Aula 8 - Os Mensageiros da Paz

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Sociedade Espírita Os Mensageiros da Paz
Departamento Doutrinário
MAGNETISMO
e
ESPIRITISMO
GRUPO de ESTUDO
ANO 3 – 2016
AULA 8
REVISTA ESPÍRITA – março de 1858
MAGNETISMO e ESPIRITISMO
Quando apareceram os primeiros fenômenos
espíritas, algumas pessoas pensaram que essa
descoberta (se se pode aplicar-lhe esse nome) iria
dar um golpe fatal no Magnetismo, e que
ocorreria com ele como com as invenções, das
quais as mais aperfeiçoadas fazem esquecer a
precedente.
Esse erro não tardou em se dissipar, e, pronta-
mente, se reconheceu o parentesco próximo
dessas duas ciências. Todas as duas, com efeito,
baseadas sobre a existência e a manifestação da
alma, longe de se combaterem, podem e devem se
prestar um mútuo apoio: elas se completam e se
explicam uma pela outra.
Seus adeptos respectivos, todavia, diferem em
alguns pontos:
certos magnetistas ( magnetizador é aquele que
pratica o magnetismo; magnetista se diz de
alguém que lhe adote os princípios. Pode-se ser
magnetista sem ser magnetizador; mas não se
pode ser magnetizador sem ser magnetista.)
não admitem, ainda, a existência, ou pelo menos a
manifestação dos Espíritos: creem poder
tudo explicar pela única ação do fluido magnético,
opinião que nos limitamos a constatar,
reservando-nos discuti-la mais tarde.
Nós mesmos a partilhamos no princípio; mas,
como tantos outros, devemos nos render à
evidência dos fatos. Os adeptos do Espiritismo, ao
contrário, são todos partidários do magnetismo;
todos admitem a sua ação e reconhecem nos
fenômenos sonambúlicos uma manifestação da
alma. Essa oposição, de resto, se enfraquece
dia a dia, e é fácil prever que não está longe o
tempo em que toda distinção terá cessado.
(...) O Magnetismo preparou os caminhos do
Espiritismo, e os rápidos progressos dessa última
doutrina são, incontestavelmente, devidos à
vulgarização das ideias da primeira. Dos
fenômenos magnéticos, do sonambulismo e do
êxtase, às manifestações espíritas, não há
senão um passo; sua conexão é tal que é, por
assim dizer, impossível falar de um sem falar
do outro.
Se devêssemos ficar fora da ciência magnética,
nosso quadro estaria incompleto, e se poderia nos
comparar a um professor de física que se abstives-
se de falar da luz. Todavia, como o Magnetismo já
tem entre nós órgãos especiais, justamente autorizados, tornar-se-ia supérfluo cair sobre um assunto
tratado com a superioridade do talento e da experiência; dele não falaremos, pois, senão acessoriamente, mas suficientemente para mostrar as relações íntimas das duas ciências que, na realidade,
não fazem senão uma.
Devíamos, aos nossos leitores, essa profissão de
fé, que terminamos rendendo uma justa homenagem aos homens de convicção que, afrontando o
ridículo, os sarcasmos e os dissabores, estão
corajosamente devotados à defesa de uma causa
toda humanitária.
Qualquer que seja a opinião dos contemporâneos
sobre a sua conta pessoal, opinião que é sempre,
mais ou menos, o reflexo de paixões vivas, a
posteridade lhes fará justiça;
colocará o nome do barão Du Potet, diretor do
Jornal do Magnetismo, do senhor Millet, diretor da
União Magnética, ao lado dos seus ilustres
predecessores, o marquês de Puységur e o sábio
Deleuze. Graças aos seus esforços perseverantes,
o Magnetismo, tornado popular, colocou um pé na
ciência oficial, onde dele já se fala, em voz baixa.
Essa palavra passou para a linguagem usual; ela
não espanta mais, e quando alguém se diz
magnetizador, não lhe riem mais ao nariz.
Allan Kardec.
Cap. 8 – DO LABORATÓRIO
DO MUNDO INVISÍVEL
O Livro dos Médiuns
Cap. VIII – Laboratório do Mundo Invisível
130. A existência de uma matéria elementar única
está hoje quase geralmente admitida pela Ciência,
e os Espíritos, como se acaba de ver, a confirmam.
Todos os corpos da Natureza nascem dessa
matéria que, pelas transformações por que
passa, também produz as diversas propriedades
desses mesmos corpos.
Daí vem que uma substância salutar pode, por
efeito de simples modificação, tornar-se venenosa,
fato de que a Química nos oferece numerosos
exemplos. Toda gente sabe que, combinadas em
certas proporções, duas substâncias inocentes
podem dar origem a uma que seja deletéria.
Uma parte de oxigênio e duas de hidrogênio,
ambos inofensivos, formam a água. Juntai um
átomo de oxigênio e tereis um líquido corrosivo.
Sem mudança nenhuma das proporções, às vezes,
a simples alteração no modo de agregação
molecular basta para mudar as propriedades.
Assim é que um corpo opaco pode tornar-se
transparente e vice-versa.
Pois que ao Espírito é possível tão grande ação
sobre a matéria elementar, concebe-se que lhe seja
dado não só formar substâncias, mas também
modificar-lhes as propriedades, fazendo para isto a
sua vontade o efeito de reativo.
131. Esta teoria nos fornece a solução de um fato
bem conhecido em magnetismo, mas inexplicado
até hoje: o da mudança das propriedades da água,
por obra da vontade.
O Espírito atuante é o do magnetizador, quase
sempre assistido por outro Espírito.
Ele opera uma transmutação por meio do fluido
magnético que, como atrás dissemos, é a
substância que mais se aproxima da matéria
cósmica, ou elemento universal.
Ora, desde que ele pode operar uma modificação
nas propriedades da água, pode também produzir
um fenômeno análogo com os fluidos do
organismo, donde o efeito curativo da ação
magnética, convenientemente dirigida.
Sabe-se que papel capital desempenha a vontade
em todos os fenômenos do magnetismo. Porém,
como se há de explicar a ação material de tão sutil
agente?
A vontade não é um ser, uma substância qualquer;
não é, sequer, uma propriedade da matéria mais
etérea que exista.
A vontade é atributo essencial do Espírito, isto é,
do ser pensante.
Com o auxílio dessa alavanca, ele atua sobre a
matéria elementar e, por uma ação consecutiva,
reage sobre seus compostos, cujas propriedades
íntimas vêm assim a ficar transformadas.
Tanto quanto do Espírito errante, a vontade é
igualmente atributo do Espírito encarnado; daí o
poder do magnetizador, poder que se sabe estar na
razão direta da força de vontade.
Podendo o Espírito encarnado atuar sobre a
matéria elementar, pode do mesmo modo mudar-
lhe as propriedades, dentro de certos limites.
Assim se explica a faculdade de cura pelo contacto
e pela imposição das mãos, faculdade que
algumas pessoas possuem em grau mais ou
menos elevado.
Manual do Passista – Jacob Melo
O Passista e as dores do paciente
Quando um paciente está muito descompensado
fluidicamente, requerendo uma carga fluídica
muito grande, o passista, ainda que não tenha
desenvolvido um tato magnético específico,
sentirá como “algo puxando-o, sugando-o
fluidicamente” em direção ao paciente. Essa força
de atração, comumente, é muito forte e, até que se
tente educá-la e controlá-la, parece ser irresistível.
Se o passista fizer pequenas concentrações
intercaladas com dispersivos no local, perceberá
que logo a “sucção” magnética diminuirá, o
paciente se sentirá melhor e o passista continuará
harmonizado.
Mas se o passista, ao sentir a “sucção” achar que
deverá fazer apenas concentrados para suprir a
grande necessidade do paciente, pela demora da
assimilação dos fluidos concentrados, aparentemente vai persistir a carência e a “sucção”.
E o passista vai continuar a doação concentrada,
até que provoca uma congestão do centro vital.
O paciente, embora esteja saturado de “energias”
em seu campo perispiritual, continuará a sentir-se
descompensado. E o passista se desequilibra,
pelo excesso de doação.
O paciente sairá com náuseas, tonturas ou
sentindo-se aéreo. O passista, com tonturas, dor
de cabeça, sensação de vazio, ardor nos olhos,
náuseas, caimbras, tremores, taquicardia, etc..
Quando o passista fica mal, há 3 hipóteses:
1 – O passista absorveu certa dose de carga
fluídica desarmonizada do paciente, em vez de
dispersá-la.
2 – O passista doou fluidos em excesso
3 – Pelo semitranse na hora do passe, o passista
assimilou parte do campo fluídico de alguma
entidade espiritual que acompanhava o paciente.
Os dispersivos diminuem as “faixas de sintonia
fluídica” entre o paciente e seu(s) acompanhante(s) espiritual(is) porque reduzem o campo de
atração magnética entre eles.
Pela relação fluídica estabelecida entre paciente e
magnetizador, este pode sentir todos os sintomas
do paciente enquanto estiver aplicando os passes.
Isto pode provocar, mesmo inconscientemente,
tentativa de doar muito, para livrar-se logo das
sensações.
Conduta: intercalar mais amiúde os dispersivos,
caso esteja fazendo algum concentrado; e muitos
dispersivos ao final.
Nos casos mais resistentes, o próprio passista
deverá receber dispersivos ao final da sessão,
seguidos de ingestão de água magnetizada.
A maioria dos passistas que fica nesta situação é
composta de grandes doadores.
Importante observar, estudar, analisar, trocar
experiências, pois esta é a postura requerida para
os que praticam uma ciência e para os espíritas
também.
MAGNETISMO CLÁSSICO – Aubin Gauthier
Cap. IV - Do tempo necessário
para julgar a ação real do Magnetismo
O magnetismo, por não produzir sempre os efeitos
sensíveis e aparentes, torna necessário ser
prudente e não decidir tão rápido que ele é
impotente sobre o doente que começou o
tratamento.
Nas moléstias agudas que surgem de repente, é
raro que o magnetismo não aja de maneira a
mostrar logo todo o bem que ele pode fazer ou sua
impotência.
Geralmente quinze dias são suficientes para
determinar e trazer efeitos reais e evidentes; mas
já se viu também a ação se fazer sentir apenas ao
fim de alguns meses.
O Evangelho segundo o Espiritismo
Cap. V – item 27
Pensam alguns que, estando-se na Terra para
expiar, cumpre que as provas sigam seu curso.
Outros há, mesmo, que vão até ao ponto de julgar
que, não só nada devem fazer para as atenuar,
mas que, ao contrário, devem contribuir para que
elas sejam mais proveitosas, tornando-as mais
vivas. Grande erro.
É certo que as vossas provas têm de seguir o
curso que lhes traçou Deus; dar-se-á, porém,
conheçais esse curso? Sabeis até onde têm elas
de ir e se o vosso Pai misericordioso não terá dito
ao sofrimento de tal ou tal dos vossos irmãos:
“Não irás mais longe?” Sabeis se a Providência
não vos escolheu, não como instrumento de
suplício para agravar os sofrimentos do culpado,
mas como o bálsamo da consolação para fazer
cicatrizar as chagas que a sua justiça abrira?
Não digais, pois, quando virdes atingido um dos
vossos irmãos: “É a justiça de Deus, importa que
siga o seu curso.”
Dizei antes: “Vejamos que meios o Pai
misericordioso me pôs ao alcance para suavizar o
sofrimento do meu irmão.
Vejamos se as minhas consolações morais, o meu
amparo material ou meus conselhos poderão
ajudá-lo a vencer essa prova com mais energia,
paciência e resignação.
Vejamos mesmo se Deus não me pôs nas mãos os
meios de fazer que cesse esse sofrimento; se
não me deu a mim, também como prova, como
expiação talvez, deter o mal e substituí-lo
pela paz.”
“Além de tudo, o Magnetismo é a forma de
tratamento mais natural, simples e barata que
existe. Deveríamos, portanto, desenvolver e
incentivar a sua prática, a fim de que tão
fabuloso manancial não se perca, podendo se
expandir por toda parte levando saúde e
harmonia para os que sofrem neste planeta de
provas e expiações.”
Adilson Mota
“Objetivamente, o pesquisador de
Magnetismo deve saber que nesta ciência
não existe o igual nem o absoluto, pois
cada caso é um caso.”
Jacob Melo
“Falando magneticamente, é preciso que haja
uma boa sintonia entre os campos energéticos do
magnetizador e do magnetizado a fim de que os
objetivos do processo magnético sejam
bem alcançados.”
Jacob Melo
Crianças e gestantes são pacientes especiais no
Magnetismo.
O magnetizador deve atendê-los primeiro, pois, ao
iniciar a utilização de energias mais densas para
os pacientes adultos e mais necessitados, fica
mais difícil usinar fluidos mais sutis, que são os
mais indicados para aqueles pacientes.
Exercícios
Vamos continuar nos dispersivos.
Repetir os dispersivos da semana anterior
- Buscando desenvolver o tato magnético.
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