Saulo Gregory Carneiro Fonseca

Propaganda
UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE
CENTRO DE CIÊNCIAS EXATAS E DA TERRA
INSTITUTO DE QUÍMICA
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM QUÍMICA
Síntese e Caracterização de Titanatos de Cobalto e Níquel, dopados
com Praseodímio, obtidos a partir de Nitrilotriacetatos
Saulo Gregory Carneiro Fonseca
_______________________________________
Dissertação de Mestrado
Natal/RN, Fevereiro de 2013
Saulo Gregory Carneiro Fonseca
Síntese e Caracterização de Titanatos de Cobalto e Níquel, dopados com Praseodímio, obtidos
a partir da decomposição de Nitrilotriacetatos
Dissertação apresentada ao programa de PósGraduação em Química da Universidade Federal do
Rio Grande do Norte, em cumprimento às exigências
para a obtenção do título de mestre em Química.
Orientador: Dr. Ademir Oliveira da Silva
Co-orientador: Dr. João B. L. de Oliveira
NATAL/RN
2013
Divisão de Serviços Técnicos
Catalogação da Publicação na Fonte. UFRN
Biblioteca Setorial do Instituto de Química
Fonseca, Saulo Gregory Carneiro.
Síntese e Caracterização de Titanatos de Cobalto e Níquel, dopados com
Praseodímio, obtidos a partir da decomposição de Nitrilotriacetatos/ Saulo Gregory
Carneiro Fonseca. Natal, 2013.
90 f.
Orientador: Ademir Oliveira da Silva.
Co-orientador: João B. L. de Oliveira
Dissertação (Mestrado em Química) - Universidade Federal do Rio Grande do
Norte. Centro de Ciências Exatas e da Terra. Programa de Pós-Graduação em
Química.
1. Metais em geral - Dissertação. 2 Química Inorgânica - Dissertação. 3. Óxidos
mistos – Dissertação. 4. Nitrilotriacetatos - Dissertação. 5. Decomposição térmica –
Dissertação. 6. Titanatos - Dissertação. I. Silva, Ademir Oliveira da. II. Oliveira, João
B. L. de. III. Universidade Federal do Rio Grande do Norte. IV. Título.
RN/UFRN/BSE- Instituto de Química
CDU 546.3(043)
Aos meus pais que tanto amo e me apoiaram incondicionalmente durante todos esses anos
Bento Ferreira da Fonseca e Sônia Maria Carneiro Fonseca.
AGRADECIMENTOS
A Deus em primeiro lugar o senhor de todas as coisas, ao inestimável professor Dr.
Ademir, por todas as orientações e ensinamentos nesses últimos anos, além é claro de sua
imensa paciência, ao sempre bem-humorado professor Dr. Bosco, pelas inúmeras dicas no
presente trabalho.
A todo o pessoal do PET (Programa de Educação Tutorial) Rogério, Marcos
Paulo, Geraldo, Lívia, Emanuel, Joari, Jarley, e todos os grandes amigos deste importante
grupo do qual fiz parte e que contribuiu imensamente na minha vida profissional, a professora
Dra. Fabiana Hussein ex-tutora do PET pela imensa paciência com os petianos.
Ao grande Miranda meu amigo lá de Crateús, pelas muitas discussões sobre este
trabalho, aos grandes João Edson e Genickson e ao irmão José Eves pela imensa ajuda com o
“empréstimo” do laboratório,
Meus sinceros agradecimentos a Rodrigo Melo (NUPPRAR), pelas análises de DRX,
ao Professor. Dr. Ércules Epaminondas (DQF-UFPB) e ao Paulo Roberto Silva dos Santos
(DQF-UFPB) pelas análises de Espectrofluorescência.
Aos meus amigos de IFRN câmpus Macau Paulo, Gustavo, Kléber, James,
Maurisete, Harley, Roberto Mineiro, Roberto Aurélio.
Ao Programa de Pós Graduação em Química da UFRN, pela oportunidade de
desenvolver o presente trabalho.
A CAPES pelo suporte financeiro, meu muito obrigado.
E ainda que
tivesse o dom da profecia, e conhecesse o todos os mistérios da ciência, e ainda que
tivesse toda a fé, a ponto de transportar montanhas, e não tivesse amor, nada
seria.
1 Coríntios Cap. 13, Vers. 2
RESUMO
Nos últimos anos, os estudos das propriedades físico-químicas de óxidos mistos, tem
despertado o interesse da comunidade científica, propriedades como: piezoeletricidade,
fotoluminescência, ou aplicações em catálise, surgem destes compostos quando se modifica as
composições químicas destes materiais, neste contexto algumas rotas são empregadas na
síntese destes materiais, dentre elas pode-se citar os métodos: cerâmico, combustão coprecipitação, Pechini ou dos precursores poliméricos, hidrotérmico, sol-gel; tais rotas
dividem-se em rotas tradicionais ou em rotas químicas. No presente trabalho foram
sintetizados óxidos com composição variável, a partir das decomposições térmicas dos
nitrilotriacetatos de titânio, cobalto, níquel e praseodímio. Os nitrilotriacetatos obtidos foram
caracterizados por Espectroscopia de Absorção na Região do Infravermelho (FTIR),
Termogravimetria (TG/DTG) e Calorimetria Exploratória Diferencial (DSC), enquanto que os
óxidos
sintetizados
foram
caracterizados
por
Difração
de
Raios-X
(DRX),
Espectrofluorimetria e Espectroscopia de Absorção na Região do Infravermelho (FTIR). A
partir dos dados de Espectroscopia de Absorção na Região de Infravermelho (FTIR),
determinou-se o deslocamento da banda correspondente ao grupo carboxilato (νCOOH) de 1712
cm-1, presente no ácido nitrilotriacético (H3NTA), para a faixa de 1680-1545cm-1, em que
ocorre nos nitrilotriacetatos coordenados. Pelos dados de análise térmica (TG/DTG/DSC)
indicou-se que em atmosfera oxidante (ar) os óxidos são obtidos a menores temperaturas do
que em atmosfera inerte N2(g). Por Difração de Raios-X (DRX), determinou-se que os óxidos
obtidos são cristalinos, e que as fases predominantes obtidas nos titanatos sintetizados, são as
fases rutilo e ilmenita. Por Espectrofluorimetria observou-se que a intensidade das bandas de
emissão são diretamente proporcionais à concentração dos íons Ni2+, Co2+ e Pr3+. A partir dos
dados fornecidos pela Espectroscopia de Absorção na Região do Infravermelho (FTIR) dos
óxidos, demonstrou-se a remoção das bandas características dos estiramentos dos
nitrilotriacetatos, após tratamento térmico, indicando a completa decomposição dos
nitrilotriacetatos em óxidos.
Palavras chaves: Óxidos mistos. Nitrilotriacetatos. Decomposição térmica. Titanatos.
ABSTRACT
In recent years, studies about the physicochemical properties of mixed oxides, call
attention of the scientific community, properties like as piezoelectricity, photoluminescence,
or applications as catalysts, arise in these compounds, when their chemical compositions are
modified, in this context some routes are employed in the synthesis of these materials, among
which can be cited these methods: ceramic, combustion, co-precipitation, Pechini or
polymeric precursor method, hydrothermal, sol-gel; these routes are divided into traditional
routes or chemical routes. In this work were synthesized oxides with variable composition,
from the thermal decomposition of titanium, cobalt, nickel and praseodymium
nitrilotriacetates. The nitrilotriacetates were characterized by IR Spectroscopy (FTIR),
Thermogravimetric (TG/ DTG) and Differential Scanning Calorimetry (DSC), while oxides
have been characterized by X-ray diffraction (XRD), Spectrofluorimetry and IR Spectroscopy
(FTIR). From FTIR data, it was demonstrated that the displacement of the band
corresponding to the carboxylate group (νCOOH) at 1712 cm-1, present in nitrilotriacetic acid
(H3NTA), for 1680-1545 cm-1, these stretches are characteristics of coordinated
nitrilotriacetates, By thermal analysis (TG/DTG /DSC), it was suggested, that in an oxidizing
atmosphere (air) oxides are obtained at lower temperatures than in an inert atmosphere N2(g).
By results from X-ray Diffraction (XRD), it was determinated that the oxides are crystalline
and the predominant phases obtained are summarized titanate phases rutile and ilmenite. By
fluorimetry was observed that the intensity of emission bands are directly proportional to the
concentration of ions Ni2+, Co2+ and Pr3+, and
IR spectroscopy (FTIR) from oxides,
demonstrated the disappearance of characteristic bands by nitrilotriacetates, determining the
complete decomposition of the nitrilotriacetates in oxides.
Keywords: Mixed oxides. Nitrilotriacetates. Thermal decomposition. Titanates.
LISTA DE FIGURAS
Figura 3.1-
Formação do citrato metálico.................................................................
22
Figura 3.2-
Formação do éster polimérico.................................................................
23
Figura 3.3-
Preparação do nitrilotriacetato de sódio via neutralização do ácido
nitrilotriacético (H3NTA) com NaOH..................................................... 27
Figura 3.4Figura 3.5-
Equilíbrio em solução do HNTA2- com metais divalentes...................... 29
.
Típica estrutura peroviskita (ABO3)........................................................ 31
Figura 3.6-
Esquema geral de um sistema térmico diferencial..................................
Figura 3.7-
Esquema geral de um espectrômetro com transformada de Fourier
(FTIR)...................................................................................................... 39
Figura 3.8-
Diagrama esquemático de um difratômetro de raios-X........................... 43
Figura 3.9-
Esquema de um espectrofluorímetro que utiliza lâmpadas de xenônio..
Figura 4.1-
Diagrama da síntese do sal nitrilotriacetato de sódio
(Na2HNTA)............................................................................................. 48
Figura 4.2-
Síntese do PrCl3.xH2O.............................................................................
Figura 4.3-
Síntese dos nitrilotriacetatos (Ti,Co,Ni e Pr)........................................... 51
Figura 5.1-
Espectro FTIR do H3NTA.......................................................................
55
Figura 5.2-
Espectro FTIR do Na2HNTA..................................................................
56
Figura 5.3-
Espectro FTIR do TiHNTA..................................................................... 57
Figura 5.4-
Espectro FTIR do CoHNTA.................................................................... 57
Figura 5.5-
Espectro FTIR do NiHNTA....................................................................
Figura 5.6-
Espectro FTIR do PrHNTA..................................................................... 58
Figura 5.7-
Curvas TG do H3NTA e do Na2HNTA...................................................
59
Figura 5.8-
Curva TG/DTG do TiHNTA em ar.........................................................
60
Figura 5.9-
Curva TG/DTG do TiHNTA em N2(g)..................................................... 60
Figura 5.10-
Curva TG/DTG do CoHNTA em ar........................................................ 61
Figura 5.11-
Curva TG/DTG do CoHNTA em N2(g).................................................... 62
37
44
50
58
Figura 5.12-
Curva TG/DTG do NiHNTA em ar......................................................... 62
Figura 5.13-
Curva TG/DTG do NiHNTA em N2(g)....................................................
63
Figura 5.14-
Curva TG/DTG do PrHNTA em ar.........................................................
64
Figura 5.15-
Curva TG/DTG do PrHNTA em N2(g)..................................................... 64
Figura 5.16-
Sobreposição das curvas DSC dos nitrilotriacetatos de Ti, Co, Ni e Pr.. 68
Figura 5.17-
Curva TG/DSC do TiHNTA em N2(g).....................................................
69
Figura 5.18-
Curva TG/DSC do CoHNTA em N2(g)....................................................
69
Figura 5.19-
Curva TG/DSC do NiHNTA em N2(g)..................................................... 70
Figura 5.20-
Curva TG/DSC do PrHNTA em N2(g)....................................................
Figura 5.21-
Difratograma dos óxidos mistos calcinados a 900 ºC, TC1, TC2 e
TCP.......................................................................................................... 72
Figura 5.22-
Difratograma dos óxidos mistos calcinados a 900 ºC, TN1, TN2 e
TNP.......................................................................................................... 73
Figura 5.23-
Espectro de emissão com excitação em 330 nm do TC1 calcinado a
900
74
ºC.............................................................................................................
Figura 5.24-
Espectro de emissão com excitação em 330 nm do TC2 calcinado a
900 ºC...................................................................................................... 75
Figura 5.25-
Espectro de emissão com excitação em 330 nm do TCP calcinado a
900º C...................................................................................................... 75
Figura 5.26-
Espectro de emissão com excitação em 330 nm do TN1 calcinado a
900 ºC...................................................................................................... 76
Figura 5.27-
Espectro de emissão com excitação em 330 nm do TN2 calcinado a
900 ºC...................................................................................................... 76
Figura 5.28-
Espectro de emissão com excitação em 330 nm do TNP calcinado a
900 ºC...................................................................................................... 77
Figura 5.29-
Sobreposição dos espectros FTIR dos óxidos obtidos a 900 ºC TC1,
TC2 e TCP............................................................................................... 78
Figura 5.30-
Sobreposição dos espectros FTIR dos óxidos obtidos a 900 ºC TN1,
TN2 e TNP.............................................................................................. 79
71
LISTA DE TABELAS
Tabela 3.1-
Estiramentos assimétricos do grupo carboxila em cm-1...........................
Tabela 3.2-
Fatores
que
interferem
na
realização
da
Análise
Termogravimétrica................................................................................... 34
Tabela 3.3-
Fatores que interferem na realização da Calorimetria Exploratória
Diferencial (DSC)..................................................................................... 38
Tabela 3.4-
Posições das principais bandas de absorção............................................. 41
Tabela 4.1-
Reagentes utilizados nas sínteses.............................................................
Tabela 4.2-
Proporção dos óxidos obtidos e a denominação das amostras utilizadas
nas análises............................................................................................... 50
Tabela 5.1-
Estequiometria teórica e experimental dos nitrilotriacetatos
determinadas por TG................................................................................ 65
Tabela 5.2-
Perdas de massa dos nitrilotriacetatos sob atmosfera de ar...................... 66
Tabela 5.3-
Perdas de massa dos nitrilotriacetatos sob atmosfera de N2(g).................. 66
Tabela 5.4-
Temperaturas de obtenção dos óxidos via TG.........................................
67
Tabela 5.5-
Proporção das fases obtidas a partir do software Match..........................
73
28
45
LISTA DE EQUAÇÕES
Equação 3.1
Massa em função do tempo (t) ou Temperatura (T)................................. 35
Equação 3.2
Variação da massa em função do tempo..................................................
Equação 3.3
Equação de Bragg..................................................................................... 42
35
LISTA DE SÍMBOLOS E ABREVIAÇÕES
∆m
Variação de massa
∆T
Variação de Temperatura
ATR
Refletância Total Atenuada
CoHNTA
Nitrilotriacetato de Cobalto
DRX
Difração de Raios-X
DSC
Calorimetria Exploratória Diferencial
DTG
Termogravimetria Derivada
FTIR
Espectroscopia de Absorção na Região do Infravermelho
H3NTA
Ácido Nitrilotriacético
KBr
Brometo de Potássio
Na2HNTA
Nitrilotriacetato Dissódico ou Nitrilotriacetato de Sódio
NiHNTA
Nitrilotriacetato de Níquel
PrHNTA
Nitrilotriacetato de Praseodimio
TG
Termogravimetria
TiHNTA
Nitrilotriacetato de Titânio
TiO2
Dióxido de Titânio
λ
Comprimento de Onda
CH4N2O
Uréia
CH6N4O
Carbohidrazida
C2H5NO2
Glicina
Ti
Titânio
Co
Cobalto
Ni
Niquel
Pr
Praseodímio
TN1
Titanato dopado com 10% de níquel
TN2
Titanato dopado com 5 % de níquel
TNP
Titanato dopado com 9 % de níquel e 1% de praseodímio
TC1
Titanato dopado com 10 % de cobalto
TC2
Titanato dopado com 5 % de cobalto
TCP
Titanato dopado com 9 % de cobalto e 1% de praseodímio
SUMÁRIO
1
INTRODUÇÃO....................................................................................................
16
2
OBJETIVOS.........................................................................................................
18
2.1
OBJETIVOS ESPECIFICOS................................................................................. 18
3
REVISÃO BIBLIOGRÁFICA............................................................................ 19
3.1
ÓXIDOS MISTOS.................................................................................................
19
3.2
PRINCIPAIS MÉTODOS DE SÍNTESE DE ÓXIDOS MISTOS........................
20
3.2.1 Mistura de óxidos.................................................................................................
20
3.2.2 Método de combustão..........................................................................................
21
3.2.3 Método pechini ou dos precursores poliméricos...............................................
22
3.2.4 Método de co-precipitação................................................................................... 23
3.2.5 Método sol-gel....................................................................................................... 24
3.2.6 Método hidrotérmico...........................................................................................
3.3
26
ÁCIDO NITRILOTRIACÉTICO (H3NTA) E O NITRILOTRIACETATO DE
SÓDIO (Na2HNTA)............................................................................................... 27
3.3.1 Rotas de síntese de óxidos mistos empregando nitrilotriacetatos....................
30
3.4
PRINCIPAIS APLICAÇÕES DOS ÓXIDOS MISTOS DE TITÂNIO
DOPADOS COM COBALTO, NÍQUEL E PRASEODÍMIO.............................. 31
3.4.1 Óxidos de titânio................................................................................................... 31
3.5
TÉCNICAS DE CARACTERIZAÇÃO................................................................. 33
3.5.1 Termogravimetria (TG)....................................................................................... 33
3.5.2 Calorimetria Exploratória Diferencial (DSC)...................................................
35
3.5.3 Espectroscopia
de
absorção
na
região
de
infravermelho
(FTIR).................................................................................................................... 38
3.5.4 Difração de Raios-X (DRX)................................................................................. 41
3.5.5 Espectrofluorimetria............................................................................................ 43
4
MATERIAIS E MÉTODOS................................................................................ 45
4.1
INTRODUÇÃO.....................................................................................................
45
4.2
SOLUÇÕES PREPARADAS................................................................................
46
4.2.1 Solução de hidróxido de sódio 2,0 Mol.L-1.........................................................
46
4.2.2 Solução de nitrato de prata 0,1 Mol.L-1.............................................................. 46
4.2.3 Solução de biftalato de potássio 0,3 Mol.L-1....................................................... 46
4.2.4 Solução de fenolftaleína 0,5%.............................................................................
46
4.3
47
Sínteses realizadas................................................................................................
4.3.1 Síntese do Na2HNTA............................................................................................ 47
4.3.2 Síntese do nitrilotriacetato de titânio.................................................................
48
4.3.3 Síntese do nitrilotriacetato de praseodímio.......................................................
49
4.3.4 Sínteses dos nitrilotriacetatos de cobalto e níquel.............................................
49
4.3.5 Síntese dos óxidos mistos.....................................................................................
49
4.4
MÉTODOS DE ANÁLISE EMPREGADOS NA CARACTERIZAÇÃO DOS
NITRILOTRIACETATOS E DOS ÓXIDOS OBTIDOS...................................... 52
4.4.1 Termogravimetria (TG)....................................................................................... 52
4.4.2 Calorimetria Exploratória Diferencial (DSC)...................................................
52
4.4.3 Espectroscopia
de
Absorção
na
Região
do
Infravermelho
(FTIR).................................................................................................................... 52
4.4.4 Difração de raios-X (DRX)..................................................................................
52
4.4.5 Espectrofluorimetria............................................................................................ 53
5
RESULTADOS E DISCUSSÃO.........................................................................
54
5.1
CARACTERIZAÇÃO DOS NITRILOTRIACETATOS......................................
54
5.1.1 Espectroscopia
de
Absorção
na
Região
do
Infravermelho 54
(FTIR)....................................................................................................................
5.1.2 Termogravimetria (TG/DTG)............................................................................. 59
5.1.3 Calorimetria Exploratória Diferencial (DSC)...................................................
68
5.2
71
Caracterização dos óxidos...................................................................................
5.2.1 Difração de Raios-X (DRX)................................................................................. 71
5.2.2 Espectrofluorimetria............................................................................................ 74
5.2.3 Espectroscopia de Absorção na Região do Infravermelho (FTIR) dos
óxidos..................................................................................................................... 78
6
CONCLUSÕES....................................................................................................
7
TRABALHOS FUTUROS................................................................................... 81
REFERÊNCIAS……………...…………………………………………………
80
82
ANEXOS A: PADRÕES DE DIFRAÇÃO UTILIZADOS PELO
SOFTWARE MATCH......................................................................................... 88
16
1 INTRODUÇÃO
O desenvolvimento social e tecnológico, presenciado em nosso cotidiano, demanda
uma busca constante por novos materiais e tecnologias, atualmente há um grande incentivo
financeiro e científico na pesquisa de novos materiais, e em melhorias das propriedades dos
compostos existentes.
No decorrer dos anos houve um aumento no interesse da comunidade cientifica em
materiais cerâmicos, o interesse ocorre devido a propriedades que os materiais cerâmicos
apresentam, como: resistência a decomposições térmicas (SEGAL, 1997), utilização como
catalizadores na remoção de compostos poluentes (TANABE, 2006) entre outras
propriedades.
O sentimento da comunidade científica desloca-se na busca pela otimização das
características físico-químicas destes materiais. Sabe-se que a composição destes materiais é
diretamente responsável pelas suas propriedades, porém não somente a composição química
destes materiais é a responsável pelas muitas qualidades destes compostos; hoje possuímos o
conhecimento que a forma de obtenção destes materiais, influencia diretamente as
propriedades que tais compostos apresentam, logo há a constante necessidade do
desenvolvimento de novos caminhos, rotas que propiciem a optimização das características
destes materiais.
Olhando por esta perspectiva buscou-se no presente trabalho desenvolver uma rota
alternativa de síntese de óxidos mistos, empregando o ácido nitrilotriacético (H3NTA) como
precursor, até o momento atual poucos trabalhos (TANG; DENG; ZHAN, 2011; TANGSALI
et.al., 2004; TANGSALI et al., 2007) foram desenvolvidos no sentido de utilizar a capacidade
quelante do Ácido Nitrilotriacético (H3NTA) para formar compostos estáveis.
O H3NTA, utilizado como precursor neste trabalho, apresenta a propriedade de autocombustão (SILVA, 2000; TANGSALI et al., 2004; TANGSALI et al., 2007) quando o
mesmo se decompõe, o que possibilita a obtenção de óxidos a baixas temperaturas.
A formação do quelato permite a determinação estequiométrica do precursor,
possibilitando o controle estequiométrico na obtenção dos óxidos mistos, e em consequência
excelentes reprodutibilidades das propriedades fisíco-químicas dos óxidos sintetizados a partir
da decomposição térmica do H3NTA.
Neste sentido doparam-se matrizes de titânio com os metais níquel, cobalto e
praseodímio, que juntos podem formar óxidos com aplicações nas áreas de fotônica
17
(INAGUMA et al., 2012), materiais dielétricos (ANJANA; SEBASTIAN, 2006), dentre
outras aplicações que cada vez mais apresentam importância no nosso estilo de vida.
18
2 OBJETIVOS

Sintetizar e caracterizar óxidos mistos obtidos a partir da decomposição térmica dos
nitrilotriacetatos de Ti, Co, Ni e Pr.
2.1 OBJETIVOS ESPECIFICOS

Observar o comportamento térmico dos complexos precursores a serem utilizados,
quanto a seus comportamentos em atmosfera oxidante (ar) e inerte (N2(g)), por
termogravimetria (TG/DTG) e calorimetria exploratória diferencial (DSC);

Avaliar as temperaturas de formação dos óxidos de Ti, Co, Ni e Pr a partir das curvas
(TG/DTG);

Acompanhar a transformação dos precursores em óxidos, por FTIR;

Observar a cristalinidade dos óxidos mistos obtidos via DRX;

Analisar a influência dos íons Ni2+, Co2+ e Pr3+, nas matrizes de titânio, por
Espectrofluorimetria;

Avaliar se os óxidos mistos de titânio foram sintetizados com a estequiometria
desejada, por DRX.
19
3 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
3.1 ÓXIDOS MISTOS
Nas últimas décadas compostos envolvendo óxidos-mistos têm atraído a atenção da
comunidade científica, os principais estudos envolvendo tais óxidos tratam de modificar as
composições químicas destes óxidos.
Ao se variar a estequiometria destes óxidos, propriedades interessantes da matéria
surgem, pode-se citar como exemplos: piezoeletricidade (FU; COHEN, 2000), magnetorresistência gigante (BISNASCH et al., 1989), fotoluminescência (LI et al., 2006), além de
possibilidades de aplicações em catálise (YANG; DENG; DU, 2009).
Um problema que se apresenta ao se trabalhar na obtenção de óxidos mistos, diz
respeito à utilização de altas temperaturas, problema este que dificulta o controle
estequiométrico do produto final, ou seja, é difícil se estabelecer um controle estequiométrico
do produto final sob estas condições, dificultando a obtenção de produtos de mesma
estequiometria quando se reproduz o experimento.
A não reprodutibilidade dos produtos obtidos nestas sínteses complica o
estabelecimento de outras propriedades que caracterizam estes produtos, as quais são
alteradas de acordo com a estequiometria do produto final.
Como exemplo de tais propriedades podem ser citadas morfologias, áreas
superficiais e tamanhos dos grãos obtidos, que determinam as funcionalidades dos óxidos
sintetizados, dessa forma a utilização de precursores que possibilitam seguir rotas de síntese
adequadas e reprodutíveis para a obtenção desses óxidos são estudadas.
Dentre as principais rotas podemos citar a mistura de óxidos (JUNG et al., 2011),
método de combustão (SEGAL, 1997), Pechini ou dos precursores poliméricos (PECHINI,
1967), co-precipitação (LU et al, 2007), sol-gel (HENCH; WEST, 1990) e hidrotérmico
(CHANDLER; ROGER; HAMPDEN-SMITH, 1993). Dentre os métodos citados a mistura de
óxidos é classificada como uma rota cerâmica tradicional.
A importância tecnológica dos óxidos mistos requer que o estudo e o
desenvolvimento de novas rotas de síntese nunca cessem, sempre na busca de alternativas que
melhorem as propriedades físico-químicas dos óxidos mistos.
20
3.2 PRINCIPAIS MÉTODOS DE SÍNTESE DE ÓXIDOS MISTOS
Inúmeras técnicas são empregadas na síntese de óxidos mistos, tais sínteses vão
desde a mistura mecânica de óxidos até a utilização de precursores químicos, objetivando
óxidos com alto grau de pureza e controle estequiométrico.
3.2.1 Mistura de óxidos
A mistura de óxidos é uma das rotas mais tradicionais utilizadas na síntese de óxidos
mistos (SEGAL, 1997; JUNG et al., 2011).
Normalmente a mistura cerâmica de óxidos é classificada em “métodos
convencionais de síntese de materiais multicomponentes”, os precursores utilizados nas
sínteses, comumente são os próprios óxidos e/ou carbonatos, os pós são previamente
misturados estequiometricamente, moídos e calcinados, objetivando-se uma mistura
homogênea, a calcinação dos precursores ocorre em altas temperaturas 900-1500 °C.
(SEGAL, 1997).
A principal vantagem da mistura de óxidos é o seu baixo custo, fato este de elevada
importância para o emprego da respectiva síntese nos processos em escala industrial
(TANABE, 2006).
Na etapa de moagem o moinho de bolas é utilizado para diminuir o diâmetro médio
das partículas dos óxidos que serão sintetizados, as altas temperaturas requeridas pelo método
podem levar a decomposição do material cerâmico obtido, prejudicando o controle
estequiométrico, outras desvantagens descritas são a formação de fases indesejáveis, baixa
homogeneidade e obtenção de grãos de elevado tamanho (KODAIRA, 2003).
O tamanho das partículas pode ser diminuído ao dividir-se a calcinação em várias
etapas, adicionalmente intercalando-se a estas etapas de moagem, através do moinho de bolas
ou manualmente através de almofariz e pistilo, ambas as escolhas introduzirão contaminantes
no ambiente reacional.
A mistura de óxidos, particularmente, produz pós que não são adequados para a
fabricação de materiais, que exijam um controle estequiométrico (SEGAL, 1997), enquanto
que as rotas químicas despertaram (e despertam) o interesse dos cientistas nos últimos anos,
uma vez que através do emprego de precursores de natureza química, óxidos homogêneos são
formados em escala molecular, por exemplo, a homogeneidade em escala molecular é
21
importante para materiais cerâmicos com propriedades elétricas (ANJANA; SEBASTIAN,
2006).
O tamanho das partículas e o respectivo crescimento dos grãos particulados podem
ser inibidos e controlados através de uma rota química, onde a difusão das partículas é
facilitada permitindo-se obter óxidos a baixas temperaturas (SEGAL, 1997; HENCH; WEST,
1990).
3.2.2 Método de combustão
O método de combustão envolve reações exotérmicas entre nitratos, acetatos,
carbonatos, de um dado metal e um combustível, a síntese por combustão é usualmente
empregada para produzir aluminatos (FUMO et al., 1996), titanatos (SEGADÃES et al.,
1998), ferritas (SELVAN et al., 2003) e cromitas (MANOHARAN et al., 1990).
O processo envolve a reação fortemente exotérmica entre um oxidante como os
nitratos, e um combustível comumente de natureza orgânica como a uréia (CH4N2O),
carbohidrazida (CH6N4O) ou glicina (C2H5NO2) (KODAIRA, 2003).
A reação normalmente é realizada em uma mufla ou sobre uma placa (metálica ou
cerâmica) que atinja temperaturas superiores a 500 ºC, o produto resultante é um volumoso
pó espumante que ocupa um grande volume no meio reacional.
Na reação exotérmica entre os nitratos e o combustível, libera-se calor, ocasionando
temperaturas de 1600 ºC, sem a necessidade de uma fonte externa de calor (SEGAL, 1997).
Normalmente os pós sintetizados pela rota da combustão são mais homogêneos,
possuem menos impurezas e altas áreas superficiais do que os pós obtidos pelos métodos
convencionais de reação química no estado sólido (NAGAVENI et al., 2004).
Os principais parâmetros que influenciam a reação são o tipo de combustível
empregado, a taxa de oxidação, a utilização de excesso de oxidante, a temperatura de ignição
e o teor da água na mistura precursora.
De um modo geral um bom combustível deve reagir de forma não violenta e não
produzir gases tóxicos, a temperatura da chama pode ser aumentada com a adição de excesso
de oxidante ou através do aumento da relação molar entre combustível/oxidante, quanto mais
gases forem liberados na reação de combustão, mais aglomerados formados são
desintegrados, e mais calor é formado dentro do sistema dificultando o crescimento da
partícula.
22
3.2.3 Método Pechini ou dos precursores poliméricos
Pechini (1967) desenvolveu um método de síntese de titanatos e niobatos de chumbo
e metais alcalinos terrosos, objetivando a aplicação de tais materiais em capacitores
dielétricos. Em seu trabalho Pechini afirmou que a resina polimérica formada, foi calcinada a
baixas temperaturas, onde o material orgânico foi removido, levando a formação de óxidos
com composição variada, uniformes e finamente divididos.
Neste método o procedimento mais usual é utilizar precursores tais como, ácido
citríco e o etileno glicol (PECHINI, 1967; CHANDLER; ROGER; HAMPDENSMITH,1993; KODAIRA, 2003), utilizando ainda um ácido polihidrocarboxílico como
agente quelante, com um ou vários precursores catiônicos pela formação de um quelato.
O ácido citríco na presença de um álcool, forma éster e água como subprodutos, a
mistura é aquecida, e em sequência ocorre a poliesterificação, produzindo uma solução
homogênea em que os íons metálicos são uniformemente distribuídos através da matriz
orgânica.
Na etapa seguinte a solução é então aquecida, objetivando a remoção do solvente,
uma resina denominada “Puff” é formada, logo em seguida o ”Puff” é aquecido a
temperaturas entre 500-900 ºC, em média, para a remoção dos resíduos orgânicos e
finalmente obtêm-se os compostos na estequiometria desejada.
Tal método pode ser esquematizado em duas etapas que podem ser visualizadas nas
figuras: 3.1 e 3.2, a formação do citrato metálico e a formação do éster polimérico:
Figura 3.1 - Formação do citrato metálico.
OH
O
O
CH2
CH2
O
O
C
OH
CH2
HO
+
M
+
HO
M
C
OH
CH2
HO
OH
O
Ácido Citríco
O
Cátion Metálico
Citrato Metálico
Fonte: Adaptada de Galvão, (2010); Kodaira, (2003).
O
+
23
Figura 3.2- Formação do Éster Polimérico.
O
O
R
HO
CH2
HO
HO
O
O
HO
M
C
CH2
O
+
CH2 CH2
HO
OH
O
CH2
O
O
R
M
C
CH2
+
R
O
O
O
O
Citrato Metálico
Éster Polimérico
Etileno Glicol
Fonte: Adaptada de Galvão, (2010); Kodaira, (2003).
Dentre as principais vantagens do método Pechini pode-se citar (PECHINI, 1967;
TANABE, 2006):

Homogeneidade do material observado;

Controle estequiométrico;

Estruturas cristalinas estáveis e alta pureza dos pós obtidos.
As
principais
desvantagens
do
método
Pechini
(CHANDLER;
ROGER;
HAMPDEN-SMITH, 1993; TANABE, 2006):

A calcinação pode produzir combustões adicionais levando a formação de
aglomerados parcialmente sinterizados;

O processo de decomposição térmica exige um rigoroso controle térmico.
3.2.4 Método de co-precipitação
O objetivo da co-precipitação é preparar óxidos mistos através de uma reação usual
entre oxalatos, hidratos ou carbonatos, objetivando a formação dos óxidos (TANABE, 2006).
Uma mistura em nível molecular é formada durante a precipitação e a
homogeneidade química é mantida durante a calcinação.
24
Lu, Salabas e Schüth (2007) citaram que o método de co-precipitação é um dos
métodos mais simples e rápidos para a síntese de óxidos de ferro (Fe3O4 e γ-Fe2O3), o
tamanho das partículas a morfologia, e a composição do óxidos desejados dependem do tipo
de sal utilizado como precursor (cloretos, sulfatos ou nitratos),
Chandler, Roger e Hampden-Smith (1993) afirmaram que o método de coprecipitação é largamente utilizado na síntese de titanatos de bário (BaTiO3), a rota
demonstrada em seu trabalho envolve a formação inicial de um oxalato, através da adição do
ácido oxálico (H2C2O4), aos cloretos de titânio e bário (respectivamente TiCl3 e BaCl2),
resultando na precipitação do BaTiO(C2O4)2.4H2O, onde o titanato de bário (BaTiO3) é
formado via decomposição térmica.
100-140ºC
BaTiO(C2O4)2.4H2O → BaTiO(C2O4)2 + 4H2O
300-350ºC
BaTiO(C2O4)2 → ½ BaTi2O5 + ½ BaCO3 + 2 CO + 3/2 CO2
600-700ºC
½ BaTi2O5 + ½ BaCO3→ BaTiO3 + ½ CO2
No método descrito ocorrem a formação de fases indesejáveis, além dos problemas
introduzidos pela necessidade contínua das etapas de moagem, que introduzem impurezas,
prejudicando a performance do material sintetizado.
3.2.5 Método sol-gel
O interesse no processo sol-gel de materiais inorgânicos e materiais vítreos começa
com Ebelman e Graham (HENCH; WEST, 1990), que estudavam processos que envolviam
sílica-gel (SiO2), Ebelman e Graham observaram que a hidrólise do tetraetilsilicato, formava a
sílica-gel (SiO2), porém o processo necessitava de um tempo longo de secagem (1 ano ou
mais), para obtê-la na forma vítrea, com o objetivo de quebrá-la em um pó finíssimo.
A dificuldade imposta pelo tempo de secagem é a responsável principal pelo baixo
interesse no processo Sol-gel no século XIX e início do século XX.
Em escala industrial o processo sol-gel é empregado inicialmente pela Schott-Glass
em 1939, para Hiratsuka, Santilli e Pulcinelli (1994) Roy e Colaboradores, demonstraram o
potencial do processo sol-gel na fabricação de inúmeros materiais cerâmicos contendo Al, Ti,
25
Si, Zr e etc...Os pós obtidos apresentavam características que não eram apresentadas pelos
materiais sintetizados pelas rotas tradicionais de síntese (HENCH; WEST, 1990).
O termo sol usualmente define uma dispersão de partículas coloidais (dimensão entre
1 e 10 nm), enquanto que o gel pode ser visto como um sistema formando uma rígida
estrutura de partículas (gel coloidal) ou de cadeias poliméricas (gel polimérico) que imobiliza
a fase líquida em seus interstícios (HIRATSUKA; SANTILLI; PULCINELLI, 1994).
Em um típico processo sol-gel a suspenção coloidal é formada através da hidrólise e
polimerização dos precursores, usualmente sais inorgânicos ou compostos organometálicos
que possuam grupos alcóxidos (RO-), a polimerização e a perda do solvente levam a transição
do liquido sol (colóide) para a fase sólida gel.
Chen e Mao (2007) citaram que nanomateriais a base de TiO2 têm sido sintetizados
pelo método sol-gel, o esquema de síntese segue o procedimento padrão do método em que o
primeiro passo é a hidrólise do precursor de titânio, tal processo ocorre via catálise ácido-base
do alcóxido de Ti (IV) seguida pela etapa de condensação, o desenvolvimento da cadeia de
Ti-O-Ti é favorecida por uma baixa concentração de água, e um excesso do alcóxido de
titânio no ambiente da reação, quando a cadeia de Ti-O-Ti se desenvolve, uma estrutura
tridimensional polimérica é formada, resultando em um forte empacotamento do polímero
resultante.
Partículas de TiO2 altamente cristalinas (com diferentes tamanhos e formas) podem
ser formadas através da policondensação do alcóxido de titânio na presença de
Tetrametilamôniohidróxido, observa-se também que um aquecimento prolongado acima de
100 ºC na etapa de preparação do gel evita a aglomeração de partículas de TiO2 durante o
processo de cristalização.
Benvenutti et al. (2009) citaram algumas vantagens e desvantagens do método solgel.
Principais Vantagens:

As reações de formação do gel ocorrem a baixas temperaturas, o que permite
inserir na matriz sólida biomoléculas como enzimas, proteínas e anticorpos,
de difícil incorporação por outros métodos que utilizem temperaturas mais
elevadas;

Possibilidade de obter materiais com diferentes configurações: como fibras,
corpos cerâmicos, monolitos, filmes, membranas e pós.
26
Desvantagens encontradas:

O alto custo de alguns precursores;

O número limitado de precursores disponíveis comercialmente;

Longos períodos de processamento;

A reprodutibilidade nas propriedades finais dos materiais só é alcançada com
controle minucioso das condições experimentais de síntese.
3.2.6 Método hidrotérmico
As sínteses pelo método hidrotérmico, usualmente são empregadas em processos
industriais que envolvem a dissolução da bauxita e precipitação da gipsita no processo Bayer,
empregado principalmente na preparação de aluminossilicatos (SEGAL, 1997).
Quando aplicados a pós-cerâmicos, as técnicas hidrotérmicas envolvem o
aquecimento de sais, óxidos ou hidróxidos; a utilização de óxidos e/ou hidróxidos permitem
que o método hidrotérmico seja classificado como um processo de baixo custo (CHANDLER;
ROGER; HAMPDEN-SMITH, 1993).
Tanto em solução, como em suspensão, a amostra é submetida a temperaturas da
ordem ~ 300 ºC, e elevadas pressões ~ 15 Mpa, usualmente um subsequente tratamento
térmico, é requerido para a cristalização final dos materiais.
Uma ferrita de bário foi sintetizada pelo método hidrotérmico (CHANDLER;
ROGER; HAMPDEN-SMITH, 1993), a preparação deu-se através da suspenção do Ba(OH)2
e do α-FeOOH (goethita), a ferrita de fase micrométrica foi obtida a 325 ºC. Quando a
temperatura de obtenção dos óxidos, descrita pelo presente método, é comparada, com as
temperaturas normalmente atingidas, pelos métodos tradicionais de síntese, onde trabalha-se
com temperaturas entre 1150-1250ºC, observa-se que as temperaturas de trabalho no método
hidrotérmico, são bem menores que as dos métodos tradicionais de síntese (SEGAL, 1997).
O BaTiO3 foi sintetizado pelo método hidrotérmico e o óxido obtido foi formado
entre 150 ºC e 200 ºC pela reação entre hidróxido de bário e hidróxido de titânio em meio
alcalino (pH >12) e a solução foi submetida a um aquecimento em forno autoclave com
pressões de ordem de grandeza superiores a 5 Mpa (CHANDLER; ROGER; HAMPDENSMITH, 1993).
27
Os materiais usualmente produzidos pelo método hidrotérmico, apresentam
comportamento anômalo, que pode ser atribuído a incorporação de água e a presença de
grupos hidroxilas na estrutura cristalina (CHANDLER; ROGER; HAMPDEN-SMITH, 1993).
3.3 ÁCIDO NITRILOTRIACÉTICO (H3NTA) E O NITRILOTRIACETATO DE SÓDIO
(Na2HNTA).
O H3NTA é um sólido branco cristalino que é pouco solúvel em água e na maioria
dos solventes orgânicos (SILVA, 2000), enquanto que o seu sal derivado o Na2HNTA, que
pode ser obtido como um cristal branco monohidratado é estável até temperaturas em torno de
300 ºC, o Na2HNTA é pouco higroscópico, é solúvel em água, e relativamente insolúvel em
solventes orgânicos, alguns estudos demonstram a possibilidade do sal Na2HNTA ser
utilizado como detergente (COKER, 1972).
A preparação do Na2HNTA pode ser realizada por duas rotas a comercial através da
cianometilação da amônia (NH3) ou através da neutralização do H3NTA com NaOH,
conforme a Figura 3.3.
Figura 3.3 - Preparação do nitrilotriacetato de sódio (Na2HNTA) via neutralização do ácido
nitrilotriacético (H3NTA) com NaOH.
OH
Na O
O
O
Meio Básico
N
OH
HO
O
Ácido Nitrilotriacético
O
O
Meio Ácido
N
ONa
HO
O
Nitrilotriacetato Dissódico ou Sal de Sódio
Fonte: Autor, (2012).
O H3NTA é um dos agentes quelantes mais importantes (NEWLIN; PELLACK;
NAKON, 1977), e seu comportamento quelante continua sendo estudado; o efeito quelante
pode ser definido como.
28
Em alguns complexos, um ligante ocupa mais de uma posição de coordenação,
assim mais de um átomo ligante está coordenado ao metal central. Em um dado
complexo que está sobre o efeito quelante, forma-se uma estrutura cíclica,
complexos e compostos que possuem tais estruturas cíclicas são denominadas
quelatos (Chelos é a palavra grega para caranguejo). Os quelatos são mais estáveis
que complexos com ligantes monodentados, pois a dissociação deste tipo de
complexo implica na ruptura de duas ligações em vez de uma (LEE, 2006)
O comportamento quelante do H3NTA, com metais divalentes, foi estudado
sistematicamente por Rajabalee (1974), onde o mesmo afirma que o H3NTA é um conhecido
agente quelante com quatro sítios de coordenação em potencial (ver. Figura 3.4).
Bonin et al. (2009) observaram que o H3NTA
pertence a família dos
poliaminocarboxilatos, que podem ser considerados como agentes de quelação, de íons
metálicos, tal capacidade de quelação, oferece perspectivas como agentes quelantes, para
desintoxicação de seres humanos contaminados por metais, e também como agentes seletivos
em processos de extração.
Observou-se que em solução aquosa o H3NTA coordena-se a cobre e magnésio, e os
estiramentos assimétricos do grupo carbonila (C=O) podem ser utilizados para detectar o
estado do grupo carboxila (TOMITA; ANDO; UENO, 1964). Na Tabela 3.1 podemos
observar as espécies predominantes de acordo com o pH da Solução.
Tabela 3.1- Estiramentos assimétricos do grupo carboxila em cm-1.
Mg-NTA
pH
COOH
NH+CH2COO-
3.2
4.2
5.5-10.0
11.6
1730
1625
1625
1625
COO-Mg
1610
1610
Espécies
Predominantes
I
II
II,V
V
Cu-NTA
pH
COOH
NH+CH2COO-
1.6
1.8-11.0
1730
1625
COO-Mg
1615
Fonte: Adaptado de Tomita; Ando; Ueno,(1964).
Espécies
Predominantes
I
V
29
Observa-se que os estiramentos assimétricos do grupo carboxila, ocorrem na seguinte
perspectiva, de acordo com o estado do grupo carboxila N-CH2COOH> NH+-CH2COO- ou NCH2-COO-, os estiramentos aparecem respectivamente, em faixas compreendidas entre 17301700 cm-1, 1600-1620 cm-1 ou 1585-1575 cm-1, investigações similares com quelatos
formados por H3NTA, têm revelado que o grupo carboxila, quando coordenado a um metal
apresenta uma banda entre 1615 e 1605 cm-1. Na Figura 3.4 podemos observar as espécies
formadas com o ligante HNTA2- e metais divalentes.
Figura 3.4 – Equilíbrio em solução do HNTA2- com metais divalentes.
OH
O
O
-
N
O
+
O
H
O
+
M
-H
2+
+
O
O
O
+
N
O
O
-
-
O
+
H
-
O
O
N
+
O
O
III
O
+
N
-
O
O
O
O
M
-
O
-H+
-
N
2+
O
O
O
O
2+
-
II
H
M
O
-
I
-
O
-H+
2+
M
-
-
O
M
O
-
2+
O
-
M
N
2+
O
-
-
O
IV
O
O
O
V
O
N
M
OH
O
VI
O
O
O
-
-
2+
-H
+
O
O
-
-
N
M
O
-
O
VII
O
2+
-
O
VIII
Fonte: Adaptado de Tomita; Ando; Ueno, (1964).
Rajabalee, Laham e Potvin (1975) sintetizaram complexos divalentes de cobre,
níquel, zinco, chumbo, mercúrio, cobalto e manganês, em que o procedimento padrão de
aquecimento, para a síntese dos complexos, ocorreu em temperaturas ~ 100 ºC, após a etapa
de síntese, os complexos foram lavados com água destilada.
Analisando os complexos de cobalto e níquel, por análise elementar (CHN),
observou-se que, a formação dos complexos de cobalto, segue a relação estequiométrica de
30
3:2 metal-ligante, enquanto que o complexo de níquel aparece na proporção 1:2 metal-ligante
(RAJABALEE; LAHAM; POTVIN, 1975).
Bonin et al. (2009) e Silva (2000) citaram que o HNTA2- comporta-se como um
ligante tetradentado, e que o complexo envolvendo o metal praseodímio e o ligante HNTA2[Pr(HNTA).(H2O)2].H2O, ocorre na proporção 1:1 metal-ligante,
em que o HNTA2-
coordena-se ao Pr3+, através dos 3 átomos de oxigênio da carboxila e do átomo de nitrogênio.
3.3.1 Rotas de síntese de óxidos mistos empregando nitrilotriacetatos.
Recentemente, três artigos citaram a síntese de óxidos mistos, por rotas que utilizam
o H3NTA, como precursor. No trabalho de Tangsali et al. (2007) foram sintetizadas ferritas de
manganês, no mesmo artigo, afirmou-se que um dos principais interesses, na síntese de
nanomateriais, é a redução do tamanho das partículas, e em como o efeito da redução das
partículas afeta diretamente as propriedades magnéticas dos compostos formados, Tangsali et
al. (2007) citou que uma das grandes vantagens, do método envolvendo a decomposição do
H3NTA, é a produção de nanopartículas de ferritas, do tipo manganês-zinco, em que o
material foi obtido a baixas temperaturas, por volta de 250 ºC.
Tangsali et al. (2004) citaram que o abaixamento da temperatura, de obtenção do
óxido, aconteceu pois, o processo de decomposição do complexo, ocorreu por autocombustão.
Tang, Deng e Zhan (2011) sintetizaram titanato de chumbo (PbTIO3), com uma rota
que empregou o H3NTA como precursor, a rota, envolvendo a decomposição térmica do
H3NTA, como precursor é promissora, pois permite que os óxidos, sejam obtidos a baixas
temperaturas, quando comparadas com as rotas tradicionais de síntese, permite-se também a
obtenção de novas fases, que não podem ser obtidas a altas temperaturas, além de uma maior
flexibilidade na obtenção de óxidos mistos.
Um dos mais importantes desafios, no emprego do H3NTA, como precursor, é o
desenvolvimento de técnicas de síntese, que permitam um controle rígido, sobre a
estequiometria das espécies metálicas, quando ligadas aos precursores em relação ao produto
final.
31
3.4 PRINCIPAIS APLICAÇÕES DOS ÓXIDOS MISTOS DE TITÂNIO DOPADOS COM
COBALTO, NÍQUEL E PRASEODÍMIO.
3.4.1 Óxidos de titânio
Óxidos mistos de titânio, contendo metais que formam estruturas do tipo MTiO3
(M=Ni, Pb, Fe, Co, Cu e Zn), apresentam-se como materiais inorgânicos multifuncionais
(SADJADI et al., 2008), algumas aplicações podem ser descritas para estes materiais como,
eletrodos para células combustíveis, sensores químicos, e uma alta performance como
catalisadores (SADJADI et al., 2008).
Os óxidos de estrutura MTiO3 ( M= Ni, Co, Mn), cristalizam-se adotando o arranjo
da ilmenita (FeTiO3), que apresentam um empacotamento compacto hexagonal, suas
estruturas podem ser consideradas como sendo derivadas de peroviskitas (ver. Figura 3.5)
com estruturas altamente distorcidas (ANJANA; SEBASTIAN, 2006).
A estrutura do tipo ilmenita também pode ser considerada derivada de estruturas do
tipo corídon, que é adotada por espécies do tipo A2+B4+X3 e A+B5+X3, onde A e B são cátions
similares em tamanhos (ANJANA; SEBASTIAN, 2006).
Figura 3.5- Típica estrutura peroviskita (ABO3).
Fonte: Chandler; Roger; Hampden-Smith, (1993).
32
Glaspell e Manivannan (2005) sintetizaram nanocristais de TiO2, dopados com
cobalto em 1, 5 e 10 % em massa, além de titanatos com ferro, manganês e níquel esses
utilizando proporção de 10 % em massa cada um, os nanocristais de titânio dopados com
cobalto estão sendo estudadas, por suas aplicações em foto-catálise, foto-eletrônica, além de
propriedades óptico-eletrônicas.
Glaspell e Manivannan (2005) citaram que materiais a base de TiO2, dopados com
partículas de cobalto, despertaram o interesse de pesquisadores, por causa de sua capacidade
de apresentar propriedades ferromagnéticas a temperaturas ambientes, a explicação para tal
fenômeno deve-se a alta temperatura Curie do cobalto (Tc = 1388 K). Estudos indicaram que o
cobalto e o níquel podem substituir átomos de titânio em uma dada estrutura cristalina
(GLASPELL; MANIVANNAN, 2005).
Anjana e Sebastian (2006) sintetizaram pós cerâmicos de característica ATiO3,
objetivando estudar as propriedades dielétricas destes materiais, em seu trabalho afirmaram
que o rápido desenvolvimento, da indústria eletrônica de micro-ondas, incentivou uma
demanda por novos materiais, que pudessem ser aplicados em circuitos elétricos práticos.
A produção de ressonadores, emergiu como uma das áreas mais proeminentes da
eletrônica, os ressonadores dielétricos apresentam inúmeras vantagens como, possibilidade de
compactação, baixo peso, estabilidade térmica, e um custo de produção relativamente baixo.
Inaguma et al. (2012) afirmaram que titanatos, dopados com íons de praseodímio
(Pr3+), despertaram o interesse dos pesquisadores, por suas propriedades luminescentes, para
aplicação em televisores de tela plana, do tipo FED (Field Emission Display).
O íon Pr3+, apresenta configuração eletrônica do tipo 4f2, sistemas dopados com o íon
Pr3+, apresentam uma forte transição do estado espectroscópico excitado 3P0, para o estado
fundamental 3H4, provocando uma emissão azul-esverdeada. Há também a possibilidade de
uma transição eletrônica do estado 1D2 para 3H4 causando uma emissão do tipo vermelha
(INAGUMA et al., 2012).
Íons como o Pr3+, podem ser utilizados como cromóforos em óxidos mistos que
possam ser utilizados como pigmentos. Šulcová, Trojan e Šolc (1998) citaram que cátions de
elementos de transição como o ferro, cromo, manganês, níquel, cobalto, cobre, vanádio entre
outros, são elementos empregados usualmente como cromóforos e que podem ser substituídos
por elementos terras raras.
33
3.5 TÉCNICAS DE CARACTERIZAÇÃO
Descreve-se neste capitulo, todas as técnicas analíticas empregadas para caracterizar
os nitrilotriacetatos sintetizados, além dos óxidos obtidos a partir da decomposição dos
nitrilotriacetatos, são elas Termogravimetria (TG), Calorimetria Exploratória Diferencial
(DSC), Espectroscopia de Absorção na Região do Infravermelho (FTIR).
Os óxidos obtidos via decomposição dos nitrilotriacetatos, foram caracterizados por
Difração de Raios-X pelo método do pó (DRX), Espectrofluorimetria e Espectroscopia de
Absorção na Região do Infravermelho (FTIR).
3.5.1 Termogravimetria (TG)
Conforme Vogel (2006) e Wendlant (1986) os métodos térmicos de análise, são um
grupo de técnicas de análises, em que uma propriedade física, de uma substância ou de seus
produtos e reações químicas, são submetidas a um programa controlado de temperatura.
Três critérios devem ser satisfeitos, para que uma análise possa ser realizada, por este
grupo de técnicas.

Uma propriedade física tem de ser medida;

A medida tem de ser expressa diretamente ou indiretamente em função da
temperatura;

A medida deve ser realizada através de um programa controlado de
temperatura.
Vogel (2006) e Wendlant (1986) definiram a TG, como uma técnica em que o ganho
ou a perda de massa, de uma determinada amostra, é medida em função do tempo (t) e/ou
temperatura (T), a TG pode ser classificada em três tipos.

Termogravimetria Isotérmica: Em que uma amostra é analisada em função
do tempo (t) a temperatura(T) constante;

Termogravimetria Quase-isotérmica: Em que uma amostra é aquecida
utilizando programas controlados de aquecimentos, em sequencia ora
dinâmico ora isotérmico;
34

Termogravimetria Dinâmica: Em que uma amostra é aquecida sob uma razão
de aquecimento diferente de zero.
As curvas TG, fornecidas pelos equipamentos termogravimétricos, exibem
informações a respeito de algumas propriedades intrínsecas da matéria, por exemplo;
estabilidade térmica (da composição inicial da amostra, da composição intermediária e da
composição residual) de materiais (MERCANDANTE et al., 1993; SILVA, 2000),
temperatura de transição vítrea em polímeros (IONASHIRO, 2005), etapas de degradação de
alimentos e medicamentos (WENDLANT, 1986) e outra gama de aplicações.
Conforme Wendlant (1986) vários fatores interferem na realização de uma análise
termogravimétrica, os fatores podem ser de natureza instrumental ou da própria natureza da
amostra, dentre os quais destacamos alguns que estão citados na Tabela 3.2.
Tabela 3.2 - Fatores que interferem na realização da Termogravimetria.
Fatores Instrumentais
Fatores relativos a amostra

Razão de aquecimento;

Quantidade de amostra;

Atmosfera do forno;

Solubilidade

Geometria do suporte e do Forno;

Composição
amostra;
do
suporte
da
dos
gases
desprendidos pela amostra;

Tamanho da partícula;

Calor de reação;

Empacotamento da amostra;

Natureza da amostra;

Condutividade térmica.
Fonte: Ionashiro, (2005); Vogel, (2006); Wendlant, (1986).
Em uma curva termogravimétrica usual, obtêm-se a informação da medida da massa,
sendo esta informação colocada no eixo das ordenadas (y) da amostra enquanto esta é
submetida a um programa controlado de Temperatura (T) ou de tempo (t), tais informações
são postas no eixo das abscissas (x) (WENDLANT, 1986). Todas as informações sobre as
medidas da TG podem ser resumidas na Equação 3.1.
35
(3.1)
A primeira derivada da curva termogravimétrica é representada pela Equação 3.2. Na
curva DTG são apresentados picos para cada etapa de perda ou ganho de massa, medidas por
uma balança termogravimétrica.
(3.2)
Do ponto de vista visual, a curva DTG apresenta as informações de uma forma mais
clara, obtendo-se o ponto final e inicial de algum evento térmico (que envolva perdas ou
ganhos de massa) de forma mais exata (BORGES, 1997).
A área sobre a curva expressa a variação de massa (∆m) de alguma etapa respectiva,
através da altura do pico, a qualquer temperatura é possível obter a ∆m na temperatura
desejada (BORGES, 1997; SILVA, 2000; WENDLANT, 1986).
Podem ser citadas como aplicações da Análise Termogravimétrica Derivada (DTG)
(BORGES, 1997; WENDLANT, 1986).

Separação de reações sobrepostas: Observando os picos fornecidos pela DTG
pode-se determinar o começo e o fim de algum evento térmico em que haja
mudança de massa (∆m);

Análise quantitativa utilizando a altura do pico da curva DTG;

Diferenciação entre eventos de natureza térmica quando a DTG é confrontada
com técnicas como DSC ou DTA.
3.5.2 Calorimetria Exploratória Diferencial (DSC)
A Calorimetria Exploratória Diferencial (DSC) pode ser definida, como a técnica na
qual a diferença de energia fornecida a uma substância, e a um material de referência, em
função da temperatura (T) é medida, enquanto ambos, tanto o material em análise quanto o
material de referência são submetidas a um programa controlado de temperatura
(IONASHIRO, 2005; WENDLANT, 1986).
36
O termo diferencial nesta técnica, se refere ao fato que a diferença de energia
detectada, é a diferença entre a quantidade de energia obtida pela a amostra e a energia obtida
pelo material de referência (WENDLANT, 1986).
Por DSC, é possível determinar uma série fenômenos, que envolvam a transferência
de energia, tanto em eventos endotérmicos quanto em eventos exotérmicos (WENDLANT,
1986).
Dentre as técnicas descritas de DSC as mais citadas são DSC por compensação de
potência e DSC por fluxo de calor.
Ionashiro (2005) citou que a diferença entre estas duas técnicas, dar-se apenas pela
diferença no seu respectivo projeto de construção, enquanto que na DSC por fluxo de calor o
parâmetro medido é a diferença entre a temperatura da amostra e a da referência (∆T=Ta-Tr),
na DSC por compensação de potência, tanto a amostra como a referência, são mantidas a
mesma temperatura, pelo uso de aquecedores individuais o parâmetro medido é a diferença de
energia entre a amostra e a referência.
Um dos fatores que podem ser observados sobre a curva DSC, é que a área sob o
intervalo do evento, seja ele endotérmico ou exotérmico, é diretamente proporcional a
quantidade de energia envolvida no respectivo processo. O esquema geral de um sistema
térmico diferencial pode ser visto na Figura 3.6.
37
Figura 3.6- Esquema geral de um sistema térmico diferencial.
Controle da
Atmosfera
Forno
Sensor de
Temperatura
Amostra
Ref.
Amplificador
(microvolt)
Programador
do Forno
Registrador
Fonte: Adaptado de Ionashiro, (2005).
Dentre os fenômenos que são estudados pela DSC, podemos citar, mudanças de
fases, fusão, ebulição, mudanças na estrutura de um dado cristal, sublimação, vaporização,
reações que envolvam desidratação, dissociação, reações de decomposição, reações de
oxidação e redução, além da quebra de uma dada estrutura cristalina são fenômenos que
podem ser detectados por DSC.
Ionashiro (2005) e Wendlant (1986) citaram alguns fatores que interferem nas
análises de DSC, e que podem ser influenciados pela natureza instrumental ou pela natureza
da amostra, podendo ser visualizados na Tabela 3.3.
38
Tabela 3.3 - Fatores que interferem na realização de uma análise de DSC.
Fatores Instrumentais
Fatores relativos a amostra

Razão de aquecimento;

Quantidade de amostra;

Atmosfera do forno;

Solubilidade

Tamanho do forno e o material que
dos
gases
desprendidos pela amostra;
o forno é feito;

Tamanho da partícula;

Geometria do suporte e do Forno;

Calor de reação;

Composição

Empacotamento da amostra;
amostra;

Natureza da amostra;
Localização do Termopar com

Capacidade calorífica;
relação a amostra

Grau de cristalinidade de uma

do
suporte
da
dada amostra;

Condutividade térmica.
Fonte: Ionashiro, (2005); Vogel, (2006); Wendlant, (1986).
3.5.3 Espectroscopia de Absorção na Região do Infravermelho (FTIR)
Na Espectroscopia de Absorção na Região do Infravermelho (FTIR), o espectro pode
ser dividido em três partes principais, infravermelho próximo (12.500 cm-1 até 4000 cm-1),
infravermelho médio (4000 até 400 cm-1) e infravermelho distante (400 até 10 cm-1)
(VOGEL, 2006).
A instrumentação usual de um espectrômetro na região de infravermelho com
transformada de Fourier (FTIR), conta com uma fonte de radiação, normalmente um
filamento de níquel-cromo, em um suporte de cerâmica, a fonte de Nernst que é um filamento
com composição química envolvendo os óxidos de zircônio, tório e cério, e o Globar que é
um cilindro de carboneto de silício (VOGEL, 2006).
Todos os materiais citados emitem radiação na região de Infravermelho, a radiação é
então dividida por um separador de feixe colocado a 45 º (Beamsplitter), em sequência o feixe
é dividido em dois feixes perpendiculares um ao outro, um dos feixes é defletido em direção a
um espelho fixo (Fixedmirror), o outro feixe é defletido em direção a um espelho móvel
(Movingmirror) (PAVIA et al., 2009; VOGEL, 2006).
39
O movimento do espelho faz com que o comprimento de onda (λ) varie, quando os
dois feixes se encontram no divisor de feixes, eles se recombinam onde apresentam
interferências construtivas e destrutivas, a combinação destes feixes é denominada de
interferograma.
O interferograma gerado é orientado em direção a amostra pelo divisor de feixes, a
medida que o feixe passa pela amostra, parte desta radiação é absorvida nas frequências que
lhes são características, o sinal resultante atinge um detector, nesta etapa o feixe que atingiu o
detector é comparado com um feixe interno próprio do equipamento, resultando em um novo
interferograma, onde os sinais resultantes estão em função do tempo, neste momento um
processo matemático conhecido como transformada de Fourier é empregado, fornecendo o
espectro, que usualmente é utilizado nas interpretações das absorções de frequências, de um
dado composto (PAVIA et al., 2009). Na Figura 3.7, pode-se observar um esquema geral de
um FTIR.
Figura 3.7 – Esquema geral de um espectrômetro com transformada de Fourier (FTIR).
Fonte: Pavia et al., (2009).
As amostras analisadas pela técnica de infravermelho, normalmente são misturadas a
um material empregado como suporte, o brometo de potássio (KBr), que na região do
infravermelho não possui absorção de radiação, a primeira etapa de preparação da amostra
envolve a maceração da amostra a ser analisada com o KBr (de preferência com grau
espectroscópico e seco), após a etapa de maceração a amostra é prensada (Pressão em torno
40
de 4 a 5 toneladas) em um molde especial, o resultado é uma pastilha transparente de KBr
contendo a amostra a ser analisada; quando a pastilha é colocada no feixe de radiação do
equipamento obtém-se um espectro que é característico da própria amostra misturada
previamente com o KBr (VOGEL, 2006).
Outra técnica de obtenção de espectros utiliza métodos que envolvem a refletância, o
FTIR de Refletância Total Atenuada (ATR), usa o fenômeno da reflexão interna, em que o
feixe de radiação que penetra no cristal sofre uma reflexão interna, a amostra está em contato
com o cristal (superfície refletora), e caso a amostra absorva energia em algum comprimento
de onda varrido pelo equipamento, o feixe perde energia, e a refletância resultante é detectada
no espectrômetro fornecendo o espectro na região de infravermelho.
Os principais cristais empregados nas células de ATR, são feitos a partir de materiais
com baixa solubilidade em água, e que possuem altos índices de refração, dentre elas
podemos destacar o seleneto de zinco (ZnSe), germânio(Ge) e iodeto de tálio (KRS-5)
(VOGEL, 2006).
A região usualmente utilizada nos trabalhos de caracterização de materiais é a região
do Infravermelho Médio (4000 até 400 cm-1). A região de infravermelho médio é responsável
pelas absorções de energia características de transições roto-vibracionais (SILVERSTEIN,
1979).
O grande interesse na utilização do infravermelho ocorre, pois uma substância que
possua uma estrutura particular, não apresentará o mesmo espectro de outra substância com
estrutura diferente da original, ou seja, a técnica de infravermelho fornece uma impressão
digital da molécula; pode-se afirmar então que cada composto apresenta um espectro
característico de absorção na região de infravermelho, a exceção a este comportamento
observado é a presença de compostos enantioméricos.
Outro aspecto da técnica de Infravermelho é a informação estrutural que é fornecida
pela análise os estiramentos característicos (N-H, C-H, O-H, C-X, C-O, C=O, C-C, C≡C,
C≡N).
Pavia et al. (2009) afirmaram que tais estiramentos são regularmente encontrados em
pequenas porções características da molécula, por exemplo, absorções na região de 3000 cm-1
são características de estiramentos C-H, estiramentos na região de 1715 cm-1 usualmente são
características de estiramentos C=O (grupo carbonila), as principais vibrações estão
resumidas na tabela 3.4 (PAVIA et al., 2009; SILVERSTEIN, 1979; VOGEL, 2006).
41
Tabela 3.4 - Posições das principais bandas de absorção.
Estiramento
Intensidade da vibração
Frequência (cm-1)
C-H (alifático)
Forte
3000-2850
C-H (aromático)
Forte
3000-3100
O-H (Fenóis e álcoois)
Forte
3700
O-H (Fenóis e álcoois,
Forte
3400-3300
S-H
Fraca
2570-2600
N-H
Forte
3300-3700
C-O
Forte
1000-1050
C=O (aldeídos)
Forte
1720-1740
C=O (cetonas)
Forte
1705-1725
C=O (ácidos)
Forte
1650
C=O (ésteres)
Forte
1700-1750
C-N
Média-forte
1590-1660
C-C
Fraca
750-1100
C=C
Média-forte
1620-1670
C≡C
Média-forte
2100-2250
C≡N
Média-forte
2100-2250
CH3-, -CH2-
Média
1350-1480
C-F
Fraca
1000-1400
C-Cl
Fraca
600-800
C-Br
Fraca
500-600
C-I
Fraca
500
ligações de Hidrogênio)
Fonte: Pavia et al., (2009); Vogel, (2006).
3.5.4 Difração de raios-X (DRX)
Uma das propriedades fundamentais das ondas, é a de interferirem umas com as
outras, onde os máximos das ondas são reforçados e os mínimos também, a teoria
eletromagnética clássica afirma que a intensidade da amplitude de uma onda é proporcional
ao quadrado da amplitude das ondas, portanto as regiões de interferência construtiva ou
42
destrutiva, exibem alternadamente suas respectivas intensidades reforçadas ou diminuídas
(ATKINS; PAULA, 2008).
O fenômeno de difração ocorre quando um corpo é posto na trajetória das ondas, e a
distribuição espacial da intensidade resultante dessa interferência é conhecida como figura de
difração; a difração ocorre quando as dimensões do corpo que provocam a difração são da
mesma ordem de grandeza ao comprimento de onda da radiação (ATKINS; PAULA, 2008).
Quando um cristal é iluminado por raios-X cada átomo do cristal que está no
caminho dos raios-X, absorve uma dada quantidade de energia proveniente dos raios-X, então
em seguida reemite-a em todas as direções, logo cada átomo de uma dada estrutura cristalina
torna-se um agente de absorção e emissão de ondas características dos raios-X (BRADY;
HUMINSTON, 1986).
Dois cientistas ingleses, William Bragg e seu filho Lawrence Bragg trataram o
fenômeno de difração de raios-X como sendo um processo em que uma reflexão ocorre. Na
abordagem de Bragg, os raios-X que penetram o cristal, são tratados como sendo refletidos
por camadas sucessivas de partículas, dentro de uma dada substância, a partir dos
experimentos de Bragg, determinou-se a seguinte Equação 3.3.
(3.3)
A Equação 3.3 é conhecida como equação de Bragg ou lei de Bragg, onde n
representa a ordem de reflexão, que pode ser qualquer número inteiro (1,2,3...) consistente
com o fato de sen θ não poder exceder a unidade.
A equação de Bragg é uma expressão de natureza simples que relaciona o
comprimento de onda (λ) dos raios-X e os espaçamentos interatômicos ao ângulo do feixe
difratado (CALLISTER, 2008).
Se a lei de Bragg não é obedecida à interferência é de natureza não construtiva e um
feixe de baixa intensidade será produzido.
A técnica de DRX utilizando o método do pó é o mais empregado nas
caracterizações de materiais no estado sólido, em tal método uma amostra pulverizada e
policristalina composta por inúmeras partículas finas e orientadas aleatoriamente, são
expostas aos raios-X de caráter monocromático, cada partícula é um cristal, e a enorme
quantidade de partículas orientadas de forma aleatória garante que algumas delas estarão
orientadas de forma adequada, que os seus respectivos planos cristalográficos estejam
43
disponíveis para a difração (CALLISTER, 2008; VAN VLACK, 2000). Na Figura 3.9
observa-se o esquema geral de um difratômetro de raios-X.
Figura 3.8 – Diagrama esquemático de um difratômetro de raios-X.
Fonte: Cullity, (1979).
A amostra que está no ponto C (o porta amostras pode rotacionar em torno do eixo
axial O em um suporte H), é irradiada pela fonte de raios-X que está no ponto S, o feixe
difratado é colimado pela fenda F, e coletado pelo contador G, A e B são fendas especiais que
são utilizadas na colimação dos feixes incidentes, as fendas de recepção (B e F) e o contador
G, são suportados por E, que pode ser rotacionado em torno do eixo O (axial), podendo ser
lida na contagem graduada em K (CULLITY, 1979).
Na medida em que o contador G se move, a uma velocidade angular constante, um
registrador plota automaticamente a intensidade do feixe difratado (monitorada pelo contador)
em função do valor 2θ (2θ é conhecido como ângulo de difração e é determinado
experimentalmente), os picos de elevada intensidade, resultam quando as condições de
difração de Bragg são satisfeitas por algum grupo de planos cristalográficos (CALLISTER,
2008).
3.5.5 Espectrofluorimetria
O espectrofluorímetro possui uma fonte de energia, normalmente uma lâmpada de
vapor de mercúrio ou uma lâmpada de xenônio, que emite radiação continuamente, os
espectros são gerados, pois as espécies que absorvem radiações possuem elétrons que podem
44
ser excitados a níveis energéticos maiores e ao retornarem para estados de menor energia
emitem algum tipo de radiação, na espectrofluorimetria dois tipos de espectros são gerados:
emissão e excitação.
Os espectros de excitação são produzidos através da variação do comprimento de
onda de excitação e medida da intensidade de fluorescência, enquanto que os espectros de
emissão são produzidos em comprimento de onda fixo e o espectro é registrado como a
intensidade da emissão em função do comprimento de onda da emissão (LAKOWICKZ 1999;
REIS, 2004; VOGEL, 2006;).
Vogel (2006) citou que qualquer material que faz com que a intensidade da
fluorescência fique menor que o valor esperado é considerado como um inibidor da
fluorescência, na Figura 3.10, pode-se observar um esquema geral de um espectrofluorímetro.
Figura 3.9 - Esquema de um espectrofluorímetro que utiliza lâmpadas de xenônio.
Fonte: Gomes, (2011).
45
4 MATERIAIS E MÉTODOS
4.1 INTRODUÇÃO
O sal nitrilotriacetato de sódio Na2HNTA foi sintetizado a partir da neutralização do
ácido nitrilotriacético formalmente representado por H3NTA, com uma solução 2,066 mol.L-1
de NaOH.
As amostras foram preparadas a partir de seus respectivos cloretos, excetuando-se o
cloreto de praseodímio que foi preparado pela solubilização do óxido de praseodímio (Pr6O11)
com ácido cloridrico. As amostras dos nitrilotriacetatos sintetizados, foram lavadas com água
destilada (pH~ 7), objetivando-se a remoção dos íons cloretos (Cl-), empregou-se um teste
qualitativo para detectar a presença de íons cloretos (Cl-) nos complexos nitrilotriacetatos,
adicionou-se a solução resultante da lavagem dos nitrilotriacetatos, gotas de AgNO3 (0,1
Mol.L-1), foi então observado se havia a formação de precipitados, na presença da solução
de AgNO3, enquanto houve a formação de precipitados na presença de AgNO3, os
nitrilotriacetatos continuaram a ser lavados com água destilada, até a completa remoção dos
íons nitrilotriacetatos.
A razão de aquecimento empregada no presente trabalho, tanto nas etapas de
caracterização térmica (TG/DTG/DSC), quanto na obtenção dos óxidos mistos, via calcinação
em muflas, foi de 10 ºC.min-1, outras razões de aquecimento foram testadas, porém não
observou-se nenhuma variação significativa no comportamento térmico dos nitrilotriacetatos.
Todos os outros reagentes utilizados nas etapas experimentais do trabalho podem ser
visualizados na Tabela 4.1.
Tabela 4.1 - Reagentes utilizados nas sínteses.
Reagentes
Fórmula molecular
Pureza
Fabricante
Ácido Clorídrico
HCl
36,5 %
Synth
Nitrato de Prata
AgNO3
99.8 %
Vetec
Brometo de Potássio
KBr
Espectroscopia
Sigma-Aldrich
Cloreto de Titânio
TiCl3
15 %
Vetec
ÁcidoNitrilotriacético
C6H9NO6
99 %
Sigma-Aldrich
Acetona
(CH3)2CO
99,5 %
Vetec
Cloreto de Cobalto
CoCl2.6H2O
99 %
Merck
46
Cloreto de Níquel
NiCl2.6H2O
99 %
Vetec
Óxido de Praseodmio
Pr2O3
99,9 %
Sigma-Aldrich
Hidróxido de Sódio
NaOH
98 %
Vetec
Álcool Etilíco/Etanol
CH3CH2OH
99,8 %
FlukaAnalytical
Fenolftaleína
C20H14O4
99 %
Vetec
Biftalato de Potássio
C8H5KO4
99,95 %
Vetec
Fonte: Autor, (2012).
4.2 SOLUÇÕES PREPARADAS
4.2.1 Solução de hidróxido de sódio 2 Mol.L-1
Pesou-se aproximadamente 80 g de NaOH em um béquer de 1 L, adicionou-se água
destilada, e aos poucos pequenas quantidades de NaOH, foram adicionadas ao béquer
contendo água destilada, a adição de NaOH deu-se através de agitação mecânica com um
bastão de vidro.
Posteriormente a solução resultante foi adicionada a um balão volumétrico de 1L,
tendo sido a solução de NaOH completada com água destilada até o menisco do balão,
volumétrico, a solução foi titulada com uma solução de biftalato de potássio.
4.2.2 Solução de nitrato de prata 0,1 mol.L-1
Dissolveu-se 1,6987 g de nitrato de prata em um béquer de 100 mL, sob agitação
mecânica, a solução resultante foi então adicionada em um balão volumétrico de 100 mL onde
completou-se a solução com água destilada até o menisco.
4.2.3 Solução de biftalato de potássio 0,3 Mol.L-1
Pesou-se 6,1266 g de biftalato de potássio em um béquer de 100 mL, a massa medida
foi então adicionada a um béquer de 250 mL contendo água destilada previamente aquecida
(~70°C), adicionou-se a massa de biftalato de potássio aos poucos sob agitação mecânica, a
solução resultante foi resfriada a temperatura ambiente; em seguida posta em um balão
47
volumétrico de 100 mL e completada até o menisco. A solução final apresentou concentração
de 0,3 mol.L-1.
4.2.4 Solução de fenolftaleína 0,5 %
Mediu-se aproximadamente 0,5 g de fenolftaleína em um béquer de 100 mL, em
seguida adicionou-se aproximadamente 50 mL de álcool etílico, sob agitação mecânica até a
completa solubilização da fenolftaleína, adicionou-se a solução em um balão volumétrico de
100 mL, completando-se a solução resultante com água destilada até o menisco do balão.
4.3 SÍNTESES REALIZADAS
4.3.1 Síntese do Na2HNTA
Utilizou-se em média 15 g de H3NTA, além de uma solução 2,0661 Mol.L-1 de
NaOH, a suspensão contendo o H3NTA, foi neutralizada titulando-se o H3NTA com a solução
padronizada de NaOH.
Mediu-se inicialmente o pH (~ 2,17) da suspensão de H3NTA, a evolução do pH foi
acompanhado com um pHmetro.
A titulação foi finalizada quando atingiu-se o pH ~ 7, após tal etapa, evaporou-se a
solução resultante, sob agitação mecânica e aquecimento constante ~ 75 ºC, a suspensão
resultante foi então filtrada, utilizando-se um filtro de placa porosa (nº 4), em um sistema com
um kitassato (250 mL) e uma bomba de vácuo, o sal obtido foi então levado a um dessecador.
O esquema geral de obtenção do Na2HNTA é visualizado na Figura 4.1.
48
Figura 4.1 -Diagrama da síntese do sal nitrilotriacetato de sódio (Na2HNTA).
H3NTA
Adição de água
destilada pH ~ 7
Adição de NaOH
(2,066 mol.L-1)
até pH~7
Aquecimento ~ 75
°C
Acompanhamento
do pH
Agitação mecânica
TG/DSC
Na2HNTA
FTIR
Fonte: Autor, (2012).
4.3.2 Síntese do nitrilotriacetato de titânio
A reação foi realizada com a prévia solubilização do Na2HNTA em água destilada, a
solução com Na2HNTA foi aquecida em ~ 75 °C, posteriormente adicionou-se o TICl3, por
uma pipeta de 10 ml.
A reação foi conduzida em um balão de fundo redondo de 300 mL, utilizando-se um
sistema em banho maria, até a formação de um precipitado de cor branca. O precipitado
formado foi então lavado com água destilada, e filtrado sob a ação do vácuo, em um sistema
composto de um filtro de placa sinterizada (nº 4); em seguida realizou-se os testes qualitativos
na presença de AgNO3 0,1 mol.L-1
49
4.3.3 Síntese do nitrilotriacetato de praseodímio
Obteve-se o PrCl3.xH2O através da solubilização do Pr6O11, em um béquer de 100
mL adicionou-se aproximadamente 20 mL de água destilada pH~ 7.
Sob agitação mecânica adicionou-se lentamente HCl(aq), a dissolução do Pr6O11 foi
acompanhada observando-se a solubilização, do resíduo no estado sólido apresentando cor
preta, esperou-se o desaparecimento do resíduo sólido, até o aparecimento de uma solução
límpida de cor verde, ausente de sedimentos.
Na sequência a solução foi seca sob a ação do vácuo em um dessecador (o esquema
de obtenção do PrCl3.xH2O pode ser visualizado na Figura 4.2).
4.3.4 Sínteses dos nitrilotriacetatos de cobalto e níquel
Em dois béqueres pesou-se uma dada quantidade de CoCl2.6H2O e NiCl2.6H2O,
solubilizou-se os respectivos cloretos com pequenas quantidades de água destilada pH~7.
Adicionou-se os cloretos em duas soluções distintas de Na2HNTA, previamente aquecidas a ~
75 °C, em uma chapa aquecedora, em que manteve-se as soluções sob agitação mecânica e
aquecimento constante ~ 75 ºC, por aproximadamente 30 minutos.
O precipitado formado foi então lavado com água destilada, e filtrado sob a ação do
vácuo, em um sistema composto de um filtro placa sinterizada (nº 4); em seguida realizou-se
os testes qualitativos na presença de AgNO3 0,1 mol.L-1 (os procedimentos de obtenção dos
nitrilotriacetatos de Ti, Ni, Co e Pr, podem ser visualizados na Figura 4.3) .
4.3.5 Síntese dos óxidos mistos
Os óxidos mistos foram
sintetizados
via a decomposição térmica dos
nitrilotriacetatos de Ti, Co, Ni e Pr, a estequiometria dos nitrilotriacetatos foi determinada via
TG.
Utilizou-se os dados estequiométricos (ver. Tabela 4.2) obtidos via TG, para a
determinação das quantidades dos nitrilotriacetatos que foram homogeneizados, as massas dos
nitrilotriacetatos empregados na síntese dos óxidos mistos ficaram em torno de 6 - 7 g, os
nitrilotriacetatos foram misturados em um almofariz e desaglomerados com um pistilo, e
calcinados em um forno mufla, até 900 ºC, a razão de aquecimento utilizada foi de 10 ºC.min-
50
1
, ao atingir a temperatura de 900ºC, as amostras permaneceram em aquecimento a 900 ºC por
2 horas (ver. Esquema da Figura 4.3).
Tabela 4.2 - Proporção dos óxidos obtidos a 900 ºC, e a denominação das amostras utilizadas nas
análises.
Elementos
Proporção
Ti e Co
Ti0,90Co0,1
Denominação para as
análises
TC1
Ti e Co
Ti0,95Co0,05
TC2
Ti, Co e Pr
Ti0,90Co0,09Pr0,01
TCP
Ti e Ni
Ti0,90Ni0,1
TN1
Ti e Ni
Ti0,95Ni0,05
TN2
Ti, Ni e Pr
Ti0,90Ni0,09Pr0,01
TNP
Fonte: Autor, (2012).
Figura 4.2 - Síntese do PrCl3.xH2O.
Pr6O11
Adição de HCl(aq)
Agitação sob aquecimento
~75°C
Secagem com vácuo
PrCl3.xH2O
Fonte: Autor, (2012).
TG/Determinação da
umidade
51
Figura 4.3 - Síntese dos nitrilotriacetatos (Ti,Co,Ni e Pr).
Solubilização prévia com
água destilada pH ~7
Na2HNTA
Aquecimento a 75 ºC
Prévia solubilização em
água destilada
Cloretos (Ti, Co, Ni e Pr)
Agitação Mecânica sob
aquecimento ~75°C
Evaporação/
Secagem à vácuo
Nitrilotriacetatos (Ti, Co,
Ni e Pr)
TG/DTG
Lavagem com AgNO3 (0,1
mol.L-1) até teste negativo
Sólido Seco
Nitrilotriacetatos (Ti, Co,
Ni e Pr)
DSC
FTIR
Mistura mecânica (com
almofariz e pistilo) dos
nitrilotriacetatos
Calcinação (900ºC) por 2
horas
Óxido Misto
FTIR
ESPECTROFLUORIMET
RIA
Fonte: Autor, (2012).
DRX
52
4.4 MÉTODOS DE ANÁLISE EMPREGADOS NA CARACTERIZAÇÃO DOS
NITRILOTRIACETATOS E DOS ÓXIDOS OBTIDOS.
4.4.1 Termogravimetria (TG)
As curvas TG/DTG foram obtidas pelo analisador termogravimétrico da Shimadzu
modelo TGA –50, a faixa de temperatura utilizada foi de 25 a 900 °C, as amostras foram
submetidas a razões de aquecimento da ordem de 10 °C.min-1, as atmosferas utilizadas foram
de N2(g) e ar, a vazão dos gases utilizada foi de 50 mL.min-1, o valor das massas medidas
estavam em torno de 3 mg, o cadinho utilizado nas análises foi o de platina.
4.4.2 Calorimetria Exploratória Diferencial (DSC)
As medidas de DSC foram realizadas com o Calorímetro Exploratório Diferencial,
modelo DSC-50, a razão de aquecimento empregada foi de 10 °C.min-1; onde as temperaturas
das análises variaram entre 25 a 500 °C, como atmosfera utilizou-se N2(g), a vazão do gás foi
de 50 mL.min-1, as massas medidas estavam em torno de 1,7 mg, as panelinhas utilizadas
foram de alumínio.
4.4.3 Espectroscopia de Absorção na Região do Infravermelho (FTIR)
Todos os espectros foram obtidos na região do infravermelho médio entre 4000 e 650
cm-1, utilizou-se o universal ATR (Refletância Total Atenuada), da Perkin Elmer
empregando-se 12 acumulações e passo óptico de 4 cm-1, as medidas foram realizadas com o
espectrômetro modelo Spectrum-65 da Perkin Elmer.
4.4.4 Difração de raios-X (DRX)
As medidas foram realizadas em um difratômetro de raios-X da marca Shimadzu,
modelo XRD-7000, utilizando-se radiação monocromática de Cu Kα (λ= 1,5406 Ǻ), em um
intervalo 2 Θ de 10° a 80° a velocidade de varredura na análise foi de 4°.min-1 e passo óptico
de 0,02 °, os difratogramas foram comparados com padrões fornecidos pelo software Match
(Phase Identification from Powder Diffraction).
53
4.4.5 Espectrofluorimetria
Os espectros de emissão foram obtidos por um espectrofluorimetro da Horiba Jobin
Yvon S.A, marca Fluorolog 3, a fonte empregada na análise foi uma lâmpada de xenônio,
utilizando cubeta de quartzo.
Para as amostras, a abertura das fendas (entrada, intermediária e saída) foram
ajustadas em 0,8 mm nos titanatos de cobalto, e nos titanatos de níquel foram ajustadas e em
1,0 mm, o comprimento de onda utilizado para a excitação dos compostos foi 330 nm, a faixa
espectral medida foi de 300 até 650 nm.
54
5 RESULTADOS E DISCUSSÃO
O presente capítulo discute os resultados das técnicas analíticas utilizadas no
trabalho, às caracterizações são divididas em dois grupos, caracterização dos precursores
nitrilotriacetatos via espectroscopia de absorção na região de Infravermelho (FTIR),
termogravimetria (TG/DTG) e calorimetria exploratória diferencial (DSC), enquanto os
óxidos foram caracterizados por difração de raios-X (DRX), espectrofluorimetria e por FTIR.
5.1 CARACTERIZAÇÃO DOS NITRILOTRIACETATOS
5.1.1 Espectroscopia de Absorção na Região do Infravermelho (FTIR)
A rota escolhida para a síntese do Na2HNTA, foi a de neutralização do H3NTA com
NaOH, os espectros de infravermelho das duas amostras podem ser observados nas Figuras
5.1 e 5.2.
A primeira observação condiz com a ideia de alteração da estrutura do H3NTA,
formando o Na2HNTA. Os resultados observados nos espectros de FTIR das duas amostras
(ver. Figuras 5.1 e 5.2) demonstram que o Na2HNTA e o H3NTA, não apresentam bandas
características de vibrações νO-H de moléculas de H2O (região entre 3400 até 3100 cm-1).
Os dados obtidos por FTIR do Na2HNTA e o H3NTA, concordam com os resultados
determinados pelas curvas TG (ver. Figura 5.7), de ambas as amostras, em que se observa no
intervalo entre 25 ºC e 220 ºC, que as linhas de base das curvas TG não se alteraram,
indicando que os dois compostos estão desidratados.
Os estiramentos em 3037 e 2982 cm-1, são respectivamente estiramentos de νCOO-H
(característicos de hidrogênio ligado ao oxigênio da carboxila) e de νCH2 (vibração de carbono
ligado a hidrogênio), a forte vibração em 1712 cm-1 indicam estiramentos de νC=OOH (carbonila
de ácidos carboxílicos), e o estiramento relativo a ligação entre νC-N (carbono-nitrogênio)
ocorre no H3NTA em 1181 cm-1 conforme observado na literatura (NAKAMOTO, 1986).
Ao se comparar os espectros do Na2HNTA e do H3NTA, podemos visualizar a
formação de estiramentos adicionais, que não foram observados no espectro do H3NTA, tais
estiramentos são observados quando se analisa o espectro do Na2HNTA. Um bom exemplo é
o estiramento em 3085 cm-1 (ver. Figura 5.2) característico da vibração νN-H, indicando a
presença do zwitterion (íon duplo), característico de aminocarboxilatos (SILVERSTEIN,
1979).
55
O zwitterion é formado pelo deslocamento de um dos hidrogênios, anteriormente
ligado ao oxigênio da carboxila, para o nitrogênio presente no composto, formando um íon
duplo simultaneamente positivo e negativo (ver. Figura 3.4).
Outras alterações podem ser observadas, como a posição do estiramento da ligação
dupla entre carbono e oxigênio, presente na carboxila, o estiramento da carboxila é deslocado
para menores números de onda, respectivamente 1673 cm-1 (νCOO-H) e 1625 cm-1(νCOO-)
indicando a formação do íon carboxilato (RAJABALEE, 1974; SILVERSTEIN, 1979;
SILVA, 2000).
Nakamoto (1986) citou três faixas de estiramentos para os íons carboxilatos,
existentes em solução aquosa, conforme o esquema de coordenação dos carboxilatos.

Carboxila não ionizada R2N-CH2COOH, 1730 -1700 cm-1;

α-Amôniocarboxilato (Zwitterion-íon duplo), R2N+H-CH2COO-, 1630 -1620
cm-1;

α-Aminocarboxilato, R2N-CH2COO-, 1585-1525 cm-1.
Figura 5.1 - Espectro FTIR do H3NTA.
Fonte: Autor, (2012).
56
Figura 5.2 - Espectro FTIR do Na2HNTA.
Fonte: Autor, (2012).
Nas Figuras 5.3, 5.4 e 5.5 e 5.6, as principais vibrações dos complexos de titânio,
cobalto, níquel e praseodímio são observadas.
No geral todos os compostos sintetizados, apresentaram vibrações características de
estiramentos νO-H (Ti: 3213 cm-1, Co: 3188 cm-1, Ni, 3205 cm-1, Pr: 3149 cm-1), presentes em
moléculas de H2O, confirmando o que foi observado nas curvas TG/DTG (ver. Figuras 5.8,
5.10, 5.12 e 5.14), demonstrando que todos os complexos sintetizados estavam hidratados.
O estiramento usual dos íons carboxilatos presentes na estrutura do HNTA2-, ocorre
em números de onda maiores ou iguais a 1625 cm-1, Tomita et al. (1964) e Silva (2000)
afirmaram que o deslocamento desses estiramentos do íon carboxilato (HNTA2-), para
menores números de onda, caracterizam a formação do quelato entre o íon carboxilato com
um centro metálico.
Os complexos de titânio, cobalto, níquel e praseodímio apresentam respectivamente
estiramentos em 1609 cm-1, 1578 cm-1, 1570 cm-1e 1594 cm-1; sugerindo a coordenação entre
os metais e o HNTA2- .
Há ainda as vibrações características dos estiramentos νC-N que ocorrem na faixa
entre 1010-1200 cm-1 (RAJABALEE, 1974; SILVERSTEIN, 1979), que aparecem nos
complexos de Ti: 1118 cm-1, Co: 1126 cm-1, Ni: 1113 cm-1, Pr: 1126 cm-1.
57
Figura 5.3 - Espectro FTIR do TiHNTA.
Fonte: Autor, (2012).
Figura 5.4 – Espectro FTIR do CoHNTA.
Fonte: Autor, (2012).
58
Figura 5.5 - Espectro FTIR do NiHNTA.
Fonte: Autor, (2012).
Figura 5.6 - Espectro FTIR do PrHNTA.
Fonte: Autor, (2012).
Por FTIR pode-se inferir que nos complexos formados, a coordenação ocorre
possivelmente através do íon carboxilato, presente na estrutura do íon HNTA2-, uma vez que o
deslocamento do número de onda dos estiramentos do νCOO-, nos complexos de Ti, Co, Ni e
Pr, para menores números de onda indicaram que o equilíbrio químico na etapa de formação
59
dos complexos, foi deslocado no sentido de formação dos nitrilotriacetatos (NAKAMOTO,
1986; SILVA, 2000; TOMITA, 1964).
5.1.2 Termogravimetria (TG/DTG)
Na Figura 5.7 é apresentada a sobreposição das curvas TG do H3NTA e do Na2HNTA,
as curvas TG de tais substâncias foram obtidas sob atmosfera oxidante (ar).
Figura 5.7 – Curvas TG do H3NTA e do Na2HNTA.
Fonte: Autor, (2012).
Comparando-se as curvas TG do H3NTA e do Na2HNTA, observou-se que o H3NTA
apresentou estabilidade térmica até aproximadamente 223 ºC, enquanto que o Na2HNTA
demonstrou estabilidade térmica até 337 ºC.
A partir da curva TG do H3NTA, demonstrou-se que o ácido se decompõe
totalmente, o que pode ser evidenciado pelo valor de 100 % de perda relativa à massa do
H3NTA, enquanto que o sal Na2HNTA apresenta um considerável resíduo (em torno de 37%
de massa residual) a 891 ºC.
Analisando-se a curva TG do sal Na2HNTA, observou-se uma mudança em seu
patamar por volta de 810 ºC, Silva (2000) afirmou que em 400 ºC, um material carbonáceo o
Na2CO3 foi formado, e a temperaturas acima de 750 ºC, o material carbonáceo é decomposto,
fato que concordou com a ideia, que a temperaturas acima de 750 ºC o óxido deve ser a
espécie formada.
Silva (2000) citou que a presença do Na2CO3 foi confirmada com um teste
qualitativo, em que adicionou-se uma solução de HCl(aq), à espécie formada no intervalo de
60
400 ºC e 750 ºC, Silva (2000) observou uma respectiva efervescência que é característica da
liberação de moléculas de CO2.
Após as etapas de decomposição do material carbonáceo, observa-se efetivamente a
formação do óxido por volta de 891 ºC, porém a etapa de formação do óxido não pode ser
determinada com precisão, pois a faixa de funcionamento do equipamento termogravimétrico
não permite a obtenção de curvas TG acima de 900 ºC.
As Figuras 5.8 e 5.9 apresentam as curvas TG do TiHNTA sob atmosfera de ar e
N2(g).
Figura 5.8 – Curva TG/DTG do TiHNTA sob atmosfera de ar.
Fonte: Autor, (2012).
Figura 5.9 – Curva TG/DTG do TiHNTA sob atmosfera de N2(g).
Fonte: Autor, (2012).
Analisando ambas as curvas, determinou-se as suas humidades relativas, o complexo
de Ti perde em termos estequiométricos 2,5 moléculas de H2O, a etapa de desidratação do
complexo de Ti, quando medida em atmosfera de ar apresentou-se em duas etapas conforme
61
pode ser visto na Figura 5.8, tal etapa visualmente apresentou-se como um evento, porém ao
analisar-se a curva DTG observou-se que entre 22 ºC e 188 ºC a uma pequena mudança na
curva DTG caracterizando um evento térmico em duas etapas, porém ao analisar-se a curva
TG/DTG do mesmo complexo em atmosfera de N2(g), a etapa de desidratação ocorreu em uma
etapa entre 24 ºC e 180 ºC.
A etapa de decomposição do ligante HNTA2- aconteceu em três etapas, conforme
pode ser visualizado nas Figuras 5.8 e 5.9.
A influência da atmosfera empregada pôde ser observada principalmente nas
temperaturas de obtenção do óxido de titânio, em ar o óxido é obtido por volta de 542 ºC e em
atmosfera de N2(g) a 676 ºC.
Detectou-se que em atmosfera de N2(g) a decomposição é mais branda, enquanto que
em atmosfera oxidante ocorre de forma um pouco mais rápida.
O comportamento térmico do CoHNTA pode ser visualizado nas Figuras 5.10 e 5.11,
a etapa de desidratação relativa à perda de uma molécula de H2O, ocorreu em duas etapas bem
caracterizadas pela curva TG/DTG entre 25 ºC e 196 ºC tanto em ar quanto em N2(g).
Figura 5.10 – Curva TG/DTG do CoHNTA sob atmosfera de ar.
Fonte: Autor, (2012).
62
Figura 5.11 – Curva TG/DTG do CoHNTA sob atmosfera de N2(g).
Fonte: Autor, (2012).
Duas etapas de decomposição são bem caracterizadas nas curvas TG/DTG do
CoHNTA, a decomposição sob atmosfera de ar, ocorreu de forma rápida, quando comparada
com a decomposição do mesmo composto sob atmosfera de N2(g), as temperaturas de
obtenção dos óxidos em atmosferas de ar e N2(g), são respectivamente 370 ºC e 521 ºC,
evidenciando o que foi observado no comportamento térmico do nitrilotriacetato de titânio
(ver. Figuras 5.8 e 5.9).
As Figuras 5.12 e 5.13, ratificam o desempenho do complexo de Níquel frente as
atmosferas oxidante (ar) e inerte (N2(g)).
Figura 5.12 – Curva TG/DTG do NiHNTA sob atmosfera de ar.
Fonte: Autor, (2012).
63
A etapa de desidratação do complexo de níquel acontece entre a temperatura
ambiente 25 ºC até 191 ºC em N2(g), e em ar até 210 ºC, em ambas as atmosferas constatou-se
que a etapa de desidratação ocorreu em uma etapa.
Figura 5.13 – Curva TG/DTG do NiHNTA sob atmosfera de N2(g).
Fonte: Autor, (2012).
Com relação ao processo de decomposição do ligante, atestou-se através das curvas
TG/DTG que a sequência de decomposição acontece em duas etapas.
Observa-se nas Figuras 5.12 e 5.13 que a temperatura de obtenção do óxido de níquel
em ar ocorre em 386 ºC, enquanto em N2(g) acontece em 429 ºC, comparando o resultado
obtido em ar com o obtido em N2(g), comprova-se novamente o comportamento observado nos
complexos de titânio e cobalto, com a temperatura de obtenção dos óxidos sendo diminuída
na presença de uma atmosfera oxidante, enquanto em atmosfera inerte o processo de
decomposição é retardado.
A etapa de desidratação relativos à perda de 3 moléculas de H2O, do nitrilotriacetato
de praseodímio, pode ser observada nas Figuras 5.14 e 5.15, em ar e em N2(g)
respectivamente, o processo ocorreu em uma etapa entre 25 ºC e 174 ºC em ar, e em N2(g )
entre 25 ºC e 157 ºC.
64
Figura 5.14 – Curva TG/DTG do PrHNTA sob atmosfera de ar.
Fonte: Autor, (2012).
Figura 5.15 – Curva TG/DTG do PrHNTA sob atmosfera de N2(g).
Fonte: Autor, (2012).
O processo de decomposição do ligante em ar ocorre em duas etapas, que podem ser
definidas pelo conjunto das curvas TG/DTG, apresentadas na Figura 5.14.
A primeira etapa de decomposição do ligante sob atmosfera de ar, começou por volta
de 320 ºC e finalizou rapidamente em 411 ºC, a segunda etapa começou em 439 ºC e
finalizando por volta de 633 ºC, enquanto que sob atmosfera de N2(g), a decomposição ocorreu
em uma etapa iniciada em 313 ºC e finalizada em 553 ºC.
A partir das curvas TG/DTG em ar e em N2(g), determinou-se que a temperatura de
obtenção do óxido de praseodímio (Pr6O11) em ar foi de 633 ºC, enquanto que em N2(g) foi de
553 ºC.
65
O comportamento térmico, do Pr(HNTA), fugiu do padrão observado pelos
complexos formados, por Ti, Co e Ni, em que é constatado que a atmosfera inerte de N2(g)
retarda a formação dos óxidos.
Em 411ºC (sob atmosfera de ar) há a formação de um intermediário, que não é
formado na presença da atmosfera de N2(g) (ver. Figuras 5.14 e 5.15), logo, pode-se afirmar,
para o complexo de praseodímio, que a influência da atmosfera inerte, foi a responsável pela
transformação de dois eventos térmicos, facilmente perceptíveis sob atmosfera oxidante, para
um evento térmico em N2(g).
Nas Tabelas 5.1, 5.2, 5,3 e 5.4, pode-se observar propriedades gerais como, a
estequiometria experimental e a teórica dos nitrilotriacetatos, as perdas de massa em termos
percentuais em atmosferas de ar e N2(g) e as temperaturas de obtenção dos óxidos,
determinadas a partir das curvas TG.
Tabela 5.1- Estequiometria teórica e experimental dos nitrilotriacetatos determinadas por TG.
Complexos
Desidratação (%)
ar
N2(g)
Ti1,5(HNTA).2,5H2O
14,27
12,49
Co1,5(HNTA).H2O
5,96
5,34
Ni(HNTA)2.2H2O
7,60
Pr(HNTA)3H2O
13,62
Decomposição do
Óxidos formados
ligante (%)
(%)
Teórico
ar
14,71 47,50 48,62
46,0
38,23
38,89 39,29
6,09
53,85 57,17
55,88
40,19
37,49 38,03
7,26
7,61
75,45 73,22
76,60
16,95
19,52 15,79
12.89
14,07 40,65 39,61
41,40
45,73
47,50 44,53
Teórico
ar
N2(g)
Fonte: Autor, (2012).
N2(g)
Teórico
66
Tabela 5.2 – Perdas de massa dos nitrilotriacetatos sob atmosfera de ar.
Composto
1ª perda(%)
2ª perda(%)
3ª perda(%)
4ª perda(%)
Ti1,5(HNTA).2,5H2O
14,27
10,32
27,07
10,11
38,23
25ºC-188ºC
188ºC-260ºC
260ºC-420ºC
420ºC-542ºC
542ºC -
2,60
3,36
16,45
37,40
40,19
25ºC-79ºC
79ºC-196ºC
196ºC-297ºC
297ºC– 370ºC
370ºC -
7,60
40,41
35,04
-
16,95
146ºC- 210ºC
210ºC–336ºC
336ºC– 386ºC
-
386ºC -
13,62
32,11
8,54
-
45,73
96ºC-195ºC
322ºC-439ºC
439ºC– 633ºC
-
633ºC -
Co1,5(HNTA).H2O
Ni(HNTA)2.2H2O
Pr(HNTA)3H2O
Óxidos(%)
Fonte: Autor, (2012).
Tabela 5.3 – Perdas de massa dos nitrilotriacetatos sob atmosfera de N2(g).
Composto
1ª perda(%)
2ª perda(%)
3ª perda(%)
4ª perda(%)
Ti1,5(HNTA).2,5H2O
12,49
13,61
23,65
11,36
38,89
25ºC-180ºC
180ºC-278ºC
278ºC-495ºC
495ºC-676ºC
676ºC-
1,94
3,40
17,47
39,70
37,49
25ºC-79ºC
79ºC-196ºC
196ºC-318ºC
7,26
40,06
33,16
Co1,5(HNTA).H2O
Ni(HNTA)2.2H2O
137ºC-191ºC
Pr(HNTA)3H2O
191ºC-347ºC
347ºC-429ºC
318ºC-521ºC
Óxidos(%)
521ºC-
-
19,52
-
429ºC-
12,89
39,61
-
-
47,50
83ºC-157ºC
313ºC-553º
-
-
553ºC-
Fonte: Autor, (2012).
67
Tabela 5.4 – Temperaturas de obtenção dos óxidos via TG.
Composto
Temperaturas de obtenção dos óxidos (ºC)
ar
N2(g)
Ti1,5(HNTA).2,5H2O
542
676
Co1,5(HNTA).H2O
370
521
Ni(HNTA)2.2H2O
386
429
Pr(HNTA).3H2O
633
553
Fonte: Autor, (2012).
A partir dos dados de análise térmica (TG/DTG) demonstraram que as
estequiometrias
dos
nitrilotriacetatos
determinadas
por
TG,
estão
próximas
das
estequiometrias teóricas, indicando que há concordância entre os resultados experimentais e
os teóricos.
Por (TG/DTG) determinou-se que os nitrilotriacetatos sofreram auto-combustão, uma
vez que em atmosfera oxidante (ar), os óxidos formados a partir da decomposição dos
nitrilotriacetatos de Ti, Co e Ni, foram obtidos em menores temperaturas do que os óxidos
obtidos em atmosfera inerte (N2(g)), o único complexo que apresentou comportamento distinto
do observado foi o PrHNTA, Silva (2000) citou que em atmosfera oxidante, ou seja na
presença das espécies O2 e CO2, a formação de um oxicarbonato de formúla Pr2O2CO2 é
favorecido, sendo que os oxicarbonatos quando formados, apresentam estabilidade térmica
que pode variar entre 400 ºC, até temperaturas acima de 900 ºC, logo pode-se inferir que para
o PrHNTA, em atmosfera oxidante (ver. Figura 5.14) houve uma tendência no sentido de
formação da espécie oxicarbonatada , a mesma tendência não foi observada na curva TG em
N2(g) (ver. Figura 5.15) do PrHNTA .
68
5.1.3 Calorimetria Exploratória Diferencial (DSC)
No geral as curvas DSC apresentaram uma boa concordância experimental com as
curvas TG/DTG estudadas, na Figura 5.16 pode-se observar a sobreposição das curvas DSC
determinadas experimentalmente, constata-se que não há uma relação clara entre os processos
estudados, cada nitrilotriacetato apresenta um comportamento térmico distinto, característico
de cada complexo, o teores de hidratação, a quantidade de etapas detectadas pelas curvas
DSC, diferenças nas temperaturas de obtenção dos óxidos, demonstram o comportamento
intrínseco de cada composto.
Figura 5.16 – Sobreposição das curvas DSC dos nitrilotriacetatos de Ti, Co, Ni e Pr.
Endo.
Fonte: Autor, (2012).
A Figura 5.17, mostra a sobreposição das curvas TG com as curvas DSC do
complexo de Titânio, observa-se que a etapa de desidratação ocorre em uma etapa,
começando na temperatura ambiente e finalizando por volta de 181 ºC, o processo estudado é
fortemente endotérmico, a etapa de desidratação do complexo ocorre com a liberação de 2,5
moléculas de H2O (em termos estequiométricos).
A etapa de decomposição começa por volta de 181 ºC, logo após a formação do
complexo de titânio anidro, de acordo com a curva TG/DSC o processo acontece em duas
etapas de caráter endotérmico, a terceira etapa que foi detectada pela curva TG/DTG (ver.
Figura 5.9), mas não foi visualizada, pois a faixa de utilização do equipamento de DSC
(Temperatura ambiente até 500 ºC), não alcança temperaturas maiores que 500 ºC região em
que o terceiro evento ocorre.
69
Figura 5.17 – Curva TG/DSC do TiHNTA sob atmosfera de N2(g).
Fonte: Autor, (2012).
A curva TG/DSC do complexo de cobalto pode ser visualizada na Figura 5.18, a
etapa de desidratação do complexo de cobalto ocorre em duas etapas.
A primeira etapa tem inicio em temperatura ambiente e finaliza por volta de 90 ºC, a
segunda etapa de desidratação começa em 140 ºC e termina em 188 ºC, ambas as etapas são
endotérmicas, e correspondem a perda de uma molécula de água (conforme os cálculos
fornecidos pelas curvas TG).
Figura 5.18 – Curva TG/DSC do CoHNTA sob atmosfera de N2(g).
Fonte: Autor, (2012).
A etapa de decomposição do ligante HNTA2- no complexo de cobalto, deu-se em
duas etapas em conformidade com a curva TG/DTG (ver. Figura 5.11), o processo de
decomposição divide-se em duas etapas o primeiro processo têm inicio em 188 ºC e finaliza
70
por volta de 287 ºC, neste ponto em 287 ºC, o segundo evento endotérmico relatado tem o seu
inicio e o seu final é detectado em 462 ºC.
A Figura 5.19 demonstra a sobreposição das curvas TG/DSC, explicando o
comportamento térmico do nitrilotriacetato de níquel, a primeiro processo é a etapa de
desidratação com a perda de duas moléculas de H2O, o processo inicia em 143 ºC finalizando
em 197 ºC, o processo é descrito pela curva DSC como um evento endotérmico.
Na sequência da etapa endotérmica o complexo apresenta uma relativa estabilidade
térmica entre 197 ºC e 257 ºC, em 257 ºC iniciou-se uma das etapas do processo de
decomposição do ligante, ambas de caráter endotérmico, o final da primeira etapa acontece
em 326 ºC, nesta temperatura acontece o inicio da segunda etapa do processo de
decomposição finalizada em 426 ºC.
Figura 5.19 – Curva TG/DSC do NiHNTA sob atmosfera de N2(g).
Fonte: Autor, (2012).
Na Figura 5.20, o comportamento térmico do nitrilotriacetato de praseodímio é
estudado, conforme a curva DSC, a etapa de desidratação ocorre em uma etapa, o processo é
endotérmico e têm inicio por volta de 95 ºC finalizando em 174 ºC, a etapa ocorre com a
liberação de três moléculas de H2O.
71
Figura 5.20– Curva TG/DSC do PrHNTA sob atmosfera de N2(g).
Fonte: Autor, (2012).
O complexo de praseodímio apresentou uma elevada estabilidade entre 174 ºC e 343
ºC, porém a etapa de decomposição dividiu-se em três etapas, um breve evento exotérmico
começando em 343 ºC,e finalizando por volta de 374 ºC.
A outra etapa iniciou em 374 ºC finalizando em 432 ºC, e o terceiro evento começa
em 432 ºC, porém o seu término não pode ser detectado pela DSC.
Quando se analisa o comportamento da curva TG/DSC do nitrilotriacetato de
praseodímio com a sua curva TG/DTG (ver. Figura 5.15), as etapas de desidratação
apresentam uma boa concordância, porém a etapa de decomposição do Ligante HNTA2- de
acordo com a curva TG/DTG aconteceu como um evento térmico relativo à perda de massa
do ligante, ao analisar-se a curva TG/DSC do complexo de praseodímio observam-se três
etapas sendo uma delas um processo exotérmico conforme discutido por Silva (2000).
5.2 CARACTERIZAÇÃO DOS ÓXIDOS
Os óxidos sintetizados pela rota dos nitrilotriacetos foram caracterizados por difração
de raios-X (DRX), Espectrofluorimetria e por FTIR.
5.2.1 Difração de raios-X (DRX)
Nas Figuras 5.21 e 5.22 estão apresentados os dados de Difração de Raios-X,
indicando que o material obtido apresenta picos finos de alta intensidade, sinalizando que o
72
material é cristalino, Callister (2008) citou que os picos de alta intensidade, ocorrem quando
as condições para difração de Bragg, são satisfeitas por alguns conjunto de planos
cristalográficos.
A quantificação das fases foi realizada através do software Match – Phase
Identification from Powder Diffraction.
Pela quantificação realizada com o software Match, identificou-se que os pós
sintetizados são bifásicos, e a fase predominante do dióxido de titânio é a fase rutilo, seguida
pela fase ilmenita adotada pelo titanato de ferro (FeTiO3).
Na Tabela - 5.2 podem ser visualizados os dados extraídos do software Match
indicando que a dopagem seguiu a proporção estequiométrica calculada para a síntese dos
óxidos.
Figura 5.21 - Difratograma dos óxidos mistos calcinados a 900 ºC, TC1, TC2 e TCP.
Fonte: Autor, (2012).
73
Figura 5.22 - Difratograma dos óxidos mistos calcinados a 900 ºC, TN1, TN2 e TNP.
Fonte: Autor, (2012).
Tabela 5.5 – Proporção das fases obtidas dos óxidos mistos a partir do software Match.
Composição
Fase rutilo (%)
Fase ilmenita (%)
TC1
88.8
11.2
TC2
94.4
5.6
TCP
89.0
11.0
TN1
87.0
13.0
TN2
93.7
6.3
TNP
88.6
11.4
Fonte: Autor, (2012).
Os resultados das caracterizações dos óxidos indicaram, que os mesmos apresentam
comportamento cristalino conforme determinado por difração de raios-X (DRX).
74
Callister (2008) e Van Vlack (2000) citaram que a intensidade dos picos, indica que
o material sintetizado apresenta planos cristalográficos bem definidos, favorecendo a difração.
Utilizando o software Match, foi possível estimar a composição em termos de fases
dos óxidos, indicando que o material apresentou predominantemente as fases rutilo e ilmenita,
fases características, respectivamente de dióxido de titânio (TiO2) e de titanatos dopados com
os metais Fe, Ni, Co.
Observou-se a partir dos dados do software Match, que à medida que a dopagem, dos
metais Co e Ni aumentaram, a proporção da fase ilmenita, também aumentou, tal
comportamento indica que em determinado ponto, com o aumento da dopagem vai se obter,
um material monofásico com características estruturais da fase ilmenita.
As percentagens das fases obtidas indicaram que a síntese via rota dos
nitrilotriacetatos aproximou-se da estequiometria teórica.
5.2.2 Espectrofluorimetria
Figura 5.23 – Espectro de emissão com excitação em 330 nm do TC1 calcinado a 900 ºC.
Fonte: Autor, (2012).
75
Figura 5.24 – Espectro de emissão com excitação em 330 nm do TC2 calcinado a 900 ºC.
Fonte: Autor, (2012).
Figura 5.25 – Espectro de emissão com excitação em 330 nm do TCP calcinado a 900º C.
Fonte: Autor, (2012).
As Figuras 5.23, 5.24 e 5.25 mostram os espectros de fluorescência das amostras de
titânio dopadas com cobalto e praseodímio.
Observou-se que as amostras apresentam como características principais duas fortes
emissões, em TC1: 325 nm e 412 nm, em TC2: 328 nm e 412 nm, em TCP: 326 nm e 412 nm,
para as matrizes de titânio dopadas com cobalto foi constatado, que à medida que a dopagem
diminui a intensidade das bandas de excitação também diminuem.
76
Figura 5.26 – Espectro de emissão com excitação em 330 nm do TN1 calcinado a 900 ºC.
Fonte: Autor, (2012).
Figura 5.27 – Espectro de emissão com excitação em 330 nm do TN2 calcinado a 900 ºC.
Fonte: Autor, (2012).
77
Figura 5.28 – Espectro de emissão com excitação em 330 nm do TNP calcinado a 900 ºC.
Fonte: Autor, (2012).
Os espectros de fluorescência das matrizes de titânio dopadas com níquel estão
representados nas Figuras 5.26, 5.27 e 5.28.
A intensidade das bandas nas matrizes de titânio quando dopadas com níquel
diminuem a medida que a concentração de íons Ni2+ também diminuem, porém o efeito é
bem menos pronunciado nas matrizes de níquel que o observado nas matrizes dopadas com
cobalto.
Um comportamento atípico pode ser observado na Figura 5.28, a intensidade das
bandas em 614 nm, em TN1 e TN2 (ver. Figuras 5.26 e 5.27) são bem fracas, porém o
espectro do TNP (Figura 5.28), apresenta uma forte emissão do TNP, em 614 nm, conforme
foi citado por Inaguma et al. (2012), a banda em 614, observada no TNP, pode ser atribuída a
uma transição do tipo f-f, correspondente a transição entre os estados espectroscópicos
3
H4→1D2, que ocorre na faixa entre 610 nm – 620nm.
Os resultados observados nos espectros de fluorescência, revelam a obtenção dos
titanatos dopados com elementos cromóforos (Ni, Co, e Pr), em que observou-se que as
intensidades das emissões foram proporcionais a concentração dos elementos cromóforos.
Observou-se que o efeito foi mais pronunciado nos titanatos dopados com cobalto e
cobalto-praseodímio (TC1, TC2 e TCP) do que os titanatos dopados com níquel e níquelpraseodímio (TN1, TN2, TNP).
78
5.2.3 Espectroscopia de Absorção na Região do Infravermelho (FTIR) dos óxidos.
Os espectros FTIR dos óxidos não trazem nenhuma informação relevante sobre os
estiramentos presentes em tais compostos, uma vez que as principais vibrações observadas
nos óxidos ocorrem na região do infravermelho distante (400 – 10 cm-1), em uma faixa que
não é coberta pelo equipamento (4000 - 650 cm-1), porém a decomposição dos fragmentos
orgânicos pôde ser acompanhada por FTIR.
Os principais estiramentos dos grupamentos orgânicos, observados nos espectros dos
TiHNTA, CoHNTA, NiHNTA e PrHNTA, visualizados nas Figuras 5.3, 5.4, 5.5 e 5.6,
desapareceram, indicando que a decomposição térmica dos nitrilotriacetatos ocorreu no
sentido de formação dos óxidos.
Figura 5.29 – Sobreposição dos espectros FTIR dos óxidos obtidos a 900 ºC TC1, TC2 e TCP.
Fonte: Autor, (2012).
79
Figura 5.30- Sobreposição dos espectros FTIR dos óxidos obtidos a 900 ºC TN1, TN2 e TNP.
Fonte: Autor, (2012).
A partir dos dados de FTIR dos óxidos, determinou-se que os estiramentos
característicos de fragmentos orgânicos, presentes nos nitrilotriacetatos, desapareceram,
indicando que os produtos finais da decomposição térmica a 900 ºC, dos nitrilotriacetatos,
foram os óxidos, os dados de FTIR estão em concordância com os dados obtidos a partir das
técnicas de análise térmica (TG/DTG/DSC), em que determinou-se, que os nitrilotriacetatos
foram decompostos em óxidos, antes de atingirem a temperatura de 900 ºC.
80
6 CONCLUSÕES

Pelas técnicas de caracterização empregadas no trabalho observou-se que a rota de
decomposição do H3NTA, é um método confiável e reprodutível de síntese de óxidos
mistos;

Por FTIR e TG demonstrou-se que o H3NTA foi convertido em Na2HNTA;

Com FTIR indicou-se que os complexos formados, são coordenados pelo íon
carboxilato, presente na estrutura do ligante HNTA2-;

A partir dos dados de análise térmica (TG/DTG/DSC) pode-se inferir que em
atmosfera oxidante os complexos de Ti, Co, Ni são obtidos a menores temperaturas
que em atmosfera de N2(g), com exceção do complexo de Pr;

Os resultados de análise térmica (TG/DTG/DSC) obtidos em atmosfera oxidante, no
geral estão mais próximos da estequiometria teórica dos nitrilotriacetatos, do que os
resultados obtidos em atmosfera de N2(g);

Por DRX comprovou-se que os óxidos são cristalinos, a partir do software Match,
estimou-se a composição dos óxidos sintetizados, as fases predominantes são rutilo e
ilmenita, as percentagens das fases obtidas indicaram que a rota dos nitrilotriacetatos
aproxima-se da estequiometria teórica, e à medida que a dopagem com os metais Co e
Ni aumentam, a porcentagem da fase ilmenita também aumenta, demonstrando-se a
tendência de formação de um material monofásico de estequiometria controlada;

Por espectrofluorimetria demonstrou-se que os titanatos foram dopados com
elementos cromóforos (Co, Ni e Pr), e para o titanato de níquel dopado com
praseodímio (TCP), observou-se a presença de uma banda de emissão em 614 nm,
característico da espécie Pr3+;

Por FTIR comprovou-se a formação dos óxidos mistos, a partir da decomposição
térmica dos nitrilotriacetatos.
81
7 TRABALHOS FUTUROS

Analisar por Análise Elementar (CHN) os nitrilotriacetatos sintetizados, com o
objetivo de comparação com os resultados obtidos a partir das curvas TG;

Caracterizar os óxidos obtidos por Microscopia Eletrônica de Varredura (MEV),
objetivando-se analisar a morfologia dos óxidos obtidos;

Inferir a partir do método Rietveld a composição das fases e o tamanho dos cristalitos,
dos óxidos mistos obtidos a partir de decomposição térmica dos nitrilotriacetatos;

Sintetizar
outros
nitrilotriacetatos.
óxidos
mistos,
a
partir
da
decomposição
térmica
dos
82
REFERÊNCIAS
ANJANA, P. S.; SEBASTIAN, M. T. Synthesis, Characterization, and Microwave Dielectric
Properties of ATiO3 (A= Co, Mn, Ni) Ceramics. Journal of the American Ceramic Society,
v. 89, n. 7, p. 2114-2117. 2006. Disponível em:
<http://onlinelibrary.wiley.com/doi/10.1111/j.1551-2916.2006.01004.x/pdf> . Acesso em 29
dez. 2012.
ATKINS, P.; PAULA, J. Fisíco Química v.2. 8 .ed. Rio de Janeiro: LTC, 2008. 427 p.
BENVENUTTI, E. V.; MORO, C. C.; COSTA, T. M. H.; GALLAS, M. R. Materiais
Híbridos à base de Sílica obtidos pelo Método Sol-Gel. Química Nova, v. 32, n. 7, p. 19261933. 2009. Disponível em <http://www.scielo.br/pdf/qn/v32n7/39.pdf>. Acesso em 17 dez.
2012.
BISNASCH, G.; GRIINBERG, P.; SAURENBACH, F.; ZINN, W. Enhanced
magnetoresistance in layered magnetic structures with antiferromagnetic interlayer exchange.
Physical Review B, v. 39, n. 7, p. 4828-4830. 1989. Disponível em
<http://prb.aps.org/pdf/PRB/v39/i7/p4828_1>. Acesso em 24 dez. 2012.
BORGES, F.M.M. Estudo Cinético não-isotérmico da termodecomposição de alguns sais
de Manganês usando TG e DSC.1997. 102 f. Dissertação (Mestrado em Química: Área
Físico-Química) - Centro de Ciências Exatas e da Terra, Programa de Pós Graduação em
Química, Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Natal, 1997.
BONIN, L.; GUILLAUMONT, D.; JEANSON, A.; DEN AUWER, C.; GRIGORIEV, M.;
BERTHET, J.C.; HENNIG, C.; SCHEINOST, A.; MOISY, PH. Thermodynamics and
Structure of Actinide (IV) Complexes with Nitrilotriacetic Acid. Inorganic Chemistry, v. 48,
n. 9, p. 3943-3953. 2009. Disponível em <http://pubs.acs.org/doi/abs/10.1021/ic801453w>.
Acesso em 17 dez. 2012.
BRADY, J. E.; HUMINSTON, G. E. Química Geral v. 1. 2. ed.. Rio de Janeiro: LTC, 1986.
410 p.
CALLISTER Jr, W. D. Ciência e Engenharia de Materiais uma Introdução. 7. ed.. Rio de
Janeiro: Wiley, 2008. 709 p.
CHABEREK, JR. S.; MARTELL, E. A. Stability of Metal Chelates: Nitrilotricarboxylic
Acids. Journal of the American Chemical Society, v.75, n. 12, p. 2888-2892. 1953.
Disponível em <http://pubs.acs.org/doi/pdf/10.1021/ja01108a030>. Acesso em 19 ago. 2012.
CHANDLER, C. D.; ROGER, C.; HAMPDEN-SMITH, M. J. Chemical Aspects of Solution
Routes to Perovskite-Phase Mixed-Metal Oxides from Metal-Organic Precursors. Chemical
Reviews, v. 93, n. 3, p. 1205-1241. 1993. Disponível em :
<http://pubs.acs.org/doi/pdf/10.1021/cr00019a015>. Acesso em 06 out. 2012.
CHEN, X.; MAO, S. S. Titanium Dioxide Nanomaterials: Synthesis, Properties,
Modifications, and Applications. Chemical Reviews, v.107, n. 7, p. 2891-2959. 2007.
Disponível em: <http://pubs.acs.org/doi/pdf/10.1021/cr0500535>. Acesso em 05 out. 2012.
83
COKER, J. N. Sodium Nitrilotriacetate-Two-Step Alkaline Process.Industrial e Engineering
Chemistry Product Research and Development, v. 11, n. 4, p. 450-454. 1972. Disponível
em: <http://pubs.acs.org/doi/pdf/10.1021/i360044a019>. Acesso em 19 ago. 2012.
FU, H.; COHEN, R. E. Polarization rotation mechanism for ultrahigh electromechanical
response in single-crystal piezoelectrics. Nature, v. 403, p. 281-283. 2000. Disponível em
<http://www.nature.com/nature/journal/v403/n6767/pdf/403281a0.pdf>. Acesso em 24 dez.
2012.
FUMO, D. A.; FURNOR, M. R.; SEGADÃES, A. M. Combustion synthesis of Calcium
Aluminates. Materials Research Bulletin, v. 31, n. 10, p. 1243-1255. 1996. Disponível em:
<http://ac.els-cdn.com/0025540896001122/1-s2.0-0025540896001122main.pdf?_tid=639827f4-4c71-11e2-bce900000aab0f6b&acdnat=1356206246_9a283a6224f9d5b223fca2fc497d03f4> . Acesso em 22
dez. 2012.
GALVÃO, S. B. Obtenção de nanopartículas de Hexaferrita de Bário pelo método
Pechini. 2010. 98 f. Dissertação (Mestrado em Engenharia de Materiais) – Centro de Ciências
Exatas e da Terra. Programa de Pós Graduação em Ciência e Engenharia de Materiais, Natal,
2010.
GARCÍA, M. F.; ARIAS, A. M.; HANSON, J. C.; RODRIGUEZ, J. A. Nanostructured
Oxides in Chemistry: Characterization and Properties. Chemical Reviews, v.104, n. 9, p.
4063-4104. 2004. Disponível em : <http://pubs.acs.org/doi/pdf/10.1021/cr030032f>. Acesso
em 05 out. 2012.
GLASPELL, G.; MANIVANNAN, A. Sol–Gel Synthesis and Magnetic Studies of Titanium
Dioxide Doped with 10% M (M=Fe, Mn and Ni). Journal of Cluster Science, v. 16, n. 4.
2005. Disponível em : <http://www.people.vcu.edu/~gpglaspell/PDF/JCS_2.pdf>. Acesso em
30 dez. 2012.
GOMES, C. Z. Utilização da espectroscopia de fluorescência para mensuramento de
moléculas autofluorescentes em indivíduos diabéticos, 2011. 55 f. Dissertação (Mestrado
em Ciências na Área de Tecnologia Nuclear) - Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares,
Universidade de São Paulo, São Paulo, 2011. Disponível em:
http://pelicano.ipen.br/PosG30/TextoCompleto/Cinthia%20Zanini%20Gomes_M.pdf . Acesso
em: 26 dez 2012.
HENCH, L. L.; WEST, J. K. The Sol-Gel Process. Chemical Reviews, v. 90, n. 1, p. 33-72.
1990. Disponível em : <http://pubs.acs.org/doi/pdf/10.1021/cr00099a003>. Acesso em 06 out.
2012.
HIRATSUKA, R. S.; SANTILLI, C.V.; PULCINELLI, S. H. O processo Sol Gel: Uma visão
Físico-Química. Química Nova, v. 18, n. 2, p. 171-180. 1995. Disponível em
<http://quimicanova.sbq.org.br/qn/qnol/1995/vol18n2/v18_n2_08.pdf>. Acesso em 17 dez.
2012.
HOPGOOD, D.; ANGELICI, J. R. Equilibrium and Stereochemical Studies of the
Interactions of Amino Acids and Their Esters with Divalent Metal Nitrilotriacetate
84
Complexes. Journal of the American Chemical Society, v. 90, n. 10, p. 2508-2513. 1968.
Disponível em: <http://pubs.acs.org/doi/pdf/10.1021/ja01012a012>. Acesso em 19 ago. 2012.
HUGHES, L. V.; MARTELL, E. A. Thermodynamics of Metal Chelate Formation. V.
Nitrilotriacetic Acid. Journal of the American Chemical Society, v. 78, n. 7, p. 1319-1324.
1956. Disponível em: <http://pubs.acs.org/doi/pdf/10.1021/ja01588a015>. Acesso em 19 ago.
2012.
INAGUMA, Y.; TSUCHIYA, T.; MORI, Y.; IMADE, Y.; SATO, N.; KATSUMATA, T.;
MORI, D. Temperature dependence of luminescence properties of praseodymium-doped
perovskite CaTiO3 :Pr3+. Thermochimica Acta, v. 532, p. 168-171. 2012. Disponível em:
<http://ac.els-cdn.com/S0040603111001432/1-s2.0-S0040603111001432main.pdf?_tid=c15f5440-5223-11e2-af5700000aab0f26&acdnat=1356832609_015f148e460795af2e0b6c3b285b515d>. Acesso em 29
dez. 2012.
IONASHIRO, M. Giolito: Fundamentos de Termogravimetria, Análise Térmica Diferencial e
Calorimetria Exploratória Diferencial. 1. Ed.. São Paulo: Giz Editorial e Livraria LTDA,
2005. 96 p.
JUNG, W. S.; MIN, B. K.; PARK, J.; YOON, D. H. Formation mechanism of Barium
Titanate by Thermal decomposition of Barium Titanyl Oxalate. Ceramics International, v.
37, n. 2, p. 669-672. 2011. Disponível em : <http://ac.els-cdn.com/S0272884210004141/1s2.0-S0272884210004141-main.pdf?_tid=b18c725a-4c6a-11e2-b38100000aacb35e&acdnat=1356203370_a7dfcd50b2b9986b6fbab24e7131b75a>. Acesso em 22
dez. 2012.
KODAIRA, C. A. Síntese e Espectroscopia de sistema envolvendo Tungstatos e Íons
Terras Raras. 2003. 177 f. Tese (Doutorado em Química: Área Química Inorgânica) –
Instituto de Química de São Paulo – Universidade de São Paulo, São Paulo, 2003. Disponível
em: http://www.fisica.ufs.br/npgfi/documentos/dissertacoes/anagardenia.pdf. Acesso em 26
dez 2012.
LAKOWICKZ, J. R. Principles of Fluorescence Spectroscopy. 2 ed.. New York: Springer,
1999. 697 p.
LEE, J. D. Química Inorgânica não Tão Concisa. 5. ed.. São Paulo: Edgard Blücher, 1999.
527 p.
LI, J. G.; WANG, X.; WATANABE, K.; ISHIGAKI, T. Phase Structure and Luminescence
Properties of Eu3+ Doped TiO2Nanocrystals Synthesized by Ar/O2 Radio Frequency Thermal
Plasma Oxidation of Liquid Precursor Mists. Journal of Physical Chemistry B, v. 110, n. 3,
p. 1121–1127. 2006. Disponível em <http://pubs.acs.org/doi/pdf/10.1021/jp053329l>. Acesso
em 24 dez. 2012.
LU, AN-HUI.; SALABAS, E. L.; SCHÜTH, F. Magnetic Nanoparticles: Synthesis,
Protection, Functionalization, and Application. Angewandte Chemie, v. 46, n. 8, p. 12221244. 2007. Disponível em:
<http://onlinelibrary.wiley.com/doi/10.1002/anie.200602866/pdf>. acesso em 22 dez. 2012.
85
MANOHARAN, S. S.; KUMAR, N. R. S.; PATIL, K.C. Preparation of fine particle
Chromites: A Combustion Approach. MaterialsResearchBulletin, v. 25, n.6 , p. 731-738.
1990. Disponível em: <http://ac.els-cdn.com/002554089090201C/1-s2.0002554089090201C-main.pdf?_tid=9a4f09b4-4c7d-11e2-a72b00000aacb35d&acdnat=1356211491_315dc6cd68c8744605a7bf3bd3d0aace>. Acesso em 22
dez. 2012.
MERCANDANTE, A.; IONASHIRO, M.; OLIVEIRA, L. C. S.; RIBEIRO, C. A.;
D’ASSUNÇÃO, L. MOSCARDINI. Preparation and thermal decomposition of solid state
lanthanide (III) and yttrium (III) chelates of ethylenediaminetetraacetic acid. Thermochimica
Acta, v. 216, p. 266-277. 1993. Disponível em: <http://ac.els-cdn.com/004060319380397S/1s2.0-004060319380397S-main.pdf?_tid=83542e820fe311e289db00000aacb35d&acdnat=1349548241_8c793ffa67a2ac7ac4f31c7c69ce3994>.
Acesso em 06 out. 2012.
NAGAVENI, K.; HEDGE, M. S.; MADRAS, G. Structure and Photocatalytic Activity of Ti1XMXO2(+ or – δ) (M= W, V, Ce, Zr, Fe, and Cu) Synthesized by Solution Combustion Method.
The Journal of Physical Chemistry B, v. 108, n. 5, p. 20204- 20212. 2004. Disponível em:
<http://pubs.acs.org/doi/abs/10.1021/jp047917v>. Acesso em 22 dez. 2012.
NAKAMOTO, K. Infrared and Raman Spectra of Inorganic and Coordination
Compounds. 4. ed.. New York: Wiley, 1986. v. 1, 484 p.
NEWLIN, E. D.; PELLACK, A. M.; NAKON, R. Kinetics and Mechanism of Tetradentate
Nickel (II) Chelate and Metal Nitrilotriacetate Promoted Hydrolysis of Methyl Glycinate: an
Isokinetic Relationship. Journal of the American Chemical Society, v. 99, n. 4, p. 10781082. 1977. Disponívelem: <http://pubs.acs.org/doi/pdf/10.1021/ja00446a017>. Acesso em
19 ago. 2012.
PAVIA, D. L.; LAMPMAN, G. M.; KRIZ, G. S.; VYVYAN, J. R. Introduction to
spectroscopy.4. ed.. Belmont: Brooks/Cole, 2009. 745 p.
RAJABALEE, F. J. M. The chelates of divalent copper, nickel, zinc, lead, mercury,
cobalt and manganese with nitrilotriacetic acid. Journal of Inorganic and Nuclear
Chemistry. v. 36, n. 3, p. 557-564. 1974. Disponível em: <http://ac.elscdn.com/0022190274801132/1-s2.0-0022190274801132-main.pdf?_tid=a21de856-4f0a11e2-91ba-00000aab0f27&acdnat=1356491966_a3ad9248a88b43e7dfeaf5351301c9cb>.
Acesso em 26 dez. 2012.
RAJABALEE, F.J.M.; LAHAM, S.; POTVIN, M. Chemical studies on environmental
pollutants. The chelates of Nitrilotriacetic acid with alkaline earth metals. Chemosphere.v.2,
n.1 , p. 19-22. 1975. Disponível em: <http://ac.els-cdn.com/004565357390026X/1-s2.0004565357390026X-main.pdf?_tid=9327a8a8-4f0c-11e2-bdf300000aacb35f&acdnat=1356492800_97c3001576d6223a68751415d74310c7>. Acesso em 26
dez. 2012.
REIS, A. G. S. M. Estuda da formação de centros de cor por radiação UV no BaLiF3 com
metais divalentes e terras raras. 2004. 62 f. Dissertação (Mestrado em Física)- Núcleo de
Pós Graduação em Física, Universidade Federal de Sergipe, Aracaju 2004. Disponível em:
86
http://www.fisica.ufs.br/npgfi/documentos/dissertacoes/anagardenia.pdf . Acesso em: 26 dez
2012.
SADJADI, M.S.; ZARE, K.; KHANAHMADZADEH, S.; ENHESSARI, M. Structural
characterization of NiTiO 3 nanopowders prepared by stearic acid gel method. Materials
Letters, v. 62, n. 21 e 22. 2008. Disponível em: <http://ac.elscdn.com/S0167577X08003820/1-s2.0-S0167577X08003820-main.pdf?_tid=fe5ad636-522711e2-bac8-00000aab0f01&acdnat=1356834430_13b5215b1e0501096b5d823df05b602e>.
Acesso em 30 dez. 2012.
SEGADÃES, A. M.; MORELLI, M.R.; KIMINAMI, R. G. A. Combustion Synthesis of
Aluminum Titanate. Journal of the European Chemical Society, v. 18, n.7, p. 771781.1998. Disponívelem: <http://ac.els-cdn.com/S0955221998000041/1-s2.0S0955221998000041-main.pdf?_tid=ff4ea0a2-4c7a-11e2-84a200000aacb360&acdnat=1356210372_9379e454931ff123369e61117431748b>. Acesso em 22
dez. 2012.
SEGAL, D. Chemical synthesis of ceramic materials. Journal of Materials Chemistry, v.7,
n.8, p.1297-1305.1997. Disponível em:
<http://pubs.rsc.org/en/journals/journalissues/jm#!issueid=jm007008&type=current>. Acesso
em 16 dez. 2012.
SELVAN, R. K.; AUGUSTIN, C. O.; BERCHMANS, J. L.; SARASWATHI, R. Combustion
synthesis of Cu2Fe2O4. Materials Research Bulletin, v. 38, n. 1, p. 41-154. 2003. Disponível
em: <http://ac.els-cdn.com/S0025540802010048/1-s2.0-S0025540802010048main.pdf?_tid=4b59fe82-4c7c-11e2-a7c600000aacb362&acdnat=1356210929_22fef83161137a1a400d6bf3031624d> .Acesso em 22
dez. 2012.
SILVA, A.O. Síntese, Caracterização e Estudo Termoanalítico dos Nitrilotriacetatos de
Terras Raras. 2000. 113 f. Tese (Doutorado em Ciências: Área Química Inorgânica) –
Instituto de Química da Universidade de São Paulo, Departamento de Química Fundamental,
Universidade de São Paulo, São Paulo, 2000.
SILVERSTEIN, R. M.; BASSLER, G. C.; MORRILL, T. C. Identificação Espectrométrica
de Compostos Orgânicos. 3. ed.. Rio de Janeiro: Editora Guanabara Koogan S.A., 1979.
299 p.
ŠULCOVÁ, P.; TROJAN, M.; ŠOLC, Z. Cerium Dioxide Fluorites type pigments. Dyes and
Pigments, v. 37, n. 1. 1998. Disponível em: <http://ac.els-cdn.com/S0143720897000351/1s2.0-S0143720897000351-main.pdf?_tid=05bdd4ba-5227-11e2-b89000000aacb35f&acdnat=1356834012_f178f2827ff817deb66cb681bd1d06d0>. Acesso em 30
dez. 2012.
TANABE, E. Y. Óxidos do tipo Peroviskita para reações de decomposição direta de NO
e redução de NO com CO. 2006. 137 f. Dissertação (Mestrado em Química: Área: FisícoQuímica) - Instituto de Química de São Carlos, Universidade de São Paulo, 2006. Disponível
em: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/75/75131/tde-16042007-111408/pt-br.php.
Acesso em 26 dez 2012.
87
TANG, S.; DENG, Y.; ZHAN, S. Chloro-free route to mixed-metal oxides.Synthesis of Lead
Titanate nanoparticles from a single-source precursor route. Journal of Thermal Analysis
and Calorimetry, v. 104, n. 2, p. 653-659. 2011. Disponível em:
<http://link.springer.com/content/pdf/10.1007%2Fs10973-010-0999-y>. Acesso em 24 dez.
2012.
TANGSALI, R. B.; KELUSKAR, S. H.; NAIK, G. K.; BUDUKULEY, J. S. Effect of
sintering conditions on resistivity of nanoparticle Mn–Zn ferrite prepared by nitrilotriacetate
precursor method. Journal of Materials Science, v. 42, n. 8, p. 878-882. 2007. Disponível
em: <http://link.springer.com/content/pdf/10.1007%2Fs10853-006-0017-8>. Acesso em 23
dez. 2012.
TANGSALI, R. B.; KELUSKAR, S. H.; NAIK, G. K.; BUDUKULEY, J. S. Effect of
sintering conditions on magnetic properties of nanoparticle Mn-Zn Ferrite synthesized with
Nitrilotriacetate precursor method. International Journal of Nanoscience, v. 3, nº 4, nº 5, p.
589-597. 2004. Disponível em:
<http://www.worldscientific.com/doi/pdf/10.1142/S0219581X04002413>. Acesso em 23 dez.
2012.
TOMITA, Y.; ANDO, T.; UENO, K. Infrared Spectra of Nitrilotriacetate Chelates in
Aqueous Solution. The Journal of Physical Chemistry, v. 69, n. 2, p. 404-407. 1965.
Disponível em: <http://pubs.acs.org/doi/pdf/10.1021/j100886a008>. Acesso em 19 ago. 2012.
VAN VLACK, L. H. Principios de Ciência dos Materiais. 13. ed.. São Paulo: Edgard
Blücher, 2000. 427 p.
VOGEL, A. I. Análise Química Quantitativa. 6. ed.. Rio de Janeiro: LTC, 2006. 496 p.
YANG, H.; DENG, Y.; DU, C. Synthesis and optical properties of mesoporous MCM-41
containing doped TiO2 nanoparticles. Colloids and Surfaces A: Physicochemical and
Engineering Aspects, v. 339, n. 1-3, p. 111-117. 2009. Disponível em: <http://ac.elscdn.com/S0927775709000703/1-s2.0-S0927775709000703-main.pdf?_tid=3bc434e4-4d8811e2-a0c0-00000aab0f02&acdnat=1356326008_39824181cb5caca77eae6c929c65f5ae>.
Acesso em 24 dez. 2012.
88
ANEXOS A : PADRÕES UTILIZADOS PELO SOFTWARE MATCH.
89
90
Download