A escola tem em seu Projeto Político Pedagógico o compromisso

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Socializando Saberes
Justificativa:
"Campo Bom é recortada por um rio que nasce límpido entre os morros
do município de Caraá, percorre cerca de 190 km e deságua imundo no delta
do Jacuí, em Canoas. Além da contaminação em seu destino, a sinuosidade do
rio é uma marca. Em uma destas curvas, está a escola onde as crianças de
Campo Bom estudam (EMEF 25 de Julho). Ali, aprendem sobre as aves e
peixes que habitam o rio, viola, dourado, pintado e peixe lápis dividem território
com tatus e pássaros. Longe dos centros urbanos que despejam diariamente
grandes quantidades de resíduos domésticos e industriais nas águas do Rio
dos Sinos, há vida. As crianças se interessam por ela".
A Escola 25 de Julho tem 569 alunos, de três bairros, sendo que muitos
são bem carentes, muitos destes alunos têm suas casas invadidas pela água
na época de enchente, porque suas casas estão construídas em áreas úmidas
ou muito próximas à margem do Rio dos Sinos. A escola está localizada a três
quadras do banhado próximo à foz do arroio Schmidt, no Rio dos Sinos. A
maioria das famílias dos nossos alunos, não tem a cultura de comprar livro de
literatura para os filhos para que possam ter este contato desde pequenos.
A escola tem em seu Projeto Político Pedagógico o compromisso com a
educação que ultrapassa os muros da escola, um ensino diferente para todos;
acolhendo as diferenças, para que os alunos tenham condições de aprender,
segundo suas próprias capacidades, onde aprendam a viver em grupo, a dividir
as responsabilidades, a repartir tarefas, onde ocorra a construção do
conhecimento de forma significativa.
Cada aluno gosta mais ou tem mais habilidades em determinados
conteúdos, e o fato de ter menos habilidades em determinados conteúdos, não
o impede de viver normalmente. Mas, quando a carência afeta de uma forma
significativa à capacidade de ler e escrever, adquire, em nossa sociedade, uma
conotação diferente de outros tipos de capacidade. Ainda que ser letrado não
garanta o êxito social, o fato de não ser implica em uma redução de
oportunidades e, sem dúvida nenhuma, uma limitação das possibilidades de
enriquecimento pessoal. É preciso motivação para aprender. A emoção
interfere no processo de retenção da informação.
A partir dessas constatações é que se justifica o projeto "Socialização de
Saberes", enfocando a importância da leitura no sentido de promover
conhecimentos, competências, princípios, habilidades, valores e atitudes,
transformando ideias em palavras, resgatando alunos que têm diferentes níveis
de aprendizagem, integrando a projetos que desenvolvam habilidades para a
vida no século XXI, facilitem o exercício da cidadania e sua qualificação para o
trabalho.
Pesquisas mostram que a criança que lê e tem contato com a literatura
desde cedo, principalmente acompanhada pelos pais, é beneficiada em
diversos sentidos, ela tem mais facilidade na alfabetização, pronuncia melhor
as palavras, é mais comunicativa, desenvolve a criatividade, a imaginação, isso
ajuda em todas as disciplinas. Por isso, pensamos o projeto "Socialização de
Saberes" que é formado por diferentes linhas de trabalho, utilizando a maneira
convencional dos livros impressos, produções de alunos e o uso de
tecnologias. Esse trabalho ocorre através dos projetos: Ecossacola Cultural,
Desafio Literário e Leitura Digital. Lançamos mão das diferentes ferramentas
para facilitar a aprendizagem de alunos, respeitando as diferenças e
possibilitando construir o seu próprio saber e competências para a vida. O
Planeta precisa de pessoas criativas, inovadoras, críticas, capazes de tomar
decisões que visem a sustentabilidade ambiental.
Objetivo:
Instigar o gosto pela leitura.
Proporcionar momentos de troca de ideias e experiências entre professores,
alunos e pais.
Utilizar as redes sociais como uma ferramenta para socializar
conhecimentos e valores.
Utilizar as tecnologias como uma ferramenta facilitadora e estimuladora
do gosto pela leitura.
Metodologia:
Segundo Jean Piaget, a principal meta da educação é criar homens que
sejam capazes de fazer coisas novas, não simplesmente repetir o que outras
gerações já fizeram. Homens que sejam criadores, inventores, descobridores.
A segunda meta da educação é formar mentes que estejam em condições de
criticar, verificar e não aceitar tudo que a elas se propõe.
Na era da informação, diante da velocidade com que o conhecimento é
produzido e envelhece, não adianta acumular informações. É preciso saber
pensar. Pensar a realidade e não pensar pensamentos já pensados. Inovar na
educação é uma questão de sobrevivência, é preciso facilitar o aprendizado,
em qualquer hora e em qualquer lugar. O Projeto "Socializando Saberes" está
sendo desenvolvido com alunos do 1º ao 5º ano.
Ecossacola Cultural
Segundo Mia Couto, a infância não é um tempo, não é uma idade, é
uma coleção de memórias. A infância é quando ainda não é demasiado tarde é
quando estamos disponíveis para surpreender-nos para nos deixar encantar.
Diante desta afirmação montamos um kit com livros e uma sacola de algodão
que ganhou o nome de Ecossacola cultural dentro desta sacola tem uma
etiqueta explicando qual o objetivo, quantos dias cada aluno podem ficar com o
material de leitura, um bloco de anotações, caneta e dez livros que falam das
questões ambientais. Temos doze turmas de alunos de M3 ao 5º ano, cada
turma tem a sua sacola, o professor da turma pode acrescentar outros livros ou
trabalhos feitos em grupos na sala de aula, uma forma de compartilhar estes
materiais com a família dos alunos.
A família tem oportunidade de ler com as crianças os livro da Ecossacola
e fazer uma anotação no bloco de anotações, tirar uma foto e postar no
Facebook do projeto ou mandar por e-mail sua opinião. As famílias têm
participado da atividade e têm optado por fazer a anotação no bloco e
normalmente a criança aproveita para fazer um desenho sobre o livro que leu
com a sua família e que mais gostou.
Leitura digital
Blog, Facebok e Twitter
Vivemos em um mundo conectado e o uso das tecnologias transforma
cada vez mais a nossa maneira de viver, de aprender, facilita a conexão entre
as pessoas e o mundo real. Precisamos desenvolver habilidades que sirvam
não apenas para consumir informações e ideias, mas também para elaborar e
criar novas informações e que facilitem a resolução de problemas no nosso dia
a dia ou que possam ser usadas em novas vivências. O uso das redes sociais
com os alunos é uma ferramenta a mais que estamos utilizando na escola, e
para nossos alunos que estão sendo alfabetizados, o desenvolvimento dessas
habilidades são muito importantes, pois melhoram os resultados, promovem
conquistas e compartilham boas ações.
Nossos alunos estão utilizando as tecnologias móveis para fazer suas
pesquisas em campo, quando voltam para a sala se organizam em duplas
discutem sobre os registros feitos em campo e fazem seus posts para o Blog,
Twitter e facebook, estas ferramentas têm facilitado a construção do
conhecimento e isso ocorre de forma colaborativa, pois o aluno escreve, lê os
posts dos colegas ( ajuda a conferir a ortografia) e quando chega em casa ele
mostra sua produção online para seus familiares, é uma forma de compartilhar
com a família o que está produzindo na escola, os pais tem a oportunidade de
ler juntamente com o filho e deixar seu comentário.
Os alunos usam as Tecnologias de Informação e Comunicação
associada à sustentabilidade. Os alunos postam mensagens, vídeos nas redes
sociais de ações simples que a comunidade pode fazer para diminuir o
consumo de sacolas plásticas, reutilizar óleo de cozinha, gavetas velhas,
janelas, portas, reutilização de banner para confecção de sacolas e para forrar
cadeiras, tecido de guarda-chuva velho que pode ser transformado em marcapáginas, pneus velhos podem ser transformados em pufes ou floreiras,
campanhas para evitar desperdício de água em época de seca, informações
sobre o nível de água no Rio dos Sinos, dia em que o caminhão recolhe móveis
velhos, sobre mapeamento e minimização de impactos, replantio de mata ciliar
e importância da preservação das áreas de banhado. Temos observado que
estas ações são importantes, pois a comunidade lê, curte, comenta e até liga
para pedir mais informações e denunciar quando algo errado está
acontecendo.
Scratch
As tecnologias são fontes de aprendizagem e experimentação, à cultura
da tentativa e do erro, da troca e do fazer juntos. Com o Scratch, os alunos
podem programar suas próprias histórias em quadrinhos interativas, jogos e
animações. O Scratch ajuda o aluno a pensar de maneira criativa, refletir de
maneira sistemática e trabalhar de forma colaborativa, desenvolvendo
habilidades importantes para a leitura e escrita.
Muitos alunos que usaram o Scratch ainda não estavam lendo e
escrevendo sozinhos, mas eles trabalham em duplas e de maneira colaborativa
isso permitiu que nossos pequenos programadores se aventurassem a pensar
uma história, dividir em pequenas partes, a formular hipóteses, criar sem medo
de errar e concretizá-la utilizando o Schatch que proporciona o
desenvolvimento de novas habilidades, experimentação, leitura a
aprendizagem. Com o uso do Scratch os alunos aprendem a logica da
programação e os colegas têm oportunidade de ler as histórias em quadrinhos
feitas pelos colegas e fazer as alterações (estas estão disponíveis no blog).
Com o uso do Scratch os alunos assumem a função de pesquisadores,
programadores, editores, leitores...
A ideia é que os alunos – nativos digitais – se sintam motivados e
interessados em participar cada vez mais dos processos de aprendizagem.
Precisamos utilizar as tecnologias como uma ferramenta que veio para facilitar
a socialização de conhecimentos e valores, estimuladora do gosto pela leitura.
O material produzido pelos alunos vai parar no Facebook, Twitter e nas
páginas do Blog do projeto, o aluno torna-se produtor de conhecimento, cultura
e informação, o aluno é protagonista desta produção escrita que passa a ser
um material de leitura para a comunidade e alunos da nossa e de outras
escolas.
Desafio Literário
Todas as turmas da escola participam de um desafio interdiciplinar com
tarefas propostas mensalmente. São realizados momentos de leitura
diversificados, onde os alunos leem para os colegas, a professora lê para os
alunos, leitura e interpretação de imagens, recontar histórias, adaptação de
histórias, os alunos podem trazer seus livros de casa para falar sobre ele para
o restante da turma, tendo como proposta explorar os diferentes gêneros
textuais.
Para cada mês foi organizado uma forma de apresentar o material que
foi utilizado para leitura da turma, por exemplo: em um mês a turma leu
poemas, parlendas, crônicas, contos, cantigas de rodas, lendas, mitos, história
em quadrinho, etc e partindo do gênero literário lido vai apresentar para as
outras turmas de uma forma diferente, seja através da produções escritas,
produções de vídeos, teatros, gráficos matemáticos, entre outros.
Avaliação:
Tendo em vista a existência de diferentes saberes e a importância está na
beleza dessa diversidade, é possível avaliar o projeto de forma positiva, pois o
mesmo atendeu os objetivos como instigar o gosto pela leitura utilizando
diferentes ferramentas tais como livros, jornais, TIC, etc . Podemos escolher
avaliar as deficiências do aluno e o que já foi aprendido por ele, ou procurar
estimular seu potencial propondo diferentes estratégias para facilitar o
aprendizado.
Ler não é luxo. É a base para desenvolver diferentes habilidades para a vida.
Analisando o bloquinho com os comentários deixados pelas famílias dos alunos
que levaram a Ecossacola Cultural para casa observou-se uma boa aceitação,
pois 90% das famílias deixaram sua avaliação sobre a atividade, como por
exemplo, "Achamos muito importante, pois além de incentivar os alunos à
leitura acaba incentivando os pais também". Esta outra família fala ainda dos
conteúdos trabalhados nos livro de literatura, "Excelente iniciativa do Projeto
ecossacola Cultural, desenvolver essa consciência ecológica nas crianças é
um grande passo para a sustentabilidade do Planeta, eles aprenderão que
todos fazem parte do mesmo ecossistema dependendo uns dos outros, seres
humanos, fauna e flora. Parabéns por estarem desenvolvendo adultos mais
sustentáveis".
"Não nascemos leitores, nos tornamos leitores". Analisando um gráfico
construído por uma turma de 1º ano sobre as atividades realizadas dentro da
proposta do desfio literário uma das perguntas era se gostava de ler e 72 % da
turma responderam que gosta de ler e 28 % que não gostava, mas os que
responderam que não gostavam eram os alunos que ainda não estão
alfabetizados. Ler e escrever são as primeiras tarefas que uma criança pode
encontrar dificuldades e não atingir os objetivos dentro de um "padrão"
esperado. Então, passam a dizer "eu não gosto de ler", na tentativa de se
preservar. Porém, no momento que são desafiados a lerem imagens, contar a
história a partir de gravuras e fazer atividades em grupos percebe que o mundo
do letramento perpassa os cadernos e as letras.
Esta é a educação que vai além dos muros da escola e está servindo para
ampliar pensamentos, formar conexões entre a natureza e o homem, o uso
das tecnologias associado a pedagogia é uma ferramenta poderosa, os alunos
estão sempre motivados, o trabalho ocorre de forma colaborativa e a leitura
construção do conhecimento ocorre de forma divertida e inovadora, pois
Segundo Milton Burgese “Nós não podemos educar os líderes de amanhã com
as ferramentas e práticas do passado. Temos de continuar a investir no
desenvolvimento de avançados ambientes de aprendizagem que levam a
melhores resultados”. O uso das redes sociais para divulgar as produções dos
alunos tem sido bastante positivo os alunos criam conteúdos com maior
entusiasmo, pois sabem que alguém vai ler a sua produção e eles ficam
bastante curiosos para ler o que as outras pessoas estão comentando sobre o
seu post. Observamos que os pais, amigos e professores deixam seus recados
para estes alunos e isso incentiva a ler mais, a produzir textos mais complexos
e melhora a comunicação entre a escola e a família. Observamos este
progresso do alunos de 2º ano na prática em nossa escola no inicio do ano
tínhamos uma turma de alunos onde apenas 12% da turma estavam lendo,
hoje o processo é bem diferente 94 % da turma
já está lendo, ou seja uma
boa pedagogia associada ao uso de tecnologias de forma colaborativa podem
fazer mágica.
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