Nefrolitotripsia Percutânea A cirurgia renal percutânea é a forma menos agressiva de tratamento para cálculos renais grandes e que não podem ser tratados adequadamente pela fragmentação com os aparelhos de litotripsia extracorpórea (LECO). No passado, o tratamento cirúrgico dos cálculos renais era realizado por grandes incisões, com longos períodos de recuperação. Hoje, a cirurgia percutânea é realizada através incisão de 1 cm na pele da região dorsal, com recuperação muito mais rápida. Ernesto Reggio Uroclínica de Joinville Departamento de endourologia/SBU Avaliação pré-operatória Alguns exames laboratoriais são importantes no planejamento cirúrgico, como cultura de urina, para identificação de possíveis germes; avaliação da coagulação; hemograma e creatinina. Em alguns casos, é necessário o uso de antibióticos já no período pré-operatório. Medicações que alteram a coagulação, como anticoagulantes e ácido acetilsalicílico, devem ser descontinuados de cinco a sete dias antes da cirurgia. Pacientes cardiopatas ou com mais idade devem ser avaliados pelo cardiologista. Em alguns locais, é realizada avaliação anestésica antes da internação. Deve ser observado o período de jejum antes da cirurgia orientado por seu médico. Você deverá receber um documento chamado consentimento informado, que trará informações sobre sua cirurgia e riscos inerentes ao ato. Discuta amplamente com seu urologista todos os riscos, benefícios e cuidados pós-operatórios. Cirurgia A cirurgia é realizada em centro cirúrgico, sob anestesia geral. Inicialmente é colocado um cateter no ureter, utilizando um instrumento chamado cistoscópio. A função deste cateter é a injeção de contraste no rim, o que permitirá identificação do cálculo renal e também a anatomia do órgão. Familiarizado com a anatomia renal do paciente, o urologista punciona o rim com uma agulha fina, introduz um fio-guia e dilatadores. Assim, ele poderá finalmente introduzir o nefroscópio, outro endoscópio que, conectado a uma câmera, permite avaliação da parte interna do rim, localizar o cálculo, fragmenta-lo e retirar os fragmentos com pinças. Ocasionalmente, o cálculo renal é muito volumoso e, para ser completamente retirado, há necessidade de realização de mais de uma punção no rim. Assim que os fragmentos são retirados, o urologista definirá se há necessidade de drenagens com sondas e cateteres, que são utilizados com muita frequência. O cateter duplo J pode ser utilizado como forma de dreno interno, para impedir que coágulos ou fragmentos de cálculo obstruam o canal do ureter. O paciente recebe alta com o cateter, totalmente implantando dentro do corpo, sem qualquer exteriorização. Outra forma muito comum de drenagem é a sonda de nefrostomia, que é introduzida dentro do rim na área operada, através do pequeno orifício que é feito na região lombar para a realização da cirurgia. Esta sonda é mantida para drenagem de urina, geralmente sanguinolenta nos primeiros dias. Outra sonda é utilizada para drenagem de urina da bexiga. Pós-operatório Como acima mencionado, a presença de sangue na urina no período pós-operatório é rotineira e não deve trazer preocupação, desde que não muito intensa, com coágulos que podem provocar anemia mais grave. A ocorrência de dor na região lombar ao redor da sonda de nefrostomia é muito comum, porém, é bem tratada e controlada com analgésicos usuais. Náuseas também podem ocorrer. Inicialmente serão oferecidos líquidos e, assim que bem tolerados, a dieta sólida pode ser oferecida. A sonda de nefrostomia geralmente é retirada nos primeiros dias de pós-operatório; com muita frequência há drenagem de urina pela incisão lombar, que pode durar de alguns minutos até alguns dias. Drenagens prolongadas devem ser avaliadas pela possibilidade de obstrução do canal do ureter. A sonda da bexiga também é retirada precocemente e pode haver algum grau de sensação de queimação na uretra durante as micções. A internação geralmente se estende por dois a três dias. Já em casa, é importante fazer repouso, ingerir líquidos e seguir a prescrição médica que consiste de analgésicos e possivelmente antibióticos. A cicatriz deve ser lavada diariamente nos primeiros dias e coberta com curativo simples, pequeno, enquanto houver qualquer secreção; geralmente após dois dias, o corte já estará seco e não há necessidade de curativos adicionais. Se for utilizada drenagem interna com cateter duplo J é muito importante que você agende com seu médico a retirada, realizada por novo procedimento endoscópico chamado cistoscopia, realizado sem necessidade de internação hospitalar. Quando devo procurar o médico imediatamente: • Se houver sangramento na urina em maior quantidade, principalmente com a presença de coágulos; • Se houver vermelhidão, inchaço, dor exagerada ou saída persistente de líquidos pela cicatriz; • febre; • urina turva, com forte odor. Desenvolvido pelo: Departamento de TMI - Terapia Minimamente Invasiva - SBU Iniciativa Baixe a versão digital Apoio