Mesopotâmia é um termo grego que significa “entre rios”, região do Oriente Próximo entre os rios Tigre e Eufrates, que, atualmente, compreende o Iraque, a Turquia e a Síria. Por ser uma área fértil atraiu vários povos desde a préhistória: sumérios, acadianos, assírios, amoritas, cassitas, elamitas, caldeus, arameus, persas, etc. Período sumério Parecem ter vindo da Ásia Central e se estabeleceram por volta de 4.000 a.C no sul da Mesopotâmia (Baixa Mesopotâmia), próximo à confluência dos rios Tigre e Eufrates. A essa região chamavam Sumer ou Suméria. São poucos os vestígios materiais de sua cultura. Suas construções eram erigidas em tijolos de barro e madeira. Contudo, foram os inventores da escrita pictográfica, denominada cuneiforme, preciosos registros de sua cultura em tabuinhas de argila. ARQUITETURA Viviam em comunidade, normalmente agrícola – as Cidades-Estados – onde cada uma delas tinha seu deus protetor local, seu governante, sendo Uruk a cidade dos reis. No centro das cidades estava o templo, que se localizava sobre uma estrutura denominada zigurate. Durante os séculos, os zigurates foram sendo construídos cada vez mais altos, numa tentativa de se aproximarem dos deuses, uma vez que a morada divina estava no alto, no cume das montanhas. O seu mais famoso exemplar, a Torre de Babel. ARTES A pintura e a escultura dos sumérios eram, essencialmente, decorativas. Painéis figurativos adornavam os templos, palácios e sepulturas. Mas na tumba da rainha Puabi (2.600-2.500 a.C) foram encontrados importantes tesouros como diademas, brincos e outras jóias. Quanto à escultura destacam-se os orantes ou adoradores. Essas figuras humanas (masculinas e femininas) votivas de pequenas dimensões, representadas de corpo inteiro, geralmente em pé, trazem sempre as mãos cruzadas sobre o peito, possuem grandes olhos e vestem longas saias. Período acadiano Contemporâneos, os sumérios e acadianos conviveram em paz até o rei acadiano Sargão iniciar a sua expansão por volta de 2.316 a.C. Os acadianos ocupavam inicialmente a região setentrional da Mesopotâmia em torno de Kish. Ao dominarem a Suméria, absorveram a sua cultura, impondo à arte a glorificação do soberano. Dentro dessa ideologia propagandística, as estelas comemorativas foram freqüentes. A obra mais notável de escultura, que expressa essa ideologia de glorificação do soberano, é uma imponente cabeça de um soberano acadiano em bronze, encontrada em Nínive. Os olhos, agora vazios, deveriam trazer embutidos que lhe confeririam grande força. Apesar disso, conserva a sua majestade e maestria. Essa obra caracteriza-se pelo detalhamento descritivo e pela simetria na composição. No mais, zigurates continuaram a ser edificados, os deuses sumérios continuaram a ser adorados. Período babilônio No segundo milênio houve um período de instabilidade e desordem na Mesopotâmia, até que os babilônios assumiram o poder entre 1.760 e 1.600 a.C, como antes tinham feito os acadianos. Contudo, continuou a existir um grande respeito pela tradição sumeriana. Afinal, a base cultural dos babilônios era sumeriana. A maioria da escultura dos babilônios baseiam-se na tradição sumeriana mas trazem algumas singularidades como os volumes acentuados, uma maior rigidez na representação e uma minuciosa atenção aos detalhes como as roupas e a barba. Com relação à arquitetura, há pouco material desse período. O mais importante exemplar são as ruínas do palácio real de Mari, que ocupam uma área de 220 x 130m. Ele é composto por uma série de salas dispostas em torno de dois pátios internos. Há vestígios e fragmentos de pinturas ornamentais nas paredes de algumas salas e em um dos pátios internos. Elas trazem cenas de sacrifício, a investidura real de Zimri-Lim, figuras de deuses. Excetuando as vestes das fi guras, os fragmentos das cenas de sacrifício derivam da tradição sumério-acádica”. Em alguns painéis, como o que representa uma deusa numa paisagem cercada de animais fantásticos, nota-se uma influência egípcia, provavelmente vinda através da Síria. Período cassita Os cassitas, povo asiático, estabeleceram-se na Mesopotâmia, na região oeste do atual Irã, por volta de 1.800 a.C. Em 1559 a.C a Babilônia foi saqueada pelos hititas. Entre 1550 e 1150 a.C os cassitas dominaram os babilônios. Artisticamente eles trouxeram inovações à tradição sumério-acadiana. Estruturalmente, o uso do arco e da abóboda se generalizou em palácios e templos e se introduziu o emprego do ladrilho no exterior dos edifícios. Período assírio Os assírios eram um povo indo-europeu, oriundo do Cáucaso, que se estabeleceram no norte da Mesopotâmia, na região do alto do rio Tigre por volta de 2.000 a.C. Sua principal cidade-estado e posterior capital do Império Assírio era Assur. O auge do poderio assírio ocorreu entre 1.000 a 612 a.C, estendendo-se desde a península do Sinai à Armênia e ocupando o Baixo Egito em 671 a.C. Segundo Janson (1984, p.75), “diz-se que os Assírios foram em relação aos Sumérios o mesmo que os Romanos em relação aos Gregos. Assim, construíram templos e zigurates inspirados em modelos sumerianos. Os palácios reais atingiram dimensões e magnificência sem precedentes”. A arte assíria era essencialmente secular, uma arte propagandística ligada à corte. Com os painéis decorativos das paredes dos palácios representando detalhadamente as batalhas e conquistas de seu rei. No interior do Palácio de Sargão II, por exemplo, as paredes estavam repletas de séries de relevos retratando as conquistas militares assírias de forma descritiva. Período neo-babilônico Embora o Império assírio tenha caído em 612 a.C, com a conquista de Nínive pelos Medos e Citas, vindos do Oriente, o comandante assírio proclamou-se rei da Babilônia, proporcionando um período de renascimento cultural a essa cidade entre 612 a 539 a.C, até a dominação persa. Assim, a Babilônia tornou-se o último reduto da cultura mesopotâmica. O mais famoso governante desse período foi Nabucodonosor II (604-562 a.C). Período persa A civilização elamita (uma das que floresceu no sudoeste da Pérsia, atual Irã, por volta de 4.000 a.C. Sua capital era Susa. Na segunda metade de terceiro milênio, eles entraram em guerra com os Sumérios e com os Acádios. Esse contato teve influência em sua arte. A arte do Império persa é uma síntese de diferentes tradições incorporadas dos povos dominados e contatados. Portanto, na Mesopotâmia, vemos na arte diversas expressões que vão da religiosidade suméria em busca de altos zigurates para seus deuses, o militarismo assírio e o esplendor profano do Império persa.