metodologia do processo de incubação de empreendimentos

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METODOLOGIA
DO
PROCESSO
DE
INCUBAÇÃO
DE
EMPREENDIMENTOS ECONÔMICOS SOLIDÁRIOS INCUBADOS PELA
TRILHAS INCUBADORA SOCIAL MARISTA
GT 4 – Tecnologias sociais como práticas de construção de espaços democráticos
TIPO DE TRABALHO – Relato de experiência
CAMARGO, Grasiele Dalbão Rodrigues Modesto1
LEME, Lyslaine Karine Pereira2
RESUMO
Este relato de experiência apresenta a metodologia de incubação aplicada pela Trilhas
Incubadora Social Marista nos empreendimentos econômicos solidários incubados, dando ênfase ao
Clube de Trocas da Amizade. Tem como objetivo descrever a metodologia utilizada, e para isso,
dividimos didaticamente em dois momentos: o diagnóstico e o acompanhamento do
empreendimento. No processo de diagnóstico foram utilizadas ferramentas que possibilitaram a
construção do cenário inicial do grupo, bem como o mapeamento de seus pontos fortes e fracos,
desafios e possibilidades. Para o acompanhamento foi utilizado o PSI – Plano Singular de
Incubação, esse, um instrumental desenvolvido pela incubadora para facilitar o processo de
acompanhamento, registro e sistematização das experiências. Concluímos que tal processo agregou
não somente conhecimento teórico e prático acerca dos grupos, mas possibilitou o desenvolvimento
de uma nova tecnologia social adequada às necessidades de incubação e seu caráter emancipatório,
autogestionário e de construção do conhecimento.
Palavras chave: metodologia, incubação, Economia Solidária
1. INTRODUÇÃO
A Trilhas é um projeto da Rede Marista de Solidariedade, em parceria com a Pontifícia
Universidade Católica do Paraná (PUCPR), teve suas atividades iniciadas em março de 2014 após
edital do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPQ) para novas
incubadoras. Tem como objetivo desenvolver e acompanhar projetos de incubação de
empreendimentos de Economia Solidária em Curitiba e Região Metropolitana, além de produzir
conhecimento científico e tecnologia social para os trabalhadores que desejam se organizar e
trabalhar de forma cooperativa e associada. Nesse primeiro ano de trabalho a Trilhas tem atuado em
três eixos prioritários: assessoramento, apoio à comercialização e incidência pública.
1
Assistente Social formada pela Faculdades Integradas do Brasil - Unibrasil, possui especialização em Questão Social na Perspectiva Interdisciplinar pela Universidade
Federal do Paraná - UFPR, atua como técnica da Trilhas Incubadora Social Marista.
2
Graduanda no curso de Engenharia de Produção pela Pontifícia Universidade Católica do Paraná – PUCPR e bolsista da Trilhas Incubadora Social Marista.
Este trabalho apresenta algumas das ações que integram a metodologia utilizada por
bolsistas e técnicos da Trilhas no processo de incubação dos empreendimentos, fazendo uma breve
descrição do papel das incubadoras, especialmente no que tange à Economia Solidária, em seguida
apresentamos os empreendimentos incubados, dando ênfase ao Clube de Trocas da Amizade, o qual
é foco desse relato. A metodologia de incubação foi didaticamente dividida em duas partes: a
primeira apresenta o diagnóstico e a segunda o acompanhamento, em seguida apresentamos o
ferramental utilizado em ambas.
2.
INCUBADORAS
TECNOLÓGICAS
NO
BRASIL
E
A
INCUBAÇÃO
DE
EMPREENDIMENTOS ECONÔMICOS SOLIDÁRIOS
As Incubadoras Tecnológicas ainda são uma experiência recente no Brasil, surgem
inicialmente voltadas ao setor privado e ao mercado e tem suas primeiras iniciativas entre 1985 e
1990, atualmente são 79 incubadoras. Já no campo da Economia Solidária a experiência é ainda
mais recente e desenvolve pesquisas para o trabalho na lógica inversa da direcionada ao capital.
Para FRANÇA FILHO; CUNHA (2009, p.37), “a incubação em Economia Solidária hoje reatualiza
e ressignifica um certo número de práticas de assessoria aos movimentos sociais e fortalece o apoio
técnico em gestão, que antes era praticamente ausente dos processos de formação política.”
As incubadoras em Economia Solidária são conhecidas como Incubadoras Tecnológicas de
Cooperativas Populares (ITCP’s) e se organizam em duas grandes redes, a Unitrabalho que
congrega atualmente, 42 iniciativas afiliadas e a Rede de ITCP’s com 43 incubadoras afiliadas,
perfazendo um total de 85 incubadoras em Economia Solidária. A Secretaria Nacional de Economia
Solidária (SENAES) na Chamada 89/2013 descreve como Incubadoras Tecnológicas de
Cooperativas Populares as “organizações que desenvolvem as ações de incubação de
empreendimentos econômicos solidários e atuem como espaços de estudos, pesquisas e
desenvolvimento de tecnologias voltadas para a organização do trabalho, com foco na autogestão,
no desenvolvimento territorial sustentável e superação da extrema pobreza”. Para JUSTINO (2002),
as ITCP’s são desafiadoras para a Universidade na medida em que exigem uma equipe fortemente
engajada e por outro lado quebram a lógica do imediato, buscando criar soluções duradouras no
combate à exclusão e marginalidade, trazendo alternativas à desigualdade social. E, certamente, se
apresentam como um espaço privilegiado de discussão, de múltiplos saberes e de fomento a práticas
coletivas como a autogestão.
As ITCP's e os processos de incubação são de extrema importância para a Economia Solidária.
CUNHA (2002) ressalta três pontos importantes da incubação, um deles é o de capacitar os
empreendimentos, tirando muitos deles da informalidade e da precariedade, permitindo uma renda
digna para os seus participantes. Um segundo é a articulação de novas políticas públicas no campo
da geração de trabalho e renda. Já o terceiro, estaria ligado ao processo de organização das próprias
ITCP's, que vêm se congregando em torno de redes nacionais, o que dá consistência à proposta e
ajuda no próprio processo de organização política das práticas de economia solidária.
3. EMPREENDIMENTOS INCUBADOS PELA TRILHAS INCUBADORA SOCIAL
MARISTA
Quando da elaboração do projeto para criação da Trilhas Incubadora Social Marista, foram
elencados quatro empreendimentos econômicos solidários para serem acompanhados pela
incubadora, são eles: Clube de Troca da Amizade, situado na zona sul do município de Curitiba,
AMARAT – Associação de Mulheres de Almirante Tamandaré, localizado no Município de
Almirante Tamandaré, Formiguinhas da Arte, da Fazenda Rio Grande e uma Rede de
Empreendimentos Econômicos Solidários no Município de São José dos Pinhais. Os
Empreendimentos serão melhor apresentados nos próximos parágrafos.
Almirante Tamandaré
Em Almirante Tamandaré o Empreendimento Incubado é o AMARAT – Associação das
Mulheres de Almirante Tamandaré, composto por 10 pessoas. O contato com esse grupo se deu a
partir de uma parceria com a Universidade – PUCPR, especificamente com o Projeto Comunitário,
durante a semana de imersão, no mês de janeiro de 2014, onde alunos da instituição fizeram um
levantamento das necessidades dos moradores dos bairros Monte Santo e Vila Grécia. Os encontros
acontecem na igreja local uma vez por semana e conta com o acompanhamento da Trilhas
quinzenalmente.
Fazenda Rio Grande
Em Fazenda Rio Grande incubamos o grupo Formiguinhas da Arte, composto por 13
pessoas. O primeiro contato se deu durante o período de organização da Feira de Economia
Solidária da PUCPR realizada em novembro de 2013. Foram realizadas reuniões com o poder
público que se mostrou interessado no desenvolvimento local e reconhece a Economia Solidária
como uma possibilidade real para isso, também foram desenvolvidas formações e oficinas para
apresentar ao grupo a proposta de trabalho.
São José dos Pinhais
São José dos Pinhais é um dos quatro municípios do Estado do Paraná que possui uma
política pública de Economia Solidária. O Programa de Economia Solidária foi criado pela Lei
1591/2010 e atua na formação, capacitação dos grupos e apoia a comercialização de seus produtos
através da realização de feiras, festas da cidade, locais disponibilizados por entidades parceiras e o
Centro Público de Economia Solidária.
Os grupos são formados em sua maioria por mulheres com mais de 40 anos e que não
conseguem integrar o mercado de trabalho formal. São donas de casa, mães, pessoas
desempregadas, de diferentes realidades e com diferentes saberes. Essa(es) trabalhadoras(es) já
produziam e comercializavam uma ampla variedade de produtos artesanais e ou trabalhos manuais,
mas,
apresentavam
sérios
problemas
relacionados
a
sustentabilidade
econômica
dos
empreendimentos e eram dependentes das atividades propostas pelo programa municipal.
A Trilhas por meio de uma técnica e dois bolsistas de referência acompanha mensalmente as
reuniões do Conselho e do Fórum Municipal de Economia Solidária, bem como, assessora os
processos de formação, certificação e comercialização.
Curitiba
Em Curitiba o empreendimento Incubado é o Clube de Trocas da Amizade, composto por 17
pessoas. O grupo faz parte da Rede Pinhão, uma rede de Clubes de Troca de Curitiba e Região
Metropolitana acompanhados inicialmente pelo Centro de Formação Urbano Rural Irmã Araújo
(CEFURIA). Após um período sem local para se reunirem, foram acolhidos no Centro Educacional
Marista Curitiba localizado no bairro Cidade Industrial de Curitiba (CIC) onde se encontram
quinzenalmente intercalando momentos de Trocas e oficinas para produção.
O Clube possui espaço de comercialização na Feira Permanente de Economia Solidária que
acontece no bairro Sitio Cercado, uma iniciativa do CEFURIA por meio da Rede Pinhão, e como
outros empreendimentos, comercializa na Feira de Economia Solidária da PUCPR promovida pela
Trilhas. Foram desenvolvidas atividades no intuito de aproximação e fortalecimento das atividades
do grupo por meio de rodas de conversa e oficinas, isso possibilitou a interação do grupo com as
outras atividades desenvolvidas pela unidade social e público atendido, sendo materializado através
da primeira edição do Clubinho de Trocas, iniciativa de troca de brinquedos entre as crianças
atendidas e a construção coletiva de um tapete, dentro do projeto “Um espaço para todos”.
4. METODOLOGIA DE INCUBAÇÃO NA TRILHAS INCUBADORA SOCIAL
MARISTA
4.1 PROCESSO DE DIAGNÓSTICO
O diagnóstico seguiu algumas etapas como vemos a seguir.
Aproximação com os empreendimentos econômicos solidários (EES)
Após o momento de seleção dos empreendimentos a serem incubados, foram designados
bolsistas de referência para cada grupo, em seguida iniciou-se um processo de aproximação com os
grupos e com outras instituições do município, houve o incentivo de participação dos integrantes
dos grupos em eventos como a Feira de Economia Solidária de Santa Maria/RS, o Seminário sobre
Economia Solidária e Desenvolvimento Territorial promovido pela Trilhas, a participação nas duas
edições de 2014 da Feira da PUCPR, bem como das oficinas preparatórias para tal, o fomento ao
trabalho coletivo com patrocínio para a compra de materiais, a criação de um fundo rotativo, além
da incidência pública.
Formação da equipe para realização do diagnóstico
A equipe técnica e bolsistas da incubadora passaram por um processo preparatório para a
realização do diagnóstico. Foi no processo de levantamento de dados para o diagnóstico que se pôde
aprofundar o vínculo e estabelecer algumas diretrizes para o delineamento do trabalho a ser
desenvolvido em cada empreendimento incubado, levando em conta suas especificidades e
particularidades, especialmente no que tange o território, o histórico e a composição de cada grupo.
Definição do ferramental para levantamento do diagnóstico
Foram utilizados dois instrumentais no levantamento das informações para a construção do
diagnóstico de cada EES, primeiramente uma adaptação da metodologia FOFA com o intuito de
mapear as Forças, Oportunidades, Fraquezas e Ameaças de cada grupo. E a metodologia do
formulário qualitativo de coleta de dados, um instrumental que surgiu como produto da tese de
doutorado do professor Dr. Carlos Alberto Cioce Sampaio3, o documento encontra-se anexo.
Esse documento surgiu sob o nome de Gestão Organizacional Estratégica para o
Desenvolvimento Sustentável (SIGOS) e é uma metodologia de planejamento e gestão que tem a
finalidade de contribuir para o desenvolvimento de áreas de turismo de bases sustentáveis. A
SIGOS é uma metodologia de gerenciamento de estratégias que sistematiza todo o processo de
implantação e monitoramento de ações necessárias. (SAMPAIO, 2000). Segundo o autor, tal
metodologia facilita a construção do conhecimento organizacional e local e os possíveis impactos
que poderiam causar a seu entorno.
O formulário nos permitiu conhecer alguns aspectos importantes para a construção do
diagnóstico, como por exemplo, o conhecimento sobre o território em que os grupos estão inseridos,
as relações que estabelecem entre si e com agentes externos, seu contexto histórico e o
aprofundamento do vínculo.
Finalização do diagnóstico
33 Administrador, Mestre e Doutor em planejamento e gestão organizacional para o desenvolvimento sustentável e Pós-Doutor em Ecossocioeconomia e Cooperativismo
Corporativo.
Após a etapa de levantamento das informações, fechamos o diagnóstico em um documento
com os registros coletados ao longo do segundo semestre de 2014, esse documento foi socializado
para toda a equipe da Trilhas e bolsistas e aberto para contribuições e alinhamento. Assim,
fechamos o diagnóstico de cada EES e destacamos alguns pontos para o desenvolvimento das ações
a serem realizadas.
4.2 PROCESSO
DE
ACOMPANHAMENTO
–
PLANO
SINGULAR
DE
INCUBAÇÃO (PSI)
O Plano Singular de Incubação (PSI) foi desenvolvido a partir da necessidade de se ter um
instrumental onde fosse possível organizar um plano para o processo de incubação que respeitasse
as especificidades de cada EES, sendo assim, desenvolvemos a proposta do PSI que atualmente faz
parte do ferramental utilizado pela Trilhas em seus processos de incubação. O PSI tem o intuito de
facilitar o acompanhamento do processo de incubação, bem como, registrar as informações de
maneira que se tornem acessíveis e possam ser sistematizadas para subsídio da produção teórica.
Portanto, o PSI tem sido encarado pela Incubadora como uma Tecnologia Social de fácil
replicação e utilização por técnicos, bolsistas e empreendimentos. Para DAGNINO (2010 p. 58),
Tecnologia Social tem algumas características como adaptabilidade, liberdade, criatividade, além de
ser não discriminatória, fatores que claramente são identificáveis na proposta do PSI.
Destacamos abaixo o Plano Singular de Incubação do Clube de Trocas da Amizade, o qual
vem sendo aplicado no processo de incubação desse empreendimento.
Plano Singular de Incubação Clube de Trocas Amizade
1. Objetivo geral de Incubação
Fortalecer a prática das trocas proposta pelo Clube de Trocas por meio de um Comitê
Multiplicador da metodologia, fomentar um empreendimento econômico solidário, associação ou
cooperativa, a partir da organização interna já existente no grupo, promovendo a autonomia
individual e coletiva, o fortalecimento dos vínculos, o sentimento de pertença e o desenvolvimento
do território onde estão inseridos os membros do Clube.
2. Análise do diagnóstico
PONTOS FORTES
PONTOS FRACOS
Processo formativo que reúne teoria e prática;
Algumas artesãs não fazem parte da comunidade
valorização e preservação de tradições e relações
local; Dificuldade de acesso; falta de habilidade às
sociais
mais
conhecimento,
solidárias;
troca
de
vivências,
saberes,
amizades,
tecnologias existentes; Apego ao materialismo,
instrumentalismo
e
disputa
capitalismo;
por
liderança;
apego
a
Falta
de
companheirismo, acolhimento, empoderamento e
heterogestão,
emancipação; apropriação dos recursos naturais e
autoestima; Dificuldades na disseminação da lógica
das capacidades humanas locais; apoio financeiro
da autogestão; poucas pessoas participam da Feira
para as oficinas; Cursos de capacitação; Criação de:
Permanente; dificuldades de mediação.
vídeos, cartilhas que é distribuído gratuitamente,
facilidades nas negociações dos produtos por meio
da moeda social. Incubação pela Trilhas Incubadora
Social Marista
DESAFIOS
OPORTUNIDADES
Investigar os motivos de afastamento do grupo;
Fortalecer a participação do grupo na Feira
Problemas pessoais ocasionam o distanciamento;
Permanente em parceria com Cefuria; Visibilidade
Questionamentos e conflitos. Vendas, umas vendem
interna do Clube na unidade e sua interação com os
mais
qualidade
serviços da unidade; alguns avanços com relação a
/acabamento dos produtos; Participantes idosas -
projetos interdisciplinares; Visibilidade externa do
resistência ao novo; Praticar o desapego ao
Clube junto à unidade – discussão do espaço público,
materialismo /trocas; Necessidade de transporte para
como trabalhar a ECOSOL na perspectiva do
deslocamento; Produzir etiquetas para identificar os
território; Marista subsidia recursos financeiros,
produtos do Clube; Agregar preço justo – Educação
pessoal e físico; Trilhas Incubadora Social Marista.
que
as
outras;
Melhorar
a
financeira
Após o levantamento dos elementos de força, fraqueza, desafios e oportunidades, elencamos
alguns eixos nos quais a incubação teria como referência. São eles: o processo formativo, a
formação de um empreendimento econômico solidário, o apoio à comercialização e formulação de
um comitê multiplicador da metodologia das trocas. A seguir descrevemos ações estabelecidas em
cada eixo.
3. Eixos do processo de Incubação
3.1 Formação em e para Economia Solidária
A formação em e para Economia Solidária visa o incentivo e fortalecimento do grupo por meio
da participação de seus integrantes em processos formativos internos ou externos, como por
exemplo, o curso de extensão em Economia Solidária e Desenvolvimento Territorial promovido
pela Trilhas, bem como, a Escolinha de Economia Solidária promovida pelo CEFURIA. Um dos
desafios é estabelecer com o grupo um itinerário formativo tendo como temas os princípios da
Economia Solidária e demais temas levantados pelo próprio grupo como necessários nesse processo
de incubação.
3.2 Fomento e incentivo para a formação de um empreendimento econômico solidário
O grupo tem quatro integrantes que já comercializam em alguns espaços como a Feira
Permanente de Economia Solidária, eventos institucionais da Rede Marista de Solidariedade, a loja
de ECOSOL do bairro Fazendinha e Feira da PUCPR, por isso, será proposto a formação e
formalização de um empreendimento de Economia Solidária a partir do Clube de Trocas,
potencializando a produção e comercialização já existentes.
3.3 Apoio à comercialização
Com a ação descrita acima, temos o intuito de fortalecer a comercialização nesses espaços, não
somente de produções individuais, mas coletivas.
3.4 Comitê Multiplicador de Clubes de Troca
A prática das trocas configura-se como a gênese do grupo, foram as trocas que não permitiram
com que o grupo não se diluísse mesmo depois de passado tanto tempo de sua criação, pensando
nisso, propomos a formação de um comitê multiplicador de Clubes de Trocas para dinamizar a
experiência em outros espaços internos e externos da instituição. Possibilitando inclusive, a
disseminação da experiência do Clubinho de Troca de Brinquedos já efetuado com as crianças da
Educação Infantil da Unidade Social.
3.5 Cronograma geral
O cronograma é parte importante para que seja possível organizar as ações elencadas por cada
eixo de atuação e pactuadas com o grupo de maneira cronológica em dado período de tempo para o
desenvolvimento do processo de incubação.
4. Relato de desenvolvimento das atividades
O desenvolvimento das atividades é registrado de forma descritiva contendo a data da
realização da atividade, sua descrição detalhada e os possíveis encaminhamentos gerados a partir da
atividade proposta. É o relato que vai conter a trajetória do processo de incubação, seus avanços,
dificuldades, conquistas e servirá como subsídio para a sistematização das informações para a
produção de conhecimento.
CONCLUSÃO
A experiência do processo de construção da metodologia de incubação contemplando o
diagnóstico e o acompanhamento dos empreendimentos incubados foi extremamente enriquecedora,
passou pelo processo de aproximação inicial por meio das rodas de conversa, da história oral, das
formações e vivências, contudo, precisávamos sistematizar esses conhecimentos e saberes de forma
que eles nos retratassem a realidade vivenciada por cada grupo e nos subsidiassem no trabalho a
seguir. Assim, o conseguimos por meio dos instrumentais FOFA e SIGOS, que possibilitaram que
tivéssemos um panorama de cada empreendimento levando em conta seu histórico, relações
pessoais internas e externas, inserção e relação com o território em que estão inseridos. Já no
processo de acompanhamento, o PSI tem se mostrado um instrumental eficaz, de fácil compreensão
e manuseio, possibilitando-nos assim, o registro de todo o processo de incubação e posterior
sistematização com vistas à produção teórica, o que possibilita o melhor desenvolvimento do
trabalho para o crescimento e desenvolvimento do empreendimento e o cumprimento dos objetivos
do projeto.
ANEXOS
Formulário Qualitativo de Coleta de Dados
1.Nome
do
Projeto
Demonstrativo;
Município
(sede)/Estado/País
da
experiência:Modalidade: (a) Agenda 21 Local, (b) Turismo Comunitário, Solidário e
Sustentável, (c) Responsabilidade Socioambiental Corporativo, (d) Economia Social, (e)
Gestão de Unidades de Conservação Ambiental, (f) Mobilidade Urbana Sustentável, (g)
Slow cities, (h) Ecovilagges, (i) tecnologias apropriadas e (j) ecogastronomia 2. Homepage /
Link do vídeo institucional do Projeto; 3. Entrevistado(s): nome, função, data, tempo da
entrevista e local, telefone e email de contato; 4. Instituições participantes do projeto:
Instituições coordenadoras; 4.2 Centros de pesquisa (universitários) que prestam assessoria;
e 4.3 Demais instituições; 5. Financiamentos recebidos (nome da instituição, valor do
financiamento, período); 6. Produção científica sobre o projeto (teses, dissertações,
monografias, artigos, reportagens, vídeos e outros); Gênese (como tudo começou) do
projeto: 7.1 Problemática (qual foi o problema que originou o projeto?); e 7.2 Objetivos do
projeto (o que se resolveu efetivamente?); 8. Localização (território): sede e arredores: 8.1
Descriminar localização específica caso se trate de uma bacia hidrográfica/unidades de
conservação/microrregião: 8.2 Coordenadas Latitudinais e Longitudinais da localização
(Google maps): 8.3 Anexar mapa de boa qualidade que demonstre localização
microrregional/estadual, 8.4 Características do local: 8.5 Ecológicas; 8.6 Culturais; 8.7
Sociais; e 8.8 Econômicas; 8.9 Identificar indicadores que demonstrem sustentabilidade da
experiência; 9. Marcos (Estratégias) do Projeto: 9.1 Oportunidades (externo ao projeto) e
pontos fortes (internos ao projeto); 9.2 Ameaças (externas) e pontos fracos (internas); 9.3
Cultura organizacional predominante (associativismo, empreendedorismo, religiosidade,
movimento social e outros); 9.4 Conhecimentos tradicionais/populares considerados no
projeto
(tecnologias
apropriadas);
9.5
Metodologias
de
trabalho
(descentralização/centralização, racional/emotiva, participação induzida/voluntária, gestão
profissional/voluntariado e outros); 9.6 Principais ações implementadas; 9.7 Resultados
conseguidos durante o projeto; e 9.8 Impactos que ocorreram depois da implementação do
projeto; 10. Arranjo Institucional e Socioprodutivo (institucionalidade e cadeia produtiva
envolvidas) de base local: Encadeamento Vertical: Identifique local (comunidade,
município), microrregional (Unidades de Conservação e Bacias Hidrográficas), estadual,
nacional e internacionalmente os: 10.1 Fornecedores de insumos (quando há relação
produtiva)/provedores de informação (relação política); 10.2 Distribuidores/consumidores
dos produtos (quando há relação produtiva)/informações (relação política); Encadeamento
Horizontal: Identifique as: 10.3 Organizações de apoio ao projeto (instituições que
influenciam, como as do Estado e organizações do terceiro setor); 10.4 Terceirizações que
ocorrem no projeto (empresas). Esquematize o arranjo em torno do projeto, conforme a
matriz abaixo, aproveitando as informações identificadas dos itens 10.1, 10.2, 10.3 e 10.4
11. Propostas e Intenções Futuras do projeto.
REFERÊNCIAS
CAPUTO, Maria Constantina; TEIXEIRA, Carmen Fontes. Universidade e Sociedade. Concepções
e projetos de extensão universitária. Salvador. EDUFBA, 2014
CUNHA, G. C. Economia Solidária e políticas públicas: reflexões a partir do caso do programa da
incubadora de cooperativas da Prefeitura Municipal de Santo André, SP, 2002. Dissertação de
Mestrado em Ciência Política – Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas, Departamento
de Ciência Política da USP, São Paulo, 2002.
DAGNINO, Renato. Tecnologia Social. Ferramenta para construir outra sociedade. Ed. Komedi,
Campinas, SP, 2010.
FRANÇA FILHO, G.; CUNHA, E. V. incubação de redes locais de economia solidária: lições e
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Organizações e Sociedade, v. 16, n. 51, out./dez. 2010.
GUIMARÃES, Gonçalo et alii (2000). Sindicalismo e Cooperativismo – A Economia Solidária
em Debate. São Paulo: Unitrabalho.
JUSTINO, Maria José. Incubadora Tecnológica de Cooperativas Populares: a experiência da UFPR.
Curitiba. UFPR/PROEC, 2002.
SAMPAIO, Carlos Alberto Cioce. Gestão organizacional estratégica para o desenvolvimento
sustentável. Itajaí. Univalli, 2000.
SÃO
JOSÉ
DOS
PINHAIS,
Programa
de
Economia
Solidária.
Disponível
em
<
http://www.sjp.pr.gov.br/secretarias/secretaria-trabalho-emprego-e-economia-solidaria/programade-economia-solidaria/> Acesso 15 de janeiro de 2015.
Revista
Iberoamericana
de
Ciência,
Tecnología,
Sociedad
e
http://www.oei.es/revistactsi/numero6/articulo01.htm Acesso em 02 de julho de 2015
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