FUI SAMBAR 28 DE MAIO DE 17 1 2 FUI SAMBAR 28 DE MAIO DE 17 EDITORIAL Editorial DE VOLTA E A TODO VAPOR Expediente Revista Fui Sambar é uma publicação informativa trimestral do site fuisambar Presidente: Junio Amaro Jornalista Responsável: Flávia Nunes - 13788mg Projeto Gráfico, Arte e Diagramação: Junio Amaro Revisão: Nicibel Silva, Flávia Nunes e Fernanda de Souza. Colaboradores: Fernanda Souza, Flávia Nunes, Ederson Melão, Dé Lucas, Cinara Ribeiro, Josi Costa, Edy Fernande e Revista Exclusive Tiragem: 5.000 Contato Publicidade: (31) 9815-9742 [email protected] www.fuisambar.com.br Redes Sociais: www.facebook.com/fuisambarsemprepresente twitter.com/Fui_Sambar www.instagram.com/fuisambar/ Indice Estamos de volta e com todo gás para trazer até você todas as informações do mundo do samba e com a melhor qualidade de 6 sempre. Com uma equipe sempre muito bem posicionada no mercado da comunicação, buscamos trazer, nesta edição da revista, artistas de destaque no cenário mineiro do samba e do pagode. A revista O melhor tropeiro da Cidade Na região Noroeste de BH, na comunidade Pedreira Prado Lopes, é possível encontrar o legítimo feijão tropeiro com uma qualidade... “Fui Sambar” veio para dar voz aos nossos sambistas, compositores e produtores que estão na luta por um reconhecimento maior. Nossa equipe hoje é formada por duas jornalistas, um editor de imagem e diagramador que com competência e profissionalismo encontra as melhores histórias para apresentar a você, caro leitor. Em sua oitava edição, temos o cantor e compositor Dé Lucas que gravou o seu primeiro CD, como o mesmo diz; conseguiu tirar a sua identidade do samba. Temos também uma entrevista com a produtora Cinara Ribeiro Cantora e compositora mineira, Cinara Ribeiro é considerada uma legítima representante da nova geração de cantoras.. 10 cultural Josi Costa, a cantora Cinara Ribeiro, o cantor e compositor Ederson Melão e o grupo Som da Batuca. Agradecemos a todos que, em mais uma edição, estão conosco celebrando a entrega de mais uma revista de extrema importância para o samba. E não paramos por aqui, temos muitos artistas e músicos para mostrarmos a vocês, amantes desse nosso ritmo que canta e encanta os belo-horizontinos. Até a próxima edição! 14 Ederson Melão Aos nove anos montei um grupo com meus colegas da escola que se chamava “Toque Mágico” e, a partir de então, começou minha trajetória na música. Flávia Nunes e Fernanda de Souza Alexandre FUI SAMBAR 28 DE MAIO DE 17 3 4 FUI SAMBAR 28 DE MAIO DE 17 FUI SAMBAR 28 DE MAIO DE 17 5 Entrevista Gastronomia Om e lho r (t rop e ir o) da Ci da de N Fotos: Junio Amaro e Edy Fernande a região Noroeste de BH, na comunidade Pedreira Prado Lopes, é possível encontrar o legítimo feijão tropeiro com uma qualidade que não se vê nem nos restaurantes mais conceituados da cidade. E a responsável por essa iguaria é Maria do Carmo Amaro, de 60 anos, que nasceu na região e mora ali até hoje. Já conhecido por moradores da Pedreira, agora o Tropeirão da Do Carmo também conquistou o paladar de belo-horizontinos de toda a cidade. Isso porque, com um empurrãozinho do seu filho Helbert, a cozinheira já participou de duas edições da Feirinha Aproxima. A feira gastronômica do Projeto Aproxima, realizada no primeiro sábado de cada mês, é quando o público pode saborear pratos e produtos típicos da culinária mineira. O projeto foi idealizado e é executado por Eduardo Maya, que tem como 6 FUI SAMBAR 28 DE MAIO DE 17 objetivo valorizar a gastronomia mineira e abrir espaço para cozinheiros, chefs e produtores como Maria do Carmo. “É uma experiência muito boa, porque as pessoas veem você fazendo e ficam admiradas. Muita gente acha que o feijão tropeiro é só feijão com farinha. Mas não é, tem muita coisa aqui”, diz Do Carmo. E tem muita coisa mesmo! Um tacho do tropeirão, servido aos sábados na entrada da comunidade, leva 15 ovos e 2kg de feijão vermelho cozido, além de bacon, lombo, torresmo, linguiça e, claro, farinha de mandioca. Para acompanhar, nada melhor do que arroz branco, couve refogada e uma cerveja bem gelada. Endereço: Pedreira Prado Lopes, região Noroeste de BH. Contato: (31) 99685-2275 ou 98540-1957. Fonte: Revista Exclusive Entrevista O grupo conta com a seguinte formação atual: Ramon, Renato, Weslley Zulu, Ricardo Doçura, George, Daniel, Dalton e Pablo. Planos e projetos é que não faltam para essa galera que traz alegria para quem adora curtir um batuque de qualidade. “Futuramente, pensamos em gravar um clipe da nossa música de trabalho e também um CD com músicas autorais; divulgar, reforçar a nossa identidade dentro do samba em Belo Horizonte”, destaca Ramon. O Som da Batucada marca presença em alguns locais de Belo Horizonte e por onde passa deixa sua marca registrada de um swing de primeira. Hoje eles são responsáveis pela roda de samba com a batucada mais contagiante da cidade, onde a alegria, descontração e amizade são ingredientes indispensáveis para o sucesso desses garotos. Flávia Nunes Foto: Divulgação O grupo Som da Batucada se destaca no cenário musical mineiro com um batuque envolvente e diferenciado. Criado, há três anos, com o objetivo de reunir amigos de infância e fazer o que mais gostam, ou seja, um bom samba que se destaca pela alegria e descontração e que contagia todos aqueles que prestigiam seu trabalho. A diversão é garantida aos amantes de uma boa roda de samba, ao Som da Batucada, que reúne percussão e harmonia, fazendo a festa com o objetivo de não deixar ninguém parado. O grupo a cada dia conquista mais o respeito e admiração desta nova geração do mundo do samba. Com um repertório que conta com o melhor da nossa música popular brasileira, os grandes sucessos do samba, do pagode da atualidade e os que fizeram sucessos nos anos 90, esse grupo de amigos agora investe nas próprias produções. “Hoje, estamos focados em trabalhar a nossa primeira música de trabalho ‘A gente faz acontecer’ e realizarmos o sonho de mostrar mais o nosso trabalho”, conta o músico Ramon. FUI SAMBAR 28 DE MAIO DE 17 7 Foto:Arquivo Pessoal Entrevista 8 FUI SAMBAR 28 DE MAIO DE 17 Entrevista “O samba está na veia de todo brasileiro e, quando ele escolhe você, não há como fugir, é feito um carma, uma doença boa sem cura”, assim resume um dos maiores sambistas de Belo Horizonte, Dé Lucas. Nascido no bairro Serra, Wanderson Vieira Lucas, teve interesse pelo samba desde criança, influenciado pelas festas de família sempre regada a muito som. Dé Lucas conta que seu Tio Firmino foi seu grande mentor, ele lhe ensinou os primeiros passos da música, tocar violão e depois o cavaco. Depois disso, nunca mais o músico largou os instrumentos. Hoje, além dos instrumentos aprendidos com o tio, Dé Lucas toca banjo, estuda guitarra e tem uma noção básica de percussão. Estudioso do mundo do samba Dé Lucas ressalta a importância de conhecer vem o ritmo que escolheu como profissão “ Quando você vira um militante verdadeiro sua pesquisa, todo e qualquer tipo de estudo sobre o samba vira meio que um mantra, um verdadeiro ritual”, ressalta o compositor. Dé Lucas tem entre os seus influenciadores no ritmo vários compositores e intérpretes como Pixinguinha, Cartola, Paulinho da Viola, João Nogueira, Almir Guineto, Moacyr Luiz, Wilson das Neves, Nei Lopes, Wanderlei Monteiro, Délcio do Cavaco, Fabiana Cozza entre vários outros. “São tantos artistas, intérpretes fenomenais que fico com medo de falar, poderia ficar aqui até amanhã citando e não conseguiria chegar à metade”, comenta Dé Lucas. Grupos como Liberdade Samba Show, Grupo Gandaia, Eldorado Samba Show, Grupo Favela, Na Cadência do Samba e o Samba da Madrugada foram algumas das bandas que o cantor integrou durante um tempo. A carreira solo de Dé Lucas veio como resultado das suas composições. O sambista lembra que precisava mostrar suas canções. “Tendo sempre em vista a dificuldade que é fazer uma nova canção girar, tomar forma, entrar na alma das pessoas, e este noviço não ser um nome de peso dentre os já renomados compositores da cidade”, diz Dé Lucas. O cantor já compôs mais de 500 músicas, entre elas: Clarear, Filho da Madrugada, Melhor Referência, Clássico Ballet entre várias outras. Realização de um sonho O ano de 2016 foi consagrador para Dé Lucas, que em novembro gravou o seu primeiro CD no palco do Grande Teatro Sesc Palladium. O show teve a presença de Moacyr Luz e dos filhos do músico. Dé Lucas conta que gravar o seu primeiro CD foi o mesmo que tirar um documento, a sua identidade no samba. Intitulado Clarear, o álbum tem 12 músicas autorais, destas, três são regravações de grandes sucessos. Com um acervo grande de composições, o cantor teve muita dificuldade para escolher as músicas que iriam compor o seu primeiro CD. Então, resolveu selecionar as músicas entre as canções que já estavam na boca dos frequentadores do seu samba no Quintal do Serginho Divina Luz, local que tem como laboratório. Ele comenta que contou também com o auxílio dos maestros que produziram o CD Maestro Paulão 7 Cordas e do Maestro Marcos Santos, conhecido carinhosamente como Marquinho Evered. O nome do álbum se deve a uma canção que vem abrindo portas e janelas para Dé Lucas, desde sua composição. Além disso, a música participou do projeto “Novos Bambas do Velho Samba” e foi contemplada juntamente a intérprete Janaina Moreno. Fábio Martins, 40 anos, músico há 18 anos e primo do compositor participou deste momento tão importante para Dé Lucas que foi o lançamento do seu primeiro CD. “Dé Lucas é um grande compositor, para mim, um dos melhores compositores que existem do novo cenário. Fico muito feliz por ele estar conseguindo realizar o sonho de colocar a obra na rua.”, comenta Fábio. A música Filho da Madrugada, que foi uma das escolhidas para entrar no CD, é uma composição de Dé Lucas em parceira com Fábio Martins e Heleno Augusto. Fábio conta que ficou muito feliz em ter uma composição gravada no disco de um compositor da nova geração. “Ser gravado, ver a música da gente sendo tocada, cantada é uma bênção, comprovação da realização”, comenta Fábio. Projeto Casa de Bamba No ano de 2015, Dé Lucas lançou o projeto “Casa de Bamba” no Quintal do Serginho Divina Luz, no bairro São Marcos, que surgiu da necessidade de mostrar para os menos esclarecidos do gênero a importância que tem o compositor. Esse projeto tem como prioridade trazer os grandes mestres, os verdadeiros ícones do gênero, aqueles que sustentam a base da pirâmide, os ditos anônimos, tanto de fora do nosso município quanto os artistas locais. “Casa de Bamba tem pouco tempo de vida, mas a história de trazer bambas de outros lugares, outras cidades e estados é bem longa, quase dez anos”, conta Dé Lucas. Dé Lucas comenta durante a reportagem que o projeto virou matéria de estudo na Universidade Federal de Minas (UFMG) por dois pesquisadores, maestro Gelson e pelo doutor em Educação Física, Guilherme (Guiba). Infelizmente, o Samba de Minas ainda não é reconhecido da forma que merecia, assim como acontece em outros estados do Brasil. Dé Lucas acredita que a interação entre os agentes do samba precisa se consolidar no respeito pelos militantes, pelo próprio gênero, na pesquisa, no estudo e quanto mais os músicos se profissionalizarem, se munirem em prol da cultura, o samba será cada vez mais forte e duradouro. Dé Lucas termina a nossa matéria dizendo que o samba precisa ocupar o lugar que é seu por direito, sendo ele a maior expressão cultural do nosso país, não deveria viver à margem, ser apenas fogo brando. Fernanda de Souza Alexandre FUI SAMBAR 28 DE MAIO DE 17 9 Entrevista 10 FUI SAMBAR 28 DE MAIO DE 17 Entrevista CD “O Samba mandou me Chamar” Cinara Ribeiro lançou seu primeiro disco (Independente) em novembro de 2015, no Teatro Alterosa. A cantora nesse disco valoriza a música mineira, dando voz aos grandes compositores do samba mineiro ao gravar 10 canções como: Um lugar ao sol (Fabinho do Terreiro/Seu Domingos), Pérola negra (Serginho Beagá), Benzedura (Thiago Delegado/Murilo Antunes), Perfume da flor (Mário da viola/ Arthur de Carvalho), Agora é tarde (Ricardo Barrão/Lado Raízes), Direitos iguais (Fabinho do Terreiro/Evair Rabelo/Chapinha do samba da Vela), Berimbaus (Ricardo Barrão/ Kaka Franklin), Tempo do sariu (Ricardo Barrão/Lado Raízes), Arrasta a sandália (Cinara Ribeiro) e O samba mandou me chamar (Cinara Ribeiro). O samba mandou me chamar tem produção assinada por Thiago Delegado e as participações de Sérgio Pererê, Fernando Bento e do rapper Douglas Din. Cinara deu ao disco o nome de uma canção composta por ela, na qual retrata sua intimidade e explica sua paixão pelo samba. Projetos Futuros Flávia Nunes Fotos: Arquivo pessoal Cantora e compositora mineira, Cinara Ribeiro é considerada uma legítima representante da nova geração de cantoras, recentemente reveladas na música mineira. A cantora traz para os palcos mineiros um rico repertório com diversos sambas de compositores consagrados da música popular brasileira. Suas grandes influências musicais são: Dona Ivone Lara, Clara Nunes, Beth Carvalho, Jovelina Pérola Negra entre outras. “Como cantora, tenho que escutar todos os tipos de músicas e eles também fazem parte do meu repertório”, ressalta Ribeiro. A cantora destaca a emoção das letras e, com sua contagiante alegria, valoriza a sonoridade rítmica e poética do samba. Cinara, acompanhada de músicos de harmonia e percussão, apresenta um repertório diversificado de sambas de compositores e intérpretes do cenário mineiro e nacional. Em 2013, a cantora participou do projeto Musas Brasileiras que homenageou a cantora Dona Ivone Lara, interpretando seus maiores sucessos. Participou também de grandes projetos de samba, em Minas Gerais, como o Samba Bate Outra Vez, se destacou na abertura do show do Casuarina, no Music Hall (2013), do Projeto Casa de Bamba, idealizado pelo cantor e compositor Dé Lucas no Quintal Divina Luz (2017) e do Projeto feminino Cai Dentro, idealizado pelas sambistas Cinara Ribeiro, Giselle Couto e Marina Gomes. Com o show os Encantos de Minas, ela participou do VAC (Verão Arte Contemporâneo 2017) e recebeu, no palco do CCBB, Fabinho do Terreiro, Serginho Beagá, Dona Elisa e Dóris Samba. Cinara Ribeiro lançou Bloco da Ci para o carnaval de BH 2017, homenageando a Mineira Clara Nunes. Em junho, a cantora lançará um clipe nas redes sociais e show da música Direitos Iguais, do Fabinho do terreiro, Evair Rabelo e Chapinha do Samba da Vela, que faz parte do CD “O Samba Mandou me Chamar”. Para a cantora, o grande diferencial é ouvir muita música, estudar e ler bastantes biografias dos cantores. Ouvir sempre as dicas dos produtores culturais, isso ajuda muito no desenvolvimento da carreira. “Continuo estudando e buscando conhecimento para que a cada dia melhorar a minha carreira e a minha imagem e criar minha própria identidade, descobrir o diferencial dentre várias cantoras destas Minas Gerais”, destaca Ribeiro. FUI SAMBAR 28 DE MAIO DE 17 11 Cultura Para um evento dar certo é preciso organização e alguém que entenda bem de todo esse universo cultural. Alguém que além de gostar, saiba planejar, divulgar e desenvolver estratégias para que tudo transcorra na máxima normalidade. O produtor cultural é esse profissional que participa, desde a concepção do projeto até a montagem do show. Natural de Belo Horizonte, Josi Costa tem como sua primeira profissão a psicologia, por acreditar no ser humano e na capacidade de transformação. Frequentadora do samba há 25 anos, Josi trabalhou alguns anos como psicóloga, mas a vida fez seus próprios movimentos e, quando ela se deu conta, já estava trabalhando como psicóloga e também produtora cultural no samba. Hoje está totalmente focada na profissão de produtora cultural. Como em todas as profissões, existem dificuldades, mas quando se ama o que faz isso serve como um trampolim para o profissional alcançar o objetivo traçado lá atrás. “Quando a gente consegue passar por essa crise costuma vir notícia boa”, ressalta Josi. A produtora cultural comenta que a maior dificuldade que observa na profissão é que, infelizmente, os artistas na maioria das vezes não têm condições financeiras para investir na carreira como necessário. E consequentemente essa situação dificulta o trabalho do produtor. Desde 2012 atuando de forma independente, Josi Costa tem em seu currículo várias produções como o 11º Festival Internacional de Teatro Palco e Rua de Belo Horizonte; show de lançamento do CD “O Samba é Meu Guia” e show de lançamento da cantora Marina Gomes, no Cine Theatro Brasil Vallourec. Mas o que é o orgulho da mineira é a produção do projeto Sambaqui, que surgiu em junho de 2010 com o propósito de dar condições dignas para espetáculos de samba, nos 12 FUI SAMBAR 28 DE MAIO DE 17 quais as pessoas iriam para aplaudir o samba feito em Minas Gerais. “Sambaqui foi um sonho que consegui transformar em realidade, pois sempre quis que o samba ocupasse também os teatros e salas de concerto para ser apreciado como ator principal da cena”, diz Josi. O projeto teve fim após a troca de direção do Conservatório da UFMG, mas Josi acredita que o Sambaqui cumpriu bem a sua primeira temporada e que o evento ainda pode voltar futuramente. Outro projeto que marcou bem a carreira de Josi foi a produção e gestão do 1ª e 2ª edição da Festa do Samba. “Foi um projeto importante também pela proposta de profissionalizar os sambistas com palestras e filmes.” Ao longo de sua carreira ela trabalhou com alguns artistas como o Quintal do Divina Luz, Marina Gomes, Samba de Terreiro, Bloco Afro Magia Negra, Leonardo Brasilino, Márcio Nagô, Teatro de Bonecos Origens. Produziu o show em homenagem ao centenário de Nelson Cavaquinho com a cantora Marina Gomes e Tantinho da Mangueira. Nesses 13 anos de carreira, Josi trabalhou em Belo Horizonte, no interior de Minas e no Rio de Janeiro. Ela nos diz que produzir no interior é sempre muito interessante, pois o evento é uma novidade, as pessoas comparecem e levam outras pessoas, porque acreditam que aquele evento pode demorar a ser repetido ou até nunca mais seja apresentado no local. Em primeira mão, Josi conta para a Revista Fui Sambar que está produzindo a Manu Dias, organizando e definindo novas surpresas que virão para o Samba de Minas Gerais. Fernanda de Souza Alexandre FUI SAMBAR 28 DE MAIO DE 17 13 Entrevista 14 FUI SAMBAR 28 DE MAIO DE 17 Entrevista roda de samba “ Ederson Melão e convidados no varandas no Cidade Jardim. Faço parte do projeto Encontros Casuais, no Beco do Rato, na Lapa, todas as quintas-feiras, com Mosquito e Inácio Riso. Com meu trabalho solo fiz alguns shows em São Paulo, Rio de Janeiro, Fortaleza, Salvador e México. E estou com shows agendados em Porto Alegre e Vitória. Sinto-me bem satisfeito com esse meu trabalho que está sendo bem aceito pelo mercado musical. Fotos: Junio Amaro Fuisambar - A sua ida para o Rio de Janeiro e sua parceria com o Ronaldinho Gaúcho. Melão - Investir na carreira de cantor com este trabalho novo em que canto samba e pagode. Focar no meu trabalho de compositor em parceria com Ronaldinho Gaúcho, pareceria esta, que me abriu portas no Brasil todo. Hoje tenho mais de 120 canções assinadas com o Ronaldinho Gaúcho. Ele me levou para o Rio de Janeiro para podermos investir nas composições e no meu trabalho artístico. Já temos composições gravadas com João Lucas e Marcelo; e o Mr. Catra está gravando a nossa música “Dança da Sedução”. Fuisambar - Quando começou seu gosto pela música? Melão - Comecei a me interessar pela música aos cinco anos. Acontecia um pagode perto da minha casa todos os domingos e eu ficava observando, enquanto tentava imitar o som num balde da minha mãe. Aos nove anos montei um grupo com meus colegas da escola que se chamava “Toque Mágico” e, a partir de então, começou minha trajetória na música. Fuisambar - Qual sua formação musical? Melão - Sempre fui bem eclético, principalmente por ter sido criado na comunidade e estar em contato com vários estilos musicais, como soul, black music entre outros. Mas o meu forte sempre foi o samba e o pagode. Pelo fato de ouvir de tudo na música, fui me aprimorando em vários instrumentos, e tive sempre facilidade e ouvido apurado para aprender. Comecei tocando tan-tan, depois passei a estudar e me aprimorar em percussão geral e divisão de ritmo. Porém, depois de um acidente de moto, tive que operar a mão direita; e perdi um pouco a habilidade. Na época, já tocava cavaquinho, então, desisti da percussão. Passei a me dedicar a instrumentos de harmonia, como violão, banjo e cavaquinho. Fuisambar - Além de tocar, você também produz ou compõe? Melão - Sou compositor. Tenho 400 músicas compostas e agora estou me dedicando a minha carreira de cantor. Em 2016 gravei uma coletânea que marcou meu primeiro trabalho solo. Gravei também o CD “Ederson Melão e amigos”. Fiz parte de alguns grupos e projetos de pagode em Belo Horizonte. Participei do grupo “Os neguinhos” por 11 anos e tive a oportunidade de gravar três CD’s e um DVD. Fui idealizador do projeto da comunidade do bairro Serra, em 2008 “Samba, o nosso sonho”, com músicas autorais e regravações. Gravei o CD “Amigos de Fé” com o grupo Samba de Butiquim (projeto do bairro Serra). Como músico, tive a oportunidade de fazer várias participações em CDS de artistas e bandas de Belo Horizonte. Como compositor tenho músicas gravadas com Márcio Art (ex-vocalista do grupo Art Popular), a música “Louca Ilusão” (composição de Edersom Melão, Dé Lucas e Ronaldinho Gaúcho). O cantor Sandrinho de São Paulo, do grupo “É Demais” gravou a música “Não tem Jeito” (de Ederson Melão, Ronaldinho Gaúcho e Fabinho Palmito). O cantor Ferrugem está gravando uma música minha com o grupo Samba Atitude. Fuisambar - Como você avalia o samba e o pagode em nosso estado e cidade? Melão – Belo Horizonte tem grandes artistas e compositores. Temos um estilo muito bacana e envolvente. Os músicos evoluíram muito, estão estudando e se dedicando mais à música. O que falta em Belo horizonte é uma “mídia” que apoie os nossos artistas. As rádios locais não tocam músicas das bandas locais. As casas de shows estão fechando as suas portas e, consequentemente, dificultando o trabalho dos artistas. Mas, a força de sites de coberturas e da revista Fuisambar ajudam a dar mais visibilidade para os grupos e artistas locais mostrarem seu trabalho. Fuisambar - Deixe uma mensagem para aqueles que estão neste caminho da música. Melão – Para as pessoas que querem trabalhar com a música, o caminho é muito difícil, mas quando você consegue realizar, aquela oportunidade de tocar não tem nada melhor. Nunca desista do seu sonho, lute por ele, porque só você é capaz de realizar o que almeja e lutar pela sua arte. Flávia Nunes Fuisambar – Quais os próximos planos do Ederson Melão? Melão – Hoje estou investindo mais na minha carreira solo, no Rio de Janeiro, e tenho alguns projetos em andamento, como a minha FUI SAMBAR 28 DE MAIO DE 17 15 16 FUI SAMBAR 28 DE MAIO DE 17