efeito de estímulos suplementares verbais e não

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EFEITO DE ESTÍMULOS SUPLEMENTARES VERBAIS E NÃO VERBAIS
SOBRE O SEGUIMENTO DE REGRAS QUE ENVOLVEM PRAZO LIMITE
Profa. Dr. João Juliani 1
Prof. Ms. Marcos Roberto Garcia 2
Ms. Renata Moreira da Silva 3
Séphora Cloé Rezende Cordeiro 4
Luis Antonio Lovo Martins 5
Ângela Boso Dias 5
Patrícia Yuri Wakamatsu5
Lívia Gabriela Selleti Massabki5
Marina Tropia Fonseca Carioba Arndt5
Por que os indivíduos seguem regras, mesmo quando a
consequências estão longe? O que os mantém seguindo regras: o reforço ou a
própria regra? O que acontece no intervalo entre a instrução e a emissão da
resposta tem alguma interferência no cumprimento da regra? Estudiosos como
Mallot e Braam (1990), Mistr e Glenn (1993), e Reitmam e Gross (1996) vêm há
alguns anos enfrentando esses questionamentos.
Boa parte da complexidade do comportamento humano advém do
comportamento verbal. Seus conceitos e princípios, elaborados por Skinner
(1957), são úteis para a análise e compreensão dos processos que permitem
ao homem interagir de forma mais direta e efetiva com o ambiente.
Segundo Skinner (1987):
A espécie humana deu um passo
quando sua musculatura vocal
operante na produção dos sons
possível que todas as conquistas
possam ter se seguido a esta
(SKINNER, p. 79).
Skinner (1957)
crucial para adiante
ficou sob controle
da fala. É deveras
próprias da espécie
alteração genética
definiu os estímulos suplementares: que
aumentam a probabilidade de ocorrer uma resposta. E concluiu pela pouca
importância das razões pelas quais um comportamento não tem suficiente força
para se manifestar, já que ele tem causas múltiplas e, assim, é possível que,
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Doutor em Psicologia. Prof. de Psicologia do Centro Universitário Filadélfia – UniFil.
Mestre em Psicologia. Prof. de Psicologia do Centro Universitário Filadélfia – UniFil.
3
Mestre em Psicologia. Profa. de Psicologia do Centro Universitário Filadélfia – UniFil.
4
Aluna do curso de Especialização em Psicologia. Centro Universitário Filadélfia – UniFil.
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Aluno do curso de Graduação em Psicologia do Centro Universitário Filadélfia – UniFil.
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III Encontro de Extensão da UniFil – 10 e 11 de Novembro de 2009.
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por motivos variados (uma história de condicionamento pobre, por estar
emparelhado a alguma estimulação aversiva, etc.), o estímulo (uma regra) seja
fraco para evocar uma resposta.
Este trabalho avaliou o modo como regras são executadas com e
sem imposição de prazo limite e situações que se estabelecem com estímulos
suplementares verbais na forma de intraverbais e não verbais na forma de
atividades motoras no intervalo entre a apresentação de regra e a emissão da
resposta.
A pesquisa foi feita com 12 crianças, idade entre cinco e seis
anos, de ambos os sexos, selecionadas aleatoriamente, matriculadas em uma
pré-escola da rede particular de Londrina-PR. Utilizaram-se quebra-cabeças,
massa de modelar, lápis de cor, livro de história, papel e brinquedos.
Cada criança passou por quatro situações: 1) Imediata (regra e
oportunidade de resposta imediata); 2) Livre (regra e oportunidade de resposta
atrasada em seis minutos, estímulos suplementares livres, verbais e não
verbais; 3) Não Condizente (regra e oportunidade de resposta atrasada em seis
minutos, estímulos suplementares não condizentes verbais e não verbais); e, 4)
Condizente (regra e oportunidade de resposta atrasada em seis minutos,
estímulos suplementares condizentes verbais e não verbais).
Os resultados obtidos nas quatro situações da condição não
verbal são apresentados na Figura 1.
Figura 1 – Apresentação do desempenho de todos os sujeitos em porcentagem da
condição não verbal nas situações imediata, livre, não condizente e
condizente.
O percentual de cumprimento nas situações imediata e condizente
com a regra foi de 100%. Na situação livre, atingiu 75%, e, por fim, de 14% na
situação não condizente.
III Encontro de Extensão da UniFil – 10 e 11 de Novembro de 2009.
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Na Figura 2 são apresentados os resultados obtidos nas quatro
situações da condição verbal.
Figura 3 - Apresentação do desempenho de todos os sujeitos em porcentagem na
condição verbal diante das situações imediata, livre, não condizente e
condizente.
O percentual de cumprimento foi de 100% nas situações imediata,
não condizente e condizente. Já na situação livre, foi de 25%.
Foi possível concluir que a resposta de montar o quebra-cabeça
estava bem estabelecida no repertório dos sujeitos. As situações de
estimulação Condizente e Não Condizente com a regra não surtiram efeito
sobre o comportamento de modo a alterar o efeito da regra.
Entende-se, então, que o comportamento era suficientemente
forte para ser emitido sem suplementação. É muito provável que isso ocorra
pelas seguintes variáveis: a) a história de cumprir regras dos sujeitos em idade
pré-escolar; b) o efeito do reforço imediato, como apontado por Braan e Mallot
(1990); e, c) o uso de regras completas, facilitando a discriminação de como e
quando se comportar para obtenção do reforço, como descrito por Martinez e
Tamayo (2005).
Conforme Skinner (1957), a estimulação suplementar temática
exerce um controle relativamente poderoso. Nesta pesquisa, a Situação Livre
proporcionou uma estimulação temática, porém, Não Condizente com a regra,
mas com assuntos de interesse da criança. Isso elevou a taxa de não
cumprimento, ao contrário das situações em que se utilizaram materiais
escolares, atividades arbitrárias e baixa interação com o experimentador.
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É possível concluir que, nas situações onde houve provável
reforço social (como no diálogo), a estimulação suplementar – o assunto de
interesse da criança – enfraqueceu o controle da regra.
Circunstâncias que enfraquecem o efeito da regra são comuns no
cotidiano. Acontecem quando, por exemplo, nos atrasamos para um
compromisso por estarmos em um bate-papo interessante com um amigo, ou,
ao telefone, perdemos a noção de tempo numa conversa e vamos dormir mais
tarde do que o habitual. São comportamentos assim que se buscou reproduzir
experimentalmente, apresentando a situação Livre aos sujeitos.
Por fim, seja a regra estímulo discriminativo ou alterador de
função, o que ressalta nesta pesquisa é a grande influência que a estimulação
suplementar exerce sobre o comportamento de seguir ou não regras.
REFERÊNCIAS
BRAAM, C.; MALOTT, R. W. “I’ll do it when the snow melts”: the effects of
deadlines and delayed outcomes on rules-governed behavior in preschool
children. The Analysis of Verbal Behavior, v.8, p.67-76, 1990.
MISTR, K, N.; GLENN, S, S, Evocative and Function-Altering Effects of
Contingency-Specifiying Stimuli 1992 The Analysis of Verbal Behavior, v.10,
p.11-21, 1992
SKINNER, B.F. Upon further reflection. Englewood Cliffs: Prentice-Hall, 1987.
SKINNER, B. Verbal behavior. Englewood: Prentice-Hall, 1957.
Skinner, B. F. O Comportamento Verbal. São Paulo: Cultrix, 1978.
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