aprendizagem da criança de quatro a seis anos com

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APRENDIZAGEM DA CRIANÇA DE QUATRO A SEIS ANOS COM SÍNDROME DE
DOWN EM UMA ESCOLA ESPECIAL
LEITE, Déborah Alenski** – PUCPR
[email protected]
BAPTISTA, Neusa Maria Gomide** - PUCPR
Resumo
A presente pesquisa é sobre a aprendizagem da criança de quatro a seis anos com Síndrome de
Down (SD) em uma escola de educação especial. Tem como objetivo investigar a aprendizagem de
tais crianças, tendo em vista seu processo de inclusão escolar. Sabendo que a Síndrome de Down é
um tipo clínico de deficiência mental e que crianças, entre quatro a seis anos de idade, apresentam
uma larga abrangência de desenvolvimento, pergunta-se: Como se dá a aprendizagem em crianças
com Síndrome de Down, na idade de quatro a seis anos, em uma escola de educação especial? A
pesquisa é de abordagem qualitativa e foi realizada por meio de observações, análise documental e
questionário com professores e outros profissionais. Por anos, muitos educadores acreditavam que
pessoas com SD não fossem realmente capazes de aprender a ler e escrever ou realizar raciocínios
matemáticos. Uma vez que esta era a expectativa, poucas oportunidades lhes eram dadas para
desenvolver estas habilidades. À medida que crescia o investimento nos alunos com SD, cresceram
os níveis de funcionamento e se elevaram as expectativas.A partir do momento em que ensinar
crianças com SD academicamente ficou mais comum, começamos a aprender como crianças com
SD aprendem. Os autores que contribuíram para a análise foram: Werneck (1995), Mazzotta (1982),
Mantoan (1997), Fonseca (1991/1995), Carvalho (2000), Marconi (2002), Brasil: Federação
Brasileira das Associações de Síndrome de Down (1999), Brasil: Referencial Curricular Nacional
Para a Educação Infantil (1998), Brasil: Lei nº 9.394/96, Brasil: Parâmetros Curriculares Nacionais
(1999). Alguns resultados: a criança com SD precisa de muitos estímulos visuais e concretos, que
façam parte do cotidiano; atividades adequadas à criança, que envolvam prazer e sucesso;
elaboração de um programa que vá de encontro às necessidades educativas da criança.
Palavras-chave: Criança com síndrome de down; Aprendizagem
*Aluna do curso de graduação de Pedagogia
** Professora Mestre do curso de graduação de Pedagogia - Orientadora
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INTRODUÇÃO
O propósito deste trabalho de conclusão de curso é entender como ocorre a
aprendizagem da criança de quatro a seis anos com Síndrome de Down, tendo em vista seu
processo de inclusão escolar; investigando autores e documentos que possam dar suporte teórico
ao trabalho de conclusão de curso; descrevendo procedimentos utilizados por professores em sua
prática pedagógica, para a aprendizagem da criança de quatro a seis anos de idade, que
apresentam Síndrome de Down; relatando a concepção de professores sobre a aprendizagem de
tais crianças e analisando instrumentos a partir do referencial teórico. Tendo em vista que a
Síndrome de Down é um tipo clínico de deficiência mental e que crianças, entre quatro a seis
anos de idade, apresentam uma larga abrangência de desenvolvimento, pergunta-se: Como se dá
a aprendizagem em crianças com Síndrome de Down, na idade de quatro a seis anos, em uma
escola de educação especial? Devido a uma grande carência de profissionais habilitados para
atender crianças com necessidades educativas especiais, faz-se necessário estudar o
desenvolvimento de crianças com Síndrome de Down, para que compreendamos como é seu
desenvolvimento, pois sabe-se que são crianças capazes de realizar as mesmas coisas que as
outras crianças mesmo com limitações físicas e intelectuais que podem ser modificadas através
de estimulação precoce. Sabendo que a aprendizagem de atividades em crianças exige prática e
experiência, quanto mais trabalho, paciência, treinamento e um programa de estimulação
precoce, mais rápido a criança com SD chegará ao seu potencial máximo.
A pesquisa diz respeito ao processo de aprendizagem da criança de quatro a seis
anos com Síndrome de Down (SD). Tem como objetivo investigar a aprendizagem de tais crianças
tendo em vista seu processo de inclusão escolar.
Durante muito tempo, as pessoas com Síndrome de Down (SD) foram privadas de
experiências fundamentais para o seu desenvolvimento, pois não se acreditava que eram capazes.
Segundo Carvalho (2000, p.31) fica evidente a fraca expressão política da educação especial,
provavelmente porque, no imaginário social, essas pessoas estão como “impedidas” ao pleno
exercício da cidadania, por suas limitações. Através de informações a respeito desse assunto,
percebeu-se que a partir dos anos setenta, já se estudava uma maneira de conduzir a criança com
Síndrome de Down a realizar tarefas que, para uma pessoa que não tem a Síndrome de Down é
muito comum, e que quanto mais precocemente esta criança for estimulada a uma “terapia”, antes
ela se aproximará do seu potencial máximo. Esses estudos são confirmados pela Federação
Brasileira das Associações de Síndrome de Down (1999, p.33) quando orienta no sentido de que “os
trabalhos de intervenção da criança com síndrome de Down devem iniciar-se logo nos primeiros
anos de vida” e, continua “os especialistas recomendam que essas crianças comecem a ser
estimuladas logo nos primeiros meses de vida” (p. 65).
Mesmo que a criança apresente necessidades especiais, é importante dizer que ela
precisa ser constantemente motivada a alcançar seus objetivos, com a ajuda de um adulto, pais ou
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professores. Tendo em vista que a Síndrome de Down é um tipo clínico de deficiência mental e que
crianças, entre quatro a seis anos de idade, apresentam uma larga abrangência de desenvolvimento,
pergunta-se: Como se dá a aprendizagem em crianças com Síndrome de Down, na idade de quatro a
seis anos, em uma escola de educação especial?
Houve um grande interesse particular em estudar seu desenvolvimento na idade
pré-escolar, pois percebe-se que são poucos os profissionais da área de educação que se interessam
em estudar sobre crianças com necessidades educativas especiais. Devido a essa grande carência,
fica evidente a escassez dos profissionais habilitados para atender tais problemas na rede oficial.
Faz-se necessário para que compreendamos como é seu desenvolvimento, pois sabe-se que são
crianças capazes de realizar as mesmas coisas que as outras crianças. Suas limitações físicas e
intelectuais podem ser modificadas através de estimulação precoce. Sabendo que a aprendizagem de
atividades em crianças exige prática e experiência, quanto mais trabalho, paciência, treinamento e
um programa de estimulação precoce, mais rápido a criança com SD chegará ao seu potencial
máximo.
A família tem um papel muito importante para a criança. Se a criança tem SD,
deve-se preparar a família para sua aceitação e procurar entender como essa criança aprende, o que
torna mais fácil sua inclusão na sociedade e sua aprendizagem será mais eficaz. Isso se confirma
quando Carvalho (2000, p.51) diz que “a participação da família é da maior relevância não só como
fonte de informações e esclarecimentos, como para o processo decisório quanto ao atendimento
educacional escolar recomendado”.
O que é Síndrome de Down
A síndrome de Down sempre fez parte da condição humana. Sua ocorrência é
universal e ela está presente em todas as raças. Não é correto dizer que uma pessoa sofre de, é
vítima de, padece ou é acometida por síndrome de Down. O correto seria dizer que a pessoa tem ou
nasceu com síndrome de Down. A síndrome de Down também não é contagiosa. É a anomalia
cromossômica mais comum, sendo registrada em 1 de cada 700 nascimentos. Não é uma doença
nem um defeito. Por motivos ainda desconhecidos, um erro no desenvolvimento das células do
embrião leva à formação de 47 cromossomos no lugar dos 46 que se formam normalmente. O
material genético em excesso altera o desenvolvimento regular da criança. Este material extra se
encontra localizado no par de cromossomos 21, daí o outro nome pelo qual é conhecida, Trissomia
do 21. Para confirmar o diagnóstico de síndrome de Down deve ser feito um exame genético,
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chamado cariótipo. Estudos estimam que no total de crianças diagnosticadas como deficientes
mentais, no primeiro ano de vida há uma proporção de 40 -50% com a Síndrome de Down. Os
educadores têm se preocupado com os sintomas físicos da Síndrome de Down, se bem que eles
tenham significação limitada quanto ao tratamento educacional.
Concepção de criança
A concepção de criança é uma “noção
historicamente construída e
conseqüentemente vem mudando ao longo do tempo, não se apresentando de forma homogênea nem
mesmo no interior de uma sociedade e época”, conforme Referencial Curricular para Educação
Infantil (1998, p.22). Ainda, nesse documento, “a criança como todo ser humano, é um sujeito
social e histórico e faz parte de uma organização familiar que está inserida em uma sociedade, com
uma determinada cultura, em um determinado momento histórico” (p.22). É fundamental respeitar
as características particulares de cada criança. Pela interação com o meio físico e social, elas
vivenciam experiências e operam num contexto de conceitos, valores, idéias, objetos concretos e
representações sobre os mais diversos temas presentes na sua vida cotidiana. A criança, de acordo
com o referencial citado (1998, p.24), nessa faixa etária constata-se uma ampliação do repertório de
gestos instrumentais, os quais contam com progressiva precisão, atos que exigem coordenação de
vários segmentos motores e o ajuste a objetivos específicos, como recortar, colar, encaixar pequenas
peças, entre outras coisas.
Por isso, a criança é um ser social e que possui o “desejo” de estar próxima de
pessoas sendo capaz de interagir e aprender com elas. Sabe-se que há um grande número de
modelos experimentais de estratégias de aprendizagem, ainda que haja diferenças de modelos, todas
convergem em dois pontos: 1) um grande número de alunos desmotivados, imaturos, com
dificuldade na aprendizagem entre outros, 2) estes alunos podem aprender estratégias de
aprendizagem o que vai os ajudar a abordar as tarefas com mais eficácia e eficiência, aumentando
suas hipóteses de sucesso. Verifica-se que o enfoque reside no “campo aprender” e não em “o que
aprende”. O Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil (1998, p.33) diz que o
processo que permite a construção de aprendizagens significativas pelas crianças requer uma intensa
atividade interna por parte delas. Nessa atividade, as crianças podem estabelecer relações entre
novos conteúdos e os conhecimentos prévios, usando para isso os recursos de que dispõe. Esse
processo possibilitará a elas modificarem seus conhecimentos prévios, matizá-los, ampliá-los ou
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diferenciá-los em função de novas informações capacitando-as a realizar novas aprendizagens
tornado-as significativas.
Educação especial
A Educação Especial baseia-se no fato de que, se estas crianças têm necessidades,
qualidades e dificuldades diferentes, demandam um atendimento específico. Este tipo de educação
pode ser aplicado em escolas especiais, em escolas regulares ou em casa. Embora as necessidades
especiais na escola sejam amplas e diversificadas, a atual Política Nacional de Educação Especial
aponta para uma definição de prioridades no que se refere ao atendimento especializado a ser
oferecido na escola para quem dele necessitar. A classificação de alunos, para efeito de prioridade
no atendimento educacional especializado, consta da referida Política e dá ênfase a portadores de
deficiência mental, visual, auditiva, física e múltipla, portadores de condutas típicas e portadores de
superdotação.
Para os PCN’s de educação especial, esta tem sido atualmente definida no Brasil,
segundo uma perspectiva mais ampla, que ultrapassa a simples concepção de atendimentos
especializados tal como vinha sendo a sua marca nos últimos tempos. O objetivo em relação a essas
crianças é evitar que se tornem incapacitadas. É considerada incapacitada a criança a quem são
negadas oportunidades de brincar, aprender, trabalhar ou fazer as coisas que as crianças de sua idade
devem fazer. Os serviços educacionais especiais, embora diferenciados, não podem desenvolver-se
isoladamente, mas devem fazer parte de uma estratégia global de educação e visar suas finalidades
gerais. Embora as necessidades especiais na escola sejam amplas e diversificadas, a atual Política
Nacional de Educação Especial aponta para uma definição de prioridades no que se refere ao
atendimento especializado a ser oferecido na escola para quem dele necessitar. A classificação de
alunos, para efeito de prioridade no atendimento educacional especializado, consta da referida
Política e dá ênfase a portadores de deficiência mental, visual, auditiva, física e múltipla, portadores
de condutas típicas e portadores de superdotação.
Como a deficiência mental é uma das características das pessoas com SD, os
PCN’s para educação especial (1999, p.26) diz que “a deficiência mental caracteriza-se por registrar
um funcionamento intelectual geral significativamente abaixo da média, oriundo do período de
desenvolvimento, concomitante por limitações associadas a duas ou mais áreas da conduta
adaptativa ou da capacidade do indivíduo em responder adequadamente às demandas da sociedade,
nos seguintes aspectos: comunicação, cuidados pessoais, habilidades sociais, desempenho na família
e comunidade, independência na locomoção, saúde e segurança, desempenho escolar, lazer e
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trabalho”. Mas educação especial vai além da deficiência mental. Nos PCN’s para Educação
Especial (1999, p.25), cita ainda a superdotação que significa notável desempenho e elevada
potencialidade em qualquer dos seguintes aspectos isolados ou combinados: capacidade intelectual
geral; aptidão acadêmica específica; pensamento criativo ou produtivo; capacidade de liderança;
talento especial para artes e por fim capacidade psicomotora.
Também se refere sobre condutas típicas, onde as “manifestações de
comportamento típicas de portadores de síndromes e quadros psicológicos, neurológicos ou
psiquiátricos que ocasionam atrasos no desenvolvimento e prejuízos no relacionamento social, em
grau que requeira atendimento educacional especializado”. Além disso há a deficiência auditiva que
pode ser perda parcial ou total, congênita ou adquirida. Tal deficiência manifesta-se como surdez
leve ou moderada (não impede o indivíduo de se expressar oralmente); surdez severa ou profunda
(impede o indivíduo de entender, assim como adquirir, naturalmente, o código da língua oral). A
incapacidade nas crianças deficientes pode ser, de início, quase imperceptível ou do tipo que
envolve várias funções, determinando danos que se estendem pelo resto da vida. O objetivo em
relação a essas crianças é evitar que se tornem incapacitadas. É considerada incapacitada a criança a
quem são negadas oportunidades de brincar, aprender, trabalhar ou fazer as coisas que as crianças
de sua idade devem fazer.
Crianças consideradas excepcionais freqüentemente trazem problemas para os
responsáveis por sua educação. A excepcionalidade pode acarretar obstáculos ao desenvolvimento
do potencial máximo da criança. Os obstáculos que resultam da própria fonte onde a criança
vivencia seus primeiros contatos – a família – são talvez os mais significativos como empecilhos ao
seu pleno desenvolvimento.Werneck (1995 p.158) afirma que o portador de síndrome de Down tem
apenas um ritmo de aprendizagem mais lento, embora as etapas ultrapassadas sejam as mesmas. O
objetivo da educação especial é justamente acelerar esse processo que foi lentificado pela síndrome.
A criança excepcional precisa ser encarada, antes de tudo, como uma criança e, como tal, trata-se de
uma pessoa que atravessa etapas de desenvolvimento indicativas do seu nível de maturidade.
Segundo a Lei nº 9.304/96, a educação especial não se insere na estrutura didática
da educação básica, pois é tratada em um capítulo específico. Diz o artigo 58 que por educação
especial entende-se a modalidade de educação escolar, oferecida preferencialmente na rede regular
de ensino, para educandos portadores de necessidades especiais. Por necessidades especiais devem
ser entendidas as deficiências que apresentam os alunos subdotados e as características próprias dos
educandos superdotados. Para atender a essas necessidades especiais, os sistemas de ensino devem
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assegurar, entre outras condições: currículos, métodos, técnicas, recursos educativos específicos;
terminalidade específica para aqueles que não puderem atingir o nível exigido para a conclusão do
ensino fundamental, em virtude de suas deficiências; professores com especialização adequada em
nível médio ou superior para atendimento especializado.
Conforme consta no livro de Mazzotta (1982, p. 36-37), existe três tipos de
deficiência mental. Deficientes mentais educáveis (aquele que adquire habilidade de leitura, escrita
e cálculo a nível de alfabetização), deficientes mentais treináveis (provavelmente consigam adquirir
habilidades de leitura, escrita e cálculo a nível de alfabetização) e deficientes mentais dependentes
ou custodiais (tem sido desconsiderado do ponto de vista educacional, visto que serviços
educacionais sejam insuficientes para o seu atendimento.Para atender a essas necessidades
especiais, os sistemas de ensino devem assegurar, entre outras condições: currículos, métodos,
técnicas, recursos educativos específicos; terminalidade específica para aqueles que não puderem
atingir o nível exigido para a conclusão do ensino fundamental, em virtude de suas deficiências;
professores com especialização adequada em nível médio ou superior para atendimento
especializado.
Concepção de aprendizagem
Existem muitos conceitos de aprendizagem. Dentre eles, Fonseca (1991, p.42)
afirma que “a aprendizagem visa à utilização ótima de todos os recursos do indivíduo, quer
interiores, quer exteriores, no sentido de maximizar o seu potencial adaptativo”. Para que a criança
com SD consiga chegar ao seu potencial máximo, Mantoan (1997, p.83) diz que toda a energia que
mantém o aluno motivado e atento depende do significado da resposta procurada. A autora
continua: “os processos metacognitivos ocorrem com mais freqüência e facilidade quando o
ambiente acadêmico é cooperativo, rico em estímulos físicos e sociais”. Para Werneck (1995,
p.164), os portadores de síndrome de Down têm capacidade para aprender, dependendo da
estimulação recebida e da maturação de cada um. São estímulos que exigem uma resposta que pode
ser motora (movimentos amplos e finos), verbal (linguagem oral), gráfica (escrita e desenho) etc e
que poderá ser pobre pelas limitações que eles apresentam nas áreas psicomotora, da linguagem e
cognitiva.
A partir de muitas leituras e estudos, pensa-se que para que ocorra um melhor
aprendizado da criança de quatro a seis anos com SD, é importante simplificar o ambiente de
trabalho, bem como materiais, evitando distração da criança; dar instruções claras e precisas, pouco
numerosas; começar com atividades que obtenham pouco tempo de execução, para ir aumentando
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aos poucos; trocar freqüentemente as atividades, para que a atenção se mantenha; felicitar cada
sucesso, para motivar e conscientizar a criança que ela conseguiu através de seu esforço; utilizar
material que processe informação simultânea e de imagens, pois assim, asseguramos que as crianças
com SD recebem e compreendem. Também há um processo de aprendizagem pelo qual a criança
passa. Tal processo apresenta cinco características: sensação (entrada dos estímulos), percepção
(interpreta e organiza informações), armazenamento, resposta (uso das informações armazenadas) e
filtro das informações. O professor deve ser motivador e acima de tudo acreditar no potencial da
criança.
Segundo Fonseca (1995, p. 76) há quatro estratégias fundamentais:
mudar a perspectiva passiva e negativa da educação e reabilitação dos deficientes.
Lutar pelos direitos humanos, pelo aumento da educabilidade individual e pelo aumento da
produção social é uma experiência ativa e positiva;
mudar os objetivos educacionais e reabilitativos através de novos programas e
currículos de intervenção e de facilitação;
mudar os meios de prevenção, identificação precoce e diagnóstico, visando à
modificabilidade cognitiva e habilitativa do indivíduo deficiente;
mudar as instituições, implementando progressivamente a integração dos deficientes,
restituindo-os à comunidade.
Fonseca (1995, p.77) diz que cada caso é um caso diferente e, conseqüentemente,
requer um conhecimento diferenciado e intra-individual, algo que exige uma aceitação
incondicional de que é possível verificar uma mudança estrutural no ato mental e na aprendizagem.
O mesmo autor afirma que por efeitos da educação e da reabilitação precoces, podemos transformar
o deficiente num ser autônomo, independente e capaz de aprendizagem (p.73).
Metodologia
A pesquisa teve abordagem qualitativa, onde Lüdke e André, (1986, p. 13) dizem
que segundo Bogdan e Biklen “a pesquisa qualitativa envolve a obtenção de dados descritivos,
obtidos no contato direto do pesquisador com a situação estudada, enfatiza mais o processo do que
produto e se preocupa em retratar a perspectiva dos participantes.”
Os mesmos autores afirmam que na pesquisa qualitativa existem cinco
características; a primeira diz o seguinte:
A pesquisa qualitativa supõe o contato direto e prolongado do pesquisador com o ambiente
e a situação que está sendo investigada, via de regra através do trabalho intensivo de
campo. (Bogdan e Biklen. 1982, p. 11).
A coleta de dados foi realizada através de observações em sala de aula,
questionário para professores e profissionais que atendem crianças de quatro a seis anos com
Síndrome de Down , pesquisa teórica e também foi utilizado o Projeto Político Pedagógico da
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escola para fazer análise documental. Para a observação e para análise do Projeto Político
Pedagógico foram disponibilizados quatro dias.
As observações foram realizadas em sala de aula.
Foi observado o
procedimento utilizado pelo professor, para que ocorra a aprendizagem da criança com Síndrome de
Down. Para ser feita a análise documental, foi utilizado o Projeto Político Pedagógico, onde a
riqueza de detalhes sobre a aprendizagem é grande. Já o uso do questionário se fez importante para
que se pudesse ter a percepção de que os professores estejam em comum acordo com o Projeto
Político Pedagógico e com o estudo da teoria realizado.
A pesquisa foi realizada em uma escola de educação especial, localizada num
bairro de classe média, na cidade de Curitiba, Paraná, na qual se desenvolve os Programas de
Educação Infantil e Educação Escolar. Seu horário de funcionamento é: Turno da Manhã: 07:15 às
11:15 horas e Turno da Tarde: 13:15 às 17:15 horas. Atende crianças, adolescentes e adultos, com
deficiência mental e múltipla deficiência, com idade cronológica de 0 a 12 anos para ingresso com
proposta educacional fundamentada no paradigma contextual, tendo a Arte como princípio
educativo. Na educação infantil são atendidas crianças na faixa etária de 0 a 6 anos e 11 meses, com
atraso no desenvolvimento neuropsicomotor; com antecedentes pré, peri e neonatais que possam vir
a determinar comprometimento em seu desenvolvimento motor, sensorial, cognitivo, emocional e de
linguagem; clientela submetida a riscos ambientais por carência de experiências físicas e sociais
favoráveis ao desenvolvimento; e a clientela de alto risco (crianças com probabilidade de virem a
apresentar Deficiência). O Programa de Educação Infantil é desenvolvido por uma equipe
multiprofissional, constituída por: coordenador de programa, professor especializado, pedagogo,
fonoaudiólogo, psicólogo, fisioterapeuta, terapeuta ocupacional, assistente social, reeducador visual
e atendente. A escola atende por níveis. Estimulação Precoce: de zero a três anos e onze meses e
Educação Pré-Escolar: de quatro a seis anos e onze meses. Na escola há vários profissionais que
trabalham, juntamente com o professor, para que a criança tenha um aprendizado significativo. A
escola tem capacidade de atender 400 alunos, sendo que na educação infantil sua capacidade seja de
70 crianças. Atuam na escola, 168 profissionais. Dentre eles, vinte e cinco atendentes (auxiliar de
sala de aula), três assistentes sociais, um coordenador de educação infantil, duas pessoas
encarregadas da direção, onze fisioterapeutas, sete fonoaudiólogas, seis psicólogos, um, reeducador
visual, três terapeutas ocupacionais, um musicoterapeuta, dois pedagogos, dois professores de artes,
um professor de informática, um professor de música, um professor de educação física, vinte e um
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professores (salas de aula). Há outros profissionais como marceneiro, merendeira, estagiários e
outros.
Para esta pesquisa foram realizadas observações em sala de aula, questionário
com professores e especialistas que trabalham com essas crianças: fonoaudiólogos e psicólogos.
Também foi feita análise documental para que se possa comparar o que está na teoria com a prática
aplicada pelos professores em sala de aula.
Alguns Resultados...
Com base nas observações feitas, foi possível perceber que a criança com
Síndrome de Down, precisa de muitos estímulos visuais e concretos, que façam parte do cotidiano.
Muitos autores afirmam que muitas crianças Down não progridem muito além do período operatório
concreto, o que explicaria porque atividades altamente abstratas são difíceis ou impossíveis para
elas. Isso se confirma quando Horstmeier (2004, p. 20) diz que “o uso de pistas visuais para o que
está sendo explorado verbalmente, é benefício em qualquer idade”. Outro aspecto importante são
atividades adequadas à criança, que envolvam prazer e sucesso. O autor citado (2004, p. 20), afirma
que alunos que são pensadores concretos precisam de demonstrações e atividades manipulativas
para quase tudo que aprendem.E continua (p. 21), crianças com Down precisam de atividades que
tornem o processo real para eles. Foi observado, também, que é muito importante a elaboração de
um programa que vá de encontro às necessidades educativas da criança. Horstmeier (2004, p. 31),
confirma dizendo que “provavelmente serão necessárias algumas modificações no conteúdo que o
aluno está aprendendo”. O autor (2004, p. 31) diz que há nove tipos de adaptações:
1tamanho: reduz o número de itens;
2tempo: aumentar o tempo;
3nível de suporte (apoio): provê mais assistência;
4input: modifica o modo que a instrução é dada ao aluno;
5dificuldade: torna os problemas mais fáceis;
6output: adapta como o aluno mostra sua aprendizagem;
7participação: o aluno participa em apenas parte da tarefa;
8alternância de objetivos (modificação dos objetivos da classe): o aluno tem objetivos
menos complexos que o resto da turma;
9substituição de objetivos e currículo: o aluno tem atividades e instruções diferesntes
para seus objetivos específicos.
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Referências
BRASIL: Federação Brasileira das Associações de Síndrome de Down. Perfil das percepções
sobre as pessoas com síndrome de Down e do seu atendimento: aspectos qualitativos e
quantitativos. Brasília; MEC/SEF, 1999.
BRASIL: Referencial Curricular Nacional Para a Educação Infantil. Brasília; MEC/SEF, 1998,
v. 1, 2 e 3.
BRASIL: Lei nº 9.394/96. Fixas na Lei de Diretrizes e Bases; Capítulo V, Art. 58, 59 e 60.
BRASIL: Parâmetros Curriculares Nacionais: adaptações curriculares: estratégias para a
educação de alunos com necessidades educacionais especiais. Brasília; MEC/SEF: 1999
WERNECK, Claudia. Muito prazer, eu existo: um livro sobre as pessoas com síndrome de Down.
Rio de Janeiro: WVA, 1995.
MAZZOTTA, Marcos José da Silveira. Fundamentos de Educação Especial. São Paulo: Livraria
Pioneira, 1982.
MANTOAN, Maria Tereza Egler. Ser ou estar: eis a questão. Rio de Janeiro: WVA, 1997.
FONSECA, Vítor da. Educação especial. Porto Alegre: Artes Médicas, 1991.
FONSECA, Vítor da.Educação especial: programa de estimulação precoce: introdução às idéias de
Freuerstein. Porto Alegre: RS, Artes Médicas, 1995.
CARVALHO, Rosita Edler. Temas em educação especial. Rio de Janeiro:wva, 2000.
MARCONI, Marina de Andrade., LAKATOS, Eva Maria. Técnicas de pesquisa. São Paulo, Atlas,
2002.
HORSTMEIER, De Anna. Teaching mathy to peolple with down syndrome and other hands-on
learnes. Rockville, MD, Woodbine House, 2004.
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