Zenia Monteiro Guedes dos Santos

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PRÓ-REITORIA DE GRADUAÇÃO
TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO
Enfermagem
AVALIAÇÃO DOS CONHECIMENTOS, ATITUDES E
PRÁTICAS DOS IDOSOS SOBRE A VACINA CONTRA
A INFLUENZA, NA UBS, TAGUATINGA, DF, 2009.
Autora: Zênia Monteiro Guedes dos Santos
Orientadora: Maria Liz Cunha Oliveira
ZENIA MONTEIRO GUEDES DOS SANTOS
AVALIAÇÃO DOS CONHECIMENTOS, ATITUDES E PRÁTICAS DOS IDOSOS
SOBRE A VACINA CONTRA A INFLUENZA, NA UBS, TAGUATINGA, DF, 2009
Monografia apresentada ao curso de graduação
em Enfermagem da Universidade Católica de
Brasília, como requisito parcial para obtenção do
Título de Bacharel em Enfermagem.
Orientadora: Maria Liz Cunha de Oliveira
Doutora em Ciências da Saúde.
Brasília
2009
Monografia de autoria de Zênia Monteiro Guedes dos Santos, intitulado “Avaliação dos
Conhecimentos, Atitudes e Práticas dos Idosos sobre a Vacina contra a Influenza, na UBS,
Taguatinga, DF, 2009”, requisito parcial para obtenção do grau de Bacharel em Enfermagem,
defendida e aprovada, em 15 de junho de 2009, pela banca examinadora constituída por:
Drª Maria Liz Cunha de Oliveira
Orientadora
Mestre Luciane Zappelini Daufenbach
Secretaria de Vigilância em Saúde/ MS
Líbia Roberta de Oliveira Souza
Treinanda do Curso de Epidemiologia do SUS/ MS
Brasília
2009
Dedico este trabalho a todos àqueles que
acreditam que a ousadia e o erro são caminhos
para as grandes realizações.
AGRADECIMENTOS
O trabalho de pesquisa exige dedicação e muito esforço por parte do pesquisador que
busca informações do que deseja estudar. No entanto, não é uma atividade solitária uma vez que
envolve uma série de pessoas que, de alguma maneira acabam sendo um pouco responsável pelo
produto final do trabalho. Partindo deste pressuposto, agradeço em primeiro lugar a Deus, pela
dádiva da vida e aos meus pais Ulisses Guedes e Iracy Monteiro pela sabedoria que tiveram na
criação de suas filhas e que muito contribuíram para minha formação.
A todas as pessoas que se dispuseram a contribuir para a pesquisa, especialmente:
A minha irmã, Vânia Guedes, pela colaboração na coleta de dados na UBS.
A professora Drª. Maria Liz Cunha Oliveira pelo incentivo deste trabalho.
A Luciane Daufenbach, técnica da Vigilância Epidemiológica da Influenza do MS.
A Líbia Souza, treinanda do EPISUS/MS
A Marcia Lopes de Carvalho, Coordenadora das Doenças de Transmissão Respiratória e
Imunopreveníveis do MS.
O GT-Influenza do MS.
A equipe de enfermagem da UBS, em especial, a técnica de enfermagem Francisca
Caixeta Silva.
Aos meus colegas de curso de enfermagem pela valiosa troca de experiências.
E finalmente, a todas as pessoas que direta ou indiretamente participaram da construção
deste trabalho.
A população idosa é o grupo que apresenta maior
vulnerabilidade às doenças respiratórias agudas e,
geralmente são acometidas pelo vírus influenza.
RESUMO
SANTOS, ZMG. Avaliação dos Conhecimentos Atitudes e Práticas dos Idosos sobre a
Vacina contra a Influenza, na UBS, Taguatinga, DF, 2009. Defesa: 2009. 57 folhas.
Monografia apresentada ao curso de graduação em Enfermagem, na Universidade Católica de
Brasília, Brasília, 2009.
Este estudo objetiva levantar os conhecimentos, atitudes e práticas dos idosos de uma UBS de
Taguatinga - DF, sobre a vacina contra a influenza e a adesão nas campanhas de vacinação,
identificar o perfil sócio-econômico dos indivíduos maiores de 60 anos de idade assistidos nesta
unidade de saúde e avaliar os conhecimentos, atitudes e práticas sobre gripe e resfriado. Trata-se
de um estudo seccional e descritivo, do tipo inquérito epidemiológico. Esta pesquisa foi realizada
por meio da aplicação de um questionário numa amostra aleatória representativa da população
idosa da UBS, com abordagem quali-quantitativa. Foram entrevistadas 95 pessoas, 72,6% do
sexo feminino e com nível de escolaridade de ensino fundamental incompleto. Em relação ao
conhecimento sobre a existência da vacina contra a influenza, 97,9% afirmaram que em algum
momento na vida já participaram das campanhas de vacinação, sendo que 41,1 % disseram que
previne a gripe com a vacina. Observou-se um conhecimento inadequado sobre a diferença entre
gripe e resfriado, características da sintomatologia destas doenças, formas de prevenção e
transmissão, bem como a importância da vacina contra a influenza. Conclui-se a importância
deste estudo para a saúde pública, pois permitiu conhecer as indagações dos idosos sobre a vacina
o que possibilitou no esclarecimento das dúvidas, contribuindo, assim, aos profissionais de saúde
na melhor abordagem do assunto.
Palavras-chave: Influenza. Idosos. Vacina. Prevenção.
ABSTRACT
This study aims to raise the knowledge, attitudes and practices of the elderly to a UBS
Taguatinga - DF, on the influenza vaccine and membership in the vaccination campaigns,
identify the socio-economic profile of individuals older than 60 years of age attended this unit
health and assess the knowledge, attitudes and practices regarding influenza and cold. This is a
descriptive cross-sectional study and the type survey. This research was performed by the
application of a questionnaire on a random sample representative of the population of UBS, with
qualitative and quantitative approach. 95 people were interviewed, 72.6% females, level of
education of primary school. In relation to knowledge about the existence of the vaccine against
influenza, 97.9% said at some point in life have participated in the vaccination campaigns, while
41.1% said that prevents the flu vaccine. There was an inadequate knowledge about the
difference between flu and cold, characteristics of the symptoms of these diseases, methods of
prevention and transmission and the importance of vaccination against influenza. It is the
importance of this study to public health because it helped identify the questions of the elderly on
the vaccine which allowed the clarification of questions, thus contributing to health care
professionals on the best approach to the subject.
Keywords: Influenza. Elderly. Vaccine. Prevention.
LISTA DE TABELAS
Tabela 1- Percentual de idosos na população brasileira.
14
Tabela 2- Características sócio-demográficas da população do estudo, na UBS,
Taguatinga, DF, 2009.
33
Tabela 3- Distribuição percentual dos idosos da UBS, segundo conhecimento sobre a
gripe e o resfriado.
Tabela 4- Frequência de Sexo e Exposição à vacina contra a influenza.
34
35
Tabela 5- Distribuição percentual dos idosos, segundo formas de prevenção e
transmissão da gripe e do resfriado.
35
Tabela 6- Distribuição percentual, segundo conhecimentos, atitudes e práticas sobre a
vacina contra a influenza
36
Tabela 7- Distribuição percentual sobre as práticas realizadas com a influenza já
instalada no organismo do idoso.
37
LISTA DE ABREVIATURAS
CAP – Conhecimentos, Atitudes e Práticas
CDC – Centers for Disease Control and Prevention/ EUA
CEP – Comitê de Ética de Pesquisa
CPNI – Coordenação do Programa Nacional de Imunizações
CNVI – Campanha Nacional de Vacinação do Idoso
CRIE – Centros de Referência de Imunobiológicos Especiais
DATASUS - Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde
DF – Distrito Federal
FEPECS – Fundação de Ensino e Pesquisa em Ciências da Saúde
FIOCRUZ – Fundação Oswaldo Cruz
HI – Inibição de Hemaglutinação
IAL – Instituto Adolfo Lutz
IEC – Instituto Evandro Chagas
IFI – Imunofluorescência Indireta
IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
LACEN – Laboratórios Centrais de Saúde Pública
MS - Ministério da Saúde
PASI – Programa de Assistência a Saúde do Idoso
PCR - Reação em Cadeia de Polimerase
PNAD - Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios
PNI - Programa Nacional de Imunização
OMS – Organização Mundial de Saúde
SES – Secretaria de Estado de Saúde
SIH/SUS – Sistema de Internações Hospitalares do Sistema Único de Saúde
SIVEP – Sistema de Informações de Vigilância Epidemiológica
SNF – Secreções Nasofaringeanas
SUS - Sistema Único de Saúde
SVE/FLU – Sistema de Vigilância Epidemiológica da Influenza
SVS - Secretaria de Vigilância em Saúde
UBS – Unidade Básica de Saúde
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO..............................................................................................................
12
2 JUSTIFICATIVA..........................................................................................................
15
3 OBJETIVOS..................................................................................................................
16
3.1 GERAL.........................................................................................................................
16
3.2 ESPECÍFICOS.............................................................................................................
16
4 REFERENCIAL TEÓRICO........................................................................................
17
4.1 O IDOSO.....................................................................................................................
17
4.2 INFECÇÕES DO SISTEMA RESPIRATÓRIO.........................................................
19
4.3 VIGILÂNCIA EPIDEMIOLÓGICA E SUA IMPORTÂNCIA NO CONTROLE
DAS EPIDEMIAS.............................................................................................................
21
4.3.1 Vigilância da influenza no Brasil...........................................................................
23
4.4 VACINA CONTRA A INFLUENZA........................................................................
25
5 METODOLOGIA..........................................................................................................
28
5.1 DESENHO DO ESTUDO...........................................................................................
28
5.2 LOCAL DO ESTUDO..................................................................................................
29
5.3 POPULAÇÃO E AMOSTRA......................................................................................
29
5.4 COLETA DE DADOS..................................................................................................
30
5.5 ANÁLISE DE DADOS................................................................................................
31
5.6 ASPECTOS ÉTICOS...................................................................................................
31
6 RESULTADOS..............................................................................................................
32
7 DISCUSSÃO...................................................................................................................
39
8 CONSIDERAÇÕES FINAIS........................................................................................
43
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS............................................................................
45
ANEXOS............................................................................................................................
50
1 APROVAÇÃO DO PROJETO DE PESQUISA DO CEP/SES/DF................................
51
2 PARECER N° 346/2008 DO CEP/SES/DF.....................................................................
52
3 FICHA DE INQUÉRITO EPIDEMIOLÓGICO DE INFLUENZA...............................
53
4 TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO.....................................
57
12
1 INTRODUÇÃO
Literaturas na área de saúde pública relatam que em vários períodos da história da
humanidade houve enfermidades que acometeram milhões de pessoas no mundo trazendo graves
prejuízos para o desenvolvimento das sociedades. Entre elas destaca-se a influenza causadora de
três grandes pandemias: a gripe espanhola em 1918, a gripe asiática em 1957 e a gripe de Hong
Kong em 1968. Segundo Santos (2008, p. 145) “[...] estas três pandemias levaram a óbitos mais
de 50 milhões de pessoas gerando graves problemas sociais e econômicos [...]”.
A influenza é uma doença respiratória transmitida por meio de gotículas expelidas pelo
indivíduo doente ao falar, ao espirrar ou tossir. Em momento de surtos da doença podem ocorrer
evidências de disseminação aérea por gotículas em aerossol. A influenza ou gripe, como é
conhecida popularmente, é uma doença viral aguda do sistema respiratório de alta
transmissibilidade. Estima-se que, no Brasil, aproximadamente 600 milhões de pessoas por ano
apresentem pelo menos um episódio de gripe.
Esta doença é considerada como um problema de Saúde Pública e suas principais
complicações são as pneumonias virais e bacterianas. De acordo com Lui e Kendall (1985, p.
712), as manifestações clínicas típicas da doença não complicada são: “[...] febre, dor de
garganta, tosse, mialgia, rinite, cefaléia e astenia”. Atinge principalmente os extremos etários
(menores de 2 ou maiores de 60 anos). Há três tipos antigênicos do vírus influenza: A, B e C.
Ainda segundo os autores mencionados acima, “os vírus influenza A e B são de maior
preocupação para a saúde pública por estarem associados à maior morbimortalidade”.
Para Cruz (1999, p. 852), “nos últimos 20 anos, o número e a taxa de internação por
infecções respiratórias agudas aumentaram de forma constante entre os idosos”. Considerada
grupo de risco, a população idosa é quem apresenta maior vulnerabilidade às doenças
respiratórias agudas, geralmente em consequência do vírus influenza.
Já segundo Martins (2000, p. 3-8), “o interesse pela vacinação teve impulso quando a
população viu-se assolada pelas epidemias e pandemias que mataram milhares de pessoas”. A
partir de então passa se a promover o desenvolvimento de pesquisas e de mecanismos de defesa
dos indivíduos.
13
Em 1999, o Ministério da Saúde (MS), com a inauguração do Ano Internacional do Idoso,
instituiu as campanhas de vacinação contra a influenza com objetivo de prevenir e de reduzir a
morbimortalidade por esta doença, bem como suas complicações, principalmente, nos idosos.
Neste ano a meta estabelecida pelo MS era de 70% para as pessoas com 65 anos ou mais
de idade. Atualmente, esta meta para cobertura vacinal de idosos é de 80% em idosos acima de
60 anos. No primeiro ano da campanha a cobertura vacinal atingiu 108,98% das pessoas maiores
de 65 anos, no Distrito Federal (DF). A Coordenação Geral do Programa Nacional de
Imunizações (CGPNI) considerou adequado o índice de cobertura vacinal em idosos a partir de
60 anos, nas zonas rurais e urbanas, nos anos de 1999 a 2008 uma vez que ultrapassou o mínimo
recomendado.
É importante mencionar que uma das formas de manifestação da influenza é a sazonal.
A influenza sazonal corresponde à circulação anual, geralmente nos meses mais frios
nos locais de clima temperado ou no período chuvoso nos locais de clima tropical, de
variantes antigênicas dos vírus da influenza humana que resultam de alterações parciais
da sua estrutura genética. (BRASIL, 2003, p. 4).
O controle da influenza sazonal é realizado por meio de campanhas de vacinação
direcionadas aos grupos mais vulneráveis a esta doença. No Brasil, as campanhas de vacinação
ocorrem no período anterior ao de maior circulação do vírus em função da existência de
sazonalidades distintas entre as regiões. A vacina deve ser administrada a cada ano para conferir
a proteção adequada já que a composição da mesma varia anualmente em função das cepas
circulantes.
Achados sobre os eventos adversos da vacina contra a influenza são pouco significativos e
podem ser classificados em leves ou mesmo sem importância epidemiológica e clínica. No
entanto, pode haver resistência dos idosos em tomar a vacina em função dos seus efeitos
colaterais. Tal resistência pode ser eliminada a partir de ações educativas que promovam
esclarecimentos sobre a importância da vacina na prevenção das formas graves desta doença.
Araújo (2007, p. 439) relata que “com o advento da tecnologia e as melhores condições de
vida pôde-se observar um aumento da sobrevida na população havendo uma mudança no perfil
epidemiológico”. No que refere ao sexo, dados da Fundação Instituto Brasileiro de Geografia e
de Estatística (IBGE, 2006) afirma que “no Brasil, a população com idade superior a 60 anos é
constituída de 45% de indivíduos do sexo masculino e 55% do sexo feminino”.
14
A tabela abaixo evidencia que o crescimento da população idosa brasileira desde 1940
tem sido expressivo. Estima-se que em 2025 esta população chegue a representar 14% em relação
ao total de brasileiros.
Tabela 1: Percentual de idosos na população brasileira.
Ano
% da População
1940
4,5
1980
6,3
2000
8,5
2025
14,0
Fonte: OMS (1998)
Pretende-se com esta pesquisa avaliar os conhecimentos, atitudes e práticas da população
idosa maior ou igual a 60 anos em relação à vacina contra a influenza na Unidade Mista de
Taguatinga, Unidade Básica de Saúde (UBS) referência na assistência à saúde do idoso do DF.
Dessa forma, considerando a disponibilidade da estratégia de imunizações contra
influenza em idosos e o crescimento em termos absolutos e relativos desse contingente
populacional no Brasil é que se propõe o presente estudo.
15
2 JUSTIFICATIVA
Em um estudo feito por Daufenbach et al. (2009, p. 32) sobre o número de internações no
período entre 1992 e 2006 foi identificado no banco de dados do Sistema de Internações
Hospitalares do Sistema Único de Saúde (SIH/SUS) “[...] 4.361.371 de hospitalizações por
causas relacionadas a influenza entre a população com 60 anos de idade ou mais no Brasil”.
Destas, 51,4% estavam relacionadas à pneumonia e à influenza e apenas 1,2% somente à
influenza, uma vez que a gripe, geralmente, não é identificada laboratorialmente nos serviços de
saúde e tem comumente complicações bacterianas neste grupo populacional.
Diante de tal constatação e do conhecimento da eficácia da vacina que pode evitar entre
70 e 80% em adultos saudáveis dos casos graves de gripe foi inserido no calendário de vacinação
do idoso a vacina contra a influenza, em 1999, com o objetivo de reduzir o número das
internações por casos graves e complicações da mesma (CAMACHO, 2006).
Antes da inclusão da população idosa no calendário vacinal, a (CGPNI) do MS verificou
que havia um grande número de internações de idosos por casos graves ou complicações da
gripe. Com a vacinação em idosos, percebeu-se que houve uma mudança no comportamento das
taxas de internação e mortalidade entre o período que antecedeu o início das campanhas de
vacinação contra a influenza e após a sua inserção no calendário vacinal do idoso representando
um impacto significativo nos indicadores de saúde em todo o Brasil, sobretudo, nas regiões Sul,
Centro-Oeste e Sudeste que apresentam sazonalidades distintas (DAUFENBACH, 2009).
Não foram verificadas pesquisas específicas relacionada à incidência da influenza na
população idosa no DF, bem como outros estudos relacionados à influenza. A escolha deste tema
teve como motivação explorar o conhecimento, as atitudes e as práticas dos idosos em relação à
vacina contra a influenza, na UBS de Taguatinga considerada referência na assistência a saúde do
idoso no DF.
Com este estudo espera-se levantar o perfil demográfico e epidemiológico da população
idosa desta unidade de saúde, e, ao mesmo tempo, oferecer subsídios para o desenvolvimento das
atividades de educação em saúde, bem como propor ações que visem uma maior adesão dos
idosos às campanhas de vacinação possibilitando, assim, uma melhoria na qualidade de vida do
idoso.
16
3 OBJETIVOS
3.1 Geral
Identificar os conhecimentos, atitudes e práticas dos idosos sobre a vacina contra a
influenza na UBS em estudo.
3.2 Específicos
- levantar o perfil demográfico e epidemiológico dos indivíduos maiores ou iguais a 60
anos de idade cadastrados na UBS;
- analisar o conhecimento da população idosa em relação à gripe, ao resfriado e à vacina
contra a influenza;
- avaliar as atitudes e as práticas da população em estudo em relação à prevenção e/ou
controle da gripe e do resfriado e as formas de redução da transmissão da doença;
- identificar a frequência dos idosos quanto à adesão nas campanhas de vacinação contra a
influenza.
17
4 REFERENCIAL TEÓRICO
4.1 O idoso
Cruz (1999, p.852) afirma que “o envelhecimento populacional constitui um dos maiores
desafios para a saúde pública, principalmente, em países em desenvolvimento, quando este
fenômeno ocorre em ambiente de pobreza e de grandes disparidades sociais”.
O Brasil, durante as primeiras quatro décadas do século XX, apresentou significativa
estabilidade de sua estrutura etária devido à pequena oscilação das taxas de natalidade e de
mortalidade. Segundo Chaimowicz (1997, p. 3), “a população brasileira vem envelhecendo de
forma rápida desde o início da década de 1960”. “Estima-se que, em 2025, o Brasil seja o sexto
país do mundo com a maior população de idosos” (OMS, 1998).
Em 2006 os resultados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD)
(BRASIL, 2008, p. 3) demonstraram que “as pessoas com 60 anos de idade ou mais
representavam aproximadamente 19 milhões, correspondendo a 10,2 % da população total”.
A redução da mortalidade por doenças infecciosas influenciou nos processos de transição
demográfica e epidemiológica. Modificações demográficas importantes e o crescimento da
população senil, nos países em desenvolvimento, provocaram impactos sociais de grande
relevância e trouxeram profundas transformações socioeconômicas e nos serviços de saúde.
Segundo o MS (Brasil, 2006, p. 2), “no Brasil, particularmente, entre 2001 a 2005, as
doenças do aparelho respiratório representaram a terceira causa de óbito nos indivíduos maiores
de 60 anos de idade”. Um indicador importante para evidenciar o tamanho da população idosa do
país identificado pela referida fonte é o volume de recursos do SUS destinados à população senil
que representa 26% do orçamento da saúde.
O aumento dos idosos na população implica, em termos de utilização dos serviços de
saúde, um maior número de problemas de longa duração, que freqüentemente exigem
intervenções custosas, envolvendo tecnologia complexa para um cuidado adequado
(Veras, 2003, p. 706).
18
Estudo realizado por Daufenbach et al. (2009, p. 39) verificou-se que, “no período de
1992 a 2006, as causas relacionadas à influenza em população com 60 anos de idade ou mais
provocaram um total superior a quatro milhões de hospitalizações por causas relacionadas à
influenza de idosos no Brasil”. Também foi observado pela pesquisadora que houve maior taxa
de hospitalização entre os idosos mais velhos (80 anos de idade e mais) residentes no Sul, CentroOeste e Sudeste, principalmente, do sexo masculino.
O grande desafio para a saúde pública brasileira no século XXI será cuidar de uma
grande população idosa, a maioria com baixo nível socioeconômico e educacional e
experimentando uma alta prevalência de doenças crônicas (RAMOS, 2002, apud LIMACOSTA, 2003, p. 510).
Como se observa na citação acima, o serviço de saúde tem um grande desafio pela frente
para oferecer um atendimento de saúde de qualidade a uma população crescente de idosos. Até
1999, não havia políticas públicas voltadas para as pessoas maiores ou iguais a 60 anos de idade,
ou seja, os idosos não estavam incluídos nas campanhas de vacinação, bem como nos serviços de
saúde preventivo em geral (ROUQUAYROL, 2003).
Dentre as várias alterações fisiológicas associadas ao processo de envelhecimento,
destacam-se aquelas referentes ao sistema imunitário dos idosos, à sua suscetibilidade e
vulnerabilidade às infecções em comparação com os adultos jovens; os idosos são menos
capazes de responder fisiológica e imunologicamente aos microorganismos invasores.
(FRANCISCO, 2006, p. 259).
Percebe-se que o comparecimento dos idosos às unidades de saúde dava-se em função da
redução da capacidade funcional ou de uma doença crônica já instalada e em condições de
reconhecida cronicidade e de algum grau de sofrimento (ROUQUAYROL, 2003).
Em 1994 foi criada a Lei nº 8.842 que dispõe sobre a Política Nacional do Idoso,
importante iniciativa do governo voltada para desenvolver políticas destinadas à população idosa.
Esta Lei além de estabelecer a política nacional do idoso e tem, ainda, por objetivo assegurar os
direitos sociais do idoso, criando condições para promover sua autonomia, integração e
participação efetiva na sociedade.
A partir de 1999, o MS decidiu focar investimentos na mobilização da população idosa
através da inserção deste grupo no calendário de vacinação anual. Iniciou-se, em parceria com as
Coordenações de Saúde do Idoso e de Imunizações, a primeira de uma série de campanhas anuais
19
de vacinação, direcionada aos indivíduos maiores de 65 anos de idade ou mais e, a partir de 2000,
60 anos de idade ou mais.
Segundo Daufenbach et al. (2009, p. 29), em estudo realizado sobre a morbidade
hospitalar por causas relacionadas à influenza em idosos, no Brasil, no período de 1992 a 2006,
“a diminuição dos coeficientes de morbimortalidade após 1999 pode estar relacionada à
campanha de vacinação”.
Já para Papaléo (1996, p. 394), “os objetivos básicos que devem fundamentar as ações de
saúde para os idosos são os de procurar mantê-los com o máximo de capacidade funcional e
independência física e mental na comunidade e no seio de suas famílias”.
Dessa forma e com o intuito de contribuir para o aumento da expectativa de vida dos
idosos é importante instituir e avaliar programas de prevenção e promoção da saúde do idoso,
contribuindo, assim, para a redução da morbimortalidade deste grupo, bem como preservar suas
funções físicas e mentais.
4.2 Infecções do sistema respiratório
Segundo Veronesi (2005, p. 2067), “os vírus respiratórios podem causar cerca de três
doenças por pessoa, por ano, e milhões de dias de absenteísmo por ano, levando à enorme custo
econômico”. Os vírus são importantes agentes infecciosos de vias aéreas respiratórias em seres
humanos e possuem alta patogenicidade, de fácil transmissibilidade entre a população. Assim,
podem causar epidemias e surtos, pois difundem facilmente em comunidades fechadas como:
escolas, casas de repouso, asilos geriátricos, quartéis, prisões carcerárias, entre outros.
Dentre as infecções respiratórias virais agudas as mais comuns são o resfriado e a gripe.
O resfriado apresenta grande relevância quanto a sua freqüência de eventos na
população e os principais vírus ou grupo de vírus que levam a resfriado comum são:
adenovírus (vírus DNA); coronavírus (vírus RNA); parainfluenza (vírus RNA);
rinovírus (vírus RNA). (ROMALDINI, 2005, p. 2067).
Os sinais clínicos do resfriado comum são congestionamento do trato respiratório
superior. Os principais sintomas são: cefaléia, congestão nasal, rinorréia hialina, os espirros
20
freqüentes e garganta irritada. A presença de febre e de secreção de nasofaringe purulenta sugere
infecção bacteriana associada. O período de manifestações clínicas encerra, geralmente, dentro de
cinco a sete dias (OMS apud BRASIL, 2008).
Dentre as complicações que o resfriado pode desenvolver estão à sinusite aguda, a otite
média aguda e a faringolaringotraqueobronquite catarral aguda, pois além da participação da
infecção viral ocorre associação das infecções bacterianas. Romaldini (2005, p. 2066) classificou
os germes responsáveis por complicações respiratórias em: “[...] Haemophilus influenzae,
Staphylococcus aureus, Moraxella catarrhalis, Streptococcus pneumoniae [...]”, entre outros.
A influenza ou gripe é a infecção viral aguda do sistema respiratório que tem
distribuição global e elevada transmissibilidade. [...] estima-se que, no Brasil,
aproximadamente 600 milhões de pessoas por ano apresentem pelo menos um episódio
de gripe. (BRASIL, 2006, p. 3).
Na maioria das vezes os sintomas da gripe possuem evolução autolimitada, ou seja, os
sintomas podem ser melhorados em média três dias com o uso de algumas medicações como, por
exemplo, descongestionantes tópicos e orais.
[...] a doença manifesta-se de modo abrupto com febre, mialgias, cefaléias, mal-estar,
tosse não produtiva, dor de garganta e rinite. Na maioria dos casos e na ausência de
complicações, a doença evolui entre três a sete dias. (BRASIL, 2005, p. 434 - 435).
Segundo o MS (BRASIL, 2006, p. 3), a influenza, em determinadas regiões do país, “tem
maior intensidade ao final de outono e durante o inverno”. É marcada pelo seu caráter epidêmico
caracterizado por disseminação rápida e elevada morbidade nas populações atingidas.
Com os modernos meios de transporte, a propagação do vírus da influenza tornou-se
muito rápida e hoje o mesmo vírus pode circular ao mesmo tempo em várias partes do
mundo, causando epidemias quase simultâneas. (BRASIL, 2005, p. 438).
O agente etiológico da influenza é o Myxovirus influenzae, ou vírus influenza. Estes
agentes são partículas que se apresentam com um invólucro lipoprotéico, com três tipos
antigênicos conhecidos como A, B e C.
21
[...] o tipo A ocupa o primeiro lugar, pela sua capacidade de causar pandemias. Está
presente na natureza em diversas espécies animais (aves, suínos, cavalos, focas e
baleias), além do ser humano. [...] o tipo B, responsável por epidemias regionais e
exclusivamente humano e [...] o tipo C, de circulação endêmica pouco aparente, se
associa a casos isolados ou pequenos surtos (BRASIL, 2006, p. 4) .
O Guia de Vigilância Epidemiológica do MS (2005, p. 434) afirma que “os vírus
influenza são agentes infecciosos apontados como maior patogenicidade e são responsáveis por
75% das infecções agudas do trato respiratório”.
A gripe geralmente apresenta características clínicas não específicas e podem ser similares
àquelas causadas por outros vírus respiratórios que também ocorrem sob a forma de surtos e
eventualmente circulam ao mesmo tempo, em várias partes do mundo, tais como: rinovírus, vírus
parainfluenza, vírus sincicial respiratório, coronavírus ou adenovírus, ou seja, pode confundir-se
com um resfriado comum.
Dessa forma, para efeitos de vigilância, trabalha-se com síndrome gripal, pois resfriado e
gripe apresentam conjunto de sinais e sintomas e síndromes semelhantes e muitas vezes somente
por diagnóstico laboratorial, possível de finalizar o diagnóstico (DAUFENBACH, 2009).
Portanto, as análises laboratoriais são essenciais na detecção, identificação e
monitoramento do vírus circulante no país, pois propicia a seleção de cepas para a produção de
vacinas, bem como o reconhecimento de possíveis estirpes pandêmico.
No tocante ao tratamento, Romaldini (2005, p. 2068) afirma que “este é essencialmente
sintomático: repouso, antitussígenos, antipiréticos, descongestionantes tópicos e orais”.
Medicações antitérmicas podem ser utilizadas, porém deve-se evitar o uso de ácido acetil
salicílico (AAS) nas crianças ou em casos de suspeita de dengue. Recomenda-se, sobretudo,
repouso e hidratação adequada.
As eventuais mortes por gripe ocorrem por complicações, com maior frequência em
portadores de doenças crônicas em imunodeficientes, em crianças pequenas e idosos, destacandose entre elas a pneumonia bacteriana. No caso de complicações pulmonares graves podem ser
necessárias medidas de suporte hospitalar.
22
4.3 Vigilância epidemiológica e sua importância no controle das epidemias
Rouquayrol (2003, p. 17) considera a epidemiologia como “[...] o eixo da saúde pública”.
Com ela é possível estudar a distribuição da morbimortalidade a fim de traçar o perfil de saúde e
doença nas coletividades humanas. Já para Jekel et. al. (1999, p. 12), a epidemiologia é o “estudo
dos fatores que determinam a ocorrência e a distribuição da doença na população”.
Para o MS (2005, p. 20), “a vigilância epidemiológica constitui-se importante instrumento
para o planejamento, organização e operacionalização dos serviços de saúde”. Esta tem como
propósito fornecer orientação técnica permanente para os profissionais de saúde que têm a
responsabilidade de executar as ações de controle de doenças e agravos, bem como dos fatores
que a condicionam numa área geográfica ou população definida.
O MS classifica ainda as funções da vigilância epidemiológica em: coleta de dados;
análise e interpretação dos dados processados; recomendação das medidas de controle
apropriadas; promoção das ações de controle indicadas; avaliação da eficácia e efetividade das
medidas adotadas; e divulgação de informações pertinentes.
As principais fontes de dados que se dispõe para a vigilância epidemiológica são:
notificação compulsória de casos, prontuários médicos, atestados de óbito, resultados de
laboratório, bancos de sangue, investigação de casos e de epidemias, inquéritos comunitários,
distribuição de vetores e reservatórios, usos de produtos biológicos e notícias de jornais e de
outros meios de comunicação (PEREIRA, 2005).
Entre as fontes especiais de dados de estudos epidemiológicos podem-se destacar:
inquérito epidemiológico, levantamento epidemiológico, investigação epidemiológica e sistemas
de sentinelas, bem como diagnóstico de casos (PEREIRA, 2005).
4.3.1 Vigilância epidemiológica da influenza no Brasil
Em 2000, o MS iniciou a implantação de um Sistema de Vigilância Epidemiológica da
Influenza (SVE/FLU) em âmbito nacional. Este sistema tem como objetivo monitoramento das
cepas virais que circulam nas regiões brasileiras, da resposta a situações inusitadas, a avaliação
do impacto da vacinação, o acompanhamento da tendência de morbidade e de mortalidade
23
associadas à enfermidade e a produção e disseminação de informações epidemiológicas. Para
Neto (2002, p. 269), em função “das epidemias anuais de gripe e do risco de novas pandemias, o
monitoramento epidemiológico do vírus influenza é de fundamental importância”.
O SVE/FLU utiliza estratégia sentinela baseado numa rede de unidades de saúde
(hospitais, centros de saúde e pronto-atendimento), de Laboratórios Centrais de Saúde Pública
(LACEN) e de laboratórios de referência. Cabe à unidade sentinela a coleta de dados de
atendimento por síndrome gripal e envio de espécimes clínicos (obtidos de uma amostra
intencional do paciente que procura atendimento médico) ao laboratório de referência, para
processamento e análise.
O Sistema de Informação de Vigilância Epidemiológica da Influenza (SIVEP-Gripe), que
tem estrutura on-line, permite disponibilizar dados da rede de vigilância da gripe. O SVE/FLU
conta, atualmente, com uma rede de 65 unidades-sentinela, localizadas em sua maior parte, nas
capitais de 26 estados e no DF.
Segundo a Portaria da SVS n° 05 (2006, p. 1), “o sistema possibilita a detecção, a
notificação, a investigação e o controle de surtos, independente da rede sentinela, em consonância
com as normas atuais sobre a notificação de doenças transmissíveis no país”.
O Guia de Vigilância Epidemiológica do MS (2005, p. 437) destaca a importância dos
procedimentos apropriados de coleta, transporte, processamento e armazenamento de espécimes
clínicos fundamentais no diagnóstico da infecção viral. Para o diagnóstico laboratorial da
influenza, o espécime preferencial são as secreções nasofaringeanas (SNF), obtidas por meio de
aspiração de nasofaringe com auxílio de um coletor descartável ou por meio de swab combinado
(oral + nasal). Estas amostras devem ser coletadas até o quinto dia do início dos sintomas e
transportadas em gelo reciclável (sem congelar) até o LACEN para o devido processamento.
A detecção do vírus influenza é realizada pelas técnicas de Imunofluorescência Indireta
(IFI), de isolamento do agente em cultivos celulares/ovos embrionados (considerado método
padrão) e de detecção por Reação em Cadeia de Polimerase (PCR). O diagnóstico é adicionado
ao exame de Inibição de Hemaglutinação (HI).
A IFI é realizada nos laboratórios estaduais onde a vigilância da influenza está
implantada, utilizando-se um painel de soros que detecta, além da influenza, outros vírus
respiratórios de interesse (vírus respiratório sincicial, parainfluenza e adenovírus).
(BRASIL, 2005, p. 437).
24
A cultura e a PCR são realizadas nos três laboratórios de referência: Instituto Evandro
Chagas (IEC/SVS/MS), Fundação Oswaldo Cruz (FIOCRUZ/MS) e Instituto Adolfo Lutz
(IAL/SES/SP), que também procedem à caracterização antigênica e genômica dos vírus da
influenza isolados. A FIOCRUZ é laboratório de referência nacional para a influenza. Para se
realizar uma caracterização genética complementar para a influenza um dos laboratórios de
referência internacional da OMS participa da codificação deste vírus.
O monitoramento da circulação dos vírus da influenza é uma atividade em escala
mundial, com uma rede que mobiliza atualmente 112 laboratórios em 83 países
coordenados por centros de referências mundiais vinculados a OMS. (BRASIL, 2008, p.
13).
As cepas de vírus influenza, como por exemplo, A/Brisbane/59/2007, coletadas nas várias
regiões do mundo são classificadas e catalogadas por intermédio de um código oficial da OMS
que se baseia em:
a) Tipo antigênico de nucleoproteína central;
b) Hospedeiro de origem quando não especificado se o vírus tem origem humana;
c) Localização geográfica;
d) Número laboratorial de cepa, atribuído de acordo com a ordem cronológica na
qual a cepa foi isolada, em determinada localidade; e
e) Ano de isolamento.
É recomendado notificação e investigação de surtos de síndrome gripal e de infecção por
novo subtipo viral. Para isso utiliza-se um protocolo que visa padronizar e dar maior
oportunidade ao processo de investigação e adoção de medidas de prevenção e controle.
Ao se investigar mortes por doenças respiratórias, diretas ou indiretamente associadas a
infecções pelo vírus influenza, devem-se considerar variáveis como: coberturas e
homogeneidade da vacinação contra a influenza e pneumococo; a circulação de outros
vírus respiratórios de importância clínica e epidemiológica; circulação de bactérias e
outros patógenos; e fatores ambientais. (DONALISIO, 2006, p. 8).
Em decorrência da acelerada transição demográfica e epidemiológica observada no Brasil,
Daufenbach et al. (2009, p.29) afirma que “o processo de vigilância da influenza no país tem se
25
intensificado e um dos seus principais objetivos é estimar a magnitude da demanda aos serviços
hospitalares por causas relacionadas à influenza”.
4.4 Vacina contra a influenza
A vacina contra a influenza é a principal medida de prevenção e controle da gripe, mas
além da vacina existem outras formas de prevenção como os antivirais e as medidas não
farmacológicas que visam reduzir a transmissão da doença, a exemplo do uso de lenços
descartáveis ao tossir e espirrar, lavagem adequada das mãos e medidas de distanciamento social
(BRASIL, 2008).
Tendo como base as recomendações da OMS não só relacionadas às composições da
vacina, mas também, dos principais grupos-alvo para a vacinação, as autoridades de saúde de
cada país formulam políticas específicas para seus programas de imunização.
Em 1993, o MS iniciou a implantação dos Centros de Referência de Imunobiológicos
Especiais (CRIE) que são constituídos de infra-estrutura e logísticas especiais para atender
indivíduos portadores de quadros clínicos diferenciados. Os CRIE possuem produtos
imunobiológicos de alta tecnologia e de alto custo com a finalidade de proporcionar melhor
qualidade de vida à população brasileira.
As indicações para administração da vacina contra a influenza são: os indivíduos
portadores do HIV/AIDS; transplantados e doadores de órgãos sólidos e medula óssea,
devidamente
cadastrada
nos
programas
de
doação;
imunodeficiências
congênitas;
imunodepressão devido a câncer ou imunossupressão terapêutica; comunicantes domiciliares de
imunodeprimidos; profissionais de saúde; portadores de cardiopatias crônicas de pneumopatias
crônicas, de asplenia anatômica ou funcional e doenças relacionadas; diabetes mellitus; fibrose
cística; trissomias; implante de cóclea; doenças neurológicas crônicas incapacitantes; usuários
crônicos de ácido acetilsalicílico; neuropatia crônica/ síndrome nefrótica; asma; hepatopatias
crônicas (BRASIL. 2008).
A vacina contra influenza no país é oferecida pelo MS por meio de campanhas anuais,
geralmente realizadas no período da 2ª quinzena de abril e 1ª quinzena de maio (BRASIL, 2008).
26
A Campanha Nacional de Vacinação do Idoso (CNVI) é uma das efetivações do
compromisso do governo brasileiro com a universalidade, a integralidade e a equidade
da atenção à saúde no setor de imunizações, atendendo, deste modo, aos princípios
básicos fundamentais do SUS. (BRASIL, 2006, p. 1)
A vacina contra a influenza faz parte do calendário de rotina do Programa Nacional de
Imunizações (PNI/MS) para pessoas maiores ou iguais a 60 anos de idade em todo o território
nacional. As vacinas são trivalentes e são obtidas por cultura em ovos embrionados de galinha e
utilizam dois tipos de vacinas inativadas contra influenza: vacinas de vírus fracionados e vacinas
de subunidades.
Atualmente, a vacina é a principal estratégia para reduzir a morbimortalidade por doenças
respiratórias nas pessoas maiores ou iguais a 60 anos de idade. A meta estabelecida inicialmente
era vacinar 70% desta população.
Vale ressaltar que a vacina é contra-indicada para história com anafilaxia a proteínas do
ovo ou a outros componentes da vacina e os eventos adversos já relatados são: local eritema, dor e enduração de pequena intensidade, com duração de até dois dias;
sistêmicos – febre, mal-estar e mialgia, mais freqüentes em pessoas que não tiveram
exposição anterior aos antígenos da vacina. (BRASIL, 2006, p. 118-120).
É importante salientar que o maior problema associado à vacina contra a influenza é a sua
não utilização. O MS (BRASIL, 2008, p. 7) adverte que “durante a CNVI é interessante
aproveitar a ida dele, ao posto de saúde, para se proteger de outros agravos”. Entre as vacinas
destinadas à população idosa podemos destacar:
a. Vacina contra pneumococo: é ministrada em dose única com uma única revacinação
depois de decorridos cinco anos, caso mantidas as condições expressas anteriormente. É
indicada para idosos recolhidos a instituições e acamados crônicos.
b.
Vacina contra difteria e o tétano (dT): é indicada para todos os idosos que apresentam
vulnerabilidade e exposição a condições de risco.
c. Vacina contra a febre amarela; a orientação é atualizar a situação vacinal, caso haja
indicação, segundo o calendário oficial do MS. Observar a necessidade da dose de
reforço, recomendada a cada dez anos. É contra-indicada a administração em indivíduos
em histórias pregressa de hipersensibilidade severa ao ovo, à dose anterior da vacina ou a
qualquer um de seus componentes.
27
A associação entre as doenças crônicas de alta prevalência nos idosos e a vacinação contra
a influenza permite inferir que a busca de serviços de saúde para tratamento e controle destes
agravos traz o indivíduo com maior freqüência para os centros de saúde no controle dos níveis
pressóricos, busca por medicações e exames periódicos.
28
5 METODOLOGIA
5.1 Desenho do estudo
Trata-se de um estudo descritivo, seccional, do tipo inquérito epidemiológico da influenza
de abordagem quali-quantitativa que visa determinar os Conhecimentos, Atitudes e Práticas
(CAP) sobre a gripe e o resfriado, bem como a vacina contra a mesma em idosos.
O estudo seccional é uma estratégia de análise epidemiológica que se caracteriza pela
observação direta de determinada amostra. As unidades de observação de um estudo seccional
geralmente são selecionadas aleatoriamente ao acaso, entre os indivíduos que compõem uma
população (MEDRONHO, 2003).
Segundo Pereira (2005, p. 135), a epidemiologia descritiva faz parte do processo
diagnóstico epidemiológico à organização dos dados, de maneira evidenciar as freqüências do
evento, em diversos subgrupos da população, de modo a compará-los, por exemplo, entre faixas
etárias, sexo e tipo de ocupação.
Uma característica fundamental da maioria dos estudos seccionais que utiliza amostras é a
inferência. Para Medronho (2003, p. 125) a inferência é “o conjunto de métodos que permitem
formular, em termos probabilísticos, um julgamento sobre uma população a partir dos resultados
observados em uma amostra extraída ao acaso dessa população”.
O estudo seccional tem como foco principal a observação de cada indivíduo em uma
única oportunidade, a inferência é feita pela referência dos resultados a uma população definida
em um local e em determinada época. Desta forma fica claro que os objetivos de um estudo
seccional estarão relacionados com indivíduos em local e época demarcados (MEDRONHO,
2003).
O estudo seccional pode prescindir do questionário se a única medida de interesse puder
ser feita por meio de uma observação direta, com ou sem aparelhos. Ainda segundo o autor “uma
das grandes vantagens dos estudos seccionais em relação às demais estratégias de estudos
epidemiológicos é a generalização de seus resultados para uma população definida”. Uma das
questões fundamentais em um estudo seccional é a sua base de referência de resultados
(MEDRONHO, 2003).
29
Dentre os modelos comportamentais experimentados, o estudo de CAP tem-se mostrado
demasiadamente simplista para ser utilizado na prática da educação em saúde. Segundo este
modelo, um comportamento em saúde prende-se a um processo sequencial: tem origem na
aquisição de um conhecimento cientificamente correto, que pode explicar a formação de uma
atitude favorável à adoção de uma determinada prática de saúde.
De acordo com o estudo de CAP, o que é esperado de um conhecimento cientificamente
correto é a promoção de mudança comportamental. Dessa forma, o conhecimento refere-se “ao
que se sabe”, atitudes “ao que se acha” e práticas “ao que se faz” (MINAYO, 2008).
5.2 Local do estudo
A pesquisa foi realizada na cidade de Taguatinga, DF, na Unidade Mista de Taguatinga –
Policlínica, localizada na C-12, área especial 1, Taguatinga Centro. Esta unidade é considerada
referência em geriatria no DF. Primeiramente, os idosos passam pelos centros de saúde e logo
após a avaliação de um clínico geral são encaminhados para a UBS.
Vale ressaltar que a cobertura desta UBS abrange mais quatro cidades satélites em
atendimentos geriátricos: Ceilândia, Gama, Recanto das Emas e Samambaia. Segundo censo de
2000, realizado pelo IBGE, a população de Ceilândia era de 343.694 habitantes, Gama 138.761,
Recanto das Emas, 160 mil, Samambaia (2004) 147.907 e Taguatinga 223.452. As cinco cidades
totalizam 1.013.814 habitantes aproximadamente 49,4% do total da população do DF.
5.3 População e amostra
A população do estudo é composta de idosos maiores ou iguais a 60 anos de idade que
realizaram consultas e/ou acompanhamento clínico na UBS de Taguatinga, no período de 10 a 30
de março de 2009.
30
O tamanho da amostra foi calculado com base nas 5.040 (N) pessoas cadastradas na
referida unidade de saúde. O número mínimo amostral foi calculado no Programa EpiInfo, versão
6.0, utilizando como parâmetros um grau de confiança de 95%, um erro máximo tolerado de 10%
e na falta de dados, a prevalência estimada do grau de conhecimentos sobre prevenção contra a
influenza, ou seja, 50% totalizando 95 pessoas.
5.4 Coleta de dados
A coleta de dados foi feita mediante um inquérito epidemiológico em forma de
questionário estruturado para avaliar os conhecimentos, atitudes e práticas dos idosos no tocante
à vacina contra a influenza. (Anexo 3)
Segundo Minayo (2008, p. 133), “os questionários se configuram como dispositivos
normatizados e padronizados, que captam a presença ou ausência de determinada característica
ou atributo que se distribui naquele grupo”. É um instrumento de investigação que tem como
objetivo obter informações na aquisição de um grupo representativo da população em estudo.
Medronho (2003, p. 132) afirma que “a construção de um questionário adequado é uma
das tarefas centrais do planejamento de um estudo seccional.” Já Minayo (2008, p. 145) enfatiza
que “o preenchimento do questionário é realizado por entrevista em que o investigador preenche
o questionário com respostas ás perguntas que vai formulando”.
Tipos de questionários: as questões mistas contêm algumas alternativas preestabelecidas,
mas admitem respostas não previstas. É comum que as questões mistas contenham uma última
alternativa de resposta que tem o formato: outra; qual?. As questões fechadas e, em menor grau
as mistas, são as que oferecem as menores dificuldades para os tratamentos necessários para as
análises quantitativas. As questões abertas devem ser reservadas para aquelas situações em que as
alternativas de resposta são muito numerosas (MINAYO, 2008).
Nesta pesquisa foi utilizado um questionário do tipo misto. Os dados foram coletados, no
período de 10 a 30 de março de 2009, mediante a realização de entrevistas na UBS, utilizando o
inquérito de influenza previamente pré-testado.
31
5.5 Análise dos dados
Os dados levantados pelo questionário foram consolidados no software EpiInfo, versão
6.0 (3.5.1). Este software foi desenvolvido pelo Centers for Disease Control and Prevention
(CDC)/EUA, disponibilizados gratuitamente e permite a edição de textos, o manejo de dados e a
análise epidemiológica. Além do EPI Info, foi utilizado o programa Microsoft Office Excel 2007
na consolidação de dados e na elaboração de tabelas. A análise foi realizada por meio de
estatísticas descritivas como frequência, percentual, média, mediana e razão de prevalência.
5.6 Aspectos éticos
O presente projeto de pesquisa foi submetido à apreciação do Comitê de Ética de Pesquisa
(CEP) da Fundação de Ensino e Pesquisa em Ciências da Saúde (FEPECS) do DF. Foram
respeitados todos os princípios éticos contidos na Resolução N° 196/96 e aprovado segundo carta
de aprovação projeto de pesquisa – n° 391/08 – CEP/SES/DF no dia 15 de dezembro de 2008.
Foi utilizado o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE) em duas cópias e entregue
uma cópia para cada participante da pesquisa, devidamente assinada no final da entrevista
(Anexo 4).
32
6 RESULTADOS
O estudo foi realizado em uma amostra de 95 idosos, sendo 72,6% do sexo feminino,
onde a maioria refere ser aposentada e dona de casa. Observou-se que 41% da população em
estudo se encontravam na faixa etária de 60-69 anos de idade, sendo que 51,6% residem na
cidade de Taguatinga. Quanto ao estado civil, 28,4% das pessoas eram casadas. A idade média
dos entrevistados foi de 73 anos, a moda 74, mediana 73 e idade máxima 90 anos e mínima 60
anos. (Tabela 1)
Com relação à saúde do idoso desta amostra, 78,9% afirmaram ter alguma doença crônica.
Na classificação das doenças crônicas ocupou em primeiro lugar com 55,8% as doenças
cardiovasculares, em segundo lugar com 24,2% as doenças metabólicas e em terceiro lugar com
4,2% as doenças pulmonares. Vale ressaltar que a maioria dos indivíduos que apresenta
patologias de base, geralmente, está associada a outras co-morbidades.
Quanto ao hábito de fumar, 6,3% dos idosos afirmaram que fumam e dentre as pessoas
que negaram este hábito, 46,7% relataram que em algum momento da vida consumiram tabaco e,
dentre estes, 16,8% tinham quando fumaram uma média de 34,4 anos e mediana 32,5 anos de
idade.
No que diz respeito ao nível de escolaridade predominou o ensino fundamental
incompleto representando 44,2% da amostra. Dentre os entrevistados, 46,3% recebiam um salário
mínimo, sendo 61,1% aposentados e 6,3% ainda exerciam atividades remuneradas. (Tabela 2)
A gripe e o resfriado apresentam quadro clínico e agentes causadores diferentes. No
tocante ao conhecimento sobre estas doenças, 91,6% dos idosos afirmaram ter conhecimento
sobre o que é gripe e 75,8% sobre o que é resfriado. Além disto, 64,2% consideram que a gripe é
a doença mais grave e 18,9% que não há diferença entre elas. No que diz respeito ao contágio da
influenza 30,5% afirmaram que este ocorre através do ar, 24,5% por contato com pessoas
contaminadas e 21,1% em função da mudança do tempo destacando-se, ainda, o frio e a chuva.
(Tabela 3)
33
Tabela 2- Características sócio-demográficas da população do estudo, na UBS, Taguatinga, DF, 2009.
Características
n
%
Gênero
Feminino
Masculino
69
26
73,0
27,0
Faixa etária
60-69
70-79
80 ou mais
39
37
19
41,0
39,0
20,0
Cidade de residência
Taguatinga
Ceilândia
49
27
52,0
28,0
Samambaia
Recanto das Emas
12
7
13,0
7,4
Escolaridade
Ensino fundamental incompleto
Analfabeto
Ensino fundamental completo
42
20
20
44,0
21,0
21,0
7
6
7,4
6,3
44
29
16
46,0
31,0
17,0
3
3
3,2
3,2
58
25
7
61,0
26,0
7,4
5
5,3
Ensino médio completo
Ensino médio incompleto
Renda familiar
1 salário mínimo
2 a 3 salários mínimos
> 3 salários mínimos
< 1 salário mínimo
Sem salário
Ocupação
Aposentado
Do lar
Autônomo
Pensionista
FONTE: Santos (2009)
Dentre os sinais e sintomas da influenza relatados pelos entrevistados, a cefaléia foi
predominante com 45,3%, seguido de febre com 40%, tosse com 37,9% e 4,2% revelaram não
conhecer os sintomas da doença. Para o resfriado o que predominou foi a rinorréia hialina com
27,4%, no entanto 23,2% não conheciam os sintomas do resfriado. (Tabela 3).
34
Tabela 3- Distribuição dos idosos, segundo conhecimento sobre a gripe e o resfriado, UBS, Taguatinga, DF, 2009.
Variável
n
%
87
8
91,6
8,4
72
23
75,8
24,2
61
12
18
14
64,2
12,6
18,9
4,2
Ar
Contatos com pessoas contaminadas
Chuva/ vento
Gelados/Frio
Não sabe
Comida
Água
Sintomas - Gripe
Cefaléia
Febre
Tosse
Mialgia
Dor de garganta
Não sabe
Sintomas - Resfriado
Rinorréia hialina
29
23
20
16
14
2
1
30,5
24,5
21,1
14,7
6,3
2,1
1,1
43
38
36
32
7
4
45,3
40,0
37,9
33,7
7,4
4,2
26
27,4
Não sabe
Cefaléia
Espirro
Dor de garganta
22
17
7
2
23,2
17,9
7,4
2,1
1
1,1
Gripe
Sim
Não
Resfriado
Sim
Não
Qual a doença mais grave
Gripe
Resfriado
Não há diferença
Não sabe
Como se pega G/R
Congestão nasal
FONTE: Santos (2009)
Conforme apresentado na tabela a seguir, na população em estudo, a prevalência do sexo
masculino foi 0,22 e o feminino foi 0,70. Em relação à prevalência de idosos vacinados este foi
de 0,23 e não vacinados zero. Em idosas, a prevalência de vacinadas foi de 0,76 e as não
vacinadas de 1,0. (Tabela 4)
35
Tabela 4- Frequência de Sexo e Exposição à vacina contra a influenza, UBS, Taguatinga, DF, 2009.
F/S*
Masculino
Vacinados
21
Não vacinados
0
Total
21
* frequência/sexo
FONTE: Santos (2009)
Feminino
67
7
74
Total
88
7
95
No tocante ao conhecimento sobre a existência da vacina contra a influenza, 97,9% dos
idosos afirmaram que ela existe. Já no que se refere à vacina contra o resfriado apenas 21,1%
afirmaram a existência de vacina contra este. Sobre a indicação da vacina, 47,4% acreditam que
sua administração é indicada apenas para as pessoas da sua faixa etária e 9,5% não sabiam quem
deveria tomar a vacina contra a gripe. (Tabela 6)
Na tabela 5 a seguir, observa-se a distribuição percentual sobre as formas de transmissão
conhecidas da gripe e do resfriado. Nesta variável 44,2% relataram que evitam aglomerações ou
mesmo afastam das pessoas quando estão doentes, 27,4% não utilizam ou misturam copos e
talheres de indivíduos contaminados e 9,5% afirmaram que não sabem como evitar a transmissão
da doença.
Tabela 5- Distribuição dos idosos, segundo formas de prevenção e transmissão da gripe e do resfriado, UBS,
Taguatinga, DF, 2009.
Variável
n
%
Prevenir a gripe
Toma vacina
39
41,1
Tomam chás, mel e/ou xarope
28
29,5
Não sabe
19
20
Toma vitamina C/ suco de laranja
14
14,7
Evita tomar líquidos gelados
13
13,7
Alimentação balanceada
11
11,6
Agasalha-se
9
9,5
Não faz nada
9
9,5
Evitam ambientes fechados
3
3,2
Evita usar copos/talheres contaminados
3
3,2
Evita aglomerações
2
2,1
Evita ficar perto de doentes
1
1,1
Transmissão da doença
Evita aglomerações
42
44,2
Evita misturar copos/talheres contaminados
26
27,4
Protege a boca/nariz após tossir/espirrar
13
13,7
Não sabe
9
9,5
Evitam ambientes fechados
8
8,4
Evita sair de casa quando doente
8
8,4
Usa remédios
7
7,4
Lava as mãos com frequência
1
1,1
FONTE: Santos (2009)
36
Após a instalação da influenza no organismo do idoso algumas atitudes e práticas são
realizadas por este grupo no intuito de não contaminar outras pessoas. A maioria costuma assuar
o nariz quando estão gripados e preferem usar lenços de pano. Durante os episódios de tosse e
espirro, 50,5% destes indivíduos viram apenas para o lado e aproximadamente 96% afirmaram
que costumam lavar as mãos com água e sabão após estes episódios. Todos os idosos afirmaram
secar as mãos com toalha de pano. (Tabela 7)
No que diz respeito à vacinação contra a influenza, 92,6% afirmaram que alguma vez na
vida já tomou esta vacina, 75,8% participaram de todas as campanhas de vacinação anualmente e
87,1% tomaram a vacina no ano de 2008. Dos idosos que afirmaram terem participado da
campanha de vacinação no referido ano, 44,2% disseram que alguém da sua casa já tomou a
vacina e o conjugue é a pessoa que mais acompanha nestas campanhas. Vale ressaltar que a
vacina foi referida pelo indivíduo (Tabela 6)
Tabela 6- Distribuição, segundo conhecimento, atitudes e práticas sobre a vacina contra a influenza, UBS,
Taguatinga, DF, 2009.
Variável
n
%
Existe vacina contra a gripe?
Sim
93
97,9
Não
2
2,1
Existe vacina contra o resfriado?
Sim
20
21,1
Não
28
29,5
Não sabe
47
49,5
Quem deve tomar a vacina da gripe?
Idosos
45
47,4
Todas as pessoas
37
38,9
Não sabe
9
9,5
Crianças
2
2,1
Trabalhadores de asilos e creches
2
2,1
Alguma vez já tomou a vacina contra a gripe?
Sim
88
92,6
Não
7
7,4
Participa de todas as campanhas de vacinação
Sim
72
75,8
Não
23
24,2
Ultimo ano que tomou a vacina contra a gripe
2003
1
1,2
2007
10
11,8
2008
74
87,1
Alguém da sua casa já tomou a vacina?
Sim
42
44,2
Conjugue
27
28,1
Pais
3
3,1
Filhos
9
9,4
FONTE: Santos (2009)
37
Em relação às práticas de higiene adotadas, 94,7% acreditam que lavar as mãos é
importante ação na contenção da disseminação desta doença, bem como na contenção de outros
agravos que não fazem parte do estudo. (Tabela 7)
Tabela 7- Distribuição sobre as práticas realizadas com a influenza já instalada
Taguatinga, DF, 2009.
Variável
Costuma assuar o nariz quando está gripado
Sim
Não
Costuma assuar o nariz
Com lenço de pano
Com lenço de papel
Mão diretamente do chão
Costuma fazer quando espirra /tosse
Apenas vira para o lado
Coloca a mão na frente da boca e do nariz
Afasta das pessoas
Não sabe
Espirra na manga da camisa
Lava as mãos após espirrar/tossir ou assuar o nariz
Sim
Não
Seca as mãos após lavar as mãos
Sim
Higiene é importante na contenção da disseminação da doença
Sim
Não
Com o que você lava as mãos
Com água e sabão
Com água
Outros produtos
Costuma ficar em ambientes fechados a maior parte do dia
Não
Sim
Usa remédios para tratar da gripe
Sim
Não
Remédios
Caseiro
Sem prescrição
Com prescrição
Tiveram gripe/resfriado ano 2008
Não
Sim
FONTE: Santos (2009)
no organismo do idoso, UBS,
n
%
81
14
85,3
14,7
47
53
3
49,5
55,8
3,2
48
35
23
12
2
50,5
36,8
24,2
12,6
2,1
91
4
95,8
4,2
95
100
90
5
94,7
5,3
90
3
2
94,7
3,2
2,1
87
8
91,6
8,4
66
29
69,5
30,5
72
31
8
75,8
32,6
8,4
66
29
69,5
30,5
38
Em relação ao uso de medicamentos para tratar da gripe/resfriado observou-se que 69,5%
dos idosos usam algum tipo medicamento para este fim e 75,8% preferem usar remédios caseiros.
(Tabela 7)
Os remédios caseiros relatados foram chás, melados e xaropes. Da população em análise,
32,6% fazem uso de medicamentos sem prescrição médica e apenas 8,4% procuram um serviço
de saúde para obter uma receita médica prescrita, no tratamento dos mesmos. Dentre os
medicamentos mais utilizados no tratamento da sintomatologia da influenza destacaram-se
medicamentos a base de maleato de clofenamina, ácido fólico, dipirona sódica, cafeína e
vitamina C como, por exemplo, o apracur® 23% e o benegripe® com 19,2%.
Ao finalizar a entrevista com os idosos fez-se um questionamento sobre ao número de
episódios de gripe e/ou resfriado que tiveram no ano de 2008. Destes 30,5% idosos responderam
que foram acometidos por estas doenças com uma média de 1,6 episódios da doença, mediana 1,0
e moda 1,0.
39
7 DISCUSSÃO
O estudo de conhecimentos, atitudes e práticas dos idosos relacionados à gripe, ao
resfriado e à vacina contra a influenza, na UBS, em Taguatinga são inadequadas na população
amostral. Araújo (2007) também verificou resultados insatisfatórios no nível do conhecimento da
população idosa referente às características da doença e a importância da vacina como uma das
principais formas de prevenção contra a influenza.
Ao analisar os dados sócio-demográficos da população em estudo, verificou-se que há
uma predominância do sexo feminino, com 72,6%. Dados do IBGE evidenciam que, no Brasil, há
uma razão de 100 mulheres idosas para 82 homens idosos. Esta relação pode ser atribuída à morte
prematura de homens levando em consideração algumas causas externas, tais como: acidentes,
principalmente, automobilísticos, problemas cardiovasculares e violência em centros urbanos,
mais comuns em homens que em mulheres (KALACHE, 1987 apud VERAS, 2003).
Um achado relevante da pesquisa foi à identificação na amostra que 20% dos idosos
tinham 80 anos de idade ou mais. Dos entrevistados, 51,6% moram em Taguatinga. Este dado é
importante porque a UBS está localizada nesta cidade, porém esta faz cobertura de assistência à
saúde do idoso em mais quatro cidades satélites: Ceilândia, Gama, Recanto das Emas e
Samambaia.
Estima-se que no Brasil, o grupo de idosos aumente em até 15 vezes, em 2025. Em função
da transição demográfica e epidemiológica a estrutura da pirâmide etária deixará de ser triangular
e torna-se uma forma quadrangular nas extremidades etárias (OMS, 1998).
O envelhecimento populacional constitui um dos maiores desafios para a saúde pública,
principalmente, em países em desenvolvimento, onde este fenômeno ocorre em ambiente de
pobreza e de grandes disparidades sociais. Diante desta situação o sistema de saúde do Estado
necessita implementar políticas públicas de saúde para esta população como forma de preservar a
sua capacidade funcional, visando sua independência e autonomia nas suas atividades diárias,
promovendo a qualidade de vida do idoso e permitindo, dessa maneira, o aumento da expectativa
de vida deste grupo (ROUQUAYROL, 2003).
No quesito escolaridade da população em estudo, o ensino fundamental incompleto
predominou no perfil dos idosos. Verificou-se que 21,1% dos idosos eram analfabetos, o que
40
pode dificultar o entendimento dos benefícios produzidos pela vacina, formas de transmissão da
doença e práticas corretas de higiene, dentre outras informações fornecidas pelos profissionais de
saúde. Além disso, foi possível observar que a renda familiar mantém uma relação diretamente
proporcional à escolaridade, ou seja, quanto menor for a média de estudo, menor a renda.
Evidenciou que 46,3% dos idosos tinham renda de um salário mínimo.
No tocante a saúde do idoso, 78,9% afirmaram ter alguma doença crônica, sendo que
55,8% possuíam doenças cardiovasculares, 24,2% doenças metabólicas e, a maioria destas
doenças estavam associadas com outras co-morbidades como, por exemplo, artrose e
osteoporose. Estes resultados são importantes na medida em que estas doenças favorecem
redução da imunidade adquirida do indivíduo, nesta faixa etária, proporcionando vulnerabilidade
das doenças oportunistas, principalmente, as doenças infecciosas.
Em relação ao hábito de fumar, apesar de 46,7% das pessoas assumirem este hábito em
algum momento da sua vida apenas 4,2% afirmaram ter alguma doença no aparelho respiratório.
Na questão do conhecimento sobre a diferença entre a gripe e o resfriado percebeu-se que
a maioria sabe a diferença em ambas. Porém eles consideram a gripe mais grave que o resfriado e
aproximadamente 19% consideram não haver diferença entre elas o que é preocupante quanto à
escolha de uma conduta adequada no tratamento da doença instalada.
A principal sintomatologia da gripe é a febre e esta se encontra classificada em segundo
lugar. O conhecimento sobre resfriado também se encontra inadequado quando apenas 1% da
população afirmou congestão nasal pelos indivíduos maiores ou iguais a 60 anos, sendo este sinal
clínico geralmente mais comum. Alguns idosos compararam os episódios de resfriado como
alergias e mudança brusca de tempo.
No que se refere à prevenção, apesar de que 92,6% dos idosos afirmaram que já tomaram
vacina contra a influenza ao menos uma vez na vida, ainda sim o conhecimento sobre a
prevenção contra a influenza é inadequado, já que apenas 41,1% afirmaram que a vacina é uma
das formas de prevenção contra a gripe. Portanto, é necessária melhorar a qualidade da
informação sobre a principal forma de prevenção da gripe, bem como seus riscos. Identificou-se
também que 20% dos idosos não sabiam como se prevenir da gripe. No entanto, a vacina contra a
influenza constitui-se na principal estratégia de saúde pública para melhorar as condições de vida
da população idosa e reduzir o número de internações decorrentes do vírus influenza e suas
complicações clínicas.
41
Na análise da adesão a vacina contra a gripe 7,4% dos idosos do sexo feminino afirmaram
não participar das campanhas de vacinação devido à ocorrência das reações adversas. Este
aspecto foi analisado neste estudo, pois uma significativa parcela dos entrevistados mencionou ter
sentidos dores musculares e adquirido gripe, como evento associado à vacina. Alguns idosos
acreditam que esta vacina prejudica a saúde deles deixando-os vulneráveis às outras
enfermidades.
Observou-se que em uma amostra de 95 idosos selecionados aleatoriamente, a prevalência
do sexo masculino foi de 0,22 e o feminino foi 0,70. A prevalência do sexo masculino vacinado
foi de 0,23 e não vacinados zero. Verificou-se que a exposição à vacina contra influenza é
positiva para o sexo masculino. Já para o sexo feminino a prevalência das idosas vacinadas foi de
0,76 e as não vacinadas um. Conclui-se que a não exposição à vacina contra influenza é negativa
no sexo feminino, pois o valor da prevalência das idosas não vacinadas é maior do que nas
mulheres vacinadas prejudicando, assim, a sua proteção contra a gripe.
Ao analisar as práticas dos idosos na presença da doença já instalada observou-se que
85,3% costumam assuar o nariz quando gripados e destes 49,5% usam lenço de pano. É
importante salientar que o uso de lenços de pano não é uma prática considerada ideal visto que o
mesmo é utilizado várias vezes sem lavar para limpar o nariz. A OMS, o CDC e o MS
recomendam utilizar lenços de papel descartáveis, pois lenços de pano favorecem o acúmulo de
microrganismos e que desta forma mantêm-se a higiene adequada, evitando assim a transmissão
do vírus por objetos contaminados as pessoas sadias.
Com relação às práticas adotadas quando gripados, a maioria dos idosos respondeu que
após assuar o nariz, tossir ou espirrar lava as mãos e seca com toalha de pano. Indagados, ainda,
sobre a importância desta prática após os episódios de tosse e espirro alguns demonstraram não
compreender o questionamento. Dos 95 entrevistados, 94,7% consideram a higiene das mãos
como uma prática importante, pois ajuda na contenção da disseminação desta doença, bem como
outros agravos que não fazem parte do estudo.
Observou-se uma predominância de uso de remédios caseiros no tratamento da
sintomatologia da influenza, tais como: chás, melados e xaropes. É possível concluir que tal
comportamento pode estar relacionado à cultura familiar de prevalência de usos curativos
caseiros no tratamento da gripe.
42
As principais dificuldades encontradas na realização deste estudo foram identificar o
número de idosos cadastrados na Unidade Mista de Taguatinga e suas respectivas cidades de
origem. O número absoluto da população em estudo foi calculado através de uma média
aritmética e geométrica de médicos geriátricos que realizam consultas, por carga horária de
trabalho por semana. Por isso, é importante ressaltar que o N em estudo não é totalmente seguro,
pois não há nesta unidade um sistema que controle o número de atendimentos da população idosa
por cidade inserida no programa.
Outra dificuldade encontrada foi à presença de cuidadores dos idosos maiores de 80 anos
de idade no momento da entrevista, pois eles induziam as respostas dos entrevistados o que
contribui para o viés nos resultados deste estudo. Além disto, pôde-se notar que alguns idosos da
população amostral apresentaram deficiência na compreensão de algumas perguntas do
questionário devido ao nível de escolaridade e informações sobre a influenza.
Conclui-se no presente trabalho que os idosos em sua maioria apresentam um
conhecimento insuficiente sobre a frequência da doença, uma vez que relataram ter
sintomatologia de alergias e mesmo de resfriado comum e não influenza. É necessário aprimorar
mais este conhecimento neste grupo com o intuito de promover a sua saúde.
43
8 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Esta pesquisa possibilitou a identificação dos conhecimentos, atitudes e práticas dos
idosos em relação à influenza, bem como da vacina contra a mesma. Foi possível com este grupo
caracterizar o perfil demográfico e epidemiológico dos indivíduos maiores ou iguais a 60 anos de
idade atendidos na UBS. Além disso, foi observado a frequência dos idosos nas campanhas de
vacinação contra a influenza.
Apesar de 64,2% dos idosos afirmarem que a gripe é a doença mais grave ainda sim é
recomendável realizar ações educativas para o aprimoramento do conhecimento sobre esta
doença na população idosa. Observou-se também um conhecimento inadequado com conceitos
desvinculados dos objetivos reais da vacina para a saúde do idoso demonstrando inseguranças
referentes à suas indicações, contra-indicações e, principalmente, em relação a reações adversas.
A maioria dos idosos apresentou uma atitude favorável com relação à vacina, bem como a
adesão das campanhas de vacinação em 2008. Este dado é importante, visto que demonstra que o
modo de pensar influencia na aceitação da vacina. Há incoerência em relação às atitudes e
práticas preventivas em relação à doença.
Considera-se relevante o presente estudo para a saúde pública, pois permitiu conhecer as
principais indagações dos idosos sobre a vacina contribuindo no esclarecimento das suas dúvidas
e auxiliando os profissionais da unidade de saúde na melhoria da abordagem do assunto. Este
pode servir como subsídios para novas pesquisas relacionadas à saúde do idoso.
Ao finalizar este trabalho sugere-se aos serviços de saúde:
- planejar e implementar estratégias de educação em saúde do idoso com o propósito de
melhorar o conhecimento deste grupo a respeito das formas de prevenção e transmissão da
influenza;
- utilizar meios de comunicação (confecção de folders, cartazes e contratar a rádio,
televisão, etc.) para promover orientações sobre a doença abordada e suas características, bem
como os benefícios das vacinas;
- incentivar à participação dos profissionais de saúde no planejamento, execução e
avaliação das atitudes dos idosos quanto à adesão a vacina contra a influenza, uma vez que todos
fazem parte do processo de trabalho em saúde e estão em contato permanente com esta clientela;
44
- utilizar um sistema eletrônico de cadastro de usuário na UBS para a identificação da
cidade onde o paciente reside;
- realizar mais pesquisas nesta área com o objetivo de aprofundar os conhecimentos sobre
as doenças que acometem o idoso no intuito de desenvolver ações voltadas para a melhoria dos
serviços de saúde direcionados a esta clientela.
A realização deste estudo foi considerada satisfatória já que todos os objetivos
anteriormente traçados foram alcançados.
45
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Edição. Editora Atheneu. São Paulo, 2005. 1920 – 2004 p.
50
ANEXOS
1 APROVAÇÃO DO PROJETO DE PESQUISA DO CEP/SES/DF
2 PARECER N° 346/2008 CEP/SES/DF
3 FICHA DE INQUÉRITO EPIDEMIOLÓGICO DE INFLUENZA
4 TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO
51
52
53
FICHA DE INQUÉRITO EPIDEMIOLÓGICO DE INFLUENZA
Pesquisa de Avaliação nos Conhecimentos, Atitudes e Práticas nos Idosos à Vacina contra a
Influenza, na UBS, Taguatinga, DF, 2009.
ID entrevistado: ____
Entrevistador: _______________________________________________________
Data da entrevista: ___/___/______
Dados demográficos
1. Nome do entrevistado: ___________________________________________________
2. Data de nascimento: ___/___/______
3. Sexo [1] M [2] F
4. Cidade de Residência: _____________________ 5. UF:________
6. Escolaridade:
[0] Analfabeto
[5] Ensino Médio (EM) incompleto
[1] Ensino Fundamental Incompleto
[6] Ensino Médio Incompleto
[2] Ensino Fundamental Completo
[7] Educação Superior incompleto
[3] Ensino Médio Incompleto
[8] Educação Superior completo
[4] Ensino Incompleto
7. Qual a sua ocupação? ___________________________
8. Renda familiar (R$): _____________________________
9. Quantos cômodos há na sua residência? ___
11. Quantas crianças moram na residência? ___
10. Quantas pessoas moram na residência? ___
12. Quantos idosos moram na residência?_____
13. Você tem alguma doença crônica? [1] Sim [2] Não
14. Se sim, qual (is)?
[1] doença pulmonar
[5] renal
[2] cardiopatia
[6] mental
[3] metabólica
[7] osteoporose
[4] imunodeficiência
[8] outras
15. Você fuma? [1] Sim [2] Não
16. Se sim: Quantos cigarros por dia? _____
17. Se não, já fumou algum dia? [1] Sim [2] Não
18. Quanto tempo fumou?_____ [M] [A]
19. Há quanto tempo parou de fumar? _____ [M] [A]
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Conhecimentos sobre gripe e resfriado
20. Você sabe o que é gripe? [1] Sim [2] Não
21. Você sabe o que é resfriado? [1] Sim [2] Não
22. Qual dos dois você acha mais grave? [1] Gripe [2] Resfriado [3] não há diferença [4] Não sabe 23. O que a
pessoa sente quando está gripado? (sinais/sintomas)
[1] febre
[9] dor nas articulações
[2] dor de garganta
[10] rouquidão
[3] dor muscular
[11] coriza
[4] tosse
[12] frio
[5] dor de cabeça
[11] falta de ar
[6] congestão nasal
[12] falta de apetite
[7] mal-estar
[13] não sabe
[8] espirro
[14] outros
24. O que a pessoa sente quando está resfriado?
[1] febre
[9] dor nas articulações
[2] dor de garganta
[10] rouquidão
[3] dor muscular
[11] coriza
[4] tosse
[12] frio
[5] dor de cabeça
[13] falta de ar
[6] congestão nasal
[14] falta de apetite
[7] mal-estar
[15] não sabe
[8] espirro
[16] outros
25. Como você acha que se pega gripe ou resfriado?
[1] Água
[2] Comida
[5] Contato com objetos contaminados
[3] Ar
[4] Contato de pessoa a pessoa
[6] Chuva
[7] Não sabe
Atitudes
26. O que se deve fazer para prevenir a gripe?
[8] evitar ficar perto de alguém doente
[1] ter alimentação balanceada
[9] agasalha-se
[2] realizar atividade física
[10] não sabe
[3] tomar chá, mel
[11] evitar usar copos e talheres de pessoas
[4] tomar vitamina C
contaminadas
[5] tomar vacina
[12] evitar beber líquidos gelados
[6] evitar ambientes fechados
[13] usar guarda chuva
[7] evitar aglomerações
27. Quando você está gripado/resfriado o que você deve fazer para prevenir a transmissão da doença para outras
pessoas?
[1] fazer higiene das mãos com água e sabão
[3] usar lenço de papel descartável
[2] proteger a boca e nariz ao tossir ou espirrar
[4] evitar ambientes fechados
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[5] evitar aglomerações
[10] usar remédios
[6] evitar sair de casa quando gripado
[11] evita beber em copos e usar talheres de pessoas
[7] evitar ir ao trabalho doente
contaminadas
[8] não faz nada
[12] outros
[9] não sabe
28. O que se faz para prevenir a gripe?
[1] ter alimentação balanceada
[9] agasalha-se
[2] realizar atividade física
[10] usar lenço de papel descartável
[3] tomar chá, mel
[11] evitar sair de casa quando gripado
[4] tomar vitamina C
[12] proteger a boca e nariz ao tossir ou espirrar
[5] tomar vacina
[13] fazer higiene das mãos com água e sabão
[6] evitar ambientes fechados
[14] não sabe
[7] evitar aglomerações
[15] outros_______
[8] evitar ficar perto de alguém doente
29. Existe vacina para prevenir a gripe? [1] Sim [2] Não [3] não sabe
30. Existe vacina para prevenir o resfriado? [1] Sim [2] Não [3] Não sabe
31. Quem deve tomar a vacina para gripe?
[1] idoso
[5] portadores de doenças crônicas
[2] profissionais de saúde
[6] não sabe
[3] trabalhadores de asilos e creches
[7] outros___________
[4] crianças
32. Você já tomou a vacina contra a gripe? [1] Sim [2] Não
33. Quando? _____ [A]
34. Alguém que mora na sua casa tomou a vacina contra a gripe? [1] Sim [2] Não
35. Se sim, quem? [1] pais [2] cônjuge [3] crianças
36. Quando? Ano ______
Práticas
37. Você costuma assuar o nariz quando está gripado? [1] sempre [2] às vezes [3] nunca
38. Como costuma assuar o nariz?
[1] lenço de pano
[3] lenço de pano e de papel
[2] lenço de papel
[4] mão diretamente no chão
39. Onde costuma jogar o papel após assoar o nariz?
[1] lixo
[4] não usa papel
[2] chão
[5] outros
[3] qualquer lugar
40. Para não contaminar outras pessoas o que você costuma fazer quando espirra ou tosse?
[1] coloca a mão na frente da boca e do nariz
[4] coloca a mão na frente do nariz
[2] espirra na manga da camisa
[5] coloca o lenço descartável
[3] apenas vira para o lado
[6] coloca um lenço de pano
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[7] lava as mãos
[9] outros ___________
[8] Afasta das pessoas
41. Você costuma lavar as mãos após espirrar/tossir/ assoar?
[1] sempre [2] às vezes [3] nunca
42. Com o que você lava as mãos?
[1] água [2] água e sabão
43. Em casa você seca as mãos após lavá-las? [1] Sim [2] Não
44. Se sim com que seca as mãos?
[1] toalha de pano
[2] toalha de papel
[3] não seca as mãos
45. Você acha a higiene uma importante prática para evitar a transmissão da doença? [1] Sim [2] Não
46. Você costuma ficar em ambientes fechados a maior parte do dia? [1] Sim [2] Não
47. Você usa remédios para tratar a gripe? [1] sempre [2] às vezes [3] nunca
48. Se sim: [1] remédio com prescrição [2] remédio sem prescrição [3] caseiro
49. Qual remédio? _______________________________________________________
50. Teve gripe/ resfriado no ano de 2008 até hoje?
[1] Sim [2] Não
51. Quantas vezes? ____
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TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO
Título do projeto: “Avaliação nos Conhecimentos, Atitudes e Práticas nos Idosos à Vacina contra a
Influenza, na UBS, Taguatinga, DF, 2009”.
Identificação do paciente:______________________________________________________________________
As informações que se seguem descrevem o estudo e seu papel como participante.
Você está sendo convidado a participar de um estudo que estamos realizando sobre
conhecimentos, atitudes e práticas sobre a vacina contra a gripe. O objetivo deste estudo é
conhecer de forma mais clara os conhecimentos, atitudes e práticas sobre esta doença na
população idosa, estudando a forma como ela é transmitida; quais são os fatores que fazem
com que algumas pessoas apresentem um quadro mais grave que outras. Obtendo estas
informações teremos condições, no futuro de implantar medidas para diminuir o número de
pessoas com esta doença.
Se você aceitar participar do estudo, serão feitas algumas perguntas simples durante a
entrevista. Estas informações serão confidenciais e apenas você e o investigador terão acesso
a elas. Você não será identificado (a) em qualquer relatório ou publicação resultante deste
estudo. Você não sofrerá nenhum desconforto e não haverá nenhum risco para sua saúde.
Sua participação neste estudo é voluntária, você pode se recusar a participar.
Como benefício indireto, os participantes estarão contribuindo com informações muito
importantes no estudo conhecimentos, atitudes e práticas sobre a gripe, que poderão melhorar
o controle da doença e aumentar o conhecimento científico.
Pelo presente Termo de Consentimento Livre e Esclarecido, declaro que autorizo a
minha participação neste projeto de pesquisa, pois fui informado, de forma clara e detalhada,
livre de qualquer forma de constrangimento e coerção, dos objetivos, da justificativa, dos
riscos, desconfortos e benefícios todos acima listados.
Fui igualmente informado:
 Da garantia de receber resposta a qualquer pergunta ou esclarecimento a qualquer dúvida do risco e
benefício e outros assuntos relacionados com a pesquisa;
 Da liberdade de retirar meu consentimento, a qualquer momento, e deixar de participar do estudo;
 Da garantia de que não serei identificado quando da divulgação dos resultados e que as informações obtidas
serão utilizadas apenas para fins científicos vinculados ao presente projeto de pesquisa;
 Do compromisso de proporcionar informação atualizada obtida durante o estudo, ainda que esta possa afetar
minha vontade de continuar participando;
O pesquisador responsável por este projeto de pesquisa é Zênia Monteiro Guedes dos Santos - Fone: (61) 32138109, tendo este documento sido revisado e aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa em 15/12/2008.
Data __/__/____
Nome e assinatura do paciente:
Nome __________________________________________________
Assinatura ______________________________________________
Nome e assinatura do investigador responsável pela obtenção do presente consentimento:
Nome: Zênia Monteiro Guedes dos Santos
Assinatura ______________________________________________
Data: __/__/____
Observação: O presente documento, baseado no item IV das Diretrizes e Normas Regulamentadoras para a
Pesquisa em Saúde, do Conselho Nacional de Saúde (Resolução 196/96), será assinado em duas vias, de igual
teor, ficando uma via em poder do Paciente ou de seu Representante Legal e outra com o Pesquisador.
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