Menu Notícias Brasil Internacional Economia Saúde Ciência e Tecnologia Aprenda Inglês Como a queda do petróleo afeta os negócios Brasil­Venezuela? Galeria de Fotos Mais Principais notícias Com vitória de Eduardo Cunha e Lava Jato, Congresso pode paralisar governo Ruth Costas Da BBC Brasil em São Paulo 19 janeiro 2015 #SalaSocial Compartilhar Novo presidente da Câmara liderou rebeliões contra o Planalto durante 1º mandato de Dilma Rousseff; para analistas, diálogo entre Executivo e Legislativo será difícil. 2 fevereiro 2015 Ebola: vacina será testada em 30 mil voluntários 2 fevereiro 2015 'Falta d'água ameaça segurança alimentar no Brasil' 2 fevereiro 2015 Destaques e Análises Venezuela é responsável por terceiro maior superávit da balança comercial brasileira A Venezuela é o país latino­americano que mais deve sofrer se os preços do petróleo se estabilizarem no atual patamar, bem mais baixo que há alguns meses. E não é difícil entender por quê. O produto representa cerca de 95% das receitas de exportação do país e mais de Novidade em Tóquio: camarões vivos cobertos com formigas 40% do orçamento do governo. A recente queda do barril venezuelano ­ da casa dos US$ 100 para menos de US$ 50 ­ na prática significa um corte radical nas divisas para financiar importações, gastos sociais e demais despesas do governo. Leia mais: Levy acena com mudança em política de preços na Petrobras Além disso, a queda ocorre em um momento difícil para a economia do país. As inovações que o Japão quer introduzir nos Jogos de 2020 A inflação venezuelana é hoje quase dez vezes maior que a brasileira, e a escassez de produtos básicos (resultado da queda na produção interna e restrições à importação) transforma uma simples compra de fralda ou leite em uma peregrinação por mercados. Já há quem aposte até em um default venezuelano. A agência Fitch, por exemplo, recentemente rebaixou a classificação de crédito do país para CCC, que indica risco de moratória. Leia mais: Três iniciativas que enriqueceram a Coreia do Sul Apps para pais espionarem filhos ganham popularidade "A Venezuela está à beira de uma insolvência cambial ­ com a queda da receita das suas exportações ­, e uma moratória poderia ocorrer nos próximos meses", diz o professor Carlos Eduardo Carvalho, especialista em economia da América Latina da PUC­SP. E o que a queda do petróleo – e esse aprofundamento da crise venezuelana ­ poderia significar para o Brasil e para os negócios entre os dois países? Reflexos Como identificar uma nova forma de vida Há certo consenso entre economistas e especialistas consultados pela BBC de que o Brasil deve ser afetado por uma deterioração do cenário político e econômico venezuelano. Primeiro, em função do peso da relação econômica e do comercial bilateral. Hoje, a Venezuela é responsável pelo terceiro maior superávit bilateral da balança comercial brasileira, atrás apenas da China e da Holanda (porta de entrada de toda a Europa). Não fosse esse saldo no comércio com o país, o déficit registrado na balança comercial brasileira seria quase o dobro do que foi no ano passado, de US$ 3,93 bilhões. Suar realmente emagrece? Leia mais: Inflação reverte tendência e agora é maior para pobres, diz estudo Entre as empresas brasileiras que nos últimos anos se animaram a investir na Venezuela, estão a Gerdau, a Braskem, a Alcicla e o Grupo Ultra. E também há uma série de construtoras atuando no país (algumas apoiadas por recursos do BNDES). Além disso, a Venezuela agora é membro do Mercosul. "E a crise venezuelana pode se tornar um grande desafio para o bloco", diz Carvalho. O professor que tem 26 milhões de alunos "Acho difícil o presidente Nicolás Maduro resolver o caos em que está a economia do país hoje sem um ajuste selvagem, que envolva uma grande desvalorização. Mas as consequências desse ajuste são imprevisíveis. O pior cenário é o de um aumento da instabilidade política ou uma convulsão social – caso em que seria esperada uma atuação do Mercosul." 'Por que decidi largar emprego de operador de drones' Ouças as músicas pirateadas em raio­X da URSS Desabastecimento leva a filas e peregrinação por produtos 'Decisão em xeque' Para José Augusto de Castro, presidente da Associação de Comércio Exterior do Brasil (AEB) "se a crise venezuelana se aprofundar, a decisão de incluir o país no Mercosul será colocada em xeque". A última barreira à participação plena do país no bloco sul­americano ocorreu em dezembro do ano passado, quando o Congresso paraguaio deu sinal verde à incorporação de Caracas ao grupo. Mapa interativo mostra perseguição a judeus na Europa "Não houve aumento do comércio nos últimos anos, e uma Venezuela em crise vai dificultar ainda mais as negociações do Mercosul com outros países e blocos", diz Castro. Mais lidas #SalaSocial PM baiano desvenda significados de tatuagens no mundo do crime 1 2 Leia mais: Churrasco mais caro: Carne é 'vilã da inflação' em 2014 Falta d'água ameaça segurança alimentar no Brasil, diz chefe da FAO Fernando Portela, diretor da Câmara de Comércio e Indústria Venezuelana­ Brasileira (Cavenbra), por exemplo, acredita em uma queda de até 20% nas exportações no pior cenário. Novidade gastronômica em Tóquio: camarões vivos cobertos com formigas 3 Para Castro, da AEB, a expectativa é que haja uma redução de, no mínimo, 10%. #SalaSocial: Grupos fazem 'correção ortográfica' em pichações e placas 4 Menino de 5 anos falta a festinha de amigo e família recebe conta de R$ 63 5 Com vitória de Eduardo Cunha e Lava Jato, Congresso pode paralisar governo 6 As inovações que o Japão quer introduzir nos Jogos de 2020 7 O que acontece com as balas quando se atira para o alto? 8 Croácia perdoa dívida de 60 mil mais pobres para impulsionar economia 9 No que diz respeito ao comércio bilateral, especialistas esperam uma queda nas exportações de manufaturados e bens não essenciais para a Venezuela caso os preços do petróleo se mantenham nesse patamar mais baixo, em função do aumento da dificuldade do país de pagar por suas importações. "Na realidade, as exportações para a Venezuela já vêm sofrendo uma queda ­ pequena, mas aparentemente consistente ­ em função da atual crise econômica vivida pelo país", diz Gabriel Kohlmann, da Consultoria Prospectiva. "Isso pode se acentuar se o petróleo não subir." Exportações Em 2012, as exportações brasileiras para a Venezuela eram de US$ 5 bilhões. Em 2013 ficaram em US$ 4,8 bilhões e em 2012, em US$ 4,6 bilhões. O impacto negativo da baixa do petróleo sobre as exportações, porém, poderia ser significativo não fosse uma mudança ocorrida na composição da cesta de produtos embarcada para a Venezuela nos últimos anos. "Hoje, exportamos para o país principalmente alimentos e outros produtos de primeiríssima necessidade, que são prioridade para o governo", diz Castro, da AEB. Ele diz que, em 2007, o Brasil exportou para a Venezuela US$ 576 milhões em produtos básicos e US$ 4 bilhões em manufaturados. No ano passado, os básicos chegaram a US$ 2,1 bilhões e os manufaturados caíram para US$ 2,5 bilhões. "E isso que alguns produtos alimentícios processados são classificados como manufaturados', diz Castro. Entre os principais itens embarcados para o país hoje, estão carne bovina O que faz da Noruega o país mais democrático do mundo? Ads by Google 10 congelada (19,51% do total), frango em pedaços (9,19%), animais vivos bovinos (7,40%) e açúcar (6,39%). "Acho difícil que falte dólar para essas exportações de bens de necessidade básica, até porque isso poderia afetar a popularidade de Maduro – e em 2015 teremos eleições legislativas na Venezuela", diz Kohlmann. Fique Rico com Dividendos Saiba Já Como Selecionar Ações que Pagam Bons Dividendos na Bolsa empiricus.com.br/Bons_Dividendos Apartamento: São Caetano Apartamentos com 2 Dormitórios. Piscina, Fitness e Churrasqueira! dialogo.com.br/Varandas­Santa­ Paula US Green Card in 1.5 year Green Card via investment in the United States. Read the details. www.michelbeaubien.com Com menos receita do petróleo, governo tem dificuldades para gastar Dificuldades comerciais Não é de hoje que os venezuelanos têm encontrado dificuldades para pagar seus parceiros comerciais. "As companhias aéreas, por exemplo, já tiveram problemas para receber (dólares para remessa para matrizes) – situação que poderia voltar a acontece", diz Portela. O governo instituiu o sistema de câmbio fixo em 2003 com objetivo de obter um maior controle sobre os preços e evitar uma fuga de capitais. As empresas e cidadãos venezuelanos só podem comprar dólares na taxa oficial através de uma agência do governo ­ e apenas para fins de importação de bens ou pagamento de viagens. Mas a escassez de divisas tem limitado essa liberação. "Hoje, já há um total de dívidas antigas não quitadas com exportadores brasileiros da ordem US$ 1,5 bilhão", diz José Augusto, da AEB. "Por isso, há empresas que só exportam para o país se receberem a vista ou adiantado." Segundo Portela, a baixa do petróleo também deve complicar a situação de empresas que atuam na Venezuela e precisam importar equipamentos e matéria prima ou dependem de repasses do governo. Incerteza É provável que um orçamento mais apertado comprometa o ritmo de repasses para as obras públicas, por exemplo, o que deve afetar as construtoras brasileiras no país. "O clima hoje é de grande incerteza. As empresas brasileiras estão numa espécie de limbo para ver se haverá desvalorização ou se conseguirão as licenças que precisam para importar", diz Portela, que vive em Caracas. "Nas relações bilaterais, estamos vivendo um ciclo bem diferente que o da era Chávez­Lula, quando as empresas brasileiras fizeram planos ambiciosos para investir ou cooperar com a Venezuela", opina. Mais otimista, o presidente da Federação de Câmaras de Comércio e Indústria Venezuela­Brasil (Fecamvenez), José Francisco Marcondes, aposta em uma recuperação dos preços do Petróleo. "Quando o tema é negócios na Venezuela, cansei de ver pessimistas quebrarem a cara em suas previsões", diz ele. "Acho que é cedo demais para acreditarmos que o petróleo vai se estabilizar nesses patamares tão baixos. Os grandes países produtores já estão se reunindo para discutir como impulsionar os preços e eles podem chegar a uma solução que evite esse cenário mais dramático." 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