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Rede Catarinense de Comunicação da Maçonaria Universal
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Informativo Nr. 1.559
Filiado à ABIM sob nr. 007/JV
Academia Catarinense Maçônica de Letras
Academia Maçônica de Letras do Brasil
Loja Templários da Nova Era nr. 91
Reuniões às quintas-feiras – 20h00
Templo: “Obreiros da Paz” Canasvieiras
Editoria: IrJeronimo Borges – JP-2307-MT/SC
Florianópolis (SC) – domingo, 21 de dezembro de 2014
Índice:
Bloco 1-Almanaque
Bloco 2–Opinião: IrJoão Anatalino Rodrigues – Zorobabel, o Aterzata
Bloco 3–IrJoão Ivo Girardi – Coluna do Irmão João G ira - Natal
Bloco 4-IrJosé Ronaldo Viega Alves – Os Mistérios Judaicos na visão de C.W. Leadbeater. O que é a ..........
Bloco 5-IrHercule Spoladore – Francisco de Assis Carvalho
Bloco 6–IrRui Jung Neto – Coluna do Rito Schröder
Bloco 7–IrAilton Elisiário – O Petróleo é nosso?
Bloco 8 -IrPaulo César Fiúza Lima – Filantropia...Beneficência...Fraternidade...
Bloco 9 -IrAquilino R. Leal – Natal: velho gordo e barbudo se torna o principal protagonista da festa ......
Bloco 10-IrPedro Juk – Perguntas & Respostas – do IrAntonio Raia – Golpe de Malhete
Bloco 11-Destaques JB (Resenha Geral) – (hoje com versos do Irmão e Poeta Sinval Santos da Silveira)
Pesquisas e artigos desta edição:
Arquivo próprio - Internet – Colaboradores
– Blogs - http:pt.wikipedia.org - Imagens: próprias, de colaboradores e
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Os artigos aqui publicados não refletem necessariamente a opinião deste
informativo, sendo plena a responsabilidade de seus autores.
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Bloco 1 - Almanaque
Bloco 1 - Almanaque
Hoje é o 355º. dia do Calendário Gregoriano – Lua Nova às 22h36
Faltam 10 dias para terminar 2014.
Dia do Solstício de Dezembro: Verão no Hemisfério Suk e Inverno no Hemisfério Norte
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Livros
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Eventos históricos
Aprofunde seu conhecimento clicando nas palavras sublinhadas
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235 - Eleito o Papa Antero, 19º papa.
1124 - Eleito o Papa Honório II, 164º papa.
1140 - Batalha de Weinsberg, as tropas de Conrado III, filho do Imperador Frederico, derrotam Guelfo VI, irmão
de Henrique, O Soberbo, Duque da Bavária.
1163 - Furacão causa grandes inundações na Holanda.
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1237 - Os mongóis saqueiam a cidade russa de Ryazan.
1466 - Pedro Vaz de Melo, governador da Casa do Cível e Senhor das Vilas de Atalaia e Asseiceira recebe o
título de Conde de Atalaia.
1471 - João de Santarém e Pedro Escobar descobrem as ilhas de São Tomé e Príncipe.
1561 - Antoine Perrenot de Granvelle torna-se arcebispo francês.
1582 - Flandres adota o calendário gregoriano.
1607 - Início do vice-reinado peruano de Juan de Mendoza y Luna, marquês de Montesclaros.
1620 - Peregrinos do Mayflower desembarcam em Plymouth Rock, na costa atlântica da América do Norte, e
estabelecem um assentamento permanente, onde atualmente localiza-se a cidade de Plymouth.
1829 - Fundação do Condado de Rabun, no estado da Geórgia (Estados Unidos).
1844 - Um grupo de 28 tecelões de Rochdale, na região de Manchester, Inglaterra, lançou ao mundo a semente do
sistema econômico do cooperativismo.
1903 - Primeira edição do Prêmio Goncourt de literatura francesa.
1937 - O filme A Branca de Neve e os Sete Anões, de Walt Disney, estréia nos cinemas norte-americanos.
1942 - Projecto Manhattan: início da primeira reacção nuclear em cadeia auto-sustentada.
1945 - Equador e Iraque são admitidos como Estados-Membros da ONU.
1959 - O código Q, como é conhecido o Código Fonético Internacional, é aprovado pela Convenção Internacional
de Telecomunicações em Genebra.
1961 - Fundação do município de Alfredo Wagner, no estado brasileiro de Santa Catarina.
1968 - Lançamento da missão Apollo 8.
1970 - Primeiro vôo da aeronave F-14 Tomcat.
1987 - É criado o município de Diamante D'Oeste no estado do Paraná, Brasil.
1988 - O Voo Pan Am 103 explode no ar em Lockerbie
1991 - Criação da Comunidade de Estados Independentes
1995 - fundação do município brasileiro de Pingo-d'Água, estado de Minas Gerais.
2008 - Final do Mundial Interclubes da FIFA de 2008: o Manchester United, da Inglaterra, derrotou a LDU, do
Equador, por 1x0.
2008 - Último show do grupo RBD.
2010 - Eclipse Lunar total, visível para Ásia, Austrália, Pacífico, Américas e Europa.
2012 - Final do Calendário Maia com o ciclo de 5125 anos.
Feriados e eventos cíclicos
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Dia do Atleta.
Festeja-se o Yule, nome dado ao Solstício de Inverno pelos neo-pagãos.
Solstício de dezembro: verão no hemisfério sul e inverno no hemisfério norte.
Fatos maçônicos do dia
Fonte: O Livro dos Dias (Ir João Guilherme 18ª. edição) e acervo JB News
1882
1912
Unem-se o Grande Oriente Unido (de Saldanha Marinho) e o Grande Oriente do Brasil.
Tratado entre o Grande Oriente do Brasil e a Grande Loja Unida da Inglaterra, onde ficou estabelecida
a criação do Grand Council of Craft Masonry (Grande Conselho da Maçonaria Simbólica do Brasil)
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Nota
Há um excesso de matérias nesta última edição de 2014. Reserve os
dias que virão pela frente, para uma leitura acurada de cada artigo, de
cada opinião, saboreando um incrível mancancial de cultura e
informações maçônicas, propocionada pelos nossos colaboradores.
Ao contrário dos anos anteriores, neste, o JB News deixará de circular
a partir desta segunda-feira, dia 22, para retornar nos primeiros dias
de janeiro. A Rádio Sintonia 33, no entanto, continuará com sua
programação musical, acompanhando-o durante às 24 horas.
Aproveitaremos este pequeño recesso para reavaliação do JB News,
tentar melhorá-lo ainda mais no que for possível, como também na
programação da Rádio Sintonia 33, com vistas ao ano de 2015,
sempre com o intuito de oferecer o melhor.
Desejamos aos leitores, ouvintes, colaboradores, articulistas,
correspondentes e aos que nos tem prestigiado em todas as horas e
momentos, um Feliz Natal e um Ano de 2015 com muita alegría, saúde,
prosperidade e sucessos.
Que o Pai Celestial nos oriente e nos guie.
JB NEWS & RÁDIO SINTONIA 33
Rede Catarinense de Comunicação da Maçonaria Universal
Boas Festas!
Ho, Ho, Ho, Ho...
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Bloco 2- Opinião – João Anatalino Rodrigues
Zorobabel, o Aterzata
O Irmão João Anatalino Rodrigues produz a “Opinião” dos domingos:
www.joaoanatalino.recantodasletras.com.br
[email protected]
Zorobabel, o Aterzata
“Vinde e restauremos os muros de Jerusalém. Não sejamos mais objeto de opróbrio para os nossos
inimigos.” Esdras, 2:18.
Reconstruir Jerusalém, essa foi a missão,
Que o Senhor deu ao rabino Zorobabel.
Pois que então um novo pacto de união,
Seria estabelecido com o povo de Israel.
E para fazer a tarefa que Deus lhe dava,
A Maçonaria israelense estava preparada.
Se em uma das mãos a trolha manejava,
Na outra tinha prontos escudo e espada.
Assim o novo e belo templo foi erguido,
No lugar do antigo que bárbaros caldeus
Com selvageria haviam um dia destruído.
Pois Deus favorece a quem sua lei acata,
E dessa nova Loja fundada pelos judeus,
Zorobabel se tornou o Poderoso Aterzata.
A reconstrução do Templo
Após mais de meio século de cativeiro na Babilônia, para onde foram levados após serem
derrotados pelos caldeus em 586 a C., os judeus foram autorizados pelo rei Ciro, da Pérsia, a voltar
a Jerusalém e reconstruir o templo de Salomão, que havia sido destruído pelas tropas do rei
Nabucodonosor. Seu líder era um sacerdote de nome Zorobabel.
Historicamente, o personagem Zorobabel foi um rabino que nasceu durante o cativeiro dos
judeus no exílio da Babilônia e se tornou líder daquele povo. Sob sua liderança, eles voltaram para
Jerusalém com a permissão do Rei Ciro da Pérsia, após aquele rei ter derrotado os caldeus e
libertado os povos que eles tinham levado cativos para aquela cidade. Diz o cronista Esdras que
eram de 42.360 pessoas o contingente de pessoas repatriadas, além de seus servos e servas, o que
pressupõe que os judeus, já nessa época, não viviam mais como cativos no Império persa. Na
verdade, conforme se nota pelas crônicas de Esdras e pelo livro de Ester, os judeus, durante o
domínio persa, gozavam de uma relativa liberdade, tendo não só seus próprios governantes como
também mantendo sua religião e seus líderes religiosos.
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Na época, a Palestina ocupada pelos persas, era governada por agentes nomeados pelo próprio
rei. Esse governador, denominado “sátrapa”, nomeava para cada cidade uma espécie de prefeito,
que recebia o título de Aterzata. Esse foi o título atribuído a Zorobabel, após ele ter reconduzido a
reconstrução do Templo.
Todavia, naquele tempo como hoje, a Palestina não era habitada somente pelos judeus. A volta
de um tão vasto contingente de pessoas para aquela terra, sabidamente tão pobre em recursos
naturais, trouxe muita preocupação para os povos que habitavam a região. Esse novo êxodo logo se
degenerou em conflito. Esdras fala da feroz oposição dos samaritanos, povo que embora fosse
aparentado dos judeus, com eles mantinha uma feroz inimizade, cultivada desde os tempos em que
o reino israelita havia se separado em dois reinos antagônicos.
Esdras deixa transparecer em sua crônica que essa oposição foi provocada pelos próprios
judeus, que muito zelosos das suas próprias tradições, não permitiram que seus rebeldes
conterrâneos participassem da reconstrução do templo.
Como eram muitas as incursões dos samaritanos e de outras tribos habitantes da região contra o
canteiro de obras judeu, Zorobabel criou uma espécie de corpo de milícia para protegê-lo. Ao
mesmo tempo em que trabalhavam na reconstrução, os operários judeus a defendiam. Esdras
escreveu que “enquanto manejavam com uma das mãos a trolha e a argamassa, tinham na outra a
espada”, expressão que o Cavaleiro Ramsay utilizou em seu famoso dicurso.[1]
Esdras descreve assim essa restauração: “No primeiro ano do rei Ciro, ele ordenou que
a Casa de Deus, que há em Jerusalém, fosse reedificada no lugar onde se oferecem
sacrifícios, e que se lhes pusessem uns fundamentos que sustentassem a altura de
sessenta côvados, três fiadas de pedra por polir, e do mesmo modo fileiras de madeira
nova; e que a despesa se fizesse da casa do rei. E que restituíssem também os vasos de
ouro e prata do Templo de Deus, que Nabucodonosor tirara do Templo de Jerusalém, e
que levara para Babilônia, e que se reconduzissem para o Templo de Jerusalém para o
seu lugar, os quais também se puseram no Templo de Deus”[2]
Foi essa disposição que motivou Zorobabel a voltar a Jerusalém, a testa de um exército de
construtores, para reconstruir o segundo Templo de Salomão.
A lenda da reconstrução
Uma antiga lenda maçônica diz que a reconstrução do Templo foi conduzida por judeus que
haviam fugido para o Egito durante a invasão dos caldeus. Após a derrota destes frente aos persas
eles voltaram para Jerusalém e constituíram um grupo secreto para estudar arquitetura e promover a
reconstrução do Templo, exatamente como ele o era no tempo de Salomão. Esse grupo mantinhase na clandestinidade exatamente para evitar o ataque das populações hostis. Seus membros se
identificavam através de palavras de passe e toques.
Era um grupo remanescente daqueles Perfeitos e Sublimes Maçons, conhecedores da Palavra
Sagrada, de que fala o grau quatorze do REAA.
Zorobabel, de volta a Jerusalém, entrou em contato com eles e fez reconhecer-se como um
deles dando-lhes a Palavra Sagrada. Vendo a firme disposição daqueles irmãos em reconstruir o
Templo do Senhor, Zorobabel empenhou-se junto ao rei Ciro para que ele permitisse e financiasse a
reconstrução. Ciro concordou, mas pressionou o líder judeu para que este lhe revelasse seus
segredos, mas ele não cedeu ás pressões do rei. Comovido com a firme disposição de Zorobabel e
com a sua fidelidade ao Senhor e aos seus Irmãos, o rei se dispôs a ajudá-los, liberando todos os
judeus, fornecendo os recursos para a obra e devolvendo os utensílios que Nabucodonosor pilhara
por ocasião da invasão dos caldeus.
Foi então que Zorobabel voltou a Jerusalém e junto com Neemias, coordenou a reconstrução do
Templo.
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A história da reconstrução do Templo de Jerusalém é uma epopeia que encarece o valor da
fidelidade, da coragem e do zelo. O exemplo de resistência, coragem e determinação dada pelos
judeus nessa reconstrução é uma prova de que a maior defesa de um povo está no respeito ás suas
tradições e na persistência de uma crença. Enquanto outros povos, mais fortes, mais desenvolvidos,
em termos econômicos, sociais, científicos e militares, são hoje apenas referências na história da
civilização, Israel continua vivo e exercendo sua influência nela. Sua história é um exemplo de
tenacidade, resistência, esperança e fé num destino traçado pela mão de Deus, e não apenas mais
uma consequência do materialismo histórico, formatado pelas leis da evolução social.
O modelo da Fraternidade
A história de Israel nos prova que é na tradição da Fraternidade, na crença da “eleição” por um
Deus verdadeiro, na tradição de uma cultura e de um ideário comum de símbolos, mitos e
esperanças que repousam a força de um grupo. Israel sobreviveu a todas as vicissitudes históricas,
a todas as tragédias coletivas que se abateram sobre seu povo, graças á tradição cultural que
desenvolveu. Essa tradição repousa numa idéia de elitismo religioso, que o faz forte, capaz de
resistir a todas as tentativas de desagregação interna e destruição externa. Por isso a Israel bíblica é
o arquétipo que inspira a tradição maçônica.
Por muito menos, nações mais poderosas e povos mais desenvolvidos deixaram de existir. Os
gregos sucumbiram aos ataques de seus inimigos externos justamente pelas dissensões internas
que sempre abrigaram em seu seio. Os romanos, mais tarde, também desapareceram por força da
própria indolência que a desagregação social, política e econômica, mais cedo ou mais tarde
provocam nos povos que abandonam suas raízes. Assim desaparecem os povos e as nações,
quando permitem que sua cultura se abastarde, suas tradições se corrompam e sua identidade se
perca.
A garantia de sobrevivência de um grupo repousa no respeito ás suas tradições. Seria bom que
os maçons não se esquecessem dessas lições, pois é nesse arquétipo que a Maçonaria, como
instituição universalmente reconhecida, foi buscar a sua força nuclear. É na conservação de uma
tradição, no compartilhamento de uma idéia de Irmandade e na força do apelo á espiritualidade,
fundamentada numa noção, ao mesmo tempo mística e racional da divindade, que a Arte Real se
apoia e se desenvolve, colocando-se como opção filosófica e prática de vida para uma sociedade
cada vez mais diversificada e materialista.
A Maçonaria, como idéia, é uma reedição do reino e do povo de Israel enquanto modelo cultural,
capaz de sobreviver e difundir conhecimento, ciência e virtude para os povos, em todos os países
onde ela existir. Nessa confluência de ideais, propósitos e compartilhamento de resultados, está a
sua força e a sua justificativa como instituição, que sobrevive e cresce cada vez mais, não obstante
as tentativas de supressão que tem sofrido ao longo dos séculos.
Por isso a lenda da reconstrução do Templo de Jerusalém é uma das alegorias mais importantes
do ritual maçônico, sendo o próprio presidente das chamada Lojas de Perfeição chamado de
Aterzata, em homenagem ao rabino Zorobabel.
________________________
NOTAS
[1] André Michel de Ransay, nobre escocês, tido como fundador do Rito Escocês Antigo e Aceito. Foi um grande disseminador da
Maçonaria no continente europeu no século XVIII.
[2] Esdras, 6,1/5
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Bloco 3 – Coluna do Irmão João Gira
Natal
O Ir. João Ivo Girardi [email protected] da Loja “Obreiros de Salomão” nr. 39
de Blumenau, é autor do “Vade-Mécum Maçônico – Do Meio-Dia à Meia-Noite” cujos
assuntos deste Bloco são por ele extraídos.
NATAL
“Se no Natal não posso estar ao lado de todos que amo, então, quando todos que amo estão ao meu
lado, é Natal”.
1. José Castellani assim se expressa sobre o Natal: As duas principais estrelas da constelação
de Câncer tomam o nome de Aselos (latim Asselus = diminutivo de Asinus, ou seja: jumento,
burrico). Na tradição hebraica, as duas estrelas são chamadas de Haiot e Nakodish, ou seja,
animais de santidade, designados pelas duas primeiras palavras do alfabeto hebraico, Aleph e Beth,
correspondentes ao asno e ao boi. Diante delas, há um pequeno conglomerado de estrelas,
denominado, em latim, Praesepe, que significa presépio, estrebaria, curral, manjedoura, e que, em
francês, é creche, também com o significado de presépio, manjedoura, berço. Essa palavra creche,
já foi, inclusive, incorporada a idiomas latinos, com o significado de local onde as crianças novas
são acolhidas temporariamente. Esse simbolismo dá sentido à observação material: Jesus nasceu a
25 de dezembro, sob o signo de Capricórnio, durante o solstício de inverno, sendo colocado em
uma manjedoura, entre um asno e um boi. Essa data de nascimento, todavia, é puramente
simbólica. Para os primeiros cristãos, Jesus nascera em julho, sob o signo de Câncer,
quando os dias são mais longos no HN. O sentido cristão, no plano simbólico, abordaria então a
Porta dos Homens e, assim, só haveria a compreensão de Jesus, como ser, como homem. Mas
Jesus é o ungido, o messias, o Cristo - segundo a teologia cristã - e o outro polo, obrigatoriamente
complementar, é a Porta de Deus, sob o signo de Capricórnio, tornando a dualidade compreensível.
Dois elementos, entretanto, um material e um religioso viriam a influir na determinação da data de
25 de dezembro. O material refere-se aos hábitos dos antigos cristãos e o religioso, ao mitraísmo da
antiga Pérsia, adotado em Roma. Os primeiros cristãos do Império Romano, para escapar às
perseguições, criaram o hábito de festejar o nascimento de Jesus durante as festas dedicadas ao
deus Baco, quando os romanos, ocupados com os folguedos e orgias, os deixavam em paz. Mas a
origem mitráica é que a mais plausível para explicar essa data totalmente fictícia: os adeptos do
mitraísmo costumavam se reunir na noite de 24 para 25 de dezembro, a mais longa e mais fria do
ano, numa festividade chamada - no mitraísmo romano - de Natalis Invicti (nascimento do Sol
triunfante). Durante toda a fria noite, ficava fazendo oferendas e preces propiciatórias, pela volta da
luz e do calor do Sol, assimilada ao deus Mitra. O Cristianismo, ao fixar essa data para o
nascimento de Jesus, identificou-o com a luz do mundo, a luz que surge depois de prolongadas
trevas.
2. Origens do Natal: Ao contrário do que muitos pensam o natal não é uma festa cristã. A prática
de festejar o natal foi introduzida na Igreja Católica, no Concílio de Nicéia - mais de 400 anos após o
nascimento de Jesus. A palavra natal em inglês é christmas, a união de duas palavras, christ e
mass que significa missa de Cristo ou missa de natal. O dia 25 de dezembro foi escolhido porque
coincidia com os festivais pagãs que celebravam a saturnália (indica as festas em honra ao deus
saturno) e o solstício de inverno (época em que o sol passa pela sua maior declinação boreal ou
austral, e durante a qual cessa de afastar-se do equador), em adoração ao deus-sol, o sol invictus.
Este festival de inverno era chamado a natividade do sol. A festa solar do natalis invicti (natividade
do sol inconquistado) era celebrado em 25 de dezembro. Desde a Antiguidade a humanidade
cultua os deuses, pois o homem necessita antropomofirzar as coisas para ter um referencial
sobre si mesmo. As primeiras religiões surgiram do culto das fontes que saciavam as
necessidades físicas básicas do ser humano. Na forma de religião havia a satisfação do espírito de
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um corpo já saciado. Assim cultuavam-se plantas, árvores, montanhas, a chuva, o mar. Este culto
antigo era quase totalmente devoto da Mãe Natureza. Do culto à Mãe Natureza originou-se o culto
aos seus ciclos (estações do ano), necessários a agropecuária. Estes ciclos são muito bem
marcados ao longo do caminho solar, denominado ano terrestre, na forma de equinócios e
solstícios. No início do Cristianismo Jesus foi identificado como o deus-sol. Tertuliano teve que
assegurar que o sol não era o Deus dos cristãos, e Agostinho denunciou a identificação herética de
Cristo com o Sol. O papa Leão I reprovou o ressurgimento desta prática, como já havia acontecido
com o povo de Israel: e com os rostos para o oriente, adoravam o sol virado para o oriente (Ez
8:16).
3. Papai Noel: A figura do Papai Noel tem origem na história de São Nicolau de Taumaturgo,
arcebispo de Mira, na Lícia antiga, atual Turquia. São Nicolau quando jovem viajava muito, tendo
conhecido a Palestina e o Egito. Por onde passava ficava na lembrança das pessoas devido a sua
bondade e o costume de dar presentes às crianças necessitadas. Durante o século IV, este homem
de fé marcante foi transformado legendariamente neste Papai universal. A associação da imagem
de São Nicolau ao Natal aconteceu na Alemanha e espalhou-se pelo mundo em pouco tempo.
Nos Estados Unidos ganhou o nome de Santa Claus, no Brasil de Papai Noel e em Portugal de
Pai Natal. O professor Clemente Moore, de Nova York, popularizou o bom velhinho com seu
célebre poema; Uma visita de São Nicolau (1822). Até o final do século XIX, o Papai Noel era
representado com uma roupa de inverno na cor marrom ou verde escura. Em 1886, o cartunista
alemão Thomas Nast criou uma nova imagem para o bom velhinho. A roupa nas cores
vermelha e branca, com cinto preto, criada por Nast foi apresentada na revista Harper’s Weeklys
neste mesmo ano. Unindo este conto às antigas lendas nórdicas, renas, trenós de neve gnomos
míticos, temos hoje os ingredientes de um conto infantil do hemisfério norte, capaz de comover até
os adultos que ainda sonham com a sua infância. O atual Papai Noel, de roupa vermelha e saco às
costas, nasce nos Estados Unidos na metade do século XX como São Nicolau transmudado em
gnomo ou duende e, logo em seguida foi transformado em um simpático velhinho. Ele é introduzido
na Europa depois da Primeira Guerra Mundial e se impõem pouco a pouco pela pressão comercial e
daqueles que querem festejar o Natal sem referências religiosas. Em 1931, uma campanha
publicitária da Coca-Cola mostrou o Papai Noel com o mesmo figurino criado por Nast, que
também eram as cores do refrigerante. A campanha publicitária fez um grande sucesso,
ajudando a espalhar a nova imagem do Papai Noel pelo mundo. Como dizem: Natal sem Papai
Noel não é mesma coisa.
4. Origem da canção: Noite Feliz: Em 24 de dezembro, milhares de turistas irão mais uma vez
para Oberndorf, perto de Salzburgo (região central da Áustria), onde, há 185 anos, foi comnposta
Noite Feliz, uma das mais conhecidas canções natalinas. Stille Nacht, Heilig Nachti em alemão,
Noite Feliz em português, Silent Night em ingles, Douce Nuit em francês, hoje traduzida para 330
idiomas, a canção de Natal austríaca foi criada por acaso, quando quebrou o órgão da Igreja do
povoado de 6.000 habitantes. Em 1818, dois dias antes do Natal, o antigo órgão da igreja de São
Nicolau, a paróquia do padre Joseph Mohr, parou de tocar. Para não decepcionar os fiéis, o
sacerdote pediu ao amigo Franz Xaver Gruber, maestro e organista do vizinho povoado de
Arnasdorf, para compor uma melodia para um texto de Natal que ele havia escrito dois anos antes.
Na Missa do Galo de 24 de dezembro, o padre Joseph Mohr, com sua bela voz de tenor, e que
tocava violão, e Gruber, com sua bela voz de baixo, interpretaram pela primeira vez, em alemão, a
canção Noite Feliz. O fato era totalmente incomun na época, quando os textos religiosos ainda eram
escritos em latim. Mas Mohr achava que uma letra simples e fácil de entender era o mais adequado
para seus fiéis, na grande maioria barqueiros e camponeses. Em 1831, um coral que se dedicava a
executar cantos populares tiroleses incorporou a canção natalina do padre Mohr a seu repertório
durante uma viagem pela Rússia. Dali, a canção viajou para Nova York, onde foi interpretada pelo
coral tiroles em l839, mas onde seus autores e sua origem permaneceram desconhecidos. Trinta e
seis anos depois, a corte prussiana, que procurava a partitura original da canção, consultou o
pároco de São Pedro de Salzburgo que, par surpresa geral, disse que Mohor e Gruber, mortos no
anonimato em 1848 e 1863, rspectivamente, eram os autores daquela canção que tinha sido
atribuida ao compositor austríaco Michael Haydn. Hoje, Oberndorf vela para que os dois homens
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não sejam esquecidos. Em 1937 foi construida uma capela no mesmo local onde, no século
anterior, ficava a paróquia de São Nicolau, que foi destruída em 1913 por uma inundação. A ela foi
dado o nome de Noite Feliz e em seus vitrais aparecem os retratos de Mohr e Gruber. A capela é
hoje uma atração turística que recebe 150 mil visitantes por ano. Mas, como a capela só tem
capacidade para 20 pessoas, em 24 de dezembro o padre Nikolaus Erber celebra a missa ao ar
livre, visto que tradicionalmente 7.000 pessoas acompanham a Missa do Galo em Oberndorf.
TRADIÇÕES DE NATAL
Árvore de Natal: A origem da árvore de natal é mais antiga que o próprio nascimento de Jesus.
Naquela época, uma grande variedade de povos indo-europeus que estavam se expandindo pela
Europa e Ásia consideravam as árvores uma expressão da energia de fertilidade da Mãe Natureza,
por isso lhes rendiam culto. O carvalho foi, em muitos casos, considerado a rainha das árvores. No
inverno, quando suas folhas caíam, os povos antigos costumavam colocar diferentes enfeites nele
para atrair o espírito da natureza, que se pensava havia fugido. A árvore de Natal moderna surgiu
na Alemanha e suas primeiras referências datam do século XVI. (Em tempo: a árvore de natal foi
inventada pelo grande reformador protestante Martinho Lutero. Ele escolheu o prinheiro por ser
a única árvore capaz de resistir ao intenso frio do inverno alemão, sem perder suas folhas. As bolas
com que enfeitou a primeira árvore natalina representava, segundo ele, os frutos do Espírito na vida
cristã). Foi a partir do século XIX que a tradição chegou à Inglaterra, França, Estados Unidos e
depois, já no século XX, virou tradição na Espanha e na maioria da América Latina. Este pinheiro
natalino mostra que mesmo no inverno mais rigoroso, o verde de seus ramos resiste e as maçãs
continuam saborosas e comestíveis mesmo depois da chegada da nova e rude estação.
Enfeites da árvore de Natal: Antes que fossem substituídas por lâmpadas elétricas coloridas, as
velas eram enfeites comuns nas árvores e simbolizam a purificação, com a chama sendo acesa
como a representação de Cristo, a luz do mundo. As habituais pinhas se utilizam como símbolo da
imortalidade e os sininhos como mostra do júbilo natalino. As bolas de cores (antigamente as
maçãs) presas aos galhos da árvore são sinal de vida diferenciada. Finalmente, as estrelas
anunciam os desígnios de Deus. A estrela colocada na ponta da árvore de natal representa a
estrela de Belém.
Cartões de Natal: A confecção do primeiro cartão de natal é atribuída ao britânico Henry Cole que,
em 1843, encomendou a uma gráfica um cartão com a mensagem: Feliz Natal e Próspero Ano Novo
porque não tinha tempo para escrever pessoalmente a cada um dos seus amigos. Rapidamente, o
costume de desejar Boas Festas com o uso de um cartão se estendeu por toda a Europa e, a partir
de 1870, esses cartões começaram a ser impressos coloridos.
Ceia de Natal: Você sabe a origem da ceia de Natal? Conforme consta na literatura, há centenas
de anos, os europeus deixavam a porta de sua casa aberta no dia de Natal para que os peregrinos
e viajantes entrassem e, junto com a família, confraternizassem nesse dia. Daí o porquê de o Natal
ser uma data de confraternização entre amigos e familiares. E o prato mais clássico servido nessa
ocasião é o peru. O consumo dessa ave se originou nos Estados Unidos. Lá, o peru é um prato
tradicionalmente servido no Dia de Ação de Graças, uma data muito importante para os americanos,
e essa tradição veio para o Brasil. Os índios americanos já criavam perus antes de ocorrer a
colonização inglesa. Durante a colonização, os índios serviram peru para comemorar a
primeira grande colheita, e assim surgiu o hábito de consumir peru para celebrar datas
importantes. Outros alimentos tradicionais do Natal são as frutas secas, as nozes, as castanhas e
o panetone. Este foi criado na Itália, mas não se sabe exatamente sua origem. Existem várias
versões. De acordo com uma delas, um padeiro de Milão chamado Tone, em aproximadamente 900
d.C., fez um pão e misturou nele alguns ingredientes como frutas secas e nozes. Esse pão fez muito
sucesso e ficou conhecido como pane di Tone. Uma segunda versão diz que, entre 1300 e 1400,
um italiano, também de Milão, chamado Ughetto, estava apaixonado por uma moça que se
chamava Adalgisa e, para poder ficar junto dela, empregou-se na padaria de seu pai. Lá, criou um
pão especial que conquistou tanto a filha quanto o pai. E assim o pai de Adalgisa deu a mão dela a
Ughetto. E uma outra versão conta que um chef di ciusine chamado Gian Galeazzo Visconti, duque
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de Milão, em 1395 criou um pão diferente para uma festa, e este fez muito sucesso por causa de
seu sabor. Mas, independentemente das lendas em torno da história do panetone, ele está sempre
presente nas mesas de Natal de todo brasileiro.
Presépio: A palavra presépio significa um lugar onde se recolhe o gado; curral, estábulo. Porém,
esta também é a designação dada à representação artística do nascimento do Menino Jesus num
estábulo. Os cristãos já celebravam a memória do nascimento de Jesus desde finais do séculço III,
mas a tradição do presépio, na sua forma atual, tem as suas origens no século XVI. Antes dessa
época, o nascimento e a adoração ao Menino Jesus eram representadas de outras maneiras. As
primeiras imagens do que hoje conhecemos como presépio de natal foram criadas em mosaicos no
interior de igrejas e templos no século VI e, no século seguinte, a primeira réplica da gruta no
Ocidente foi construída em Roma. No ano de 1223, no lugar da tradicional celebração do natal na
igreja, São Francisco, tentando reviver a ocasião do nascimento do Menino Jesus, festejou a
véspera do Natal com os seus irmãos e cidadãos de Assis na floresta de Greccio. São Francisco
começou então a divulgar a idéia de criar figuras em barro que representassem o ambiente
do nascimento de Jesus. De lá pra cá, não há dúvidas que a tradição do presépio natalino se
difundiu pelo mundo criando uma ligação com a festa do Natal. Já no século XVIII, a recriação da
cena do nascimento de Jesus estava completamente inserida nas tradições de Nápoles e da
Península Ibérica.
Os Três Reis Magos: Os três Reis Magos surgem como sábios vindos do Oriente com o propósito
de venerarem o Menino Jesus, o novo Rei dos Judeus que tinha nascido. O caminho até Belém
onde se encontrava o Menino, é-lhes indicado por uma estrela, a Estrela de Belém e devido à
grande distância percorrida pelos Reis Magos até lá, diz-se que a visita destes se fez no dia 6 de
Janeiro. É no Evangelho de São Mateus que encontramos a única referência à existência dos Reis
Magos. Foi no século V que Orígenes, erudito da igreja antiga e Leão Magno, sacerdote e mais
tarde Papa e Santo, lhes conferem o título de Reis Magos. E só no século VII é que lhe foram
atribuídos nomes: Gaspar (aquele que vai inspeccionar), Baltazar (Deus manifesta o Rei) e
Belchior/Melchior/Melquior (meu Rei é luz). No século XV é associada uma raça a cada um dos Reis
Magos, de modo a representar toda a raça humana que se conhecia na época. Por tradição diz-se
que são três devido aos três presentes oferecidos: Ouro, Incenso e Mirra. Crê-se que não seriam
propriamente Reis, mas talvez Sacerdotes, Conselheiros ou até Astrônomos. Na antiguidade, era
costume oferecer-se ouro a um Rei, incenso a um Sacerdote e mirra a um Profeta. Por isso
Belchior, de raça branca, ofereceu ouro reconhecendo-Lhe realeza; Gaspar, representando a
raça amarela, ofereceu-Lhe incenso atribuindo-lhe divindade e, finalmente Baltazar, de raça
negra, ofereceu mirra que representava a imortalidade. É na Idade Média que começa a
devoção aos Reis Magos e, no século VI as suas relíquias são levadas de Istambul para Milão.
Sendo já considerados Santos em 1164, foram levados para a catedral de Colônia, na Alemanha.
Atualmente, os Reis Magos fazem parte das tradições de Natal, nomeadamente pelas suas figuras,
que são colocadas junto ao presépio. Celebram o nascimento de Jesus, através da sua visita e da
oferta de presentes, criando-se a tradição de trocar prendas nesta época festiva. Daí que, em
países como a Espanha, se proceda à troca de prendas só no dia 6 de Janeiro.
Noite feliz, noite feliz /Ó senhor, Deus de amor /Pobrezinho nasceu em Belém /Eis na lapa,
Jesus nosso bem /Dorme em paz, ó Jesus /Dorme em paz, ó Jesus. - Noite feliz, noite feliz
/Eis que no ar vem cantar /Aos pastores os anjos dos céus /Anunciando a chegada de Deus
/De Jesus, Salvador! /De Jesus, Salvador! - Noite feliz, noite feliz /Ó senhor, Deus de amor
/Pobrezinho nasceu em Belém /Eis na lapa, Jesus nosso bem /Dorme em paz, ó Jesus /Dorme
em paz, ó Jesus. - Noite feliz, noite feliz /Eis que no ar vem cantar /Aos pastores os anjos dos
céus /Anunciando a chegada de Deus /De Jesus, Salvador! /De Jesus, Salvador!
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Bloco 4 – José Ronaldo Viega Alves
O Irm.·. José Ronaldo Viega Alves*
escreve aos domingos neste espaço.
OS MISTÉRIOS JUDAICOS NA VISÃO DE C.W. LEADBEATER.
O QUE É A “TRADIÇÃO INVENTADA”? CERIMÔNIAS
MAÇÔNICAS: SEGREDOS EGÍPCIOS SOB FORMA JUDAICA?
AS LIGAÇÕES DE MOISÉS E SALOMÃO COM OS EGÍPCIOS.
*Irmão José Ronaldo Viega Alves
[email protected]
Loja Saldanha Marinho, “A Fraterna”
Oriente de S. do Livramento – RS.
“Parece claro que quem quer que Moisés/Mousos tenha sido, como príncipe egípcio,
ele foi educado no conhecimento e na sabedoria antiga, retidos pelos sacerdotes do
Egito. Esse conhecimento incluía informações a respeito do mundo natural, do
macrocosmo,inclusive dos céus, do Sol e da Lua. Também está claro que ele precisou
criar um conjunto de regras de comportamento civilizado para que a multidão que
enfim o seguiu pelo Sinai pudesse usar como base de sua sociedade. Além disso, ele
evocou seu conhecimento do macrocosmo como lhe ensinaram, e incluiu elementos
do mesmo nos rituais e utensílios religiosos que criou. Isso sem dúvida incluiu a
educação de novos sacerdotes no significado simbólico oculto de certos
personagens das escrituras. Ele fez tudo isso como parte do processo de moldar uma
plebe discrepante no corpo coesivo de uma nova nação. Entre os utensílios religiosos
importantes criados por Moisés estava a Arca da Aliança.”( Trecho do livro “Os
Segredos do Templo de Salomão”, de Kevin L. Gest, pág. 236)
“Em relação à Maçonaria, há autores que defendem sua origem egípcia, dizendo que
as práticas hebraicas, hoje presentes em alguns Ritos Maçônicos, foram transmitidas
aos hebreus por Moisés, que teria sido iniciado nos Mistérios Egípcios. É provável
que Moisés, criado por família nobre, depois de ter sido achado boiando, dentro de um
cesto, no rio, tenha tido contato com a classe sacerdotal, aprendendo os rudimentos
dos ritos mágicos do clero egípcio, todavia, sendo estrangeiro, é pouco provável que
se tenha aprofundado nesses ritos, pois os sacerdotes não permitiriam, como não
permitiram a outros estrangeiros, como Platão, Pitágoras, Apuleio e Heródoto, que só
tiveram acesso à parte mais superficial dos ritos, os Mistérios Menores.” (Trecho
pertencente ao artigo “A Herança Egípcia na Maçonaria”, de autoria do Irmão José
Castellani)
INTRODUÇÃO:
Não pensei que voltaria a escrever tão cedo sobre este assunto. Em meu primeiro livro,
já havia incursionado pela temática envolvendo o Egito, ainda que, naquela ocasião, o objetivo era
reunir informações suficientes para demonstrar que a teoria (das tantas que existem sobre as
origens da Maçonaria) que apontava o Egito como uma das suas prováveis origens, e que recebera
no começo do século passado, a partir de um levantamento efetuado por Charles Bernardim, 18
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opiniões favoráveis para as origens egípcias, entre 39 diferentes opiniões colhidas, não era tão
isenta de fantasias como outras tantas. Mas, os assuntos voltam, conforme um comentário que fiz
num trabalho anterior. Há ângulos diferentes de abordagem, há perguntas novas que surgem, e há
informações que vamos adquirindo em nossas leituras que fazem com que forçosamente ou
urgentemente, revisitemos assuntos passados, e até pelo fato de que sempre achamos que é
possível acender novas luzes. Não faz muito tempo que comecei a estabelecer novas conexões, que
foram surgindo entre uma leitura e outra, entre alguns personagens da história dos hebreus, bíblicos,
portanto, e as suas ligações aparentemente bem entrelaçadas com o Egito, um lugar e um povo
sabidamente com uma história tão caudalosa como o próprio Nilo. E fruto ainda, dessas leituras
instigantes que estou sempre fazendo, logo, logo, conexões, sinapses , uma profusão de perguntas
começam a pipocar deixando-me inquieto. Hora de montar o quebra-cabeças.
Tenho comigo que o grande motivo que me levou para o presente trabalho foi a
descoberta e a leitura do verbete MISTÉRIOS JUDAICOS no “Dicionário Maçônico” do Irmão
Joaquim Gervásio de Figueiredo, onde, na sequência do mesmo havia uma frase que por ter me
parecido um tanto hieroglífica, achei que tinha de decifrá-la. A frase é a seguinte: “Os ritos e os
símbolos maçônicos atuais tiveram origem egípcia, porém, a maioria deles nos chegou através dos
judeus.”
O presente trabalho tem então, como objetivo principal, esmiuçar na medida do
possível (o material literário disponível em português, e ele nunca existe na proporção aquela que
ansiamos encontrar) sobre os Mistérios Judaicos, apontar as conexões entre o Egito antigo e alguns
personagens da história de Israel, e ainda acompanhando a evolução natural do assunto, detectar a
partir de que momento e como se deu a absorção disso tudo pela Maçonaria. O trabalho serve de
um complemento ao outro anterior, mencionado como pertencente ao meu primeiro livro, trabalho
esse que se intitulava “Questões Controvertidas sobre as Origens da Maçonaria: a Origem Egípcia
seria uma Invenção dos Cultores do Esoterismo, ou um Produto da Egiptomania? Personagens
bíblicos iniciados em mistérios egípcios, a tradição e a religião egípcia, e uma ponte judaica que leva
até a Maçonaria... Será que foi assim?
Na verdade, é um campo vastíssimo para estudos, e com muitos desdobramentos. A
título de ilustração, ou para mostrar sucintamente a dimensão que isso poderia tomar, em se
fazendo um mapeamento completo do assunto, podemos dizer que existem algumas semelhanças
ou conexões envolvendo ainda a religião egípcia e alguns dos ensinamentos cristãos contidos na
Bíblia, o que até convergiria de certa forma em relação ao que estamos tratando, pois, essas
semelhanças ou influências acabaram chegando também por uma via judaica. Dá para supor então,
que tanto os primeiros cristãos (quando ainda eram considerados uma seita judaica.), como os
próprios adeptos da religião judaica, com o tempo, absorveram ou adaptaram ou se utilizaram dos
preceitos oriundos da religião egípcia.
E foi assim como tudo começou, podendo de antemão, dizer que este trabalho também
não irá esgotar o assunto, longe disso, pois, sempre acabam surgindo novas inquirições, dúvidas...
Os antigos hebreus construíram algumas “pontes” que levavam ao Egito. Vamos mostrar algumas,
com a devida cautela, assim como, em que pode ter redundado isso tudo, até particularmente na
questão dos mistérios judaicos possuírem uma origem egípcia. Com certeza, haverá muita pesquisa
ainda pela frente, para quem se habilite em dar uma continuidade.
EXCERTOS DE UMA NOTA INTRODUTÓRIA
Das mais variadas fontes, vou retirando as informações que penso serem fundamentais
para dar sustentação à construção que tem início a partir de agora. De um livro chamado “Ensaio
sobre a Investigação Filosófica na Maçonaria”, cujo autor não é Maçom e se chama Fábio Gardenal
Inácio, retiro dois importantes trechos, que vão ajudar bastante no todo. O primeiro trecho diz assim:
“Quando estudamos a origem da Maçonaria encontramos duas portas abertas a nossa frente: uma
escancarada e outra semicerrada. A porta escancarada diz respeito às estórias sobre a Maçonaria e
a porta semicerrada se refere à história da Maçonaria. Existem muitas histórias publicadas a respeito
da origem da Maçonaria e há uma escassez muito grande de histórias autorizadas ou reconhecidas
como verazes. Talvez este fato seja resultado de que alguns maçons ou simpatizantes tenham um
senso de preciosismo exacerbado com relação à Maçonaria e para mostrá-la como algo sublime,
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maquia sua origem verdadeira com mitos para que ela se apresente mais misteriosa e eletiva do que
é.”
O segundo trecho pertencente ao autor é exatamente sobre um dos mitos a respeito da
origem da Maçonaria, o que ele designou como “Mito da herança dos mistérios antigos”, e que diz o
seguinte:
“Esta é uma das preferidas de certa panela de ‘historiadores’ maçônicos. Consiste em afirmar que
dentre todas as ordens iniciáticas e misteriosas da Antiguidade a Maçonaria não só seria a sua
continuadora, mas a síntese de todas elas. Estes cultos iniciáticos eram compostos pelos mistérios
de Orfeu, de Ceres-Deméter, de Mitra, egípcios, célticos e orientais em geral. Alegam que num dado
momento histórico todas elas se amalgamaram numa só, mais oculta do que nunca, para
conseguirem a tão almejada sobrevivência e manutenção de seus mistérios”.
É justo que tenhamos inseridas ao longo do trabalho, o maior número possível de
opiniões, baseados naquele princípio que diz sobre não haver uma verdade absoluta.
MISTÉRIOS JUDAICOS, HEBRAICOS OU JUDEUS?
Como já havia mencionado acima, “Mistérios Judaicos”, é um verbete:
MISTÉRIOS JUDAICOS. 1 – Origem egípcia e influência judaica. Os ritos e símbolos maçônicos
atuais tiveram origem egípcia, porém a maioria deles nos chegou através dos judeus. Por isso a
tradição dos Mistérios Judaicos e os segredos egípcios sob forma judaica são os que predominam
nas cerimônias maçônicas. Conquanto parte das tradições preservadas no Antigo Testamento se
baseie em fatos, é inegável que muitas de suas descrições foram exageradas pelo colorido
nacionalista judaico. Além disso, as escrituras judaicas de nosso conhecimento foram inteiramente
reescritas por sacerdotes judeus depois do seu retorno do cativeiro de 70 anos em Babilônia, e
esses escritores aureolaram suas descrições de uma moldura toda romântica. 2 _ A emigração
hebraica. Durante seus 430 anos de permanência no Egito (Gen. 15:13), certos hebreus foram
iniciados em alguns Mistérios daquela nação. Entre esses estavam Moisés, de quem se disse mais
tarde: ‘Foi instruído em toda a sabedoria dos egípcios, e era poderoso em palavras e obras.’ (Atos
7:22). Parece ter sido o legislador hebreu o real fundador dos Mistérios Judaicos, pois, segundo a
tradição, ele introduziu ali a sucessão dos MM. II., que recebera dos sacerdotes egípcios. Durante
sua peregrinação ao abandonar o Egito, os hebreus usavam uma tenda para a celebração de seus
Mistérios, conservada na tradição hebraica como o tabernáculo. (Êxo., Caps.26 e 36). Em essência
trabalhavam ali com os rituais, e continuaram a usar o tabernáculo para a prática de seu culto até a
edificação do templo sobre o monte Moriah, em Jerusalém, por Salomão, que também se casara
com uma filha do faraó do Egito (I. Reis 3:1). Os utensílios empregados no serviço divino do templo
foram os mesmos até então usados no tabernáculo, e as lendas e fatos egípcios foram perpetuados,
porém, sob denominações e costumes judaicos.”
O Irmão João Ivo Girardi, em seu “Vade Mécum Maçônico” utiliza no verbete o
“hebraicos” ao invés de “judaicos”. Diz o seguinte:
“MISTÉRIOS HEBRAICOS: 1. Origem egípcia e influência hebraica. Os ritos e símbolos maçônicos
atuais tiveram origem egípcia, porém, a maioria deles nos chegou através dos judeus. Por isso a
tradição dos Mistérios Judaicos e os segredos egípcios sob a forma judaica são os que predominam
nas cerimônias maçônicas. 2. ’A Maçonaria está indiscutivelmente misturada aos Ritos, Cerimônias
e tradições do culto hebreu’. 3. Temos como exemplos maior da sua influência na Maçonaria: a
lenda da Construção do Templo de Salomão e a Lenda de Hiram Abif.”
O Irmão Wagner Veneziani Costa em seu livro “Maçonaria Escola de Mistérios”, fala
em Mistérios dos Judeus, onde podemos ler:
“Chegamos aos Mistérios dos Judeus, que, ainda que menos célebres do que aqueles que os
precederam, não são menos interessantes para se conhecer, porque eles tiveram a vantagem de
sobreviver aos seus predecessores; e vários eruditos pensaram que os Mistérios dos Judeus
foram a fonte das maçonarias modernas. (grifo meu) Os iniciados de Israel se denominavam
essênios.“
No livro de C.W. Leadbeater, “Pequena História da Maçonaria”, à pág. 106, temos:
“(...) Mistérios Judaicos, cuja tradição foi levada para Roma, donde, através dos Colégios, se
transmitiu às corporações medievais, para surgir finalmente no século XVIII, nos rituais
especulativos dos graus operativos, no Santo Arco Real, no grau de Mestre Marco Maçom, e nos
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outros emblemas e cerimônias que foram incorporados a certos graus subsidiários, simbólicos em
sua época, pertencentes à antiga convenção. Os Mistérios Judaicos são a fonte da atual tradição,
pois os três graus operativos constituem, como sempre constituíram a base de todo o sistema de
iniciações maçônicas, já que entesouram as relíquias dos Mistérios menores e maiores do Egito, que
só se podem denominar graus em sua forma original. “
C. W. LEADBEATER (1847 – 1934)
A essência do que foi exposto acima é Leadbeater. Mas, quem foi Leadbeater? Foi um
clérigo da Igreja Anglicana, teósofo, franco-maçom e escritor. Interessado em fenômenos psíquicos,
em 1884 renunciou as suas ordens eclesiásticas e partiu para a Índia, depois de haver ingressado
na Ordem Teosófica. Lá fixou residência. Realizou pesquisas, ministrou palestras, viajou por muitos
países, escreveu inúmeros livros espiritualistas. Na Maçonaria, ligamos bastante o seu nome às
escolas ou tendências por ele criadas com o objetivo maior de explicar as origens da Maçonaria. Há
passagens da sua vida que carecem de maiores esclarecimentos até hoje. É um personagem um
tanto que contraditório, pois, tem seus seguidores, mas, tem também muitos críticos. A questão de
se intitular clarividente, e de muitos dos seus escritos estarem fundamentados neste tipo de prática,
no entender de muito, depõem contra, até pelo fato de que errou bastante em muitas dos seus
“achados” psíquicos. Sem dúvida, faz muita falta uma biografia sua que seja completa e definitiva, e
que venha para aclarar todas as lacunas existentes.
ESCLARECIMENTOS ÚTEIS SOBRE AS ACEPÇÕES: “HEBRAICA” E “JUDAICA”
Sempre que se apresentam situações, do tipo onde aparecem, as acepções “hebraico”
e judaico”, como a que se pode detectar logo acima com relação aos mistérios, eu aproveito para
esclarecer o seguinte: existem várias derivações para a palavra “hebreu” de parte dos eruditos, e
uma delas se refere ao que seja proveniente de Éber, neto de Sem e antepassado de Abraão. A
palavra significa “d’além”’, “do outro lado”, e podemos dizer, da qual Héber, também é um derivado.
Há aqueles que defendem uma versão sobre os povos que vieram “do outro lado”, aqui
subentendendo-se de algum grande rio, a exemplo do Tigre ou do Eufrates. Depois da descoberta
dos tabletes de Tell el-Amarna, aos hebreus tem sido estabelecidas ligações com os povos “habiru”,
que seriam de raça semita, e de onde, um dos ramos, teria chegado à Palestina. Ainda, é atribuída
a versão de que os hebreus eram um ramo arameu dos semitas que desceram até a Palestina, e
tornaram-se o povo de Israel. O vocábulo “judeu” (yehudim) não começou a ser usado antes do
cativeiro na Babilônia, somente a partir dali. Após a queda de Jerusalém, no ano 70 D.C. é que
“povo judeu” ficou sendo um termo genérico para quando são feitas referências aos “hebreus”. A
partir daí “judeus” e “israelitas” passaram a ser sinônimos.
CAMINHOS QUE SE CRUZAM: EGITO E ISRAEL
Quantas vezes os caminhos desses dois povos se cruzaram, os hebreus e os
egípcios? A Bíblia, nessa questão, continua sendo a nossa maior fonte. Podemos enumerar várias
dessas situações entre aquelas mais conhecidas, claro, outras tantas foram engolidas pelas areias
do deserto.
A história começa lá em 1730 a.C. aproximadamente, com José filho de Jacó, que foi
vendido por seus irmãos para mercadores de escravos, e que acabou indo parar no Egito, lugar
onde chegou a ocupar o cargo de primeiro ministro na corte do faraó.
Temos a história de Moisés, que foi adotado pela filha do faraó e que muito tempo
transcorrido depois, foi elevado a uma alta posição na corte real.
Salomão envolveu-se com o Egito, e inclusive teve como uma das suas esposas, uma
filha do faraó. Isso foi durante o período da XXIª Dinastia no Egito.
Jeroboão, filho de Nebate, que tornou-se um refugiado político no Egito. Após a morte
de Salomão retornou e encabeçou a divisão de Israel em dois reinos. Isso foi durante a XXIIª
Dinastia.
Há muito outros episódios menores, todos descritos na Bíblia. Além de que, há outros
tipos de ligações, envolvendo até mesmo peças literárias que são parecidas nos escritos dos
egípcios e nos escritos dos hebreus. Há similaridades apontadas pelos eruditos entre a literatura de
sabedoria do faraó Amenenope e alguns dos provérbios da Bíblia, o que pode sugerir uma espécie
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de assimilação de alguns aspectos da cultura egípcia pelos hebreus. No “Hino a Aten”, de autoria de
Aquenaton, alguns dos pensamentos ali contidos são similares aos do Salmo 104. Alguns “salmos
penitenciais” de uso dos construtores de necrópoles tebanos da XIXª Dinastia são muito
semelhantes às passagens bíblicas, como a do Salmo 51.
A título de ilustração, até existe outro episódio: aquele que trata da ida de outro José,
marido de Maria, pais de um menino chamado Jesus, ao Egito.
OSÍRIS E ÍSIS: O FIO QUE UNE
A lenda de Osíris e Ísis possui origens na religião egípcia, tem ecos no Judaísmo e no
Cristianismo, assim como, na Maçonaria.
Vejamos um pouco do que foi possível pesquisar, começando com o disposto pelo
Irmão Theobaldo Varoli Filho:
“No grau de Mestre há, porém, uma lenda exclusivamente maçônica e exigida, por um dos
‘landmarks’, como condição de regularidade do simbolismo. Trata-se da lenda do suposto
assassinato de Hirão Abi, uma estória-síntese construída pela Maçonaria com o propósito de inspirar
e relembrar para sempre conhecimentos morais e filosóficos, inclusive o de impericibilidade e
ressurreição, sob novos aspectos, das ‘idéias-mestras e básicas’ e da ‘Essência’. A lenda constitui,
também, a síntese de outras lendas que se contaram através dos tempos, como, por exemplo, a da
morte de Osíris.”
Agora, vejamos o que escreveu o Professor Roberto Mirabelli:
“Começarei escrevendo sobre o casal de deuses Osíris e Ísis. Osíris morreu e foi ressuscitado
(como diz a lenda), seu filho Horus, foi concebido (gerado), quando Osíris estava morto, (o espírito
de Osíris fecundou Ísis). Não podemos negar alguma semelhança com a história bíblica do
nascimento de Jesus, o contexto é praticamente o mesmo, a fecundação realizada de modo
anormal, ou seja, um espírito divino participou do nascimento de Horus, filho do deus Osíris e Jesus,
filho do próprio criador, na visão cristã.”
A TRADIÇÃO INVENTADA E OUTRAS TEORIAS
Essa teoria, que já citei também em meu livro, e à qual retorno, pela sua importância
quando a temática é desta natureza, merece ser aqui revisitada. Há um artigo muito interessante de
autoria do Irmão Rodrigo Otávio da Silva, onde conforme o exposto, se “discute brevemente os usos
e reusos do Egito antigo na produção intelectual da Maçonaria brasileira...”.
O Irmão Rodrigo Otávio da Silva atribui ao amálgama de duas escolas criadas por
Leadbeater, a Escola Mística e a Escola Oculta (e que ele simplifica para “vertente esotérica ou
espiritualista”), e ao seu contingente de seguidores, uma das razões que podem ajudar a explicar a
fascinação existente por aquela civilização antiga. Os seus seguidores no Brasil conservam a
cuidada preocupação através das suas reflexões filosóficas e dos seus textos, de estabelecerem
uma verdadeira de gama de conexões encaminhando àquela civilização. O material pesquisado pelo
Irmão Rodrigo, de onde ele pôde apurar o resultado disso tudo, está concentrado na Coleção
Biblioteca do Maçom (1989-2001), da revista “A Trolha”.
Também, no entendimento do Irmão Rodrigo, é da vertente chamada espiritualista, que
emerge toda a paixão que tem sido demonstrada pelo Egito antigo, mas, há uma ressalva para a
qual ele vem alertar, a de que o Egito esse está um tanto longe daquele que é descrito pela
Egiptologia, pois, conforme as evidências encontradas, esse faz parte de um universo mítico e
fabuloso, além de conservar outra característica bem marcante por parte dos escritores: as
conotações com personagens pertencentes às escrituras Sagradas. Ainda conforme o Irmão
Rodrigo, a matriz intelectual que dá sustentação a esses argumentos seria o orientalismo de base
esotérica, representado pela Madame Blavatsky e outros tantos personagens do século XIX,
adeptos da Teosofia e cujas idéias foram aproveitadas pela corrente espiritualista.No caso, poderiam
ser citados Henry Steel Olcott, C.W. Leadbeater, etc.
Aliás, pode ocorrer também, no que tange à propagação da idéia de que as raízes da
Maçonaria estão no Egito, aquilo que o grande historiador Edward Said chamou de “repetição por
extrato”, ou seja, idéias que vão se auto-reproduzindo, pois, elas vão sendo passadas
anonimamente, importando mesmo é que estejam lá para serem repetidas, ecoadas e assim por
diante.
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O Irmão Rodrigo centrou a questão dessa apropriação do Egito antigo, digamos assim,
na obra do maçonólogo Paulo Sérgio R. Carvalho, retirando dali alguns exemplos para ilustrar o seu
artigo, mas, isso não isenta outros autores como possuidores dessas mesmas características.
O Irmão Xico Trolha, à época em que foi lançado o livro do Irmão Paulo Sérgio
Rodrigues Carvalho, escreveu a apresentação do mesmo. Manifestou ser um adepto da Maçonaria
autêntica, que o livro era de cunho esoterista, que ele combatia Leadbeater, Ragon, Jorge Adoun e
outros teósofos, mas, que era um Editor e que como tal sentia-se na obrigação de atender os
apreciadores das outras correntes maçônicas. O que é um belo gesto, revela o caráter do verdadeiro
Maçom, e tem a ver com aquilo que já falamos sobre a verdade.
O presente trabalho tem como objetivo principal, coletar informações sobre a
veracidade ou não de uma herança dos mistérios egípcios, nos quais alguns hebreus foram
iniciados, com ressonância nos mistérios judaicos, e além do mais, onde isso se encaixa exatamente
na herança da Maçonaria. Até o momento, só temos a linha esoterista, o que é muito pouco para
atestar qualquer coisa como sendo verdade. O que nos dá o entendimento sobre o porquê, pelo
menos, de citarmos bastante Leadbeater.
Essas questões não deixam de ser delicadas, e às vezes, o intuito é aquele somente
de substituir um tijolo que não estava bem colocado, mas, sem que esperássemos, a parede inteira
começa a correr o risco de cair.
O Irmão Ambrósio Peters, ao dar início a um artigo seu que se intitulava “Forjicações
Históricas”, escreveu o seguinte parágrafo, que tem muito a ver com o que estamos tratando aqui:
“O homem tem uma tendência generalizada: quanto mais inculto, mais acentuada ela se manifesta,
de por sua fé e suas esperanças exatamente naquela alternativa de verdade que não pode ser
objeto de confirmação empírica, desde que contenha algum componente de mistério e venha de
encontro aos seus desejos inconscientes.”
Certamente isso condiz com a opinião do Irmão Xico Trolha, a quem nos referíamos
logo acima. Além do mais, deve ser levado em consideração que, no campo dos fatos históricos, por
exemplo, de tanto que alguns deles foram sendo narrados de boca em boca, acabaram adquirindo
um sentido diverso do que era originalmente. Não vamos entrar aqui no terreno bíblico em
particular, mas, o exemplo serve, pois, quanto do que está registrado na Bíblia, somente foi escrito
centenas de anos depois, o que pode indicar que poderia ter sido bem diferente do acontecido
realmente. Importa, com base no que foi dito acima, que tenhamos a mente aberta, para absorver o
que venha a surgir de novo a título de informações, sem resquícios de radicalismos, o que pode ser
traduzido diretamente na linguagem maçônica por tolerância, ou no mínimo, um “estarmos cientes”
de que a verdade absoluta não existe.
Vou reproduzir na sequência, um pequeno trecho que integra o artigo que escrevi no
livro, pois, também servirá de reforço, ao que já foi destacado há pouco:
“Cito aqui, como complemento, a provocativa afirmação de parte de Hobsbawn na introdução do seu
volume de ensaios intitulado ‘A Invenção das Tradições’, de que as tradições ‘que parecem ou se
apresentam como antigas são muitas vezes bastante recentes em suas origens, e algumas vezes
são inventadas.’ Não queremos com isso, afirmar que todas as tradições são invariavelmente
inventadas.”
CONSIDERAÇÕES DE AMBRÓSIO PETERS E JOSÉ CASTELLANI SOBRE AS PIRÂMIDES DO
EGITO
Vamos começar com o Irmão Ambrósio Peters, em algumas das suas considerações
sobre as Pirâmides e o Egito:
“As grandes e as mais conhecidas pirâmides do Egito, as de Quéops, Quéfren e Miquerinos, sempre
tiveram, pelos ficcionistas de plantão, sua edificação atribuída a seres extraterrenos, únicos
possíveis responsáveis, segundo eles, pela excepcional perfeição das medidas e da orientação
astronômica desses monumentos, que não poderiam jamais ser construídos pelos incultos
habitantes do Egito. Na realidade, essas pirâmides, como as outras centenas espalhadas, pela
margem esquerda do Rio Nilo, não passam de um virtual e bem ordenado amontoado de pedras
retangulares, tendo alguns recintos internos em que o trabalho em pedra foi mais aperfeiçoado. Na
verdade, essas três grandes pirâmides nem bem niveladas estão.”
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Agora, vejamos o que disse o Irmão José Castellani, em seu artigo intitulado “A
Herança Egípcia na Maçonaria, e do qual já fizemos uso de um trecho logo após o título deste
trabalho:
“Esses rápidos traços históricos mostram uma civilização evoluída, propensa a obras monumentais –
não só as Pirâmides, mas também os templos e monumentos funerários de Tebas, Carnac e do Vale
dos Reis – mas totalmente dominada pela classe religiosa e pela propensão à magia. (grifo
meu) Devido a isso, é discutível a contribuição egípcia no terreno científico e intelectual, embora
alguns eruditos de boa-fé e muitos pseudo-cientistas tenham acreditado perceber, na construção
das pirâmides, as provas de conhecimentos geométricos e astronômicos extraordinários. Na
realidade, nenhuma verdadeira ciência poderia ter sido concebida por tais espíritos demasiadamente
religiosos e empíricos, como, de resto, aconteceu com todo o Oriente antigo, permanecendo com os
gregos o galardão de terem chegado à ciência pura, teórica e desinteressada, pela total
desvinculação das práticas de magia e das pressões de uma sociedade teocrática.” E mais adiante:
“Em relação à Maçonaria, autores ocultistas ou mistificadores, tomam, como base de suas teorias, a
Grande Pirâmide, indo contra a conclusão histórica de que ela seria um monumento funerário e
afirmando que a sua finalidade era abrigar membros de ordens iniciáticas secretas. A Grande
Pirâmide, esse enorme monumento de pedras superpostas, tem, na realidade, muito pouco espaço
vazio, ou seja: a Câmara do Rei, uma sala de 50 metros quadrados; a Câmara da Rainha, no corpo
da pirâmide e menor do que a do rei. A Grande Galeria, um corredor de acesso à Câmara do Rei;
condutos de ventilação e, ainda, uma câmara subterrânea, fora do corpo da pirâmide.”
COMENTÁRIOS:
As considerações emitidas por parte desses renomados e estudiosos Irmãos, serve
para analisarmos melhor o papel das escolas criadas por Leadbeater, e do que vem asseverar
algumas delas, principalmente as da vertente esotérica ou espiritualista, pois, como podemos auferir
do trabalho do Irmão Rodrigo Otávio da Silva, a pirâmide de Quéops, por exemplo, é tida por esses
“espiritualistas “ como base para teorias ocultistas sobre as origens da Maçonaria, assim como
servindo para os ritos iniciáticos que nela eram realizados pelos altos sacerdotes egípcios. Com
certeza, nem todos os estudiosos Maçons comungam da mesma idéia naquilo que se refere às
finalidades das pirâmides, conforme pudemos ver nas opiniões emitidas por parte dos Irmaõs Peters
e Castellani.
No livro do Irmão Paulo Sérgio Rodrigues Carvalho, há um escrito da lavra de
Leadbeater, do qual transcrevo um parágrafo e que diz assim:
“Os Egípcios praticavam a Iniciação na Grande Pirâmide (Gizé ou Quéops). Este monumento
maravilhoso jamais foi tumba de Faraó, como pretendem demonstrar alguns sábios. A Grande
Pirâmide é fidelíssima cópia do corpo humano e podemos dizer, simbolicamente, que é a tumba do
Deus íntimo que se acha dentro do homem.”
OS INICIADOS JUDEUS NOS MISTÉRIOS EGÍPCIOS
A primeira pergunta é sobre os personagens bíblicos e judeus, a exemplo de Moisés,
Salomão, e onde consta que foram iniciados nos mistérios egípcios. Estaria aí uma parte da
explicação para “origem egípcia e influência judaica”, na Maçonaria, ou devemos aceitar isso com
extrema cautela, em considerando as opiniões que acabamos de ler, e que não são de estudiosos
adeptos da corrente espiritualista?
Embora saibamos que vários autores dão como certas as iniciações de alguns
personagens bíblicos, a exemplo de Moisés e de Salomão, verdadeiros pilares da formação do povo
judeu, não teríamos como não questionarmos sobre a realidade disso tudo. Vejamos este outro
trecho do livro de C.W.Leadbeater:
“É nos mistérios Egípcios que se encontra o protótipo de toda esta riqueza do simbolismo; ali se
estudavam as medidas da grande pirâmide como emblemáticas das proporções do universo, e se
encontravam vastos cabedais de conhecimentos ocultos e astronômicos. Os judeus aplicavam o que
conheciam do sistema egípcio ao templo do rei Salomão, refletindo a sabedoria do Egito através do
prisma de seu ardente e poético temperamento. Uma parte dessa sabedoria passou para a literatura
escrita e exotérica, e outra parte para as Lojas secretas da Maçonaria.”
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MOISÉS
“Moisés foi um sacerdote iniciado, versado em todos os mistérios e conhecimentos ocultos dos
templos egípcios _ e, portanto, inteiramente a par da sabedoria antiga.” (Carvalho, 2000, pág.89)
SALOMÃO
“Seu nome está ligado a diversos graus da Maçonaria, cuja paternidade alguns lhe atribuem. Mas
outros, e com mais razão, o consideram apenas um notável reformador hebreu da tradição dos
mistérios egípcios, trazida uns quinhentos anos antes por Moisés, que fora iniciado nos
mesmos(Atos 7:22), e foi o verdadeiro fundador dos Mistérios Judaicos, introduzindo-lhes a
sucessão sacerdotal que recebera dos hierofantes egípcios. Durante sua longa marcha pelo deserto,
Moisés ou seu irmão Aarão celebrou o essencial dos rituais egípcios em sua tenda ou templo
portátil, o qual foi preservado na tradição hebraica do tabernáculo, porém em escala e esplendor
bem menores.”(Figueiredo, pág.449)
COMENTÁRIOS:
No “Dicionário de Maçonaria” de Joaquim Gervásio Figueiredo, no verbete ‘Mistérios
judaicos ‘, a maior parte do que está escrito ali é proveniente do livro de C.W.Leadbeater, “Pequena
História da Maçonaria”. Em alguns tópicos há citações de fontes bíblicas, no entanto, no de número
5, que tem por título “Refundição dos rituais”, acredito que foi calcado em suposições, e um trecho,
pelo menos, eu vou reproduzir para que os leitores tirem suas conclusões:
“Levantado o Templo, Salomão sentiu que sua obra só estaria completa depois de haver dado forma
judaica aos Mistérios que constituíam o âmago da religião de seu povo. O cerimonial herdado na
época de Moisés ainda era egípcio, e os iniciados nos Mistérios estavam ainda, simbolicamente,
empenhados na construção da grande pirâmide, a Casa de Luz, e na celebração da morte e
ressurreição de Osíris. Embora seu Templo não tivesse as câmaras correspondentes de iniciação,
Salomão desejava que o mesmo tomasse o lugar da Casa de Luz dos egípcios e se tornasse o
centro espiritual dos Mistérios Judaicos. O rei Hiram de Tiro aplaudiu a idéia, tendo ele próprio
herdado os ritos iniciatórios que haviam derivado dos Mistérios da Caldéia, cujas principais câmaras
de iniciação eram em Babilônia. Pesou também em sua aquiescência o fato de que o centro lhe
ficaria mais próximo e em mãos eminentemente amigas. E por isso passou o rei Hiram a cooperar
no plano de judaizar os antigos ritos e centralizá-los no Templo de Jerusalém.”
CONCLUSÃO
Indiscutivelmente algumas pontes foram erigidas naqueles tempos passados entre
Israel e o Egito, e vários personagens de destaque, velhos conhecidos nossos através da leitura da
Bíblia acabaram cruzando estas pontes. Alguns, a exemplo de Moisés e Salomão, pela sua
importância naquele cenário concernente à solidificação da terra de Israel, são tidos como iniciados
nos Mistérios Menores e Maiores do Egito, o que seria a essa altura de difícil comprovação.
C.W. Leadbeater, é descrito no prólogo do seu livro “Pequena História da Maçonaria”,
pelo seu tradutor no Brasil, como sendo “dotado de recursos espirituais e culturas supranormais” e
que a exemplo de uma história oculta, “o velho Egito, a pátria dos Antigos Mistérios, procurados,
recebidos e transmitidos por numerosos Sábios e Iniciados da Antiguidade, também foi o remoto
berço da Maçonaria, do qual se irradiou para todos os quadrantes deste planeta.”.
O objetivo aqui não é colocar em cheque os trabalhos de Leadbeater, mas, seria
interessante ter encontrado maiores subsídios para poder atestá-la. Dentre os autores que foram
citados, Kevin L. Guest, (que em determinados capítulos da sua obra referente ao Templo de
Salomão trabalha com um excesso de especulações e suposições)até poderia estar se referindo a
Leadbeater, quando diz: “Existiram no passado, muitos autores e pesquisadores eminentes que
acreditavam que as origens da Maçonaria derivavam do conhecimento sagrado conservado pelos
sacerdotes do Antigo Egito; que o mesmo foi transferido para as civilizações da Grécia e de Roma
antes de chegar à Grã-Bretanha com as legiões romanas, há dois mil anos.”
O que fica realmente colocado em cheque e carecendo ainda de informações num
nível mais convincente é a questão da utilidade das pirâmides, onde prevalece em muitos autores a
idéia de que eram utilizadas para servir às iniciações, o que é discutível.
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Algumas pistas foram reunidas aqui, e tomara que alguma delas sirva para alavancar
outros trabalhos. Dimensionarmos a devida importância da civilização egípcia, para o mundo e para
entendermos melhor parte dos legados que a Maçonaria recebeu, num momento mais recente, não
é tarefa fácil, mas não podemos ficar afetos unicamente às conclusões que são produtos das
Escolas Mística e Oculta de Leadbeater, assim como de seus seguidores, quando é preciso fontes
mais seguras que possam atestar essas influências. Na literatura judaica, afora o Velho Testamento
não temos tantas fontes assim onde possamos estudar essas relações entre o povo hebreu e os
egípcios lá na antiguidade. Freud escreveu uma obra interessante “Moisés e o Monoteísmo”,
baseado em princípios arquetípicos, sobre um príncipe egípcio que poderia ser o mesmo Moisés
bíblico, mas, que no fundo também é uma obra de ficção, assim como, é ficção muito do que C.W.
Leadbeater escreveu quando munido das suas antenas clarividentes. É pouco, muito pouco.
Sabemos do legado do Egito à Maçonaria, e poderíamos citar, com base no que
apontou Castellani, as colunas do pórtico do Templo de Jerusalém, mas que em sua origem eram
egípcias, o que num primeiro momento então, prova que os hebreus imitaram os egípcios. Num
segundo momento, a abóbada estrelada, que também tem origem egípcia, tanto quem em Luxor
ainda hoje pode ser visto este tipo de decoração. E existe a lenda precursora do artífice Hiram Abi,
que é a Lenda de Osíris (o Sol) e a de Ísis (a Lua), com origem comprovadamente egípcia.
Mas, ainda que unamos as pontas, isso ainda não explicaria tudo, pois, nesse universo,
um dos caminhos por onde enveredamos quando estamos imersos em pesquisas, é feito com uma
dose muito grande de ficção aceita.
FONTES BIBLIOGRÁFICAS:
Internet:
“A Religião Egípcia e os Ensinamentos Bíblicos” – Artigo de autoria do Professor Roberto Mirabelli.
Disponível em: professorrobertomirabelli.blogspot.com/.../religião-egipcia-e-os-ensinam...
Revistas:
A TROLHA, nº 235. “A Tradição Inventada do Egito Faraônico na Produção Intelectual da Maçonaria
Brasileira” – Artigo de autoria do Irmão Rodrigo Otávio da Silva.
O PRUMO, nº 87. “Forjicações Históricas” – Artigo do Irmão Ambrósio Peters.
Livros:
ALVES, José Ronaldo Viega. “Reflexões de Um Bibliotecário Maçom” – Editora Maçônica “A Trolha”
Ltda. 1ª Edição 2012
CADERNO DE PESQUISAS 20 “A Herança Egípcia na Maçonaria” – Artigo do Irmão José Castellani
– Editora Maçônica “A Trolha” Ltda. 1ª Edição 2003
CARVALHO, Paulo Sérgio Rodrigues. “Mistérios e Misticismo das Iniciações” – Editora Maçônica “A
Trolha” Ltda. 2000
CHAMPLIN, R.N. “Enciclopédia de Bíblia, Teologia e Filosofia” Volumes 2 e 3 - Editora HAGNOS –
9ª Edição - 2008
Costa, Wagner Veneziani. “MAÇONARIA Escola de Mistérios” Madras Editora Ltda. 2006
FIGUEIREDO, Joaquim Gervásio de. “Dicionário de Maçonaria” – Editora Pensamento
GEST, Kevin L. “Os Segredos do Templo de Salomão” – Madras Editora ltda. 2009
GIRARDI, João Ivo. “Do Meio-Dia à Meia-Noite Vade-Mécum Maçônico” – Nova Letra Gráfica e
Editora Ltda. 2ª Edição 2008
INÁCIO, Fábio Gardenal. “Ensaio sobre a Investigação Filosófica na Maçonaria” – Clube de Autores
- 2009
LEADBEATER, C.W. “Pequena História da Maçonaria” – Editora Pensamento - 1968
VAROLI FILHO, Theobaldo. “Curso de Maçonaria Simbólica” 1° Tomo (Aprendiz) – Editora A
GAZETA MAÇÔNICA S.A.
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Bloco 5 – Hercule Spoladore
Francisco de Assis Carvalho
Bloco produzido dominicalmente
pelo Ir Hercule Spoladore –
Loja de Pesquisas Maçônicas “Brasil”-
Londrina – PR
Contato: [email protected]
Seu Nome, FRANCISCO DE ASSIS CARVALHO, Nobre Cavalheiro, Paladino da Cultura Maçônica
do Brasil. Evidentemente, um Maçom bem adiante de seu tempo.
Nasceu no dia 04.10.1934 no interior, na Fazenda do Banco, na Água do Macuco, situada no
Município de Cândido Mota, próximo com a divisa do Município de Assis – Estado de São Paulo –
Seu Pai, Antônio de Amador Bueno de Carvalho e sua Mãe Maria Aparecida de Jesus.
Nascido dentro de uma família simples teve uma infância semelhante à todo brasileiro que vive na
roça, morando em “casas cobertas de sapé, piso de chão batido e paredes de pau a pique as vezes
barreadas, as vezes não”.
Cursou o primeiro ano do curso primário em 1943 em Pântano, que seria depois Florínea cidade
localizada próxima a Assis e também do Rio Paranapanema. Refere que como era tempo de guerra,
neste ano só aprendeu marchar e cantar Hinos.
Em Abril de 1944 sua família mudou-se para o Norte do Paraná Indo morar em Jaguapitã. Ficaram
neste local por um ano. Em 1945 seu pai comprou uma posse de um mineiro, que não se adaptara
no Paraná e quis voltar para a sua Minas Gerais. Ainda menino, XICO trabalhou de Sol a Sol,
ajudando o pai a abrir as suas terras derrubando as matas, capinando o mato e plantando as
sementes de cereais e mudas de café. Quando houve o corte das terras pelos Agrônomos do
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Governo, coube legalmente à Família, trinta e três alqueires de chão da melhor qualidade das Terras
paranaenses.
Mesmo trabalhando na lavoura, ele tentou estudar, mas depois de seis meses de aula, a sua
professorinha mudou-se do local e XICO involuntariamente ficou afastado da escola, que ele haveria
sempre de sonhar com ela, pois sempre foi curioso, e pautava nas dúvidas a alavanca do saber e
por isso sempre desejou Se instruir a estudar, a desvendar os mistérios e as alegrias do
conhecimento Humano, e os “porquês” das coisas como ele mesmo dizia.
Seu progenitor adoecera em 1950, mudando-se com a família novamente para Jaguapitã. O sitio foi
vendido a preço baixo, para que se pudesse conseguir dinheiro para realizar um tratamento decente
para seu velho pai.
XICO aprendeu o ofício e foi trabalhar como oficial de alfaiate, já que esta profissão não exigia um
grau de escolaridade maior. E lá se passaram 15 anos neste trabalho. Em 1961, casou-se em
Rolândia com a Sra. Maria Aparecida Bianco. Teve duas Filhas Evelise (Trolhinha) e Maria da Glória
(adotiva).
Em 1964 fez o curso de Admissão, conseguindo entrar no curso ginasial. Neste mesmo ano foi
preso em Rolândia, onde morava por participar de comando de uma greve de estudantes. Sempre
se confessou esquerdista, dizia sempre até com certo orgulho, que era Ateu e que tinha uma
inclinação muito grande para o comunismo.
Entretanto, eu, que o conhecia bem, acho que comunista que lê a Bíblia Sagrada, está mais para
“padre frustrado” ou “pastor evangélico enrustido”, que propriamente para adepto de Marx, Engels e
Lenin. Ele era possivelmente um deísta, que procurava obstinadamente as explicações para si,
através das dúvidas existenciais que todos nós livres pensadores temos.
Talvez apenas se julgasse comunista como protesto contra esta humanidade cheia de desigualdade
social, de egoísmo, de infâmia, de inveja, de ganância do poder, e de corrupção. Mas tenho certeza
de que ele tinha o seu Deus dentro de sua consciência, bem dentro de seu coração. Ele era de
qualquer forma irreligioso, mas respeitava as religiões.
Na cadeia conheceu um Maçom, José Barreto dos Santos que como ele também era da esquerda e
que começou ali mesmo atrás das grades, a lhe falar Sobre Maçonaria, sendo convidado para entrar
na Ordem. XICO ficou impressionado e ao mesmo tempo entusiasmado. Iria pensar no assunto.
Acabou sendo iniciado em 1965 tendo como Padrinho, o companheiro de prisão.Em 1965 muda-se
com a esposa e as filhas para Jandaia do Sul.
Sempre foi um pai que adorava suas filhas e um marido carinhoso. Sua esposa o chamava
carinhosamente de “Fran” e ele a chamava de ‘Doca” e “Minha Cida”. E quanto à Evelise, a chamava
de “Preta” ou “Bagulho”.
Esta forma irreverente de tratar as pessoas que ele mais amava era a sua maneira de mostrar o
quanto ele as queria. Mesmo apelidando, brincando ele o fazia com carinho e amor e ternura. E
ninguém achava ruim…Esse era o nosso Xico.
Em 1968 ele recomeçou a estudar, agora já com 34 anos de idade. Fez o Miniginásio, o
Minicientífico e por fim a Faculdade de Ciências e Letras de Jandaia Do Sul. Formou-se em
Dezembro de 1973 como Professor de Português-Inglês. Em Jandaia do Sul começou a explodir o
seu gênio literário. Muito embora, teve uma vida difícil nesta cidade, trabalhando na SANBRA,
Companhia ligada a compra e venda de café, trabalhou numa lotérica, montou uma fábrica de
baterias, que não deu certo.
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Entretanto, em meio a estas dificuldades foi aí que começou a despertar o seu lado cultural
maçônico, sempre apoiado por verdadeiros Irmãos os quais sempre os agradeceu. Fundou em
1971, juntamente como Irmão Luciano Caetano de Souza, o Centro de “Estudos Maçônicos Alécio
José Gomes”.
Em 1976 mudou-se de cidade, foi trabalhar numa Usina de Cana de Açúcar em São Pedro do Ivaí
nos Recursos Humanos da firma. Fez concurso para professor e foi aprovado. Dava aulas em João
Pedro do Ivai e na cidade vizinha de São João do Ivaí. Ficou pouco tempo nesta cidade.
Em 1984 muda-se para Londrina, e cheio de sonhos, pretende levar avante a agora, Revista “A
Trolha” em substituição a outonal “A Trolha” que era ainda mais um jornal que ao lê-lo, suas folhas
caiam tal qual no outono caem às folhas das arvores. Expressão inventada pelo maçom e escritor
José Castellani que viria a ser um dos seus maiores Amigos. A “Trolha” teve seu primeiro número
editado em 10.04.1971. ainda em Jandaia do Sul. Em 04.10.1984 é fundada em Londrina a Editora
“A Trolha”, juntamente com mais dois sócios.
Logo que chegou a Londrina, foi convidado por mim para pertencer à Loja de Pesquisas Maçônica
“Brasil”, aceitou e chegou a ser seu Venerável por duas gestões. Ele foi o criador e grande
estimulador dos 08 Encontros de Membros correspondentes da Loja, sendo estes encontros, o ponto
inicial da união e identificação cultural de todos os escritores maçônicos do Brasil, nas duas últimas
décadas.
Em Londrina, continuou com magistério, mas os afazeres com a Editora e a revista, lhe tomavam
todo o tempo e em 1986, deixa de dar aulas. Sua vida maçônica foi frondosa e abrangente e
podemos dizer que ele foi um verdadeiro Benfeitor da Maçonaria brasileira. Um dos maiores maçons
da segunda metade do século XX e parte do XXI. Sem sombra de duvidas, o maior divulgador da
cultura maçônica no Brasil até a presente data.
Era dotado de um fino humor crítico para as situações erradas que existem na Maçonaria atual. E
não perdoava em suas palestras estes erros. Desmistificava lendas, procedimentos, invenções,
“achismos” e costumes errados da Ordem. Não mandava dizer, dizia.
Usou uma editora e uma revista maçônicas, como meio de comunicação para unir todos os
escritores e pensadores maçônicos das últimas décadas e os publicou. A Editora “A Trolha” conta
atualmente com mais de 50 escritores publicados.
Iniciado em Rolândia no dia 27.11.1965 na Loja “Ciência e Trabalho” na cidade de Rolândia. Foi
elevado ao grau 2 em 04.04.1966 na Loja “Estrela do Norte II” de Mandaguarí e a o grau 3 na
mesma Loja em 25.11.1966. Tinha o grau 33 nos ritos REAA e Brasileiro.
Pertenceu a 36 Entidades Maçônicas, incluindo 14 Lojas como membro efetivo e 07 Academias
Maçônicas de Letras. Ocupou 20 cargos em Lojas e Corpos Filosóficos. Ajudou a fundar 18
Entidades Maçônicas. Participou em cerca de 160 vezes de Congressos Seminários, Encontros,
Medalhas, Diplomas, lançamento de seus livros. Incontáveis números de palestras foram proferidas
em todo o Brasil. Não temos estatísticas a respeito de quantas palestras proferiu.
Foi Padrinho de 65 Irmãos na Maçonaria. Participou de 12 Comissões de Instalação de Mestre, e
também de 12 Comissões de Sagração de Templos. Foi membro de 21 Entidades culturais, entre
maçônicas e não maçônicas sendo a que ele mais se orgulhava era ser Membro Correspondente da
Loja Quatuor Coronati de Londres, n° 2076.
Publicou em vida 30 livros sobre Maçonaria e existe material que ele deixou pronto para mais 23
livros, que sua filha Evelise (Trouxinha), também iniciada na Maçonaria Mista está organizando e
editando aos poucos. Já foram vendidos 185.000 livros de sua autoria.
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Existem três Bibliotecas Maçônicas com seu nome. A mais antiga é a do Grande Oriente
Independente de Pernambuco, nome que foi dado pelo seu Grande Amigo e Irmão Antônio do
Carmo Ferreira.
Existe uma Loja em Ponta-Porã com o nome Loja Maçônica “Francisco de Assis Carvalho”.
Pertenceu ao Rotary Club de Jandaia do Sul e ao Rotary Club de Londrina Sudeste. Referiu em uma
entrevista ao redator do Boletim do Rotary de Londrina, que em 1968 a 1971 foi redator do Boletim
do Rotary de Jandaia do Sul e que começou a escrever e desde então não conseguiu mais parar.
Era um tremendo crítico dos costumes e hipocrisias mundanas, da política, enfim da sociedade de
um modo geral. Citava especialmente a todo o momento, para os seus Amigos mais íntimos os
conceitos cínicos de deboche nada convencionais de Pitigrilli (Dino Segre, escritor e jornalista
italiano) aplicados à estas situações relacionadas com nossa sociedade supérflua. E ria
gostosamente. Era um grande contador de piadas. Espírito alegre, brincalhão, e “gozador”.
Conservou seu jeito brejeiro de intelectual fortemente apegado às raízes.
Xico gostava muito das crianças. Nos últimos anos, seu aniversário que era no dia 04 de Outubro
sem que as crianças do imenso condomínio onde morava soubessem que ele estava
aniversariando, ele comemorava o Dia das Crianças patrocinando uma linda festa reunindo 80 a 100
crianças, neste dia ele dizia ser um dos seus dias mais felizes da sua vida.
Sua grande paixão literária foi a poesia de um modo geral, mas em especial a de Castro Alves.
Possuía em sua biblioteca profana cerca de 130 títulos de livros de diferentes autores, a respeito do
grande vate patrício. Conhecia a fundo a vida e obra de um dos nossos maiores poetas. Declamava
muitas das suas poesias com vibração, com perfeição, e com a alma. Xico, apesar de amar a
poesia, nunca foi flagrado cometendo versos.
Grande declamador, tinha até o seu lado de ator quando declamava especialmente a pedidos de
Irmãos, a “Sob a Luz do Lampião” poesia gaúchesca” de autoria do Irmão José Paim Brites que faz
alusão simbólica a uma sessão maçônica transcorrendo num templo. Entretanto, onde ele colocava
o maior sentimento chegando mesmo a ser teatral era quando fazia a saudação à Bandeira
Nacional, aliás, o lindo texto era de sua autoria.
Vinha há algum tempo, decorando por sugestão minha, outra poesia “ A última rinha” escrita por um
poeta riograndense que contava a história de um “galo prateado que peleou na rinha contra um galo
colorado”. Ele a declamou em várias Lojas.
Sua Biblioteca entre livros sobre a Maçonaria e sobre cultura geral chegava aos 3.000 títulos em sua
casa, e mais 1.000 livros maçônicos na Editora ”A Trolha”. Gostava muito de criar passarinhos
chegando a ter 28 gaiolas em seu apartamento. As aves preferidas eram periquitos, jandaias e
calapsitas.
Aconteceu que sua Biblioteca foi aumentando de tal forma que começou a faltar espaço no
apartamento onde morava. Quando teve que decidir entre os pássaros e os livros, prevaleceu o
pendor para os livros, pois ele era o maior Amigo dos livros que Londrina conheceu. Deu de
presente, com o coração partido, todas as pequenas aves.
Gostava de música caipira, e ia verdadeiramente até as raízes. Conhecia tudo a respeito. Sabia
como foram compostas as mais famosas músicas deste gênero e as suas motivações. Fazia
palestras sobre o assunto.
Sua curiosidade e devoção na área era tal que foi até a cidade de Coromandel em Minas Gerais
onde está enterrado o compositor Goiá, para visitar o seu túmulo. Esteve em Coxim no Mato Grosso
do Sul para visitar a campa de Zacarias Mourão, debaixo de um pé de cedro. E esteve também em
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Itápolis-SP para ter o prazer de caminhar na Avenida José Fortuna. Estes foram compositores de
músicas caipiras famosas.
Possuía em sua discoteca, 1500 CDs,1000 discos de vinil, e cerca de 300 fitas gravadas das
músicas que mais gostava. Quem viajasse de carro com ele por este Brasil afora, onde ia proferir
suas palestras, estava intimado a ouvir música caipira durante todo o trajeto da viagem. O Moura
que era seu anjo da guarda nas viagens que o diga.
Foi Presidente da Confraria da Viola de Londrina, que se reúne todas segundasfeiras, sem jamais
ter sido músico. Mas adorava a Música. A mais preciosa homenagem que esta Confraria lhe prestou
foi ao invés de orações e rezas, sem pastores, sem padres, sem crucifixos quando seu corpo estava
sendo velado no templo da Loja “Regeneração 3ª” de Londrina, cerca de 20 violeiros tocando suas
violas, cantaram com o maior sentimento, tristeza e respeito a “Cabocla Teresa” e “Porta do Tempo”,
como despedida.
Os jovens De Molay, nos quais sempre acreditou e incentivou, lhe prestaram também uma
homenagem. Foi linda e triste.
Na sua doença, sabedor desde 1991 ano da sua cirurgia cardíaca, pois não lhe foi omitido nada a
respeito, que não lhe restavam muitos anos de vida, ainda viveu mais 10 anos, tomou uma decisão
heróica, própria de sua grandeza como Homem e como Maçom. Viveria maçonicamente cada
minuto como se fosse uma hora inteira. E assim se suplantando, teve a fase mais prolífera de sua
vida como escritor e palestrante. Modelo e parâmetro de vontade, dignidade e de auto-superação a
ser seguido pelas gerações vindouras e também por nós.
Este é o exemplo que um Grande Maçom deixa para a posteridade, para todos os Irmãos,
especialmente para os jovens que são a esperança da Maçonaria. Ele acreditava nesta verdade.
Tchau XICO, até qualquer dia, AMIGÃO.
Autor: Hercule Spoladore
.
Vida Maçônica
1964 – Convite para ingressar na Maçonaria, pelo lrmão José Barreto dos Santos (falecido).
GRAUS SIMBÓLICOS
1965 – Iniciação em 27 de novembro – Loja “Ciência e Trabalho” – Oriente de Rolândia – PR.
1966 – Elevação ao Grau de Companheiro – em 4 de abril – Loja “Estrela do Norte II” – Oriente de
Mandaguari – PR.
1966 – Exaltação a Mestre em 25 de novembro – Loja “Estrela do Norte II” – Oriente de Mandaguari – PR.
GRAUS FILOSÓFICOS
1968 – Grau 4 em 4 de maio – Cap. Regeneração III – Oriente de Londrina – PR.
1968 – Grau 9 em 5 de outubro – Cap. Regeneração III – Oriente de Londrina – PR.
1969 – Grau 14 em 3 de maio – Cap. Regeneração III – Oriente de Londrina – PR.
1969 – Grau 15 em 2 de outubro – Cap. Regeneração III – Oriente de Londrina – PR.
1970 – Grau 18 em 22 de novembro – Cap. Estrela de Arapongas – PR
1973 – Grau 19 em 26 de abril – Ilustre Cons. Kadosh – nº 13 – Londrina – PR.
1973 – Grau 22 em 26 de abril – Ilustre Cons. Kadosh – nº 13 – Londrina – PR.
1973 – Grau 25 em 11 de dezembro – Ilustre Cons. Kadosh Norte do Paraná – Filiado ao Supremo Cons. do
Rio Grande do Sul – RS.
1973 – Grau 30 em 11 de dezembro – Ilustre Cons. Kadosh – Norte do Paraná – Oriente de Arapongas – PR.
1977 – Grau 31 em 2 de abril – Supremo Cons. Rio Grande do Sul – RS.
1979 – Grau 32 em 20 de abril – Supremo Cons. Rio Grande do Sul – RS.
1979 – Grau 33 em 20 de abril – Supremo Cons. Rio Grande do Sul – RS.
JB News – Informativo nr. 1.559
Florianópolis (SC) – domingo, 21 de dezembro de 2014.
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Bloco 6 – Rui Jung Neto –
ColunaColuna
do Rito Schröder
(Livro de Ouro da Maçonaria Brasileira)
do Rito Schröder
Ir. Rui Jung Neto, ex-V.M., AStM
da Cinq. Ben. A.R.L.S. "Concordia et Humanitas" Nr. 56 –
ao Or. de Porto Alegre - RS
(51) 9942-2605 – e-mail: [email protected]
Coluna do Rito Schröder
O Rito Schröder, composto pelos Rituais das Lojas de Aprendiz (com a Loja
de Mesa e a Loja de Funeral), Companheiro e Mestre Maçom, é um Sistema
de Ensino maçônico há muito adotado por algumas das mais antigas Lojas na
Alemanha.
No último dia de cada mês o JB News brindará os Irmãos do Rito Schröder
e seus simpatizantes, com uma coluna mensal sob a coordenação do Irmão
Rui Jung Neto, ex-V.M. da Cinq. Ben. A.R.L.S. "Concordia et Humanitas" Nr.
56 - ao Or. de Porto Alegre – RS – que trabalha no Rito Schröder desde 1958
– GLMERGS, membro do Colegiado Diretor do Colégio de Estudos do Rito
Schröder, e que estará à disposição para responder aos Irmãos leitores
através do e-mail: [email protected]
Para a Coluna de dezembro, a 12ª edição mensal consecutiva, trazemos mais informações sobre o
Rito Schröder, encerrando a série iniciada em novembro.
Boa leitura e até a nossa 13ª Coluna em janeiro de 2015!
(Nota da Redação: Esta coluna está sendo postada nesta data por ser esta
edição, a última de 2014, face ao pequeno recesso natalino deste informativo)
Algumas Características do Templo do Rito Schröder segundo o Ritual de 1960:
 As Colunas “J” e “B” não fazem parte da decoração do Rito. Templos, como por exemplo o das “5
Lojas Unidas de Hamburgo”, Alemanha, não apresentam as 2 Colunas e não tem átrio, abrindo a
porta do Templo diretamente para uma antessala ou sala de espera, onde a Fraternidade se
reúne antes do início do trabalho no Templo ou para as sessões “a campo”;
 Piso (sem mosaico) em um único nível (sem degraus) para Leste (Leste) e Oeste (Oeste);
 A decoração do Templo pode ser simples, com teto e paredes em qualquer cor, permitindo-se
também utilizar formas artísticas e arquitetônicas;
 O Tapete da Loja, com os símbolos tradicionais da Fraternidade, representa a “Planta do Templo
de Salomão” e é estendido no centro do piso do Templo exclusivamente nas sessões ritualísticas
fechadas. Nas “sessões brancas ou públicas” o Tapete não deve ser utilizado;
 Três candelabros encimados por “Três Grandes Velas” circundam o Tapete. Muitas Lojas,
inclusive a ABSALOM, adotam três grandes castiçais iguais, mas não utilizam as “três Ordens
Gregas de Arquitetura: Jônica, Dórica e Coríntia”, próprias de outro Rito;
 Não é próprio do Rito Schröder a colocação de um Triângulo ou um Compasso e um Esquadro
com a letra G, ou “O Olho de tudo vê”, ou mesmo um quadro com o distintivo da Loja no centro
na parede oriental, em altura superior à cabeça do V.M., pois estes símbolos não constam da
“Decoração da Loja” descrita no Ritual de Schröder, muito embora algumas Lojas os adotem;
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Altar (mesa retangular recoberta em azul-claro e uma cadeira alta) para o V.M.;
Mesinhas simples e retangulares (de qualquer cor) para os Oficiais (1º e 2º Vigilantes, Secretário
e Tesoureiro);
A Bíblia sobre o Altar (que é a própria a mesa do V.M.) permanece fechada, e virada para a
posição de quem chega ao Altar vindo do Oeste;
Compasso e Esquadro são armados pelo V.M. de acordo com o Grau do trabalho, colocados
sobre a Bíblia e articulados na preparação do Templo;
Ao lado direito do Altar ficam cadeiras para o G.M. e para o seu Deputado ou G.M. Adjunto;
Ao lado esquerdo do Altar fica uma cadeira para o V.M. Adjunto (se não for nomeado pelo V.M.,
será o ex-V.M. mais moderno);
Os ex-Veneráveis Mestres (no Brasil também chamados de Mestres Instalados) sentam-se no
fundo do Leste, de frente para o Oeste.
No Brasil, os Aprendizes sentam-se sempre ao Norte do Templo, na primeira fileira junto ao
Tapete;
No Brasil, os Companheiros sentam-se no Sul (na Alemanha, no Norte e no Sul);
Os Mestres sentam-se no Sul ou em qualquer um dos lados do Templo;
Uma Sala de Preparação e uma Câmara Escura substituem a “Câmara de Reflexão”.
Conclusão:
Alguns aspectos principais chamam a atenção de todos os Irmãos que entram em contato com o
Rito: a simplicidade do Ritual e da decoração do Templo, que em nada diminuem sua beleza e
profundidade; os poucos cargos e paramentos necessários; a objetividade da ritualística. Os
trabalhos litúrgicos permitem excelente dinâmica: uma Sessão Econômica raramente ultrapassa
1h30 (tratando-se inclusive os assuntos administrativos, tais como ata e expediente) e com
apresentação de trabalhos e/ou instruções. Uma Sessão Magna de Iniciação de três profanos,
cumprindo-se individualmente toda a ritualística, demora cerca de 2h30; A beleza da Filosofia
Humanística, enfatizada nas palavras amáveis do V.M. ao iniciando e aos Irmãos; a valorização das
qualidades morais do homem; o estímulo ao autoconhecimento e a prática da verdadeira
Fraternidade e do Humanitarismo.
Adicionalmente, por utilizar um Templo simples, com poucos paramentos e cargos, torna-se mais
“fácil e econômico” trabalhar em uma Oficina Schröder e isto é outro fator a considerar como
contribuição para aumentar o número de Lojas do Rito.
Em consonância com os ideais maçônicos, há um grande espírito de cooperação entre as Lojas
Schröder de todo o Brasil, independentemente de Potência ou Obediência, buscando sempre
auxiliar as novas Lojas a adquirirem conhecimento e experiência, sendo o único Rito do Brasil a
adotar um único Ritual básico (1960) e a manter um Colégio de Estudos e um Grupo na Internet
reunindo Mestres Maçons das suas Lojas para estudar e aprofundar os conhecimentos e
ensinamentos sobre os Rituais Originais, além de organizar anualmente Seminários Nacionais para
maior integração entre os Irmãos e Lojas e para padronização de procedimentos com base no Ritual
de 1960.
Por todos estes motivos, atingimos no Brasil o expressivo número de 118 Lojas em 18 Potências
(CMSB, COMAB, GOB) superando em número as 31 Oficinas do Rito na Alemanha e, temos
certeza, continuaremos crescendo à Gloria do Grande Arquiteto do Universo.
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Com o Cordial Aperto de Mão do Ir. Rui Jung Neto, AStM
“Aprendendo, ensinarás. Ensinando, aprenderás.”
Colégio de Estudos do Rito Schröder Ir. Gouveia - Colegiado Diretor
www.colegioschroder.org.br
Δ
Bloco 7 – Ailton Elisiário –
O Petróleo é nosso?
O Petróleo É Nosso?
O Ir Ailton Elisiário é economista,
advogado, professor da Universidade Estadual da Paraíba
e membro da Academia de Letras de Campina Grande
Ao término da Segunda Guerra Mundial uma campanha pela autonomia brasileira no campo do
petróleo dividiu o país em duas facções, a dos nacionalistas e a dos liberais, estes cognominados de
entreguistas pelos nacionalistas. Os primeiros defendiam que o petróleo deveria ser explorado
exclusivamente por uma empresa estatal brasileira, enquanto os últimos defendiam que a
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exploração deveria ser feita por empresas privadas nacionais e estrangeiras. A campanha durou de
1947 a 1953.
O escritor Monteiro Lobato, os generais Leônidas Cardoso e Júlio Caetano Horta Barbosa, entre
outras figuras ilustres da época, lideravam o grupo dos nacionalistas. Em 1951 o Presidente Getúlio
Vargas encaminhou ao Congresso um projeto de lei para discussão da matéria e a criação de uma
estatal, vindo a sancionar em 03.10.1953 a Lei 2004, que criou a Petrobras – Petróleo Brasileiro S/A,
uma empresa de economia mista.
Estabeleceu-se o monopólio estatal do petróleo, afastando a tentativa oligopolista das grandes
empresas internacionais, tornando-se a Petrobras o símbolo da economia industrial do país. Mesmo
com o Programa de Desestatização da Economia Brasileira, no Governo Fernando Henrique
Cardoso, a Petrobras foi preservada, mantendo sua representatividade nacional.
Agora, decorridos 61 anos de sua criação e representação, a Petrobras se torna vítima de um plano
criminoso jamais concebido em qualquer país do mundo, fomentado por aqueles que tinham a
obrigação de guardá-la e defendê-la, assegurando-lhe a necessária e imprescindível
sustentabilidade.
Hoje, suas ações atingem índices os mais baixos nunca dantes alcançados, a empresa perde
credibilidade internacional pela desconfiança dos seus registros contábeis, os investidores perdem
lucros enormes pelos desvios criminosos de suas finanças e o povo brasileiro se envergonha de
seus dirigentes e dos governantes do país.
Monteiro Lobato se retorce na sua sepultura com o “petrolão”, ele que deu o grito de guerra na
década de 30, pela independência econômica que seria trazida com a exploração do petróleo
brasileiro, para complementar a liberdade política trazida pelo movimento democratizante surgido
com o fim do Estado Novo.
Até Petronilha Pimentel, a rainha do petróleo que pousou com as mãos sujas de petróleo para a
campanha, se contorce com as mãos sujas dos “petralhas” que liquidaram a Petrobras e o Brasil.
Pergunta-se: Eram aqueles os entreguistas? Com tudo isto, será que o petróleo é ainda nosso
mesmo?
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Bloco 8 – Paulo César Fiuza Lima –
Filantropia...Beneficência...Fraternidade...
FILANTROPIA... BENEFICÊNCIA... FRATERNIDADE...
Ir Paulo César Fiuza Lima (MM)
BARSLSRegeneração Catarinense – nº 138
OrFlorianópolis/SC - 10/12/2013
Quando nos aproximamos das festas de fim de ano, com certeza nos tornamos mais sensíveis aos
problemas daqueles que quase nada tem e que julgamos precisarem de nós.
Este sentimento nos impulsiona a procurar minimizar as necessidades alheias e a isto costumamos
chamar de Filantropia. Mas, afinal, o que significa Filantropia?
Filantropia é um sentimento que faz com que indivíduos ajudem outras pessoas, e o termo é de
origem grega, que significa "amor à humanidade".
Outros dicionários vão mais além, definindo filantropia como a ação voluntária, gratuita, beneficente
e assistencial desenvolvida por altruísmo, solidariedade, fraternidade e amor ao próximo, que se
diferencia da caridade, porque esta seria por compaixão, e do assistencialismo, porque este seria
para provimento imediatista nas questões conjunturais contingenciais.
O art. 1º da Constituição do Grande Oriente do Brasil define que "a Maçonaria é uma instituição
essencialmente iniciática, filosófica, FILANTRÓPICA, progressista e evolucionista, cujos fins
supremos são: Liberdade, Igualdade e Fraternidade".
Pois acreditem, em seus demais cento e quarenta e sete artigos, nossa Constituição não cita uma
vez mais sequer o termo "filantropia".
Já o Regulamento Geral da Federação, no Capítulo IV (Direitos e Deveres das Lojas), no inciso VIII,
diz "prestar assistência material e moral aos membros de seu Quadro, bem como aos dependentes
de membros falecidos que pertenceram ao seu Quadro, de acordo com a possibilidade da Loja e as
necessidades do assistido".
Acrescenta, ainda, o mesmo Estatuto em seu Art. 134, "Compete à Comissão de Beneficência:
I – conhecer as condições dos Obreiros do Quadro visitando-os e quando algum estiver necessitado,
independentemente do seu pedido, reclamar da Loja o auxílio cabível;
II – emitir parecer sobre propostas relacionadas com assuntos de beneficência"
Deduz-se que nada direciona o Maçom à prática da Filantropia para o mundo Profano. Ao contrário,
intui-se que a Filantropia a que se refere nossa Carta Magna indica que, primeiro, devemos cuidar
dos "nossos" para, só depois, dedicarmo-nos aos "outros".
Ao debruçar“Brasil” – Londrina/PR, diz:
"De fato, após ter sido proclamada a República, a Maçonaria do Brasil, pouco fez.
Inicialmente, resolveu competir com as religiões cristãs no campo da beneficência, e da filantropia,
onde, com exceção de lojas de umas poucas cidades onde a Ordem faz um trabalho filantrópico
social racional muito importante, mas as demais cidades do Brasil fazem uma filantropia amadora,
sem planejamento, onerando sempre os seus obreiros.
É comum uma loja, às vezes doar cadeiras de rodas para um profano paraplégico e eliminar um
irmão por falta de pagamento das mensalidades, sem saber ao certo o que este irmão está
enfrentando em sua vida naquele momento.
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Neste particular as lojas brasileiras fazem confusão com caridade profana e a caridade maçônica,
sem saber que os irmãos de outrora, da fase Operativa e mesmo da Maçonaria Moderna, faziam a
caridade ao maçom necessitado, à família de maçons falecidos e jamais para os profanos.
Para profanos, não se deveria a rigor fazer caridade ou filantropia, se fossem seguidos os antigos
costumes da Ordem. Entretanto, é o que ocorre no Brasil.
O correto é se no quadro de uma loja existem aqueles irmãos que são filantropos por natureza, por
índole, e que queiram praticar caridade, que a façam às suas próprias expensas nunca envolvendo a
loja em si.
Em realidade a Maçonaria deveria fazer caridade só para maçons e suas famílias. Esta é a regra
tradicional, infelizmente não observada em nossos dias".
Em sentido contrário, nosso conhecido Irmão Sérgio Quirino Guimarães, numa das últimas edições
do conceituado informativo digital JB NEWS, enfatiza:
"Uma Loja Maçônica que não atua filantropicamente junto à sociedade não está integralmente
cumprindo a tríade da Ordem.
Não há Maçonaria sem filantropia!
Todos nós, ou melhor, todos que possuem um coração bem formado, devem sentir uma imensa
angústia ao se deparar com as necessidades suportadas pelos deserdados da fortuna.
Não adianta a Loja possuir sede própria, trabalhar com uma ritualística perfeita, ter um Quadro de
Obreiros numeroso e quando aparecem as oportunidades de ser útil ela tornar-se infiel.
Todo socorro recusado é a manifestação do perjúrio, a amizade é mais que um sentimento é um
dever que se transforma em virtude.
A tão proclamada “Fraternidade Maçônica”, não é apenas um sentimento entre Irmãos, ela deve
ultrapassar as paredes do Templo e alcançar a Humanidade. É neste ponto em que há o encontro
da “fraternidade” com a “filantropia”.
A Filantropia é o terceiro princípio previsto no primeiro artigo da Constituição do Grande Oriente do
Brasil.
Sendo a Sublime Ordem caracterizada pelo amor ao próximo, dentre outros elementos de bondade,
não poderia mesmo deixar de cultivar essa virtude que integra a essência de toda sua doutrina."
sobre o tema:
"A Maçonaria atual está em muitos aspectos afastada dos seus valores antigos e tradicionais e, em
especial de certos Usos e Costumes, os quais foram paulatinamente, totalmente distorcidos através
dos anos.
Sabe-se que a Maçonaria, desde que apareceu, conseguiu sobreviver no mundo, sempre em
condições adversas, sofrendo perseguições e que seus primeiros componentes se protegiam como
irmãos, quer física, quer financeiramente. Qualquer membro da confraria era defendido em todos os
sentidos e em caso de sua morte a família, viúva e filhos eram assistidos financeiramente nos
mesmos moldes das confrarias de pedreiros, das guildas e outras entidades afins.
Em algumas destas organizações havia até auxílio funeral, além de outros atendimentos. A
Maçonaria não auxiliava Profanos de forma alguma, somente os Maçons, seus verdadeiros
confrades, seus Irmãos e suas famílias, através de caixas ou fundos arrecadados especialmente
para este fim.
No início do século XX a Maçonaria brasileira, alguns anos após a Proclamação da República, já
sem outras metas maiores naquele momento, começou a competir com a Igreja Católica, Espírita e
posteriormente com as Igrejas Evangélicas em matéria de caridade a Profanos."
Desde a construção do templo por Salomão, em Jerusalém, o Tronco de Beneficência já fazia parte
dos rituais maçônicos. Naquela época foi criada pelos arquitetos uma coluna em miniatura,
denominada de tronco, que girava por entre as bancadas recebendo as contribuições, a mão era
introduzida pelo alto do capitel, que a ocultava, havendo uma fenda no cimo do fuste para a
passagem da oferta.
Com o tempo passou denominar-se tronco da viúva, tronco de solidariedade ou tronco de
beneficência.
Como já frisei, era costume nas antigas “guildas” recolher contribuições dos que podiam ofertá-la,
para socorrer seus congregados. A proteção se estendia às viúvas, órfãos, inválidos e servia até
para defesa judicial dos membros. Essa tradição passou à Maçonaria.
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A função caritativa da Maçonaria se tornou tão destacada que a Ordem passou a ser identificada
como benemérita pela prática da filantropia.
Imaginava-se que Maçonaria era Fraternidade e Caridade.
Não descuidando de nosso foco, devemos entender o significado de nossas ações: a prática da
filantropia alcança os infelizes e necessitados pela entidade beneficente que a praticou. Benemérita
é a Loja que proporciona a prática dessa beneficência pelo elevado espírito de nossa fraternidade.
A filantropia por mais autêntica que seja não engloba a fraternidade, uma vez que a ela arrasta por
tradição, nuclearmente, o conceito de esmola, porquanto a prática da fraternidade é um sentimento
que possui em seu núcleo o amor fraterno da união dos maçons.
Assim podemos dizer que a fraternidade é diferente da filantropia, mas não a exclui e ambas devem
coexistir.
O templo não é lugar de esmola, mesmo que o óbolo seja uma manifestação mínima que se possa
dar, este deve ser evitado, pois se nos organizarmos financeiramente iremos colaborar com bem
mais que o mínimo.
Como vimos, o tema filantropia, beneficência e fraternidade, para muitos, não é pacífico, primeiro
pela falta de entendimento do seu conceito, segundo pela nossa capacidade de escolher a política
mais adequada para o enfrentamento dessas questões e terceira a própria conjuntura atual das
Lojas e obediências: casos de inadimplência mórbidos, pagadores com atraso, lojas que descuidam
de seus compromissos junto à obediência, etc.
Finalizando, cito texto de autor que não consegui identificar e a quem, antecipadamente peço
escusas por não creditar a fonte:
"Como se pode observar, são diferentes as opiniões e pode-se concluir que a proposta de priorizar o
atendimento ao público interno é matéria vencida para a Maçonaria bem antes da Idade Moderna.
Mesmo que tenhamos entendimentos diversos, o bom senso demonstra que os assuntos devem ser
tratados separadamente.
Se a nossa satisfação é limitada pela arrecadação da Loja nos moldes apresentados e a sua
utilização for canalizada para atender o nosso público interno, estaremos como instituição dando as
costas aos flagelos que atingem a sociedade.
Há inúmeras maneiras de transpor esta barreira; basta usar a imaginação e por a mão na massa,
pois somos aquilo que desejamos ser, ou seja, o que somos hoje é o produto de ontem.
A Maçonaria nada mais é do que princípios.
Ela não é como eu quero e como penso que deva ser. A Maçonaria se materializa pelo produto de
nosso trabalho quando agimos de acordo com o nosso coração.
Na Maçonaria não existe prato feito, temos que trabalhar constantemente, sempre em busca do
consenso.
O consenso tem como limite a legislação onde se emprega a tolerância ilimitadamente para a livre
manifestação do pensamento, e nunca para justificar comportamentos equivocados, fatos errados,
descumprimento de normas como, por exemplo: o não depósito de metais junto à tesouraria da Loja.
cumprir as Leis, normas e regulamentos, ele não pode prevaricar, tem que passar o seu povo a
prumo.
Os casos isolados, as exceções devem receber um tratamento especial com acompanhamento da
Comissão de Beneficência da Loja, inclusive apontando soluções saneadoras para impedir a
recorrência ou difícil resolução. Não há e nunca houve restrição alguma em auxiliar um Irmão ou
parente porque estes são os próximos mais próximos que temos.
Somos múltiplos e devemos agir em várias frentes ao mesmo tempo; temos qualificação e aptidão
para isso.
Somos capazes, instruídos, e fomos devidamente escolhidos para entrar na Ordem através de um
padrinho que nos avaliou segundo os nossos costumes e leis, detendo-se inclusive sobre a nossa
capacidade de honrar esses novos compromissos.
Hoje tudo é previsível e assim sendo não se transferem as nossas responsabilidades para as mãos
dos outros Irmãos.
Os fatos isolados devem ser administrados pela Loja ao arrepio do Tronco de Solidariedade, por
uma chamada extra ou outros mecanismos que podem ser adotados.
Como construtores sociais, sabemos o nosso papel na ordem e na sociedade.
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A ordem não pode e não deve voltar-se à proteção somente de seu umbigo; não devemos cultivar
somente a introspecção e sim continuarmos a ser progressistas, fomentar a nossa família a fim de
ocuparmos melhores espaços sociais, ou seja, é melhor dar do que pedir. Para tanto, devemos estar
preparados para o dia de amanhã onde os degraus foram feitos para ser galgados, respeitando
sempre as condições contextuais de cada um; cada realidade é uma realidade.
Enganam-se quem entra na Maçonaria para ser ajudado. A Maçonaria nos exige muito mais,
devemos nos doar muito e com responsabilidade; a Maçonaria tem que entrar em nós.
A filantropia, a beneficência e a fraternidade devem andar de mãos dadas o tempo todo e para todo
o sempre, a fim de que tudo permaneça justo e perfeito.
Conclusão: Vimos que há duas correntes. Ambas merecem reflexão. As duas estarão corretas? Ou
erradas? Existem outras possibilidades? Antes de fazer filantropia no mundo profano, não
deveríamos primeiro tentar descobrir se nenhum Irmão está precisando de ajuda? Não deveríamos
procurar saber como vivem nossas cunhadas viúvas? Não haverá algum sobrinho precisando de
emprego? Ou de uma bolsa de estudos? Ou uma vaga de estágio?
Devemos refletir e discutir estas e outras opções.
-
Bloco 9 – Aquilino R. Leal
Natal: Velho Goro e Barbudo se torna o principal protagista ...
NATAL: VELHO GORDO E BARBUDO SE TORNA O
PRINCIPAL PROTAGONISTA DA FESTA DE ANIVERSÁRIO
DE UM MENINO
Aquilino R. Leal*
Fato: Estamos nos aproximando do dia em que a comunidade, em particular a cristã festeja o Natal,
ou seja, daqui a exatamente quatro dias e eu escrevendo estas linhas para serem publicadas neste
domingo, dia 21 de dezembro de 2014.
Porque a antecedência?
Para que possamos refletir sobre um acontecimento que contagia uma boa parte dos mortais muitas vezes sem saberem o real e verdadeiro significado de tal festividade, especialmente sua
origem.
Em tempo: o texto, assim como tantos outros que escrevemos, trata de assuntos alguns indo de
encontro à religião, em particular a cristã e seu livro sagrado. Não é nossa intenção remover a
crença ou fé religiosa de qualquer leitor, nem atacar a crença de nenhum individuo, e sim, romper
paradigmas e tentar informar com base em alguns estudos e fatos históricos, procurando alertar que
os episódios a que estamos acostumados podem apresentar-se com várias outras facetas muito
JB News – Informativo nr. 1.559
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mais próximas da verdade.
Mas vamos ao título tema da crônica...
No domingo passado, fomos até o shopping Independência em Juiz de Fora, MG, distante de Lima
Duarte uns 60 km; não é que em Lima Duarte - MG, onde residimos, não existam shoppings,
existem sim mas não são SHOPPINGS. Do lado esquerdo, a tira colo, a filmadora e do lado direito,
pela mão, o neto Patrick Hang Leal e lá fomos nós dois ver o Papai Noel, figura emblemática que
tanto fascina os pequenos como os grandes... Depois de algumas horas, depois de termos cumprido
fielmente o dever de avô-coruja, eis-nos de volta no aconchego da casa, à frente da nossa
‘máquina’... Descansando... Digitando... Recordando o que passamos, o que vimos...
Em verdade presenciamos no Independência uma decoração estritamente orientada para o velho e
barbado Papai Noel; deveras, para muitos Papais Noéis, somente vimos Papais Noéis... Contudo,
fico pensando e ao mesmo tempo indagando:
Segundo a tradição cristã não é nessa data que se celebra o nascimento do menino Jesus? Se sim,
cadê então a figura mítica? Uma pelo menos! Não vi! Não vimos! Nada de Maria, José, Anjo, Estrela
de Belém, Magos, Manjedoura, Vaca, Galo, Jumento, enfim os animais que há anos faziam parte do
legendário presépio... De repente, não mais que de repente, onde anda você? Uma dupla lembrança
de Vinicius de Moraes1.
O velho gordinho de roupa vermelha da coca (no bom sentido) passou a perna no pequeno Jesus!
Não vejo muita vantagem nisso: puta malandrão ludibriar uma criança é moleza, mais mole do que
encontrar político desonesto no Reino Unido Brasiliensis...
Pense comigo: não é que o menino deixou de ser protagonista da sua
própria festa de aniversário?! A figura central da fé de dois ou três bilhões de
pessoas da face da Terra foi para o ralo! O nascimento do menino foi
colocado em segundo lugar por um velho barbudo, possivelmente viciado em
‘coca’ ou ‘cola’, ou em ambos, de aparência nórdica que só criancinhas, tipo
Patrick, acreditam que exista...2
Por outro lado... Por outro lado não será que as pessoas estão ficando mais
arguciosas, mais próximas da realidade e mais longe das fantasias
religiosas? Em primeiro lugar é necessário mostrar que o mencionado
menino realmente existiu, não há provas contundentes da sua existência...
Segundo alguns, um personagem criado tal qual a escrava Anastácia. No
entanto, Papai Noel existe! Ou pelo menos existiu (São) Nicolau de Myra. No fim de contas todo
‘santo’ ano ele presenteia as crianças de bom comportamento passado! Depois ele deixa de existir
quando as crianças se tornam maiores e passam a acreditar em outros mitos, entre eles no próprio
menino Jesus e posteriormente no próprio homem Jesus. Atine para o fato de que a data de
nascimento de Jesus, com a certeza dos historiadores, NÃO é em 25 de Dezembro, há uma forte
teoria afirmando ter sido em Setembro...
Em verdade o Natal nada mais é do que uma inteligente maneira de saquear o bolso do pobre
contribuinte, pelo menos de muitos... Quase todos! A essência da ideia é fazer gastar o dinheiro
suado, que não deveria ser gasto, comer o que não deveria ser comido no Natal Sul e ‘encher a
cara’... Bem-vindo mais um feriado para os vagabundos...
O Natal, acredite leitor, não tem qualquer magia do lado de cá! Do lado de lá, do
comércio, apenas existe a manifestação mágica de apoderar-se do décimo terceiro
salário e procurar endividar o infeliz acéfalo a pagar juros exorbitantes às
operadoras dos cartões de crédito... As igrejas também lucram: afinal de contas o
dízimo (em alguns casos o trízimo) também incide sobre o salário extra de fim de
ano... Uma festa para todos... Quase todos...
Que concluímos? O Natal é sinônimo de gastança e nada mais apropriado do que
apoderar-se de uma figura de um velho para atingir tal objetivo! Que se dane o menino Jesus...
Tivesse sido ele mais esperto! Ou melhor, tivessem sido seus criadores, os Gepetos, mais espertos!
1R
espectivamente SONETO DA SEPARAÇÃO e ONDE ANDA VOCÊ.
desenho retratando a figura de Papai Noel como o conhecemos atualmente foi feito por Thomas Nast, sendo publicada no
seminário Harper’s Weekly no ano de 1866.
2 O primeiro
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Florianópolis (SC) – domingo, 21 de dezembro de 2014.
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Algum cristão poderá até se insurgir de ver no que o Natal se transformou: uma falsa festa religiosa
sem qualquer significado espiritual onde o simbólico nascimento de Jesus perdeu o lugar para o
consumismo muito bem representado pelo astuto velhinho.
Dirão tais cristãos que o dono da festa não é Papai Noel e que não é por causa dele que o Natal
existe... O velho blá-blá cristão não se cansa de repetir o avelhantado e desgastado chavão mais ou
menos assim descrito: A verdade é que não nos podemos esquecer que o verdadeiro significado de
Natal prende-se com o nascimento de Cristo, que veio ao Mundo com um único propósito: o de
justificar os nossos pecados através da sua própria morte. Nesses tempos, sempre que alguém
pecava e desejava obter o perdão divino, oferecia um cordeiro em forma de sacrifício. Então, Deus
enviou Jesus Cristo que, como um cordeiro sem pecados, veio ao mundo para limpar os pecados de
toda a Humanidade através da Sua morte, para que um dia possamos alcançar a vida eterna, por
intermédio Dele, Cristo, Filho de Deus. O Natal não se resume a bonitas decorações e a presentes,
pois a sua essência é o festejo do nascimento daquele que deu a sua vida por nós, Jesus Cristo.
Os cristãos também devem saber, ou propositalmente ignoram e/ou omitem, que o Natal nem
tampouco existe por causa do menino Jesus! Se assim o julgam estão também sendo totalmente
injustos! Acompanhe pelos seguintes fatos registrados pela história dos acontecimentos.
“Muitos cristãos, inocentemente, aderem a práticas religiosas sem ao menos se atentarem que, na
realidade, repetem alguns dos mesmos atos e 'rituais' de culturas pagãs passadas. A comemoração
do Natal e o 'culto' à sua árvore são exemplos de como muitos conseguem ser iludidos pela
religião.3” (Bispo Edir Macedo)
Sem entrar especificamente na celebração do deus-sol Mitra (adiante o faremos), época em que os
povos comemoravam o final das colheitas (hemisfério Norte), a história nos diz que a tradição
natalina teve início alguns poucos milhares de anos antes do suposto nascimento de Jesus, tendo
ela motivo bem prático: celebrar o solstício de inverno (hemisfério Norte), ou seja, a noite mais longa
do ano que acontece no escurecer do mês de Dezembro. Desse dia em frente o Sol fica mais tempo
visível até atingir o ápice do verão; simbolicamente é o tempo da virada das trevas para a luz, enfim,
o renascimento do Sol, fonte de vida, razão da nossa existência. Naqueles tempos a raça humana
abandonava a errância de caçador para tornar-se agricultor, obrigando-a a fixar-se, e justamente ao
dominar a agricultura e, é claro, a volta de dias mais longos era sinônimo de colheitas para o ano
seguinte. Tudo era festa!
Segundo historiadores tal celebração durava 12 dias na Mesopotâmia. Já os gregos aproveitavam o
solstício para cultuar Dionísio4, o deus do vinho e da vida mansa, enquanto os
egípcios relembravam a passagem do deus Osíris para o mundo dos mortos.
Na China, as homenagens eram (e ainda são) para o símbolo do yin-yang, que
representa a harmonia da natureza. Até povos antigos da Grã-Bretanha, mais
primitivos que seus contemporâneos do Oriente, comemoravam tendo como
Dionísio
pano de fundo Stonehenge, monumento que começou a ser erguido em 3100
a.C. para marcar a trajetória do Sol ao longo do ano (aos interessados recomendamos a leitura do
trabalho SIMBOLISMO MAÇÔNICO EM STONEHENGE, O, postado na pasta NO TOPO DA
COLUNA NORTE\GRAU I: link
https://www.mediafire.com/folder/86pwjgqt45210//FOLHAMACONICA-AQUILINO ou
http://sdrv.ms/QobWqH (dezembro de 2014).
Nos primórdios da igreja Católica não se comemorava o Natal! Foi apenas em meados do século IV
d.C.5 que se começou a festejar o nascimento do menino Jesus. Coube ao papa Júlio I fixar a data
no dia 25 de Dezembro - lembramos que se desconhece a verdadeira data do nascimento de Jesus,
o que vem a corroborar, em meu particular entender, que ele nunca tenha nascido como há pouco
escrevi.
Porque a escolha do dia 25?
3C
omo se os seus seguidores, IURD, não o fossem!
Na mitologia grega, Dionísio era o deus do vinho, pois possuía os conhecimentos e segredos do plantio e colheita da uva. Possuía
também os segredos da produção do vinho. Era também associado às festas e atividades relacionadas ao prazer material. Era filho
de Zeus (deus dos deuses) com a princesa Sêmele.
5
Alguns historiadores localizam a primeira celebração no ano 336 d.C., em Roma.
4
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Entre outras, prende-se ao fato de esta data coincidir com a Saturnália6 dos romanos, com as festas
germânicas e célticas do solstício de inverno7 (hemisfério Norte) como vimos – recordarmos todas
essas festividades serem de cunho pagão.
E daí?
E daí que a igreja, inteligentemente, viu nelas uma ótima oportunidade de cristianizar a data,
colocando em segundo lugar a sua conotação pagã. Assim tais festividades parecem ser ‘cristãs’
quando em realidade... Tanto é verdade que no século XVII tal festividade, Natal, foi proibida na
Inglaterra e em algumas colônias americanas devido à sua origem pagã!
Sob a influência franciscana espalhou-se, a partir de 12238, o costume de se construírem presépios
já que estes, a priori, reconstituíam a cena do nascimento de Jesus.
Segundo várias versões sobre a procedência da bem conhecida ‘árvore de
Natal’ a maioria delas indica a Alemanha como país de origem, século XVI
sendo enfeitada com luzes: símbolo de Cristo, Luz do Mundo9.
Colocando mais ‘lenha na fogueira’ e para quem não teve oportunidade de
ler, abaixo reproduzo algumas passagens do texto BRUXARIA
TRADICIONAL: ROMA E A CRENÇA CRÍSTICA DO NATAL CRISTIANISMO E MITRAÍSMO NA ANTIGA ROMA10
"ELE"
1. Nasceu numa manjedoura no dia 25 de dezembro e foi venerado por humildes pastores;
2. Celebrou uma Santa Ceia, junto com 12 discípulos, antes de voltar à casa do Pai;
3. Ascendeu ao Céu de onde prometeu voltar no fim dos tempos para o Juízo Final;
4. Garantiu a vida eterna a quem se batizasse.
Estamos falando de Cristo? Absolutamente não! Estas são apenas algumas das peculiaridades do
deus Mitra, cujo culto, começado na Pérsia não menos de 4000 anos atrás, difundiu-se em todo o
território do Império Romano chegando a ser uma das religiões mais bem sucedidas (mais popular
que o próprio cristianismo) durante quase quatro séculos seguidos.
Como atestam os antigos textos em sânscrito (1400 a.C.), na religião dos antigos Persas, Mitra (ou
Mithras da palavra mihr, sol) era considerado uma divindade inferior a Ormuzd, o Ser Supremo, mas
superior ao deus Sol. Durante o período védico do hinduísmo Mitra (associado a Varuna) era o deus
da criação, da ordem universal e da amizade. Os Magos afirmavam que existia uma Trindade
formada por Mitra (o sol espiritual, o Sol Dominus Invictus dos Romanos), Ormuzd e Ahriman. Mitra
era onissapiente, inimigo da escuridade e do mal, deus das vitórias militares.
Protetor dos justos, agia como mediador entre a humanidade e o Ser Supremo. Ele encarnou-se
para viver entre os homens e enfim morreu para que todos fossem salvos. Os fiéis comemoravam a
sua ressurreição durante cerimônias onde eram proferidas as palavras:
"Aquele que não irá comer o meu corpo e beber o meu sangue, assim que ele seja em mim e eu
nele, não será salvo."
Mitra era tido como Logos (a Palavra) e a purificação mediante o batismo era necessária para obter
a vida eterna....
...O mitraísmo que entrou no Império Romano era uma mistura de mitraísmo persa, astrologia
babilônica e mistérios gregos. Os primeiros contatos entre o mundo romano e mitraístas persas
datam do I século antes de Cristo, como atesta uma epígrafe de Antíoco I de Comagene (69-34 a.C.)
encontrada na Ásia Menor. Sabe-se, também, que adoradores de Mitra já existiam em Roma na
época de Pompeu (67 a.C.) quando, de acordo com o historiador Plutarco, tropas desse triúnviro
descobriram os "rituais secretos" de prisioneiros capturados na Cilícia (a terra de São Paulo)...
6
Festividade romana em honra ao deus Saturno, comemorada de 17 a 22 de dezembro – era um período de alegria e troca de
presentes.
7
O dia 25 de Dezembro era o dia da festividade dedicada ao ‘nascimento do deus sol invencível’ (Natalis Invistis Solis), que
comemorava o solstício de Inverno. O dia 25 de Dezembro era tido também como o do nascimento do misterioso deus persa Mitra,
o Sol da Virtude.
8
Ideia atribuída a São Francisco de Assis.
9
A versão mais aceita atribui a novidade ao padre Martinho Lutero, autor da Reforma Protestante.
10
O texto completo para ler/baixar encontra-se no PONTO CULTURAL DO FOLHA MAÇÔNICA, pasta BIBLOS\RELIGIÃO, FILOSOFIA E
AFINS: link https://www.mediafire.com/folder/86pwjgqt45210//FOLHAMACONICA-AQUILINO ou http://sdrv.ms/QobWqH
(dezembro de 2014).
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...Todavia o culto foi oficialmente aceito no Império só a partir do fim do segundo século e alcançou o
apogeu de sua popularidade no terceiro século da nossa era. Como para os cristãos, entre os
fâmulos de Mitra não havia discriminação social mas, enquanto os primeiros pertenciam
principalmente à pequena burguesia urbana, o mitraísmo essencialmente mostrava-se difuso entre
três classes: os mercantes, os escravos e os militares...
O culto de Mitra era uma religião misteriosa e simbólica; as mulheres ficavam excluídas das formas
exteriores e regulares da liturgia. Muitos elementos de sua organização lembram os da moderna
Maçonaria. Os templos subterrâneos reproduziam o firmamento enquanto a arte mitraísta insistia na
representação de corpos celestes (o zodíaco, os planetas, o sol, a lua e as estrelas) como também
da serpente, do cão, do corvo, do escorpião (todas constelações do hemisfério boreal) e da árvore.
Sempre foi uma religião privada que jamais recebeu verbas públicas, sendo os templos de Mitra
singelos e despidos daquela ostentação que caracterizava as basílicas paleo-cristãs. Se por um lado
esse culto, devido sua grande tolerância em relação aos outros credos, nunca foi perseguido, por
outro lado nunca gozou da propaganda resultante de persecuções recorrentes.
A história de Mitra principia com o Demiurgo (Ahriman) oprimindo a humanidade. Apiedado, Mitra
encarnou-se no dia 25 de dezembro, data que na antiguidade correspondia ao solstício de inverno.
Ele nasceu de uma rocha e pregou numa caverna (também Jesus veio ao mundo numa gruta)
porém, segundo a mitologia persa, Mitra fora gerado por uma virgem denominada "Mãe de Deus".
Durante sua vida terrena Mitra manteve-se casto, pregou a irmandade universal e operou inúmeros
milagres. Outrossim, o acontecimento mais marcante foi a luta simbólica de Mitra contra o touro
sagrado (ou touro equinocial) que ele derrotou e sacrificou (tauroctonia) em prol da humanidade.
Todavia, como nos antigos textos persas o próprio Mitra era o touro, a tauroctonia adquire o dúplice
significado de vitória sobre o mundo terreno e de auto sacrifício da divindade a fim de redimir o
gênero humano de seus pecados.
Em época romana o touro podia ser trocado por um carneiro, sendo assim este animal o objeto do
sacrifício, conforme à tradição judaica e cristã. O apologista cristão Tertuliano afirma que os
sequazes de Mitra eram batizados com borrifos de sangue do touro (ou do carneiro) e, finalmente,
purificados com água.
No sétimo século a Igreja católica tentou, sem êxito, de suprimir a representação de Cristo como
carneiro, justamente por ser esta uma imagem de origem pagã.
São Justino Mártir atesta que existia uma eucaristia de Mitra onde os fiéis
compartilhavam pequenos pães redondos e água consagrada
simbolizando, respectivamente, a carne e o sangue do deus encarnado.
Este ritual, que ocorria aos domingos (dia da semana consagrado ao Sol),
era chamado Myazda e correspondia exatamente à missa dos cristãos.
Mitra não morria fisicamente, mas apenas simbolicamente e, como
divindade solar, ressuscitava todo ano. Cumprida a missão terrena, ele
jantava pela derradeira vez com seus discípulos e subia ao Céu. Seus
adeptos tinham que jejuar frequentemente e, após terem recebido um
marco na testa (no nível Miles, soldados), passavam a ser chamados "Soldados de Mitra".
No início do IV século o imperador Constantino apoiou-se às religiões emergentes: o cristianismo e
os cultos solares, ou seja o de Apolo (popular entre os Celtas) e o de Mitra, extremamente difuso na
parte Ocidental do Império onde, ao contrário, os cristãos ainda eram minora. De forma alguma
Constantino pode ser considerado um soberano cristão pois, como os demais imperadores, nunca
renunciou ao título de pontifex maximus. Ademais, ele privilegiou os pagãos nos cargos
administrativos e a casa da moeda romana continuou a cunhar moedas mostrando símbolos pagãos.
O mitraísmo sumiu oficialmente em 377 d.C., data em que o imperador cristão Teodósio proibiu
todas as religiões diferentes do cristianismo. Pequenos grupos de adeptos continuaram
secretamente a prática do culto até o V século quando os bispos desencadearam ásperas
perseguições contra os cultos solares.
Surpreendentemente a própria Igreja cristã incorporou boa parte das práticas mitraístas como a
liturgia do batismo, da crisma, da eucaristia, da páscoa, e a utilização do incenso, das velas, dos
sinos, etc. Até as vestimentas usadas pelo clero católico eram extremamente parecidas com as dos
sacerdotes de Mitra, como a tiara e a mitra, barretes usados pelos antigos persas. Se não tivesse
sido por uma extravagância do destino, observam divertidos os escritores Knight e Lomas, as
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modernas famílias devotas iriam para a missa dominical tendo os vidros de seus carros enfeitados
por adesivos com a escrita "Mitra te ama".
Em síntese, quando o cristianismo começou a ganhar popularidade, difundindo-se na Europa e em
todas as partes do Império, os primitivos cristãos incorporaram à sua religião os cultos anteriores
bem-sucedidos, como, por exemplo, o da deusa Isis, tomando deliberadamente imagens do mundo
pagão.
Os cristãos sempre afirmaram que os adeptos de Mitra copiaram seus ritos, mas já vimos que, na
verdade, esse culto solar chegou em Roma pelo menos um século antes dos primeiros apóstolos.
Ademais, a imagem da tauroctonia é bem mais antiga que Cristo pois o patrimônio figurativo da
glíptica do Império de Akkad (2370-2120 a.C.) documenta cenas de luta entre um deus solar e um
touro. No milênio sucessivo, durante o reinado de Shuppiluliuma (cerca 1500 a.C.), num tratado com
um soberano hitita é invocada a proteção de duas divindades solares: Mitra e Varuna.
Com efeito, somente entre os anos 4000-2000 a.C. o sol nascia, aos equinócios, na constelação do
Touro e só naquela época as constelações do Cão Menor, da Hidra (a serpente), do Corvo e do
Escorpião se encontravam no Equador celeste.
Ocasionalmente um leão e uma taça apareciam na tauroctonia: simbolicamente representavam as
constelações do Leão e do Aquário que só se achavam em conjunção com o Sol durante os
solstícios na Idade do Touro.
Os antigos astrônomos da Babilónia fizeram precisas observações astronômicas chegando a
descobrir que, ano após ano, o sol não despontava sempre no mesmo canto mas o plano equinocial
se deslocava lentamente com a "velocidade" de uma constelação em cada 2160 anos.
Consequentemente o plano equinocial percorre todo o zodíaco em 25.900 anos, um movimento
cíclico conhecido como precessão dos equinócios.
Nesse sentido a cena de Mitra (representado pela constelação de Perseu) que mata o touro pode
ser interpretada como a rotação da abóbada celeste em direção da constelação de Áries, sucessiva
à constelação do Touro. Mitra, o sol espiritual que se encontra além da esfera das estrelas fixas,
seria portanto a força cósmica capaz de governar o ciclo das estações: a eterna sequência de
outono-primavera, de luz-obscuridão, na espera da vitória final da Luz sobre as trevas, da Vida sobre
a morte...
Conclusão: Entendo que as duas datas mais importantes para os seguidores de Jesus continuam
sendo a Sexta Feira Santa e a Páscoa: morte e ressureição respectivamente... E a festa Natal,
simbolicamente o nascimento do menino (nem poderia ser homem!) Jesus se situa em plano inferior;
festividade que, afinal de contas, além dos costumeiros presentes, temos a comilança que entendo
ser um pecado, aliás, um dos pecados capitais: a gula! O primeiro!
Então, senhores cristãos, fiquem quietinhos com suas cadeiras nas cadeiras pois o Natal é apenas
mais uma festa com rico material poético e folclórico, sem origem cristã, onde a data acalora as
vendas no comércio com a maciça participação dos também cristãos! Cúmplices o são!
Natal é business. Somente isso. Apenas isso! Nada mais que isso!
“É melhor saber pouco e divulgar seu conhecimento, do que ser um sábio e ficar isolado com o seu
aprendizado.” (Em busca do autor).
Imagem extraída do PONTO CULTURAL DO FOLHA MAÇÔNICA (http://sdrv.ms/QobWqH ou
https://www.mediafire.com/folder/86pwjgqt45210//FOLHAMACONICA-AQUILINO) onde estão
postados mais de 18.300 títulos (dezembro de 2014).
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Material assinado pelo Ir Aquilino R. Leal, engenheiro, professor universitário,
autor de dois livros técnicos e de mais de mil artigos publicados em diversas
revistas técnicas sobre eletrônica.
Iniciado em 03/09/1976 no Templo Tiradentes (São Cristóvão - Rio de
Janeiro - Brasil) é fundador de duas Lojas Maçônicas, entre elas a Loja Stanislas
de Guaita 165 - Rio de Janeiro, ambas trabalhando no REAA.
Colaborador permanente do semanário FOLHA MAÇÔNICA
([email protected]) com três colunas e com outras três colunas no
mesário espanhol RETALES DE MASONERÍA.
Gerencia o PONTO CULTURAL DO FOLHA MAÇÔNICA (links:
http://sdrv.ms/QobWqH ou
https://www.mediafire.com/folder/86pwjgqt45210//FOLHAMACONICA-AQUILINO)
onde estão postados mais de 18.200 títulos sobre a Ordem e afins para livremente baixar.
Bloco 10 – Pedro Juk – Perguntas & Respostas
Bloco produzido pelo Ir. Pedro Juk,
Loja Estrela de Morretes, 3159 - Morretes – PR
Não esqueça: envie sua pergunta identificada pelo nome completo, Loja, Oriente, Rito e Potência.
Golpe de malhete
Em 01.08.2014 o Respeitável Irmão Antônio Raia, GOB-PE, REAA, Oriente de Recife, Estado de
Pernambuco, solicita o seguinte esclarecimento:
[email protected]
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GOLPE DE MALHETE
Venho mais uma vez em busca de esclarecimento. Em Sessões Magnas, comemorativas de
aniversários, algumas Lojas aqui do Oriente de Recife estão abrindo e fechando os trabalhos
com golpes de malhetes, inclusive sem correr o Tronco de Beneficência É normal este
procedimento? Quando podemos abrir os trabalhos com golpe de malhete?
Considerações:
Uma sessão maçônica não pode ser assim considerada se esta for aberta com um só
golpe de malhete. Mesmo sessões que porventura estejam previstas com a presença de não
iniciados (sessões públicas), diz à tradição que se abrem primeiro os trabalhos
ritualisticamente no Grau de Aprendiz, posteriormente é que se dá ingresso aos não
iniciados. O encerramento é feito da mesma forma, saem os convidados não maçons e
encerram-se os trabalhos ritualisticamente.
Sessões previstas com a abertura de um só golpe de malhete, apenas as
administrativas e algumas orientações e situações que envolvem as eleições na Loja e que
não venham ferir o ritual em vigência – ver o ritual de Mestre no caso das eleições para GrãoMestre.
Mesmo o RGF quando prevê os tipos de Sessões, não orienta para que nenhuma
delas se abra com um só golpe de malhete.
Muitos ainda confundem a original abertura de uma Ordem do Dia, quando bons rituais assim
previam após a dialética de abertura do período entre o Venerável e os Vigilantes, com a
abertura e encerramento dos trabalhos da Loja. Não confundir períodos de uma sessão com a
abertura ritualística da sessão conforme o Grau de trabalho da Loja.
Assim, os que estão abrindo trabalhos de uma sessão com um só golpe de malhete
estão cometendo um erro ritualístico, já que uma sessão assim aberta não é considerada
maçônica.
Quanto a não circulação do Tronco é outro erro grave e prova de desconhecimento de
Maçonaria, já que é consuetudinária a prática nos ritos que adotam esse procedimento.
Mesmo nas sessões em que é admitida a presença de não maçons, após a retirada destes,
faz-se circular a bolsa de Beneficência. Mesmo nas sessões administrativas, sem o giro
formal, o Hospitaleiro colhe o Tronco.
Às vezes eu fico me perguntando onde estariam e o que fazem alguns Irmãos que
ocupam o cargo de Orador de uma Loja quando permitem sessões maçônicas com
procedimentos contrários às nossas Leis - como é o caso citado na questão acima.
T.F.A.
PEDRO JUK
[email protected]
SET/2014.
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Bloco 11 – Destaques JB – ( Resenha geral)
Lojas Aniversariantes de Santa Catarina
mês de dezembro
(as letras em vermelho significam que a Loja completou
ou está completando aniversário)
GOB/SC -
http://www.gob-sc.org.br/gobsc
Data
01.12.04
02.12.06
04.12.08
05.12.85
08.12.10
11.12.96
11.12.97
11.12.01
12.12.96
13.12.52
13.12.11
16.12.96
16.12.03
17.12.96
17.12.96
20.12.77
28.12.96
28.12.96
Nome
Oriente
Luz De São Miguel - 3639
Colunas De Antônio Carlos - 3824
Seara De Luz - 3961
25 de Agosto - 2383
Estrela do Oriente - 4099
Justiça e Paz - 3009
União Adonhiramita -3129
Paz do Hermon - 3416
Fênix do Sul - 3041
Campos Lobo - 1310
Luz Do Oriente - 4173
A Luz Vem Do Oriente - 3014
Philantropia E Liberdade - 3557
Luz Do Ocidente - 3015
Perseverança - 3005
XV De Novembro - 1998
Livre Pensar - 3153
Luz De Navegantes - 3033 (30/06/2010)
São Miguel do Oeste
Florianópolis
Chapecó
Chapecó
Tubarão
Joinville
São Pedro de Alcântara
Joinville
Florianópolis
Florianópolis
Morro da Fumaça
Castelo Branco
Brusque
Chapecó
Florianópolis
Caçador
Piçarras
Navegantes
GOSC
https://www.gosc.org.br
Data
01/12/2004
01/12/2009
11/12/1993
13/12/1983
18.12.14
20/12/2003
21/12/1999
22/12/1992
Nome
Lysis Brandão da Rocha
Poço Grande do Rio Tubarão
Phoenix
Nova Aurora
Obreiros da Paz
Luz Templária
Silvio Ávila
Ademar Nunes
Oriente
Florianópolis
Tubarão
Jaraguá do Sul
Criciúma
Fraiburgo
Curitibanos
Içara
Florianópolis
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GLSC -
http://www.mrglsc.org.br
Data
02/12
02/12
06/12
07/12
09/12
11/12
13/12
14/12
Nome da Loja
Fraternidade e Justiça
Lauro Mullher
Fraternidade Criciumense
Voluntas
Igualdade Criciumense
Xaver Arp
Padre Roma II
Montes de Sião
Oriente
Blumenau
São José
Criciúma
Florianópolis
Criciumense
Joinville
São José
Chapecó
Rádio Sintonia 33 e JB News.
Música, Cultura e Informação 24 horas/dia, o ano inteiro.
Rede Catarinense de Comunicação da Maçonaria Universal.
Acesse www.radiosintonia33.com.br
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A Loja Templários da Nova Era fecha a temporada de
2014 com Chave de Ouro
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A Loja Templários da Nova Era (GLSC – Florianópolis) antes do recesso maçônico
regulamentar, fechou o ano de 2014 com duas magníficas sessões, sobre o mesmo tema
comemorativo: Solstício de Verão. Na quinta-feira (18), realizou em seu Templo a Sessão
de Festividade Solsticial em seu regozijo, com a “Ordem do Dia” dedicada à palestra do
Ir Ademar Valsechi, MI da Loja, sobre o “Solstício do Verão” – Somos Poeira do
Universo.
A Sessão foi presidida pelo Venerável Mestre Névio João Nuernberg e contou com a
presença de vários visitantes, incluindo do Sereníssimo Grão-Mestre da GLSC João
Eduardo Berbigier.
Na noite de sexta-feira (19) houve a segunda sessão especial, com o “Ágape Maçônico,
igualmente com Ritual Especial.
A Loja finaliza, desta maneira, com duas sessões especialíssimas, a atuação durante 2014.
Nos link abaixo encontram-se os registros fotográficos. Primeiramente da Sessão de
Quinta-feira com o Solstício de Verão e a Palestra. E, posteriormente, com o Ágape
Maçônico realizado na noite de sexta-feira, no Condomínio Monte Verde.
https://picasaweb.google.com/103634428674850958508/LojaTemplariosDaNovaEraSolstic
ioDeVerao2014?authkey=Gv1sRgCLeq-v6j-brVsAE
JB News – Informativo nr. 1.559
Florianópolis (SC) – domingo, 21 de dezembro de 2014.
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Os vídeos são pesquisados ou repassados, em sua maioria, por irmãos colaboradores do JB News.
(Entretanto, as fontes encontram-se na internet)
1 – The Phatom of the Opera Extravaganza. Agora mais Ópera, mas a sério!
SIMPLESMENTE MARAVILHOSO! Quem viu, vai rememorar... Quem não viu, vai
aproveitar desse momento magico. Vale a pena! Notem que o autor, Andrew Lloyd
Webber, esta presente, de camisa azul
Tps://www.youtube-nocookie.com/v/cqpzz6NvOXqM?hl=en_US&version=3&rel=0
2 – A Grande Instalação Maçônica:
ON THE LEVEL - UGLQ GRAND INSTALLATION.mp4
3 – Ondas do Danúbio:
ONDAS-DO-DANÚBIO_JOSEPH-IVANOVICH.wav
4 – Salzburg:
SALZBURGO.pps
5 – Tibete –
TIBETE-VIAGEM_E_TREM.pps
6 - A canção da Dulce Pontes cantada em português e russo por 2 cantoras russas.
http://www.youtube.com/embed/0-pVjqnYmKc?feature=player_detailpage
7 – Filme do dia: “Oeste Selvagem” – Faroeste dublado.
https://www.youtube.com/watch?v=avKBqdzr1wI
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O Irmão e poeta Sinval Santos da Silveira *
escreve aos domingos neste espaço
Uma linda mesa antiga, hoje exposta à curiosidade,
sem privacidade, guarda profundo silêncio, e muita
saudade.
Oito cadeiras, louça de porcelana, talheres de prata,
cristais nascidos na Europa, castiçais... e tudo mais.
Ao lado, um "porta bengalas".
Sala ampla, paredes artisticamente decoradas,
janelas e portas altas, com cortinas leves,
dançando ao sabor do vento.
JB News – Informativo nr. 1.559
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Teto e assoalho, em tábuas corridas, selam o
primoroso requinte.
Tudo, sob o olhar atento do mordomo educado.
Chegam, ao presente, pelas mãos cuidadosas,
sensíveis e zelosas, de quem não permite o passado
sepultar.
Pedi licença, e sentei-me à mesa.
Respeitei a cabeceira, privativa de uma era patriarcal,
muito especial.
A concentração e o silêncio, permitiram-me ouvir
murmúrios e ruídos do passado.
Bradando, com arrogância, a sineta de metal chama
a criadagem.
Escuto os talheres se debatendo contra a porcelana,
retalhando alimentos, para a fome de alguém
saciar.
O tilintar dos cristais, aprisionando finos vinhos,
anuncia brindes aos momentos especiais.
No centro da mesa, o candelabro de sete velas,
discreto e calado, testemunha um glorioso passado.
Ouvi sorrisos, assisti lágrimas e confissões.
Mulheres bonitas, ostentando roupas extravagantes,
e penteados admiráveis, também assisti !
Não escutei os passos dos escravos, caminhando
com os pés descalços, para a Sinhá não incomodar.
Por onde anda toda aquela gente ?
E o mordomo, para onde se mudou ?
Tudo isto, faz parte de muitos outros segredos,
que aquela fiel e linda mesa, não me revelou
Veja mais poemas do autor, Clicando no seu BLOG: http://poesiasinval.blogspot.com/
* Sinval Santos da Silveira Mi da Loja Alferes Tiradentes nr. 20 - Florianópolis
Obrigado por 2014!
Feliz 2015!
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