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SERVIÇO
BANDA LARGA
SAÚDE
Mais problemas para cancelar
MULTAS E COBRANÇAS INDEVIDAS
A Anatel determina que o assinante tem direito
ao cancelamento ou à interrupção do serviço
prestado a qualquer tempo, “sem ônus adicional”. Mas nenhuma empresa respeita a legis-
Empresas respondem
A NET, em carta enviada ao Idec, contesta as conclusões do teste. A
empresa informou que “devido a fatores externos à NET e a características intrínsecas à rede mundial de computadores [...] pode haver
influência no tráfego”. Por esse motivo, só garante 10% da velocidade
contratada.
No teste, entretanto, todos os fatores externos foram isolados pelo
uso de um software do CGI, para que não houvesse alteração na velocidade fornecida pela empresa. Mesmo assim, a velocidade ficou quase
sempre entre 30% e 55% do contratado para upload de arquivos entre
meio-dia e meia-noite.
Além disso, o consumidor não tem nenhuma responsabilidade sobre
eventuais “fatores externos” à conexão. Tampouco foi informado devidamente, na hora de contratar o serviço, de que a empresa só garantia esses 10%.
As outras contestações não procedem, já que são execradas práticas
que fazem parte da rotina da NET, como a venda casada, comprovada
pelas gravações de todos os contatos que o Idec fez com a empresa.
Já na resposta enviada pela TVA, a empresa afirma que “a obrigatoriedade do [telefone] 0800 é apenas para reclamações” e diz que
informa seu número 3038-7001 aos assinantes. Com essa resposta, a
TVA apenas enfatiza que descumpre o CDC, pois não oferece um
número gratuito nem para reclamações.
A Telefônica não respondeu.
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Revista do Idec | Maio 2008
lação nesse ponto, e acabam aplicando, sim,
multas ao consumidor que rescinde o contrato
antes de passado um período determinado (geralmente de um ano).
No caso da NET, a empresa, ainda por cima,
forneceu dois valores diferentes de multa pela
rescisão. Informou que seria de R$ 360 para o
serviço contratado na zona sul. Já na zona norte,
disse que seria de R$ 240. Essa prática ofende o
princípio da igualdade, que consta não só do
CDC, mas da Constituição Federal.
Quanto ao serviço da TVA, o mesmo problema
foi encontrado na hora da contratação: a multa
informada para a rescisão do contrato seria de
R$ 109,90 na zona sul e de R$ 485 na zona
oeste. Mas na hora de cancelar, a questão ainda
ficou pior, já que nenhum dos valores correspondia aos informados inicialmente.
A Telefônica informou uma multa de R$ 299
para a rescisão contratual. Entretanto, essa cobrança nunca foi efetuada. Para o Idec, esse tipo
de mudança nas “cláusulas” contratadas gera insegurança quanto à possibilidade de esses valores
serem cobrados futuramente.
Em todos os casos, foi necessário contestar cobranças indevidas: fossem valores maiores do que
os combinados ou, como no caso da Telefônica,
cobranças que simplesmente não chegaram.
Uma “influência”
nada agradável
M
A gripe, ou influenza,
como é conhecida em outros
países, surge principalmente
nesta época do ano
e dura todo o inverno
PRAZO NÃO É O FORTE
Se as empresas demoram para instalar o serviço
– que é quando elas começam a ganhar dinheiro –, imagine o problema na hora de retirarem
os equipamentos instalados. Pode parecer contradição, já que elas investem dinheiro em modems e outros equipamentos, mas nem a TVA
nem a Telefônica retiraram os aparelhos da casa
dos consumidores no prazo combinado.
Saiba mais:
Veja os gráficos de medição de velocidade no site do
Idec: www.idec.org.br
●
Fale com as empresas:
NET Vírtua: 0800-701-0358
● Telefônica Speedy: 10315
● TVA Ajato: 3038-7001
●
SOPHIE/STOCK.XCHNG
A
Telefônica e a NET deram outro chá-decadeira na hora de cancelar o serviço. O
consumidor teve de ficar, respectivamente,
26 e 28 minutos ao telefone. O melhor caso foi o
da TVA, que em apenas 5 minutos resolveu a
situação de uma das residências.
Já quando a questão é a cobrança correspondente aos dias de serviço usados, a TVA é a pior:
em nenhum dos casos houve redução de valores
proporcional ao período utilizado (menos de um
mês), e os consumidores foram obrigados a pagar
o serviço por trinta dias. Para o Idec, essa prática
ofende o sistema de proteção e defesa do consumidor, pois o obriga a pagar por um serviço
que não utilizou.
ilhões de pessoas com idade a partir de
60 anos aderiram à Campanha Nacional
de Vacinação Contra a Gripe de 2008,
voltada somente para idosos. Só no primeiro dia,
3 milhões foram aos postos, segundo balanço do
Ministério da Saúde. A meta deste ano é vacinar
pelo menos 13 milhões em todo o país. Até o
fechamento desta edição da revista não havia um
balanço final. No ano passado, 70% dos 11 milhões pretendidos foram vacinados, em 96% dos
municípios do país.
Existem registros da gripe desde quatro séculos
antes de Cristo, quando se acreditava que seus
males eram provocados por influência dos espíritos. Por isso, o vírus da gripe foi batizado com o
nome de influenza – denominação pela qual é
popularmente conhecido no mundo. Felizmente,
a medicina criada por Hipócrates (460 a.C.)
evoluiu e chegou à descoberta dos reais causadores da “influência”: os vírus. O mais comum,
e mais importante entre eles, é o que recebeu a
denominação influenza, com vários tipos e subtipos. O tipo A é o mais temido, por ser mais
transmissível, até em animais, sofrendo muitas
mutações e podendo, assim, gerar pandemias
(epidemias). Por isso, é preciso desenvolver uma
nova vacina a cada ano.
Febre súbita, mal-estar, calafrios, dores musculares, tosse e coriza. Estes são os principais sintomas sentidos durante quatro ou cinco dias,
após o período de encubação da doença (um a
quatro dias). Alguns deles, entretanto, podem
não ser sentidos, como as dores no corpo ou o
mal-estar, que variam de pessoa para pessoa.
A gripe mal curada pode debilitar o organismo
e trazer complicações como otites, sinusites e
pneumonia. Nos casos de doenças crônicas
(asma, bronquite, enfisema pulmonar, diabetes,
aids, problemas renais e cardíacos) pode haver
uma piora no quadro clínico. No Brasil, os portaRevista do Idec | Maio 2008
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SAÚDE
dores dessas doenças, munidos de autorização
médica por escrito, podem ser vacinados, gratuitamente, nos Centros de Referência de
Imunobiológicos Especiais (CRIEs), ligados ao
Ministério da Saúde.
Ao contrário do que muita gente pensa, é preciso tratar a gripe como doença e como um problema de saúde pública. Estimativas do ministério
demonstram que a vacina contra a influenza reduz
em mais de 50% as ocorrências da gripe e de
doenças relacionadas. Com a vacina, as hospitalizações por pneumonia, por exemplo, têm
redução de até 32%. Ainda nos hospitais, há
queda de 31% nas mortes por pneumonia e gripe.
Já a redução de mortes em leitos hospitalares relacionadas a doenças respiratórias, que representaram a terceira causa de óbito em idosos entre
2001 e 2005, pode chegar a 50%. Segundo previsões da Organização Mundial de Saúde (OMS),
daqui a vinte anos o Brasil será o sexto país no
mundo com grande população idosa.
Cuidado com os “antigripais”
Dezenas de comprimidos são vendidos livremente nas farmácias e drogarias como sendo antigripais. Normalmente são antitérmicos. Porém, nenhum deles combate a gripe, apenas amenizam
alguns sintomas, como febre e dores musculares.
“Os antivirais são os mais indicados. Mas é preciso que haja indicação médica. O mais recomendável é que, caso os sintomas da gripe persistam no
segundo dia, a pessoa procure um médico”, aconselhou Nancy Bellei, professora e coordenadora do
setor de Viroses Respiratórias da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) e coordenadora do
Grupo Regional de Observação da Gripe (Grog).
Com relação aos antibióticos, vale o alerta da
especialista: “antibiótico não é remédio para gripe”.
A não ser em casos que evoluem para um quadro
bacteriano, como pneumonia. “Aí, sim, é indicado.”
OS PEQUENOS
IZILDA FRANÇA
A campanha nacional, entretanto, não inclui as
crianças, que também são vítimas constantes da
gripe. O ministério alegou prioridade aos grupos
com maior risco de morte, seguindo recomendações internacionais. Mas a própria Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS), representante da OMS nas Américas, recomenda que
devem receber a vacina: pessoas ligadas aos
serviços essenciais de saúde, grupos de maior
risco de mortalidade, pessoas em contato próxi-
Vacinação contra a gripe para idosos, em São Paulo: 3 milhões de doses no 1o dia
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Revista do Idec | Maio 2008
mo a esses grupos e os pré-escolares e escolares,
maiores disseminadores da gripe. As crianças são
mais vulneráveis e acabam contraindo mais viroses. Além disso, enquanto o adulto elimina o vírus em até sete dias, elas demoram até dez dias.
Um estudo da Faculdade de Ciências Médicas
da Santa Casa de São Paulo detectou que as
doenças virais foram responsáveis por 38% das
460 internações de crianças por complicações
respiratórias, entre 2005 e 2006. Entre os
pequenos, até o diagnóstico é mais difícil. “No
adulto, se tiver febre súbita e outras duas ocorrências ao mesmo tempo, como tosse e dor no
corpo, há 70% de probabilidade de ser influenza.
Já nos menores, a combinação febre alta e tosse
pode ser um sinal, mas é mais difícil ter certeza”,
orientou a médica Isabella Ballalai, vice-presidente da Sociedade Brasileira de Imunização e
pediatra há vinte anos. A especialista em imunização de crianças ressalta a importância da
vacinação também nos pequenos e da realização
de exames laboratoriais para confirmar os casos.
Infelizmente, por causa do custo alto, muitos
planos não cobrem, e assim, ao consumidor resta
buscar exames particulares.
A Sociedade Brasileira de Pediatria recomenda a vacina contra a gripe entre os 6 meses e
os 2 anos de idade. Não há indicação para
os primeiros meses de vida. Até os 9 anos,
são recomendadas duas doses iniciais, com
intervalo de um mês. A partir disso, uma dose
Gripe, resfriado ou dengue?
Sintoma
Gripe
Resfriado
Dengue clássica
Transmissão
Via aérea (principalmente pelo
vírus influenza)
Via aérea (diversos vírus)
Por meio da picada do mosquito Aedes
aegypti (vírus arbovírus da família Flaviridae)
Febre
Alta e súbita, entre os 2 e 4 primeiros dias
Raramente
Alta e súbita nos primeiros dias
Dor de cabeça
Intensa
Rara
Intensa
Dores musculares
e outras
Intensas
Leves
Intensas, além de dor atrás dos olhos
e nas articulações
Fadiga, debilidade
Intensa, podendo levar de 1 a 2 semanas
Leves ou moderadas
Intensa
Coriza e espirros
Ocasionalmente
Freqüentes. Também há congestão
e obstrução nasal
Nunca
Dor de garganta
Às vezes
Freqüente
Nunca
Tosse
Freqüente e, às vezes, intensa
Às vezes “golpes” de tosse
Nunca
Eritema (manchas
vermelhas na pele)
Nunca
Nunca
Pode no 1o ou 2o dia em todo o corpo,
exceto palma das mãos e planta dos pés
anual. Após os 2 anos, há indicação para os
casos de risco, como em crianças asmáticas, já
que a vacina pode reduzir em até 56% os casos
de ataques respiratórios. Os dados foram apontados pela médica Cristina Jacob, do Instituto da Criança do Hospital das Clínicas da
Universidade de São Paulo (USP). Atualmente,
apenas 29% das crianças com asma são vacinadas.
IMUNIZAÇÃO
A vacina contra a gripe protege o indivíduo
contra o vírus influenza. Por isso, há casos de pes-
Dengue
Em tempos de epidemia de dengue é preciso
estar atento aos sintomas, que geralmente são confundidos com os da gripe. No primeiro dia em que
eles se manifestam, é difícil diferenciar uma doença
da outra, pois os sintomas são os mesmos: febre,
dor no corpo e na cabeça. Mas, no segundo dia, a
pessoa gripada tende a apresentar tosse, já que a
gripe é uma doença respiratória.
A dengue, por sua vez, é transmitida pela picada
do mosquito Aedes aegypti, e os sintomas dos
casos clássicos são: febre alta; dor atrás dos olhos,
dor de cabeça, além de dores musculares e nas
articulações; prostração e manchas vermelhas na
pele, como as do sarampo. O resfriado também é
confundido com a gripe. Este, porém, é causado por
diversos vírus e seu quadro é bem mais leve que o
da gripe (veja tabela acima).
soas que ficaram gripadas mesmo após tê-la tomado. Não existem vacinas desenvolvidas para outros vírus. Além disso, não há doses disponíveis
para todos, já que a produção é limitada. Primeiro, é preciso coletar amostras das novas cepas
do vírus, que se renovam a cada ano – o que só é
possível nas primeiras semanas do outono.
Um estudo divulgado pelo laboratório Sanofi
Aventis, parceiro do Instituto Butantan na fabricação da vacina, indica que cerca de 90%
das pessoas que a recebem ficam imunizadas.
Atualmente as vacinas são importadas. Mas a partir de 2009 serão produzidas pelo Butantan.
Como se trata de uma doença sazonal, de
inverno (clima preferido pelos vírus), o ideal é
que se tome a vacina antes da chegada da estação.
É preciso verificar também a recomendação aos
alérgicos à proteína do ovo. Isso porque, na fabricação da vacina, o ovo é usado para “incubar”
o vírus. Nesses casos, ela não é recomendável.
Para as gestantes, a vacina pode ser dada a partir
do terceiro mês de gestação, quando não oferece
mais riscos para o bebê.
Saiba mais:
● Centros de Referência de Imunobiológicos Especiais
(CRIEs): www.portal.saude.gov.br/portal/saude/visualizar_
texto.cfm?idtxt=28027 ou 0800-61-1997 (Disque Saúde)
● Grupo Regional de Observação da Gripe (Grog): www.
grogbrasil.com.br
● Sociedade Brasileira de Imunizações (Sbim): www.sbim.
org.br
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