AGROECOLOGIA e TRANSIÇÃO AGROECOLÓGICA Gervásio Paulus Engenheiro Agrônomo EMATER-RS/ASCAR AGRICULTURA Processos biológicos e culturais Origens e Sustentabilidade da Agricultura 20.000 aC - Coleta de cevada e trigo selvagem 15.000 aC - Uso da pedra de moer 10-12.000 aC - Início da agri-cultura 7.000 aC - Fermentação de bebidas 3.000 aC - Uso de biofertilizantes na Índia 2.000 aC - milho de boa produtividade na América Central 1.200 aC - Arado de boi 450 aC - Maias, cidade de 50.000 habitantes 300 aC - Astecas, cidade de 100.000 habitantes Origens e Sustentabilidade da Agricultura Séculos XII a XIX - Revolução Agrícola - Fusão da agricultura com a pecuária - Rotação de terras 1840 - Justus Von Liebig demonstra a nutrição mineral por substâncias químicas no solo - Desprezo pelo papel da Matéria Orgânica no solo 1865 - Mendel descobre as Leis da Hereditariedade - Melhoramento genético 1930 - Surgimento do milho híbrido Origens e Sustentabilidade da Agricultura 1940-50 - Revolução Verde - Variedades de arroz, trigo e milho de alta resposta a insumos - Pós-Guerra - Agrotóxicos Transição “Passagem de um estado de coisas para outro diferente” Transição: do que e para onde onde? Primeira Transição na Agricultura no Século XX Agricultura Tradicional Pressupostos: Tecnologias genéricas Homogeneização Produtivismo Agricultura Moderna O PAPEL DO CRÉDITO NA IMPLANTAÇÃO DO MODELO CONVENCIONAL DE AGRICULTURA Evolução do volume de recursos para financiamentos de Crédito Rural no Brasil – 1969-97 (valores em R$, corrigidos para 1997) 40000 m ilh õ e s d e r e a is 35000 30000 25000 20000 15000 10000 5000 0 69 72 75 78 81 84 87 90 93 96 anos FONTE: adaptado do Anuário Estatístico (IBGE, 1998) Distribuição de crédito agropecuário por categoria de produtor no Brasil, no período de 1966-76 60 50 40 30 20 10 0 PEQUENO M ÉDIO GRA NDE 66 67 68 69 70 71 72 73 74 75 ano FONTE: adaptado de GONÇALVES NETO (1997) 76 Distribuição do crédito macrorregião geográfica: no Brasil por 100% C- S 50% N- NE 0% 66 67 68 69 70 71 72 73 74 75 76 an o s C-S = Centro-Sul N-NE = Norte-Nordeste FONTE: Banco Mundial (adaptado de GONÇALVES NETO, 1997) Características da Agricultura Tradicional: -Rotação de terras - Policultivos - Uso de adubos orgânicos - Conservação de alimentos (diversas formas) - Integração entre produção vegetal e criação animal - Variedades adaptadas (crioulas) - Mercado mais interno - Uso de tração animal - Exploração de madeira Características da Agricultura Convencional: -Monocultura - Insumos “modernos” (sementes híbridas, agrotóxicos, adubos químicos) - Criação intensiva de animais - Voltada principalmente ao mercado externo - Motomecanização Por que a agricultura convencional não é Sustentável: -Aumento no consumo de energias não renováveis - Erosão do solo - Perda da biodiversidade (erosão genética) - Contaminação por agrotóxicos - Aumento do número de espécies consideradas "pragas" (em 1938: 7 espécies de insetos; em 1984: 477 espécies de insetos) - Desmatamento acelerado - Êxodo rural (29,5 mi em 30 anos) - Perda da diversidade cultural - Descaso com a produção de subsistência (comprometimento da segurança alimentar) Sintese da Estrutura Fundiária, Brasil (2003): Grupos de Área Total Pequena Até 200 ha Área Média (Ha) Nº Imóveis 31,60 3.985.968 % Imóveis Área (Ha) % Área 91,90 122.948.252 29,20 Média 200 a 2000 ha 531,20 310.158 7,13 164.765.509 39,20 Grande + de 2000 ha. 4.110,80 32.264 0,80 132.631.509 31,60 Fonte: INCRA (Org. A.V. Oliveira) Por que a agricultura convencional não é Sustentável: “É difícil, para não dizer impossível, sustentar um planejamento de crescimento com eqüidade se se seguem modelos, estratégias e procedimentos visível e reconhecidamente concentradores e excludentes” (FAO - Desarollo Agropecuário: de la dependência al protagonismo del agricultor, 1993) Por que a agricultura convencional não é Sustentável: Artificialização dos Sistemas de Produção na Agricultura “Ora, imaginem se o bovino dissesse a si mesmo: ‘Para mim é muito monótono ter de perambular e me dedicar a mastigar essas plantas. Isto pode ser feito para mim por outro animal!’ Então o bovino começaria a comer outro bovino. Mas ele pode produzir ele mesmo essa carne! O que acontece, portanto, quando em vez de vegetais ele se alimenta de carne? A energia que se perde no corpo animal não se perde simplesmente. O animal se congestiona todo com essa energia, que faz nele algo diferente do que produzir carne a partir de plantas.” Pobreza Rural em Países Ricos: Reportagem do New York sob o título “Drogas, Pobreza e Crime assolam o Campo nos EUA”: Segundo o censo de 2000, a porcentagem de pessoas vivendo abaixo da linha de pobreza nas zonas rurais dos EUA é quase 30% maior que nas cidades. “A frustração e o desespero levam não só ao êxodo mas ao álcool e à droga. Há uma verdadeira epidemia de metanfetamina, droga que já superou o crack. Fabricada ilegalmente a partir de fertilizante, ela alimenta uma onda de crimes e é responsável por uma taxa de homicídios e assaltos a bancos em municípios rurais mais elevada que a da cidade de Nova Iorque!” Fonte: Artigo A Miséria Rural Dos Ricos, Rubens Ricúpero - Rev. Globo Rural (mar/2003) Por que a agricultura convencional não é Sustentável: ustentável: Artificialização dos Sistemas de Produção na Agricultura “... E isso que a energia faz é produzir muito urato. Portanto, ao começar a ingerir carne o bovino iria encherse de substâncias nocivas – ou seja, de uratos e sais de uréia. •Mas os uratos também têm seus vícios. Os vícios especiais dos uratos são o fato deles terem uma fraqueza pelo cérebro e pelo sistema neurosensorial.” Por que a agricultura convencional não é Sustentável: Artificialização dos Sistemas de Produção na Agricultura “...O resultado disso seria que quando o bovino comesse carne diretamente, a ponto de se formarem grandes quantidades de uratos, estes iriam ao cérebro e o bovino ficaria louco. Se alimentássemos o bovino com pombas, teríamos um rebanho maluco; mesmo sendo as pombas tão mansas, as vacas ficariam loucas.” Rudolf Steiner (Uber Gesundtheit und Krankheit – Sobre Saúde e Doença. 4. Ed. Dornach: Rudolf Steiner Verlag, 1997), citado por Alexandre Harkaly no prefácio do Livro A Dissociação entre Homem e Natureza (Miklós, A.A.W., Coord.) Por que a agricultura convencional não é Sustentável: “Se o que foi modelado pela tecnologia, e continua a ser, parece estar doente, seria talvez conveniente dar uma olhada na própria tecnologia. Se a tecnologia é vista como cada vez mais desumana, talvez fosse preferível examinarmos se não tem alguma coisa melhor - uma tecnologia com fisionomia humana” (E.F. Schumacher - Small is Beautifull; O Négócio é Ser Pequeno) Movimentos contestatórios da Agricultura Convencional - Raízes científicas Charles Darwin - importância das minhocas na produção de Humus Vegetal (The Formation of Vegetable Moulds trough the Action of Worms, 1881), Londres A. B. Frank - Estudos sobre micorrizas (“raízes fúngicas”), 1885, Londres R.H. King - Estudo sobre sustentabilidade da agricultura oriental (Farmers of Forty Centuries, 1911) Albert Howard - 1935 - Compostagem - “Método de Indore”, Índia; An Agricultural Testament, 1940 Movimentos contestatórios da Agricultura Convencional - Os Matizes do Verde Agricultura Biodinâmica Rudolf Steiner, década de 20 Agricultura Orgânica Sir Albert Hovard - 1925-30 Jerome Rodale - década de 40, EUA Agricultura Biológica - década de 60 Hans Müller - Alemanha Claude Aubert- França Agricultura Natural - Mokiti Okada - Japão, 1935; Masanobu Fukuoka Movimentos contestatórios da Agricultura Convencional - Os Matizes do Verde Permacultura Bill Mollison - Austrália Outras designações: - Agricultura Alternativa - década de 80 ONGs - AS-PTA; Relatório NRC, EUA - 1980 - Agricultura Regenerativa - Agricultura Ecológica - Agricultura Energética - “Low-input agriculture” Segunda Transição na Agricultura no Século XX Agricultura Moderna Agricultura Sustentável ou de Base Ecológica Pressupostos: Processo de ecologização Heterogeneidade Produção sustentável no tempo Ecologia Co-evolução social e ecológica Ecologia Co-evolução social e ecológica D R Sustentável Crítica ao DR Convencional Metodologias Participativas Economia Ecológica Agroecologia História Ecológica, do Meio Ambiente e Local Estudos Camponeses Antropologia Sociologia Fonte: elaboração própria a partir de Sevilla Gusmán, 2000 Agroecologia e Estilos Alternativos de Agricultura A Agroecologia não se confunde com nem segue nenhuma corrente em particular de agricultura alternativa, mas expressa um campo de conhecimento científico que oferece um conjunto de princípios e metododologias para o manejo ecológico dos agroecossistemas que não devem ser confundidos com determinadas normas de produção. Agroecologia e Estilos Alternativos de Agricultura O enfoque agroecológico não se restringe aos aspectos técnico-agronômicos propriamente ditos, mas propõe também uma abordagem que inclui a valorização e o resgate do saber camponês tradicional historicamente forjado por estes, ao longo de gerações, através da observação e da relação direta com a natureza. Por essas razões, agricultura convencional e Agroecologia são incomparáveis. “A estratégia agroecológica pode ser definida como o manejo ecológico de recursos naturais que, incorporado a uma ação social coletiva de caráter participativo, permita projetar métodos de desenvolvimento sustentável. Em tal estratégia, o papel central da dimensão local é como portadora de um potencial endógeno que, através da articulação do conhecimento camponês com o científico, permita a implementação de sistemas de agricultura alternativos, potenciadores da biodiversidade ecológica e sócio-cultural” Guzmán, E. 1997 Transição Agroecológica “A transição agroecológica refere-se a um processo gradual de mudança, através do tempo, nas formas de manejo dos agroecossistemas, tendo-se como meta a passagem de um modelo agroquímico de produção para outro modelo ou estilos de agricultura que incorporem princípios, métodos e tecnologias de base ecológica. Refere-se a um processo de evolução contínua, multilinear, e crescente no tempo, sem ter um momento final determinado.” Costabeber, 1988 ECOSSISTEMA Sistema funcional de relações entre organismos vivos e meio, com o qual trocam matéria e energia. Compreende componentes bióticos (plantas, animais, microorganismos) e abióticos (água, minerais, etc.) que interagem para formar uma estrutura e uma função. ECOSSISTEMA ESTRUTURA: resulta da interação e arranjo dos componentes do sistema FUNÇÃO: é definida pelo processo de receber entradas e produzir saídas -> fluxos de energia e matéria -> ciclos biogeoquímicos AGROECOSSISTEMA “Sistema ecológico e sócioeconômico que compreende plantas e animais domesticados e as pessoas que nele vivem, com o propósito de produzir alimentos, fibras ou outros produtos agrícolas” (Conway, 1997) DIFERENÇAS ENTRE ECOSSISTEMAS E AGROECOSSISTEMAS Ecossistema Produtividade líquida Interações tróficas Diversidade de espécies Diversidade genética Ciclos de nutrientes Estabilidade (resiliência) Controle humano Permanência temporal Heterogeneidade do habitat Agroecossistema Média Mais complexas Alta Alta Fechados Alta Independente Longa Complexa Fonte: adaptado de Odum (1969 Alta Simples, lineares Baixa Baixa Abertos Baixa Dependente Curta Simples Níveis de Organização dos Sistemas Comunidade Biosfera População Bioma Órgão Organismo Ecossistema Célula Sistema Princípio Geral: Quanto mais um agroecossistema se parece, em termos de estrutura e função, com o ecossistema da região biogeográfica em que se encontra, maior será a probabilidade de que este agroecossistema seja sustentável. Fundamentos Ecológicos para uma Agricultura Sustentável: Integrando a Ecologia à Agricultura Fundamentos Ecológicos para uma Agricultura Sustentável SOLO COMO ORGANISMO Solo sem vida Solo com vida A vida que existe sobre o solo depende da vida que existe no solo Fundamentos Ecológicos para uma Agricultura Sustentável Bio diversidade Fundamentos Ecológicos para uma Agricultura Sustentável BIODIVERSIDADE Escala Global - é maior nos trópicos *É menor nos ambientes extremos (escala local) Riqueza e Diversidade de Espécies: A RIQUEZA é função do número de populações que compõe a comunidade A DIVERSIDADE leva em conta a distribuição das populações no espaço Diversidade mais alta: Maior complexidade, maior variabilidade, maior estabilidade (porém maior fragilidade dinâmica) BIODIVERSIDADE E INTERAÇÕES ECOLÓGICAS 3 espécies: 3 interações possíveis 6 espécies: 15 interações possíveis Fundamentos Ecológicos para uma Agricultura Sustentável Biodiversidade e Interações Ecológicas A ênfase maior tem sido no estudo das interações ecológicas negativas (tipo planta hospedeirapatógenos), mas a grande maioria das interações ecológicas que ocorrem é do tipo positiva. Exemplos de interações ecológicas positivas: - Bactérias fixadoras de N do gênero Rhyzobium com leguminosas - Micorrizas com a maioria das plantas cultivadas DIMENSÕES DA DIVERSIDADE ECOLÓGICA ______________________________________________ Dimensão Descrição ______________________________________________________________________________________________________________ Espécies Genética Nº de diferentes espécies no sistema Grau de variabilidade genética (intra ou entre espécies Vertical Nº de distantas camadas ou níveis horizontais no sistema Horizontal Padrão de distribuição espacial Estrutural Nº de locais (nichos, cadeias tróficas) Funcional Complexidade de interação, fluxo de energia e ciclagem de materiais Temporal Grau de heterogeneidade das mudanças cíclicas (diárias, sazonais, etc.) ______________________________________________ Fonte: adaptado de Gliessman (2000) Fundamentos Ecológicos para uma Agricultura Sustentável TROFOBIOSE Plantas doentes pelo uso de agrotóxicos Dificuldades de controle, “fracassos de tratamento” ou, às vezes, “ineficácia de produtos” em geral significam apenas uma sensibibilização da planta às moléstias, produzida pelo próprio agrotóxico Fundamentos Ecológicos para uma Agricultura Sustentável TROFOBIOSE Desequilíbrios biológicos em seguida a tratamentos de folhas com agrotóxicos: Proliferação de pragas Ácaros Pulgões Cochonilhas, nematóides, etc Desenvolvimento de doenças fúngicas Fundamentos Ecológicos para uma Agricultura Sustentável Trofobiose e agrotóxicos “O agrotóxico, mesmo não provocando queimaduras ou fenômenos de fitotoxidade aparentes, pode mostrar-se tóxico para a planta, com todas as conseqüências que isto pode causar sobre a resistência a seus agressores, sejam eles fungos, bactérias, insetos ou mesmo vírus.” F. Chabossou, 1987 Trofobiose Fatores capazes de agir sobre a proteossíntese e, portanto, sobre a resistência das plantas: Fatores intrínsecos da planta: - Espécie e variedade - Idade dos órgãos ou da planta Fatores abióticos - clima (energia solar, temperatura, umidade) Fatores culturais - solo - fertilização - prática da enxertia - tratamentos com agrotóxicos Fundamentos Ecológicos para uma Agricultura Sustentável Trofobiose Princípio básico: estímulo da proteossíntese, através: - redução do estresse da planta - correção de carências (adubação equilibrada, emprego de oligoelementos) A JANELA AMBIENTAL Nutrientes Radiação(ºC) Umidade ∗ Essas interações determinam as as características básicas da fauna e da flora ∗∗ Quanto maior o conhecimento do histórico do local, maior a quantidade de informações que um indicador biológico poderá fornecer Fundamentos Ecológicos para uma Agricultura Sustentável TÉCNICAS DE CULTIVO: •Plantio em épocas corretas e com variedades adaptadas ao clima e ao solo da região. •Consorciação de culturas e manejo seletivo dos insos. •Fazer uso da adubação orgânica. •Rotação de culturas e adubação verde. •Cobertura morta e plantio direto. •Plantio de variedades e espécies resistentes às pragas e doenças. Fundamentos Ecológicos para uma Agricultura Sustentável TÉCNICAS DE CULTIVO: • Fazer uso de adubos minerais pouco solúveis • Uso de plantas que atuem como "quebra ventos" ou como "faixas protetoras". • Nutrição equilibrada das plantas com macronutrientes e micronutrientes. • Conservação dos fragmentos florestais existentes na região SUSTENTABILIDADE: Princípios Ecológicos Viabilidade Eqüidade Econômica Social NÍVEIS DE TRANSIÇÃO (segundo Gliessman, 2000): Nível 1. Racionalização do uso de insumos Aumento da eficiência no uso e consumo de insumos convencionais. Nível 2. Substituição de insumos e práticas convencionais por práticas e insumos alternativos. 3. Redesenho de Agroecossistemas Neste nível, parte-se para o redesenho do agroecossistema, de forma que ele funcione em um novo conjunto de processos ecológicos. Integrando plantas com diferentes estruturas verticais e horizontais Biodiversidade: base para sistemas de produção sustentáveis “O importante é manter uma paisagem equilibrada, onde cada componente (árvore, animal, água, pássaro, horta, pomar, lavoura...), incluindo o próprio ser humano, seja como uma parte harmônica de um todo, contribuindo assim para manter a saúde e a vitalidade do agroecossistema.” TRANSIÇÃO AGROECOLÓGICA NO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL ORIENTADA PELA EMATER-RS/ASCAR TRANSIÇÃO AGROECOLÓGICA NO RS ORIENTADA PELA EMATER-RS/ASCAR ANTECEDENTES - Década de 80 em diante: Experiências pontuais no estado - Em 1999: estímulo e orientação oficial para a transição agroecológica Mudança de Missão e Objetivos: Composição do Conselho Deliberativo - participação dos Movimentos Sociais Formação Técnico Social: Cursos de Desenvolvimento Rural Sustentável Diagnósticos Participativos Sistematização de Experiências. TRANSIÇÃO AGROECOLÓGICA ORIENTADA PELA EMATER/RS RESULTADOS ALCANÇADOS NOV/2003 PRINCIPAIS GRÃOS Agricultores Assistidos (nº) Cultura Arroz Feijão Milho Soja Trigo Convencional 2.012 13.797 45.575 22.198 6.125 Área assistida (Ha) Transição Redesenho Convencional 2.012 224 23.152 13.797 1.360 18.435 45.575 1.795 218.204 22198 479 298.785 1.698 202 53.649 Transição 3.768 3.738 30.439 29.083 8.823 Redesenho 327 1.054 5.765 1.606 711 FONTE: Levantamento realizado pela ASCAR/Emater-RS (nov 2003) Obs.: 19% dos agricultores assistidos ( = 12% da área assistida nas quatro principais culturas de grãos de verão: arroz, milho, feijão e soja) estão em processo de transição. TRANSIÇÃO AGROECOLÓGICA ORIENTADA PELA EMATER/RS RESULTADOS ALCANÇADOS - ALHO, BATATA, CEBOLA E TOMATE Agricultores Assistidos (nº) Cultura Alho Batata Cebola Tomate Convencional 705 1.790 1.507 1.095 Transição 276 514 520 412 Área assistida (Ha) Redesenho Convencional 89 710 149 1.944 1.795 902 285 559 Transição 45 160 198 93 Redesenho 12 60 58 57 FONTE: Levantamento realizado pela ASCAR/Emater-RS (nov 2003) Obs.: 34% dos agricultores assistidos que correspondem a 16% da área assistida nas quatro culturas (alho, batata, cebola e tomate) estão em processo de transição. TRANSIÇÃO AGROECOLÓGICA ORIENTADA PELA EMATER/RS RESULTADOS ALCANÇADOS - FRUTICULTURA Agricultores Assistidos (nº) Cultura Convencional Banana 1.403 Bergamota 1.079 Figo 403 Laranja 3.262 Morango 708 Pêssego 1.345 Uva 6.363 Transição 253 1.140 270 1.915 216 693 2.775 Área assistida (Ha) Redesenho Convencional 153 4.716 285 2.382 69 293 518 4.828 71 158 77 2.061 532 12.300 Transição 792 1.684 299 2.399 47 1.306 3.154 Redesenho 327 639 54 788 17,5 54 420 FONTE: Levantamento realizado pela ASCAR/Emater-RS (nov 2003) Obs.: 60% dos agricultores assistidos que correspondem a 30% da área assistida em fruticultura, estão em processo de transição TRANSIÇÃO AGROECOLÓGICA ORIENTADA PELA EMATER/RS CRIAÇÕES Bovinocultura de Leite: 27.769 agricultores assistidos em 294 municípios 11.695 agricultores assistidos com produção de leite a pasto (pastoreio rotativo ) - 42% 6.169 agricultores assistidos usam produtos fitoterápicos - 22% TRANSIÇÃO AGROECOLÓGICA ORIENTADA PELA EMATER/RS AÇÕES EM QUALIDADE DE VIDA E CIDADANIA Envolvimento em programas de educação ambiental: 54.301 famílias, 1534 escolas e 2.647 comunidades Melhoria da qualidade da água para consumo: 36.525 famílias envolvidas Cultivo de plantas medicinais: 18.519 famílias e 3.019 hortos Destinação dos esgotos domésticos: 21.132 famílias TRANSIÇÃO PARA A SUSTENTABILIDADE: DESAFIOS E POSSIBILIDADES TRANSIÇÃO PARA A SUSTENTABILIDADE: DESAFIOS E POSSIBILIDADES • Pressupõe um processo educativo, requerendo maior tempo para transição, do que a simples aquisição e substituição de insumos. • Exige maior conhecimento por parte de técnicos e agricultores (interações ecológicas, características dos agroecossistemas locais, adaptação de épocas de plantio, cultivares, etc..) TRANSIÇÃO PARA A SUSTENTABILIDADE: DESAFIOS E POSSIBILIDADES Pressupõe a viabilização e o fortalecimento da Agricultura Familiar • Exige sensibilidade social dos atores sociais envolvidos • Estratégias de Conservação dos Recursos Naturais • Exige o entendimento de toda a sociedade Força sócio-ambiental • Processo de Ecologização não dispensa o progresso técnico e o avanço científico TRANSIÇÃO PARA A SUSTENTABILIDADE: DESAFIOS E POSSIBILIDADES Diagnósticos e metodologias participativas como ferramentas indispensáveis de trabalho, permitindo: Conhecer o histórico das comunidades que vivem no ambiente Identificar a “lógica” de uso dos recursos naturais e os agroecossistemas resultantes Identificar possíveis intervenções que otimizem o uso desses recursos e permitam o seu manejo em bases sustentáveis (econômica, social e ambientalmente) e culturalmente aceitas Todas as flores do futuro estão nas sementes de hoje.” (Provérbio Chinês) Muito Obrigado! [email protected]