MENSAGEM 17 E 18 De Nov

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MENSAGEM
Texto: Apocalipse 2.10 - 2012
Tema: Deus nos torna fiéis até o fim.
Dia Litúrgico: 25 Domingo após Pentecostes – 17,18 de Novembro de 2012 – Culto de
Confirmação.
Introdução:
Nosso texto é uma das sete cartas que o apóstolo João escreveu às Igrejas da Ásia
Menor. É a carta a Igreja que ficava em Esmirna. Vamos ler toda ela: “Ao anjo da
igreja em Esmirna escreve: Estas coisas diz o primeiro e o último, que esteve morto e
tornou a viver. Conheço a tua tribulação, a tua pobreza, mas tu és rico, e a blasfêmia
dos que a si mesmos se declaram judeus, e não são, sendo antes sinagoga de
Satanás. Não temas as coisas que tens de sofrer. Eis que o diabo está para lançar em
prisão alguns dentre vós, para serdes postos à prova, e tereis tribulação de dez dias.
Sê fiel até à morte, e dar-te-ei a coroa da vida. Quem tem ouvidos, ouça o que o
Espírito diz às igrejas. O vencedor, de nenhum modo sofrerá dano da segunda morte”
(Ap 2.8-11).
Exposição do Texto:
O texto começa reforçando a eternidade de Jesus, quando diz que ele é o
“primeiro e o último”. E, quando diz que “esteve morto, mas reviveu” – faz uma
referência ao sacrifício de Jesus na cruz, sua morte real, expiadora do pecado de todo
o mundo, e sua triunfante ressurreição, vencendo a morte. Ele entregou a sua vida por
nós, nos reconciliando com Deus. Todavia, Ele não permaneceu na morte, Ele tornou a
viver, pelo Seu próprio onipotente. Ele é a fonte da vida eterna para todos os que
confiam nele. Pela fé Nele, os cristãos não sentem o pavor da morte, mas sabem que
ela foi vencida pela vitória de Cristo. Assim, a morte perdeu o seu aguilhão, seu poder
de ferir.
Então, o Senhor dirige palavras de encorajamento aos cristãos de Esmirna:
“Conheço tua tribulação e tua pobreza, mas tu és rico, e a blasfêmia da parte
daqueles que dizem que são judeus mas não são, mas antes a sinagoga de Satanás”.
Esta foi a cruz que a congregação de Esmirna teve de carregar, a inimizade dos judeus.
A oposição que eles enfrentaram à palavra que criam e à fé que foi implantada em
seus corações. Eles sofreram muito por causa dessa oposição, não apenas sofrimentos
na alma, mas no corpo, nos bens que foram espoliados, na honra. Mesmo assim, o
Senhor os chama de ricos, uma vez que desfrutam das ricas misericórdias de Deus, da
graça salvadora de Deus em Cristo que é farta e abundante.
Então, vem as palavras de encorajamento: “Não temais as coisas que estais
destinados a sofrer”. Deus fala de tribulações e sofrimentos que virão e, face a estas,
diz: “Não temas”. O “não temas” de Deus é muito mais que aquelas palavrinhas de
auto-ajuda que estamos acostumados a ouvir quando enfrentamos dificuldades.
Palavras do tipo: Tudo vai dar certo! Tudo vai acabar bem! Coragem que você é
capaz... Não são palavras vazias, de consolo barato. Trata-se da palavra todo-poderosa
daquele que tem todas as coisas nas suas mãos e governa tudo, inclusive o tempo de
provação dos seus filhos. Ele o tem sob seu controle e, por mais que pareça demorado,
garante que não nos sobrevém provação além das forças que ele mesmo nos dá, e que
nos livrará afinal.
O “não temas” de Deus não é uma promessa de não-sofrimento; mas a
garantia que Deus controla, inclusive, os nossos sofrimentos e os usa para nosso bem.
E, quando diz “tereis tribulação de dez dias”, afirma que a tribulação e o sofrimento
estão com os dias contados (o prazo de validade vencendo!). É um tempo completo,
determinado, fixo, mas limitado, e deixa claro que todos os que perseverarem firmes
na fé até ao fim, receberão a coroa da vida eterna: “Sê fiel até à morte, e dar-te-ei a
coroa da vida”.
A expressão: “Sê fiel até a morte”, que muitas vezes é traduzida por “torna-te
fiel” ou “mostra-te fiel”, na verdade, tem sua força gramatical na tradução: “Seja
tornado fiel”. A iniciativa da fidelidade é de Deus. A ênfase está em Deus e no seu
poder. A origem da fidelidade está em Deus e o cristão é apenas o destinatário desta
fidelidade. Em outras palavras: Deus está, no evangelho, dando todas as forças
necessárias para que nós, cristãos, sejamos mantidos na fé até ao fim. Isso é trabalho
de Deus, é obra dele. Tanto quanto o cristão não recusar ou rejeitar as oportunidades
que Deus lhe dá de abastecê-lo na fé, através da sua palavra viva, sempre mais terá o
socorro de Deus, a força que vem de Deus e a ajuda de Deus para superar a provação.
“Sê fiel até a morte” ou “Seja tornado fiel até a morte” tem um caráter duplo:
É entendido de forma extensiva e intensiva. Extensiva significa: Enquanto durar toda a
vida. Então, “seja tornado fiel até que seus dias terminem e você enfrente a morte”.
Tem o caráter intensivo, isto é, “seja tornado fiel mesmo que esta fidelidade o leve a
morte”.
O Senhor também não permitirá que esta fidelidade permaneça sem
recompensa. A coroa da vida, a própria vida eterna, é o prêmio da graça destinado ao
triunfo da fé, á lealdade do cristão.
Há duas palavras que traduzem coroa: stephanos e diadema. Diadema é coroa
real, de rei que controla e governa. Stephanos é coroa de vitória, nos jogos gregos ou
nas batalhas militares. É a essa coroa que o texto se refere. Jesus a usou. A coroa de
espinhos colocada sobre sua cabeça era uma stephanos. Por isso, porque ele usou a
stephanos de espinhos e foi vitorioso, levando sobre si o nosso pecado e morte e
destruindo-os inteiramente, nós temos, da parte dele, a garantia que a stephanos - a
coroa da vitória está reservada para nós nos céus. Isso nos é de grande motivação e
consolo aqui: O Deus misericordioso que nos alcançou e nos trouxe à fé, nos torna fiéis
nesta fé até ao fim e nos tem reservada a coroa da glória.
Lei:
Nesta pequena carta aos cristãos de Esmirna, por duas vezes, Deus menciona os
nomes do nosso inimigo espiritual: Satanás e diabo. Ele faz assim para advertir
fortemente a nós cristãos que as tentações e perseguições que enfrentamos não são
coisa de somenos importância; mas, que com elas o diabo tem um objetivo terrível:
Afastar-nos de Deus, nos tirar dos seus braços amorosos, nos levar para longe do Pai
Celeste, nos colocar na condição de perdidos, condenados.
Naquela ocasião, o diabo usou o ódio dos judeus e das autoridades romanas contra os
cristãos. Hoje ele é sorrateiro e usa outros meios: Trabalha ferozmente para afastar os
cristãos da palavra de Deus. O seu maior empenho é fazer com que pessoas cristãs
pensem que não tem a menor consequência aqui e na eternidade afastar-se da palavra
de Deus e da Igreja. Muitos confirmandos passaram pelo altar de Deus, prometeram
fidelidade a Deus e sua palavra e, no entanto, se afastaram dela, não vem mais a
Igreja, colocaram-se longe da graça e da misericórdia de Deus e acham que está tudo
bem.
O que pode parecer a muitos um lugar neutro, sem consequências, o afastar-se de
Deus é sempre sinônimo de apegar-se ao mundo e seus prazeres pecaminosos. O
diabo tem usado o mundo e seus prazeres pecaminosos como uma forte tentação a
nós cristãos. Festas onde o consumo de álcool é exagerado e o consumo de drogas é
liberado, locais onde a promiscuidade e imoralidade são vistas na maneira de vestir-se
de pessoas que demonstram não ter nenhum compromisso com a moral, nem com
Deus. Muitas pessoas cristãs, que se afastaram de Deus, não percebem que usam o
mesmo palavreado daquelas pessoas sem Deus, vivem no mesmo excesso de
imoralidade, desonestidade e tantos outros pecados que são a expressão clara de um
“inocente” afastar-se de Deus e da sua palavra. Onde tudo isso começou? Naquele
“inocente” deixar de ir a igreja, deixar de ler a palavra, ficar conversando no culto,
descer e bater papo na rampa...O diabo pode ser tudo, menos inocente!
O texto deixa claro o entendimento que, se há coroa para aqueles que foram fiéis até
ao fim, não haverá coroa para aqueles que desanimaram, que viraram as costas para
Deus e sua palavra, que deixaram para trás as maravilhosas promessas de Deus.
Abandonaram a coroa em vida, não a terão depois da morte.
Evangelho:
As palavras maravilhosas do Senhor a Igreja de Esmirna são para nós: “Sê fiel
até à morte, e dar-te-ei a coroa da vida”. Deus nos torna fiéis até o fim por causa de
Cristo. Deus nos garante a coroa da vida por causa de Cristo. Para que tenhamos a
coroa da vida, Cristo suportou e usou a coroa de espinhos que representa toda a nossa
culpa, pecado, transgressão e castigo, que ele misericordiosamente suportou e levou
por nós. A nossa coroa da vida custou a morte do filho de Deus em nosso favor e lugar.
Ele não ficou na morte; ressuscitou! Ele vive! A morte e seus efeitos foram destruídos!
A morte e o seu poder de ferir foram aplacados pela vitória e pela vida de Jesus.
Tudo isso ele nos oferece de graça no evangelho. Na palavra e sacramentos,
vem ao nosso encontro para nos dar tudo o que ele conquistou com sua morte e
ressurreição e para nos tornar fiéis até ao fim, durante todo o tempo da nossa vida e,
mesmo que nossa fidelidade a ele possa nos ocasionar sofrimentos e morte.
Ser fiel até ao fim não acontece sem lutas e batalhas; acontece no fragor das
tentações, perseguições e sofrimentos; mas, acontece debaixo das promessas da
misericórdia e da ajuda de Deus. Com isso podemos contar sempre! Deus sempre nos
dá oportunidades de abria a sua palavra e ler, de ouvir a pregação e participar da santa
ceia. É assim que nos ajuda e torna fiéis até ao fim.
Conclusão:
O Senhor também não permitirá que esta fidelidade permaneça sem
recompensa. A coroa da vida, a própria vida eterna, é o prêmio da graça destinado ao
triunfo da fé, á lealdade do cristão. Porque fomos tornados filhos de Deus e feitos fiéis
até o fim, nos serão dadas coroas. Nós já as contemplamos aqui. Mas aguardamos
aquele dia final quando viveremos diante e com nosso Senhor nas moradas celestes.
“Sê fiel até a morte e dar-te-ei a coroa da vida”. Que Deus nos torne fiéis até o
fim. Amém!
Textos: Ap 2.10; Jo 6.68,69; 2 Tm 3.15; Rm 1.17; Sl 126.3; Rm 8.28; Rm 8.1; Rm 5.1; Ef
2.8; Ef 5.5; Ef 4.15; Sl 23.1; Cl 3.16.
Hinos: 321; 322, 319, 251; 311
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