Receptores Design de farmacos Custódia Fonseca Bibliografia G. L. Patrick, “An Introduction to Medicinal Chemistry”, 2nd Edition, Oxford University Press, Oxford, 2001 J. Saunders, “Top Drugs, Top Synthetic Route”, Oxford Science Publications, Oxford, 2000 H. Lüllmann et al, “Color Atlas of Pharmacology”, Thieme, Stuttgart, 2000 C. R. Ganellin and S.M. Roberts, “Medicinal Chemistry” 2nd Edition,Academic Press, London, 1993 R. B. Silverman, “Organic Chemistry of Drug Design and Drug Action”, Academic Press, London, 1992 Qual o objectivo do estudo destes tópicos? Conhecimentos úteis para uma futura carreira na industria farmacêutica, aos vários níveis: – Produção (síntese e analise de compostos) – Controle de qualidade – Marketing e comercialização de medicamentos Química médica É a ciência que procura descobrir e desenvolver (design) novos químicos que possam ser úteis como medicamentos. Pode envolver a síntese, estudo da relação entre a estrutura e actividade biológica podendo elucidar a interacção entre o composto e o sitio alvo. O medicamento (def.) conjunto de substâncias nem todas fisiologicamente activas, reunidas pelo farmacêutico sob forma estabelecida e que administrado ao doente pode curá-la ou pelo menos minorar-lhe o sofrimento. As substâncias activas fisiologicamente que entram na constituição dos medicamentos designam-se por substância, ou droga (medicinais), ou fármaco ou principio activo. Formulação do medicamento (ex: comprimido) Principio activo Diluente: dextroxe, celulose ou lactose Ligante: gelatina, amido, alginato de sódio Lubrificante: óleo vegetal, glicol de polietileno Agente molhante: detergente Desintegrante: amido, ácido alginico Corante e adoçante Ex: Norefedrina Classificação dos farmacos Anti-infecciosos: antibioticos Anti doenças doenças malignas: quimioterapia contra o cancro Contra doenças não infecciosas: – Sistema nervoso: antidepressivos e analgésicos – Sistema circulatório: antitrombótico – Sistema endócrino: diuréticos e contraceptivos orais – Sistema imunitário: imunosupressivos nos transplantes de orgãos. Sítios alvo dos medicamentos: Diferenças entre os diferentes tipos de células: ex: células das bactérias e dos mamíferos; Mensageiros químicos: hormonas e os neurotransmissores Regulação Biosíntese Hormona ou neurotransmissor Metabolismo Enzimas Receptor Enzimas Acção Hormona vs neurotransmissor Receptores O que são? São glicoproteínas situadas na membrana da célula nervosa ou célula alvo com a qual a substância transmissora ou farmaco pode interagir produzindo uma resposta biológica. Que tipos de ligações estabelecem com o neurotransmissor? – Ligações de hidrogénio hidrofóbico ligação de hidrogénio iónica ou ião-dipolo – Ligações iónicas – Forças de Van der Waals transferência de carga – Ligações covalentes N H3CH2CH2CH2CO H H N CH2CH2 N CH2CH3 CH2CH3 O dipolo-dipolo Ex: dibucaine (analgésico local) hidrofóbico hidrofóbica Neurotransmissores O H3C O CH2CH2N(CH3)3Cl Acetilcolina OH HO HO NH2 HO HO R = H noradrenalina = norepinefrina R = CH3 adrenalina = epinefrina Dopamina HO NH2 N H Serotonina NHR HN N NH2 Histamina H2N CH2CH2 CO2H Ácido γ-aminobutirico (GABA) Receptores tipos e subtipos Receptor Tipo Subtipo Colinergico Nicotinico (N) Muscarinico (M) Nicotinico (4 subtipos) M1-M5 Adrenergico α1, α2 (Adrenoreceptores) β Histamina α1A, α1B, α1D α2Aα2C β1, β2, β3 D1, D2, D3, D4, D5 H1-H3 Opiáceos ou do tipo µ,κ, δ, ORL1 Dopamina Serotonina (5Hidroxi-triptamina) Estrogénio 5HT1-5HT7 5HT1A, 5HT1B, 5HT1D-1F 5HT2A-2C 5HT5A 5HT5B Exemplo de terapia agonista Estimulação da mobilidade do tracto GI (M1) Glaucoma Anti-asmático (β2) Doença de Parkinson Exemplo de terapia antagonista Bloquedor neuromuscular e relaxante muscular (N) Úlceras pepticas Vomito (M) Bloqueadores β ( β1) Antidepressivo (D2, D3) Vasodilatação Tratamento (uso limitado) das alergias, sedação (H1) Antiulcera (H2) Analgésico Antidoto da (k) morfina (overdose) Antimigraina Anti-emetico (5-HT1D) (5-HT3) Estimulação Ketanserina da mobilidade (5-HT2) do tracto GI (5-HT4) Contracepção Cancro da mama Target dos farmacos Quando ocorre doença 2 situações podem ocorrer: 1.São libertados muitos mensageiros, o que faz com que a célula fique “saturada”; 2.Falta de mensageiros a célula tornase lenta Regulação Biosíntese Hormona ou neurotransmissor Metabolismo Antagonista Agonista Receptor Efeito Célula Agonista vs Antagonista Agonista: substância biológicamente activa que ao ligar-se ao receptor causa efeito Antagonista: substância que ao ligar-se ao receptor não produz efeito O que se passa a nível molecular? Neurotransmissor liga-se ao receptor através de um sitio que lhe é análogo, provocando uma alteração da forma do receptor o que pode conduzir a uma de duas hipóteses: – Abertura dos canais dos iões; - Activação de enzimas ligados à membrana via proteina -G Controle dos canais de iões O movimento dos iões Na+ K+ e Cl- é crucial no funcionamento de uma célula nervosa Hiperpolarização e despolarização célula K+ ClNa+ Estrutura de receptores Podemos agrupar os receptores em “famílias” de acordo com a sua estrutura e função: 1. Receptores que controlam os canais de iões (2-TM, 3-TM, 4- TM; TM = transmembranares); 2. Receptores acoplados à proteína-G (7-TM); 3. Receptores ligados à kinase (1-TM); 4. Receptores intracelulares: situam-se no citoplasma, levam horas ou dias a responder. esteróides. Interagem com as hormonas Estrutura dos receptores dos canais de iões (4-TM) Estrutura de outros receptores Estrutura de receptores acoplados a proteina-G Receptores acoplados a proteina-G São activados por vários tipos de neurotransmissores e hormonas: serotonina, monoaminas acetilcolina, (dopamina, histamina, noradrenalina), nucleotidos, lipidos, neuropeptidos, hormonas peptidas, hormonas proteicas e hormonas glicoproteicas, glutamato e iões cálcio. Diferentes mensageiros ligam-se diferentes áreas da proteína G. ao receptor em Activação das enzimas via proteina-G Função da subunidade α Existem pelo menos 20 tipos diferentes cada uma com diferente alvo e efeito; Consideremos apenas duas vias a activação da adenilato fosfolipase C. ciclase e activação da Activação da adenilato ciclase , pela αs Activação da adenilato ciclase (ex: adrenalina) Inactivação da adenilato ciclase , pela αi αi resulta da fragmentação da proteína-Gi que inibe a adenilato ciclase. Receptores muscarínico da M2 adrenoreceptores-α2 proteína-Gi (músculo (músculo são: cardíaco), liso) e receptores opiáceos no sistema nervoso central. Farmacos que actuam com a cAMP O H3C O O H N H3C N N CH3 O N Teofilina N CH3 N N N CH3 Cafeina Inibem a fosfodiesterase que á enzima responsável pela metabolização do cAMP, pelo que a sua actividade é prolongada Activação da fosfolipase C Receptores 7-TM → activação da proteina Gq → libertação da subunidade αq → activação da fosfolipase C que catalisa a hidrólise fosfatidilininositol difosfato → forma-se o inositoltrifosfato (IP3) + diacilglicerol (DG) Acção do mensageiro secundáriodiacilglicerol Acção do mensageiro secundário inositol trifosfato Estudo do modo de acção de alguns farmacos usados no tratamento da: Asma Doenças de coração Hipertensão Úlcera Doença Parkinson Epilepsia Constituição do sistema nervoso Sistema nervoso central: cérebro e espinal medula Sistema nervoso somático: está associado ao movimento voluntário; Sistema nervoso autónomo (vegetativo): juntamente com o sistema endocrino controla o meio interno. È constituído pelo sistema nervoso simpático e parassimpático. Neurotransmissores no sistema nervoso periférico Adrenoreceptores- respondem à adrenalina e noradrenalina Existem dois tipos principais de adrenoreceptores os α e os β Receptores majoritários α β contracção - Útero - Relaxa Músculo bronquial - Relaxa (β2) Batimentos cardíacos - Aumenta (β1) Intestino - diminui motilidade Sistema vascular Farmacos anti-asma Asma: falta de ar, respirar a HO custo devido à constrição dos H H C CH2 N CH3 OH HO músculos lisos dos pulmões; Adrenalina Broncodilatador natural: adrenalina HO Efeitos adversos adrenalina: HO aumentos dos batimentos cardíacos e da pressão arterial CH3 H C CH2 N CH3 OH Isoprenalina Isoprenalina: selectiva para os β-receptores mas era metabolizada rapidamente HO HO H C OH Isoprenalina CH3 CH2 N CH3 MAO (oxidação) HO HO H C COOH OH (ácido 3,4-dihidroximandelico) Evolução dos brondilatadores HO H CH3 H C CH2 N C CH3 OH CH3 HO H3CO COMT (catecol metil transferase) HO H CH3 H C CH2 N C CH3 OH CH3 β2 selectivo (só enantimero "R" é activo HOH2C HO Pontes de hidrogénio ∗ H CH3 H C CH2 N C CH3 OH CH3 (R)-Salbutamol Amina pode ser prim ou sec ou aryl Síntese do salbutamol (agonista β2) Rearranjo de Fries HO2C HO2C AlCl3/PhNO2 CH3CO2 CH3CO2 MeO2C COCH3 MeOH/HCl CH3CO2 COCH3 Br2/CHCl3 MeO2C CH3CO2 CH2Ph COCH2 N R MeO2C PhCH2NH-R CH3CO2 EtCOMe COCH2Br LiAlH4/THF HOH2C CH3CO2 CH(OH)CH2 N CH2Ph R H2, Pd/C HO2C CH3CO2 H COCH2 N R= t-Bu = salbutamol R Farmacos usados no tratamento de doenças de coração e hipertensão São bloqueadores β = antagonistas β = antagonistas da adrenalina e noradrenalina Aumentam os batimentos cardíacos sem afectar a força de contracção e têm uma função vasodilatadora das artérias conorárias. Têm ainda a capacidade de dilatar os vasos sanguíneos periféricos, pelo que têm uma função anti hipertensão. A nível molecular: evitam a subida intracelular do Ca2+ → diminuição do complexo Ca2+/calmudolina o que impede a contracção do músculo Farmacos contra a angina de peito Passa a barreira hemato-encefálica O H H2 C C N CH CH 3 H2 OH CH3 1965 - Propanolol H2NOCH2C O CH2CH CH2 NH CH(Me)2 OH Atenolol Têm também actividade anti-hipertensiva Farmacos anti-hipertensivos NH(CH)(Me)2 OH R O N O NC R' R' Me O Me Cromakalim Causam activação Dos canais de K+ Pressão Arterial Relaxamento Musculo liso K+ intracelular Entrada de Ca2+ é inibida Hiperpolarização Fecho dos canais de Ca2+ Síntese da Cromakalim NC o-Ph(Cl)2 O Me Me NBS DMSOaq NC refluxo O OH NC Br Me Me Me Me KOH Et2O O N NC ∗ ∗ O OH Me Me NaH, DMSO 2-pirrolidinona O NC O Me Me Histamina HN N NH2 • É uma hormona local (autocóides) ou neurotransmissor • Tem vários efeitos farmacológicos: 1. A nível circulatório provoca dilatação arteriolar e aumenta a permeabilidade capilar 2. Broncoconstrição: causa ataques de asma 3. Estimula a secreção do ácido gástrico • Existem 3 tipos de receptores: H1 (existem nos músculos do intestino, brônquios, e vasos sanguíneos) H2 (existem nas células parietais do estômago, útero) e H3 (CNS) Antagonistas H1 Farmacos usados na inflamação e descongestionamento bronquial N Mepyramine: usado na febre, asma e nas mordidas de insecto N MeO N CHOCH2CH2N(CH3)2 Difenilhidramina Antagonistas H2 NH (CH2)nXC NH2 HN Tipo de composto a ser sintetisado N n = 2 ou 3, X = N ou S NH H N S S HN N H N N O S N Cimetidine H2N NH NO2 H2N NH2 N Ranitidina N CN S HN Metiamida NH H N S N S Famotidine N S NH2 O O Síntese da cimetidina CO2C2H5 HN CH2OH LiAlH4 N HN HS NH2HCl N CH2SCH2CH2NH2 HN N (CH3S)2C=N.CN H N S HN N NH N CN CH2SCH2CH2NH CH3NH2 HN N N SCH3 C N Farmacos usados na doença de Parkinson Doença de Parkinson caracteriza-se por uma falta de dopamina Não passa a barreira hemato- HO NH2 HO Dopamina encefálica L-Dopa foi administrada como pro- farmaco Carbidopa inibe enzima responsável pela transformação da L-Dopa em Adrenalina e noradrenalina NH2 HO Efeitos secundários: L-Dopa é percursor da adrenalina e noradrenalina COOH HO L-Dopa CH3 COOH HO NHNH2 HO Carbidopa Outros agonistas da dopamina O NMe N NPr2 HO HO Ropirinole Apomorfinas NH2 HO OH 2-Aminotetralinas NH2 Amantadine: diminui o armazenamento da dopamina Inibidores do metabolismo da dopamina HO MeO COOH COMT NH2 HO COOH NH2 HO O HO NEt2 C N HO NO2 Entcapone (inibidor da COMT) HO HO MeO COOH NH2 MAO-B FAD COOH O HO FADH2 N CH3 CH CH3 Selegiline (inibidor da FAD) Antagonistas da dopamina São usados em doenças psicóticas como esquizofrenia São usados 3 classes de compostos 1. Fenotiazinas e outros triciclicos: usam o isosterismo na alteração da estrutura; Bloqueiam D1 e D2 2. Butirofenonas: ex haloperidol 3. Análogos de indol: podem afectam também os receptores de serotonina Fenotiazinas e outros triciclicos S Antidepressivo Tranquilizante CH2O CH CH O S Cl N (CH2)3NMe2 Cloropromazina (CH2)3NMe2 N Cl (CH2)3NMe2 Benzoxapinas (CH2)2NMe2 Dibenzocicloheptadienos Butirofenonas: ex haloperidol O F OH (CH3)3 N Cl Síntese + F (CH2)3Cl Cl H O H O + NH4Cl + H3C H2C AlCl3 OH (CH2)3Cl + F O HN Cl HBr NaOH HN Cl Cl Análogos de indol (CH2)2 N MeO N Me N MeO Oxypertine • Tem a capacidade de elevar o moral, pelo que é usado associada a no tratamento esquizofrenia e da apatia em outras situações. • Afectam receptores da serotonina Serotonina Estimula o sistema nervoso: pessoas com depressão têm níveis baixos NH2 HO N Farmacos usados no bloqueio da reabsorção da serotonina temos a fluoxetine (Prozac) F3C O NHMe Farmacos usados na epilepsia Epilepsia está associada a alterações do sistema GABA Existem dois tipos principais de receptores: GABA-A e GABA-B Biosintese O O H2N ácido glutâmico OH CO2H H2N descarboxilase OH Ácido γ−aminobutirico Metabolismo O H2N GABA OH transaminase O HO OH O Ácido succinico Farmacos usados na epilepsia (2) Farmacos que bloqueiam o metabolismo do GABA H3C H2C COONa H3C H2N Sódio valproato COOH Vigabatrin Farmacos que actuam no receptor do GABA. Este é constituído por 4 hélices α, β, γ e δ formam um canal de Cl-. Quando activado o canal abre causando a hiperpolarização da célula e O H3C O logo inibição neuronal HN C2H5 N O R HN O Cl N Fenobarbital (barbiturico) R = H Diazepam (valium) R = OH Temazepam Síntese dos barbitúricos e benzodiazepinas O O alquilação EtO EtO R1 R2 EtO EtO O O ClH2C Cl O N 2)NaOMe Cl O N NH2 NH NH3 O Cl R1 R2 HN O Cl O Cl O NH2 NH Cl 1)Piridina O (ureia) O O NH2 O H2N N H O Compostos usados para o receptor GABA-A • Agonistas GABA-A H H2NH2C C OH H2N O N Muscinol Cl (Halucinogénio) • CH2CO2H Baclofen (Relaxante muscular) Antagonistas GABA_A O NMe2 O O O O O Bicucullin (Convulsante) Farmacos/GABA Design de farmacos – Antes do Século XX a medicina consistia em ervas e poções. A partir do meio do sec XIX houve esforços no sentido de isolar e purificar os compostos. Apareceu a industria farmacêutica. – A passa a haver um esforço no sentido de sintetizar os princípios activos isolados e inclusive melhorá-los. – Existe um método pela qual se desenvolve e descobre um farmaco mas continua a haver uma componente importante de tentativas e erros envolvidos no processo. Composto condutor (lead compound) (def.) é o principio activo isolado da planta. É um composto com actividade farmacológica. Na investigação recente dado o avanço do conhecimento de como o corpo funciona a nível molecular e celular, é possível identificar o possível alvo e depois desenhar o farmaco que vai interagir com ele. A investigação é agora orientada pelo alvo. Passos do processo da descoberta e desenvolvimento de um farmaco Escolha da doença Escolha do alvo do farmaco Identificar os bioensaios Encontrar o composto condutor Isolar e identificar o composto condutor se necessário Determinar a sua estrutura Identificar a relação entre a actividade e a estrutura (SARs) Identificar o farmacoforo Melhorar as interacções com o alvo Melhorar as propriedades farmacocinéticas Fármaco é patenteado Estudo do metabolismo do farmaco Testes de toxicidade Processo de design e manufacturação Ensaios clínicos Mercado do medicamento Fazer dinheiro Escolha da doença A indústria farmacêutica concentra-se na procura de um novo farmaco ou em melhorar as já existentes; Os projectos de investigação tendem a ser direccionados a farmacos utilizados no 1º Mundo, uma vez que é aí que se centra o poder económico; As doenças mais em voga são: enxaquecas, depressão, úlceras, obesidade, gripe, cancro e doenças cardiovasculares. Actualmente a malária também é uma doença alvo de investigação devido ao turismo para sítios exóticos. Escolha do alvo do farmaco Definir se o alvo é um receptor, enzima ou ácido nucleico. Desenhar o agonista ou antagonista para o receptor ou o inibidor para a proteína. Exemplo do Prozac (fluoxetina) inibe a remoção da serotonina. Esta descoberta foi feita ao acaso. Design de agonistas Têm que ter uma estrutura que seja semelhante ao mensageiro: 1. A droga tem que ter os grupos de ligação correctos; 2. Grupos de ligação têm que ser correctamente posicionados; 3. A droga tem que ter o tamanho correcto para o sitio de ligação. Design de agonistas (2) Interacções ligantes possíveis devem estar todas presentes caso contrário poderá significar uma perda de actividade . Posições das interacções ligantes: os grupos ligantes têm que estar na posição correcta para se estabelecer as ligações. Ex: Enantiómeros Tamanho e forma adequada ao espaço do sitio ligante no receptor. Design dos antagonistas É o caso em que temos muita quantidade de neurotransmissor em que é necessário desenhar uma farmaco de forma tamanho adequado ao receptor, sem que com esta ligação o receptor altere a forma, não havendo qualquer efeito biológico. Neste caso existe uma competição entre o agonista e o antagonista vencendo este último dado que se liga mais fortemente. Antagonistas que actuam fora do sitio ligante 1. Antagonistas alostéricos O sitio de ligação é alterado pela ligação do antagonista a uma parte do receptor. 2. Antagonistas pelo efeito “guarda-chuva” A ligação do antagonista a sítios vizinhos ao sitio de ligação e impede tapando o sitio de ligação, que o neurotransmissor se ligue. Existe antagonistas que se ligam ao sitio de ligação e ao sitio vizinho, fortemente Agonistas Parciais São drogas que produzem um efeito biológico, mas não tão grande como com o agonista verdadeiro. Explicação para o facto: 1. Ligação ao receptor provoca uma mudança conformacional que não é a ideal, como tal o efeito biológico diminui; 2. A molécula do agonista pode-se ligar a dois sítios diferentes no sitio de ligação, num activa o receptor enquanto no outro não. 3. O agonista parcial consegue destinguir entre diferentes tipos de receptor. Agonistas inversos Têm o mesmo efeito que o antagonista. Impede a actividade inerente do receptor, ou seja aquela que ocorre sem que o mensageiro se ligue. Existe um equilíbrio entre a conformação activa do receptor e a conformação inactiva do mesmo. Identificar os bioensaios Escolher o melhor teste: deve ser simples, rápido e relevante, dado que elevado número de compostos vão ser analisados. Os testes podem ser in vitro (células isoladas, tecidos, enzimas ou receptores) ou in vivo (em animais). Testes in vivo Há que induzir a doença no animal de modo produzir sintomas observáveis. Esse animal é depois tratado com o fármaco com o objectivo de aliviar os sintomas; Nos animais transgénicos usados nestes testes parte dos seus genes são substituídos por genes humanos. São normalmente ratos. Estes ganham a capacidade de sintetizar o receptor ou o enzima ou alternativamente pode tornar-se susceptível a uma doença particular (ex: cancro do mama). Os fármacos são então testados. Desvantagens dos testes in vivo: 1. É lento e causa sofrimento do animal; 2. Problemas de farmacocinética 3. Os resultados obtidos podem ser enganadores e difíceis de racionalizar; 4. Resultados diferentes podem ser observados em diferentes animais; exemplo ester metil penicilina que são hidrolisados no rato produzindo penicilina activa mas não são hidrolisados no coelho nem no cão ou homem. Testes in vitro São usados tecidos específicos, células ou enzimas. Inibidores de enzimas são testados em soluções da enzima; Agonistas ou antagonistas são testados em tecidos isolados que expressam na sua superfície o receptor. Ex: broncodilatores são testados no músculo liso traqueal para ver se há contracção; A afinidade dos receptores ao ligando pode ser feita fazendo a marcação radioactiva do receptor. Gene que codifica o enzima ou receptor é clonado e depois expresso em células de levedura ou de Escherichia Coli ou em células tumorais. Ex foi protease do HIV. Descoberta do composto condutor Existem várias formas de o descobrir: Por pesquisa na natureza Medicina tradicional Por pesquisa nas bases de dados de compostos sintetizados Farmacos existentes Começando com um ligando natural ou modulador Síntese combinatorial Design de substâncias pelo computador Por acaso Procura por computador em bases de dados estruturais Relação estrutura-actividade – Tem que se saber quais os grupos funcionais que são importantes na ligação ao receptor ou à enzima; – Isto envolve um procedimento geral: há que sintetizar a molécula fazendo variar em cada síntese um grupo funcional. Se a actividade do composto diminuir com a remoção de grupo funcional significa que ele é determinante a sua presença na molécula para a actividade biológica. – Grupos funcionais hidroxilos: formam ligações de hidrogénio. Desaparecem ou tornam-se mais fracas quando o grupo é transformado num ester. – Grupos funcionais amino: formam ligações de hidrogénio e ionicas ( as + importantes). Transformam-se em amidas.