FLORA RIPÍCOLA Estrato arbóreo Amieiro (Alnus sp.) O amieiro é uma árvore ripícola mediterrânica e a espécie mais vulgar em Portugal é a Alnus glutinosa. Atinge uma altura máxima de 35 m e raramente ultrapassa os 120 anos de idade. Os seus frutos são uma espécie de pinha, com 1 a 2 cm de comprimento. As suas raízes associam-se com fungos (actinomicetos) e enriquecem o solo em azoto. A sua madeira é de baixa densidade e resistente à água sendo muito utilizada na construção de guitarras. Bétula (Betula alba) É característica de climas temperados do hemisfério norte e tem tamanho máximo de 30 m. Os amentilhos masculinos (AbrilMaio), são amarelo-alaranjados, compridos e os femininos, são curtos e com estigmas vermelhos. O seu fruto é uma pequena sâmara (fruto com asas). No passado, o "bálsamo" era extraído da Betula lenta. A casca mascada era muito utilizada por povos antigos da Eurásia, como paliativo contra o mau-hálito. Tem muitas propriedades medicinais. Choupo branco (Populus alba) É característico das florestas boreais, mas abundante em regiões temperadas. Pode atingir os 30 m de altura. O choupo é dióico: as flores masculinas e femininas nascem em indivíduos separados (sexos separados). As suas raízes crescem muito, originando novos indivíduos, podendo assim, sobreviver a fogos intensos. Choupo-negro (Populus nigra) Cresce muito rapidamente nas margens dos rios e ribeiros e raramente ocorre no interior das florestas. Exige muita luz e pode atingir 30 metros de altura. A sua madeira é leve, moderadamente flexível, elástica, relativamente forte e resistente. É apreciada no fabrico de mobiliário e nas indústrias de pasta de papel. Freixo comum (Fraxinus augustifolis) É uma oleácea, com extensas e fortes raízes, de folha caduca e pode atingir os 25 m de altura. É uma árvore de solos frescos e profundos, que proporciona excelente madeira, boa comida para o gado e cuja casca e folhas são usadas na medicina popular na cura da gota e reumatismo, na redução da febre e cicatrização de feridas. Loureiro (Laurus nobilis) É uma espécie originária do Mediterrâneo. Pode atingir 20 m de altura. As folhas têm um odor muito característico, por isso são muito usadas na culinária. O seu fruto é do tipo baga e quando maduro tem cor negra. A madeira é de excelente qualidade. Salgueiro (Salix alba) O salgueiro-branco é comum nas margens dos rios e terrenos húmidos, podendo atingir os 30 m de altura. Os seus compridos ramos são também usados na confecção de cestos e a sua madeira é clara e não se esfarela. As suas folhas contêm grandes quantidades de ácido acetilsalicílico, de que se produz a Aspirina. (O salgueiro-chorão (Salix babylonica) encontrase sobretudo em jardins, podendo atingir 10 m de altura). Estrato arbustivo e herbáceo Cana (Arundo domax) Muito comum nas proximidades de linhas de água. Invade zonas ripícolas, zonas húmidas e pantanosas, estradas e áreas agrícolas. O seu rizoma reproduz-se rapidamente (infestante). Cavalinha (Equisetum sp.) É uma planta perene. Não possui flores e, consequentemente, nem sementes. É adaptada a solos húmidos e é persistente, podendo tornar-se uma erva daninha infestante. Planta medicinal para rins e bexiga, muito procurada para a medicina popular. (fóssil vivo). Pilriteiro (Crataegus monogyna) ou Espinheiro É um arbusto ou pequena árvore que pode alcançar os 10 m de altura. As flores são brancas róseas reunidas em corimbos e os frutos são de cor vermelha. Floresce de abril a maio. A madeira é muito dura. A flor é utilizada para chás como regulador do ritmo cardíaco, tendo também propriedades sedativas. Eufórbia (Euphorbia caracias) Este género caracteriza-se pela produção de um suco leitoso de propriedades tóxicas (látex). Sanguinho (Rhamnus alaternus) É um arbusto de folha persistente que pode atingir os 2 metros de altura. É característico de regiões mediterrânicas (espécie endémica da ilha da Madeira e Canárias-floresta de Laurissilva). Tem flores amarelo-esverdeadas, dispostas em cachos, e os frutos (drupas) são globosos e negros quando maduros. Floresce entre março e julho.