Engineering Research Technical Reports Volume 2 – Issue 2 – Article 7 (Special Issue on Aeronautics, Edited by Wendell de Queiróz Lamas) ISSN 2179-7625 (online) ANALYSIS OF SUPPORT GAIN CAUSED BY THE COANDA EFFECT, THROUGH THE EXHAUST GASES OF JET ENGINES Paulo Cezar Franco e Silva Filho1 DECEMBER / 2011 Taubaté, São Paulo, Brazil 1 Univ Taubate, Department of Mechanical Engineering, Graduate Specialization on Aeronautics Engineering. (E-mail: [email protected]) Engineering Research: Technical Reports Technical Editor: Giorgio Eugenio Oscare Giacaglia Associate Technical Editors Eduardo Hidenori Enari, Universidade de Taubaté, Brazil Wendell de Queiróz Lamas, Univ Estadual Paulista at Guaratinguetá, Brazil Editorial Board Antonio Faria Neto, Universidade de Taubaté, Brazil Asfaw Beyene, San Diego State University, USA Bilal M. Ayyub, University of Maryland, USA Bob E. Schutz, University of Texas at Austin, USA Carlos Alberto de Almeida, Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro, Brazil Ciro Morlino, Università degli Studi di Pisa, Italy Eliane da Silveira Romagnolli Araujo, Universidade de Taubaté, Brazil Epaminondas Rosa Junior, Illinois State University, USA Evandro Luís Nohara, Universidade de Taubaté, Brazil Fernando Manuel Ferreira Lobo Pereira, Universidade do Porto, Portugal Gilberto Walter Arenas Miranda, Universidade de Taubaté, Brazil Hubertus F. von Bremen, California State Polytechnic University Pomona, USA João Bosco Gonçalves, Universidade de Taubaté, Brazil Jorge Muniz Júnior, Univ Estadual Paulista at Guaratinguetá, Brazil José Luz Silveira, Univ Estadual Paulista at Guaratinguetá, Brazil José Walter Parquet Bizarria, Universidade de Taubaté, Brazil María Isabel Sosa, Universidad Nacional de La Plata, Argentina Ogbonnaya Inya Okoro, University of Nigeria at Nsukka, Nigeria Paolo Laranci, Università degli Studi di Perugia, Italy Rolando A. Zanzi Vigouroux, Kungliga Tekniska högskolan, Sweden Sanaul Huq Chowdhury, Griffith University, Australia Tomasz Kapitaniak, Politechnika Lódzka, Poland Zeki Tüfekçioğlu, Ankara Üniversitesi, Turkey The “Engineering Research” is a publication with purpose of technical and academic knowledge dissemination. SUMÁRIO 1 CONSIDERAÇÕES INICIAIS 160 1.1 Introdução 160 1.2 Revisão da Literatura 160 1.3 Objetivos 163 1.4 Metodologia 163 2 PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS 164 2.1 Conceitos 164 2.1.1 Efeito Coanda 164 2.1.2 Sustentação 165 2.1.3 Dinâmica dos Fluidos Computacional (CFD) 166 2.1.4 Bocal de Exaustão do Motor a Jato 167 2.2 Modelos Matemáticos 169 2.2.1 Equação da Continuidade 170 2.2.2 Equação do Momento 170 2.2.3 Equação de Navier-Stokes 170 3 DESENVOLVIMENTO 172 3.1 Contextualização 172 3.2 Recursos Utilizados 173 4 RESULTADOS E DISCUSSÕES 174 4.1 Resultados Esperados 174 5 CONSIDERAÇÕES FINAIS 175 5.1 Conclusões 175 5.2 Sugestões de Trabalhos Futuros 175 REFERÊNCIAS 176 ANÁLISE DO GANHO DE SUSTENTAÇÃO PROVOCADO PELO EFEITO COANDA, POR MEIO DOS GASES DE EXAUSTÃO DOS MOTORES A JATO RESUMO O estudo de escoamentos aerodinâmicos é de grande importância para a engenharia aeronáutica, por isso se faz necessário cada vez mais a busca de melhoramentos aerodinâmicos das aeronaves. Este estudo tem como objetivo estudar a influência dos gases de exaustão expelidos pelos motores a jato, no ganho extra de sustentação para uma aeronave. Consiste numa simulação numérica através de um software de dinâmica dos fluidos computacional (CFD), para provar esse ganho aerodinâmico na asa. O estudo nos mostra que com o aumento da velocidade do fluxo que percorre a parte superior da asa, nos dá um ganho extra de sustentação, melhorando assim o desempenho dos pousos e decolagens dessas aeronaves. Palavras-chave: aerodinâmica, CFD, equações de Navier-Stokes, STOL. Eng Res, v. 2, n. 2, p. 155-176, December / 2011. 158 ANALYSIS OF SUPPORT GAIN CAUSED BY THE COANDA EFFECT, THROUGH THE EXHAUST GASES OF JET ENGINES ABSTRACT The study of aerodynamic flows is of great importance in aeronautical engineering, so it becomes increasingly necessary to search for the aircraft aerodynamic improvements. This study aims to study the influence of exhaust gases expelled by the jet engines, gain extra support for an aircraft. It consists of a numerical simulation software through a computational fluid dynamics (CFD) to prove that gain aerodynamic wing. The study shows that with increasing velocity of flow that traverses the top of the wing, gives us an extra support, thereby improving the performance of these aircraft takeoffs and landings. Keywords: aerodynamics, CFD, Navier-Stokes, STOL. Eng Res, v. 2, n. 2, p. 155-176, December / 2011. 159 CAPÍTULO 1 – CONSIDERAÇÕES INICIAIS 1.1. INTRODUÇÃO São poucas as pessoas, que até hoje, nunca tenham voado de avião ou tenham pensado em fazê-lo. O invento do avião é uma das grandes conquistas da humanidade, e é o meio de transporte que nos deixa cada vez mais globalizado sendo um importante índice da economia e defesa de um país. As buscas de melhorias em todas as áreas de desempenho da aeronave por cientistas e engenheiros são cada vez mais constantes. Uma em particular, segue no que se refere na melhora do desempenho de pousos e decolagens em pistas curtas, permitindo assim que os aviões operem em ambientes onde os aeroportos sofisticados e outros locais de desembarque poderão não estar disponíveis. Esse tipo de aeronave é conhecido como aeronaves STOL (Short Takeoff and Landing). São aeronaves projetadas para decolarem e pousarem com a menor distância de pista sem que necessariamente se tenha que diminuir a capacidade de transportar passageiros ou cargas. Para que seja possível melhorar o desempenho de pouso e decolagem de uma aeronave, é preciso que tenhamos um aumento na sua sustentação, pois esse é o fenômeno responsável por fazer com que toneladas de aço sejam capazes de voar. Embasado nesse argumento é que será realizado o estudo aerodinâmico provocado pelo efeito coanda, analisando o aumento da sustentação da aeronave usando os gases de exaustão dos motores a jato direcionados na parte superior da asa. 1.2. REVISÃO DA LITERATURA Grotz (1979) patenteou e publicou um artigo sobre o efeito coanda em aeronaves STOL turbojato ou turbofan que possuem os motores montados à cima e à frente da asa no qual os gases de exaustão passam pela superfície superior da Eng Res, v. 2, n. 2, p. 155-176, December / 2011. 160 asa e com isso aumenta uma força vertical para cima conhecida como sustentação. Nesse artigo o autor cria um mecanismo para melhorar o fluxo na superfície da asa, já que as aberturas existentes entre a asa e os flaps prejudicam esse fluxo, reduzindo prematuramente a força de sustentação. Figura 1: 2) Asa; 3) Bocal de descarga; 4) Camada limite do fluxo 5) Flap 6) Abertura entre a asa e o flap; 8) Desvio do fluxo de ar; 9) Efeito Coanda Viets (1983), patenteou e publicou um artigo onde descreve um método e um mecanismo para controlar a direção do fluxo dos gases de exaustão que saem do motor a jato, sobre a superfície superior da asa de aeronaves STOL. Esse estudo mostra mecanismos que atuam na asa e nos flaps e direcionam o fluxo dos gases de exaustão dos motores a jato, aumentando tanto a sustentação nos pousos e decolagens, como aumentando o empuxo (força horizontal) da aeronave após a decolagem. Eng Res, v. 2, n. 2, p. 155-176, December / 2011. 161 Figura 2: Fluxo com dispositivos desativados. Figura 3: Fluxo com dispositivos ativados. O cálculo do coeficiente de sustentação em aerofólios foi simulado por Ribeiro (2002) em seu artigo, onde faz uma simulação numérica em aerofólios de alta sustentação e compara os dados obtidos na simulação com os dados experimentais, no qual conclui que a comparação entre os dados da simulação e dados experimentais geram um erro inferior a 2%, dando assim uma credibilidade aos ensaios simulados em CFD. Eng Res, v. 2, n. 2, p. 155-176, December / 2011. 162 1.3. OBJETIVOS Verificar e analisar o ganho de sustentação por meio do direcionamento dos gases de exaustão expelidos pelos motores a jato sobre a superfície superior da asa de aeronaves do tipo STOL. 1.4. METODOLOGIA O método a ser utilizado seguirá as seguintes etapas: - Levantamento do modelo matemático; - Escolha de um caso específico para estudo (perfil de asa); - Simulação em um código computacional de Dinâmica dos fluidos Computacional (CFD) para a resolução numérica do modelo matemático. - Comparação das dados obtidos na simulação do caso em questão, com os dados obtidos na simulação do caso normal (sem escoamento dos gases de exaustão). Eng Res, v. 2, n. 2, p. 155-176, December / 2011. 163 CAPÍTULO 2 – PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS 2.1 CONCEITOS 2.1.1 Efeito Coanda Se um obstáculo for inserido no fluxo de um fluido o seu escoamento próximo às superfícies limitantes acompanha as suas formas se as superfícies forem suavemente curvas. Exemplos são as asas dos aviões, os corpos dos pássaros e todas as formas chamadas aerodinâmicas. Este comportamento de um fluido é chamado de efeito Coanda em homenagem ao engenheiro inglês que o descobriu e analisou. Na Física, um escoamento deste tipo é denominado laminar. Se o obstáculo tem curvas abruptas ou cantos, o escoamento não segue mais a superfície, formando vórtices. Neste caso tem-se um escoamento turbulento. O exemplo clássico do efeito Coanda é um jato de fluido lançado sobre uma superfície plana, soldada a um setor cilíndrico (Fig.4). O escoamento não se separa imediatamente da superfície do cilindro mas a segue até certo ponto onde então começa a separação. Figura 4: Efeito Coanda: À esquerda o efeito coanda, à direita um experimento imaginário Eng Res, v. 2, n. 2, p. 155-176, December / 2011. 164 Na Figura 4, à direita, mostramos o estado inicial de um experimento imaginário. Um jato de fluido é lançado sobre a parte plana da superfície na hipótese de viscosidade nula. Devido à própria inércia o jato tenderia a manter a direção do movimento ao se deslocar na parte curva da superfície cilíndrica. No entanto, considerando-se agora a viscosidade, mesmo que seja mínimo, o fluido entre o jato e o cilindro vai ser removido provocando nesse local uma diminuição da pressão, o que ocasiona o encurvamento do fluxo.Este fato o leva a acompanhar a superfície do cilindro e faz surgir um gradiente de pressão e uma aceleração, ambos normais às linhas de corrente do fluido. Este experimento virtual mostra não só a origem deste comportamento do fluido mas também a importância de ter um mínimo de atrito ou viscosidade para os escoamentos estacionários em torno de obstáculos com formas aerodinâmicas. Sendo este comportamento fundamental para a explicação da sustentação da asa, torna-se indispensável um mínimo de viscosidade ou atrito. 2.1.2 Sustentação Sustentação é a componente da Resultante Aerodinâmica perpendicular ao fluxo de ar relativo. A Resultante Aerodinâmica (RA) é uma força que surge em virtude do diferencial de pressão entre o intradorso e o extradorso do aerofólio e tende a empurrá-lo para cima, auxiliada ainda pela reação do ar (Terceira Lei de Newton) na parte inferior da mesma. Ela é representada como um vetor que, quando decomposto, dá origem a duas forças componentes que são: a força de sustentação e a força de arrasto. Graças a essa força o aerofólio é capaz de erguer-se. A sustentação é função da densidade do ar (densidade dividida por dois), do coeficiente de sustentação, da área da asa e da velocidade de vôo elevada ao quadrado, e seu símbolo é "L" (Lift, em Inglês). Eng Res, v. 2, n. 2, p. 155-176, December / 2011. (1) 165 onde é o coeficiente de sustentação, (rho) é a massa específica do ar, U é a velocidade do fluido,, S é a área da asa e L é a força de sustentação. Figura 5: 5: Forças atuantes na asa de um avião 2.1.3 Dinâmica dos Fluidos Computacional (CFD) Fluidodinâmica Computacional (em inglês: Computational Fluid Dynamics — CFD), e pode ser descrito de forma generalizada como a simulação numérica de todos aqueles processos físicos e/ou físico-químicos físico químicos que apresentam escoamento. A predição dos campos de concentração, velocidades, pressão, temperaturas e propriedades turbulentas, são efetuadas através de modelos microscópicos baseados nos princípios de conservação de massa, da energia e da quantidade de movimento, no domínio do espaço espaç e do tempo. A seguir algumas aplicações representativas de CFD: - Simulação computacional de difusão e convecção de substâncias em bacias hidrográficas e aquíferos; - Planejamento e gestão de recursos hídricos; - Aerodinâmica e aerotermodinâmica de veículos ve aeroespaciais; - Aerodinâmica de veículos terrestres (trens, caminhões, carros, etc); - Refrigeração de reatores nucleares; - Indústria de petróleo; Eng Res, v. 2, n. 2, p. 155-176,, December / 2011. 166 - Caracterização de poluição ambiental, análise e simulação de lançamento de poluentes e contaminantes em correntes hídricas; - Hidrodinâmica e hemodinâmica computacional; - Previsão de tempo; - Projeto de sistemas propulsivos e de geração de energia em geral. 2.1.4 Bocal de Exaustão do Motor a Jato O bocal de exaustão (Exhaust Nozzles) é o local por onde os gases de descarga do motor a jato são expelidos. Em termo de comparação, é como se fosse o cano de escape do motor de um carro. Figura 6: Detalhe do sistema de exaustão. 1) Portas superiores; 4) Reversos; 5) Bocal primário; 6) silenciadores; 7) Bocal secundário O objetivo do bocal de exaustão é aumentar a velocidade dos gases de escape, antes da descarga do bocal,e recolher e endireitar o fluxo de gás. Para grandes valores de empuxo específico, a energia cinética dos gases de escape deve Eng Res, v. 2, n. 2, p. 155-176, December / 2011. 167 ser elevado, o que requer um escape de alta velocidade. A relação de pressão entre o processo de expansão do bocal, e o máximo de impulso para um dado motor é obtido quando a pressão de saída é igual à pressão ambiente. Os dois tipos básicos de bocais usados em motores a jato são Bocal convergente (Fig.7) e bocal convergente-divergente (Fig.8). As funções de um bocal de exaustão podem ser resumidas em: - Acelerar o fluxo de alta velocidade, com mínima perda de carga total. - Relação entre a saída e a pressão atmosférica, tanto quanto desejado. - Permitir a operação de pós-combustão (afterburn) sem afetar a operação do motor principal - esta função requer um bocal de área variável. - Permitir o resfriamento das paredes, se necessário. - Permitir reverter o fluxo. - Redusir o ruído do jato e a radiação infravermelha (IR). - O controle do vetor empuxo. Figura 7: Bocal de exaustão Convergente. Figura 8: Bocal de exaustão Convergente-Divergente. Eng Res, v. 2, n. 2, p. 155-176, December / 2011. 168 O desempenho do bocal é normalmente avaliada por dois coeficientes adimensionais: o coeficiente de empuxo bruto ( ) e o coeficiente de fluxo de massa ( ). (2) onde é o empuxo bruto real e é o empuxo bruto ideal. (3) onde é o fluxo de massa real e é o fluxo de massa ideal. 2.2 MODELO MATEMÁTICO As equações de que descrevem qualquer tipo de escoamento, obtidas pelas equações de conservação de massa, quantidade de movimento e energia, juntamente com as equações de estado, resultam nas equações de Navier-Stokes. São equações de derivadas parciais que permitem determinar os campos de velocidade e de pressão. Foram denominadas assim após Claude-Louis Navier e George Gabriel Stokes desenvolverem um conjunto de equações que descreveriam o movimento das substâncias fluidas tais como líquidos e gases. Essas equações podem ser resolvidas após a especificação das condições iniciais e de contorno apropriadas. A resolução analítica desse sistema de equações é, em geral, inviável. Mesmo sua solução numérica não é uma tarefa trivial. Assim, é frequente a utilização de aproximações para simplificar as equações de NavierStokes. Estas são equações diferenciais que descrevem o movimento do fluido, e que diferentemente das equações algébricas, não procuram estabelecer uma relação entre as variáveis de interesse (por exemplo. velocidade e pressão), em vez disto, elas estabelecem relações entre as taxas de variação ou fluxos destas quantidades. Eng Res, v. 2, n. 2, p. 155-176, December / 2011. 169 Para situações mais complexas, tais como um sistema de sustentação em uma asa, as soluções para a equação de Navier-Stokes frequentemente devem ser encontradas com a ajuda de computadores. Este é um campo da ciência conhecido como CFD. As equações de Navier-Stokes são derivadas dos princípios da conservação da: - Massa - Energia - Momento - Momento Angular 2.2.1 Equação da Continuidade ! " # $%& 0 (4) onde % é a densidade do ar, e U é a velocidade do fluido. 2.2.2 Equação do Momento $%& ! "$% ( & %) (5) onde U é o vetor velocidade, t é o tempo, % é a densidade do ar, ) são forças atuantes no corpo. 2.2.3 Equação de Navier-Stokes (simplificado para fluidos incompressíveis) % * , %) + - ! - /21 234 + . "5. 6 78 Eng Res, v. 2, n. 2, p. 155-176, December / 2011. (6) 170 onde % é a densidade do ar, 9 (i=1,2,3) são os três componentes da velocidade, ) são forças que atuam no corpo, p é a pressão, 1 é a viscosidade dinâmica, :4 é o delta Kronecker , 34 ; * *. $- ! - &. . Eng Res, v. 2, n. 2, p. 155-176, December / 2011. 171 CAPÍTULO 3 – DESENVOLVIMENTO 3.1 CONTEXTUALIZAÇÃO Os estudos da interação fluido-sólido vêm sendo desenvolvidos desde o início do século, proporcionando cada vez mais melhorias na vida cotidiana do ser humano. Podem-se citar várias aplicações principalmente na aviação e no automobilismo. A confiabilidade e precisão no projeto de uma asa de avião resultam de vários ensaios onde a mesma tem que ser testada e às vezes aperfeiçoada no decorrer do projeto, sendo que estes processos envolvem altos custos. Daí a aplicação do túnel de vento, possibilitando utilizar um protótipo em uma escala reduzida que pode ser testado e modificado com facilidade. Depois de obtidos os resultados requeridos, o perfil pode ser fabricado em escala real e comercial. Portanto, proporcionando-se uma redução de custos. Um grande progresso foi feito no campo da aviação nos anos 20 e 30, como o voo transatlântico de Charles Lindbergh, em 1927, e o voo transpacífico de Charles Kingsford Smith no ano seguinte (1928). Um dos mais bem sucedidos projetos daquele tempo foi o Douglas DC-3 que veio a ser a primeira aeronave de uso de uma companhia aérea, que foi rentável para o transporte de passageiros, começando assim, a era moderna de aeronaves de transporte de passageiros. Com o início da 2ª Guerra Mundial, muitas cidades construíram aeroportos, e houve muitos pilotos profissionais disponíveis. A guerra trouxe inúmeras inovações para a aviação, incluindo o primeiro jato e foguetes movidos a combustível líquido. A chegada de aparatos eletrônicos em estado sólido, o Global Positioning System, comunicações por satélite, e cada vez menores e mais poderosos computadores e o LED, mudaram significantemente os cockpits das grandes aeronaves e, cada vez mais, de pequenos aviões. Os pilotos podem navegar com muito mais precisão e ainda visualizar o terreno, obstruções, e outras aeronaves próximas num mapa ou através da visão sintética, mesmo à noite ou com baixa visibilidade. Eng Res, v. 2, n. 2, p. 155-176, December / 2011. 172 Em contrapartida à todo esse avanço tecnológico nos projetos de aeronaves e ao crescimento do número de voos, o sistema aeroportuário não consegue acompanhar no mesmo ritmo essa evolução, o que causa muitos transtornos e muitas vezes desacelera o crescimento aeronáutico. Entretanto as grandes indústrias aeronáuticas buscam com seus cientístas e engenheiros a melhora nos projetos e desempenho de seus aviões não só em tecnologia para tornarem-se cada vez mais seguros, menos agressivos ao meio ambiente e mais eficientes para os pilotos, mas também estudam melhoras aerodinâmicas para que possam operar em qualquer tipo de pista e assim criar alternativas de rotas, descongestionando o tráfego nos grandes aeroportos. Um dos campos de estudo é justamento na melhora do desempenho das aeronaves na hora do pouso e decolagem, não só por serem os momentos mais críticos de um voo, mas também para que sejam capazes de decolarem e pousarem em pistas cada vez mais curtas e adversas. Esse tipo de aeronave são classificadas em Aeronaves STOL (Short Takeoff and Landing). 3.2 RECURSOS UTILIZADOS Os recursos utilizados inicialmente para a elaboração desse estudo foi o laboratório de informática e a biblioteca da UNITAU, através de pesquisas na internet e estudos em livros. Para a conclusão do trabalho será necessário um software de Dinâmica dos Fluidos Computacional (CFD), bem como outros recursos computacionais para a criação da malha a ser estudada e a criação do perfil a ser estudado. Eng Res, v. 2, n. 2, p. 155-176, December / 2011. 173 CAPÍTULO 4 – RESULTADOS E DISCUSSÕES 4.1 RESULTADOS ESPERADOS Os resultados esperados para essa simulação é de que possamos verificar um aumento significativo na sustentação da asa (L), e consequentemente no coeficiente de sustentação ( ) , verificando assim a diminuição das velocidades de decolagem e de pouso. Empiricamente podemos verificar na equação (1) da sustentação, que a mesma é dependente da velocidade, e podemos obter teoricamente pelo seguinte raciocínio: Se a velocidade for duplicada mantendo-se constantes a geometria da asa e as linhas de escoamento, então duplicarão a massa de ar acelerado para baixo por segundo (fluxo) e a velocidade vertical do ar. Considerando simultaneamente esses efeitos, a sustentação será quadruplicada. Esse velocidade é aumentada em consequência do direcionamento dos gases de exaustão dos motores jato, como propôs Viets (1983) em seu artigo, e melhora o pouso e decolagens de aeronaves que usam esse modelo. Figura 9: Aeronave da Antonov, modelo An-74 Eng Res, v. 2, n. 2, p. 155-176, December / 2011. 174 CAPÍTULO 5 – CONSIDERAÇÕES FINAIS 5.1. CONCLUSÕES Podemos concluir apenas que ao projetarmos um motor a jato à frente e acima da asa, os gases de exaustão desse motor irão escoar na superfície superior da asa, e esse escoamento estará numa velocidade maior que o escoamento do ar provocado pelo empuxo dos motores, ou seja, velocidade de escoamento maior na superfície superior terá uma distribuição de pressão menor, com isso teremos uma maior força de sustentação. Com esse ganho de sustentação a aeronave terá uma diminuição nas velocidades de pouso e decolagem, com isso percorrerão uma distância menor de pista em pousos e decolagens. 5.2. SUGESTÕES DE TRABALHOS FUTUROS - Simular em CFD. - Estudar e simular para vários ângulos de ataque. - Estudar a viabilidade da mudança de posição do motor a jato, se compensa o ganho de sustentação com o arrasto produzido. Eng Res, v. 2, n. 2, p. 155-176, December / 2011. 175 REFERÊNCIAS ANTONOV, Disponível em: http://www.antonov.com/products/air/transport/AN-74t. Acesso em 2 de jun. 2010. GROTZ, C. A. Boundary layer scoop for the enhancement of coanda effect flow deflection over a wing/flap surface. U. S. Patent, Seattle, 27 mar. 1979. HOUGHTON, E. L.; CARPENTER, P. W. Aerodynamics for engineering Students. 5. ed., Butterworth-Heinermann, 2003. MALISKA, C. R. Transferência de calor e mecânica dos fluidos computacional. [S.I.]: LTC - Livros Técnicos e Científicos Editora S.A., 1995. MATTINGLY, J. D. Elements of Propulsion:Gas Turbines and Rockets. AIAA Education Series, Virginia, 2006. POLYANIN, A. D. et al, Hydrodynamics, Mass and Heat Transfer in Chemical Engineering, Taylor & Francis, London, 2002. RIBEIRO, D. E. Simulação numérica de aerofólios de alta sustentação. In: CREEM 2002, UFSC, 2002. RHYMING, I. L. Dynamique des fluides, 1991, PPUR. VIETS, H. Directional control of engine exhaust thrust vector in a STOL-TYPE aircraft. U. S. Patent, Morgantown, 12 jul. 1983. Eng Res, v. 2, n. 2, p. 155-176, December / 2011. 176