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AGROECOLOGIA e
TRANSIÇÃO
AGROECOLÓGICA
Gervásio Paulus
Engenheiro Agrônomo
EMATER-RS/ASCAR
AGRICULTURA
Processos biológicos e
culturais
Origens e Sustentabilidade da Agricultura
20.000 aC - Coleta de cevada e trigo selvagem
15.000 aC - Uso da pedra de moer
10-12.000 aC - Início da agri-cultura
7.000 aC - Fermentação de bebidas
3.000 aC - Uso de biofertilizantes na Índia
2.000 aC - milho de boa produtividade na América
Central
1.200 aC - Arado de boi
450 aC - Maias, cidade de 50.000 habitantes
300 aC - Astecas, cidade de 100.000 habitantes
Origens e Sustentabilidade da Agricultura
Séculos XII a XIX - Revolução Agrícola
- Fusão da agricultura com a pecuária
- Rotação de terras
1840 - Justus Von Liebig demonstra a nutrição mineral
por substâncias químicas no solo
- Desprezo pelo papel da Matéria Orgânica no solo
1865 - Mendel descobre as Leis da Hereditariedade
- Melhoramento genético
1930 - Surgimento do milho híbrido
Origens e Sustentabilidade da Agricultura
1940-50 - Revolução Verde
- Variedades de arroz, trigo e milho de alta resposta a
insumos
- Pós-Guerra - Agrotóxicos
Transição
“Passagem de um estado de coisas para
outro diferente”
Transição:
do que e
para onde onde?
Primeira Transição na Agricultura
no Século XX
Agricultura
Tradicional
Pressupostos:
Tecnologias genéricas
Homogeneização
Produtivismo
Agricultura
Moderna
O PAPEL DO CRÉDITO NA IMPLANTAÇÃO DO MODELO
CONVENCIONAL DE AGRICULTURA
Evolução do volume de recursos para financiamentos de Crédito
Rural no Brasil – 1969-97 (valores em R$, corrigidos para 1997)
40000
m
ilh
õ
e
s
d
e
r
e
a
is
35000
30000
25000
20000
15000
10000
5000
0
69
72
75
78
81
84
87
90
93
96
anos
FONTE: adaptado do Anuário Estatístico (IBGE, 1998)
Distribuição de crédito agropecuário por categoria de
produtor no Brasil, no período de 1966-76
60
50
40
30
20
10
0
PEQUENO
M ÉDIO
GRA NDE
66
67
68
69
70
71
72
73
74
75
ano
FONTE: adaptado de GONÇALVES NETO (1997)
76
Distribuição do crédito
macrorregião geográfica:
no
Brasil
por
100%
C- S
50%
N- NE
0%
66
67
68
69
70
71
72
73
74
75
76
an o s
C-S = Centro-Sul
N-NE = Norte-Nordeste
FONTE: Banco Mundial (adaptado de GONÇALVES
NETO, 1997)
Características da Agricultura
Tradicional:
-Rotação de terras
- Policultivos
- Uso de adubos orgânicos
- Conservação de alimentos (diversas formas)
- Integração entre produção vegetal e criação
animal
- Variedades adaptadas (crioulas)
- Mercado mais interno
- Uso de tração animal
- Exploração de madeira
Características da
Agricultura Convencional:
-Monocultura
- Insumos “modernos” (sementes híbridas,
agrotóxicos, adubos químicos)
- Criação intensiva de animais
- Voltada principalmente ao mercado externo
- Motomecanização
Por que a agricultura convencional não é
Sustentável:
-Aumento no consumo de energias não renováveis
- Erosão do solo
- Perda da biodiversidade (erosão genética)
- Contaminação por agrotóxicos
- Aumento do número de espécies consideradas
"pragas" (em 1938: 7 espécies de insetos; em 1984: 477
espécies de insetos)
- Desmatamento acelerado
- Êxodo rural (29,5 mi em 30 anos)
- Perda da diversidade cultural
- Descaso com a produção de subsistência
(comprometimento da segurança alimentar)
Sintese da Estrutura Fundiária, Brasil (2003):
Grupos de
Área Total
Pequena
Até 200 ha
Área Média
(Ha)
Nº
Imóveis
31,60 3.985.968
%
Imóveis
Área (Ha)
%
Área
91,90 122.948.252 29,20
Média
200 a 2000 ha
531,20
310.158
7,13 164.765.509 39,20
Grande
+ de 2000 ha.
4.110,80
32.264
0,80 132.631.509 31,60
Fonte: INCRA (Org. A.V. Oliveira)
Por que a agricultura convencional não é Sustentável:
“É difícil, para não dizer impossível, sustentar
um planejamento de crescimento com
eqüidade se se seguem modelos, estratégias e
procedimentos visível e reconhecidamente
concentradores e excludentes”
(FAO - Desarollo Agropecuário: de la dependência al
protagonismo del agricultor, 1993)
Por que a agricultura convencional não é Sustentável:
Artificialização dos Sistemas de Produção na Agricultura
“Ora, imaginem se o bovino dissesse a si mesmo: ‘Para mim é
muito monótono ter de perambular e me dedicar a mastigar
essas plantas. Isto pode ser feito para mim por outro animal!’
Então o bovino começaria a comer outro bovino. Mas ele pode
produzir ele mesmo essa carne! O que acontece, portanto,
quando em vez de vegetais ele se alimenta de carne? A
energia que se perde no corpo animal não se perde
simplesmente. O animal se congestiona todo com essa
energia, que faz nele algo diferente do que produzir carne a
partir de plantas.”
Pobreza Rural em Países Ricos:
Reportagem do New York sob o título “Drogas, Pobreza e
Crime assolam o Campo nos EUA”:
Segundo o censo de 2000, a porcentagem de pessoas
vivendo abaixo da linha de pobreza nas zonas rurais dos
EUA é quase 30% maior que nas cidades.
“A frustração e o desespero levam não só ao êxodo mas
ao álcool e à droga. Há uma verdadeira epidemia de
metanfetamina, droga que já superou o crack. Fabricada
ilegalmente a partir de fertilizante, ela alimenta uma onda
de crimes e é responsável por uma taxa de homicídios e
assaltos a bancos em municípios rurais mais elevada que
a da cidade de Nova Iorque!”
Fonte: Artigo A Miséria Rural Dos Ricos,
Rubens Ricúpero - Rev. Globo Rural (mar/2003)
Por que a agricultura convencional não é
Sustentável: ustentável:
Artificialização dos Sistemas de Produção na
Agricultura
“... E isso que a energia faz é produzir muito urato.
Portanto, ao começar a ingerir carne o bovino iria encherse de substâncias nocivas – ou seja, de uratos e sais de
uréia.
•Mas os uratos também têm seus vícios. Os vícios
especiais dos uratos são o fato deles terem uma
fraqueza pelo cérebro e pelo sistema neurosensorial.”
Por que a agricultura convencional não é Sustentável:
Artificialização dos Sistemas de Produção na Agricultura
“...O resultado disso seria que quando o bovino comesse
carne diretamente, a ponto de se formarem grandes
quantidades de uratos, estes iriam ao cérebro e o bovino
ficaria louco.
Se alimentássemos o bovino com pombas, teríamos um
rebanho maluco; mesmo sendo as pombas tão mansas,
as vacas ficariam loucas.”
Rudolf Steiner (Uber
Gesundtheit und Krankheit – Sobre Saúde e Doença. 4. Ed.
Dornach: Rudolf Steiner Verlag, 1997), citado por Alexandre
Harkaly no prefácio do Livro A Dissociação entre Homem e
Natureza (Miklós, A.A.W., Coord.)
Por que a agricultura convencional não é Sustentável:
“Se o que foi modelado pela tecnologia, e continua a ser,
parece estar doente, seria talvez conveniente dar uma
olhada na própria tecnologia. Se a tecnologia é vista
como cada vez mais desumana, talvez fosse preferível
examinarmos se não tem alguma coisa melhor - uma
tecnologia com fisionomia humana”
(E.F. Schumacher - Small is Beautifull;
O Négócio é Ser Pequeno)
Movimentos contestatórios da Agricultura
Convencional - Raízes científicas
Charles Darwin - importância das minhocas na produção
de Humus Vegetal (The Formation of Vegetable
Moulds trough the Action of Worms, 1881),
Londres
A. B. Frank - Estudos sobre micorrizas (“raízes
fúngicas”), 1885, Londres
R.H. King - Estudo sobre sustentabilidade da agricultura
oriental (Farmers of Forty Centuries, 1911)
Albert Howard - 1935 - Compostagem - “Método de
Indore”, Índia; An Agricultural Testament, 1940
Movimentos contestatórios da Agricultura
Convencional - Os Matizes do Verde
Agricultura Biodinâmica
Rudolf Steiner, década de 20
Agricultura Orgânica
Sir Albert Hovard - 1925-30
Jerome Rodale - década de 40, EUA
Agricultura Biológica - década de 60
Hans Müller - Alemanha
Claude Aubert- França
Agricultura Natural - Mokiti Okada - Japão, 1935;
Masanobu Fukuoka
Movimentos contestatórios da Agricultura
Convencional - Os Matizes do Verde
Permacultura
Bill Mollison - Austrália
Outras designações:
- Agricultura Alternativa - década de 80
ONGs - AS-PTA; Relatório NRC, EUA - 1980
- Agricultura Regenerativa
- Agricultura Ecológica
- Agricultura Energética
- “Low-input agriculture”
Segunda Transição na
Agricultura no Século XX
Agricultura
Moderna
Agricultura
Sustentável ou
de Base Ecológica
Pressupostos:
Processo de ecologização
Heterogeneidade
Produção sustentável no tempo
Ecologia Co-evolução
social e ecológica
Ecologia Co-evolução
social e ecológica
D R Sustentável
Crítica ao DR Convencional
Metodologias Participativas
Economia Ecológica
Agroecologia
História Ecológica,
do Meio Ambiente e
Local
Estudos Camponeses
Antropologia
Sociologia
Fonte: elaboração própria a partir de Sevilla Gusmán, 2000
Agroecologia e Estilos
Alternativos de Agricultura
A Agroecologia não se confunde com nem segue
nenhuma corrente em particular de agricultura
alternativa, mas expressa um campo de
conhecimento científico que oferece um conjunto
de princípios e metododologias para o manejo
ecológico dos agroecossistemas que não devem
ser confundidos com determinadas normas de
produção.
Agroecologia e Estilos Alternativos
de Agricultura
O enfoque agroecológico não se restringe aos
aspectos técnico-agronômicos propriamente ditos,
mas propõe também uma abordagem que inclui a
valorização e o resgate do saber camponês
tradicional historicamente forjado por estes, ao
longo de gerações, através da observação e da
relação direta com a natureza.
Por essas razões, agricultura convencional e
Agroecologia são incomparáveis.
“A estratégia agroecológica pode ser definida
como o manejo ecológico de recursos naturais que,
incorporado a uma ação social coletiva de caráter
participativo, permita projetar métodos de
desenvolvimento sustentável. Em tal estratégia, o
papel central da dimensão local é como portadora de
um potencial endógeno que, através da articulação do
conhecimento camponês com o científico, permita a
implementação de sistemas de agricultura
alternativos, potenciadores da biodiversidade
ecológica e sócio-cultural”
Guzmán, E. 1997
Transição Agroecológica
“A transição agroecológica refere-se a um processo
gradual de mudança, através do tempo, nas formas
de manejo dos agroecossistemas, tendo-se como
meta a passagem de um modelo agroquímico de
produção para outro modelo ou estilos de
agricultura que incorporem princípios, métodos e
tecnologias de base ecológica.
Refere-se a um processo de evolução contínua,
multilinear, e crescente no tempo, sem ter um
momento final determinado.”
Costabeber, 1988
ECOSSISTEMA
Sistema funcional de relações entre
organismos vivos e meio, com o qual trocam
matéria e energia.
Compreende componentes bióticos (plantas,
animais, microorganismos) e abióticos
(água, minerais, etc.) que interagem para
formar uma estrutura e uma função.
ECOSSISTEMA
ESTRUTURA: resulta da interação e arranjo dos
componentes do sistema
FUNÇÃO: é definida pelo processo de receber
entradas e produzir saídas
-> fluxos de energia e matéria
-> ciclos biogeoquímicos
AGROECOSSISTEMA
“Sistema ecológico e sócioeconômico que
compreende plantas e animais domesticados e
as pessoas que nele vivem, com o propósito
de produzir alimentos, fibras ou outros
produtos agrícolas”
(Conway, 1997)
DIFERENÇAS ENTRE ECOSSISTEMAS E
AGROECOSSISTEMAS
Ecossistema
Produtividade líquida
Interações tróficas
Diversidade de espécies
Diversidade genética
Ciclos de nutrientes
Estabilidade (resiliência)
Controle humano
Permanência temporal
Heterogeneidade do habitat
Agroecossistema
Média
Mais complexas
Alta
Alta
Fechados
Alta
Independente
Longa
Complexa
Fonte: adaptado de Odum (1969
Alta
Simples, lineares
Baixa
Baixa
Abertos
Baixa
Dependente
Curta
Simples
Níveis de Organização dos Sistemas
Comunidade
Biosfera
População
Bioma
Órgão Organismo
Ecossistema
Célula
Sistema
Princípio Geral:
Quanto mais um agroecossistema se
parece, em termos de estrutura e função,
com o ecossistema da região
biogeográfica em que se encontra, maior
será a probabilidade de que este
agroecossistema seja sustentável.
Fundamentos Ecológicos
para uma Agricultura
Sustentável:
Integrando a Ecologia
à Agricultura
Fundamentos Ecológicos para uma Agricultura Sustentável
SOLO COMO ORGANISMO
Solo sem vida
Solo com vida
A vida que existe sobre o solo depende da vida
que existe no solo
Fundamentos Ecológicos para uma Agricultura Sustentável
Bio
diversidade
Fundamentos Ecológicos para uma Agricultura Sustentável
BIODIVERSIDADE
Escala Global - é maior nos trópicos
*É menor nos ambientes extremos (escala local)
Riqueza e Diversidade de Espécies:
A RIQUEZA é função do número de populações que
compõe a comunidade
A DIVERSIDADE leva em conta a distribuição das
populações no espaço
Diversidade mais alta:
Maior complexidade, maior variabilidade, maior
estabilidade (porém maior fragilidade dinâmica)
BIODIVERSIDADE E INTERAÇÕES ECOLÓGICAS
3 espécies: 3 interações possíveis
6 espécies: 15 interações possíveis
Fundamentos Ecológicos para uma Agricultura Sustentável
Biodiversidade e Interações Ecológicas
A ênfase maior tem sido no estudo das interações
ecológicas negativas (tipo planta hospedeirapatógenos), mas a grande maioria das interações
ecológicas que ocorrem é do tipo positiva.
Exemplos de interações ecológicas positivas:
- Bactérias fixadoras de N do gênero Rhyzobium com
leguminosas
- Micorrizas com a maioria das plantas cultivadas
DIMENSÕES DA DIVERSIDADE ECOLÓGICA
______________________________________________
Dimensão
Descrição
______________________________________________________________________________________________________________
Espécies
Genética
Nº de diferentes espécies no sistema
Grau de variabilidade genética
(intra ou entre espécies
Vertical
Nº de distantas camadas ou níveis
horizontais no sistema
Horizontal
Padrão de distribuição espacial
Estrutural
Nº de locais (nichos, cadeias tróficas)
Funcional
Complexidade de interação, fluxo de
energia e ciclagem de materiais
Temporal
Grau de heterogeneidade das mudanças
cíclicas (diárias, sazonais, etc.)
______________________________________________
Fonte: adaptado de Gliessman (2000)
Fundamentos Ecológicos para uma Agricultura Sustentável
TROFOBIOSE
Plantas doentes pelo uso de agrotóxicos
Dificuldades de controle, “fracassos de
tratamento” ou, às vezes, “ineficácia de
produtos” em geral significam apenas uma
sensibibilização da planta às moléstias,
produzida pelo próprio agrotóxico
Fundamentos Ecológicos para uma Agricultura Sustentável
TROFOBIOSE
Desequilíbrios biológicos em seguida a
tratamentos de folhas com agrotóxicos:
Proliferação de pragas
Ácaros
Pulgões
Cochonilhas, nematóides, etc
Desenvolvimento de doenças fúngicas
Fundamentos Ecológicos para uma Agricultura Sustentável
Trofobiose e agrotóxicos
“O agrotóxico, mesmo não provocando
queimaduras ou fenômenos de fitotoxidade
aparentes, pode mostrar-se tóxico para a planta,
com todas as conseqüências que isto pode causar
sobre a resistência a seus agressores, sejam eles
fungos, bactérias, insetos ou mesmo vírus.”
F. Chabossou, 1987
Trofobiose
Fatores capazes de agir sobre a proteossíntese e,
portanto, sobre a resistência das plantas:
Fatores intrínsecos da planta:
- Espécie e variedade
- Idade dos órgãos ou da planta
Fatores abióticos
- clima (energia solar, temperatura, umidade)
Fatores culturais
- solo
- fertilização
- prática da enxertia
- tratamentos com agrotóxicos
Fundamentos Ecológicos para uma Agricultura Sustentável
Trofobiose
Princípio básico:
estímulo da proteossíntese, através:
- redução do estresse da planta
- correção de carências (adubação equilibrada,
emprego de oligoelementos)
A JANELA AMBIENTAL
Nutrientes
Radiação(ºC)
Umidade
∗ Essas interações determinam as as características
básicas da fauna e da flora
∗∗ Quanto maior o conhecimento do histórico do local,
maior a quantidade de informações que um indicador
biológico poderá fornecer
Fundamentos Ecológicos para uma Agricultura Sustentável
TÉCNICAS DE CULTIVO:
•Plantio em épocas corretas e com variedades
adaptadas ao clima e ao solo da região.
•Consorciação de culturas e manejo seletivo dos
insos.
•Fazer uso da adubação orgânica.
•Rotação de culturas e adubação verde.
•Cobertura morta e plantio direto.
•Plantio de variedades e espécies resistentes às
pragas e doenças.
Fundamentos Ecológicos para uma Agricultura Sustentável
TÉCNICAS DE CULTIVO:
• Fazer uso de adubos minerais pouco solúveis
• Uso de plantas que atuem como "quebra
ventos" ou como "faixas protetoras".
• Nutrição equilibrada das plantas com
macronutrientes e micronutrientes.
• Conservação dos fragmentos florestais
existentes na região
SUSTENTABILIDADE:
Princípios
Ecológicos
Viabilidade
Eqüidade
Econômica
Social
NÍVEIS DE TRANSIÇÃO (segundo
Gliessman, 2000):
Nível 1. Racionalização do uso de insumos
Aumento da eficiência no uso e consumo de insumos
convencionais.
Nível 2. Substituição de insumos e práticas
convencionais por práticas e insumos alternativos.
3. Redesenho de Agroecossistemas
Neste nível, parte-se para o redesenho do
agroecossistema, de forma que ele funcione em um
novo conjunto de processos ecológicos.
Integrando plantas com diferentes
estruturas verticais e horizontais
Biodiversidade: base para sistemas
de produção sustentáveis
“O importante é manter uma paisagem
equilibrada, onde cada componente
(árvore, animal, água, pássaro, horta,
pomar, lavoura...), incluindo o próprio ser
humano, seja como uma parte harmônica
de um todo, contribuindo assim para
manter a saúde e a vitalidade do
agroecossistema.”
TRANSIÇÃO
AGROECOLÓGICA NO
ESTADO DO RIO GRANDE
DO SUL ORIENTADA PELA
EMATER-RS/ASCAR
TRANSIÇÃO AGROECOLÓGICA NO RS ORIENTADA PELA
EMATER-RS/ASCAR
ANTECEDENTES
- Década de 80 em diante: Experiências pontuais no estado
- Em 1999: estímulo e orientação oficial para a transição
agroecológica
Mudança de Missão e Objetivos:
Composição do Conselho Deliberativo - participação dos
Movimentos Sociais
Formação Técnico Social:
Cursos de Desenvolvimento Rural Sustentável
Diagnósticos Participativos
Sistematização de Experiências.
TRANSIÇÃO AGROECOLÓGICA ORIENTADA PELA EMATER/RS
RESULTADOS ALCANÇADOS NOV/2003 PRINCIPAIS GRÃOS
Agricultores
Assistidos (nº)
Cultura
Arroz
Feijão
Milho
Soja
Trigo
Convencional
2.012
13.797
45.575
22.198
6.125
Área assistida (Ha)
Transição Redesenho Convencional
2.012
224
23.152
13.797
1.360
18.435
45.575
1.795
218.204
22198
479
298.785
1.698
202
53.649
Transição
3.768
3.738
30.439
29.083
8.823
Redesenho
327
1.054
5.765
1.606
711
FONTE: Levantamento realizado pela ASCAR/Emater-RS (nov 2003)
Obs.: 19% dos agricultores assistidos ( = 12% da área assistida nas quatro principais
culturas de grãos de verão: arroz, milho, feijão e soja) estão em processo de transição.
TRANSIÇÃO AGROECOLÓGICA ORIENTADA PELA EMATER/RS
RESULTADOS ALCANÇADOS - ALHO, BATATA, CEBOLA E TOMATE
Agricultores
Assistidos (nº)
Cultura
Alho
Batata
Cebola
Tomate
Convencional
705
1.790
1.507
1.095
Transição
276
514
520
412
Área assistida (Ha)
Redesenho Convencional
89
710
149
1.944
1.795
902
285
559
Transição
45
160
198
93
Redesenho
12
60
58
57
FONTE: Levantamento realizado pela ASCAR/Emater-RS (nov 2003)
Obs.: 34% dos agricultores assistidos que correspondem a 16% da área
assistida nas quatro culturas (alho, batata, cebola e tomate) estão em
processo de transição.
TRANSIÇÃO AGROECOLÓGICA ORIENTADA PELA EMATER/RS
RESULTADOS ALCANÇADOS - FRUTICULTURA
Agricultores
Assistidos (nº)
Cultura
Convencional
Banana
1.403
Bergamota 1.079
Figo
403
Laranja
3.262
Morango
708
Pêssego
1.345
Uva
6.363
Transição
253
1.140
270
1.915
216
693
2.775
Área assistida (Ha)
Redesenho Convencional
153
4.716
285
2.382
69
293
518
4.828
71
158
77
2.061
532
12.300
Transição
792
1.684
299
2.399
47
1.306
3.154
Redesenho
327
639
54
788
17,5
54
420
FONTE: Levantamento realizado pela ASCAR/Emater-RS (nov 2003)
Obs.: 60% dos agricultores assistidos que correspondem a 30% da área assistida em
fruticultura, estão em processo de transição
TRANSIÇÃO AGROECOLÓGICA ORIENTADA PELA EMATER/RS
CRIAÇÕES
Bovinocultura de Leite:
27.769 agricultores assistidos em 294 municípios
11.695 agricultores assistidos com produção de
leite a pasto (pastoreio rotativo ) - 42%
6.169 agricultores assistidos usam produtos
fitoterápicos - 22%
TRANSIÇÃO AGROECOLÓGICA ORIENTADA PELA EMATER/RS
AÇÕES EM QUALIDADE DE VIDA E CIDADANIA
Envolvimento em programas de educação ambiental:
54.301 famílias, 1534 escolas e 2.647 comunidades
Melhoria da qualidade da água para consumo: 36.525
famílias envolvidas
Cultivo de plantas medicinais: 18.519 famílias e 3.019
hortos
Destinação dos esgotos domésticos: 21.132 famílias
TRANSIÇÃO PARA A
SUSTENTABILIDADE:
DESAFIOS E POSSIBILIDADES
TRANSIÇÃO PARA A SUSTENTABILIDADE:
DESAFIOS E POSSIBILIDADES
• Pressupõe um processo educativo, requerendo
maior tempo para transição, do que a simples
aquisição e substituição de insumos.
• Exige maior conhecimento por parte de técnicos e
agricultores (interações ecológicas, características
dos agroecossistemas locais, adaptação de épocas
de plantio, cultivares, etc..)
TRANSIÇÃO PARA A SUSTENTABILIDADE:
DESAFIOS E POSSIBILIDADES
Pressupõe a viabilização e o fortalecimento da
Agricultura Familiar
• Exige sensibilidade social dos atores sociais
envolvidos
• Estratégias de Conservação dos Recursos
Naturais
• Exige o entendimento de toda a sociedade Força sócio-ambiental
• Processo de Ecologização não dispensa o
progresso técnico e o avanço científico
TRANSIÇÃO PARA A SUSTENTABILIDADE:
DESAFIOS E POSSIBILIDADES
Diagnósticos e metodologias participativas como
ferramentas indispensáveis de trabalho,
permitindo:
Conhecer o histórico das comunidades que
vivem no ambiente
Identificar a “lógica” de uso dos recursos
naturais e os agroecossistemas resultantes
Identificar possíveis intervenções que otimizem o
uso desses recursos e permitam o seu manejo
em bases sustentáveis (econômica, social e
ambientalmente) e culturalmente aceitas
Todas as flores do futuro estão nas
sementes de hoje.” (Provérbio Chinês)
Muito Obrigado!
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