Gabarito - Unifesp

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Área de atuação em Psiquiatria – Psiquiatria na Infância e Adolescência (Cód. 619)
01. Mãe traz seu filho de 4 anos para avaliação por indicação da escola. Professora envia relatório
que criança começou na escola há 40 dias e descreve que a criança não pára quieta, parece não
ouvir quando é chamada pelo nome, não se interessa por outras crianças e não gosta de nenhuma
mudança na rotina da sala de aula, come todo dia o mesmo pão com geléia e não aceita provar
nenhum alimento diferente. Mãe conta que seu filho sempre foi agitado e que não gosta de brincar
com outras crianças, “é muito tímido” e não gosta de abraços ou beijos. Mãe responde que seu filho
nunca brincou de “faz de conta”, nunca fez brincadeira de imitação mas gosta de observar objetos
como ventilador e máquina de lavar. Antecedente: Pré-maturo de 35 semanas. Sentou aos 7 meses,
andou aos 14 meses e começou a falar as primeiras palavras aos 36 meses. Ao exame psíquico:
criança inquieta, não faz contato visual, não compartilha atenção, não fala frases – apenas palavras
que são repetidas sem intenção comunicativa. Quando quer água, puxa o braço da mãe para
demonstrar. Durante avaliação ficou balançando o corpo para frente e para trás, brincou de enfileirar
carrinhos e depois pegou um carrinho e ficou brincando apenas de girar a roda do carro..
Antecedente familiar: tio paterno com Esquizofrenia precoce e primo de 7 anos que também é tímido
e não fala. Mãe tem epilepsia e tomou ácido valpróico durante a gravidez.
1) Quais são os prováveis diagnósticos desta criança?
Transtorno do Espectro do Autismo ou TEA ou Autismo
2) Quais são os diagnósticos diferenciais?
TDAH ou Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade; surdez; atraso global do desenvolvimento; epilepsia
3) Quais avaliações complementares e de outras especialistas serão necessárias para tratamento
adequado da criança?
Audiometria, EEG para descartar epilepsia; avaliação fonoaudiológica; psicoterapia.
02. Descreva as principais modificações que o diagnóstico de transtorno de estresse pós-traumático
recebeu na ultima edição do DSM-5 em relação à versão anterior.
A transtorno de estresse pós-traumático deixou de fazer parte do capítulo de transtornos de ansiedade para entrar no
capítulo transtornos relacionados a trauma.
Dos 3 agrupamentos ou cluster de sintomas (revivências, evitação e hipervigilância), o diagnostico do TEPT agora requer 4
agrupamentos: a) intrusão, b) evitação, c) alterações negativas na cognição e d) humor, e alterações na atenção e
reatividade. O critério C, evitação e amortecimento foi separado em dois critérios: critérios C (evitação) e critério D
(alterações negativas na cognição do humor). Esta mudança foi proposta a partir de estudos analíticos e agora requerem ao
menos um sintomas de evitação para o diagnóstico de TEPT.
Três novos sintomas foram adicionados:
Critério D (alterações negativas na cognição e humor); acusação contínua e distorcida de si mesmo ou dos outros; e estado
de humor negativo e persistente.
Critério E (alterações na atenção e reatividade): imprudência ou comportamento destrutivo.
Outros sintomas foram revistos para clarear a expressão dos mesmos.
Critério A2 (a necessidade de medo, desespero ou humor logo após o evento traumático) foi removido no DSM-5, com a
sugestão das pesquisas que este não melhora a acurácia diagnóstica.
Um subtipo com sintomas dissociativos foi associado. O tipo dissociativo passa a ser aplicado a indivíduos que apresentam
critérios diagnósticos para TEPT e tem uma experiência adicional de despersonalização e desrealização.
Um diagnóstico separado foi incluído para crianças com idades menor de 6 anos subtipo pré-escolar.
03. Uma paciente do sexo feminino de 50 anos comparece em consulta psiquiátrica. Refere ser
portadora de transtorno depressivo maior e está em tratamento com sertralina 50 mg há 2 anos.
Apresentou melhora importante com a medicação, com melhora do humor, da ansiedade e do sono
e retorno às suas atividades normais. Porém, nos últimos 60 dias voltou a sentir-se desanimada,
com insônia inicial e intermediária, suores nas mãos e pés e ganho de 6 kg de peso. Acha que está
mais desatenta, com dificuldades de memória e concentração. Atribui os sintomas ao fato do marido
Área de atuação em Psiquiatria – Psiquiatria na Infância e Adolescência (Cód. 619)
ter sido diagnosticado com câncer de próstata. Que fatores você consideraria como importantes na
avaliação das causas da piora recente do quadro, qual sua conduta para investigá-los e qual o seu
plano de tratamento.
Fatores importantes na avaliação:
Adesão: outros informantes, contagem de comprimidos.
Hipotireoidismo: solicitar provas de função tireoidea
Climatério: interrogar sobre ciclo menstrual e solicitar dosagem de FSH e estradiol
Estressores recentes: considerados após descartar causas médicas gerais.
Plano de tratamento: garantir adesão, descartar causas médicas gerais, aumentar dose de sertralina.
04. Quais os princípios terapêuticos (farmacológicos) para pacientes portadores de esquizofrenia,
incluindo aos resistentes ao tratamento.
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Definição com cuidado dos sintomas-alvo a serem tratados
Um antipsicótico que apresentou boa resposta anteriormente deve ser utilizado. Na ausência da informação. A
escolha pode ser orientada pelo perfil de efeitos colaterais. Os de segunda geração podem oferecer um perfil
favorável em relação aos efeitos colaterais.
Duração mínima de tratamento com antipsicótico de 4à 6 semanas em doses adequadas. Se não houver sucesso
outro antipsicótico em geral de outra classe pode ser usado
Geralmente o uso de mais de um medicamento, ao mesmo tempo, não é recomendável
Os pacientes devem ser mantidos com a dose efetiva mais baixa possível. A dose de manutenção muitas vezes é
inferior a utilizada na fase aguda.
A esquizofrenia que preenchem critérios de resistência ao tratamento deve ser utilizado um ensaio com clozapina
EPM / UNIFESP - RESIDÊNCIA MÉDICA 2016
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