Argentina

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PROJETO PROVEDOR DE INFORMAÇÕES SOBRE
O SETOR ELÉTRICO
RELATÓRIO TRIMESTRAL DE ACOMPANHAMENTO DE
CONJUNTURA:
PROJEÇÕES E CENÁRIOS MACROECONÔMICOS DOS
PRINCIPAIS MERCADOS DA AMÉRICA LATINA - ARGENTINA
Janeiro a Março de 2013
Adriana Maria Dassie
Rio de Janeiro
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Índice
Sumário ........................................................................................................................ 3
I - Argentina - Breve Histórico ...................................................................................... 4
II - Atividade Econômica .............................................................................................. 7
1. PIB........................................................................................................................ 7
2. Inflação ................................................................................................................. 8
3. Mercado de trabalho.............................................................................................. 9
4. Balanço de pagamentos ........................................................................................... 10
Referencias ................................................................................................................. 12
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Sumário
A República da Argentina é o segundo maior país da América do Sul em território e
o terceiro em população, constituída como uma federação de 23 províncias e uma
cidade autônoma, Buenos Aires. É o oitavo maior país do mundo em área
territorial.
Na Argentina a recuperação prevista para a demanda externa e do impacto
positivo gerado pela melhora na colheita agrícola. A produção de bens se destacará
liderada pela indústria e pelo setor agropecuário.
A pressão sobre os preços ao consumidor na Argentina perdeu força em fevereiro,
porém, os dados oficiais de inflação representam menos da metade da alta
estimada pelos economistas privados.
O dinamismo da atividade econômica acarretará em um novo aumento do nível de
emprego. O que se espera que a participação dos assalariados na renda nacional
continue a trajetória ascendente.
Para 2013 estima-se que tanto as exportações como as importações exijam
dinamismo. O superávit comercial previsto e de que seja similar ao de 2012,
superando por doze anos consecutivos os US$10.000 milhões.
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I - Argentina - Breve Histórico
Oficialmente República Argentina é o segundo maior país da América do Sul em
território e o terceiro em população, constituída como uma federação de 23
províncias e uma cidade autônoma, Buenos Aires. É o oitavo maior país do mundo
em área territorial e o maior entre as nações de língua espanhola, embora México,
Colômbia e Espanha, que possuem menor território, sejam mais populosos.
A área continental da Argentina está entre a Cordilheira dos Andes a oeste e o
Oceano Atlântico, a leste. Faz fronteira com Paraguai e Bolívia ao norte, Brasil e
Uruguai a nordeste e com o Chile a oeste e sul. A Argentina reivindica uma parte da
Antártida, sobrepondo as reivindicações do Chile e do Reino Unido no continente
antártico, mesmo após todas as reivindicações terem sido suspensas pelo Tratado
da Antártida de 1961. O país reivindica ainda as Ilhas Malvinas e Geórgia do Sul e
Sandwich do Sul, que são administradas pelo Reino Unido como territórios
britânicos ultramarinos.
A Argentina é uma das maiores economias da América do Sul, com uma
classificação alta no Índice de Desenvolvimento Humano. Na América Latina, a
Argentina possui o quinto maior PIB per capita (nominal) e o maior PIB per capita
em paridade do poder de compra. Analistas argumentam que o país tem uma base
"para o crescimento futuro, devido ao tamanho do seu mercado, níveis de
investimento direto estrangeiro e o percentual de exportações de alta tecnologia
como parte do total bens manufaturados" e é classificado pelos investidores como
uma economia emergente. A Argentina é um membro fundador da Organização das
Nações Unidas, do Mercosul, da União de Nações Sul-Americanas e da Organização
Mundial do Comércio e continua sendo um dos membros do G20.
O país passou por um longo período de ditadura militar da década de 60 até inicio
da década de 80. E, em 1983 retornou a democracia. Em 1989, pela primeira vez na
história, um presidente de um partido entregou o poder a um presidente de outro
partido. A situação voltou a se repetir em 1999, mostrando uma notável
consolidação da democracia na Argentina.
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O presidente Fernando de la Rua, que governou o país de 1999 a 2001, herdou uma
competitividade diminuída das exportações, bem como déficits fiscais crônicos. A
coalizão governista desenvolveu fendas, e o retorno de Domingo Cavallo ao
Ministério da Economia foi interpretado como um movimento de crise dos
especuladores. A decisão de Cavallo falhou e acabou por ser forçado a tomar
medidas para pôr fim a uma onda de fuga de capitais e para conter a crise da dívida
iminente (que culminou com o congelamento de contas bancárias). Um clima de
descontentamento popular se seguiu, e em 20 de dezembro de 2001 a Argentina
mergulhou em sua pior crise institucional e econômica desde 1890. O clima cada
vez mais caótico, em meio a tumultos acompanhados por gritos de que "todos
devem ir", finalmente resultou na renúncia do presidente de la Rúa.
Três presidentes seguiram em rápida sucessão, durante duas semanas, que
culminou na nomeação do presidente interino Eduardo Duhalde pela Assembleia
Legislativa em 2 de janeiro de 2002. A Argentina fez uma moratória de sua dívida
internacional, e a ligação do peso argentino com o dólar foi rescindida, causando
uma maior depreciação do peso e um aumento da inflação. Duhalde, um peronista
com uma posição de centro-esquerda econômica, teve que lidar com uma crise
financeira e socioeconômica, com uma taxa de desemprego de 25% no fim de 2002
e com o menor salário real em sessenta anos. A crise acentuou a desconfiança do
povo nos políticos e nas instituições. Depois de um ano abalado por protestos, a
economia começou a se estabilizar no final de 2002, e as restrições sobre as
retiradas bancárias foram suspensas.
Beneficiando-se de uma taxa de câmbio desvalorizada o governo implementou
novas políticas com base em reindustrialização e substituição de importações, e as
exportações aumentaram e começaram a ter consistentes superávits comerciais e
fiscais. O governador Néstor Kirchner, um peronista social democrata, foi eleito em
maio de 2003. Durante a presidência de Kirchner a Argentina reestruturou sua
dívida em falta com um grande desconto (66%) na maioria dos títulos, pagou as
dívidas com o Fundo Monetário Internacional, renegociou contratos com
concessionárias e nacionalizou algumas empresas anteriormente privatizadas.
Kirchner e seus economistas, nomeadamente Roberto Lavagna, também
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prosseguiram com uma política de rendimentos e vigoroso investimento em obras
públicas.
Argentina desde então tem se aproveitado de um crescimento econômico, mas com
inflação alta. Néstor Kirchner executou a campanha de 2007 em favor de sua
esposa, a senadora Cristina Fernández de Kirchner. Ela se tornou a primeira
mulher eleita presidente da Argentina e em um resultado polêmico.
A presidente Cristina Kirchner, apesar de ter grande maioria no Congresso, viu um
controverso plano para o aumento dos impostos às exportações agrícolas
derrotado pelo surpreendente voto do vice-presidente Julio Cobos, após grandes
protestos e bloqueios agrários de março a julho. A crise financeira global, desde
então, fez com que Cristina Kirchner intensificasse a política de seu marido de
intervenção do Estado em setores conturbados da economia. A pausa no
crescimento econômico e erros políticos ajudaram a levar kirchnerismo e seus
aliados a perderem a maioria absoluta no Congresso, após as eleições de 2009.
Cristina Kirchner foi reeleita em 2011. Conquistou mais de 53% dos votos, o
melhor desempenho de um candidato desde a redemocratização argentina.
Kirchner é a primeira mulher reeleita presidente na América Latina.
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II - Atividade Econômica
1. PIB
Na Argentina a atividade econômica exigirá dinamismo em 2013 a partir da
expansão da demanda interna, a recuperação prevista para a demanda externa e
do impacto positivo gerado pela melhora na colheita agrícola. Assim projeta-se um
aumento do PIB de 4,6% para o próximo ano.
A produção de bens se destacará liderada pela indústria e pelo setor agropecuário.
As atividades indústrias ligadas a demanda externa, como o setor automotriz e de
metais básicos, beneficiaram-se do maior crescimento econômico esperado para o
Brasil. Os demais setores industriais incrementarão sua produção por meio do
crescimento esperado da demanda interna. Por parte da produção agrícola da
campanha 2012/13 estima-se um crescimento em torno de 18% em relação a
campanha anterior, a partir dos incrementos nos volumes das colheitas de milho e
soja. Por último a construção responderá ao impulso dados as obras públicas e o
impacto do programa de créditos destinados a construção de moradias.
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2. Inflação
A inflação argentina em 2012 foi de 25,6% de acordo com deputados da oposição,
baseados em medições realizadas por varias consultorias privadas. Este percentual
anual é o maior de toda a América do Sul.
O Centro de Economia Aplicada, da Universidade de CEMA, calcula mensalmente a
Canasta del Profesional Ejecutivo (CPE), que avalia uma cesta de consumo
representativa para o grupo familiar de um profissional executivo, residente na
região metropolitana da grande Buenos Aires, cujo nível de gasto chegou a $31,257
em fevereiro de 2013. O índice começou a ser estimado em março de 2008 quando
o custo desta mesma cesta era de $11,787.
A pressão sobre os preços ao consumidor na Argentina perdeu força em fevereiro,
refletindo o início das medidas de congelamento dos preços no varejo. Foi a
conclusão da pesquisa oficial do instituto nacional de estatística do país (Indec),
divulgada no dia 13 de março, que apontou uma alta do índice de 0,5% no mês e de
10,8% ao ano.
Porém, os dados oficiais de inflação representam menos da metade da alta
estimada pelos economistas privados e divulgado pelos membros da oposição no
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Congresso. Segundo essa estimativa privada, a inflação ao consumidor subiu 2,6%
ao mês e 26% ao ano, em janeiro, de uma alta de 1,1% ao mês e de 11,1% ao ano,
no mesmo período, segundo o Indec. Os congressistas argentinos da oposição
ainda não divulgaram a pesquisa de fevereiro.
Quase ninguém acredita no dado oficial do governo e, em fevereiro, o Fundo
Monetário Internacional (FMI) censurou a Argentina por não atender as exigências
do órgão para corrigir seus indicadores econômicos.
De acordo com a pesquisa de expectativa de inflação da Universidade Torcuato Di
Tella, os argentinos esperam uma alta de 30% no índice de preços ao consumidor
nos próximos 12 meses.
Recentemente, o governo argentino implementou várias medidas para tentar
conter a alta dos preços. No mês passado, determinou-se o congelamento dos
preços no varejo por 60 dias e foi proibida a publicação de anúncios com ofertas de
produtos nos jornais locais, segundo executivos das empresas.
Essas medidas fazem parte de uma política de combate à inflação não convencional
defendida pelo secretário de Comércio Interior, Guillermo Moreno1.
3. Mercado de trabalho
O dinamismo da atividade econômica acarretará em um novo aumento do nível de
emprego. O que se espera que a participação dos assalariados na renda nacional
continue a trajetória ascendente. O aumento da massa salarial e as políticas de
distribuição de renda darão sustentação ao consumo mais elevado das famílias.
Também o incremento do gasto das famílias e as políticas de promoção ao crédito
produtivo propiciarão o aumento do investimento, em especial como resultado do
incremento com gastos em equipamentos, componente da demanda agregada que
se espera que registre a maior recuperação. Assim, se alcançaria uma taxa de
investimento quem em media se situaria ao redor de 24% do PIB, superior ao de
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http://www.valor.com.br/internacional/3044496/inflacao-ao-consumidor-da-argentina-sobe-05-emfevereiro
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2012. O consumo seguirá crescendo com firmeza e contribuirá com mais da
terceira parte do aumento do produto.
Em relação a dinâmica do emprego, o maior crescimento econômico permitiria a
criação de novos postos de trabalho, acarretando na diminuição da taxa de
desemprego. Os setores produtores de serviços se manterão como os principais
geradores de emprego em 2013, tanto que a ocupação nas áreas produtoras de
bens exigirá maior dinamismo a partir da recuperação esperada das atividades
vinculadas ao setor agropecuário e a construção. Também se prevê uma melhora
nos indicadores de qualidade do emprego dada a solidez do mercado de trabalho e
o maior crescimento econômico.
4. Balanço de pagamentos
Para 2013 estima-se que tanto as exportações como as importações exijam
dinamismo. O superávit comercial previsto e de que seja similar ao de 2012,
superando por doze anos consecutivos os US$10.000 milhões. As exportações de
bens aumentariam 13% em relação a 2012, influenciadas pelos maiores saldos
agrícolas e como resultado da recuperação da demanda dos principais sócios
comerciais, particularmente do Brasil. As importações também se incrementariam,
principalmente os insumos para a produção local e o investimento, de maneira
consistente com as projeções do desempenho da atividade econômica interna.
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Em relação a política cambiaria o BCRA continuará intervindo no mercado de
acordo com as necessidade do contexto macroeconômico e com o objetivo de
moderar a volatilidade do tipo de cambio no seu duplo papel de variável relevante
tanto para o crescimento como para a estabilidade financeira.
Em relação as reservas internacionais, assim como em outros países, nos últimos
anos a Argentina adotou uma política de acumulação que lhe permitiu proteger
mercado nacional do contexto internacional instável. A experiência e a literatura
econômica reconhecem amplamente os benefícios desta estratégia: diminuição da
probabilidade de sofrer uma crise, redução do custo de endividamento e melhora
da capacidade de ação frente a eventos externos negativos (tipicamente pela via de
reversões abruptas dos fluxos de capitais). A partir do abandono da caixa de
conversão instaurada nos anos 90, a acumulação de reservas internacionais é
explicada pelos excedentes comerciais, o que constitui uma força adicional. Como
conseqüência da política de flutuação administrada e acumulação de reservas, o
estoque de reservas internacionais se encontra em níveis historicamente elevados
de cobertura, tanto em relação ao agregado monetário privado mais amplo como
em relação ao PIB.
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Referencias
http://pt.wikipedia.org/wiki/Argentina
http://www.bcra.gov.ar/pdfs/polmon/Programacion_2013.pdf
http://www.indec.gov.ar/
http://www.ucema.edu.ar/sites/default/files/2013/cea/cpe_marzo2013.pdf
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