Nome: Antônio Carlos Oliveira da Silva Nome: Renan de Jesus Melo Física Experimental III Professor Alexandre Suaide Nº USP: 5898450 Nº USP: 5898193 Aula 3 – Diodo e Pilha Na primeira parta de Aula três estudamos o funcionamento do Diodo. Este componente eletrônico permite a passagem de correntes elétricas em apenas um sentido, chamado de sentido direto. Efetuamos medidas de tensão e corrente elétricas no diodo com o objetivo de traçarmos sua curva característica, como esperamos que a resistência do diodo no sentido direto seja muito baixa, usamos o circuito abaixo: Figura 1 - Circuito usado para tomada de dados do Diodo Este circuito é similar ao circuito 2 usado na primeira aula. Na tomada de dados tentamos medir mais pontos nas tensões mais baixas, pois a inclinação é muito maior e a corrente é quase zero, o que poderia dificultar nosso trabalho na hora de estabelecermos a curva característica. Pesquisamos na internet e encontramos no site Wikipedia.org um modelo teórico para a curva característica do Diodo, a expressão é a que segue: 1 Onde é a corrente elétrica, é a corrente de saturação, V é a corrente que atravessa o diodo, q é a carga do elétron (1,6 10 ), k é a constante de Boltzmann 1,38 10 , T é a temperatura em Kelvin da junção PN. Linearizando a equação acima e considerando , temos: ! Usamos um programa para ajuste para determinarmos os valores de n e , obtivemos o seguinte gráfico: Figura 2 - Curva Característica do Diodo Criamos também um gráfico da resistência pela corrente elétrica do Diodo, é muito interessante observar no gráfico como a resistência do diodo é grande quando a corrente está a até cerca de 0,02 A, acima deste valor a resistência elétrica passa a ser praticamente zero. O ajuste nos forneceu valores de n e , para n obtivemos o valor de 2,133±0,015 e de obtivemos o valor de 0,0448±0,0044. Sabemos que a corrente de saturação depende da temperatura na junção PN, como a corrente era muito baixa, admitimos que a junção não aquecesse muito durante o processo e adotamos a temperatura ambiente de 27°C. Figura 3 - Gráfico da Resistência do Diodo O intervalo de alta resistência do diodo quando este está na polarização direta é tão pequena que conseguimos poucos pontos, ao passo que valores de corrente acima de 0,02 A conseguimos tantos pontos que no gráfico temos quase uma reta perfeita de pontos mostrando que o valor da resistência elétrica do diodo tende a zero. Tentamos criar um gráfico para usando a tensão reversa, porém a resistência do diodo nesta polarização se mostrou grande, gerando uma corrente tão pequena (ou talvez nula) que não conseguimos obter um gráfico. A segunda tarefa da nossa terceira aula foi estudar a curva característica de uma pilha e criar um modelo teórico para explicar o seu funcionamento. Observamos que a tensão numa pilha é sempre 1,5V independentemente do seu tempo de uso. Então, o que ocorre quando uma pilha fica gasta? Montamos um circuito no qual a pilha fazia o papel de gerador. Para podermos variar a corrente, o circuito foi composto de um resistor variável e de uma resistência de proteção para que a pilha não entrasse em curto. A resistência variável era um cilindro em cujo eixo havia um fio enrolado e um carrinho. Deslizando o carrinho podíamos variar o comprimento do fio e conseqüentemente a resistência “resultante”. Os dados foram coletados com o DataStudio. Aqui cabem duas ressalvas: a primeira é que a resistência de proteção precisou ser muito elevada ( 100(5) Ω ) uma vez que o aparelho do DataStudio é muito sensível.A segunda é que para a tomada dos dados a variação da resistência foi efetuada rapidamente, para evitar erros de leitura (ruído) pelo DataStudio. Abaixo temos a curva característica da pilha: Figura 4 - Curva Característica da Pilha Note que muitos pontos estão praticamente sobre a mesma abscissa e isso ocorreu pela periodicidade na coleta dos dados efetuadas pela aparelhagem do DataStudio. O ajuste aplicado é uma função linear: " #$ Em que V é a tensão, i é a corrente; o termo linear é chamado Força Eletromotriz da pilha e o coeficiente linear poderia ser qualquer letra, entretanto pela análise dimensional verificamos que ele é uma resistência e, portanto, adotamos r. Os valores do ajuste linear são ε = 1460(4) mV e r = 5,90(47) Ω. Quando não há um circuito ligado à pilha espera-se uma tensão em seus terminais de 1,5V, indicado pelo fabricante já que a corrente, nesse caso, é nula. Se adotarmos a incerteza do fabricante como metade da menor divisão indicada na pilha, isto é 0,05V, temos um valor compatível com o ε obtido pelo ajuste. Isso é um procedimento completamente grosseiro. Mas uma vez que não haja documentação disponível da pilha na qual a incerteza em sua tensão seja especificada, é de se esperar que o a leitura que gerou 1,5V não pudesse gerar 1,51V e, assim, a incerteza seria metade da menor divisão. Já “r” é um resistência e é fácil ver por uma análise dimensional. Mas o que ela representa? Já que no modelo não precisamos especificar uma corrente externa total e “r” também não é compatível com isso já que só o resistor de proteção tinha 100(5)Ω, concluímos que “r” está associado à pilha. “r” indicaria, portanto, uma resistência interna dependente do modo como a pilha foi construída: seus constituintes e o arranjo utilizado. A seguir temos o gráfico da potência fornecida pela pilha em função da corrente: Figura 5 - Gráfico da Potência pela Corrente da Pilha Veja que esse gráfico é no mínimo esquisito. Uma vez que nosso modelo prediz para a pilha que a tensão é linear com a corrente, esperaríamos que o gráfico da potência (P) fosse do segundo grau, pois: % $ " #$$ "$ #$ Entretanto o gráfico é claramente linear. Então, fizemos o ajuste por três funções diferentes, uma linear, uma parabólica e uma afim. Os resultados estão esquematizados na tabela abaixo: Tabela 1 – Coeficiente dos ajustes utilizados Termo Quadrado (mW/mA²) Incerteza (mW/mA²) Termo Linear (V) Incerteza (V) 1,45 0,59 0,019 2,8 ax+b 1,34 0,06 0,54 0,55 ax 1,4 0,02 ax²+bx+c -5,00E-03 2,90E-02 Independente (mW) Incerteza (mW) Na tabela vemos termos cujas incertezas são maiores que eles próprios: portanto o termo é indeterminado ou o ajuste é inadequado. Assim, por exemplo, o coeficiente quadrático ou o independente podem ser desprezados. A melhor função é a afim (y=ax) e seu termo linear é compatível com o ε encontrado anteriormente. Isso também acontece com os termos correspondentes a ε nos outros ajustes como era de se esperar. Portanto, a resistência interna “r” é pequena e o termo quadrático na expressão da potência tem pouco efeito para os valores de corrente medidos e utilizados ao longo da discussão. Ainda pela expressão (2.0) deveria haver um máximo valor de potência para dada corrente,porém não pudemos observá-lo. Seria interessante refazer a experiência para determiná-lo, mudando o arranjo para isso (talvez) de modo a não utilizar o DataStudio para isso. A tensão fornecida pela pilha é constante. Tudo indica que ela está ligada à reação química que ocorre para gerar a corrente elétrica e isso explicaria a constância da tensão mesmo quando a pilha fica velha. Pesquisando um pouco, encontramos uma possível explicação. A corrente fornecida é associada a reações de oxido-redução na pilha. O número de elétrons fornecido na reação depende dos elementos envolvidos e da concentração molar dos mesmos. Os efeitos da concentração na tensão são dados pela Equação de Nerst: " "& -%#./01.23 ' log , 6 -'45123 ( (.#84 9$8:$;$<4/4 Nela, R é a constante dos gases, T é a temperatura, n é o número de elétrons transferidos na reação e F é uma constante de conversão entre as unidades Farad e Coulomb. Então, as pilhas são construídas de modo que os elementos envolvidos e o balanceamento da equação conservem a razão das concentrações no log no valor unitário (chamadas Condições Padrão): assim a ddp é constante. Além disso, a equação informa uma dependência na Temperatura o que envolveria toda uma engenharia na construção da pilha para mantê-la constante em condições diferentes da Padrão. “ε0” depende (em primeira aproximação) apenas dos elementos envolvidos podendo ter o mesmo valor para reagentes diferentes. Isso é um dos motivos para umas pilhas utilizarem materiais mais tóxicos e mais baratos, ainda sim fornecendo a mesma tensão que as “legalizadas”. Quando a pilha pára de funcionar é porque os reagentes já foram desgastados. Entretanto, esse desgaste se faz de modo “uniforme” mantendo o log igual a zero e, conseqüentemente, a tensão constante.