14/10/2016 PROFESSORA: FERNANDA BARBOSA FERNANDES

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SECRETARIA DE SEGURANÇA PÚBLICA/SECRETARIA DE EDUCAÇÃO
POLÍCIA MILITAR DO ESTADO DE GOIÁS
COMANDO DE ENSINO POLICIAL MILITAR
COLÉGIO DA POLÍCIA MILITAR SARGENTO NADER ALVES DOS SANTOS
SÉRIE/ANO: 1°
ANO
TURMA(S): A,
PROFESSORA: FERNANDA
B
DISCIPLINA: Sociologia
BARBOSA FERNANDES OLIVEIRA
ALUNO (A):
14/10/2016
MATERIAL DE APOIO
Nº_______
01) (Ufu 2012) Leia os textos abaixo, extraídos da obra A República de Platão.
— Acaso não seria uma defesa adequada dizermos que aquele que verdadeiramente gosta de saber tem uma
disposição natural para lutar pelo Ser, e não se detém em cada um dos muitos aspectos particulares que existem
na aparência, mas prossegue sem desfalecer nem desistir da sua paixão, antes de atingir a natureza de cada Ser
em si, pela parte da alma à qual é dado atingi-lo – pois a sua origem é a mesma –; depois de se aproximar e de se
unir ao Verdadeiro, poderá alcançar o saber e viver e alimentar-se de verdade, e assim cessar o seu sofrimento;
antes disso, não? (República, 490b)
— Da mesma maneira, quando alguém tenta, por meio da dialética, sem se servir dos sentidos e só pela razão,
alcançar a essência de cada coisa, e não desiste antes de ter apreendido só pela inteligência a essência do bem,
chega aos limites do inteligível, tal como aquele chega então aos do visível. (República, 532 a-b)
PLATÃO. A República. Tradução de Maria Helena da Rocha Pereira. Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian, 1996.
Com base nos textos e na doutrina de Platão, responda:
a) Qual método pode levar o homem a atingir a essência de cada coisa – a natureza de cada Ser em si – para além
da realidade visível, que se atinge pelos sentidos?
R: O método em questão é a dialética. É por meio dela, afirma Platão, que o filósofo pode atingir a Ideia, ou a
realidade inteligível. A dialética leva o filósofo para além dos aspectos particulares do mundo visível. Vale dizer
que, com frequência, Platão se refere ao filósofo como “dialético”, isto é, como aquele que detém a arte (ou
domina o método) que leva das aparências à essência.
b) O filósofo se refere a uma realidade à qual se chega apenas pela inteligência. Que realidade é essa? Cite ao
menos três características compositivas desta realidade, de acordo com a filosofia de Platão.
R: Trata-se da realidade inteligível (mundo das Ideias, das Formas), na qual se encontram as essências, o Ser de
cada coisa existente. Uma realidade alcançável apenas pelos “olhos da alma”, pois é observado apenas pelo
esforço da razão. Exatamente por ser inteligível, essa realidade tem como características: ser metafísica, isto é,
imaterial, ou incorpórea; ser una, isto é, reduz a multiplicidade das coisas sensíveis a uma unidade; ser eterna,
por não se submeter ao ciclo de geração e degeneração das coisas do mundo sensível.
02) (Unesp 2011) Leia o texto, extraído do livro VII da obra magna de Platão (A República), que se refere ao
célebre mito da caverna e seu significado no pensamento platônico.
Agora, meu caro Glauco – continuei – cumpre aplicar ponto por ponto esta imagem ao que dissemos,
comparar o mundo que a visão nos revela à morada da prisão e a luz do fogo que a ilumina ao poder do sol. No
que se refere à subida à região superior e à contemplação de seus objetos, se a considerares como a ascensão
da alma ao lugar inteligível, não te enganarás sobre o meu pensamento, posto que também desejas conhecê-lo.
Quanto a mim, tal é minha opinião: no mundo inteligível, a ideia do bem é percebida por último e a custo, mas
não se pode percebê-la sem concluir que é a causa de tudo quanto há de direto e belo em todas as coisas; e que
é preciso vê-la para conduzir-se com sabedoria na vida particular e na vida pública.
(Platão. A República, texto escrito em V a.C. Adaptado.)
Explique o significado filosófico da oposição entre as sombras no ambiente da caverna e a luz do sol.
R: Nós estamos diante de um trecho que compõe um dos mais famosos da história da filosofia e cujas tarefas, as
do filósofo, estão delineadas em forma de alegoria. A primeira tarefa a ser entendida é que a caverna é o nosso
mundo, o mundo onde esquecemos de tudo – supõe Platão – enquanto todos nós já tivéssemos vivido como puro
espírito contemplando o mundo das ideias. Pela teoria da reminiscência, Platão explica como os sentidos
correspondem a uma ocasião para despertar nas almas as lembranças adormecidas. Deste modo, a sombra
significa o amor pela doxa (amor pela opinião), pelas opiniões que existem no mundo das sombras, de onde os
acorrentados ainda não tiveram capacidade de se libertarem. Quanto à luz do sol, é exatamente o oposto, uma vez
que já libertos das correntes, ao contemplar fora da caverna a verdadeira realidade passa da opinião à ciência, ou
melhor, ao amor pela filosofia. Ao que vê a luz do Sol, cabe, segundo Platão, ensinar e governar. Trata-se da ação
política, da transformação dos homens em sociedade, desde que as mesmas estejam voltadas para a contemplação
do modelo do mundo das ideias.
03) Discorra sobre a principal diferença entre a filosofia de Platão e a de Aristóteles.
R: Platão e Aristóteles são considerados os dois principais filósofos gregos. Os dois apresentam inúmeras
diferenças entre si, sendo as principais relacionadas à forma de conhecimento. Ainda que façam a separação entre
o conhecimento sensível e o intelectual, Platão busca a verdade em um mundo ideal, enquanto que Aristóteles a
busca no mundo material, não fazendo a distinção entre os dois mundos. É por isso que, na pintura de Rafael,
Platão aponta o dedo para cima (para o mundo das ideias) e Aristóteles faz referência para baixo (para o mundo
material).
04) No livro VII de A República, Platão apresenta a passagem conhecida por “Alegoria da Caverna”. Platão usa
essa alegoria para representar o processo correto de educação do ser humano. Leia o seguinte trecho da República
no qual o personagem Sócrates fala àqueles que foram educados corretamente:
Mas a vós, nós formamos-vos, para vosso bem e do resto da cidade, para serdes como os chefes e os reis
nos enxames de abelhas, depois de vos termos dado uma educação melhor e mais completa do que a deles, e de
vos tornarmos mais capazes de tomar parte em ambas as atividades. Deve, portanto, cada um por sua vez descer
à habitação comum dos outros e habituar-se a observar as trevas. Com efeito, uma vez habituados, sereis mil
vezes melhores do que os que lá estão e reconhecereis cada imagem, o que ela é e o que representa, devido a
terdes contemplado a verdade relativa ao belo, ao justo e ao bom. E assim teremos uma cidade para nós e para
vós, que é uma realidade, e não um sonho, como atualmente sucede na maioria delas, onde combatem por sombras
uns com os outros e disputam o poder, como se ele fosse um grande bem. Mas a verdade é esta: na cidade em que
os que têm de governar são os menos empenhados em ter o comando, essa mesma é forçoso que seja a melhor e
mais pacificamente administrada, e naquela em que os que detêm o poder fazem o inverso, sucederá o contrário.
(PLATÃO, A República, Livro VII, 520 b – d)
Por que, de acordo com o personagem Sócrates, aqueles que receberam a educação proposta na República devem
governar?
R: Na “Alegoria da Caverna”, Platão refere-se à figura do filósofo como aquele responsável por tirar os homens
das sombras e trazê-los à luz. Isso significa fazê-los conhecer a verdade do mundo das ideias, o que só pode
acontecer por meio da filosofia. A educação proposta na República acompanha o mesmo caminho: os jovens
devem ser educados no exercício da filosofia e da virtude para saírem das sombras. Somente assim poderão
conhecer as ideias verdadeiras e o Sumo Bem, podendo, portanto, guiar uma cidade da maneira justa.
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