Bete Coelho por Lenise Pinheiro Em 1973 Elton

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Bete Coelho por Lenise Pinheiro
Em 1973 Elton John lança seu sétimo álbum gravado em estúdio o "Goodbye
Yellow Brick Road". Pelos mesmos tijolos amarelos entra em cena a pequena
Bete Coelho, no papel de Dorothy em "O Mágico de Oz".
O teatro do Palácio das Artes em Belo Horizonte foi o primeiro de muitos palcos.
A estrela brilha desde que prendia barbantes para alongar os cabelos e passava
os batons da mãe. Convencia a irmã mais velha a acompanhá-la em programas
infantis na TV Alteroza onde participavam de um juri infantil, foi assim que seus
trabalhos tomaram vulto.
No início dos anos 80, pelas mãos da diretora Carmem Paternostro, nos
espetáculos "Noturno para Pagú", "Lulu, a caixa de pandora" e "O que é isso
companheiro" Bete passa a excursionar pelo país com o Grupo Pagu Teatro
Dança. Depois das turnês sempre com muito sucesso, fixa residência em São
Paulo.
Antunes Filho foi o diretor que a convidou para trabalhos importantes com o
Grupo Macunaíma, O aprendizado não para e os trabalhos se sucedem.
A atriz protagoniza a Companhia de Ópera Seca dirigida por Gerald Thomas e
no dizer de seu personagem mais célebre em "Um Processo":
- Está estabelecido o conflito!
A atenção da imprensa se volta para ela, grandes reportagens sobre a trajetória
da intrépida mineira agora aclamada a musa dos concretos.
Seus trajes negros, a pele branca e o corpo versátil flanavam com a leveza da
"diva rock and roll".
Campanhas publicitárias e a televisão flertam com a atriz. Ela assume
personagens em folhetins e protagoniza comerciais, trilha outras estradas agora
com tijolos de todas as cores.
No final dos anos 90, personifica a vida de Cacilda Becker escrita por Zé Celso
Martinez Corrêa. As apresentações sempre lotadas e carregadas de entusiasmo,
entrega e magia, trouxeram louros e condecorações em todas as esferas.
A tríade dos grandes diretores brasileiros deu lugar a experimentos vívidos em
direção de shows, grupos e eventuais leituras de peças de teatro. Segue parceira
de Daniela Thomas com quem divide a direção de trabalhos e muitas afinidades
cênicas.
Posso afirmar que Bete Coelho se apaixona por seus inúmeros parceiros de
cena. Paulo Autran, Jô Soares, Iara Jamra, Gabriel Vilella, Ricardo Bittencourt,
Domingos Varella, Marco Antônio Pâmio, Contardo Caligaris,Magaly Biff e
Roney Facchini, são preciosidades no dizer da artista:
- pessoinhas que gosto de ter por perto.
Desenvolve a parceria com o dramaturgo Otavio Frias Filho, iniciada há mais de
vinte anos com o espetáculo "Rancor". Em cena na Sala Dina Sfat no Teatro
Ruth Escobar, na pele no personagem Leon, Bete impregnou a atmosfera cênica
de intelectualidade, ao lado dos colegas Renato Borghi e Sérgio Mamberti.
Seu mais recente trabalho, "O Terceiro Sinal", considerado uma ode aos palcos.
Volta a cena no Itaú Cultural, no projeto Terça tem Teatro.
Que toque o terceiro sinal!
Lenise Pinheiro
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