15 – aula ed mediunica ii – relacoes mediunicas

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15ª AULA
PARTE A
RELAÇÕES MEDIÚNICAS
O fenômeno mediúnico não é conseqüência de um
instante solitário do médium. É ato bilateral, de conjugação
de duas inteligências que se envolvem em fusão fluídica,
simultaneamente alterando o psiquismo do médium
encarnado e do ente comunicante. Que se opera pela
ligação dos centros de força, experimentando o espírito as
sensações da vida na carne, enquanto a alma-médium, a
leveza do comunicante, se desenvolvido, ou a sua bruteza,
se perturbado. É a "síntese afetiva em que os dois planos
da vida revelam o segredo da morte", diz Herculano Pires.
Não se há esquecer a seu turno, que o mesmo ocorre
nas comunicações de espíritos de diferentes esferas, no
âmbito espiritual, ressalvadas circunstâncias não reveladas.
Por sua vez, lembrem-se, os médiuns não estão sós
no mundo. O mundo é tudo quanto lhes cerque, lhes
circunde. É a sua circunstância. Quer fisica, visível,
material, quer extrafisica, invisível, espiritual. Não sem
razão a isso alude o Apóstolo Paulo. Como as demais
pessoas, hão de comunicar-se com as outras que estão no
mundo e vivem a vida de relação. Assim, o médium, por
necessidade orgânica e social deverá estar em relação
constante com os outros, para não frustrar, ou arrefecer o
seu mediunato. Pois insulado se permite o desgosto de não
se acostumar com os embates que a existência
proporciona, de radical importância para o seu próprio
desenvolvimento.
Do acervo de relações do homem-médium com o seu
mundo existencial, sobressaem às relações:
1) com as instituições espíritas;
2) com os médiuns; e,
3) com o público em geral.
Não raro o trato do médium com os centros espíritas,
engendra decepções resultantes, ora da má formação
cultural dos dirigentes, dos seus despreparos doutrinais,
ora do seu envolvimento num clima de infalibilidade e de
poder absoluto.
Uma e outros inspiram a desconfiança e o ciúme,
chagas que molestam a serenidade e o equilíbrio individual
bem como da comunidade.
Quando deveria conduzi-lo à confiança em si próprio,
ampliando-lhe o cabedal de serviço em proveito da obra.
As
de
médium-a-médium
importam
ao
desenvolvimento educacional recíproco, por força da troca
de experiências, de informações sobre a leitura de livros da
literatura espírita e da literatura em geral. Que reforçam o
conhecimento enriquece e burila o estilo e sedimenta a
cultura. Que por sua vez cerceia os riscos da desconfiança,
auxiliando no combate íntimo de eventuais dúvidas.
Já as relações do médium com o público exigem
daquele um comportamento culto, equilibrado e paciente,
pelo que neste existe de incultura espírita-mediúnica. Em
geral, o público encara a mediunidade como um dom
sobrenatural
e
o
médium
um
privilegiado.
Em
contrapartida, esse não compreende que tais tratamentos
são fatores prejudiciais à relação em si, e à irradiação
correta da doutrina espírita. Daí ser necessário que o
médium, por inação, não estimule o engano em que
incorram, a respeito do que seja o Médium e a
Mediunidade.
Para isso, é de fundamental importância compreender
que o "Médium é o ser, ou indivíduo que serve de traço de
união aos Espíritos, para que estes possam comunicar-se
facilmente com os homens, espíritos encarnados". Tão só e
exclusivamente. O médium é simplesmente o agente do
mediunato, "a missão providencial dos médiuns". É o
portador desse ministério, ou o do dom de dizer por outro
não visível, na esfera em que a mediunidade se manifeste,
quer em "comunicações tangíveis, mentais, escritas,
fisicas" quer de qualquer outra espécie.
Bibliografia:
KARDEC, Allan. O Livro dos Médiuns: - Cap. XXII n° 236,
XXXI, XII em Cap. XXXII - Vocabulário Espírita
FRANCO, Divaldo Pereira (Espírito Joanna de Angelis).
Estudos Espíritas: Cap.XVIII
PIRES, José Herculano. Mediunidade: Caps. V e X
XAVIER, Francisco Cândido (Espírito André Luiz). Obreiros
da Vida Eterna: Cap. III e IX
XAVIER, Francisco Cândido (Espírito André Luiz). Nos
Domínios da Mediunidade: Cap. 3
PERALVA, Martins. Estudando a Mediunidade: Cap. 25
BÍBLIA SAGRADA. Novo Testamento: Hebreus 12: 1
Apêndice
O que o termo navi, no Judaísmo, expressa. E que os
72 doutores, da versão grega do Velho Testamento,
traduziram-no por profeta. O "profeta" do dom da profecia,
referida por São Paulo em I Cor.12:10,13:9, 14:1, 3-6 e
Erasto idem, ibidem
PARTE B
A MORAL MEDIÚNICA
Manifesta a disposição mediúnica, o conseqüente
natural será a mudança no comportamento do médium.
Isso engendra a Moral Mediúnica. A Moral, do latim mos,
ris, costume, é o conjunto de regras de conduta que
inclinam a vontade à prática do bem. É por assim dizer, a
disciplina dos bons costumes. Ou como definida no Livro
dos Espíritos: "... a regra da boa conduta e, portanto, de
distinção entre o bem e o mal”.
Ora, se “O bem é a decidida cooperação com a Lei, a
favor de todos, ainda mesmo que isso nos custe a
renunciação mais completa”. ... "E o mal será sempre
representado por aquela triste vocação do bem unicamente
para nós mesmos, a expressar-se no egoísmo e na vaidade,
na insensatez e no orgulho que nos assinala a permanência
nas linhas inferiores do espírito”. Tem-se que ao médium
incumbe proceder à cirurgia intima dos tecidos da sua
natureza. A natureza ou substância do homem ainda é
nesta fase de evolução da humanidade, moralmente
deficitária. Os vícios milenares lhes são uma enormidade.
Dentre tais, a mágoa, o ciúme, a inveja, a cobiça, são de
difícil combate à neutralização, precisamente por força de
sua estratificação milenar.
E o médium é homem, entenda-se: ser humano, como
qualquer outro. Então, conquanto lhe cumpra operar a
renovação moral, para melhor ou ideal desempenho do seu
mediunato, é por outro lado necessário socorrê-lo com as
ferramentas da oração, da compreensão de que o assédio
sufocante, o elogio destemperado, são estímulos que o
embaraçam no percurso da Íntima tarefa renovadora.
Por sua vez, a Moral Mediúnica não é distinta da moral
gênero. A que disciplina e ordena a boa conduta. Aquela
que recomenda a prática do bem quer fisiológico, quer
psíquico, encarregando-se “de expor os múltiplos deveres,
que constituem os princípios práticos, basilares da vida".
Bibliografia:
PIRES, José Herculano. Mediunidade: Cap. IX
XAVIER,
Francisco
Cândido
(Espírito
Indulgência: Lição 18 - Hoje é o Dia
Emmanuel).
KARDEC, Allan. O Evangelho Segundo Espiritismo: Perg. n°
629
XAVIER, Francisco Cândido (Espírito André Luiz). Ação e
Reação: Cap. 7 - Conversação Preciosa
FRANCO, Divaldo Pereira (Espírito Joanna de Angelis).
Estudos Espíritas: Cap.22
Questões para reflexão:
1) Com base no conteúdo desta aula analise se o
mediunato é efeito ou causa da relação mediúnica.
2) Considerando o médium como mediador entre os dois
planos, diga qual a sua circunstância em seu mediunato.
3) Analise se há uma relação entre o bem, o mal e a
mediunidade.
4)
Faça
o
seu
comentário
sobre
o
seguinte
questionamento: Do ponto de vista moral, o que é a
mediunidade?
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