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LUGAR ONDE SE PENSAM AS IDEIAS E SE
ESCREVE SOBRE ELAS: MEMÓRIA – HISTÓRIA
DO NEPEC (1993-2013)
 ZENY ROSENDAHL 1
Resumo: O artigo faz um resgate da memória e da história do Núcleo de Estudos e Pesquisas sobre Espaço e Cultura, o NEPEC,
atuante no Instituto de Geografia da Universidade do Estado do Rio de Janeiro, fazendo um balanço de sua atuação desde 1993,
quando foi criado. O artigo destaca três importantes contribuições do NEPEC para a geografia brasileira: seu pioneirismo no
desenvolvimento de estudos e pesquisas sobre a religião no espaço, seu papel de centro de divulgação da geografia cultural
internacional e seu lugar de difusão da geografia cultural nacional.
Palavras-chave: Geografia Cultural brasileira; NEPEC, História; Memória.
Ando devagar, porque já tive pressa, e
Levo este sorriso, porque já chorei demais,
Hoje me sinto mais forte, mais feliz quem sabe,
Só levo a certeza, de que muito pouco eu sei,
Ou nada eu sei,
Conhecer as manhas e as manhãs,
O sabor das massas e das maçãs,
É preciso amor pra poder pulsar,
É preciso paz pra poder sorrir,
É preciso a chuva para florir,
Penso que cumprir a vida, seja simplesmente,
Compreender a marcha, e ir tocando em frente
(...........................................................)
Todo mundo ama um dia, todo mundo chora,
Um dia a gente chega, no outro vai embora,
Cada um de nós compõe a sua história, cada ser
em si, carrega o dom de ser capaz , de ser feliz!
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A letra da música “Tocando em frente”,
Geografia Cultural pós-80 designam os dois
de Almir Satter e Renato Teixeira, fornece o
caminhos do nosso “tocando em frente”
cenário do dia a dia. Do sentido de ir andando
pensando as ideias e escrevendo sobre elas no
em suas ações, já priorizadas e seguras em sua
NEPEC.
importância para aquele que fez a escolha da
Duas perguntas se destacam neste
caminhada. A poesia fala de compreender essa
momento de celebração de 20 anos do NEPEC,
marcha escolhida; é, de certa maneira, a seleção
já fortalecido na ciência geográfica brasileira:
de como você carrega sua filosofia de vida. A
Como a localização do NEPEC, na UERJ,
história de vida que o Núcleo de Estudos e
influenciou na visibilidade da geografia cultural?
Pesquisas sobre Espaço e Cultura (NEPEC)
E quais as principais ideias sustentadas pelo
carrega possui um caminhar de “tocando em
grupo inicial de pesquisadores?
frente”, com raízes na instituição universitária,
Queremos responder, neste artigo, como
no pensar social da importância dos estudos
as posições das pessoas, dos objetos, das coisas
para a sociedade, e na caminhada do próprio
dentro daquilo que chamamos de “trama
NEPEC, sem dúvida, em prosa e verso, ao fazer
locacional consistem em um elemento central,
ciência.
no exame do fenômeno da visibilidade”
Ao compor a memória do núcleo e
(GOMES,
2013,
p.36),
levando-se
em
ressaltar sua contribuição na geografia na UERJ
consideração as “lições da historiografia da
(Universidade do Estado do Rio de Janeiro),
ciência” (BERDOULAY, 2003). O geógrafo
iremos enfatizar a difusão da geografia cultural.
Vincent Berdoulay enfatiza a importância de se
Denominamos o núcleo como o lugar onde se
considerar o desenvolvimento contínuo da
pensam as ideias e se escreve sobre elas. Este
ciência,
lugar vem fazendo a história da geografia
descobertas e de conhecimento científico. Em
cultural no Brasil, desde 1993, ano de sua
comunhão com estas ideias, iremos privilegiar
criação, e, como tal, vem impregnado de
“o
emoções variadas e conflitantes nesses 20 anos
intelectuais na evolução” (BERDOULAY, 2003,
em que se consolidou como receptáculo das
p. 47) da geografia cultural no Brasil.
pela
contexto
acumulação
histórico
e
de
as
fatos,
de
ambiências
ideias. Tais ideias estão contidas em dois
Ao rememorar os acontecimentos do
caminhos principais, ao longo dos quais as
passado recente, num relato de 20 anos de
pesquisas em geografia cultural foram ampliadas.
NEPEC, estamos privilegiando a memória
Ambos distinguem-se entre si, sobretudo pela
particular do autor, que o escreve, mas também
gênese e pela repercussão de cada um dos
a memória-história dos grupos envolvidos na
caminhos, bem como pelo conceito de cultura
narrativa. Trata-se de lembranças que carrego
adotado. Geografia Cultural saueriana ou Escola
em mim, mas sempre interagidas com o grupo
de Berkeley e Nova Geografia Cultural ou
social, com a instituição e com a sociedade. Foi
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neste contexto temporal que as relações
Tratar sobre memória exige o relato de
ocorreram (Maurice Halbwachs, 1950).
fatos históricos compartilhados com o grupo, de
O conceito de memória e memória-
abordagens psicológicas e do ponto de vista do
de
informante. A expressão ponto de vista é
compreensão em sua relação com o lugar. Lieu
proposta por Paulo Cesar da Costa Gomes em
de mémoire, conceito criado por Pierre Nora
um “sentido mais concreto para designar
(1984) ao valorizar o espaço e o tempo do
lugares” (GOMES, 2003, p. 19) e será com este
acontecido, será utilizado neste texto. Lugar e
sentido que daremos nossa opinião. Vamos
vida são os elementos que compõem a memória.
além, pois, estando eu numa posição interna
A identidade de distinção e de pertencimento
privilegiada, vejo referências que não veria se
de um grupo com a instituição acadêmica à qual
estivesse em posição externa ao NEPEC. No
pertence, numa constante descoberta dos
desejo de compartilhar a memória-história do
fenômenos,
memória-história.
núcleo neste artigo e no fôlego de rememorar os
Ampliando as ideias, o NEPEC possui as
fatos, estarei, sem dúvida, revelando quem
qualidades ressaltadas pelo Nora (1984): possui
somos.
história
tem
o
aspecto
envolvem
a
fundamental
um lugar fixo, um valor simbólico forte, uma
Nasci no final da 2º Grande Guerra, no
prática de ritos acadêmicos e uma função
início da primavera no Brasil. Sou filha de
definida. Sendo assim, o recordar será a
imigrantes da Dinamarca – Bjorn Sylvester
memória da história dos acontecimentos, dos
Rosendahl − e de Portugal – Maria Rosendahl.
fatos envolvendo, às vezes, o período anterior a
Como
sua fundação em 1993.
“resultado da Reforma Capanema na Educação”,
estudante
brasileira,
represento
o
Ao tecer alguns comentários sobre a
com a vida social dos “anos dourados”, já no seu
história do NEPEC, desejamos retratar não só
final da década de 50, ou melhor, os “anos
as atividades acadêmicas do núcleo, mas,
dourados” no Instituto de Educação, na cidade
também, a sua criação no Departamento de
do Rio de Janeiro.
Geografia, tempo e lugar que ocupa na UERJ. A
Na segunda metade dos anos 60, teve
finalidade é iniciar a memória do NEPEC na
início a minha vida universitária, na Graduação
importância da informação do pretérito, ao
em Geografia. O curso estava vinculado à então
lembrar o que aconteceu antes e as decisões no
UEG − Universidade do Estado da Guanabara.
presente como forma de registro da memória
Este início ocorreu no prédio localizado na Rua
individual.
informação,
Haddock Lobo, vizinho, hoje, ao Colégio
segundo o pensar de Le Goff (1990), qualifica o
Bradesco, no bairro da Tijuca. Em seguida, o
registro do acontecido e permite a conservação
Curso de Geografia foi transferido de lugar,
para o tempo futuro. A comemoração dos 20
para o prédio na Rua Fonseca Telles, no Bairro
anos merece tal documento.
de São Cristóvão. No ano de conclusão do
A
valorização
da
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curso universitário, em 1970, nova mudança de
manifestações da consciência individual não são
lugar ocorreu: fomos inaugurar o único prédio
consideradas aqui, pois refletem as tendências,
construído no Campus do Maracanã. Este
as necessidades e os interesses psicológicos,
prédio é o Haroldo Lisboa da Cunha. Hoje é
elementos que possuem significado na nova
ele conhecido, na comunicação do dia a dia na
geografia cultural ou geografia cultural pós-80
UERJ, como o prédio do Haroldinho, apelido
(ROSENDAHL, 2013, p. 106).
aceito em relação à altura do prédio, que é
Cursei a Graduação, de 1967 a 1970, no
inferior em comparação aos prédios do Pavilhão
regime ditatorial militar. Durante este período,
João Lira.
tínhamos, entre as atividades “subversivas”
Não há dúvida de que o currículo em
realizadas no Centro Acadêmico, localizado no
vigor na UEG, no período de 1970 a 1997, não
Prédio
do
Fonseca
poderá ser comparado com os que temos hoje
escondidas, como, por exemplo, Le Livre
em nossas disciplinas. As lembranças, que
Rouge - Citations du President Mao Tse-
continuam com admiração, desse tempo são das
Toung. Nesta época, muitos universitários
aulas e das orientações do Professor Maurício
atuavam em grupos religiosos, em organizações
Silva Santos. Na ocasião, ganhei dele um livro
cristãs
de presente: Rencontres de la géographie et de
Católica),
la sociologie, de Max Sorre (1957). Não saberia
Católica), pelo lado das igrejas católicas, e, na
explicar o principal motivo de tê-lo recebido,
vertente das igrejas protestantes, havia a União
apenas reconheço que os estudos de Sorre
Cristã dos Estudantes do Brasil. As reuniões
inscrevem-se nos que dominam o final da
priorizavam as questões sócio-políticas do
primeira metade do século XX. O apaixonante
momento.
da leitura de Sorre era sua abordagem das
O
como
JEC
JUC
meu
Telles,
as
(Juventude
(Juventude
retorno
à
leituras
Estudantil
Universitária
UERJ,
como
atividades religiosas, ideias contidas neste livro.
professora, ocorreu em 1980, ainda no período
Ele indica dois caminhos de análise: a
ditatorial, porém após a promulgação da Lei da
interpretação como atividade de antecedência e
Anistia, ocorrida em 1979 no país. Ao relembrar
como atividade de consequência.
a situação para compor o artigo, as lembranças
Na primeira, o fato religioso ocorre
representam um repensar as ideias de hoje com
desde os primórdios da humanidade e possui
a experiência do passado, no lugar, no lieux de
influência na cultura do grupo; na segunda, as
mémoire.
atividades humanas religiosas se explicam como
Essas
questões
espaço. O simbolismo das formas espaciais e
importantes no contexto da pesquisa: são “as
suas práticas religiosas vivenciadas não eram
ideias de geógrafos que parecem isolados, mas
considerados
cujo círculo de afinidades é muito revelador
As
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sociedade
o
pesquisador
interpretações.
a
envolvem
produto da ocorrência do fato religioso no
nas
e
que
tornam-se
Participar deste círculo de afinidades foi
(...)”; o que é
extraordinário!
“significativo para se
compreender
o
As fontes do pensar geograficamente a
seu
religião foram abertas. E neste período, como
pensamento geográfico não é
em outras épocas, e por algum tempo, ainda
tanto a sua falta de contato
este pensar foi pouco conhecido na geografia do
com uma comunidade de
Brasil. A memória-história está em cada
geógrafos, mas as inclinações
momento de nossas realizações; pode parecer
ideológicas que os colocam
em
contato
com
um fenômeno individual, algo íntimo, porém
não
nossas lembranças são coletivas. Ou seja, era a
geógrafos” (BERDOULAY,
memória coletiva ou social, de Maurice
2003, p. 52).
Halbwachs (1950), na universidade.
Comungo com essa regra básica de
Neste
metodologia historiográfica, bem como outra
período, a
de
possuir
UERJ tinha
professores
a
que afirma ser fundamental o círculo de
singularidade
em
afinidades, que abrange mais do que uma
atividades de docência em EPB, intelectuais de
militância contrária ao regime ditatorial, na
comunidade científica, uma vez que inclui as
década
diversas indagações sobre as questões sociais
de
80,
como
por
exemplo,
o
companheiro e historiador Emir Amed, depois
em pauta no período escolhido para a nossa
eleito vereador na Câmara Municipal da Cidade
análise. Meu retorno à UERJ, em 1980, ocorreu
do Rio de Janeiro, e o intelectual Marcio
no ISEB – Instituto Superior de Estudos
Moreira
Brasileiros, localizado no Centro de Ciências
Alves,
destacado
jornalista
e
economista do cenário político da década de 80
Sociais. Era um instituto que possuía grupos de
e
pesquisa interdisciplinar em diferentes áreas do
90 no
Brasil. Ambos os professores
ministraram aula no curso de História e na
conhecimento. O grupo de pesquisa de que eu
Faculdade de Economia, respectivamente. A
participava concentrava seus encontros de
professora Rosendahl atuava na Geografia e na
reflexão teórica na temática da religião na
Faculdade de Física.
sociedade, com os cientistas: Pedro de Assis
O título de Mestre, em 1980, foi obtido
Ribeiro de Oliveira (Doutor em Sociologia.
na UERJ e coincide com o início da vida
Université Catholique de Louvain - França);
profissional na universidade. A dissertação
José Flavio Pessoa de Barros (Doutor em
intitulada Política Populacional ou Controle
Antropologia. Universidade de São Paulo);
Populacional: Reflexões Demográficas para o
Creusa Capalbo (Doutor em Filosofia –
Brasil representou a formação inicial das ideias
Université Catholique de Louvain - França) e o
que
Leonardo Boff (Doutor em Teologia e Filosofia
se
sedimentaram
na Universidade de Munique – Alemanha).
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posteriormente
e
resultaram nas minhas atuais convicções sobre a
ideias, das leituras e do acolhimento vivenciado
forte influência do poder religioso na sociedade.
por mim na estrutura uspiana durante os anos de
As análises conclusivas apresentavam
1989 a 1993. Foi o elo entre as disciplinas do
uma resistência forte e constante, por parte dos
saber a religião como ciência, cursadas no
grupos étnico-religiosos, a qualquer implantação
Departamento de Sociologia da USP e no ISER
de práticas relacionadas às teorias da dinâmica
(Instituto de Estudos da Religião) (RJ), e as
populacional de planejamento familiar no país.
disciplinas do pensar geograficamente, cursadas
A minoria, no entanto, aceitava conhecer a
na Geografia da USP e na UFRJ (Universidade
temática do aborto, da sexualidade, da pílula
Federal do Rio de Janeiro) com o professor
feminina, da pílula masculina, principalmente.
Roberto Lobato Azevedo Corrêa. Cursei, sem
Acrescento que a conjuntura de mudança e
dúvida,
renovação do comportamento mundial já tinha
interinstitucional. Nasceu dessa influência de
chegado ao Brasil neste período. Os estudos
saber, dessas convergências de ideias, o meu
que eu desejava realizar sobre a mulher, a
compromisso
família,
semelhante de viver e sentir as novas reflexões e
a
paternidade
responsável
não
encontravam diálogos fora das universidades.
um
doutorado
de
interdisciplinar
reproduzir
um
e
lugar
sua localização estava decidida: tinha de ser na
O meu campo empírico para a pesquisa
Geografia da UERJ, e, assim, o foi feito.
estava bastante prejudicado. Assim, dediquei-
Estas
conclusões
ratificaram
a
me aos estudos dos fatores que impediam os
importância de meus estudos de religião em
debates
e
geografia, muitas vezes contraditórios, um
comportamento humano. Era necessário voltar
intenso apego à materialidade e uma verdadeira
para o plano teórico e, então, resolvi me
ânsia do sagrado. O meu desejo foi contribuir
matricular para fazer doutorado, escolhendo a
para o preenchimento de uma enorme lacuna,
USP − Universidade de São Paulo.
tanto na bibliografia em geografia dos estudos
nos
assuntos
de
religião
Em 1989, na USP, eu iniciava a tese de
sobre religião, como dos ensaios no campo da
doutorado na temática da religião. Em maio de
geografia. Ao apostar na interseção destas duas
1994, terminei o doutorado. Defendi a tese
abordagens,
intitulada Porto das Caixas: O Espaço Sagrado
fundamental, e injustamente esquecida: a da
da Baixada Fluminense, tendo como orientador
religião como fenômeno da cultura e da
o Prof. Heinz Dieter Heidemann.
sociedade – a sua dimensão espacial. Este
Minha permanência na USP foi, em
foi
resgatada
uma
dimensão
combinado propiciou projetos que foram
maior parte do período, no CERU – Centro de
realizados na Geografia da UERJ.
Estudos Rurais e Urbanos, com os professores
A geografia chega ao século XXI
de Sociologia e Antropologia da Religião da
dedicando-se cada vez mais à compreensão das
USP. Este núcleo foi o lugar das trocas de
dimensões política e religiosa do espaço, que
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podem ser analisadas segundo vários aspectos.
na UERJ, antes do ano de 1994. Ao elaborarmos
Privilegiamos um tipo particular de hierocracia
um novo currículo, referente a este ano, a
– o poder do sagrado – sobre o comportamento
disciplina
do homem no espaço.
incluída com intensa participação dos alunos. A
O conceito de cultura, na segunda
barreira
“Geografia
inicial
da
criada
Religião”
por
aqueles
estava
que
metade do século XX, coexiste com o uso
desconheciam o novo pensar em geografia foi
antropológico, sociológico e geográfico para
vencida e teve o apoio, sem dúvida, dos alunos
indicar o modo de vida global de determinado
envolvidos no novo conhecimento. O currículo
povo ou de grupo social. Williams (2008)
implantado colocava a Geografia da UERJ na
reconhece a dificuldade da compreensão do
vanguarda da temática da cultura em sua
termo – cultura – e destaca duas formas
abordagem espacial no Rio de Janeiro e nas
principais de interpretação: “(a) ênfase no
demais universidades brasileiras.
espírito formador de um modo de vida global,
O Núcleo de Estudos e Pesquisas sobre
manifesto por todo o âmbito das atividades
Espaço e Cultura foi criado em novembro de
sociais, porém mais evidente em “atividades
1993. É um local onde fluem as ideias e se
culturais” (WILLIAMS, 2008, p. 11); e a
escreve sobre elas (Rosendahl, 2012). As
segunda forma, (b) ênfase em uma ordem social
condições
global no seio da qual uma cultura específica,
científicas na UERJ. Os fatores internos ao
quando a estilos de arte e tipos de trabalho
desenvolvimento da ciência geográfica, na
intelectual.” (WILLIAMS, 2008, p. 12). Neste
instituição, não criaram barreiras ou limitaram
pensar, o autor diz: “é considerada produto
este crescimento. A instituição – UERJ –
direto
ou
indireto
favoráveis
às
pesquisas
uma
ordem
incentiva a inovação de pesquisa em diversas
por
outras
áreas, desde as facilidades à especialização na
atividades sociais.”. (WILLIAMS, 2008, p. 11-
docência à abertura da iniciação à pesquisa para
12).
os discentes.
primordialmente
de
eram
constituída
As ciências, notadamente a Sociologia
O NEPEC é um lugar pequeno, porém
da Cultura, acompanham, na segunda metade
de função ativa como centro de produção e
do século XX, as atividades desenvolvidas a
difusão da geografia cultural no Brasil. Penso
partir dessas duas posições.
que o lugar é importante para criar. O ambiente
é parte integrante desse sucesso. O professor
Roberto Lobato Azevedo Corrêa foi parceiro
Superação de dificuldades_________________
intelectual
desde
1993
nas
atividades
nepequeanas. Suas pesquisas orientam-se em
A difusão do conhecimento e a
três direções: relação entre espaço e religião,
disciplina “Geografia e Religião” realizavam-se,
espaço e simbolismo e cultura popular. A
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ênfase, contudo, fixou-se na primeira das três
As principais dificuldades que foram
temáticas. A preocupação foi sempre apresentar
superadas estão ligadas à falta de infraestrutura,
uma clara e sólida visão geográfica de suas
tanto de pessoal como de investimentos durante
marcas impressas no espaço. Hoje, a temática
todos esses anos. Essas dificuldades foram
firma-se ao oferecer novas trilhas para a
vencidas com o apoio da FAPERJ e do CNPq.
geografia brasileira. Acrescento que, nesses 20
Os projetos enviados e aceitos pelas instituições
anos, estive sempre cercada de companheiros,
de
colaboradores, bolsistas, alunos e amigos.
continuidade das pesquisas. Ao privilegiar a
Somando a coragem e a dedicação, completam-
cultura e geografia nos estudos e atendendo ao
se os fatores que me auxiliaram no sucesso do
rigor
NEPEC.
optamos por estabelecer uma sólida base teórica
O
processo
de
difusão
do
conhecimento na geografia cultural no Brasil
fomento
contribuíram,
metodológico
exigido
e
muito,
pela
na
ciência,
na geografia cultural brasileira.
está consolidado no pensamento. Orgulho-me
As reflexões não foram fáceis e as
de ter conduzido o NEPEC nesse processo. Ou
respostas seguiram trilhas nem sempre lineares.
melhor dizendo, tocando em frente!
A incorporação de novos conhecimentos
O lugar de atendimento aos alunos
ocorreram com intensidade maior e mais
comunga com o espaço de confecção do
abrangente durante as atividades realizadas na
periódico denominado ESPAÇO e CULTURA.
fase de pós-doutorado, 1997 e 1998, no Institut
Criado em 1995, com dois números por ano,
de Géographie de l’Université Paris-Sorbonne
vem sendo o instrumento de divulgação da
(Paris IV).
produção do NEPEC e de outros geógrafos. De
Minha permanência na França foi
seu Conselho Consultivo, fazem parte, entre
fundamental para assimilar os diversos ritmos
outros,
Claval,
dos estudos das relações entre a geografia e a
representando, respectivamente, a perspectiva
religião. A pesquisa empírica alemã e inglesa
saueriana, a denominada Nova Geografia
veio completar o saber já acumulado por mim
Cultural, e a visão francesa em Geografia
durante o pós-doutorado. O desafio continuava.
Cultural. O teólogo Leonardo Boff (Teologia da
Os conceitos e as dimensões de análise
Libertação) e Pedro de Assis Ribeiro de
da cultura em sua espacialidade deveriam ser
Oliveira (Sociologia da Religião) também são
apresentados à comunidade universitária. A
membros desse Conselho − para mais detalhes,
publicação
consultar Corrêa e Rosendahl (2003). Estou na
Geografia Cultural tem tido uma difusão bem
gestão como Editor-Chefe da revista até hoje e
mais ampla que o periódico.
o sucesso da publicação pode ser reconhecido
como estratégias de difusão do conhecimento,
em sua classificação como revista B1, na
foram as trilhas percorridas pelos organizadores
avaliação Qualis da CAPES.
nas publicações e vêm atingido os seus objetivos
Marvin
Mikesell,
Paul
de
livros
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intitulada
Coleção
As traduções,
desde o aparecimento do primeiro livro, em
1996,
intitulado
Geografia
e
ocorreu na cidade do Rio de Janeiro e reuniu
Religião:
cerca de cem papers apresentados, dos quais
dimensões de análise, EdUERJ. São, em
sessenta eram de autores brasileiros.
números, 24 os livros que compõem a Coleção
Na
preocupação
constante
de
Geografia Cultural, da Editora EdUERJ. Os
divulgação das ideias, em 2003, o NEPEC lança
volumes já publicados contemplam, de um lado,
outra publicação – NEPEC TEXTOS –,
trabalhos dedicados à temática da geografia
produção artesanal e destinada à difusão de suas
cultural, produzidos por geógrafos brasileiros, e,
próprias pesquisas, as quais estão fortemente
de outro, transcrições de artigos de um mesmo
focalizadas nas relações entre espaço e religião.
autor, reunidos para constituir um dos volumes
Hoje, há vários núcleos de estudos com
da Coleção, fornecendo um panorama sobre sua
atividades
acadêmicas
em
instituições
contribuição. Como exemplo, tem-se Geografia
universitárias que têm um programa de pós-
Cultural: uma antologia, publicado em dois
graduação e suas produções estão comentadas
volumes (2012 e 2013).
em Corrêa e Rosendahl (2003). Podemos
O desejo de difusão das ideias ocorreu
afirmar que possuem sua gênese na difusão das
além dos livros da Coleção Geografia Cultural e
ideias provocadas pelo NEPEC. São núcleos
do Periódico Espaço e Cultura, na realização
que adotaram as informações em espaços
dos sucessivos simpósios com identidades fortes
acadêmicos com funções diferenciadas no que
no mesmo lugar, o auditório 11 – na UERJ, em
se refere aos temas e em períodos diferentes.
1998, 2000, 2002, 2004, 2006, 2008, 2010 e
Na intenção de informar melhor o
2012. Com temas novos e diversos, os
contexto
simpósios envolveram pesquisadores de várias
nepequeanas e a compreensão da história da
regiões
com
geografia cultural na UERJ, utilizaremos as
aproximadamente vinte papers e a participação
lições da historiografia da ciência sugeridas por
de cento e vinte a duzentos e quarenta pessoas.
Berdoulay (2003). Vincent Berdoulay apresenta
do
Brasil,
cada
um
A expansão da geografia cultural no
as
do
tendências
desenvolvimento
mais
relevantes
das
de
ideias
uma
Brasil fez com que, em 2003, a Internacional
abordagem contextual, destacando inicialmente
Geographical Union (IGU) organizasse, por
o “papel do Zeitgeist, considerado como
intermédio do Working Group of Cultural
determinante da maneira como cientistas e
Approach in Geography, presidido por Paul
intelectuais veem e lidam com o mundo.” (2003,
Claval, uma Conferência Regional sobre a
p. 49).
Dimensão Histórica da Cultura. Assim, em
Devemos reconhecer a UERJ como o
2003, em dez anos de existência do NEPEC, a
lugar que possui diferentes e diversos cientistas
geografia cultural estava bem no cenário
e, ao falar da memória do NEPEC, a prioridade
nacional, pois a realização do Encontro da IGU
é relatar as ideologias defendidas por estes
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intelectuais, pois eles são a própria instituição.
não tão linear o qual estamos acostumados a
Mais importante ainda é perceber que quase
reconhecer nos estudos acadêmicos.
todos os intelectuais envolvidos no ciclo de
A memória-história completa-se ao
afinidades, mencionados no período de 1982 a
relatarmos os fatores externos existentes e
1989, conforme relatado anteriormente, fazem
superados nesses 20 anos. Os fatores externos
parte, no tempo presente, do Conselho
podem ser colocados em dois pontos. O
Editorial
da
Revista
Espaço
e
Cultura,
primeiro
publicação contínua do NEPEC.
está
relacionado
com
a
descontinuidade dos estudos da abordagem
O ciclo das afinidades é um dentre
cultural no Brasil, notadamente os estudos de
outros dos princípios básicos da metodologia
religião, entre os geógrafos. Na USP, a tese de
historiográfica elaborados por Berdoulay. O
Maria Cecília França, intitulada Pequenos
princípio da abordagem contextual consiste
Centros Paulistas de Função Religiosa, data de
“menos em examinar a possível influência de
1972. Após 1972, inicia-se um hiato fortemente
uma ideia do que em verificar as razões que
marcado pela ausência de análise do fenômeno
estão por trás da demanda ou uso dessa ideia.”
religioso e sua espacialidade. Em 1994, quase
(BERDOULAY, 2003, p. 52).
vinte anos depois das reflexões de Maria Cecília
Nesta abordagem contextual, a vontade
França, surgiu outro estudo de doutorado, na
de estudar a dimensão espacial da religião, no
USP, iniciado em 1989 e que culminou com a
doutorado, na USP, e a criação do NEPEC, ao
tese sobre Porto das Caixas, um centro de
retornar à Geografia da UERJ, não eram uma
peregrinação do catolicismo popular na Baixada
ideia nova ou inovadora, apenas uma ideia
Fluminense da geógrafa Rosendahl. Trata-se de
sustentada por um indivíduo em contexto
uma clara visão do sagrado e sua lógica espacial
interno, mas que, no contexto externo,
na geografia cultural pós-80 no Brasil.
significava
uma
contribuição
criativa
e
Esta descontinuidade que marca os
inovadora.
estudos de religião no Brasil não ocorre em
É necessário dar informações dos
outros países, como, por exemplo, em pesquisas
diversos fatores que, armazenados, retratam o
de geógrafos alemães. Esta ausência está
pensar da instituição UERJ, da época em que
registrada
estão inseridas as atividades do NEPEC, bem
brasileiros. Minhas reflexões, entretanto, são
como as reflexões geográficas externas ao Brasil
publicadas na Alemanha: Le pouvoir du sacré
nos grupos de estudos em geografia no espaço e
sur l’espace (BÜTTNER, 1994). Tal publicação,
tempo. Cosgrove (1999) diz que a geografia
anterior à defesa de doutorado, apresenta
cultural
análise
possui
uma
abordagem
cultural
relacionada com o tempo, o tempo flexível e
de
nas
publicações
dois
pequenos
de
geógrafos
centros
de
convergência religiosa na área rural do Brasil:
Muquém, em Goiás, e Santa Cruz dos Milagres,
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no Piauí. A publicação de um artigo e o aceite
Tentar resgatar os motivos dessas
das ideias surgiram de fora do Brasil. Aqui, os
indagações dos estudos da religião no Brasil,
editores de periódicos recebiam o novo com
colocando a força das três grandes matrizes do
fortes tensões negativas. Já nas publicações
pensamento geográfico, é justificável, mas não é
organizadas por Manfred Büttner, na temática
simples (ROSENDAHL, 1996). Pelo relato
da religião, tem-se um livro específico e já no
acima, a religião, como fenômeno cultural,
décimo volume, o que demonstra um tempo
esteve presente na Instituição Alemã durante a
bem maior dedicado à pesquisa. No Brasil, a
influência das tais correntes do pensar geografia.
temática não aparece nas publicações nacionais
Aqui se percebe a importância da memória
e representa uma lacuna desconhecida pelo
institucional, no tempo, tanto na UERJ (Brasil)
grupo acadêmico formador da barreira do não
como em Bochum, na Alemanha.
aceito. A superação foi alcançada já em 1998,
Havia uma resistência ao estudo da
por ocasião do 1ª Simpósio de Espaço e Cultura
religião a despeito da heterogeneidade cultural
na UERJ. Este encontro foi um sucesso de
do Brasil. A religião era citada nos estudos
ideias e de público. Imprimiu, sem dúvida, o
regionais e não analisada em sua espacialidade.
caminho da geografia cultural no Brasil.
A partir da década de 1980, a geografia da
O segundo fator externo selecionado
religião se desenvolve com estudos na geografia
em nossa análise deve ser relacionado às
“principais
envolvem
questões
uma
alemã,
conforme
as
Tanaka (1981) e Sopher (1967).
Havia portas abertas à abordagem
cultural em geografia. A pesquisa em religião foi
influenciado a evolução de
apresentada na década de 80 e, por muito
geográficas”
2003,
francesa,
(1985), Bonnemaison (1981), Claval (1991),
sociedade,
pareçam, à primeira vista, ter
(BERDOULAY,
e
publicações de Büttner (1985), Rinschede
que
mesmo que algumas delas não
ideias
inglesa
tempo,
p.
permaneceu
desconhecida
dos
programas de pós-graduação em geografia, no
52).
Brasil. O trabalho de Maria Cecília França e a
É necessário identificar, num estudo
biblioteca particular do professor-orientador
aprofundado, o fenômeno da religião numa
Heinz Dieter Heidemann, ambos professores na
sociedade em mudança, e não atribuir a
USP, concentravam este conhecimento.
negligência da temática ao poder e domínio de
A barreira ao novo, aqui no país,
um pensar ciência em outra corrente na história
ocorreu com polêmicas de não aceitação nas
do pensamento geográfico, isto é, refletir
primeiras publicações intelectuais do NEPEC.
apenas em indagações vinculadas às três
Na fase de difusão das ideias, de pensar e fazer
matrizes do pensar geografia que predominaram
geografia cultural, tal barreira transformou-se
nas décadas de 1970 e 1980.
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em convergência de pesquisadores envolvidos
REFERÊNCIAS
BIBLIOGRÁFICAS_____________________________
na temática. A intolerância era influenciada mais
por desconhecimento das ideias do que pelo
BERDOULAY, V. A abordagem Contextual. Espaço e Cultura,
conteúdo apresentado em geografia cultural. A
nº16, p. 47-56, JUL/DEZ de 2003, UERJ, RJ.
difusão ocorreu por meio da realização de
BONNEMAISON, J. “Viagem em torno do território”. In:
simpósios, da criação da Revista Espaço e
CORRÊA, R. L. e ROSENDAHL, Z. (orgs). Geografia Cultural:
Cultura, da elaboração da série Textos pelo
um século (3), Rio de Janeiro: EdUERJ, 2002, pp. 83-132 [1981].
Nepec e da publicação da Coleção Geografia
BÜTTNER, M. et al. “Zur Geschichte und Systematik der
Cultural, pela EdUERJ.
Religionsgeographie”.
In:
Geographia
Religionum
Interdisziplinäre Schrifienreihe zur Religions geographie – Band 2.
Tais estratégias de difusão das ideias
Berlim: Dietrich Reimer Verlag, 1985, pp. 15-122.
continham como prioridade a fim de preencher
CLAVAL, P. “Le Thème de la religion dan les éhides
a enorme lacuna, tanto na bibliografia dos
geographies”. Geographie et Cultures. Paris, 1992, nº 2, pp. 85-
estudos sobre cultura como nos ensaios, no
111.
campo da geografia.
CORRÊA, R. L e ROSENDAHL, Z. A Geografia Cultural no
Ao concluir, desejo ressaltar que, nesses
Brasil. Revista da ANPEGE, ano 1, n 1. Curitiba, PR, 2003.
20 anos de NEPEC, acumulei uma lista de
pessoas,
companheiros,
GOMES, P. C. da C. O lugar do olhar: elementos para uma
colaboradores,
geografia da visibilidade. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2013.
bolsistas, alunos e amigos. Hoje, estamos
reunidos no Programa de Extensão em Estudos
HALBACHS, M. La Mémoire Collective. Paris: P.U.F, 1950.
Avançados em Geografia, Religião e Cultura.
KESSEL,
Oxalá a coragem e a dedicação dos
Z.
Memória
e
Memória
Coletiva.
Site:
www.memoriaeducacao.hpg.ig.com.br
doutorandos em estudos do fenômeno da
LE GOFF, J. História e Memória. 2. Ed, Campinas: Editora da
religião e sua espacialidade perdurem por mais
Unicamp, 1996.
vinte anos no NEPEC e na UERJ− no lugar
NORA, P. Les Sieux de Mémoire. Paris: Gallimard, 1984, v1.
onde se pensam as ideias e se escreve sobre elas.
RINSCHEDE, G. Das Pilgerzentrum Lourdes. In: Geographia
Religionum, Berlin: Dietrich Reimer Verlag, Band 1, 1985.
NOTAS__________________________________
ROSENDAHL, Z. Le pouvoir du sacré sur l’espace. Essai d’
analyse a partir de diux patits centres brésiliens de pèlerinage:
1
Professora Associada do Departamento de Geografia Humana UERJ
Coordenadora do Programa de Estudos Avançados em Geografia,
Religião e Cultura –PEAGERC e do Núcleo de Estudos e
Pesquisas sobre Espaço e Cultura - NEPEC
Muquém et Santa Cruz dos Milagres. In: Miteinander,
Nebeneinander Gegeneinander. Bochum: Universitätsverlay Dr.
N. Brockmeyer, 1994, pp. 115-131.
ROSENDAHL, Z. Espaço e Religião: uma abordagem geográfica.
2º edição. Rio de Janeiro, UERJ, 2002.
ROSENDAHL, Z. História teria e método em geografia da
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SORRE, M. Rencontres de la géographie et la sociologie. Paris.
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P.U.F. (1957).
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PLACE WHERE IDEAS ARE THOUGHT AND WRITES ABOUT THEM: MEMORY - HISTORY NEPEC (1993-2013)
ABSTRACT: THE AIM OF THIS PAPER IS TO CONSTRUCT A MEMORABILIA AND A HISTORY OF THE NEPEC (RESEARCH AND STUDIES
GROUP ON CULTURE AND SPACE). THE GROUP IS LOCATED IN THE GEOGRAPHY INSTITUTE (IG) AT THE STATE UNIVERSITY OF RIO DE
JANEIRO (UERJ) AND WAS CREATED IN 1993. THE PAPER REMARKS THREE IMPORTANTS CONTRIBUITIONS OF NEPEC TO BRAZILIAN
GEOGRAPHY: THE PIONERISM IN THE DEVELOPMENT OF STUDIES AND RESEARCHS ON RELIGION AND SPACE; THE ROLE AS A
DISCLOUSERE CENTER OF INTERNATIONAL CULTURAL GEOGRAPHY; AND THE DIFUSION OF NATIONAL CULTURAL GEOGRAPHY.
KEYWORDS: BRAZILIAN CULTURAL GEOGRAPHY, NEPEC, HISTORY, MEMORY
LUGAR EN QUE PIENSAN LAS IDEAS Y EN EL QUE ESCRIBEN ACERCA DE ELLAS: MEMORIA - HISTORIA NEPEC (1993-2013)
RESUMEN: EL ARTÍCULO CONSTRUYE UN RESCATE DE LA MEMORIA Y LA HISTORIA DEL CENTRO DE ESTUDIOS E INVESTIGACIÓN SOBRE
EL ESPACIO Y LA CULTURA, EL NEPEC, ACTIVO EN EL INSTITUTO DE GEOGRAFÍA DE LA UNIVERSIDAD DEL ESTADO DE RIO DE JANEIRO.
EL ARTÍCULO ANALIZA EL DESEMPEÑO DE NEPEC DESDE 1993, CUANDO FUE CREADO. DESTACA TRES IMPORTANTES CONTRIBUCIONES
A LA NEPEC GEOGRAFÍA BRASILEÑA: UN PIONERO EN EL DESARROLLO DE ESTUDIOS E INVESTIGACIONES SOBRE LA RELIGIÓN EN EL
ESPACIO, SU PAPEL COMO CENTRO DE DIFUSIÓN DE LA GEOGRAFÍA CULTURAL Y SU LUGAR EN LA DIFUSIÓN INTERNACIONAL DE LA
GEOGRAFÍA CULTURAL NACIONAL.
PALABRAS CLAVE: GEOGRAFÍA CULTURAL BRASILEÑA, NEPEC, HISTORIA, MEMORIA
ESPAÇO E CULTURA, UERJ, RJ, N. 33, P.13-26, JAN./JUN. DE 2013
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