resenha / Review Um olhar sobre problemas bucais em idosos The importance of oral health in (frail) elderly people – a review, G.-J. van der Putten, L. De Visschere, C. van der Maarel-Wierink , J. Vanobbergen, J. Schols. European Geriatric Medicine: 339-344p, vol 4, n 5, 2013. ISSN 1878-7649/ Mariane Carvalho Sottoriva Graduanda de Odontologia – FOL/UNIMEP Revisão de literatura é sempre muito bem vinda sob qualquer aspecto, principalmente quando envolve uma população em ascendência no mundo atual, como os idosos. Esse grupo populacional tem reveses que precisam ser considerados: têm mantido mais seus dentes, buscado tratamentos estéticos e conservadores, implantes dentários, contudo também apresentam debilidades físicas que desfavorecem a saúde bucal e são fatores determinantes no índice de morbidade mortalidade desses. Curadores, familiares, agentes de saúde, tais como enfermeiros, cirurgiões-dentistas e uteistas devem ter formação e conhecimento para atuar em pessoas senis, quer a nível doméstico, ambulatorial ou hospitalar. O que se vê naturalmente são problemas que vão desde situações de cáries onde estas atingem de 20-60% pessoas senis, de modo geral, contudo torna-se mais severa naqueles cuidados em seus lares: 60-80%! As implicações são muitas para que isso seja visto, como habilidade cognitiva e funcional comprometidas, pobre higiene bucal, baixa condição socioeconômica, mas também hipossalivação provocada por diabete mellitus ou medicamentos, que alteram o biofilme e pH salivar. As cáries podem ser rampantes e progressivas, o que não seria esperado nessa faixa etária em condições normais, mas que são agravadas por dieta rica em açúcar. O que fazer então com esses pacientes? Controle de placa, conscientização do risco de cáries, educação alimentar, aplicação de fluor e cuidados na higienização. Outros fatores relevantes no aparecimento das doenças bucais: tabagismo, consumo de álcool, má higiene bucal, e os sistêmicos que são artrite reumatóide, diabetes mellitus, doenças cardiovasculares, doenças respiratórias, osteoporose pós-menopausa e câncer. Isso promove uso de medicamentos que levam a hipossalivação e xerostomia. A diferença? Hipossalivação quando o fluxo salivar estimulado chega a ser menor ou igual a 0,5 mL/min, enquanto que xerostomia implica em valores ínfimos de fluxo salivar que tornam a boca literalmente seca. O aparecimento de cáries, doença periodontal se tornam, portanto inevitáveis consequências. Dieta pobre em proteínas, vitaminas, caroteno, fibras atuam comprometendo a saúde bucal e renovação de células e tecidos. Os implantes dentários totais tornaram-se uma prática frequente. Apesar do sucesso, estes podem promover nesse grupo de pacientes, infecções bacterianas. O biofilme instalado constitui-se de bactérias anaeróbicas gram negativas, incluindo a Porphyromonas gingivalis, Prevotella intermedia e Actinobacillus actinomycetemcomitans. Em implantes parciais o que se vê é uma quantidade maior de bactérias do que nos implantes total, pelo fato das bactérias se fixarem nos dentes naturais e colonizarem também os implantes. E a saúde bucal leva, fatalmente a declínio da saúde geral, não só por comprometimento da mastigação, fonação, deglutição, mas também pela aspiração de bactérias que podem levar a doenças como pneumonias, perda de peso, FOL • Faculdade de Odontologia de Lins/Unimep • 23(2) 75-76 • jul.-dez. 2013 ISSN Impresso: 0104-7582 • ISSN Eletrônico: 2238-1236 DOI: http://dx.doi.org/10.15600/2238-1236/fol.v23n2p75-76 75 Mariane Carvalho Sottoriva hidratação e perda de qualidade de vida, dentro de um contexto já comprometido de doenças sistêmicas coadjuvantes. Limitações são detectadas quanto aos cuidados bucais em idosos. Observa-se despreparo para isso tanto de curadores, familiares, agentes de saúde, enfermeiros, residentes. Priorizar os cuidados na cavidade bucal foram os objetivos do Oral health care Guideline for Elderly people in Long- term care 76 Institutions desenvolvido por De Visschere et al (2011 e 2012) desenvolvido para nortear as ações de enfermeiros em atendimento domiciliar. Com uma visão ampliada há que se olhar com mais afeto e atenção o idoso: dependente, debilitado, necessitado e em risco, quer em sua casa, quer em um ambulatório, andando pelas ruas ou hospitalizado. Como ficar alheio a isso? FOL • Faculdade de Odontologia de Lins/Unimep • 23(2) 75-76 • jul.-dez. 2013 ISSN Impresso: 0104-7582 • ISSN Eletrônico: 2238-1236 DOI: http://dx.doi.org/10.15600/2238-1236/fol.v23n2p75-76