmulas e
receitas de interpretações. Por esse motivo, a leitura da obra literária
é um prazer intransferível. Sentir a arte da palavra é uma
experiência que se eterniza na lembrança e no desejo do reencontro.
Maria de Fátima Gonçalves Lima
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Literatura para PAS/UNB 2007 3ª etapa
SUMÁRIO
BRÁS, BEXIGA E BARRA FUNDA
de Alcântara Machado .......................................................................................... 9
INCIDENTE EM ANTARES
de Érico Veríssimo .............................................................................................. 33
QUINTANA DE BOLSO
de Mário Quintana ............................................................................................. 69
O REI DA VELA
de Oswald de Andrade ........................................................................................ 95
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Literatura para PAS/UNB 2007 3ª etapa
BRÁS, BEXIGA E BARRA FUNDA
DE ALCÂNTARA MACHADO
UM AUTÊNTICO QUADRO SOCIAL
Profª. Waldevira Bueno Pires de Moura
INTRODUÇÃO
Brás, Bexiga e Barra Funda é a primeira obra no gênero conto publicada
por Alcântara Machado. É o segundo livro do autor, antecedido por Pathé Baby
(crônica de viagens), prefaciado pelo amigo Oswald de Andrade e sucedido por
Laranja da China, também no gênero conto.
Inserido no primeiro tempo do Modernismo brasileiro, Alcântara
Machado é uma prova inconteste de que o movimento modernista trazia naquele
momento de rupturas algo de importante dentro do rol de novidades que
propunha. É ele um “prosador saboroso e ágil, sagaz movimentador de figuras e
observador agudo de flagrantes da vida urbana”. (SODRÉ, N.W. 1976, p.29).
Como Mário de Andrade, Alcântara Machado amou de forma
incondicional a cidade de São Paulo e, por isso, transformou-a em matéria
ficcional. Se o primeiro cantou a capital paulista, principalmente em verso, o
segundo trouxe-a com os seus mais variados aspectos na prosa de ficção. Seus
dois livros de contos são um atestado de que o autor soube atenuar os exageros
da primeira geração modernista através da escolha de um novo fundamento
temático, ou seja, o cotidiano dos bairros periféricos de São Paulo.
Brás, Bexiga e Barra Funda atesta em suas onze narrativas a simpatia do
escritor pelos ítalo-paulistas que demonstravam uma vontade firme de se impor.
O autor marca estas personagens pela ação numa metrópole que se formava nas
duas primeiras metades do século XX.
Exímio observador, Alcântara Machado monta um autêntico quadro
social em que as personagens, verdadeiras representantes de uma classe em
formação, buscam se interagir com os brasileiros nos bairros paulistas que dão
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INCIDENTE EM ANTARES
DE ÉRICO VERÍSSIMO
Profª. Drª. Maria de Fátima Gonçalves Lima
INTRODUÇÃO
Incidente em Antares, de Érico Veríssimo, retrata basicamente a luta pelo
poder político na cidade de Antares, nome de ficção, entre duas poderosas
famílias: a Oligarquia dos Vacarianos e a Oligarquia dos Campolargos,
inicialmente representadas pelos patriarcas Francisco Vacariano e Anacleto
Campolargo.
A partir desse universo ficcional, essa análise discorre sobre o espaço
literário, inserido na obra, que transfigura uma realidade. Nessa transfiguração
arraiga a história do Brasil e a trama romanesca de Érico Veríssimo.
Dentro da perspectiva da verdade factual, muitas histórias são
movimentadas na trama do romance para descrever universos históricos da
nação, entre eles a Era Vargas e um retrato do Brasil de Juscelino Kubitschek.
Nesse jogo entre realidade e ficção, o romancista utiliza-se de um mecanismo
denominado “realizante-irrealizante”, no qual a realidade é “recriada” e
transformada pela imaginação do artista.
No aspecto crítico, várias teorias serviram de base nesse estudo, mas a
Teoria dos Mitos de Northop Frye norteou as análises do Modo Mítico, dos
Símbolos Demoníacos e dos Exemplários Arquitípicos. Além desses
embasamentos teóricos, outros procedimentos estéticos e estilísticos do
romance, dentro das fronteiras do presente ensaio, foram evidenciados.
No entanto, a leitura da obra é a base primeira e fundamental para
compreender o nosso olhar crítico. O prazer da leitura de um bom livro é
análogo ao prazer da existência, ninguém pode sentir ou viver pelo outro. É
exatamente o enleio, o êxtase provocado pela obra de arte, que perturba e provoca
as percepções e as sensações intransferíveis.
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QUINTANA DE BOLSO
DE MÁRIO QUINTANA
Drª. Maria de Fátima Gonçalves Lima
INTRODUÇÃO
O objetivo do presente trabalho é guiar o estudante na leitura e
compreensão da obra do poeta gaúcho Mário Quintana.
Para isso, procuramos seguir algumas análises de especialistas e críticos
que estudaram a obra deste artista. E, embora Jung professe que aquilo que um
poeta diz acerca de sua obra, nem sempre e nem muito menos, é o que melhor se possa
dizer sobre ela (JUNG, (1940), p. 342), recorremos também a alguns conceitos
ministrados pelo poeta em estudo.
Partimos do lirismo moderno de Quintana, percorremos suas imagens
poéticas, sua metalinguagem, sua poesia e a essência dela, a função de sua poesia,
sua vida, enfim, procuramos fazer um retrato didático de sua obra.
As edições da obra de Mário Quintana, consultadas e citadas estão
relacionadas a seguir, mas apenas Mário Quintana de Bolso possui a sigla MQB:
1. MÁRIO QUINTANA DE BOLSO – L ÚPM , 1997, (MQB)
2. MÁRIO QUINTANA - POESIA COMPLETA - Edit. Aguillar, 2005
1 O LIRISMO DE MÁRIO QUINTANA
Mário Quintana é um poeta que se recusa a ser enquadrado em qualquer
escola literária e orgulha-se de não ter “freqüentado” nenhuma (Cf. PEIXOTO,
S. A. (1994) p. 31). Sua obra não segue nenhum modismo específico, mas percorre
os caminhos da mais pura poesia lírica moderna.
A poesia de Quintana tem correspondências com o Pré-Simbolismo de
Baudelaire (1821 - 1867), primeiro poeta moderno a sistematizar o poema como
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Literatura para PAS/UNB 2007 3ª etapa
O REI DA VELA
OSWALD DE ANDRADE
Prof. Dr. Sebastião Augusto Rabelo.
INTRODUÇAO
A peça teatral O Rei da Vela, de Oswald de Andrade foi escrita em 1933,
publicada em l937, mas só foi encenada em 1967. Composta em três atos possui
como cenários o escritório de usura de Abelardo e Abelardo (1º e 3º atos) e a ilha
tropical na Baía de Guanabara (2º ato). O texto mostra a crise de 1929 através da
despudorada aliança entre a aristocracia rural falida, representada por Heloísa
de Lesbos, e os novos ricos do capitalismo industrial, representados por Abelardo,
agiota e dono de uma fábrica de velas. O casamento de Abelardo e Heloísa é um
negócio que interessa a ambos e, principalmente, a Mr. Jones, o americano.
Oswald traça um retrato sarcástico e impiedoso das elites.
Em O Rei da Vela, a crise social é focalizada a partir da classe que lucra
com ela: a burguesia industrial. A aristocracia falida também está presente, mas
de modo cínico e pragmático: buscando aliança com a burguesia, vendendo-se
a ela. Se O Rei da Vela retrata o jogo de interesses que norteia o comportamento
das antigas e novas elites, constitui-se a partir de um olhar permanentemente
distanciado e impiedosamente crítico.
O texto transita o tempo todo nas esferas da sátira e da irreverência, o que
ameniza o impacto de algumas simplificações também existentes,
principalmente, na apresentação e encaminhamento de determinadas posições
ideológicas, como o capitalismo e o socialismo.
Os arranjos cênicos transcorrem, principalmente, na cidade; é ela o
cenário da história. Um cenário onde convivem modernidade e atraso, padrões
burgueses e valores derivados de uma sociedade patriarcal. A cidade é, enfim, o
espaço dos contrastes e a arena onde se realizam os jogos do poder; a cidade é o
cenário da História. O representante do capitalismo industrial é dono de uma
fábrica de velas, indústria incipiente, que atende às necessidades de uma
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Este livro foi impresso
na oficina da ASA EDITORA GRÁFICA / KELPS LTDA.
No papel: off-set 75g
Fone: (62) 3211-1616
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