UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATRINA CENTRO DE FILOSOFIA E CIÊNCIAS HUMANAS PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM FILOSOFIA Campus Universitário - Trindade CEP 88.040-900 - Florianópolis - Santa Catarina Disciplina: FIL 410038 – Ontologia e Filosofia da Arte Prof. Dr. Roberto Wu E-mail: [email protected] Duração: 15 semanas - 4 créditos Inicio do Curso: 08/03/2016 Local: a ser divulgado no sitio dos respectivos programas de PPG Horário: 14h20-18h Programa Apresentação e discussão de dois paradigmas ontológico-fenomenológicos sobre a questão da arte: a) O primeiro modelo a ser investigado é o proposto por Roman Ingarden. O livro A obra de arte literária é o texto a ser lido na primeira parte do nosso curso, ressaltando-se que a sua análise será complementada com outras obras do próprio autor, além da bibliografia complementar. Os parágrafos a serem discutidos compreendem o intervalo entre o §1 ao §52. Entende-se que essa forma de abordagem da obra de arte é um desdobramento muito próximo, em vários aspectos, da fenomenologia husserliana. Pretende-se discutir a importância dos estratos (a – fônico-linguísticas, b – unidades de significação, c – objetividades apresentadas, d – aspectos esquematizados) na consideração da obra literária, bem como conceitos fundamentais da estética de Ingarden como “objeto puramente intencional” e “pontos/lugares de indeterminação”. Embora o texto principal vise diretamente à obra literária, apresentar-se-á relações com a abordagem ingardiana de outras formas de arte. b) O segundo paradigma diz respeito à forma como Martin Heidegger discute o tema da arte nos textos A origem da obra de arte e “Construir, habitar, pensar”. Sobre a primeira, salientar-se-á a conexão entre obra, verdade, origem e arte. Para tanto, investigar-se-á o confronto heideggeriano com abordagens tradicionais sobre a arte, fundadas em conceitos metafísicos, o que deverá elucidar como a própria ideia de estética acaba se mostrando limitada frente ao acontecimento da obra de arte. A análise de A origem da obra de arte será precedida por algumas aulas em que serão abordados conceitos basilares de Ser e Tempo, como abertura, mundo, compreensão, história e destino, dentre outros. Por fim, após a leitura de A origem da obra de arte, prosseguir-se-á à leitura de “Construir, habitar, pensar”, em que Heidegger aprofunda temas de A origem... tanto quanto silencia sobre ou reconsidera tópicos apresentados anteriormente. Cronograma (08/03): Introdução (15/03): Ingarden (22/03): Ingarden (29/03): Ingarden (05/04): Ingarden (12/04): Ingarden (19/04): Ingarden (27/04): Heidegger (03/05): Heidegger (10/05): Heidegger (17/05): Heidegger (24/05): Heidegger (31/05): Heidegger (07/06): Heidegger (14/06): Heidegger (21/06): Heidegger (28/06): Heidegger (05/07): Heidegger Avaliação Projeto e trabalho de final de curso em formato de artigo. Bibliografia Principal: INGARDEN, R. A obra de arte literária. Lisboa: Calouste Gulbenkian, 1973. HEIDEGGER, M. A origem da obra de arte. Trad. Manuel António de Castro; Idalina Azevedo da Silva. São Paulo: Edições 70, 2010. ______. “Construir, habitar, pensar”. In: Ensaios e Conferências. Petrópolis: Vozes, 2001. ______. Ser e tempo. Trad. Fausto Castilho. Edição bilíngue. Campinas, SP: Ed. da Unicamp; Petrópolis, RJ: Vozes, 2012. Bibliografia Secundária: ANDERSON, T. T. Through Phenomenology to Sublime Poetry: Martin Heidegger on the Decisive Relation between Truth and Art. Research in Phenomenology 26, 1996: 198-229. BENSON, B. E. The Improvisation of Music Dialogue: a Phenomenology of Music. New York: Cambridge University Press, 2003. BRINKER, M. Roman Ingarden and the "Appropriate Aesthetic Attitude" to the Literary Work of Art. Poetics Today, Vol. 5, No. 1 (1984), pp. 129-148. DREYFUS, H.; WRATHALL, M. Heidegger Reexamined, volume 3: Art, Poetry, and Technology. New York: Routledge, 2002. DZIEMIDOK, B; MCCORMICK, P. (eds.) On the Aesthetics of Roman Ingarden: Interpretations and Assessments. Dordrecht: Kluwer, 1989. GROSSMANN, A. Hegel, Heidegger, and the Question of Art Today. Research in Phenomenology 20 (1990): 112-135. HAAR, M. A obra de arte: ensaio sobre a ontologia das obras. Rio de Janeiro: DIFEL, 2000. HEIDEGGER, M. Elucidations of Hölderlin's Poetry. New York: Humanity Books, 2000. ______. Holderlin's Hymn ''The Ister”. Bloomington and Indiana: Indiana University Press, 1996. ______. Los himnos de Hölderlin “Germania” y “El Rin”. Buenos Aires: Biblos, 2010. HUSSERL, E. Ideias para uma fenomenologia pura e para uma filosofia fenomenológica. Aparecida, SP: Idéias & Letras, 2006. INGARDEN, R. Aesthetic Experience and Aesthetic Object. Philosophy and Phenomenological Research, Vol. 21, No. 3 (Mar., 1961), pp. 289-313. ______. Phenomenological Aesthetics: An Attempt at Defining Its Range. The Journal of Aesthetics and Art Criticism, Vol. 33, No. 3 (Spring, 1975), pp. 257-269. ______. The Work of Music and the Problem of Its Identity. Berkeley: University of California Press, 1986. MITSCHERLING, J. Roman Ingarden’s Aesthetics. Philosophy Compass 7/7 (2012): 436–447. ______. Roman Ingarden's Ontology and Aesthetics. Ottawa: University of Ottawa Press, 1997. ______. Roman Ingarden's "The Literary Work of Art": Exposition and Analyses. Philosophy and Phenomenological Research, Vol. 45, No. 3 (Mar., 1985), pp. 351-381. NUNES, B. Heidegger e a poesia. Natureza Humana 2(1):103-127, 2000. ______. Passagem para o poético. São Paulo: Ática, 1992. RUDNICK, H. H. Ingardiana II. Analecta Husserliana XXX. Dordrecht: Kluwer, 1990. SALLIS, J. Echoes: After Heidegger. Bloomington and Indiana: Indiana University Press, 1990. ______. (ed.) Reading Heidegger: Commemorations. Bloomington and Indiana: Indiana University Press, 1993. TYMIENIECKA, A.-T. Ingardiana. Analecta Husserliana IV. Dordrecht: D. Reidel, 1976. ZARADER, M. Heidegger e as palavras da origem. Lisboa: Instituto Piaget, 1990.