1074 PERFIL EPIDEMIOLÓGICO DA TUBERCULOSE EM IPATINGA – MG, NO PERÍODO DE 2008 A 2011 EPIDEMIOLOGICAL PROFILE OF TUBERCULOSIS IN IPATINGA - MG, IN THE PERIOD 2008 TO 2011 Isabela Martins Ferreira Marques Canedo Enfermeira. Graduada pelo Centro Universitário do Leste de Minas Gerais - Unileste. [email protected] Virgínia Maria da Silva Gonçalves Enfermeira e Mestre em Meio Ambiente e Sustentabilidade pelo Centro Universitário de Caratinga, MG; Docente do Curso de Enfermagem do Centro Universitário do Leste de Minas Gerais, Unileste. [email protected] RESUMO A tuberculose é um grave problema de saúde pública no mundo. Ações e programas foram implantados visando garantir seu controle e eliminação. O objetivo do estudo foi descrever o perfil epidemiológico da tuberculose no município de Ipatinga-MG, Brasil, de 2008 a 2011. É um estudo epidemiológico ecológico, com enfoque quantitativo do tipo descritivo de série histórica. Os dados foram obtidos no Sistema de Informação de Agravos de Notificação, sobre casos notificados de tuberculose de um grupo de pessoas residentes na cidade de Ipatinga. Foram analisadas as características clínicas, sociodemográficas, socioeconômicas e as ações de controle. Foi encontrada uma taxa de incidência e de mortalidade que indicou tendência de queda constante, com oscilações não significativas em sua evolução. Destaca-se que em 2010 e 2011, a cidade de Ipatinga ultrapassou a meta prevista pela Organização Mundial da Saúde (OMS) até 2015, o que representa um avanço importante no controle da doença. O perfil epidemiológico é predominantemente do tipo pulmonar, adultos do sexo masculino, baixa escolaridade, ocupação não informada e a cura o principal desfecho do tratamento. Os resultados do tratamento, cura e abandono precisam melhorar para atingir as recomendações de qualidade da OMS. O desafio continua em Ipatinga, eliminar a tuberculose como problema de saúde pública (um caso por milhão de habitantes), conforme meta da OMS até 2050. PALAVRAS-CHAVE: Perfil de saúde. Tuberculose. Incidência. Coeficiente de Mortalidade. ABSTRACT The tuberculosis as a serious public health problem worldwide. Actions and programs had been implanted in order to ensure the control and elimination. The objective the study was to describe the epidemiological features of tuberculosis in the city of Ipatinga, Minas Gerais state, Brazil, from 2008 to 2011. This is a descriptive and ecological epidemiologic study of historical series. Were data obtained from the Information System for Notifiable Diseases, notified cases of tuberculosis about a group of person’s residents in the city of Ipatinga. Were analyzing their clinical, sociodemographic, socioeconomic, clinical and controls actions characteristics. The incidence rate and mortality indicate a declining trend constant, with not significant oscillations in his evolution. It is highlighted that in 2010 and 2011, the city of Ipatinga exceed the goal set by World Health Organization (WHO) until 2015, this represents a important advance to control the disease. The epidemiological profile is predominantly type pulmonary, adult males, low education, occupation not informed and cure the main treatment outcome. The results of treatment, cure and abandoned must improve to reach the minimum quality of the WHO. The challenge continues in Ipatinga, eliminate to tuberculosis as a public health problem (one case per million inhabitants), WHO until goal 2050. Revista Enfermagem Integrada – Ipatinga: Unileste, V.6 - N.1 - Jul./Ago. 2013. 1075 KEY WORDS: Health Profile. Tuberculosis. Incidence. Mortality Rate. INTRODUÇÃO A tuberculose (TB) é uma doença antiga e grave, diagnosticada e tratada desde 1950. É transmissível, principalmente pelo Mycobacterium tuberculosis ou Bacilo de Koch (BK) (FIQUEIREDO; CALIARI, 2006; GALESI; SANTOS, 2004). Essa doença ocorre principalmente em áreas urbanas com concentração de grande número de pessoas. Geralmente está associada às más condições de moradia e de alimentação, à falta de saneamento básico, de serviços de saúde, ao abuso de álcool, tabaco e outras drogas e ao baixo nível socioeconômico. No contexto clínico é considerada uma das doenças de maior prevalência no mundo e que pode acometer todos os órgãos e sistemas do organismo humano (LEITE, 2004; OBLITAS et al., 2010; SOUZA et al., 2009). Nos dias atuais a TB continua sendo um agravo em Saúde Pública, de grande importância e vulnerabilidade, principalmente em países em desenvolvimento como o Brasil, sendo ainda necessárias estratégias especiais para o seu controle (BRASIL, 2001c; 2011a). Os recursos tecnológicos existentes permitem diagnóstico precoce e fármacos para tratamento e controle da TB. Porém, a perspectiva de obter sua eliminação como problema de saúde pública ainda não existe, a não ser que novas vacinas ou medicamentos sejam desenvolvidos. Alem disso, a associação da TB com a infecção pelo Vírus da Imunodeficiência Humana/Síndrome da Imunodeficiência Adquirida (HIV/AIDS) e a propagação de cepas resistentes, são desafios a nível mundial (BRASIL, 2011b, 2011c). A transmissão da TB é de pessoa a pessoa, principalmente pelo ar. O paciente com a doença ativa nas vias respiratórias expele ao falar, espirrar ou tossir gotas de saliva com as bactérias que podem ser inaladas por outras pessoas. Além dos idosos, pessoas com HIV/AIDS, diabetes, insuficiência renal crônica, desnutrição, alcoolismo, usuárias de drogas e fumantes são mais vulneráveis quanto ao risco de contrair TB (BRASIL, 2011c; MINAS GERAIS, 2006). O Programa Nacional de Controle da TB (PNCT), criado em 1975, tem implementado a estratégia de Tratamento Diretamente Observado de Curta Duração (DOTS), que objetiva reduzir a transmissão do bacilo da TB na população, por meio de ações de diagnóstico precoce e tratamento adequado dos casos, aumentando a probabilidade de cura, em conformidade com as recomendações da Organização Mundial de Saúde (OMS) (BRASIL, 2009; BRASIL, 2011b; SIQUEIRA et al., 2010). A população mundial gira em torno de 7 bilhões de habitantes (UNPFA, 2011). Destes, a OMS estima que um terço seja infectado pelo bacilo da TB. As estimativas demonstram que em 2010 ocorreram 8,8 milhões de novos casos e 1,45 milhões de óbitos pela doença. Mais de 500 mil casos da TB são multirresistentes e 700 mil são coinfectados com o HIV/AIDS (BRASIL, 2009, 2011b, 2012b; COELHO et al., 2010; SIQUEIRA et al., 2010). O Brasil está entre os 22 países que concentram 82% dos casos de TB no mundo. A TB foi responsável por 4,8 mil óbitos, 71 mil novos casos, é a terceira causa de mortes por doenças infecciosas e a primeira de óbitos de pacientes que viviam com HIV/AIDS (BRASIL, 2011b, 2011c, 2011d, 2012b). Revista Enfermagem Integrada – Ipatinga: Unileste, V.6 - N.1 - Jul./Ago. 2013. 1076 Em 2001, a taxa de incidência no Brasil, foi de 42,8 casos por 100 mil habitantes e reduziu para 36,0 em 2011, uma queda de 15,9 pontos percentuais na última década. A taxa de mortalidade, em 2001, foi de 3,1 óbitos por 100 mil habitantes e foi reduzida para 2,4 em 2011 uma queda de 22,6% nos últimos 11 anos (BRASIL, 2012a). O Plano Global para o Combate à TB 2011-2015 (“STOP TB”), proposto pela OMS, estratégia que pode ser entendida como um conjunto de boas práticas para o controle da TB, objetiva reduzir pela metade a carga da doença até 2015, tanto a taxa de incidência quanto a taxa de mortalidade (em comparação com os valores de 1990) como também eliminar a TB como problema de saúde pública até 2050 (BRASIL, 2012a, 2012b). Desta forma, o papel dos profissionais de saúde, entre eles o enfermeiro na condução do tratamento da TB é decisivo para a sua prevenção, controle e eliminação, de acordo com a meta da OMS. Estes profissionais têm a missão de guiar, de forma decisiva, a execução das ações para a abordagem integral dos pacientes com TB nas dimensões educativa, social, técnica e política, garantindo a adesão dos mesmos e um tratamento bem-sucedido (BRASIL, 2011b; OBLITAS et al., 2010; QUEIROZ; NOGUEIRA, 2010). Do ponto de vista social, esta pesquisa se justifica por ser a TB um dos principais agravos à saúde pública a ser enfrentado por todos os países do mundo e pela crescente atuação da sociedade civil no controle da TB. Frente à problemática, este estudo teve como objetivo descrever o perfil epidemiológico da TB no município de Ipatinga - MG, de 2008 a 2011. METODOLOGIA Trata-se de um estudo epidemiológico, do tipo ecológico, documental, com enfoque quantitativo do tipo descritivo de uma série histórica realizado em Ipatinga, no período de 2008 a 2011. Menezes (2001) esclarece que o estudo epidemiológico do tipo ecológico tem como vantagem baixo custo e rápida execução por utilizar de dados disponíveis em sistemas de informação nacionais como: SIM, SINASC, SINAN, IBGE. A cidade de Ipatinga localiza-se no leste do estado de Minas Gerais, Região Metropolitana do Vale do Aço, que inclui outros três municípios, Coronel Fabriciano, Timóteo e Santana do Paraíso. O município apresenta uma população praticamente urbana de 239.177 habitantes de acordo com o Censo de 2010 (IBGE, 2011). A economia é basicamente industrial, respondendo por 72,5% do Produto Interno Bruto (BATISTA; MELO, 2011; IBGE, 2010). O serviço de saúde da rede pública é composto 18 unidades de saúde, 36 equipes do Programa Saúde da Família, 01 Policlínica Municipal, 01 Clinica Psicossocial, 01 Laboratório público para análises clinicas, 01 Hospital Municipal com 10 leitos na Unidade de Cuidados Intensivos, 01 Centro de Referência em Saúde do Trabalhador, 03 bases do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência, 26 equipes de Saúde Bucal inseridas nas equipes e unidades de Programa Saúde da Família, 03 Centros de Especialidades Odontológicas, 01 Laboratório Fitoterápico (Farmácia Verde) e 01 Centro de Controle de Doenças Infecto-parasitárias (CCDIP) (IPATINGA, 2008, 2012). Revista Enfermagem Integrada – Ipatinga: Unileste, V.6 - N.1 - Jul./Ago. 2013. 1077 O CCDIP engloba os programas municipais de TB, Hanseníase, DST/AIDS, e funciona no período da tarde na Unidade Integrada de Saúde do bairro Cidade Nobre (UISA). Em relação a TB, até o mês de setembro de 2012 o CCDIP atendeu 39 registros de casos novos diagnosticados e 30 casos em situação de acompanhamento (casos em tratamento, independente da data de diagnóstico) (SINAN, 2012). Foram incluídos neste estudo todas as notificações de TB do grupo de pessoas residentes em Ipatinga, notificados e incluídos no Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN), referente ao período de 2008 a 2011. Define-se como caso de TB a notificação com diagnóstico bacteriológico confirmado baciloscopia ou cultura positiva – e aqueles em que o médico, com diagnostico baseado em dados clínico-epidemiológicos e em resultados de exames complementares, firma o diagnóstico de TB. Como caso novo ou virgens de tratamento, considera-se os casos que nunca se submeteram à quimioterapia antiTB ou que o fizeram por até de 30 dias (BRASIL, 2011c). A UISA foi escolhida porque tem implantado o CCDIP. Para a realização deste estudo solicitou-se a Diretora do Departamento de Atenção à Saúde da Prefeitura Municipal de Ipatinga autorização para obtenção dos dados necessários para análise. Após a aceitação foi agendado com a Gerente da UISA, por telefone, um encontro em seu local de trabalho, quando ficou combinado que a Gerente faria a busca das informações no Banco de dados do SINAN e os entregaria à pesquisadora em disco compactado. A obtenção das informações foi realizada pela gerente da UISA no dia 16 de agosto de 2012 e incluiu as seguintes variáveis: clínicas (tipo de entrada, forma clínica e comorbidades), sociodemográficas (idade e sexo), socioeconômicas (escolaridade e ocupação), características das ações de controle (tipo de tratamento, contato e desfecho do tratamento). As informações foram organizadas no programa EXCEL® e armazenadas no arquivo denominado “dados epidemiológicos Ipatinga. xls”. A análise dos dados foi realizada através de estatística descritiva simples e os dados apresentados em forma de gráficos e tabelas. Este estudo respeita a confidencialidade e o anonimato das informações provenientes de notificação e registro do SINAN. RESULTADOS E DISCUSSÃO Entre os casos notificados no SINAN predominou o sexo masculino para todos os anos, respectivamente com 76,5%, 64,6%, 53,6% e 72,6%, Pode-se observar uma maior concentração de adultos, abrangendo a faixa etária de 25 a 44 anos de idade. Verificou-se que as características sociodemográficas da TB em Ipatinga são predominantemente do sexo masculino e adultos de 25 a 44 anos. A TAB. 1 apresenta as características sociodemográficas da TB notificadas no SINAN em Ipatinga referente, aos anos de 2008 a 2011. Revista Enfermagem Integrada – Ipatinga: Unileste, V.6 - N.1 - Jul./Ago. 2013. 1078 TABELA 1 - Características sociodemográficas da TB, Ipatinga, MG, 2008 a 2011. 2008 2009 2010 Variáveis N % N % N % Sexo Masculino 75 76,5% 53 64,6% 37 53,6% Feminino 23 23,5% 29 35,4% 32 46,4% Total 98 100% 82 100% 69 100% Idade < que 1 ano / 14 anos 15 a 24 anos 25 a 44 anos 45 a 64 anos 65 e+ Total FONTE: SINAN (2012) 3 11 46 30 8 98 3,1% 11,2% 46,9% 30,6% 8,2% 100% 2 12 43 18 7 82 2,4% 14,6% 52,4% 22,0% 8,5% 100% 1 6 34 21 7 69 1,4% 8,7% 49,3% 30,4% 10,1% 100% 2011 N % 45 17 62 72,6% 27,4% 100% 1 4 28 24 5 62 1,6% 6,5% 45,2% 38,7% 8,1% 100% As características sociodemográficas da TB neste estudo é semelhante aos estudos de Coelho et al. (2010) que encontraram predominância do sexo masculino (64%) e faixa etária de 20 e 49 anos de idade (58,8%). No Brasil, os homens adoecem, de forma geral, duas vezes mais do que as mulheres (BRASIL, 2009). A TAB. 2 apresenta as características socioeconômicas de TB notificadas no SINAN em Ipatinga, referente aos anos de 2008 a 2011. Com relação a escolaridade, considerando os dados informados, destaca-se maior frequência do Ensino Fundamental em todos os anos, sendo que em 2011 ocorreu uma queda significativa. Na variável ocupação encontraram-se altas ocorrências, em todos os anos, de ocupação não informada. Isto significa que, a informação sobre esta variável não estava disponível (branco) no Banco de dados do SINAN (BRASIL, 2011b; COELHO et al., 2010). TABELA 2 - As características socioeconômicas de TB, Ipatinga, MG, 2008 a 2011. 2008 2009 2010 Variáveis N % N % N % Escolaridade Analfabeto 2 2,0% 4 4,9% 7 10,1% Ensino fundamental 37 37,8% 29 35,4% 25 36,2% Ensino médio 11 11,2% 14 17,1% 11 15,9% Educação superior 7 7,1% 5 6,1% 5 7,2% Não informado 41 41,8% 30 36,6% 21 30,4% Total 98 100% 82 100% 69 100% Ocupação Trabalho remunerado 14 14,3% Abaixo de 18 anos 3 3,1% Ocupação não informada 81 82,7% Total 98 100% FONTE: SINAN (2012) - EF (*): Ensino fundamental. 28 3 51 82 34,1% 3,7% 62,2% 100% 31 4 35 70 44,3% 5,7% 50,0% 100% 2011 N % 4 17 12 4 25 62 6,5% 27,4% 19,4% 6,5% 40,3% 100% 25 2 35 62 40,3% 3,2% 56,5% 100% Revista Enfermagem Integrada – Ipatinga: Unileste, V.6 - N.1 - Jul./Ago. 2013. 1079 As características socioeconômicas apresentam predominância de baixa escolaridade e de ocupação não informada. A TAB. 3 apresenta as taxas de incidência e mortalidade por TB notificadas no SINAN em Ipatinga, referente aos anos de 2008 a 2011. TABELA 3 - Taxa de incidência e mortalidade por TB notificadas no SINAN, Ipatinga, 2008 a 2011. Variáveis 2008 2009 2010 2011 58 Nº de casos novos de TB (*) 80 74 54 0,0 Nº de óbitos por TB (*) 5,0 0,0 3,0 239.468 241.539 População de Ipatinga (**) 241.720 244.508 Índice de incidência 33,10 30,26 22,55 24,01 Índice de mortalidade 2,07 0,00 1,25 0,00 FONTE: (*) SINAN (2012); (**) IBGE (2008, 2009, 2011, 2012). As taxas de incidência por TB em Ipatinga, para todas as formas clínicas, foram de 33,10, 30,26, 22,55 e 24,01 em 100 mil habitantes referentes aos anos de 2008 a 2011, respectivamente. As taxas de incidências de Ipatinga foram comparadas com as taxas do Brasil e de Minas Gerais e encontram-se dispostas no GRAF 1. GRÁFICO 1 – Taxa de incidência de TB, Brasil, Minas Gerais, Ipatinga, 2008 a 2011. 40,00 Taxa 35,00 38,80 38,20 37,60 36,00 33,10 Brasil 30,26 30,00 Minas Gerais 25,00 20,00 22,55 22,90 21,20 19,80 24,01 Ipatinga 19,90 15,00 2008 2009 2010 2011 Anos FONTE: BRASIL (2012a, 2012b); SINAN (2012). As taxas de mortalidade por TB em Ipatinga, para todas as formas clínicas, foram de 2,07, 0,0, 1,25 e 0,0 em 100 mil habitantes referentes aos anos de 2008 a 2011, respectivamente. As taxas de mortalidade por TB de Ipatinga foram comparadas com as taxas do Brasil e de Minas Gerais e são representadas no GRAF. 2. Revista Enfermagem Integrada – Ipatinga: Unileste, V.6 - N.1 - Jul./Ago. 2013. 1080 GRÁFICO 2 – Taxa de mortalidade por TB, Brasil, Minas Gerais, Ipatinga, 2008 a 2010 (*). 3,00 2,50 Taxa 2,00 2,60 2,50 2,40 2,40 2,07 1,50 1,50 1,50 1,60 1,50 1,25 1,00 0,50 Brasil Minas Gerais Ipatinga 0,00 0,00 2008 2009 2010 0,00 2011 Anos FONTE: BRASIL (2012a, 2012b); SINAN (2012). (*) Dados de 2011, Brasil e MG não disponíveis. A TB apresenta tendência decrescente da taxa de mortalidade no Brasil, em Minas Gerais e em Ipatinga. Em 2009, verificou-se uma taxa zero de mortalidade em Ipatinga, que, no entanto, em 2010 subiu, mantendo-se, porém, abaixo da taxa de 2008. A cidade de Ipatinga segue a tendência de queda de mortalidade por TB do Brasil e de Minas Gerais. A mortalidade permite avaliar o desempenho do PNCT, uma vez que praticamente todos teriam chance de se curar, diante de um diagnóstico precoce e tratamento corretamente administrado (BRASIL, 2009). A TAB. 4 apresenta a características clínicas da TB notificadas no SINAN em Ipatinga, referente aos anos de 2008 a 2011. Com relação ao tipo de entrada para tratamento nota-se predominância dos casos novos de TB, apresentando queda entre 2009 e 2010 e pequena elevação na taxa de 2011. A forma clínica mais frequente da doença foi a pulmonar. Pode-se inferir que as características clínicas da TB em Ipatinga são do tipo caso novo com forma pulmonar e sem comorbidades. Sobre as comorbidades, a mais visível em todos os anos é o etilismo (alcoolismo), seguida pelo Diabetes Mellitus, com tendência de queda constante. Segundo Brasil (2009) os dados de comorbidades são bastante utilizados em vigilância epidemiológica, pois permitem a detecção precoce de problemas sanitários. Do ponto de vista epidemiológico, a forma clínica de TB que mais se destaca é a pulmonar. Porém, outras formas de TB podem ser verificadas como as disseminadas miliar ou extrapulmonares classificadas segundo sua localização: pleural, ganglionar periférica, osteoarticular, geniturinária, meningoencefálica, ocular, dentre outras (BRASIL, 2011b). Esta enfermidade também pode acometer, ao mesmo tempo, mais de um órgão em um mesmo paciente, identificada como de TB pulmonar + extrapulmonar (SILVA JR., 2004). Revista Enfermagem Integrada – Ipatinga: Unileste, V.6 - N.1 - Jul./Ago. 2013. 1081 TABELA 4 – Características clínicas da TB, Ipatinga, MG, 2008 a 2011. 2008 2009 2010 Variáveis N % N % N % Tipo de entrada Casos novos 80 81,6% 74 90,2% 54 78,3% Recidiva 4 4,1% 2 2,4% 7 10,1% Reingresso após abandono 5 5,1% 3 3,7% 6 8,7% Transferência 9 9,2% 2 2,4% 2 2,9% Não sabe 0 0,0% 1 1,2% 0 0,0% Total 98 100% 82 100% 69 100% Forma clínica Pulmonar Extrapulmonar Outras formas Total Comorbidades AIDS Etilismo Diabetes mellitus Doença mental Tabagismo Sem comorbidades Total FONTE: SINAN (2012) 2011 N % 58 1 93,5% 1,6% 0 3 0 62 0,0% 4,8% 0,0% 100% 75 16 7 98 76,5% 16,3% 7,1% 100% 62 16 4 82 75,6% 19,5% 4,9% 100% 52 11 6 69 75,4% 15,9% 8,7% 100% 47 11 4 62 75,8% 17,7% 6,5% 100% 9 26 5 3 4 51 98 9,2% 26,5% 5,1% 3,1% 4,1% 52,0% 100% 7 17 7 1 3 47 82 8,5% 20,7% 8,5% 1,2% 3,7% 57,3% 100% 4 11 11 2 3 38 69 5,8% 15,9% 15,9% 2,9% 4,3% 55,1% 100% 3 9 4 2 3 41 62 4,8% 14,5% 6,5% 3,2% 4,8% 66% 100% As características clínicas da TB, neste estudo, são semelhantes às encontradas por Coelho et al. (2010), que descreveram o perfil epidemiológico da TB no município de Teresina-PI, de 1999 a 2005 e encontraram 80,23% dos casos de TB na forma pulmonar da doença. A coinfecção TB/HIV no Brasil foi de 9,9% em 2011, e, em Ipatinga foi de 4,8%. Este resultado significa, ainda, um indicador alto, pois as pessoas que vivem com HIV/AIDS estão entre as populações prioritárias para tratamento conforme determinações do PNCT, por se tratar de populações vulneráveis. Acrescente-se que a TB apresenta a primeira causa de morte em pacientes com AIDS no Brasil, o que é um sério problema de saúde pública. Pacientes que possuem coinfecção TB/HIV têm maior probabilidade de apresentar um desfecho desfavorável ao tratamento da TB, podendo levar ao aumento da morbidade e mortalidade pela TB, em muitos países (BRASIL, 2012a, 2012b). A TAB. 5 apresenta as características das ações de controle da TB notificados no SINAN em Ipatinga, referente aos anos de 2008 a 2011. Sobre as características das ações de controle da TB evidenciam-se que o tipo de tratamento mais utilizado foi o autoadministrado, com resultados em torno de 85% pontos percentuais. Sobre o controle de contatos, o destaque ocorreu no ano de 2010 com 81,2%. No desfecho do tratamento predominou a cura, com ascendência no ano de 2011 (82,3%). O principal indicador utilizado para avaliar as ações de controle da TB é o percentual de cura. As metas recomendadas pela OMS são: detectar 70% e curar Revista Enfermagem Integrada – Ipatinga: Unileste, V.6 - N.1 - Jul./Ago. 2013. 1082 pelo menos 85% dos casos para que os países comecem a reverter a situação da TB em suas localidades (BRASIL, 2012a). TABELA 5 – Características das ações de controle da TB, Ipatinga, MG, 2008 a 2011. 2008 2009 2010 Variáveis N % N % N % 2011 N % Tipo de tratamento Supervisionado Autoadministrado Não registrado Total 10 88 0 98 10,2% 89,8% 0,0% 100% 11 71 0 82 13,4% 86,6% 0,0% 100% 13 56 0 69 18,8% 81,2% 0,0% 100% 3 51 8 62 4,8% 82,3% 12,9% 100% Controle de Contatos Teve contato Contato desconhecido Total 64 34 98 65,3% 34,7% 100% 43 39 82 52,4% 47,6% 100% 56 13 69 81,2% 18,8% 100% 39 23 62 62,9% 37,1% 100% 75 5 5 7 6 98 76,5% 5,1% 5,1% 7,1% 6,1% 100% 62 8 0 5 7 82 75,6% 9,8% 0,0% 6,1% 8,5% 100% 49 8 3 3 6 69 71,0% 11,6% 4,3% 4,3% 8,7% 100% 51 4 0 1 6 62 82,3% 6,5% 0,0% 1,6% 9,7% 100% Desfecho do tratamento Cura Abandono Óbito por TB Óbito outras causas Transferências Total FONTE: SINAN (2012) As ações de controle da TB na cidade de Ipatinga, no período de 2008 a 2011, foram predominantes para tratamento autoadministrado (84,95%), com controle de contados conhecidos (65,5%), cura (76,35%) e abandono (8,23%). Esses resultados indicam necessidades de melhora nas ações para alcance das recomendações de qualidade no tratamento da TB pela OMS. CONCLUSÃO Os resultados desse estudo permitiram conhecer o perfil epidemiológico da TB em Ipatinga, MG, no período de 2008 a 2011, e pode-se observar que este é condizente com o cenário estadual e nacional, apresentando uma queda lenta e constante. Observa-se que o estado de Minas Gerais e a cidade de Ipatinga encontram-se com taxas de incidência abaixo da meta prevista pela OMS. No entanto, algumas variáveis destacaram-se: etilismo como comorbidade mais impactante; predominância de adultos do sexo masculino e escolaridade baixa. Os resultados de cura e abandono para desfecho do tratamento precisam melhorar para atingir as recomendações de qualidade da OMS. Recomenda-se que o CCDIP de Ipatinga incremente ações de esclarecimentos a comunidade e aos profissionais de saúde quanto aos aspectos importantes da TB: prevenção; detecção dos sintomáticos respiratórios; transmissão e tratamento. Revista Enfermagem Integrada – Ipatinga: Unileste, V.6 - N.1 - Jul./Ago. 2013. 1083 REFERÊNCIAS ASSIS, E. A. R. de A.; FIRMINO, K. F. F. Tuberculose: perfil epidemiológico do município de Timóteo – MG, durante o ano de 2007. Farmácia & Ciência, Coronel Fabriciano, v.1, n. 1, p.52-63, ago./dez. 2010. Disponível em: <http://www.unilestemg.br/farmaciaeciencia/numero1.html>. Acesso em: 12 set. 2012. BATISTA, E. da C.; MELO, E. M. de. A participação popular em Ipatinga MG, Brasil: conquistas e desafios do setor de saúde. Ciênc. saúde coletiva. Rio de Janeiro, v.16, n.1, p. 337-347, 2011. Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/csc/v16n1/v16n1a36.pdf>. Acesso em: 22 set. 2012. BRASIL. Ministério da Saúde. Guia de vigilância epidemiológica. 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