HISTÓRIA – Professor João Alexandre Costa Lima Lopes da Magna Carta, um conjunto de normas que definia os direitos do povo perante o soberano. Na França, o fortalecimento do poder real teve início com Luís VI, que governou de 1108 a 1137, sob a justificativa de que a ordem real era necessária para suplantar a desordem feudal. A monarquia francesa buscou sustentação na doutrina católica o que, posteriormente, derivou na tese do direito divino dos reis. ISOLADA: HISTÓRIA AULA 5 - RENASCIMENTO/MODERNIDADE TRANSIÇÃO DO FEUDALISMO PARA O CAPITAL No século XIV eclodiu, entre franceses Guerra dos Cem Anos (1337-1453). Estavam disputados o trono da França e o controle da região de Flandres, que era um importante centro de comércio. A guerra durou 116 anos, durante os quais intercalavam-se períodos de combate e de paz. Nesse conflito, destacou-se a figura da heroína Joana D'Arc, uma jovem camponesa que comandou as tropas francesas em várias batalhas vitoriosas. Em 1430 foi capturada pelos ingleses e, acusada de heresia, foi queimada viva no ano seguinte (acabou servindo mártir e, posteriormente, como símbolo do nacionalismo pungente do estado francês). A Crise Do Feudalismo Por volta do século XIII, o sistema feudal apresentava os primeiros sinais de enfraquecimento, revelando que seus pressupostos não atendiam às novas questões sociais. Os fatores presentes na crise do feudalismo foram os seguintes: Crescimento demográfico. No final do século X, a população da Europa viveu um processo de crescimento demográfico. Para solucionar o problema da falta de terras e de alimentos, teve início um avanço da agricultura sobre terras onde havia florestas e pântanos. Essa conquista do solo para a agricultura, denominada arroteamento, estendeu-se até o século XIV quando já não havia mais terras agricultáveis. Avanço das técnicas agrícolas, como a melhor utilização da força motriz das águas correntes e dos animais e a substituição gradativa da madeira pelo ferro na fabricação de enxadas e arados, tornando essas ferramentas mais eficientes. Crise agricola do século XIV. Com os avanços técnicos, houve aumento da produção agrícola e o trabalho dos camponeses tomou-se menos fatigante e mais produtivo, o que contribuiu para o aumento demográfico. Iniciou-se então um novo período de falta de alimentos, e a subnutrição crônica comum na Alta Idade Média transformou-se, no século XIV, em inanição. Epidemias. Com a população mal alimentada ressurgiram, de forma devastadora, as epidemias. A mais grave dessas epidemias foi a que ocorreu entre os anos de 1348 e 1349, conhecida como a Grande Peste ou a Peste Negra. Cerca de um terço da população européia morreu vitimada pela peste. Revoltas camponesas. O agravamento da miséria resultou na eclosão de muitas revoltas, que uniam camponeses de várias localidades e se alastravam por toda a Europa. No ano de 1358, ocorreu na França a Jacquerie, uma revolta do campesinato contra a nobreza, que durou quatorze dias, durante os quais houve muita violência. Na Inglaterra, a revolta mais grave ocorreu em 1381, em razão de uma cobrança extraordinária de impostos. Depois de dois meses de luta, os nobres decidiram diminuir as obrigações servis. No século seguinte, a desaparecido do solo inglês. servidão praticamente Portugal tomou-se independente de Castela em 1143, e no século XIV consolidou-se como um Estado Moderno, caracterizado pela aliança entre o rei e a burguesia na condução dos negócios públicos. O evento que provocou essa mudança no reino luso foi a Revolução de Avis (1383-1385). Nas cidades portuárias, sobretudo em Lisboa e Porto, havia se formado uma expressiva burguesia ligada ao comércio marítimo, que aproveitou uma crise de sucessão para colocar no poder o príncipe João, Mestre de Avis. Com o apoio econômico dos comerciantes, o novo rei, João I, aplicou os recursos do Estado nas atividades marítimas e no incentivo às pesquisas náuticas. Essa política fez de Portugal uma potência marítima no século XV; responsável pela expansão marítima, que mudou para sempre a história da humanidade. As Cruzadas: a fé, as armas e o comércio As Cruzadas foram expedições realizadas pelos cristãos do Ocidente, entre os séculos XI e XIII; mesclavam aspectos religiosos, militares e econômicos. Acreditava-se que a peregrinação aos lugares santos oferecia a possibilidade de salvação da alma do fiel que se submetesse ao sacrifício. A idéia de guerra santa, ou seja, de combate aos inimigos do cristianismo (judeus e muçulmanos), deu às Cruzadas um caráter militar. Havia também o interesse em fortalecer o comércio entre o Ocidente e o Oriente. A primeira Cruzada foi organizada em 1095 e a oitava, e última, em 1270. Embora o papado tenha tentado manter vivo o movimento, os católicos já não se interessavam mais pela idéia, pois os resultados religiosos foram inexpressivos e o principal repercussão: o impacto econômico na Europa feudal a reativação do comércio – já havia sido atingido. havia O BURGO E O BURGUÊS O comércio não desapareceu totalmente durante a Idade Média; mesmo de forma irregular, as trocas continuaram a ser feitas. Também as cidades continuaram existindo, mas sua função era essencialmente religiosa e militar. Isso tudo mudou a partir do século XI, com o incremento do comércio e com a expansão da vida urbana. Dois fatores foram os principais responsáveis pelo Renascimento Comercial: o esgotamento das terras, que ocasionou a entrada de muitos camponeses na atividade comercial, e as Cruzadas. que criaram nos europeus o gosto pelos artigos de luxo. O aumento do consumo resultou no estabelecimento de dois importantes centros de troca: Champagne, que reunia os comerciantes do Mediterrâneo, do Báltico e do Mar do Norte; e Flandres, que, com o declínio de Champagne, tomou-se a mais movimentada região de comércio internacional. As cidades de Bruges e Antuérpia eram os principais centros de comércio e de finanças da região flamenga. O aumento da atividade comercial levou à formação de ligas ou hansas, associações que defendiam os interesses dos comerciantes. A mais influente dessas associações foi a Liga Hanseática, que reunia comerciantes alemães e chegou a ter A formação das monarquias feudais A partir do século XI, a política descentralizada que caracterizou o feudalismo começou a mudar. A centralização política nas mãos de um soberano realmente forte foi impulsionada pelas novas necessidades colocadas à sociedade. Os compromissos de fidelidade e de proteção que ligavam os senhores feudais ao suserano maior impediam que este organizasse a vida política de forma independente. Para enfrentar o poder dos grandes senhores feudais, o rei buscou apoio junto aos moradores das cidades e aos camponeses livres. Na Inglaterra, a centralização foi feita por Guilherme, o Conquistador, que governou de 1066 a 1087. O rei, originário da Normandia, fortaleceu o poder monárquico graças ao apoio do exército e dos plebeus livres. Henrique II (1154-1189) e seu filho Ricardo Coração de Leão (1189-1199) submeteram a nobreza feudal por meio da Corte das Audiências Comuns, que habitualmente favorecia o rei em suas decisões. A reação da nobreza à centralização real resultou na assinatura, em 1215, 1 HISTÓRIA – Professor João Alexandre Costa Lima Lopes cerca de 80 cidades associadas. Os artesãos, por sua vez, formavam as corporações de oficio, que visavam controlar a produção e a qualidade das mercadorias, além de garantir o monopólio da atividade profissional. As cidades pertenciam aos feudos, e os senhores feudais cobravam pesados impostos dos burgueses que se instalavam nas cidades para fazer comércio. A fim de eliminar esses encargos, foi criado o movimento comunal, que lutava pela autonomia das cidades. O processo de emancipação das cidades seguiu por dois caminhos: a via pacífica, por meio do pagamento de uma indenização; ou a guerra, em que os burgueses tiveram o apoio dos reis, que estavam interessados em diminuir o poder dos nobres. O movimento comunal durou do século XI ao século XIII. o Renascimento ocorreu, em graus diversos, em várias regiões da Europa. Começou na Itália e expandiu-se para França, Alemanha, Inglaterra, Espanha, Portugal e Holanda. Apesar das diversidades regionais, o movimento apresentou características comuns: Retomada da cultura clássica. Os renascentistas queriam conhecer os textos da cultura clássica, vistos por eles como portadores de reflexões e conhecimentos que mereciam ser recuperados. Humanismo, ou antropocentrismo. Era a valorização do ser humano, a idéia de encontrar nas pessoas as qualidades e as virtudes negadas pelo pensamento católico medieval. Ideal de universalidade. Os renascentistas acreditavam que uma pessoa poderia vir a aprender e saber tudo o que se conhece; seu ideal de ser humano era, portanto, aquele que conhecia todas as artes e todas as ciências. Artistas e pensadores do Renascimento Nas artes plásticas destacam-se: Sandro Botticelli (1445-1510). O florentino destacou em suas obras cenas religiosas, como a Madona do Magnificat, e cenas mitológicas como O nascimento de Vênus e Primavera. Leonardo da Vinci (1452-1519). Da Vinci foi notável nas ciências e nas artes. Suas obras mais conhecidas são as telas A Última Ceia, Mona Lisa (ouLa Gioconda) e a Virgem dos rochedos. Michelangelo Buonarroti (1475-1564). Denominado divino por seus contemporâneos, deixou uma obra artística belíssima. Suas obras mais conhecidas são as esculturas Pietà, Moisés e David e as muitas pinturasque compõem o teto da Capela Sistina. Rafael Sanzio (1483-1520). Rafael como ficou conhecido, era pintor e arquiteto. Dedicou-se a pintar figuras femininas e imagens sacras, das quais A Virgem com o Menino é uma das mais bonitas. As mudanças econômicas e sociais provocaram o questionamento dos valores antigos. Formou-se um grande movimento de crítica ao modo de vida do alto clero, sobretudo ao nicolaísmo (a degradação moral dos padres) e à simonia (venda do perdão, comércio de objetos ditos sagrados e leilão dos cargos eclesiásticos). Com o objetivo de diminuir as críticas, No final do século XI, o papa promoveu a Reforma Gregoriana, que estabeleceu normas severas quanto ao comportamento dos clérigos e procurou desligar a Igreja do poder político de reis e nobres. Foi criado, em 1231, o Tribunal da Inquisição do Santo Ofício, com a função de combater heresias (toda forma de pensar que contrariava os pressupostos do catolicismo), mas que se transformou em um instrumento de terror capaz de calar críticas e de permitir muita liberdade de ação ao clero católico. Apesar das normas severas que procurou impor, o movimento reformista não conseguiu eliminar a corrupção dentro da instituição. Renascimento O Renascimento foi a redescoberta do conhecimento fora do âmbito do que era permitido pela Igreja, e o termo deve ser entendido como a retomada (o renascer) do estudo de textos da cultura greco-latina. Os renascentistas preocupavam-se com as questões ligadas à vida humana, por isso o movimento é associado ao humanismo. A princípio, o humanismo buscou a valorização do ser humano, sem, contudo, romper com a religião. A idéia de que Deus criou a Terra e as pessoas não foi abandonada, mas houve uma mudança: em oposição ao pensamento medieval, que via no mundo um lugar de sofrimento, os renascentistas afirmavam que esse mesmo mundo era um lugar de delícias, criado para o ser humano - a mais perfeita das criações divinas - ser feliz. Posteriormente, o humanismo passou a identificar-se com aqueles que analisavam de forma crítica as condições, sociais, buscando construir novas realidades. Foi um movimento urbano, tendo início nas cidades italianas que viviam do comércio, como Veneza, Pisa, Gênova e, principalmente, Florença. Essas cidades mantiveram contato com Bizâncio (Constantinopla), fato que permitiu a alguns sábios bizantinos - que tiveram de fugir de sua terra natal por causa das brigas religiosas - mudarem-se para a Península !tálica e serem, em grande parte, responsáveis pelas mudanças culturais que estamos estudando. Para incentivar os artistas e intelectuais pobres, tornou-se comum a prática do mecenato, isto é, uma ajuda financeira para que os talentosos pudessem praticar sua arte sem precisar trabalhar para garantir a subsistência. Na literatura, os nomes mais expressivos foram: Dante Alighieri (1265-1321). Considerado prérenascentista, sua obra-prima, A divina comédia, é tida como o ponto mais alto atingido pela poesia italiana. Giovanni Boccaccio (1313-1375). O florentino Boccaccio era poeta e humanista. O seu texto mais conhecido é O decameron. François Rabelais (1494-1553). O renascentista francês era um inspirado escritor satírico, que criticou o comportamento do clero nos textos que contam a saga de dois gigantes, Gargântua e Pantagruel. Luís de Camões (1524-1580). É o maior poeta épico de Portugal, autor de Os lusiadas, uma epopéia que narra o heroísmo português na grande aventura que foi a expansão marítima. Miguel de Cervantes (1547-1616). O escritor espanhol é autor de Dom Quixote, obra-prima literária e histórica em que narra de forma sensível a impossibilidade de manter os valores medievais no mundo burguês em formação, assim como aponta o equívoco histórico da nobreza espanhola que, ao modelo de Quixote, tinha a mente povoada de fantasias medievais e não despertava para a realidade dos novos tempos. William Shakespeare (1564-1616). O mais importante dramaturgo inglês mostrou o ser humano em conflito consigo mesmo, imprimindo em sua obra um forte apelo humanista. Seus textos mais conhecidos são Romeu e Julieta, Hamlet, A megera domada, Macbeth e Otelo. Um dos fatores decisivos para a difusão do Renascimento Cultural foi a invenção da imprensa pelo alemão Johannes Gutenberg. Durante a Idade Média, os livros eram copiados à mão, o que tornava o trabalho muito demorado; em 1450, Gutenberg criou a impressão mecânica, que tornou inúmeras vezes mais veloz a reprodução de livros. A impressão mecânica permitiu atender à crescente demanda por conhecimento, mas não devemos nos iludir: o livro era ainda muito caro e inacessível para as camadas pobres da população. Os principais pensadores do Renascimento foram: Erasmo de Roterdã (1466 ou 1467-1536). Nascido nos Países Baixos, foi um dos principais humanistas do Renascimento. No livro Elogio da loucura, faz críticas contundentes aos poderes constituídos, inclusive à Igreja católica. Nicolau Maquiavel (1469-1527). O italiano Maquiavel Características do Renascimento Cultural 2 HISTÓRIA – Professor João Alexandre Costa Lima Lopes ganhou notoriedade por ter escrito O príncipe, que traça as diretrizes do poder no Estado moderno. Thomas Morus (1480-1535). O pensador inglês escreveu uma forte crítica à sociedade de sua época no livro Utopia. Como se colocou contra a Reforma Anglicana, foi condenado à morte. o Renascimento Científico Um certo distanciamento adotado pelos renascentistas em relação às pregações católicas que condenavam a investigação científica favoreceu, a partir do século XVI, o desenvolvimento de vários ramos da ciência. A principal contribuição do Renascimento ao conhecimento científico foi o desenvolvimento da observação e da experimentação. Foi a partir dessas práticas que os renascentistas avançaram no conhecimento. As duas principais figuras do Renascimento Científico foram Leonardo da Vinci e Nicolau Copérnico (1473-1543). Da Vinci inventou inúmeros mecanismos e instrumentos bélicos. Projetou máquinas novas e aperfeiçoou outras já conhecidas. Dedicou-se ao estudo da Anatomia Humana, da Física, da Botânica, da Astronomia. Como já foi salientado, ele foi o modelo do renascentista, pois se dedicou a várias áreas de conhecimento. Copérnico contribuiu na ampliação do conhecimento da Matemática, da Mecânica e da Astronomia. Formulou, em 1543, a teoria heliocêntrica, que afirma que a Terra gira em tomo do Sol, contrariando a doutrina católica medieval que defendia a idéia de que a Terra era o centro do Universo. Antecedentes da Reforma Durante a Idade Média, a Igreja conquistou um vasto império territorial e econômico, em grande parte formado por doações de fiéis que tinham a expectativa de, com esse gesto, conseguir o perdão de seus pecados. Os abusos praticados por parte do clero receberam muitas críticas ao longo dos séculos, mas no início da Idade Moderna a indignação dos católicos resultou na divisão da cristandade do Ocidente. O pensamento renascentista influenciou a Reforma porque, ao propor uma nova forma de entender o mundo, valorizando o homem e as suas realizações, entrou em confronto com os dogmas da Igreja, que viam no sofrimento a condição necessária para alcançar o Paraíso. O Renascimento representou um fator de distanciamento das pessoas em relação aos dogmas, o que facilitou a adesão às novas religiões surgi das com a Reforma. Na segunda metade do século XlV, surgiram dois movimentos de contestação religiosa, o primeiro na Inglaterra, liderado por John Wycliffe, e o segundo na Tchecoslováquia, liderada por Huss. Wycliffe organizou a primeira tradução completa da Bíblia para o inglês e escreveu uma série de tratados em que defendia a primazia do poder do Estado sobre o poder do papa e a devolução ao poder público dos bens acumulados pelo clero. Huss defendia a reforma da Igreja, o retorno ao culto do Evangelho, os valores nacionalistas tchecos e a autonomia político-religiosa da região da Boêmia, que então fazia parte do Sacro Império Romano-Germânico. Os dois contestadores foram severamente perseguidos por causa de suas idéias; Huss foi escomungado, preso e, em 1415, queimado vivo. Apesar da perseguição, Lutero pôde continuar difundindo sua doutrina porque teve apoio da nobreza alemã para quem, descontadas as questões sinceras da fé, a Reforma tinha grande significado político e econômico, uma vez que liberava os reinos da tutela da Igreja e colocava todo o patrimônio católico em solo alemão ao alcance dos nobres. O teólogo francês Calvino criou a teoria da predestinação absoluta, preconizando que o mundo estaria totalmente submetido à vontade de Deus e que as pessoas já nascem predestinadas à salvação ou à condenação. Calvino estruturou uma doutrina rígida que ressaltava a necessidade da disciplina moral, valorizava o trabalho e afirmava que a riqueza material era um dos sinais de salvação. Por isso, essa doutrina foi adotada por grande parte da burguesia que se sentia desconfortável com o fato de o catolicismo condenar os rendimentos obtidos por meio do lucro. Na Inglaterra, a burguesia e a nobreza classificavam os padres como "a classe vadia" e há muito desejavam o fim do pagamento de tributos à Igreja. Nesse contexto, aproveitaramse de um conflito surgido entre Henrique VIII e o papa Clemente VII, motivado pela recusa do papa em anular o casamento do rei com Catarina de Aragão, para pressionar o soberano a romper com Roma. Em 1529, o Parlamento inglês formalizou seu apoio ao monarca na luta contra o papado e aprovou leis que reduziam os impostos cobrados pelo clero católico. Em 1532, os bispos ingleses também manifestaram seu apoio às ações do rei na sua luta com Roma. Em 1534, o Parlamento inglês votou o Estatuto da Supremacia, que transformava Henrique VIII em chefe supremo da Igreja da Inglaterra, ou Igreja anglicana. O anglicanismo preservou grande parte dos rituais, celebrações e dogmas católicos. Diante da crise que se abatia sobre a Igreja, o papa Paulo III convocou, em 1545, o Décimo Nono Concílio Ecumênico da Igreja Cristã, que ficou conhecido como Concílio de Trento. O tema do encontro era a discussão da fé não somente entre os católicos, mas também entre membros das outras igrejas cristãs (protestantes e ortodoxos). O mais forte defensor do processo de reação da Igreja foi a Companhia de Jesus, uma ordem criada em 1534 que tinha como princípios disciplina severa, obediência hierárquica e comportamento moral irrepreensível. Os jesuítas foram a principal arma do papado para compensar o avanço protestante. Muitos jesuítas vieram para a América catequizar os índios, aumentando assim o número de fiéis para a Igreja católica. Depois de dezoito anos de estudos, o Concílio de Trento apresentou as seguintes medidas que visavam reformar a Igreja católica: proibição da venda de indulgências; obrigatoriedade de os clérigos fazerem seus estudos nos seminários antes de serem ordenados; proibição da venda dos cargos do alto clero (bispos, arcebispos e cardeais). A Reforma Católica restringiu-se praticamente a eliminar as ações que geravam muitas críticas, e o papado manteve alguns dogmas, como o princípio da salvação pela fé e pelas boas obras, o celibato clerical (proibição de padres se casarem) e a validade dos sete sacramentos (batismo, eucaristia, confirmação, penitência ordem, casamento, extrema-unção,). Houve, também, a reativação do Tribunal do Santo Ofício ou Tribunal da Inquisição, que passou a perseguir, condenar e executar muitos dos que questionavam os dogmas católicos ou que queriam discutir os princípios da religião. A Contra-Reforma, de modo geral, consistiu em um conjunto de medidas tomadas pela Igreja Católica com o surgimento das religiões protestantes. Longe de promover mudanças estruturais nas doutrinas e práticas do catolicismo, a Contra-Reforma estabeleceu um conjunto de medidas que atuou em duas vias: atuando contra outras denominações religiosas e promovendo meios de expansão da fé católica. Uma das principais medidas tomadas foi a criação da Companhia de Jesus. Designados como um braço da Igreja, os jesuítas deveriam expandir o catolicismo ao redor do mundo. Contando com uma estrutura hierárquica rígida, os jesuítas foram os principais responsáveis pelo processo de catequização das populações dos continentes americano e asiático. Utilizando A Reforma luterana Martinho Lutero acreditava que o caminho da salvação era o arrependimento, portanto as doações feitas à Igreja, com a intenção de salvar a alma após a morte, eram desnecessárias. As idéias de Lutero entravam em choque com os interesses de uma parte do clero, que se interessava em demasia pelas questões econômicas e pela riqueza material. Os pontos principais da doutrina luterana são: a salvação se dá unicamente pela fé; a interpretação da Bíblia é livre; apenas dois sacramentos são necessários: o batismo e a eucaristia; o único dogma (isto é, a única verdade que não pode ser contestada) são as Escrituras Sagradas: supressão do celibato clerical e do culto às imagens (ícones); submissão da Igreja ao Estado. 3 HISTÓRIA – Professor João Alexandre Costa Lima Lopes um sistema de rotinas e celebrações religiosas regulares, a Companhia de Jesus conseguiu converter um grande número de pessoas nos territórios coloniais europeus. A Inquisição, instaurada pelo Tribunal do Santo Oficio, outra instituição eclesiástica criada na Contra-Reforma, teve como principal função combater o desvio dos fiéis católicos e a expansão de outras denominações religiosas. Além de perseguir protestantes, a Santa Inquisição também combateu judeus e islâmicos, que eram considerados pecadores e infiéis. Entre outras formas, a Inquisição atuava com a abertura de processos de investigação que acatavam denúncias contra hereges e praticantes de bruxaria. Caso fossem comprovadas as denúncias, o acusado era punido com sanções que iam desde o voto de silêncio até a morte na fogueira. Em 1542, o Concílio de Trento, uma reunião dos principais líderes da Igreja organizada pelo papa Paulo III, selou o conjunto de medidas tomadas pela Contra-Reforma. No Concílio de Trento estabeleceu-se o princípio de infabilidade papal e a declaração do Índex, conjunto de livros proibidos pela Igreja. Além disso, a Vulgata foi estabelecida como versão oficial da Bíblia Sagrada, foi proibida a venda de indulgências e todas as doutrinas católicas foram reafirmadas. Considerada a primeira religião fundada durante as Reformas Protestantes, o Luteranismo foi uma religião criada em meio às questões sócio-políticas do Sacro Império Germânico. Ainda arraigado aos entraves do feudalismo, o Sacro-Império contava com um conjunto de principados que tinham mais de um terço de suas terras dominados pela Igreja Católica. Tolhidos pelo poder de decisão dos clérigos, a relação entre a nobreza e a Santa Igreja já se mostrava abalada mesmo antes de chegarmos ao surgimento das polêmicas levantadas pelas idéias do padre e professor Martinho Lutero. Durante seus estudos, Lutero começou a criticar pontos vitais da doutrina católica. No ano de 1517, ele censurou a venda de indulgências e outras práticas da Igreja na obra As 95 Teses. Escrita em alemão, a obra ganhou popularidade e chegou ao conhecimento dos clérigos católicos. Repudiando as idéias de Lutero, o papa Leão X, em 1520, redigiu uma carta condenando sua obra e exigindo a retratação do monge, ameaçando-o de excomunhão. Em 1521, Segundo Calvino, o princípio da predestinação absoluta seria o responsável por explicar o destino dos homens na Terra. Tal princípio defendia a idéia de que, segundo a vontade de Deus, alguns escolhidos teriam direito à salvação eterna. Os sinais do favor de Deus estariam ligados a condução de uma vida materialmente próspera, ocupada pelo trabalho e afastada das ostentações materiais. De acordo com alguns estudiosos, como o sociólogo Max Weber, o elogio feito ao trabalho e à economia fizeram com que grande parte da burguesia européia simpatizasse com a doutrina calvinista. Contando com esses princípios, observamos que a doutrina calvinista se expandiu mais rapidamente que o Luteranismo. Em outras regiões da Europa o calvinismo ganhou diferentes nomes. Na Escócia, os calvinistas ficaram conhecidos como presbiterianos; na França como huguenotes; e na Inglaterra foram chamados de puritanos. Sob aspectos formais, o anglicanismo preservara os moldes hierárquicos e a adoração aos santos católicos. No que se refere às suas doutrinas, o anglicanismo incorporou alguns princípios calvinistas. Além disso, o poder exercido pela Igreja Anglicana concedeu condições para que o Estado se apropriasse das terras em posse dos clérigos católicos. A partir dessas novas medidas estabelecidas pelo anglicanismo, o poder de influência da Igreja Católica sob as questões do governo britânico sofreu uma grande limitação. Por outro lado, as características desta nova igreja cristã incentivaram a ampliação das atividades burguesas na Inglaterra. sob ordens do imperador Carlos V, Lutero foi convocado a negar suas idéias num encontro chamado Dieta de Worms. Durante o encontro Lutero reafirmou suas crenças e foi considerado herege. Mesmo com a oposição da Igreja, setores da nobreza alemã resolveram proteger Martinho Lutero. Durante esse período, Lutero se dedicou a traduzir do latim para o alemão e publicar a chamada Confissão de Augsburgo. Essa última publicação continha as bases da doutrina luterana que, entre outros pontos, defendia a salvação pela fé, a livre interpretação do texto bíblico, a negação do celibato e da adoração à imagens, a realização de cultos em língua nacional e a subordinação da Igreja ao Estado. A nova religião, mesmo contendo pontos que favoreciam o poder nobiliárquico, também foi responsável pela incitação de uma série de revoltas populares contra a ordem estabelecida. Nesse período, várias terras foram invadidas e igrejas foram saqueadas pelos alemães. Condenando os movimentos insurgentes, Lutero apoiou as forças senhoriais que reprimiram o movimento. Somente em 1555, com a assinatura da Paz de Augsburgo, os conflitos sociais e religiosos cessaram de vez. No tratado estabelecido, os príncipes alemães teriam o direito de adotar livremente qualquer tipo de orientação religiosa para si e seus súditos. Ocorrido como um desdobramento da Reforma Luterana, o movimento Calvinista foi uma das principais religiões surgidas durante a Reforma Protestante. A Suíça, criada após sua separação do Império Romano-Germânico, em 1499, teve contato com as idéias de Martinho Lutero através da pregação feita pelo padre Ulrich Zwinglio. Ao propagandear as doutrinas luteranas pela Suíça, Zwinglio desencadeou uma série de revoltas civis que questionavam as bases do poder vigente. A prática do zwinglianismo preparou terreno para a doutrina que seria mais tarde criada pelo francês João Calvino. Perseguido em sua terra natal, João Calvino refugiou-se na Suíça com o intuito de disseminar outra compreensão sobre as questões de fé levantadas por Martinho Lutero. 4 HISTÓRIA – Professor João Alexandre Costa Lima Lopes Livro Sagrado Salvação Humana Sacramentos Rito Religioso Principais áreas de influência européia A Bíblia é a fonte da fé. Mas devia ser interpretada pelos padres da Igreja Salvação pela São sete: fé e boas batismo, obras crisma, eucaristia, matrimônio, penitência, ordem e extrema unção. Missa solene. Uso do latim. Espanha, Portugal, Itália, Sul da Alemanha, a maioria da França, parte da Irlanda. A Bíblia é a única fonte da fé. Salvação pela São dois: Permitia-se o seu livre fé em Deus. batismo e exame. eucaristia. Culto simples. Uso da língua nacional (alemã, inglesa etc.). A Bíblia é a única fonte da fé. Salvação pela São dois: Permitia-se o seu livre fé e graça de batismo e exame. Deus eucaristia (predestinaçã o). Culto bem simples: uso das línguas nacionais. Norte da Alemanha, Dinamarca, Noruega, Suécia. Suíça, Holanda, parte da França (huguenotes), Inglaterra (puritanos), Escócia (presbiteriano) A Bíblia é a fonte da fé. Devia ser interpretada pela Igreja e permitia-se o seu livre exame. Culto conservando a forma católica (liturgia, hierarquia da Igreja). Uso da língua nacional (inglês). Anglicana Calvinista Luteran a Católicos Igreja CATÓLICOS E PROTESTANTES (SÉC.XVI) Salvação pela São dois: fé e graça de batismo e Deus eucaristia. (predestinaçã o). Inglaterra. Estado, e sim as águas, utilizadas para a irrigação. b) Apesar controlar a produção, o Estado não era autoritário, pois havia se formado naturalmente. c) O Estado controlava os meios de produção, monopolizava o conhecimento técnico e explorava o camponês. d) Os camponeses exigiam que o Estado arbitrasse as disputas pelos recursos naturais. e) O controle dos rios permitiu o desenvolvimento do comércio local, de desenvolvimento da Antigüidade. AULA 5 - HORA DA DIVERSÃO! A BAIXA IDADE MÉDIA - CRUZADAS – 1. Impossibilitados de defender o reino, os soberanos delegaram poder aos senhores feudais. Por isso, e com vistas a se autoprotegerem, os senhores procuraram relacionarem diretamente. Sobre a citação é correto afirmar: a) A relação de suserania e vassalagem serviu para preservar a situação inferior do servo. 3. Para defender-se das invasões, os senhores ligavam-se diretamente, através do juramento de fidelidade, feito sobre a bíblia e as relíquias sagradas, para evitar a ruptura dos dois contratantes. A partir do texto podemos afirmar: a) Teoricamente o poder pertence ao rei, mas de fato são os senhores feudais que o detêm, sendo, portanto localizado. b) A instituição de relação de suserania e vassalagem aumentou a subordinação do servo em relação ao senhor. c) O objetivo dos senhores feudais era o de ligaremse ao menor número possível de senhores, pois teriam menores obrigações. d) Assim como os senhores feudais interferiam nas nomeações para os cargos eclesiásticos, a Igreja podia determinar o sucessor de cada feudo. e) Como o vínculo de estabelecia contra as invasões externas, não havia hierarquização nessa relação. b) A descentralização política fez com que os reis desaparecessem. c) O rei tornou-se vassalo dos grandes barões, perdendo suas terras. d) Retrata relações elitizadas, baseadas na fidelidade e em obrigações recíprocas. e) Demonstra o poder da Igreja sobre o rei e a nobreza. 2. O dirigismo era uma conseqüência natural da estrutura geográfica do país; de fato, o Estado era obrigado a intervir nos trabalhos para regularizar a utilização das águas do rio. A partir do texto, podemos considerar correto para a economia da região que: a) Na verdade a terra não era controlada pelo 5 HISTÓRIA – Professor João Alexandre Costa Lima Lopes Renascimento Urbano 04. (FUVEST) As corporações de ofício medievais possuíam um conjunto de regras que formavam um verdadeiro código de ética. Uma dessas regras eras a do "justo preço", que se pode formular do seguinte modo: a) A corporação deveria promover a ascensão do produtor à categoria de empresário. b) Cada qual deveria vender a seus clientes sem procurar seduzir a freguesia dos confrades. c) O artífice não deveria trabalhar tendo em vista unicamente o ganho, mas de modo a produzir artigos "de lei". d) O valor de um produto era representado pela adição do custo da matéria-prima ao custo do trabalho. e) O mestre não tinha o direito de utilizar-se do aprendiz exclusivamente em benefício próprio, mas deveria ensinar-lhe lealmente todos os segredos do ofício. a) uma tentativa de integração dos ideais cristãos com a filosofia aristotélica; b) a supremacia do racionalismo sobre o misticismo; c) a dominação da fé pela razão; d) a dominação absoluta da fé pela razão; e) n.d.a. 10. (GV) A Guerra dos Cem Anos (1337 - 1453), entre franceses e ingleses, teve como conseqüências principais: a) a consolidação do poder monárquico na França e a expulsão quase completa dos ingleses do território francês; b) a consolidação do poder monárquico na Inglaterra e a expulsão quase completa dos franceses do território inglês; c) a incorporação de parte do território francês pela Inglaterra e o conseqüente enfraquecimento do poder real na França; d) a incorporação de parte do território inglês pela França e o conseqüente enfraquecimento do poder real na Inglaterra; e) a aliança entre franceses e flamengos e o fim da hegemonia inglesa sobre o comércio europeu. 05. (GV) "Durante o século XII, toda a extensão da Flandres converteu-se em um país de tecelões e batedores. O trabalho de lã, que até então se havia praticado somente nos campos, concentrou-se nas aglomerações mercantis que se fundavam por toda parte e animou um comércio cujo progresso era incessante. Formaram-se assim as incipientes manufaturas de Bruges, Ypres, Lille, Douai e Arras." (Henri Pirenne) Podemos relacionar o conteúdo deste texto com: a) as invasões bárbaras, que aceleraram a formação de "vilas" durante o Baixo Império Romano; b) o Renascimento Comercial, que atingiu o interior o da Europa a partir do século XI; c) as feiras de comércio local e internacional que se desenvolveram no interior da Europa; d) as mudanças econômicas européias, que exigiram adaptações e mudanças no regime feudal; e) as ligas de mercadores que impulsionaram o desenvolvimento mercantil no Mar do Norte, a exemplo da Liga Hanseática. 11. (CESGRANRIO) Houve uma série de mudanças que assinalaram a transição da economia estática e contrária ao lucro da Idade Média para o dinâmico regime capitalista do século XV e seguintes. A respeito desse processo, podemos afirmar que: a) a conquista do monopólio comercial do Mediterrâneo pelos turcos desenvolveu o comércio com as cidades mercantis da Liga Hanseática; b) a introdução de moedas de circulação geral, como o ducado veneziano e o florim toscano, desorganizou a economia monetária da época; c) a procura de materiais bélicos desestimulava os novos monarcas e desenvolver o comércio, pois estavam preocupados com sua própria segurança; d) a acumulação de capitais excedentes, oriundos das especulações comerciais, marítimas ou de mineração, trouxe novos horizontes de opulências e poder; e) o sistema de manufatura desenvolvido pelas corporações de ofícios consolidou-se, afastando-se delas o fantasma da extinção. 06. (PUCC) Assinale o grupo de palavras que melhor se relaciona com a Liga Hanseática: a) Mestres, aprendizes e jurados. b) Suseranos, vassalos e feudos. c) Cambistas, banqueiros e papel-moeda. d) Cavaleiros, escudeiros e feiras. e) Corporações, guildas e monopólios. REFORMA RELIGIOSA 12. Com relação à Reforma é correto dizer que: a) foi apenas um movimento de contestação religiosa à Igreja Católica, não tendo nenhuma implicação política ou econômica. b) nada teve a ver com as condições geradas na Europa do século XVI pelo desenvolvimento do comércio, pela ascensão da burguesia e pelo Renascimento. c) foi o movimento que rompeu a unidade religiosa da Europa Ocidental, dando origem a novas igrejas cristãs. d) valorizava Deus, a fé e o desprezo pelas coisas terrenas, porque não era materialista, mas, sim, pregadora do fanatismo de predestinação e da submissão do homem a Deus. e) foi um movimento que reafirmou os dogmas católicos e que foi intransigente com relação aos protestantes. 07. (FUVEST) Na Idade Média praticava-se a indústria artesanal, através de associações profissionais denominadas "corporações de ofício". As corporações de ofício eram: a) associações de profissionais que exerciam a mesma atividade dentro do burgo; b) o mesmo que as "ligas para o livre-comércio"; c) associações de burgos para a proteção do mercado; d) associações de profissionais de vários ofícios dentro do burgo; e) associações internacionais de ligas profissionais. 08. As confrarias medievais eram: a) organizações dedicadas ao controle da produção; b) associações comerciais de cidades-livres; c) agrupamento de artífices e mercadores em torno de um santo padroeiro; d) associações de mercadores maçons; e) n.d.a. As Transformações do feudalismo 09. (TAUBATÉ) A filosofia escolástica, predominou na Baixa idade Média, representou: 13. A chamada Guerra dos Trinta Anos (1618-1648) foi considerada como a última grande guerra de religião da Época Moderna. A seu respeito é correto afirmar: a) O conflito levou ao enfraquecimento do império Habsburgo e ao estabelecimento de uma nova situação internacional com o fortalecimento do reino francês. b) O conflito iniciou-se com a proclamação da independência das Províncias Unidas, que se separavam, assim, dos domínios do império Habsburgo. que 6 HISTÓRIA – Professor João Alexandre Costa Lima Lopes c) O conflito marcou a vitória definitiva dos huguenotes sobre os católicos na França, apoiados pelo monarca Henrique de Bourbon, desde o final do século XVI. d) O conflito estimulou a reação dos Estados Ibéricos que, em aliança com o papado, desencadearam a chamada Contra-Reforma Católica. e) O conflito caracterizou-se pelas intervenções inglesas no continente europeu, através de tropas formadas por grupos populares enviadas por Oliver Cromwell. e) Todas as afirmativas estão corretas. 17.Paulo III, ao convocar o Concílio de Trento (1545), visava, entre outros objetivos, a: a) Combater a divulgação das idéias heróicas propostas na reforma protestante de Thomas Morus; b) Consagrar o princípio da Paz de Augsburgo, que dá aos príncipes a livre escolha da religião; c) Determinar os autores e as obras que não eram contrárias ao ensino da Igreja; d) Confirmar pontos da ortodoxia católica que não foram atacados por elementos reformistas; e) Estabelecer a política da Igreja Católica em relação ao movimento hussista na Boêmia. 14. (UFPE- 2004)O Renascimento e a Reforma trouxeram práticas culturais que alteraram as relações sociais na Europa, construindo espaço para se pensar diferente do que pensava o mundo medieval, dominado pela Igreja Católica e pelo feudalismo. Com relação a esse tema, podemos afirmar que o Renascimento: 0-0) não se fundamentou em tradições culturais anteriores, mas buscou uma crítica aos valores religiosos, consagrando o racionalismo de Descartes. 1-1) deu completa continuidade aos valores culturais do catolicismo medieval, embora criticasse politicamente as práticas da Igreja Católica. 2-2) teve repercussão cultural em vários países da Europa e influenciou a arte e a literatura da época. 3-3) desprezou as culturas européias da Idade Média, assimilando apenas os ensinamentos racionalistas de São Tomás de Aquino. 4-4) teve em Miguel de Cervantes uma das maiores expressões literárias e um importante destaque da narrativa na Espanha. 18.A reforma Protestante tem seus fundamentos iniciados nos estudos e na doutrina defendida por Martinho Lutero. Sobre sua atuação como líder religioso, assinale a alternativa correta. a) Martinho Lutero foi um religioso católico pregador de um novo cristianismo – o protestantismo – que apoiou os camponeses alemães na luta contra o regime de servidão. b) Martinho Lutero foi um monge agostiniano no século XVI; criticou a Igreja Católica por não aplicar o produto das indulgências às populações mais necessitadas. c) Martinho Lutero, reformador religioso, foi responsável pela tradução da Bíblia da língua latina para a língua alemã, facilitando a difusão das idéias protestantes e fundando uma nova religião. d) Martinho Lutero, líder religioso alemão, lutou para modificar preceitos e dogmas da Igreja Católica e defendeu a livre leitura da Bíblia e a preservação dos sacramentos do batismo e da eucaristia. e) Martinho Lutero recebeu apoio dos camponeses alemães; em contrapartida foi perseguido por príncipes. A religião fundada por ele foi, portanto, uma religião popular. 15.A Reforma Protestante, que marcou de forma profunda o início dos tempos modernos, foi motivada por um conjunto de fatores que extrapolam limites da contestação religiosa. Para o entendimento desse movimento, é preciso levar-se em conta: I II 0 0 O choque entre a concepção teológica da Igreja, desenvolvida na Idade Média, com a atividade da burguesia da fase de expansão marítimocomercial. 1 1 O fortalecimento das monarquias européias dos século XVI, dando prioridade aos sentimentos nacionais. 2 2 A tese da predestinação, defendida por Calvino, associada à prosperidade econômica dos “eleitos”. 3 3 O apoio de Lutero aos camponeses da Alemanha nas lutas contra as classes dominantes, levandoos à vitória. 4 4 O fato de a religião Ter deixado de ser importante para o homem do século XVI, agora só preocupado com as condições da vida material. 19.A respeito da Reforma Protestante é correto afirmar: a) O anglicanismo estabelecia o monarca inglês como chefe supremo da Igreja da Inglaterra. b) O luteranismo significou o surgimento de uma religião popular contrária aos privilégios da nobreza da Alemanha. c) O calvinismo difundiu-se rapidamente na Itália e na Península Ibérica devido aos seus valores aristocráticos. d) O anglicanismo representou a separação entre o poder religioso e o Estado na Inglaterra no século XVI. e) O calvinismo do século XVI sustentava a idéia de que a salvação realizava-se pela fé e pelas obras humanas. RENASCIMENTO 20. (Covest-89) As epopéias, gênero literário muito utilizado no Renascimento, têm um significado histórico e didático que ultrapassa os gêneros, pois visavam: Assinale abaixo a alternativa que não a este gênero literário renascentista. a) garantir, através dos relatos gloriosos, a vitória do poder espiritual sobre o poder temporal; b) prognosticar o destino glorioso do povo retratado; c) mostrar as possibilidades de um povo que luta garante seu espaço enquanto nação; d) exaltar o poder temporal, as conquistas e feitos das casas reinantes; e) enaltecer e glorificar as nações emergentes, legitimando simbolicamente os estados monárquicos. 16.Leia as afirmativas abaixo: 1) Havia uma crise na organização eclesiástica da Igreja Católica, quando se instalou na Europa a Reforma Protestante. 2) Existiu uma relação estreita entre o desenvolvimento comercial e econômico capitalista e a reação católica à Reforma Protestante. 3) Reforma e Contra-Reforma são movimentos protestantes e católicos, respectivamente, de transformações religiosa ocorridos na Europa no século XVI. Assinale a alternativa correta referente às reformas religiosa do século XVI. a) Só as afirmativas 1 e 2 estão corretas; b) Só a afirmativa 2 está correta; c) Só as alternativas 1 e 3 estão corretas; d) Só as alternativas 2 e 3 estão corretas; 21. (Covest-89)“Ouso tudo que é próprio de um homem; quem ousar fazer mais do que isso não é” (Lord Macbeth Shakespeare). Shakespeare revela, através de um de seus personagens a audácia da experiência renascentista. Assinale a coluna I as características que 7 HISTÓRIA – Professor João Alexandre Costa Lima Lopes correspondem à cultura renascentista e na coluna II aquelas que não lhe dizem respeito: 0 0. a construção do individualismo, do racionalismo e da investigação ilimitada; 1 1. a consagração e a vitória da razão abstrata, versada no rigor das matemáticas; 2 2. o estímulo, através da razão, à formação das línguas modernas e da constituição da identidade nacional; 3 3. a investigação científica, tendo como base a Filosofia Patrística e a Tomística; 4 4. a consciência dos limites intelectuais do homem, determinados pela fé e pela razão. d) e) O Renascimento foi um movimento artístico, literário e científico defensor do humanismo baseado no antropocentrismo e no espírito crítico em oposição ao teocentrismo. O Renascimento fez renovar toda a tradição islâmica da península Ibérica reprimidas pelas cruzadas. 25. Muitos artistas e filósofos do Renascimento escreveram sobre a natureza e o seu valor para a arte, mas nenhum foi tão bom observador como Leonardo da Vinci. A prova, tanto da sua curiosidade insaciável como de seu entendimento profundo da natureza, pode encontrar-se nos seus muitos desenhos e livros de notas. O Mundo do Renascimento Dentre as principais características do movimento denominado Renascimento Cultural, encontradas nas obras de Leonardo da Vinci, podemos destacar: a) o bidimensionalismo estético e a desvalorização do ser humano. b) o naturalismo e o geocentrismo. c) o antropocentrismo e o humanismo. d) o teocentrismo e o uso de conceitos irracionais abstratos. e) a arte humanista e a ausência da perspectiva linear. 22. “...Há dois mil anos a humanidade acreditava que o Sol e as estrelas giram em torno dela... e agora é um tempo novo... Gosto de pensar que tudo tenha começado com os navios. Desde que há memória, eles vinham se arrastando ao longo da costa, mas de repente, deixaram a costa e exploraram os mares todos. EM nosso velho continente nascia um boato: existem continentes novos... surgiu um grande gosto pela pesquisa da causa de todas as coisas... Pois onde a fé teve mil anos de assento, sentou-se agora a dúvida, Todo mundo diz: é, está nos livros -, mas agora nos queremos ver com nossos olhos...” (Trecho da fala de Galileu na peça teatral que leva seu nome, autoria de Bertolt Brecht) Bertolt Brecht, importante dramaturgo contemporâneo, é grande admirador de Galileu que publicou seus principais trabalhos sobre a mecânica nos fins do século XVI. Através da peça, Brecht tenta resgatar as idéias que começavam a ganhar força nessa época é que tiveram, naquele sábio, um de seus maiores defensores. (Covest-92) Para resolver essa questão, considere correto o que representa mudança rumo à modernidade. 0 0. otimismo com o desenvolvimento das ciências em oposição ao primado da fé; 11. ampliação dos limites geográficos, superando superstições e mitos sobre terras desconhecidas; 2 2. crença em que o avanço da racionalidade tenderia a emancipar o homem do jugo da tradição e da autoridade; 3 3. aceitação, pela igreja, da idéia de Galileu de que ao lado da verdade revelada haveria uma verdade da natureza com suas leis e linguagem própria; 4 4. crença em que as novas idéias propiciaram o reforço do papel do Estado sobre a sociedade civil, garantindo, assim as aspirações de liberdade e individualidade; 26. Miguel de Cervantes, um dos grandes expoentes renascentistas, pretendia com seu livro Dom Quixote: a) Denunciar o papel submisso da mulher, representado pela heroína Dulcinéia. b) Exaltar os valores da cavalaria, da honra, do herói, imortalizados na figura de Dom Quixote. c) Fazer uma crítica dos valores medievais, satirizando-os nas figuras de Dom Quixote e Sancho Pança. d) Mostrar a inutilidade da luta contra a Igreja, utilizando a imagem de Dom Quixote lutando contra os moinhos de vento. e) Satirizar a figura do monarca absoluto, ao entronizar Sancho Pança como rei da imaginária ilha da Cocanha. 27. Indique a alternativa falsa: a) O humanismo foi um movimento universalista e restrito as letras b) O Renascimento foi um movimento nacionalista que abarcou as letras, as artes e a ciência, de uma forma geral, contra os preceitos da Igreja. c) São características do Renascimento o individualismo, o naturalismo e o antropocentrismo. d) O racionalismo no Renascimento fica claro quando da utilização da Filosofia Escolástica e) São desse período a divisão social do trabalho, o paganismo e o hedonismo. 23. (Fesp-94) O humanismo encontra no Renascimento um campo fértil para o seu desenvolvimento estimulando a arte, a ciência e o pensamento livre. Assim, é incorreto afirmar que: a) a Igreja continuava importante e o latim era utilizado por cientistas, poetas e filósofos; b) as línguas dos novos países que se formavam não eram utilizadas nem nas transações comerciais; c) a livre informação e discussão eram condenadas pela elite letrada que se acreditava detentora das doutrinas existentes d) era necessária a associação dos artistas com homens poderosos para garantir a produção de novos trabalhos; e) a arte tratada mais como ofício, valorizando-se a habilidade em detrimento da genialidade dos que a praticavam. 28. "As tropas inumeráveis de carneiros que se espalham atualmente por toda a Inglaterra, constituídas por animais tão doces, tão sóbrios mas (que) são, no entanto, tão vorazes e ferozes que comem até pessoas e despovoam os campos, as casas e as aldeias. Com efeito, em todas as partes do reino, onde se produzem as mais finas e preciosas lãs, ocorrem, para disputar a terra, os nobres, os ricos, e mesmo os santos abades. " O texto, extraído do livro A Utopia, de Thomas Morus, publicado em 1516, refere-se: a) às transformações das áreas rurais inglesas com a criação de carneiros e pastagens, com conseqüente redução de poder econômico dos abades e setores da burguesia. b) à crise do sistema feudal inglês com a ampliação de pastagens, concentração de propriedades rurais e abandono do campo pelos camponeses. c) ao êxodo rural que ocorreu com a decadência dos feudos, provocada pela Revolução Industrial e pelo crescimento urbano. d) à crise do sistema rural, provocada pelos conflitos entre os senhores feudais e reaieza, peia posse das terras mais férteis para plantações e pastagens para criação de 24. (Covest-95) Sobre o Renascimento, pode-se afirmar: a) pode ser visto como uma revolução religiosa, resultado das profundas transformações que ocorreram entre a transição do feudalismo para o capitalismo. b) Florença e Roma, Pequim e Bagdá foram centro do movimento de irradiação renascentista. c) O Renascimento valorizava o anonimato e fortalecia o sentido nacionalista. 8 HISTÓRIA – Professor João Alexandre Costa Lima Lopes carneiros. e) à intervenção dos burgueses, produtores de lã, na organização das propriedades agrícolas, que passaram a ser disputadas por abades, camponeses e artesãos. completamente divorciadas das transformações sociais, políticas, religiosas e econômicas do período. c) Cenas do Antigo Testamento, episódios da vida de Jesus, retratos de santos e mártires compunham os principais temas da arte renascentista, evidenciando uma perspectiva teocêntrica de valorização do sagrado. d) A propagação da cultura renascentista esteve articulada ao impulso das atividades mercantis e ao desenvolvimento da imprensa, que possibilitou a difusão em maior escala das obras literárias. e) O Renascimento desenvolveu-se após a expansão industrial européia e motivou uma atitude nostálgica com relação aos paraísos tropicais que passaram a ser retratados nas obras literárias, nas pinturas e nas composições musicais. Resolução O Renascimento Cultural tem sua origem na Itália e se difundiu para vários lugares da Europa graças à impressão de obras literárias e ao desenvolvimento das atividades comerciais, criando as condições necessárias para o seu florescimento. 29. (PE no Futuro) A revalorização da cultura grecoromana pelos renascentistas influenciou a historiografia sobre a Antigüidade até o século XX. Neste sentido, além de considerá-la como o marco de separação da “civilização e barbárie”, os estudos tradicionais sobre a Antigüidade apresentam-se etnocêntricos por excelência, o que, na atualidade, tem suscitado muitas críticas A) não pertinentes, pois é efetivamente na denominada Antigüidade Clássica que encontramos os elementos que permitem identificar o nível de superioridade cultural de um grupo humano sobre o outro, independente de tempo e espaço. B) pertinentes, uma vez que a visão etnocêntrica, dentre outros aspectos, cristaliza o preconceito através de uma construção histórica que estabelece a discriminação, ao considerar um grupo étnico como superior ao outro, tendo por referência um padrão de valor baseado na própria experiência do grupo que procede a análise. C) pertinentes, uma vez que as críticas à visão etnocêntrica se devem, principalmente, ao fato de que as análises processadas investigam, apenas, o aspecto artísticocultural das sociedades greco-romanas na Antiguidade Clássica. D) impertinentes, uma vez que é inegável a superioridade cultural das sociedades greco-romanas frente aos bárbaros, causadores do declínio daquelas civilizações. E) impertinentes, uma vez que que possibilitem o estabelecimento de comparações entre grupos em estágios tecnológicos diferentes; o etnocentrismo aponta um sentido para a História, definindo o lugar a que todas as sociedades devem chegar. GABARITO AULA 5 RESPOSTA: 1-D / 2-C / 3-A / 4-D / 5-B / 6-E / 7-A / 8-C / 9-A / 10:A / 11-D / 12-C / 13-A / 14FVVFV / 15-VVVFF / 16-C / 17-C / 18-C / 19-A / 20C/ 21-VVVFF / 22-VVVFF / 23-B / 24-D / 25-C / 26C / 27-D / 28-B/ 29-C/ 30-B/ 31-D 30. "Minhas composições me rendem muito, posso dizer que tenho mais encomendas do que poderia atender. E, para cada coisa, tenho seis, sete editores e mais ainda se o coração mo ditar, eles não negociam mais comigo eu exijo e me pagam". Beethoven, em carta de 1801. Dessa afirmação, pode-se deduzir que Beethoven foi um artista que. a) ao se colocar sob a proteção dos mecenas, continuou a tradição dos antecessores. b) ao vender suas obras no mercado, tornou-se independente dos mecenas. c) ao se independizar dos mecenas, foi repudiado pelos demais músicos clássicos. d) ao adaptar suas composições ao gosto popular, rompeu com a música erudita. e) ao subordinar sua arte ao melhor preço, tornou-se um músico venal e conformista 31. "Nunca uma civilização dera tão grande lugar à pintura e à música, nem erguera ao céu tão altas cúpulas, nem elevara ao nível da alta literatura tantas línguas nacionais encerradas em tão exíguo espaço. Nunca no passado da humanidade tinham surgido tantas invenções em tão pouco tempo. Pois o Renascimento foi, especialmente, progresso técnico; deu ao homem do Ocidente maior domínio sobre um mundo mais bem conhecido. Ensinou-lhe a atravessar os oceanos, a fabricar ferro fundido, a servir-se das armas de fogo, a contar as horas com um motor, a imprimir, a utilizar dia a dia a letra de câmbio e o seguro marítimo". DELUMEAU, Jean, A Civilização do Renascimento, vol. 1, p. 23. A respeito do Renascimento é correto afirmar: a) O termo foi criado no século XVI por Giorgio Vasari e transmite uma visão depreciativa da cultura clássica e valorativa da cultura medieval. b) As alterações culturais experimentadas durante o Renascimento limitaram-se a questões estéticas, 9