Arquiteturas Híbridas Integrando Paradigmas Conexionistas e

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I SBAI - UNESP - ruo Claro/SP - Brasil
Arquiteturas Híbridas Integrando Paradigmas
Conexionistas e Simbolistas
H.S. LO PES*, S.M. NASSAR t, A. RAMIR Ezt, w.c. LIMAt
* CEFET-PR/CPGEEIl - AV.7 de setembro, 3165, 80230-010 Curitiba (PR)
t Univ. Fed. Santa. Catarina/GPEB - cx.postal 476,88040-970 Florianópolis (SC)
e-mail.s: .. [email protected] .. & "[email protected]"
Abstract: An overall insight of the potentiality of a cooperative use of Expert Systems and
Neural Networks as a Hybrid System is presented. Firstly, those two conventional paradigms
are compared, to emphasize their main characteristics. After, some possible topologies which
combine them and some examples are proposed. We conclude the models proposed for Hybrid Systems offer an alternative way to implement knowledge-based systems, which inference
mechanism seems to be closer to the cognitive ways employed in an expert decision-making
processo
1
Intr od u ção
Em muitos domínios de interesse da Inteligência Artificial, o ambiente de resolução de problemas
pode ser visto como uma coleção de agentes inteligentes mantendo entre si algum tipo de acoplamento. Cada um destes agentes processa informações e gera respostas baseados no seu próprio
conhecimento incompleto do domínio. Em muitos casos, nenhum a.gente detem conhecimento suficiente para a resolução por completo do problema, de maneira que é conveniente uma solução
cooperativa ordenada para atingir uma resposta satisfatória. Sistemas de informação baseados
em Inteligência Artificial, são em geral desenvolvidos utilizando-se paradigmas simbolistas (Sistemas Especialistas- SE) ou conexionistas (Redes Neurais- RN). Atualmente, vem sendo empregada
uma nova abordagem, os chamados Sistemas Híbridos (SH), que combinam SE's e RN's, aliando a
capacidade de ambos e tentando minimizar as deficiências de cada um.
Uma analogia para avaliar a sinergia destes dois paradigmas trabalhando cooperativamente
é traçar um paralelo com o cérebro humano: Sistemas Especialistas (o hemisfério esquerdo, na
ma.ioria das pessoas) dependem de regras e são mais adequados para problemas de dedução lógica.
Eles podem trabalhar com representação simbólica de dados, tendo a possibilidade de explicar
como uma determinada conclusão foi obtida. Redes Neurais (o hemisfério direito, na maioria das
pessoas) dependem de exemplos e são mais adequados para tarefas de reconhecimento de padrões.
Elas são recomendadas onde as decisões levam em consideração julgamento e intuição baseados na
experiência acumulada [1,13].
2
Comp araçã o entre Sistema s Esp ecialista s e R edes N e u r a is
Embora sejam diversas as aplicações de Redes Neurais, todas tem em comum a possibilidade de
estabelecer associações entre entradas e saídas conhecidas observando-se um grande número de
exemplos. Uma das características importantes das RN's é a sua velocidade de resposta, mesmo
fornecendo respostas aproximadas.
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As RN's são utilizadas em substituição aos métodos tradicionais de programação, quando as
regras não são determinísticas ou demasiadamente complexas, como é o caso de alguns tipos de
problemas estocásticos ou não-lineares. Estes podem ser adequadamente resolvidos com RN's, 'uma
vez que seus neurônios artificiais têm resposta não-linear e são altamente interconectados. Entretanto, as RN's não são adequadas para problemas envolvendo regras bem definidas ou problemas
procedurais, tais como: estratégias, planejamento, ensino; nestas situações a opção é o emprego de
SE's .. Por outro lado, as RN's oferecem maior robustez aos sistemas onde as entradas envo~vem
ruído e redundâ.ncia.
Os Sistemas Especialistas baseiam o seu raciocínio em regras bem determinadas, sendo predizíveis e explicáveis. A característica fundamental de um SE é que, para ser de fato útil, depende
de uma grande base de conhecimento, atualizada e precisa, extraída de especialistas humanos.
Entretanto, um SE não possui normalmente a capacidade de extrapolar fatos ou generalizar conclusões.
Um SE é desenvolvido adquirindo o conhecimento diretamente do(s) especialista(s), enquanto
uma RN adquire conhecimento diretamente de uma base de exemplos com suficiente numero de
casos significativos do domínio do conhecimento, selecionados por um especialista. No entanto,
uma RN previamente treinada para a resolução de determinada classe de problemas, pode ser
utilizada para a obtenção das regras de um SE, quando um especialista humano não for disponível
[2]. Este trabalho é particularmente complexo e envolve o rastreamento de informações através da
rede, além de uma identificação qualitativa dos nós. Embora seja factível, esta implementação não
é usual dada à dificuldade envolvida e da premente necessidade de posterior refinamento das regras
obtidas. De maneira análoga, um SE poderia ser empregado para treinar uma RN, fornecendo um
conjunto de dados de treinamento da rede. Obviamente neste caso, o conhecimento da RN nunca
será maior do que o do SE, embora a RN possa fazer mais eficientemente generalizações.
A tabela 1 a seguir, apresenta algumas características adicionais de Redes Neurais e Sistemas
Especialistas [1]..
CARACTERISTICAS
Capacidade de Explicação
Aquisição do conhecimento
Ambientes de desenvolvimento disponíveis
Tempo médio de desenvolvimento
Manutenção do sistema
Velocidade de processamento
PARADIGMA
SISTEMA ESPECIALISTA
REDE NEURAL
excelente
pouca ou nenhuma
especialista humano
grande número de exemplos
grande quantidade
poucos
12 a 18 meses
poucas semanas ou meses
bastante complexa
simples
mais demorado
mais rápido
Tabela 1: Comparação entre SE's e RN's.
Algumas áreas de aplicação de Redes Neurais incluem: reconhecimento de imagens, reconhecimento de caracteres de escrita manual, tradução automática de texto para voz, reconhecimento
de sinais de radar, classificação de impressões digitais, prognóstico de reações químicas, etc ... Em
relação a áreas de aplicação de Sistemas Especialistas, podemos citar: banco de dados inteligentes, instrução auxiliada por computador, procedimentos de controle de processo, processamento de
linguagem natural. Por outro lado, algumas áreas de aplicação permitem a abordagem dos dois
modelos, levando-se em consideração as limita.ções de cada um, tais como: planejamento gerencial,
modelamento de processos de controle, controle de qualidade e diagnóstico médico.
3
Topologias de Sistemas Híbridos
Para o desenvolvimento de sistema.s de informação baseados em Inteligência Artificial, as abordagens de RN's ou SE's não são excludentes, ao contrário, são complementares. Estes Sistemas
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IIíbridos utilizam os dois paradigmas de forma cooperativa de modo a resolver problemas até então
insolúveis quando tratados separada.mente por uma ou outra abordagem.
Existem diversas maneiras de integrar RN's e SE's. A escolha de uma topologia depende do
problema em questão e dos recursos disponíveis. A seguir são propostas algumas destas topologias.
3.1
Particionamento do Problema
U ma das formas mais simples de integrar RN's e SE's é a técnica de "dividir para conquistar",
isto é, divide-se um problema complexo em diversos subproblemas e se utiliza o método mais
apropriado para resolver cada um deles (figura 1). Desta forma, o Sistema Híbrido gerencia o fluxo
de informações entre os módulos, fornecendo as entradas adequadas para cada um e convergindo
as soluções parciais em uma resposta única do problema. Este tipo de abordagem nada mais é do
que uma arquitetura paralela, com módulos desacoplados (como num sistema blackboard [5]), o que
a distingue das abordagens seguintes.
Problema Complexo
Sistema Híbrido
1- - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - --.
R,d, N""I
e --+---;-----
. --+-----.---+l,! Sistema Especialista
I
•
r-- ~et
I
Solução
g , - - - -....
I Modelo
Matemático If--+-I:l~
Determinist.ico
I
8
--+-----.--....11
. - - + - - - - ; - -....
11
e
~- '
Algoritmo
Ir-_,
-
Subproblcmas
Figura 1: Particionamento do problema.
3.2
Redes Neurais Embutidas
Ncstf' tipo de abordagf'm a RN constitui uma parte do SE, que tem a função de gerenciamento:
selecionando entradas, ativando a RN adequada para. a situação, proces3ando a saída e gerando uma
explicação quando necessá.rio (figura 2). Desta maneira, a RN poderia, por exemplo, implementar
a parte do motor de inferência. de um SE que seleciona as regras a serem disparadas através do
reconhecimpnto de um determinado padrão de fatos.
Uma situação típica em que esta abordagem pode ser utilizada, mostrada na figura 3, é a
utilização de RN's para pré-processamento de informações, geralmente de baixo nível (como, por
exemplo, sinais provenientes de sensores), ou tarefas que são tipicamente de reconhecimento de
padrões, tais como visã.o e reconhecimento de voz [4] . Neste caso, o SE utiliza as generalizações e
pré-c1assifica.ções fompcidas pelas RN's como entradas para um processamento simbólico de mais
alto nível. A RN funciolla eutã.o como urna espécie de "subrotina" de urna clá.usula SE-ENTÃO de
alguma das regras [6J.
3.3
Sistema Especialista Gerador de Explicações
Para diversos tipos de aplica.ções é suficiente apenas a resposta do problema, não sendo necessária a
explicação do raciocínio lógico empregado para a determinação da solução. Isto é particularmente
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Sistema Híbrido
,----------------------------------Entradas :
Solução
L _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ .1
Figura 2: Redes Neurais Embutidas.
verdadeiro para especialistas em diversas áreas, onde a solução de problemas envolve o reconhecimento intuitivo de um padrão, e não a sua dedução lógica. Neste caso, apenas a Rede Neural é
utilizada para gerar uma resposta para o sistema.
Sistema Híbrido
,,----------------------------------,
~E",-'n!.!..t::..or..::a.o:.d:::as,,-+-_.j.- E } - _
Sistema
Solução
Especialista
,L
________________________________ _ .,
Figura 3: Pré-processamento de Informações.
Entretanto, quando é necessária uma explicação da solução é, a RN falha em poder fornecer
a linha de raciocínio empregada, uma vez que o seu conhecimento é "opaco", representado por
uma impenetrável massa de pesos e conexões. Desta forma, um SE poderia ser ativado para, a
partir da resposta da RN's e das evidências de entrada, gerar uma explicação adequada através
de um processamento regressivo, produzindo a sequência de raciocínio que levou à solução. Este
mecanismo também é conhecido como confabulação (figura 4).
3.4
Sistema Especialista Conexionista
Este tipo de abordagem utiliza uma arquitetura que combina conceitos de Redes Semânticas l com
Redes Neurais. Sistemas híbridos desta natureza foram propostos por Gallant [3J e Machado [10,12J.
A abordagem de Gallant [3J propõe um modelo de rede conexionista do tipo feedforward (sem
ciclos) chamada de rede discriminante linear, onde cada célula é representada por um perceptron.
1 Redes Semânticas são formas de representação de conhecimento simbólico onde, a cada informação é associado
um conjunto de nós ligados adequadamente uns aos outros por um conjunto de arcos. Os nós representam os objetos
ou conceitos e os arcos as relações entre eles.
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Sistema Híbrido
,
Entradas :
Solução
,
:Explicação
•
,
... _---------------------------------,
Figura 4: SE gerador de explicações.
Identificando-se cada célula com nomes apropriados pertinentes ao escopo do problema, especifica-se
uma interpretação semântica para a ativação de saída de cada perceptron. Uma vez que cada célula
está associada a uma variável de interesse (p.ex. sintoma, evidência, diagnóstico, etc ... ) e as relações
de dependência entre elas está especificada diretamente pela topologia da rede semâ.ntica, pode-se
rastrear regressivamente uma solução fornecida pela rede para produzir uma explicação, embora
regras do tipo SE-ENTÃO não sejam representadas explicitamente na base de conhecimento.
Uma outra abordagem, proposta por Machado [10,12], utiliza uma estrutura híbrida que combina Redes Semânticas e Redes Neurais Difusas para a representação do conhecimento. Este modelo
será detalhado a seguir.
4
Um exemplo de Sistema Híbrido: o Sistema Especialista Conexionista Difuso
O Sistema Especialista Conexionista Difuso (SECD), mostrado simplificadamente na figura 5, é
composto de diversos módulos com funções específicas, resultando em um sistema bastante flexível.
Os principais módulos são [11]:
• Base de Conhecimento Conexionista (BCC): composta por uma Rede Semâ.ntica
(RS) e uma Rede Neural Difusa (RND).
• Máquina de Inferência (MI): que controla o funcionamento do sistema gerenciando
as redes neurais e semânticas adequadamente para a solução do problema.
• Máquina de Aprendizado (MA): cujo objetivo é refinar o conhecimento do sistema,
atuando iterativamente sobre a intensidade das conexões ou alterando a plasticidade
das redes.
4.1
4.1.1
Base de Conhecimento Conexionista (BCC)
Rede Semântica (RS)
A RS dá ao sistema a capacidade de representar facilmente conceitos simbólicos, estrutura e organiza
o "problema" e cria um mecanismo de inferência adequado. A RS é composta de duas partes, lima
envolvendo somente 'as classes de objetos e um conjunto de relações primitivas, e a outra sendo
uma instância deste modelo.
Os conceitos típicos envolvidos nesta Rede Semântica são os seguintes:
• Hipóteses: representam as categorias de classificação .
• Atributos: representam as características quantitativas e qualitativas do objeto em
análise.
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Sistema Especialista Conexionista Difuso
Entradas:
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Rede Semântica
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I Rede Neural Difusa I
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Figura 5: Sistema Especialista Conexionista Difuso .
• Evidências: representam um resultado possível dos atributos .
• Procedimento: representa uma tarefa ou ação que é executada para medir um ou
mais atributos.
As relações entre evidências e hipóteses são chamadas de Relações de Influência, e são vistas
como uma proposição difusa com respeito ao problema em questão. Cada relação de influência terá
um grau de possibilidade obtido por uma rede neural difusa associada.
4.1.2
Rede Neural Difusa (RND)
A RND utiliza conceitos da lógica fuzzy (lógica difusa ou lógica nebulosa) e calcula o grau de
possibilidade de uma hipótese a partir das evidências [10]. A topologia da rede é fortemente
inspirada em grafos de conhecimento [8] obtidos dos especialistas e apresenta três ou mais camadas:
uma de entrada para as evidências, uma ou mais intermediárias e uma de saída para as hipóteses.
As células de entrada recebem informações vindas do usuário ou de saídas de redes de hierarquia inferior. Os dados de entrada podem vir na forma de um grau de possibilidade difuso (ou
pertinência) entre O e 1 para uma proposição ou sob a forma não-difusa, correspondendo à medida
quantitativa de um atributo. Neste caso, é necessário converter o dado para um grau de possibilidade, o que é executado por uma célula de entrada "juzzificadora". Esta "fuzzificação" é um
recurso que permite que todos os parâmetros de entrada sejam normalizados.
As camadas intermediárias são implementadas por neurônios tipo fuzzy-E, isto é, a saída Yj do
neurônio j é definida como o mini(wi.Xi), onde Wj é o vetor de pesos (ponderações) conectado a
este neurônio e Xi é o vetor de entrada da RN.
A camada de saída é caracterizada por neurônios tipo fuzzy-OU, cuja função de transferência é
Zj = maxi(Wj.Y;), onde Y; é o vetor de saída da camada anterior.
Devido a estas características da rede, ela pode ser utilizada para gerar explicações ao usuário,
mostrando o raciocínio empregado para se chegar à hipótese resultante. No exemplo da figura 6,
a hipótese h 1 é a resultante pois apresenta o maior grau de possibilidade. A explicação é feita
tomando-se como base o caminho responsável pela sua ativação. Neste caso, a busca regressiva
leva às evidências el e e2 .
4.2
Máquina de Inferência (MI)
A MI gerencia a consulta feita pelo usuário trabalhando em dois níveis: rede semântica e rede
neural. Ao nível da rede semântica, a MI analisa o objetivo da consulta e seleciona a melhor
sequência de raciocínio. Ao nível da rede neural, a MI efetivamente realiza a tarefa de classificação,
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X
10,5 1,4 10,4
T-----l- -----f ------f ------f------f--
J
Figura 6: Exemplo de Rede Neural Difusa.
podendo também, por um processo regressivo, decidir se efetua perguntas ao usuário com o objetivo
de obter mais informações que levem a uma solução do problema, sendo, ainda, ca.paz de explicar
ao usuário o raciocínio utilizado. A MI pode trabalhar com 3 tipos de incerteza:
• "Nebulosidade" (fuzziness): trabalha com informações cujos limites não são bem
definidos;
• Imprecisão: admite erros de medida de um parãmetro expresso por um intervalo de
tolerância;
• Ignorância: a falta de conhecimento de algum parâmetro não impede que o sistema
possa chegar a uma conclusão.
A MI, por admitir tais incertezas, simula de uma forma mais natural o processo cognitivo de
um especialista.
4.3
Máquina de Aprendizado (MA)
o
conhecimento armazenado nas RN's da BCC é refinado incrementalmente pela MA através de
dois processos:
• Ajuste dos pesos sinápticos utilizando um Algoritmo de Punição-Recompensa;
• Mudando a topologia da RN através de Algoritmos Genéticos, isto é, criando e/ou
expurgando nós da rede [11].
Existe uma interação entre as RS e a RN de modo que, durante o aprendizado da RN, ao se
concluir que uma evidência é irrelevante para determinada hipótese, esta será eliminada da Rede
de Influências.
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5
Conclusões
Sabe-se que o ponto mais crítico no desenvolvimento de sistemas de informação inteligentes é a
aquisição do conhecimento. Em SE's surgem dificuldades da indispensabilidade do especialista
durante todo o processo de aquisição, que deve ser feito de modo bastante sistemático. Além disto,
a forma com que é transformado o conhecimento do especialista em regras de produção pode conter
dificuldades adicionais. Por exemplo: é notória a dificuldade de exteriorização do conhecimento
intuitivo de um especialista, ou ainda a implementação de conhecimento de senso comum.
No caso de RN's, supõe-se que todo o conhecimento relevante do domínio em questão deva
estar contido na base de exemplos, isto é, ela deve ser representativa do universo em estudo.
Esta representatividade deve ser tanto quantitativa (número de exemplos) quanto qualitativa (os
exemplos devem ser suficientemente heterogêneos para representar todo o espectro do conhecimento,
sem no entanto serem contraditórios). A principal dificuldade em se contruir tal base de exemplos
é a falta de padronização no registro dos casos acessíveis ao especialista, além do que, o tempo para
a obtenção desta base de dados é uma parcela considerável do tempo total de desenvolvimento do
sistema. Desta forma, a validade e a precisão do sistema dependem fundamentalmente da base
de exemplos utilizada como padrões de treinamento e não do mecanismo de inferência próprio das
RN's.
Em relação à manutenção da base de conhecimento, no caso de RN, é possível fazer um treinamento dinâmico supervisionado, onde um novo caso só entra no conjunto de exemplos após uma
triagem prévia feita pela equipe de desenvolvimento. Esta supervisão é fundamental pois mantém
a base de conhecimento atualizada e consistente, impedindo que um caBO atípico leve a rede a
concluir um resultado indesejado. Em um SE, a introdução de novos conhecimentos requer a revisão sistemática de toda a base de conhecimento para evitar sua inconsistência, implicando num
trabalho árduo e demorado.
A utilização de algoritmos genéticos no modelo Sistema Especialista Conexionista Difuso, dá
ao sistema uma flexibilidade adequada para se adaptar dinamicamente à evolução de sua base de
conhecimento implícita, conferindo a este paradigma elevada adaptabilidade e robustez.
As topologias de Sistemas Híbridos descritas, por combinarem a expressividade dos Sistemas
Especialistas e a força dos Sistemas Conexionistas, constituem um grande avanço da Inteligência
Artificial, e permitem a aplicação de suas técnicas em áreas anteriormente não exploradas, como
por exemplo o sistema desenvolvido por Lima [9].
Considerando a potencialidade dos Sistemas Híbridos, julgamos que esta será a tendência futura
da arquitetura de sistemas baseados em conhecimento.
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