biogeografia urbana: da percepção a resposta dos centros

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Anais 5º Simpósio de Gestão Ambiental e Biodiversidade (21 a 23 de junho 2016)
BIOGEOGRAFIA URBANA: DA PERCEPÇÃO A RESPOSTA DOS CENTROS
URBANOS
Jessika Oliveira Pires; Vanderson Guimarães Fiochi; Letícia de Azevedo Teixeira
(Discentes do curso de Geografia da Universidade Federal de Juiz de Fora - UFJF, Rua
José Lourenço Kelmer, S/n - Martelos, Juiz de Fora - MG, 36036-330,
[email protected])
RESUMO
O presente trabalho faz uma relação entre todos os processos que envolvem a biogeografia urbana. Fazendo um levantamento
de estudos que analisam como o urbano interfere nos aspectos biogeográficos, e como estes respondem aos grandes centros
urbanos, levando em consideração clima, vegetação, solo e é claro todas as interações do homem com o espaço urbano.
Veremos na visão de alguns autores o que cada um trata a respeito do tema, e ainda citaremos pesquisas que enunciam essa
temática.
Palavras-chave: Biogeografia urbana; espaço urbano; centros urbanos.
INTRODUÇÃO
A Biogeografia Urbana é um campo que abrange conceitos diversos, o que nos
possibilita pensar, em como ela é de fato um item importante para a compreensão de diversos
fatores relacionados ao meio. De acordo com Rildo Costa (2011), a biogeografia que se
preocupa em documentar e compreender os padrões espaciais da biodiversidade, Camargo &
Troppmair (2002) declaram que a Biogeografia é uma ciência complexa e de caráter
interdisciplinar, que precisa da informação de outras ciências afins. A biogeografia urbana e
uma disciplina com uma serie de fatores relacionados com o crescimento do ecossistema
urbano e a gestão ambiental. O crescimento das metrópoles urbanas nas cidades, acelerou o
consumo por bens e serviços e a necessidade por energia e matérias primas da natureza,
gerando desmatamentos de floresta e bosque tropicais, e contaminação das águas e do ar.
[...] a pesquisa biogeográfica deve preocupar-se sempre com o
enfoque da ‘distribuição espacial’ dos seres vivos associado ao caráter
‘Antropocêntrico’, isto é, o Homem (a Sociedade) não pode ser
excluída do complexo biogeográfico (Camargo & Troppmair 2002).
Segundo Costa & Ferreira (2007) a vegetação vem sendo valorizada não só para fins
paisagísticos, mas também em detrimento das funções ecológicas que desempenham, nos
centros urbanos das grandes cidades. É necessário destacar que toda cobertura vegetal dentro
dos centros urbanos é de grande relevância quando se enfoca a análise da qualidade de vida da
população, em detrimento das funções ecológicas que estas desempenham e seus
melhoramentos para a saúde.
Devido o crescimento das cidades brasileiras, as vegetações estão sendo dizimadas em
função da urbanização, atrelado a esses problemas esta vinculado à verticalização dos centros
urbanos, e também a concentração de atividades comerciais e outras.
De acordo com Rildo Costa (2011), pelo meio da Teoria da Paisagem se tornou
possível uma compreensão dialética entre paisagens complexas, ou seja, o meio físico, os
ecossistemas e o meio antrópico (principalmente a intervenção do homem), comprovando os
estudos geossistêmicos em diferentes graus de evolução.
O conceito, de paisagem, surge com maior evidência na escola
germânica, merece destaque por conceber uma melhor análise do meio
físico, integrando-o com os demais elementos socioambientais. Este
conceito, com uma visão voltada para a geografia, é apresentado por
Passarge (1912), cujas pesquisas são desenvolvidas numa linha de
análise mais global, integrando-as em uma visão holística da
paisagem, em que a fisiologia da paisagem se individualiza como
fundamento organizacional. Ele enfatiza também, em seus trabalhos,
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os elementos individuais que compõem a paisagem, ou seja, o clima, a
água, a terra, as plantas e os fenômenos culturais, procurando entender
como eles se agrupam, originando unidades hierárquicas (Casseti
1991 & Rildo Costa 2011).
Segundo Rildo Costa (2011), nos anos 60 surgi o conceito de paisagem dentro dos
estudos geográfico aliada ao conceito de geossistema amplamente difundido por Bertrand
(1968), consolidando a dinâmica e atendendo aos estudos do espaço e da sociedade.
As diferentes associações e interações entre os componentes definem
ambientes dotados de uma dinâmica própria e que devem ser objeto de
estudos sistemáticos no sentido de cada dia melhor entendê-los, para
que o homem como ser social, possa organizar seu espaço econômico
minimizando o mais possível à degradação ambiental (Ross 1987).
Deve-se atentar também para o grau de fragilidade, principalmente em relação à sua
dinâmica biogeográfica, levando em conta também a pressão sofrida pela expansão da área
urbana nas grandes cidades, e estabelecer uma harmonia entre às necessidades da sociedade e
as da natureza.
MATERIAL E MÉTODOS
O trabalho consiste no entendimento das relações e interferências existentes entre a
biogeografia e o espaço urbano, ou seja, compreender como se dá através das falas de
diversos autores e pesquisas já realizadas, alguns dos processos que estão direta ou
indiretamente relacionados com a temática. Resgatando aspectos históricos da biogeográfica
para que assim possamos chegar a uma analise mais atual do fato.
A metodologia é baseada em levantamentos bibliográficos, em artigos, teses e
dissertações, base de dados online e referências conceituais em livros acerca do tema. A ideia
é que se possa fazer um levantamento bibliográfico que permita um estudo mais regional da
temática. A pesquisa tem um caráter qualitativo, organizada com base no referencial teórico
adotado e com vistas à determinação da natureza das relações entre as variáveis estudadas.
O presente artigo propõe uma pesquisa que pode ser definida, ao mesmo tempo, como
descritiva e explicativa. Por descritiva entende-se a pesquisa cujo objetivo é o estabelecimento
de relações qualitativas; entretanto, quando este tipo de estudo pretende, também, determinar
a natureza dessas relações, há uma aproximação com a pesquisa do tipo explicativa (Gil
2010), que é aquela preocupada com a identificação dos fatores que influem e condicionam a
ocorrência dos fenômenos observados.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Primeiramente definiremos aqui alguns conceitos a respeito de Biogeografia. Assim
como a Geografia “é a ciência que estuda as interações, a organização e os processos
espaciais” (Berry 1969), a Biogeografia tem o mesmo propósito. Autores como Ellhai (1968)
e Mueller (1976), sempre classificaram a Biogeografia como um elemento com grande foco
espacial, o que acaba fazendo com que ela seja diferenciada de disciplinas a fins (Biologia,
por exemplo). Então o objeto de estudo da Biogeografia são os seres vivos que integram o
meio ambiente. Sendo o objetivo, a relação existente entre seres vivos e o meio.
Os estudos sobre a fauna e flora vem sendo desenvolvidos a longo tempo, e estes
mostraram como fauna e flora interferem de maneira significativa no clima. Mas foi somente
a partir das grandes navegações que se pode começar a escrever as observações de espécies
variadas que se via pelo “mundo a fora”. Ao final do século XIX, começaram a surgir
trabalhos com observações mais detalhadas a respeito de espécies, possibilitando assim sua
classificação. O que tornou a partir de então, tudo mais espacial. Diversos autores que
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estudavam a evolução da biogeografia no Brasil se destacaram com estudos específicos de
muitas regiões do país.
Atualmente a Biogeografia mantém várias novas pesquisas sobre fauna e flora.
Existem muitas pesquisas e trabalhos na área biogeográfica, mas como ressalta Vanzolini e
Froelich, há uma necessidade de se estudar mais os ecossistemas terrestres. Um fator muito
importante que se deve levar em consideração ao se falar em Biogeografia Urbana, é a
questão do clima. Sabemos que em cada região do nosso planeta, existe um clima diferente.
De acordo com Troppmair (2004), os fatores em conjunto como a temperatura, precipitação,
umidade, luz e vento, formam o que chamamos de clima. Só para entendermos melhor,
existem no mundo 6 tipos de climas, onde dentro de alguns há uma subdivisão: equatorial,
tropical, subtropical, desértico e semidesértico, temperados e subpolares e polares. Mas,
quando vamos estudar o ecossistema e toda a vegetação, precisamos de dados sobre o clima
mais detalhados, por isso, utiliza-se as referências do macroclima, mesoclima e microclima.
Troppmair (2004) em seu livro descreve para nós macroclima, mesoclima e microclima. “O
macroclima caracteriza o clima regional e suas variações”. “O mesoclima expressa as
condições climáticas influênciadas pelo relevo”. E “o microclima fornece dados climáticos
mais restritos”, que vai variar de acordo com as especificidades de determinada área.
Não se pode estudar o espaço sem se estudar a vegetação e o clima e ainda sem
relacioná-los com o solo, sendo este, um dos principais agentes de inter-relação com o meio.
“O solo é um ambiente natural extremamente complexo resultado da alteração das rochas pela
ação conjunta de um número limitado de fatores de gênese como: material de origem, clima,
organismos vivos, topografia e tempo geológico” (Ranzani 1969).
Passaremos agora para uma análise sobre dos “Sistemas Urbanos” presente em
Troppmair (2004). “Os centros urbanos funcionam como sistemas abertos, isto é, mantém
relações com outros sistemas” (Troppmair 2004). Essas relações são extremamente extensas,
podendo atingir grandes espaços de influência. Ocorrem relações em diversas esferas, como
por exemplo: “abiótica (topografia e clima); biótica (fauna, flora e homem) e noótica
(elementos criados pelo homem) ” (Troppmair 2004). Para fins de esclarecimento, não se é
tratado aqui como ecossistema por que de acordo com Troppmair (2004), “o sistema urbano
representa, pois, as características de: entrada, retroalimentação e saídas de energia e matéria,
porém, o que não se verifica é a autorregularização e o equilíbrio” (Troppmair 2004).
Com o surgimento dos centros urbanos a partir do século XXI, nota-se um grande
crescimento do mesmo em função do avanço de novas tecnologias “a sobrevivência da flora e
da fauna e do próprio homem torna-se cada vez mais difícil” (Troppmair 2004).
Quanto maiores e modernos forem os centros urbanos, maior será sua
uniformização na estrutura funcional (tipos de bairros), na fisionomia
em paisagem urbana (prédios, avenidas, pontes) e nos problemas que
apresentam (transporte de massa, água potável, lixo). Somente cidades
menores, geralmente de dinâmica mais lenta, conservam parte de suas
características históricas ligadas a diferentes funções como os
respectivos elementos e estruturas que caracterizam sua fisionomia,
são cidades portuárias, religiosas, serranas ou turísticas (Troppmair
2004).
Já enunciamos de uma maneira mais ampla, os aspectos climáticos, porém agora
citaremos alguns pontos específicos do “Clima nos Sistemas Urbanos”. O clima urbano
abrange todas as variações causadas pelo processo de urbanização. Sofrendo interferências de
carros, fábrica, poluição, lixo e a retirada da cobertura vegetacional. Podendo suas
temperaturas variar de 2 a 4° C mais elevados do que as áreas situadas ao redor dos grandes
centros urbanos.
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As temperaturas mais elevadas no centro das cidades desempenham as
funções de um centro de baixa pressão que atrai o ar circundante. Este
ar, pelo processo de convecção, alcança grande altitude, atinge o
ponto de orvalho e provoca precipitação. Medições em vários centros
urbanos revelam que o total da precipitação e o número de dias de
chuva é maior no centro do que nas áreas periféricas das cidades. Para
exemplo de que, com o aumento do espaço urbano e a maior
concentração de edifícios, houve especialmente nas três últimas
décadas, mudanças climáticas acentuadas (Troppmair 2004).
Um dos fatores essenciais para a manutenção da vida urbana são as áreas verdes, onde
dentro dessas áreas se estabiliza uma temperatura mais baixa e uma umidade mais alta, além
de ser de extrema eficácia para a redução da poluição do ar. E ainda a manutenção dessas
áreas verdes proporcionam um paisagismo que embeleza a cidade. Então, quanto maior for o
descaso com os aspectos faunísticos e florísticos, mais prejudicial vai ser a vida do homem
dentro dos grandes centros urbanos.
Veremos agora pesquisas relacionadas a duas cidades, uma em Minas Gerais e outra
em Santa Catarina. Onde observamos a relação entre o espaço urbano e os agentes
biogeográficos que já enunciamos aqui.
O surgimento da Biogeografia Urbana corresponde a uma série de
fatores relacionados com a crescente degradação dos ecossistemas
urbanos e a gestão meio-ambiental. Nos últimos anos a temática meioambiental e a governança urbana e meio ambiental dirigida a corrigir e
direcionar propostas de políticas meio-ambientais experimentaram um
enorme interesse por várias razões. O constante e crescente aumento
das metrópoles e das cidades acelerou o consumo mundial de bens e
serviços, a necessidade de energia, o desmatamento dos bosques
tropicais e a contaminação da água, do chão e do ar, estão
ocasionando danos irreversíveis em todos os habitats e no conjunto do
planeta. (Vidal 2009).
Com a intensificação do crescimento urbano-industrial, as áreas florestais vêm
diminuindo constantemente e no seu lugar sendo instadas novas construções urbanas. Para
tentar reduzir/conter esse avanço urbano, o Brasil adotou a política de Unidades de
Conservação (UC) que protege os ecossistemas naturais e de certa forma controla o território
pelo fato de haver limites e dinâmicas de uso e ocupação.
O controle e os critérios de uso aplicados nas UCs são atribuídos em função da
valorização dos recursos naturais existentes nas localidades, ou pela necessidade de
proteger/conservar biomas, ecossistemas e espécies raras ou ameaçadas de extinção (Medeiros
2006)
Essas áreas de conservação deram inicio em 1934 a criação do Código Florestal.
Atualmente o órgão gestor das Unidades de Conservação é o Sistema Nacional de Unidades
de Conservação (SNUC). Segundo Medeiros (2006), as Unidades de Conservação são
divididas em: UCs de Proteção Integral (Estação Ecológica Reserva Biológica, Parque
Nacional, Monumento Natural e Refúgio de Vidas Silvestres); e as UCs de Uso Sustentável
(Área de Proteção Ambiental, Área de Relevante Interesse Ecológico, Floresta Nacional,
Reserva Extrativista, Reserva de Fauna, Reserva de Desenvolvimento Sustentável e Reserva
Particular do Patrimônio Natural).
Em Ituiutaba (MG), há dentro do perímetro urbano o Parque Municipal de Goiabal que
conforme a classificação de Medeiros (2006) é uma UC de Uso Sustentável e se enquadra
como um tipo Parque. Os tipos de solos que podem ser encontrados nesta região são
basicamente 4 tipos sendo eles o Cambissolo (localizados em declives mais acentuados);
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Latossolos vermelho-amarelo (partes mais altas do Parque); Latossolos Vermelho (fundos de
vale) e Argissolos (próximos às lagoas).
Quanto ao clima, existem dois períodos diferente sendo um seco e outro úmido e
chuvoso. Já em relação à vegetação tem o Cerrado strictu sensu que abrange quase todo o
município de Ituiutaba, mas pode-se ver também as veredas e os Cerradões.
Existe hoje, um debate sobre a importância da Biogeografia nas ciências geográficas e
na sociedade. Camargo & Troppmair (2002), dizem que a Biogeografia é complexa e
interdisciplinar, onde a Biogeografia trabalhada pelo geógrafo difere-se da Biogeografia
trabalhada por outros profissionais. Na Geografia:
[...] a pesquisa biogeográfica deve preocupar-se sempre com o
enfoque da ‘distribuição espacial’ dos seres vivos associado ao caráter
‘Antropocêntrico’, isto é, o Homem (a Sociedade) não pode ser.
Excluída do complexo biogeográfico” (Camargo & Troppmair 2002).
A fim de se pesquisar dentro do parque a estruturação vertical vegetacional, foi
adotado a construção da pirâmide de vegetação. A partir de coletas de populações e a
abundancia-dominância das plantas se chegou a uma classificação que foi divida em estrato
arbóreo, estrato arborescente e estrato arbustivo. Com a pesquisa notou-se que os estratos
arbustivos de maior porte estavam sufocando os estratos inferiores que por sua vez estava
interferindo na dinâmica da vegetação. Foi possível presenciar a enorme quantidade de
serrapilheira na qual está contribui para o aumento de fertilidade do solo.
Contudo, no interior do Parque há situações de conflito devido a influência da ação
antrópica. Duas situações que chamam mais a atenção, são a invasão de espécies exóticas
(braquiária, capim-jacarandá, mata-pasto, capim gordura e carrapicho) e a presença de
voçorocas. O problema da invasão de espécies começa nas bordas do Parque e vão se
desenvolvendo para o interior do mesmo eliminando a vegetação nativa e acarretando na
perca da sua biodiversidade. Já as voçorocas se dão devido ao fato da canalização feita pela
Prefeitura lançar o fluxo de água pluvial para dentro do Parque interferindo na dinâmica
biogeográfica com a remoção das sementes e da retirada da serrapilheira.
No artigo “Biogeografia e Cobertura Vegetal Original da Paisagem da Lagoa de
Ibiraquera” (Santa Catarina, Brasil), foi feita uma análise biogeográfica e sistemática de toda
vegetação que estende-se pela lagoa de Ibiraquera, onde se fez uma analise botânica,
geomorfológica, geológica, pedológica, social e histórica para se classificar a fitofisionomias
do local. A presença dos açorianos no local a mais de dois séculos, moldou a paisagem
costeira através de usos mais ou menos intensivos em cada uma das diferentes fitofidionomias
da lagoa. Os processos históricos de ocupação de certos setores da zona costeira de Santa
Catarina geraram a redução da vegetação nativa a pequenos fragmentos espessos (Caruso
1983). No caso da paisagem da lagoa de Ibiraquera, muitos dos atuais fragmentos estão
presentes desde a década de 1950 (Freita & Beltrame 2012), o que aumenta o desafio de
presumir quais fitofisionomias estariam originariamente presentes no lugar das diferentes
classes de uso da terra (e.g: agricultura, urbanização, campo).
Depois da criação de todo um método com a utilização de mapas e sua analises como
a geologia e hipsometria, fui criado um critério de cobertura vegetal original a partir das
classes fitofisionômica e seu tipo de solo e sua altitude em relação ao resto da classificação.
Seus resultados a partir das analises foram que a Paisagem da Lagoa de Ibiraquera está em
uma Planície Quartenária. A partir disso veio classificar a cobertura da terra em 6 classes
vegetais, Vegetação de Restinga Herbácea, Vegetação de Restinga Arbustiva, Vegetação de
Restinga Arbórea, Floresta Ombrófila Densa das Terras Baixas, Floresta Ombrófila Densa
Submontana e Banho. A vegetação de restinga herbácea é uma vegetação de praia com um
porte rasteiro encontra sobre as dunas, tem raízes numerosas, longas e profundas para sua
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fixação e alcançar água dos lençóis freáticos. Sua predominância na Paisagem da Lagoa de
Ibiraquera está ao sul.
A vegetação de restinga arbustiva é uma vegetação de 0,50m de altura, e se encontra
em dunas semifixas, sua ocorrência na Paisagem da Lagoa de Ibiraquera esta na região norte
do lago. A vegetação de restinga arbórea é as arvores de estrato mediano com cerca de 2,0m
de altura com uma forte ação pedogenética, onde dunas se tornam estáveis, sua localização
está em locais acima de 20 metros de altura. Na floresta ombrófila densa das terras baixas se
cria em um solo mais úmido, em que se encontram turfeiras de musgo, um denso tapete de
bromélias e diversa trepadeiras, sua localização está mais na parte central da Paisagem da
Lagoa de Ibiraquera. Já na floresta ombrófila densa submontana são de predominância maior
altitude que as outras vegetações encontradas no lago, sua localização está no morro Elegante.
O Banhado é uma depressão que se encontra em vales ou baixadas próximos à lagoa, com a
extração da floresta ombrófila densa de terras baixas, e a exposição do seu solo hidromórfico,
recebe águas vindas dos riachos, criando uma vegetação higrófitas, num domínio de
Cyperáceas.
CONCLUSÃO
Diante de tudo que foi discutido ao longo desse trabalho e a percepção das diversas
visões apresentadas, há a necessidade de se ter uma consciência voltada para a preservação da
biodiversidade existente principalmente nos grandes centros urbanos. Sendo que
“Biodiversidade é o complexo resultante das variações das espécies e dos ecossistemas
existentes em determinadas regiões” (Wilson 1994). É notório que o rápido crescimento da
população, a poluição, o uso exagerado dos nossos recursos naturais vai acabar levando ao
fim todas as nossas reservas de vidas. Com o possível fim de espécies da fauna e da flora, a
diversidade biológica não fará mais sentido. O que com toda certeza acarretará a perda dos
“ecossistemas de responder às perturbações do meio, pois os sistemas mais diversificados são
mais estáveis do que os menos heterogêneos” (Sousa et. al. 2002). Meios de conservação de
áreas como parques, lagos e lugares centrais que contenham uma grande porção de vegetação,
não devem ser somente propostos por estudiosos do caso, mas deve vim de toda a sociedade,
pois esta é a que mais será atingida pela possível degradação dessas áreas.
REFERÊNCIAS
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região central de Juiz de Fora (MG). Caminhos de Geografia Uberlândia v. 8, n. 22 set/2007 p. 143 – 153.
Costa, R. A. Análise Biogeográfica do Parque Municipal do Goiabal em Ituiutaba – MG. Caderno Prudentino de Geografia,
Presidente Prudente, n.33, v.1, p.68-83, jan./jul.2011.
Matos, R. J. Estudo Biogeográfico: Levantamento da Avifauna existente no campos da faculdade de ciências e tecnologia de
Presidente Prudente (FCT/UNESP). Revista Formação Online, n. 18, volume 2, p. 66-78, jul./dez., 2011.
Pinto, V. P.; Zacarias, R. (Organizadores). Educação Ambiental em Perspectiva. Cap. 3. Reflexões sobre Preservação e
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Troppmair, H. Biogeografia e Meio Ambiente. 6ª edição – Rio Claro: Divisa, 2004.
Viadana, A. G.; Cavalcanti, A. P. B. Estudo Biogeográfico da Anacharis Canadensis na Avaliação da Qualidade Ambiental
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Vidal, J. P. Biogeografia Urbana e a Dialética do “Mundo de Vida”. PAPER 231, Maio de 2009.
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