61o. Congresso Nacional de Enfermagem

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Trabalho 1418 - 1/4
HPV: CONHECIMENTO E PRÁTICA ENTRE UNIVERSITÁRIOS DA
ÁREA DA SAÚDE
DAL’COMUNE, Amanda1
MADUREIRA, Alexandra Bittencourt2
Os papilomavírus humanos (HPV) são vírus que podem induzir lesões de pele ou
mucosa que exibem um crescimento limitado e que geralmente regridem
espontaneamente. Atualmente existem mais de 200 subtipos de HPV, entretanto
estão relacionados a tumores malignos apenas subtipos de alto risco.
Normalmente as infecções clínicas que afetam a região genital são as verrugas
genitais ou condilomas acuminados. Entretanto as lesões sub-clínicas não
apresentam sintomas, podendo progredir para o câncer do colo do útero caso não
sejam tratadas precocemente (BRASIL, 2007a). O HPV vem se destacando como
uma das doenças sexualmente transmissíveis mais comuns no mundo, sendo que
de cada cinco mulheres uma é portadora do vírus. O Ministério da Saúde tem
registrado 137 mil novos casos por ano (BRASIL, 2007b). Diversos fatores
parecem estar relacionados à infecção pelo vírus HPV, principalmente aqueles
que se referem ao comportamento sexual, incluindo idade da primeira relação
sexual, estado marital e número de parceiros ao longo da vida, e ainda aspectos
relacionados à situação socioeconômica (NONNENMACHER et al, 2002). No
mundo, o câncer de colo de útero é o segundo mais freqüente entre as mulheres.
Anualmente surgem aproximadamente 500 mil casos novos, sendo responsáveis
por cerca de 230 mil óbitos. A incidência torna-se evidente na faixa etária de 20 a
29 anos, aumentando o risco, rapidamente, na faixa etária dos 45 a 49 anos. Em
países menos desenvolvidos sua incidência é cerca de duas vezes maior, se
comparada à dos mais desenvolvidos. No Brasil o número de casos esperados
para 2008 é de 18.680, com um risco estimado de 19 casos a cada 100 mil
mulheres (BRASIL, 2007c). A incidência de HPV, assim como a de outras DST, é
mais elevada nos primeiros anos de atividade sexual, em jovens entre 18 e 28
anos de idade. Há um declínio visível de sua prevalência com a idade,
possivelmente devido a aspectos epidemiológicos como provável redução de
novos parceiros, transitoriedade da lesão, e desenvolvimento de imunidade a
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Enfermeira, Graduada pela Universidade Estadual do Centro-Oeste, UNICENTRO - [email protected]
Enfermeira, Mestre, Docente do Departamento de Enfermagem da Universidade Estadual do Centro-Oeste/UNICENTRO,
Membro do Grupo de Pesquisa CuideVita. [email protected], (42) 36298134.
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alguns tipos de vírus (PEREYRA; PARELLADA, 2005). Tendo em vista esses
dados, nota-se que o HPV é um dos grandes problemas da sociedade atual,
devido a sua alta prevalência e sua íntima correlação com os processos malignos
e lesões precursoras em cérvice uterina. Havendo assim grande necessidade de
serem estabelecidas ações preventivas que visem informar a população e assim
diminuir os fatores de risco e conseqüentemente a possibilidade de adquirir a
doença. Este trabalho objetiva identificar o conhecimento da população
universitária, a respeito do HPV e respectivas conseqüências, correlacionando o
conhecimento com a prática, com a escolaridade e com a carreira profissional.
Trata-se de um estudo quantitativo. A amostra foi selecionada aleatoriamente e
composta por 129 acadêmicos do Setor de Ciências da Saúde da UNICENTRO,
no campus de Guarapuava – PR, no período letivo de aulas do ano 2008. Foi
utilizado um questionário semi-estruturado. Os dados foram tabulados em
programa de planilha de textos, tipo Excel, e analisados utilizando-se o programa
EPIINFO. A coleta de dados foi realizada somente após a assinatura do Termo de
Consentimento Livre e Esclarecido. Os resultados obtidos na coleta de dados
demonstra que o conhecimento da população universitária a respeito do HPV é
limitado em alguns pontos, pois entre os entrevistados 17,1% nunca ouviram falar
do vírus; dos que ouviram falar, 40,3% citaram como fonte os meios de
comunicação. A defasagem no conhecimento ficou demonstrada através do
questionamento sobre o significado da sigla HPV, pois 43,3% dos entrevistados
marcaram alternativas incorretas, e sobre sua forma de transmissão 58,1% da
amostra a associou de maneira incorreta, considerando como forma de contágio o
contato sexual e o sangue. No que se refere à relação do HPV com a neoplasia
de câncer cervical verifica-se que os resultados obtidos são preocupantes, pois
62% dos universitários desconhecem tal relação o que pode torná-los mais
suscetíveis ao desenvolvimento da doença e também gerar um déficit no repasse
de informações fundamentais para o público alvo de suas ações futuras. Várias
medidas foram citadas para a prevenção do HPV, sendo as mais freqüentes o uso
de preservativos (73,2%), exame preventivo (20,2%) e precaução ao contato com
sangue (11%), sendo essa última inadequada para prevenção do vírus, porém
está relacionada ao desconhecimento da real forma de transmissão do vírus. Da
amostra total, 69% afirmaram que utilizam algum tipo de método preventivo para
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DSTs, sendo o método mais utilizado o preservativo (95,5%). As respostas foram
praticamente unânimes em afirmar que o exame preventivo é importante. Essa
percepção é essencial, pois demonstra o nível de informação dos universitários a
respeito dos cuidados necessários para a prevenção e detecção precoce de
doenças. Dos respondentes 90,7% afirmaram que o correto é realizar o exame
anualmente. Contudo verificou-se que apenas 56,2% das entrevistadas têm o
hábito de realizar o exame. Com tais resultados demonstra-se que atualmente a
infecção pelo HPV é pouco divulgada se comparada a outras DSTs, como o
exemplo do AIDS/HIV. Isso se torna motivo de preocupação, pois o HPV além de
ser a DST mais freqüente na população também está intimamente relacionado ao
câncer de colo de útero, uma doença potencialmente fatal que atinge grande
parcela da população feminina. Sendo assim, fica explícita a necessidade de
esforços que gerem maior divulgação da doença, sobretudo sobre as formas de
preveni-la, tanto por parte da população em geral, e principalmente pelos
profissionais (ou futuros profissionais) de saúde, para que desta maneira possase diminuir a cadeia de transmissão do HPV.
Bibliografia
BRASIL. Instituto Nacional de Câncer. HPV - Perguntas e respostas mais
freqüentes. 2007a. Disponível em: http://www.inca.gov.br/conteudo_view.asp?
id=327 Acesso em: 26 Nov 2007.
BRASIL. Ministério da Saúde. Especialistas alertam sobre o HPV. 2007b.
Disponível em: http://portal.saude.gov.br/saude/visualizar_texto.cfm?idtxt=22444
Acesso em: 20 Set 2007.
BRASIL. Instituto Nacional de Câncer. Estimativa/2008 Incidência de Câncer no
Brasil. 2007c. Disponível em:
http://www.inca.gov.br/estimativa/2008/versaofinal.pdf Acesso em: 08 Out 2008.
NONNENMACHER, B. et al . Identificação do papilomavírus humano por biologia
molecular em mulheres assintomáticas. Rev. Saúde Pública., São Paulo, v.36,
n.1, 2002.
PEREYRA, G.A.E. ; PARELLADA, C.I. HPV nas Mulheres. In: ROSENBLATT, C.
et al. HPV na Prática Clínica. 1.ed. São Paulo: Atheneu, 2005.
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Trabalho 1418 - 4/4
Descritores: Estudantes de Ciências da Saúde; Prevenção de Doenças; HPV;
DST.
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