Síndrome Imunodeficiência Adquirida 1986-2013

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Bento Gonçalves – SIDA 1986 a 2013
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SMS – Serviço de Vigilância Epidemiológica
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Bento Gonçalves – SIDA 1986 a 2013
SMS – Serviço de Vigilância Epidemiológica
BENTO GONÇALVES
RELATÓRIO
EPIDEMIOLÓGICO
SÍNDROME DA
IMUNODEFICIÊNCIA ADQUIRIDA
- SIDA
SISTEMA DE INFORMAÇÕES SOBRE
AGRAVOS DE NOTIFICAÇÃO – SINAN
8ª REVISÃO
1986 a 2013
Rio Grande do Sul
Bento Gonçalves
Secretaria Municipal da Saúde
Serviço de Vigilância Epidemiológica
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ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL
BENTO GONÇALVES
Secretaria Municipal de Saúde
Serviço de Vigilância Epidemiológica
Colaboradores
José Antônio Rodrigues da Rosa (coordenador e organizador)
Fabiane Giacomello
Márcia Dal Pizzol
Letícia Biasus
Jakeline Galski Rosiak
Outubro de 2014
Rua Goiânia, nº 590, Bairro Botafogo, CEP 95700-000
e-mail: [email protected]
Os dados desta publicação são de domínio público e podem ser utilizados, desde
que citadas as fontes.
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Bento Gonçalves – SIDA 1986 a 2013
SMS – Serviço de Vigilância Epidemiológica
SISTEMA DE INFORMAÇÕES DE AGRAVOS DE NOTIFICAÇÃO (SINAN)
O Ministério da Saúde tem estabelecido uma lista composta por doenças e agravos à saúde de interesse
nacional e cuja notificação é obrigatória às autoridades públicas de saúde. Estas notificações geram
informações que são digitalizadas em um banco de dados denominado de Sistema de Informação de
Agravos de Notificação – SINAN.
A utilização efetiva deste sistema possibilita a geração de informações que têm grande utilidade para a
elaboração do diagnóstico de saúde da população, podendo fornecer subsídios para explicações causais de
diferentes doenças, indicando potenciais riscos aos quais as pessoas estão sujeitas e ajudando na
elaboração de estratégias de prevenção e contenção de doenças.
É, portanto, um instrumento relevante para auxiliar o planejamento da saúde, definir prioridades de
intervenção, além de permitir que seja avaliado o impacto das intervenções.
Em Bento Gonçalves, o SINAN é coordenado pelo Serviço de Vigilância Epidemiológica (SVE) da Secretaria
Municipal da Saúde. O SVE recebe as informações referentes a doenças transmissíveis e demais agravos à
saúde de interesse epidemiológico através das fichas de notificação e/ou de investigação.
A partir das informações recebidas, o SVE faz o acompanhamento e monitoramento dos casos, intervindo
através de ações voltadas a assistência, educação da população e dos profissionais de saúde, qualificação
do diagnóstico, tratamento das doenças, interrupção da cadeia de transmissão (vacinação, por exemplo) e
prevenção do agravamento das doenças.
A Síndrome da Imunodeficiência Adquirida (SIDA) encontra-se entre os agravos de notificação obrigatória
ao SINAN.
Paralelamente ao SINAN, existem outros três sistemas que também recebem registros de casos de SIDA: o
Sistema de Informações sobre Mortalidade (SIM), o Sistema de Controle Logístico de Medicamentos
[4]
(SICLOM) e o Sistema de Informação de Exames Laboratoriais (SISCEL) .
A fim de qualificar o registro da doença, o Ministério da Saúde tem feito o relacionamento das suas bases
de dados. Como resultado, o número de casos de SIDA que era de 407.211 entre 1980 a junho de 2007,
[4]
aumentou para 474.273 casos, demonstrando uma subnotificação em torno de 15% ao SINAN no país .
Este achado revela a existência de lacunas no processo de notificação e demonstra a necessidade de
estratégias que melhorem o fluxo de informações entre os sistemas de registro de SIDA.
Outro aspecto relevante para a análise da SIDA, é que a estatística do Ministério da Saúde é feita
considerando o ano em que a infecção pelo HIV foi diagnosticada e não o ano em que o paciente foi
notificado como SIDA. Por exemplo, os pacientes que desenvolveram SIDA e que foram notificados em
2010, 2011 ou 2012, mas cujo diagnóstico de HIV ocorreu em 2008, são contabilizados como “casos novos”
de 2008. No Boletim Epidemiológico de DST AIDS do Ministério da Saúde publicado no ano de 2007, o
número de casos de SIDA do RS nos anos 2000, 2001, 2002 e 2003 era, respectivamente, de: 2.947, 2.862,
3.162 e 3.134. No Boletim publicado em 2012, estes números passaram para: 3.059, 3.002, 3.391 e 3.450,
gerando um aumento global de 6,5%. Em outras palavras, utilizar o ano do diagnóstico do HIV leva a
alterações retroativas na incidência da doença, mudando constantemente as suas séries históricas.
Para fazer a análise estatística da doença no município, optou-se pelo ano de notificação da SIDA, sem
considerar o ano em que a infecção foi diagnosticada.
Também é necessário que se diga que os dados de SIDA apresentados nos relatórios publicados pela
Secretaria Estadual da Saúde diferem dos apresentados pelo Ministério da Saúde em seu Boletim
Epidemiológico.
Por essas razões, recomenda-se que as análises aqui apresentadas sejam vistas com certa relatividade,
uma vez que podem conter imprecisões estatísticas resultantes da dificuldade em se obter dados precisos
sobre a doença.
A cada ano, a equipe da Vigilância Epidemiológica procura qualificar as informações prestadas em seus
relatórios. O relatório municipal sobre a Síndrome da Imunodeficiência Adquirida apresentado a seguir
representa a 8ª revisão feita, desde sua primeira publicação no ano de 2006. Ele atualiza os dados sobre a
doença até o ano de 2013.
5
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Bento Gonçalves – SIDA 1986 a 2013
SMS – Serviço de Vigilância Epidemiológica
SÍNDROME DA IMUNODEFICIÊNCIA ADQUIRIDA – SIDA
A Síndrome da Imunodeficiência Adquirida (SIDA ou AIDS - Acquired Immune Deficiency Syndrome) foi
reconhecida em meados de 1981, nos Estados Unidos, a partir da identificação de um número elevado de
pacientes que apresentavam sarcoma de Kaposi, pneumonia por Pneumocystis carinii e comprometimento
[2]
do sistema imune . No Brasil, os primeiros casos notificados da doença datam de 1980. A SIDA é uma
doença caracterizada por uma disfunção grave do sistema imunológico do indivíduo infectado pelo vírus da
[1]
imunodeficiência humana (HIV) .
A primeira fase da doença caracteriza-se por sintomas de infecção aguda que podem surgir algumas
[2]
semanas após a infecção inicial (entre 5 a 30 dias) , com manifestações como: febre, calafrios, sudorese,
mialgias, cefaléias, dor de garganta, sintomas gastrintestinais, linfadenopatias generalizadas e erupções
[1]
cutâneas . A maior parte dos indivíduos apresenta sintomas autolimitados. Seu diagnóstico é pouco
realizado devido ao baixo índice de suspeisão.
Na segunda fase, o paciente entra em um período de infecção assintomática, de duração variável que pode
[1]
demorar alguns anos . A última fase da doença é sintomática, caracterizada pelas manifestações da SIDA.
Ocorre na medida em que o paciente vai apresentando alterações da imunidade, com o surgimento de febre
prolongada, diarréia crônica, perda de peso importante (superior a 10% do peso anterior do indivíduo),
sudorese noturna, astenia e adenomegalia. As infecções oportunistas passam a surgir ou recidivar, tais
como, tuberculose, pneumonia por Pneumocistis carinii, toxoplasmose cerebral, candidíase e meningite por
criptococos, dentre outras. Tumores raros em indivíduos imunocompetentes, como o sarcoma de Kaposi,
[1]
também podem surgir .
[1, 2]
As principais formas de transmissão do vírus HIV incluem
: relações sexuais com indivíduo infectado,
contato com sangue contaminado e através da mãe infectada para o filho, no curso da gravidez, durante ou
após o parto e pelo leite materno. São fatores de risco associados aos mecanismos de transmissão do HIV:
variações freqüentes de parceiros sexuais sem uso de preservativos; utilização de sangue ou seus
derivados sem controle de qualidade; uso de seringas e agulhas não esterilizadas (como acontece entre
usuários de drogas injetáveis); gravidez em mulher infectada pelo HIV; e recepção de órgãos de doadores
infectados.
Com os testes laboratoriais atualmente disponíveis, o tempo médio necessário para a detecção (janela
imunológica) do vírus HIV é de 6 a 12 semanas. Em 95% dos casos a soroconversão ocorre nos primeiros
[2]
seis meses após a contaminação da pessoa .
1. Atendimento e Notificação dos Casos de Síndrome da Imunodeficiência Adquirida em Bento
Gonçalves
Até 1997, todos os casos da doença residentes no município eram atendidos e notificados pelo Centro de
Testagem Anônima e Aconselhamento (à época denominado COAS - Centro de Orientação e Apoio
Sorológico), em Porto Alegre. Em 1998, o COAS do município de Caxias do Sul passou a ser a referência
regional (na Serra Gaúcha) para o acompanhamento dos pacientes portadores do vírus HIV e para o
fornecimento dos medicamentos para os doentes de SIDA, inclusive os residentes em Bento Gonçalves.
Em 1999, a Secretaria Municipal da Saúde de Bento Gonçalves implantou o seu Serviço de Atendimento
Especializado / Serviço de Aconselhamento e Testagem (SAE/SAT), inicialmente, fornecendo a testagem
anônima para a doença. A partir de 2003, o SAE/SAT passou a prestar o acompanhamento clínico e o
tratamento dos pacientes, tornando-se a referência para os municípios vizinhos. O SAE também promove a
distribuição gratuita de preservativos e medicamentos, realiza atividades preventivas e oferece apoio às
vítimas de estupro ou abuso sexual e acompanha os casos de acidente com material biológico expostos a
sangue e secreções humanas potencialmente contaminadas.
Em 2006, o SAE/SAT passou a ser denominado de SAE/CTA (Serviço de Atendimento Especializado /
Centro de Testagem e Aconselhamento), sendo referência, também para os pacientes infectados pelos
vírus das hepatites B e C.
A Coordenação de Imunizações do SVE fornece suporte técnico para o SAE/CTA, fornecendo vacinas e
outros imunobiológicos, como a vacina antipneumocócica, a vacina antipólio injetável, a vacina contra a
hepatite B e a vacina contra a gripe para os seus pacientes.
Os casos de SIDA são compulsoriamente notificados ao Sistema Nacional de Agravos de Notificação
(SINAN), gerenciado pela equipe do SVE.
A rigor, os “pacientes com SIDA” são pessoas HIV positivas com algum critério de definição de caso, como,
[6]
por exemplo: CD4 baixo (menor de 350) ou presença de doenças oportunistas que aparecem como
conseqüência da imunodeficiência. Em 2012, o Ministério da Saúde publicou o consenso para o tratamento
3[14]
precoce dos pacientes infectados pelo HIV com contagem de CD4 <500 células/mm .
7
Os pacientes HIV positivos (ou soropositivos) sem manifestações da imunodeficiência não são classificados
como SIDA, razão pela qual o número de portadores da infecção é maior do que o de doentes.
Os dados dos pacientes com SIDA são registrados na ficha de investigação de caso pelas unidades
notificadoras (UBS, SAE/CTA, hospital, etc.). O Serviço de Vigilância Epidemiológica (SVE) recebe essas
fichas e processa as informações. Eventualmente, a notificação de casos da doença ocorre através da
Declaração de Óbito, ou por associação com outras doenças, como a tuberculose ou as hepatites B e C.
Os dados de SIDA, até 2002, têm como principal fonte o SINAN da Secretaria Estadual da Saúde e do
Programa Nacional de DST/AIDS do Ministério da Saúde. O SINAN do município passou a receber e a
processar as informações sobre os casos de SIDA no ano de 2003.
Desde 2006, a equipe do SVE tem revisado todos os dados de SIDA residentes, notificados ao SINAN
municipal. Os dados são cruzados e comparados com os de outros sistemas de informação: SINAN da
Secretaria Estadual da Saúde, Unidades Básicas de Saúde; Serviço de Saúde Mental; Serviço de
Aconselhamento Especializado para HIV/SIDA; Sistema de Informações sobre Mortalidade (SIM);
laboratório da Secretaria Municipal da Saúde, Sistema de Informação sobre Intoxicações (SININTOX-BG) e
sistema de Gestão Municipal de Saúde (GEMUS).
Sempre que possível, as informações das fichas de investigação que estão duvidosas, incompletas ou
incorretas são recuperadas e corrigidas. Da mesma forma, os casos identificados como duplo registro
verdadeiro são excluídos da análise.
Algumas das inferências deste relatório foram feitas utilizando-se os dados a partir do ano 2000, por serem
mais consistentes.
2. SIDA em Bento Gonçalves
Ao elaborar o relatório de SIDA de Bento Gonçalves, a equipe do SVE tem utilizado diversas referências
bibliográficas, a fim de fundamentar seus achados e melhorar suas análises. Além disso, a Vigilância
Epidemiológica também tem utilizado estudos e dados sobre SIDA publicados pela Secretaria Estadual da
Saúde do Rio Grande do Sul e pelo Ministério da Saúde.
Assim, sempre que possível, os indicadores municipais são comparados aos estaduais e nacionais,
permitindo avaliar qual a situação do município em relação ao RS e ao Brasil.
Em Bento Gonçalves, os primeiros casos de SIDA foram notificados no ano de 1986 (2 casos masculinos).
Nos 28 anos que correspondem ao período de 1986 a 2013, foram notificados 397 casos novos de SIDA
residentes no município (ver Tabela 1). Em 2014, 23 casos novos foram registrados até o início de
dezembro.
Na década de 2000 a 2009, a incidência média da doença resultou em 24,4 casos por 100.000 habitantes,
ou cerca de 24 casos novos por ano (ver Tabelas 1 e 2).
Nos quatro primeiros anos da década de 2010, a incidência média da doença resultou em 30,4 casos por
100.000 habitantes mostrando um contínuo aumento da doença no município. O número anual de casos
cresceu 37,4% em relação a década anterior, passando para 33 casos novos ao ano, neste quadriênio.
A incidência da doença no município apresentou seus maiores picos em 2001 e 2008 (34,1 e 44,5/100.000
habitantes, respectivamente) (ver Gráfico 1).
2.1 - SIDA no RS e no Brasil
[4, 6]
Para a primeira década dos anos 2000, os dados do SINAN
indicaram uma incidência média de 37,6
[4]
casos por 100.000 habitantes para o Rio Grande do Sul, e de 19,3/100.000 para o Brasil . A incidência
média do país tem sido inferior a do estado e a do município.
[4]
Segundo o Ministério da Saúde (Boletim Epidemiológico da AIDS ) o estado do RS que em 1993 detinha o
6º maior coeficiente de incidência no país (11,9 por 100.000 habitantes), passou a apresentar o terceiro
maior coeficiente em 2000 (30,0). Desde 2002, o RS vem apresentando os maiores coeficientes de SIDA do
Brasil. O segundo estado brasileiro com maior incidência de SIDA tem sido Santa Catarina.
3. SIDA em Bento Gonçalves – Qüinqüenal
Um dos problemas de avaliar a distribuição de casos de SIDA no nível municipal, é que podem existir
grandes flutuações de um ano para outro. Um pequeno aumento no número de notificações pode elevar
consideravelmente as taxas desse ano, reduzindo-se bruscamente no ano seguinte. Para facilitar a
visualização do comportamento da doença, foram calculadas as incidência médias a cada cinco anos, a
partir de 1980. Importante lembrar que os primeiros casos de SIDA do RS foram diagnosticados em 1983 (3
casos). O primeiro caso do Brasil foi diagnosticado em 1980.
8
Bento Gonçalves – SIDA 1986 a 2013
SMS – Serviço de Vigilância Epidemiológica
De acordo com o Gráfico 2, o estado e o país têm experimentado um crescimento contínuo das taxas de
SIDA, desde o início da epidemia no país, na década de 80.
Em Bento Gonçalves, a incidência média qüinqüenal da SIDA também vem crescendo, principalmente, a
partir do qüinqüênio 2000-2004 (20,6/100.000), quando as taxas municipais ultrapassaram as taxas do
Brasil.
4. SIDA em Bento Gonçalves – Decenal
O Gráfico 2 também demonstra as incidências médias da SIDA calculadas a cada 10 anos (retângulos
amarelos). Nas últimas três décadas, pode-se observar um crescimento das taxas de SIDA nas três esferas.
No município, a década de 80 marcou o início da epidemia, com uma incidência de 1,1 casos para cada
100.000 habitantes. Na década de 90, essa incidência passou para 2,3/100.000. A primeira década de 2000
caracterizou-se pela implementação e qualificação do diagnóstico e das notificações o que se traduziu num
expressivo crescimento da doença, atingindo uma incidência de 24,4/100.000 (ou 942,5% de aumento em
relação a década anterior). Para os quatro primeiros anos da década de 2010 a incidência média da doença
sofreu um aumento de 24,6%, com um resultado de 30,4/100.000.
5. SIDA por Sexo
No período de 1986 a 2013, o município registrou 239 casos de SIDA no sexo masculino (60,2%) e 158
casos no sexo feminino. Entre 2000 a 2009, a incidência média da doença em Bento Gonçalves foi de
30,0/100.000 homens, contra 19,0 casos/100.000 mulheres (ver Tabela 2). Embora a incidência da doença
tenha aumentado em ambos os sexos nos primeiros anos da década de 2010, o aumento foi mais
expressivo entre as mulheres, passando para 26,1 casos/100.000 mulheres (isto é, 37,5% a mais que na
década anterior).
5.1 - SIDA por Sexo no RS e no Brasil
[4]
No RS, a incidência masculina da SIDA tem sido mais elevada que a feminina em todos os anos . No
período de 2000 a 2011, a incidência média da doença entre os homens gaúchos foi de 34,2 casos por
100.000 homens, e a feminina de 24,7 casos por 100.000 mulheres.
Da mesma forma que o RS, a incidência brasileira da SIDA no grupo masculino tem sido maior que a
feminina em todos os anos, desde que os primeiros casos da doença surgiram no país. Em 1998, o grupo
masculino apresentou sua maior incidência no país (25,1/100.000), caindo progressivamente ao longo dos
[4]
anos seguintes, até alcançar o valor de 16,3/100.000 em 2010 .
A incidência média dos homens brasileiros, entre 2000 a 2010, foi de 18,5/100.000 homens, e a feminina de
[4]
11,1/100.000 mulheres .
5.2 – SIDA e Razão Entre os Sexos no Brasil e no RS
Os homens constituem o grupo mais afetado pela SIDA, tanto na esfera municipal, como estadual e federal.
Apesar disso, tem se observado um aumento progressivo no número de mulheres diagnosticadas com a
doença nas três esferas. Entre a década de 90 e a primeira década de 2000, por exemplo, o país registrou
um aumento de 82,2% no número de mulheres brasileiras doentes. Entres os homens brasileiros, este
aumento foi na ordem de 13,5%.
A razão entre os sexos (M:F) é calculada dividindo-se o número de casos de SIDA registradas entre
homens pelo número de casos em mulheres, diagnosticados em um determinado período. Ela possibilita
avaliar em qual sexo a doença é predominante.
No Brasil, a razão entre os sexos tem diminuído consideravelmente desde o início da epidemia até os dias
atuais.
Em 1986, a razão de sexo era de 15,1:1 (para cada 15 casos em homens, havia um caso em mulheres).
Entre 2002 e 2008, a razão estabilizou-se em 1,5:1 (15 homens para cada 10 mulheres), voltando a crescer
[4, 13]
em 2010: 1,7:1
.
No RS, ao final da década de 80, existiam 14 casos masculinos para cada caso feminino da doença
[6]
(14,3:1). Em 2007, essa relação diminuiu, chegando a 1,4:1 .
9
5.3 - SIDA e Razão Entre os Sexos em Bento Gonçalves
O Gráfico 5 apresenta a incidência média decenal da SIDA por sexo e a razão entre os sexos em Bento
Gonçalves. É importante lembrar que no início da epidemia, na década de 80, havia apenas doentes do
sexo masculino. Na década de 90, a razão entre os sexos era de 2,8:1 (28 homens para cada 10 mulheres),
caindo para 1,5:1 entre 2000 a 2009 (15 homens para cada 10 mulheres) (ver Gráfico 5). No início da
década de 2010 (quadriênio 2010-2013), a razão entre os sexos caiu ainda mais (1,3:1).
Estes dados têm demonstrado a feminização da doença em todo o país e a necessidade de estratégias
para o enfrentamento da questão. Neste sentido, o Ministério da Saúde tem proposto o Plano Integrado
[5]
para o Enfrentamento da Feminização da Epidemia da AIDS e outras DST que tem como objetivos:
promover o acesso universal à atenção integral em DST/AIDS para as mulheres; reduzir a morbidade das
mulheres relacionadas as DST; reduzir os índices de violência sexual e doméstica contra as mulheres;
reduzir a Transmissão Vertical do HIV e da sífilis; promover a qualidade de vida das mulheres vivendo com
HIV/AIDS, no âmbito dos direitos humanos, direitos sexuais e direitos reprodutivos.
6. SIDA por Faixa Etária
Para a análise da faixa etária, foram construídas duas tabelas: a Tabela 3 mostrando o número de casos de
SIDA no município por ano (1986 a 2013), em ambos os sexos, distribuídos em dez faixas etárias; e a
Tabela 4 mostrando o total de casos da doença (1986 a 2013), no sexo masculino e feminino, distribuídos
em oito faixas etárias, conforme o modelo existente no Boletim Epidemiológico – AIDS e DST do
Departamento de DST, Aids e Hepatites Virais do Ministério da Saúde.
Em Bento Gonçalves, a faixa etária (ambos os sexos) com a maior proporção e a maior incidência da SIDA
tem sido a de 30 a 39 anos (55,4 casos por 100.000 habitantes [média 2000 a 2012]) (ver Tabela 3).
6.1 - SIDA por Faixa Etária no RS e no Brasil
[4, 6]
[4]
No Rio Grande do Sul
(70,8/100.000, período 2000 a 2012) e no Brasil (35,4/100.000, período 2000 a
2010), os adultos de 30 a 39 anos também têm apresentado as incidências mais elevadas da doença (ver
Gráfico 3). Nas três esferas (federal, estadual e municipal), as maiores incidências encontram-se entre 13 a
59 anos de idade.
É importante considerar que o intervalo de tempo entre a infecção com o vírus HIV e o aparecimento dos
primeiros sinais e sintomas da SIDA costuma ser prolongado (até 10 anos). Por essa razão, pode-se supor
que, embora as altas taxas de doentes estejam ocorrendo em adultos de 30 a 39 anos, a infecção (isto é,
momento em que o indivíduo adquire o HIV) esteja ocorrendo durante a juventude.
[8, 9, 10]
Nesse sentido, vários estudos
têm apontado que o consumo de drogas ilícitas (como a cocaína e
crack), umas das principais formas de transmissão do vírus HIV, têm ocorrido prevalentemente entre
adolescentes e adultos jovens.
6.2 - SIDA na Terceira Idade e Entre Crianças Menores de 5 Anos
[4]
Segundo dados do Ministério da Saúde , entre 1999 a 2009, também tem se verificado um importante
aumento no número de casos da doença nos indivíduos com 60 anos e mais. Os idosos têm respondido por
2,9% do total de notificações do país e por 3,2% no RS.
Em nosso município, os casos de SIDA na população da 3ª idade têm representado apenas 2,1% dos
doentes (8 casos), e nenhum aumento importante tem sido observado nesta faixa etária, até 2013 (ver
Tabela 3).
Em relação às crianças menores de 5 anos, a detecção de casos no país vem diminuindo desde 2002,
[4, 13]
passando de 6,2/100.000 para 3,5/100.000 em 2010
. Essa queda é o resultado do decréscimo
observado nas regiões Sudeste, Sul e Centro-Oeste, uma vez que as regiões Norte e Nordeste têm
[13]
apresentado um aumento desta taxa .
Em termos proporcionais, a população menor de 5 anos tem respondido por 1,8% dos casos no Brasil
(período 2000 a 2010) e por 2,0% no RS (período 2000 a 2012).
Em Bento Gonçalves, o último caso de SIDA em crianças menores de 5 anos foi registrado no ano de 2005,
sendo que cerca de 1,1% dos casos encontra-se nesta faixa etária (incidência média de 2,2/100.000).
[11]
Segundo o relatório da UNAID , o número de crianças (<15 anos) que vivem com o HIV na América Latina
permanece baixo e, aparentemente, vem caindo. Esta tendência vem se mantendo apesar da baixa
cobertura de serviços de prevenção da transmissão do HIV em crianças e da, ainda, baixa cobertura de
tratamento das gestantes infectadas pelo HIV.
10
Bento Gonçalves – SIDA 1986 a 2013
SMS – Serviço de Vigilância Epidemiológica
6.3 - SIDA por Faixa Etária e Sexo
A Tabela 4 apresenta o número de casos notificados e a incidência média da doença em Bento Gonçalves
para o grupo masculino e feminino. Foram calculadas as incidências médias levando-se em conta os dados
[4]
de 2000 a 2012. Os cortes etários seguem o modelo do Boletim Epidemiológico do Ministério da Saúde e
permitem uma melhor comparação dos dados municipais com os do país.
O maior número de casos e a maior incidência da doença têm ocorrido na faixa etária de 30 a 39 anos,
tanto entre os homens (76,4/100.000), como entre as mulheres bentogonçalvenses (50,6/100.000) (ver
Tabela 4 e Gráfico 4).
Em ambos os sexos, a incidência da doença cresce consideravelmente a partir dos 13 a 19 anos, até atingir
seu pico aos 30 a 39 anos (ver Gráfico 4).
A principal diferença entre os sexos se verifica na faixa etária dos 40 a 49 anos, com 2,3 casos masculinos
para cada caso feminino. Na faixa etária de 60 anos e mais, foram notificados 7 casos em homens e um
entre as mulheres.
[4]
Segundo dados do MS , 78,2% do total de casos identificados em homens brasileiros encontra-se na faixa
etária de 25 a 49 anos. Para as mulheres, essa proporção corresponde a 83,0%.
No município, entre 2000 a 2012, a proporção de homens com SIDA na faixa etária de 25 a 49 anos tem
sido de 76,1%, contra 68,2% no grupo feminino.
7. SIDA e Escolaridade dos Doentes
Para analisar a escolaridade dos pacientes, os dados foram agrupados em dois períodos distintos: 1986 a
1999 e 2000 a 2013. Isso, porque a partir do ano 2000, os campos da ficha de investigação relativos aos
anos de estudo dos doentes passaram a ser adequadamente preenchidos num número maior de vezes,
reduzindo, sensivelmente, os casos em que a escolaridade era considerada ignorada.
Nos anos 90, a proporção de pacientes com escolaridade ignorada representava 40,9% do total das
notificações do município, o que dificultava uma melhor avaliação desta questão (ver Tabela 5).
No período de 2000 a 2013, entretanto, com a progressiva qualificação das informações prestadas na ficha
de investigação, a escolaridade ignorada começou a reduzir-se, chegando a 20,5% dos casos.
Como os dados deste período têm uma melhor consistência, a equipe do SVE preferiu utilizá-los para
avaliar a variável escolaridade.
Assim, os pacientes com 4 a 7 anos de escolaridade têm respondido pela maior proporção de casos
(33,3%), seguidos pelos de 8 a 11 anos (23,5%).
Os doentes sem nenhuma escolaridade são os que somam a menor proporção de casos (1,9%).
[13]
Segundo os dados do SINAN do Ministério da Saúde , 27,4% dos doentes notificados em 2010 no país,
teriam entre a 5ª e a 8ª série. Aproximadamente 2,4% dos doentes seriam analfabetos. No país, vem se
observando uma tendência de aumento da escolaridade entre os indivíduos notificados.
8. SIDA e Orientação Sexual dos Pacientes
Na atual ficha de investigação do SINAN, existem campos nos quais deve-se informar a natureza das
relações sexuais do doente, havendo as seguintes opções: (1) só com homens, (2) só com mulheres, (3)
com homens e mulheres, (4) não se aplica e (9) ignorado.
Os doentes do sexo masculino que relataram ter relações sexuais só com homens, e as pacientes do sexo
feminino que informaram ter relações sexuais só com mulheres foram classificados como tendo parceria
homossexual.
Os doentes do sexo masculino que relataram ter relações sexuais só com mulheres, e as do sexo feminino
que informaram ter relações sexuais só com homens foram classificados como tendo parceria
heterossexual.
Os doentes do sexo masculino, bem como, as do sexo feminino que relataram ter relações sexuais tanto
com homens, como com mulheres foram classificados como tendo parceria bissexual.
A variável “não se aplica” foi utilizada para os doentes menores de 13 anos (bebês e crianças), nas
situações em que se constatou a transmissão vertical do vírus HIV.
Dos 397 casos de SIDA residentes em Bento Gonçalves, notificados entre 1986 a 2013, a grande maioria
(77,1%) informou ser heterossexual (ver Tabela 6). Os pacientes homo/bissexuais corresponderam a 8,8%
do total.
A categoria “não se aplica” correspondeu a 2,3%. Em 11,8% dos casos, a informação sobre a orientação
sexual foi classificada como ignorada.
11
No grupo masculino, a proporção de homens doentes que admitiu ser homo/bissexual foi de 13,3%. A
maioria dos homens doentes informou ser heterossexual (68,2%). Entre as mulheres, a proporção de
homo/bissexual foi de 1,9%, contra 90,5% heterossexual.
[6]
No estado do RS, houve uma mudança em termos de perfil epidemiológico da doença . No grupo
masculino, o perfil “homo e bissexual” – principal categoria de risco no início da epidemia – manteve-se
semelhante até 1994. No ano 2000, 17,4% dos homens gaúchos afirmaram manter relações
homo/bissexuais, passando para 20,2% no ano 2010. Apesar disso, a maior proporção de casos masculinos
da doença se mantém entre os “heterossexuais” – média de 39,2% dos casos.
9. SIDA e Fatores de Risco de Exposição dos Pacientes
Ao analisar as formas de exposição ao HIV, é necessário lembrar que um único paciente pode apresentar,
ao mesmo tempo, mais de uma situação de exposição ao longo da sua vida: ele pode ser bissexual, usuário
de drogas e, simultaneamente, manter relações sexuais desprotegidas com múltiplos parceiros, condição,
esta, que pode ser encontrada entre muitos drogaditos que se prostituem para poder comprar drogas.
Outro problema, é que, durante o preenchimento das fichas de investigação, podem ocorrer erros de
informação por parte dos pacientes, devido a lapsos de memória sobre as possíveis situações de risco para
a infecção, ou mesmo, vergonha em informar certos tipos de atividade sexual de risco (não utilização de
preservativos, relação sexual anal, prostituição, etc.) ou uso de drogas, por exemplo.
Assim, muito embora uma boa parte dos pacientes informe que a prática heterossexual seja a sua principal
forma de exposição, isso não significa, necessariamente, que esta seja a única situação de risco (ou a
situação determinante) para a infecção.
Por essas razões, é difícil definir com segurança qual a exata situação que causou a infecção do paciente.
Daí, porque, os dados relativos a exposição dos pacientes devem ser vistos com cautela.
Para este relatório, os fatores de risco de exposição foram agrupados didaticamente em três categorias:
1) exposição de natureza sexual, que inclui os pacientes que informaram: manter ou ter mantido relações
sexuais (hetero/homo/bissexual) com parceiro sabidamente HIV positivo; manter ou ter mantido relações
sexuais com parceiro bissexual; manter ou ter mantido relações sexuais com múltiplos parceiros
(hetero/homo/bissexual); ter sido vítima de abuso sexual; manter relações exclusivamente heterossexuais
ou homo/bissexuais;
2) exposição associada ao uso de drogas, que inclui os pacientes que informaram: ser usuário ou conviver
com parceiros usuários de drogas injetáveis ou inaláveis;
3) outras formas de exposição, que inclui os pacientes: que informaram ter história ou conviver com parceiro
que tem história de transfusão de sangue ou hemoderivados ou com história de hemofilia; nascidos de mãe
HIV positiva em transmissão vertical.
Para cada paciente incluído nesta análise foi contabilizada apenas uma única forma de exposição, mesmo
que o paciente tivesse relatado mais de uma situação de risco (usuário de drogas com múltiplos parceiros,
por exemplo). A exposição sexual foi considerada como a provável forma de contaminação pelo vírus HIV
somente quando nenhuma outra forma foi identificada.
A exposição sexual foi descartada como a provável forma de exposição ao vírus HIV sempre que havia uma
história de uso de drogas ou de outras formas de exposição (isto é, transmissão vertical, hemofilia,
transfusão de sangue e acidente com material biológico).
O uso de drogas sempre foi considerado como a provável forma de exposição, mesmo que o paciente
tivesse relatado outras situações de risco.
9.1 - Exposição de Natureza Sexual
Para este relatório, a exposição sexual foi considerada como a provável forma de exposição apenas,
quando o paciente não tinha relato de outras situações de risco.
Nesta categoria, foram incluídos os pacientes que relataram, ao menos, uma das seguintes situações: (1)
relação com parceiro HIV positivo; (2) relação com múltiplos parceiros sexuais; (3) relação com parceiro
bissexual; (4) abuso sexual; (5) relações heterossexuais; (6) relações homossexual/bissexual.
Do total de bentogonçalvenses com SIDA contabilizados entre 1986 a 2013, 66,5% foram classificados
dentro do grupo “exposição de natureza sexual” (ver Tabela 7).
As relações heterossexuais foram relatadas por 39,8% dos pacientes como a sua principal forma de
exposição.
A múltipla parceria sexual (isto é, mais de um parceiro(a) sexual) foi a segunda forma de exposição mais
relatada, 14,6% dos casos.
As relações homo/bissexuais (paciente ou parceiro) responderam por 4,0% das exposições.
12
Bento Gonçalves – SIDA 1986 a 2013
SMS – Serviço de Vigilância Epidemiológica
[4]
Os dados do relatório do MS também demonstram que na categoria “exposição sexual” há maior
transmissão entre os heterossexuais, tanto no grupo masculino, como no feminino e uma estabilização entre
homo/bissexuais.
Estes resultados sugerem que as relações sexuais heterossexuais têm se constituído na principal forma de
exposição e contágio do vírus HIV. Também apontam para a necessidade de implementar e intensificar
ações contínuas voltadas a educação e conscientização da população sobre as práticas sexuais seguras,
bem como, garantir o acesso e a distribuição universal de preservativos.
[11]
Relatório da UNAID tem apontado a importância do combate a infecção entre os grupos com atividade
sexual vulnerável. Países que estão incentivando o uso de preservativos entre as profissionais do sexo, por
exemplo, têm experimentado uma redução da prevalência da infecção neste grupo. Os dados da UNAID
também demonstram a existência de altas taxas de infecção pelo HIV nos grupos urbanos de homens que
fazem sexo com outros homens nos países da América Latina, em comparação com a Europa e a América
do Norte.
Neste sentido, são poucos os países que têm desenvolvido programas de atenção e prevenção destinados
a este público. Devido ao estigma social, ainda não se conhece a real extensão da epidemia no grupo de
homens que fazem sexo com homens. Outro aspecto é o fato de que, com medo de serem discriminados
socialmente, muitos destes homens também mantém relações sexuais com mulheres, expondo-as,
potencialmente, ao risco de infecção.
9.2 - Exposição Associada ao Uso de Drogas
Cabe observar que o uso comum de equipamentos de injeção constitui um dos meios mais eficientes de
[12]
transmissão do HIV e demais patógenos de transmissão sangüínea .
Na medida em que os usuários de drogas são, em sua maioria, homens, jovens, sexualmente ativos e com
um uso sistemático de preservativos bastante reduzido (Telles et al., 1997), eles desempenham um papel
relevante na disseminação subseqüente da infecção para suas companheiras (UDI ou não, havendo no
primeiro caso duplo risco de infecção, já que, freqüentemente, as mulheres que injetam drogas o fazem em
comum com seus parceiros - Friedman et al., 1998) e prole, especialmente nas comunidades em que a
[12]
população de UDI é de tamanho substancial .
Por essas razões, este relatório sempre considerou o uso de drogas como a provável forma de exposição,
mesmo que o paciente tivesse relatado outras situações de risco. Nesta categoria, foram incluídos os
pacientes que relataram, ao menos, uma das seguintes situações: (1) relação com parceiro usuário de
drogas, (2) paciente usuário de drogas.
Como resultado, 23,7% do total de doentes do município informou ser usuário de drogas e 1,5% afirmou
manter relações com um parceiro usuário de drogas (ver Tabela 7).
O número de doentes que admitiu usar drogas aumentou em 69,6% entre o primeiro e o segundo
qüinqüênio da década de 2000.
O aumento de doentes com SIDA pode estar associado ao progressivo aumento dos usuários de drogas e
[16]
de crack em todo o país . Em Bento Gonçalves, por exemplo, estudo realizado pela Vigilância
Epidemiológica, constatou um importante crescimento no número de usuários de drogas atendidos nos
[17]
serviços de urgência do município, entre 2000 a 2012 . Cerca de 51,3% destes usuários foram atendidos
em decorrência do abuso de crack.
[4]
Dados do SINAN demonstram que, na primeira década de 2000, do total de gaúchos com SIDA 16,6%
também era usuário de drogas.
[6]
Segundo a avaliação da Secretaria Estadual da Saúde do Rio Grande do Sul (SES/RS) , o perfil de
transmissão sangüínea – que sempre esteve associado ao uso de drogas injetáveis – vem mostrando uma
modificação importante nos últimos 5 anos. Verifica-se uma diminuição proporcional de casos em UDI tanto
para os homens como para as mulheres.
Apesar da tendência de diminuição dos UDI entre os casos, a SES/RS atenta para o fato de que não se
pode desconsiderar o “papel” importante das drogas na transmissão do HIV, pois, o uso de substâncias
pode levar à diminuição da capacidade de raciocínio, podendo dificultar, ou impedir, a decisão de se
proteger na hora da relação sexual.
Como no estado, o país apresenta uma redução proporcional de casos entre UDI.
[11]
De acordo com o relatório da UNAID , o uso de drogas injetáveis constitui uma das principais vias de
transmissão do HIV na região do cone sul da América do Sul. Estima-se que mais de um quarto dos
usuários de drogas estejam infectados pelo HIV na América Latina.
9.3 - Outras Formas de Exposição
Numa proporção de 3,5%, o grupo “outras formas de exposição” foi o menos implicado como provável
situação de risco de exposição. Neste grupo encontram-se as crianças e bebês infectados como
13
conseqüência da infecção materna (transmissão vertical) e os pacientes com história pessoal ou de
parceiros com hemofilia ou transfusão de sangue ou hemoderivados (ver Tabela 7).
10. SIDA e Fatores de Risco de Exposição Segundo a Faixa Etária dos Pacientes
Os fatores de risco de exposição também foram avaliados considerando-se a idade dos pacientes.
Como resultado, verificou-se que a exposição de natureza sexual predominou entre os doentes
bentogonçalvenses na faixa etária ≥20 anos (68,4%). Neste grupo etário, as relações sexuais
heterossexuais responderam por 40,4% dos casos e as relações homo e bissexuais por 4,0%. Para 15,4%
destes doentes foi informada a múltipla parceria sexual como provável forma de exposição (ver Tabela 7).
Entre os adolescentes de 13 a 19 anos do município, a exposição de natureza sexual tem sido a provável
forma de exposição em 58,3% dos doentes.
Dados do SINAN apontam que a exposição de natureza sexual também tem predominado entre os doentes
≥20 anos no Rio Grande do Sul (68,0%, período 2000 a 2009).
A transmissão vertical (isto é, de mãe para filho) foi a principal forma de contágio entre as crianças
bentogonçalvenses menores de 5 anos e de 5 a 12 anos.
11. SIDA por Unidades de Notificação e Bairro de Residência
Na maioria dos casos (84,9%) a notificação foi feita pelos Serviços de Atendimento Especializado (SAE) de
Bento Gonçalves, Caxias do Sul e de Porto Alegre (ver Tabela 8). Como mencionado anteriormente, o
município passou a prestar assistência terapêutica para os pacientes em 2003, tornando-se a referência
para os municípios vizinhos. A partir daí, os casos da doença que, anteriormente, eram notificados em
Caxias do Sul e Porto Alegre, passaram a ser notificados no próprio município.
Dos 73 bairros e localidades existentes em Bento Gonçalves, 10 têm concentrado 49,9% do total de casos
notificados: Centro (8,6%), Borgo, Eucaliptos e Zatt (5,3%), Progresso (4,8%), Maria Goretti e S. Roque
(4,3%), Aparecida, Municipal e Vila Nova II (4,0%).
12. Gestantes Infectadas pelo HIV
Com o objetivo de monitorar a disseminação da infecção pelo HIV em gestantes no país e reduzir a
transmissão vertical do HIV, o Ministério da Saúde instituiu, por meio da portaria nº 0993 de 4 de setembro
de 2000, a vigilância epidemiológica da gestante com sorologia positiva para o vírus da imunodeficiência
[4]
humana (HIV+) .
Em Bento Gonçalves, o primeiro caso de gestante infectada pelo HIV foi notificado no ano 2001. Até 2013,
foram contabilizadas 46 gestantes HIV+ residentes (ver Tabela 9). O ano de 2013 foi o que registrou o maior
número de casos (n= 7 casos).
Do total de gestantes HIV+ registradas, 8 engravidaram por duas vezes durante a infecção e uma
engravidou três vezes.
Para o cálculo do coeficiente de detecção da infecção pelo HIV em gestantes, foi utilizado o ano do parto ao
invés do ano de diagnóstico, já que o objeto de notificação é o evento gestação e não a mulher infectada
pelo HIV. Esta opção permite comparabilidade entre o número de gestantes estimado pelos estudos de
prevalência em parturientes e o número de gestantes notificadas. O denominador foi constituído pelo
número de nascidos vivos (NV). As mulheres inicialmente notificadas como gestantes HIV+, mas que não
levaram a gravidez a termo, foram excluídas da análise.
No município, o coeficiente de detecção atingiu seus maiores valores em 2006 (4,3/1.000 NV) e 2013
(4,9/1.000 NV), resultando numa média de 2,9/1.000 NV no período de 2001 a 2013 (ver Gráfico 6).
No país, observa-se incremento do número anual de notificações, que pode ser reflexo da capacidade
operacional do sistema de vigilância nas diversas regiões do país. Desde sua implantação, em 2000, foram
[4]
notificados no Sistema Nacional de Agravos de Notificação (SINAN), 52.808 gestantes infectadas ,
resultando num coeficiente médio de 2,1/1.000 NV (2003-2009).
Segundo os dados do Ministério da Saúde, o estado do Rio Grande do Sul tem apresentado os maiores
[3, 4]
coeficientes de gestantes infectadas pelo HIV do país, desde 2002 , em média 8,0/1.000 NV (2002-2012).
13. SIDA e Mortalidade
As mortes causadas pela SIDA foram avaliadas através do Sistema de Informações sobre Mortalidade
(SIM), gerenciado pela equipe da Vigilância Epidemiológica.
14
Bento Gonçalves – SIDA 1986 a 2013
SMS – Serviço de Vigilância Epidemiológica
O primeiro caso de óbito pela doença residente no município ocorreu no ano de 1997. A cada ano têm
ocorrido cerca de 6 óbitos por SIDA em Bento Gonçalves (período 2000 a 2013).
Até 2013, 90 pessoas residentes morreram em decorrência da doença (ver Tabela 10), resultando numa
taxa de letalidade de 22,6% no município. Essa taxa vem diminuindo desde o início da década de 2010.
A SES estimou para o Rio Grande do Sul uma taxa de letalidade de 7,3% para o período 2004-2007.
A incidência média da mortalidade por SIDA (2000 a 2013) no município tem sido de 5,8/100.000
habitantes. O ano de 2001 apresentou a maior incidência de morte até agora, com 9,9/100.000
bentogonçalvenses (ver Gráfico 7).
A incidência anual da mortalidade vem caindo progressivamente no município desde 2008, chegando a 2,7
óbitos por 100.000 habitantes em 2013.
[7]
De acordo com os dados do Sistema de Mortalidade (SIM) a incidência média da mortalidade por SIDA
nos gaúchos (1996 a 2012) tem sido de 12,1/100.000. No país, esta incidência tem sido de 6,5/100.000
(1996 a 2012). Tanto no estado, como no país, há uma aparente estabilização da mortalidade nos últimos
anos.
Para a SES/RS, a melhora na prevenção secundária, com o controle das complicações da infecção por HIV
e das doenças oportunistas faz com que a SIDA tenda a se tornar uma doença crônica. Isso aumenta o
tempo de vida dos pacientes e acaba se refletindo sobre o controle dos óbitos.
13.1 - Mortalidade por SIDA por Sexo e Faixa Etária
Em relação ao sexo, observa-se que os homens bentogonçalvenses têm morrido mais do que as mulheres
em quase todos os anos da série histórica, com pico nos anos 2001 e 2008: 15,6 e 19,1 óbitos/100.000
homens (ver Gráfico 8).
A incidência média das mortes segundo o sexo tem sido de 7,8 óbitos/100.000 homens contra 2,9/100.000
mulheres.
Entre 2008 e 2012 houve um aumento nas mortes femininas e uma redução nos óbitos masculinos.
No município, as faixas etárias com a maior incidência de mortes têm correspondido àquelas com a maior
incidência da doença (isto é 30 a 59 anos). Na população de 30 a 39 anos, o coeficiente de mortalidade tem
sido de 11,1/100.000; enquanto que entre as pessoas de 40 a 49 anos, a mortalidade tem sido de
9,2/100.000 (ver Gráfico 9).
No RS e no Brasil, as taxas de mortalidade por SIDA têm se concentrado entre 30 a 49 anos.
14 - SIDA e Sobrevida dos Doentes
Para estimar a sobrevida dos doentes de SIDA, o SVE avaliou o tempo de vida dos doentes que morreram
(óbitos por SIDA) e dos doentes que ainda continuavam vivos e em acompanhamento até o ano de 2013.
Para os óbitos, o tempo de vida dos doentes foi estimado considerando o período decorrido entre o
diagnóstico laboratorial da infecção (sorologia do HIV) e a data do óbito.
Para os doentes vivos em acompanhamento, o tempo de vida dos doentes foi estimado considerando o
período decorrido entre o diagnóstico laboratorial da infecção e a data da última consulta no SAE-CTA no
ano de 2013.
14.1 - Sobrevida dos Óbitos
Entre os pacientes que morreram devido a SIDA, foi contabilizado um total de 90 óbitos. Neste grupo, o
tempo estimado de sobrevida foi de zero dia para 32,2% dos casos, ou seja, a data do diagnóstico
laboratorial foi igual a data do óbito (ver Tabela 11).
Para os doentes com zero dia de sobrevida, não foi encontrado nenhum registro de sorologia anterior ao
óbito, não sendo possível determinar há quanto tempo estas pessoas estavam infectadas antes de
morrerem. Estes pacientes também não estavam fazendo nenhum tratamento para a doença.
Para outros 32,2% dos doentes que morreram devido a SIDA, a sobrevida estimada foi menos de 1 ano
após o diagnóstico da infecção (≥1 dia a <1 ano). Uma pequena parcela dos doentes (7,8%) conseguiu viver
por mais de 7 anos após o diagnóstico da infecção.
Excluídos os casos com tempo de sobrevida igual a zero, o tempo médio de sobrevida (após o diagnóstico
da infecção) dos pacientes residentes que morreram devido a SIDA tem sido de cerca de 2 anos e 10
meses (mínimo: 1 dia; máximo 11 anos). Até 2007, essa média era de 1 ano e 10 meses.
Segundo o Ministério da Saúde, na década de 80, a sobrevida dos pacientes com SIDA no Brasil era de 5,1
meses. Na década de 90 essa sobrevida aumentou, variando de 16 a 58 meses (isto é, 1 ano e 4 meses a 4
[3]
anos e 10 meses), considerando o ano do diagnóstico .
15
14.2 - Sobrevida dos Doentes Vivos em Acompanhamento
Entre os casos notificados no SINAN de Bento Gonçalves até o final de 2012, 179 continuavam vivos e em
acompanhamento no SAE-CTA até 2013. Neste grupo, foram encontrados 2 pacientes vivos com 13 anos
de acompanhamento, 6 com 12 anos de acompanhamento e 10 com 11 anos de acompanhamento. No
total, 11,2% dos doentes continuavam vivos e em acompanhamento por mais de 10 anos; 34,1% com 6 a
10 anos de acompanhamento (diagnóstico do HIV realizado entre 2002 e 2006) e 54,7% com 5 anos ou
menos de acompanhamento (diagnóstico realizado entre 2007 e 2012).
A aderência (adesão) dos pacientes ao tratamento da SIDA tem sido considerado um ponto chave para a
redução da carga viral e prevenção e redução das complicações da doença. Diversos estudos chamam a
atenção para a necessidade de desenvolver ações que estimulem a adesão dos pacientes ao
acompanhamento e tratamento da doença. Estratégias como o tratamento antirretroviral diretamente
administrado, avaliação e educação feita por enfermeiros no domicílio dos pacientes, compartilhamento de
responsabilidades para casais convivendo com o HIV, envio de mensagens por telefone celular para
promover a adesão, o desenvolvimento de medicamentos antirretrovirais menos tóxicos e com menor risco
de reações adversas, o envolvimento comunitário nos programas de prevenção e tratamento (encorajam a
testagem e a adesão), o controle das reações adversas nos pacientes e outras comorbidades, bem como, o
combate a situações que dificultem o acesso aos serviços, ajudam a reduzir as perdas de seguimento e
[11, 15, 16, 17, 18]
melhoram a adesão ao tratamento
.
15. SIDA em Bento Gonçalves – Principais Resultados
Este relatório constitui a 8ª revisão dos dados municipais e tem como proposta descrever as principais
características da Síndrome da Imunodeficiência (SIDA) no município de Bento Gonçalves e situá-la em
relação ao estado e ao país. Para tanto, foram utilizados os dados do Sistema de Informações sobre
Agravos de Notificação (SINAN) do período de 1986 a 2013.
1) Os dados do Serviço de Vigilância Epidemiológica mostram que, desde o início da epidemia da SIDA na
década de 80, o número de casos, bem como, a incidência da doença no município têm aumentado
progressivamente. Nos anos 80, quando foram confirmados os três primeiros casos da doença em Bento
Gonçalves, a incidência era de apenas 1,1 caso para cada 100.000 habitantes, passando para 2,3/100.000
nos anos 90, para 24,4/100.000 nos anos 2000 e para 30,4/100.000 nos primeiros anos da década de 2010.
2) Com o natural crescimento da epidemia em todo o país, e com a qualificação do diagnóstico do vírus HIV
e das notificações, o município viu o seu número de doentes passar de 19 casos na década de 90 para 242
casos na primeira década de 2000. Entre 2010 e 2013, o número doentes soma 133 casos.
Nos 28 anos que correspondem ao período de 1986 a 2013, foram notificados 397 casos novos de SIDA
residentes no município
3) O município iniciou a década de 2010 com um coeficiente médio de 30,4 casos por 100.000 habitantes, o
que representou um aumento de 24,6% em relação a década anterior.
4) O número médio de casos novos da SIDA por ano passou de 24 casos, na década de 2000, para 33
casos, nos quatro primeiros anos da década de 2010.
5) Os homens ainda representam o grupo com o maior número de casos e a maior incidência da doença. O
grupo masculino tem respondido por 60,2% do total de casos novos. Na década de 90, existiam 28 homens
para cada 10 mulheres com SIDA no município. Essa razão caiu para 16 homens para cada 10 mulheres na
primeira década de 2000. No início da década de 2010, a relação homemXmulher caiu para 13 homens
para cada 10 mulheres doentes, demonstrando a tendência de feminização da doença.
6) A população de 30 a 39 anos tem apresentado a maior incidência de SIDA no município (55,4 casos por
100.000 habitantes), semelhantemente ao que ocorre no estado e no país. Os doentes com idade entre 20
a 49 anos têm correspondido a 83,1% do total de casos residentes em Bento Gonçalves.
7) Ao serem questionados sobre a sua parceria sexual, a grande maioria dos pacientes informou ser
heterossexual (77,1%) e a minoria homo ou bissexual (8,8%).
8) Os dados sugerem que a principal forma de transmissão do vírus HIV entre os bentogonçalvenses tem
sido através das relações sexuais (66,5% do total). Cerca de 23,7% dos doentes admitiu usar drogas.
9) A transmissão vertical (isto é, de mãe para filho) é a principal forma de infecção das crianças menores de
12 anos.
10) O coeficiente de detecção de HIV em gestantes atingiu seu maior valor em 2013 (4,9/1.000 NV),
resultando numa média de 2,9/1.000 NV no período de 2001 a 2013.
11) Anualmente, menos um quarto dos doentes residentes (22,6%) morre em conseqüência das
complicações associadas ao vírus HIV. Os homens morrem cerca de 3 vezes mais que as mulheres em
virtude da doença.
16
Bento Gonçalves – SIDA 1986 a 2013
SMS – Serviço de Vigilância Epidemiológica
12) A sobrevida média dos pacientes (entre a data do diagnóstico da infecção e a data da morte) que era de
1 ano e 10 meses (até 2007), passou para 2 anos e 10 meses, resultando num ganho global de 1 ano de
vida.
Em resumo, a análise dos dados da SIDA sugerem a necessidade de continuar estimulando as estratégias
voltadas a:
- educação e conscientização da população sobre as práticas sexuais seguras (uso de preservativos);
- garantir o acesso da população e a distribuição de preservativos (condons) masculinos e femininos;
- atendimento integral de grupos com comportamentos de risco para a infecção (por exemplo, profissionais
do sexo, usuários de drogas, homens que fazem sexo com homens, portadores de doenças sexualmente
transmissíveis);
- educação e conscientização da população sobre o risco de uso de drogas e as práticas seguras de uso de
substâncias injetáveis e inaláveis;
- promover o diagnóstico e o tratamento precoces da infecção;
- aumentar a aderência dos doentes ao acompanhamento e tratamento da doença, bem como, de suas
comorbidades.
17
Tabela 1. Número de Casos de SIDA Por Ano de Notificação, Bento Gonçalves, 1986 a 2013.
1986 1987 1988 1989 1990 1991 1992 1993 1994 1995 1996 1997 1998 1999
Nº
2
0
0
1
1
0
1
1
2
0
2
3
3
6
Tabela 1 (Continuação).
2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009
Nº
12
31
14
28
12
25
24
22
47
26
Tabela 1 (Continuação).
Total
86-13
397
2010 2011 2012 2013 2014*
Nº
32
23
35
43
23
Nº Médio
00-09
24,2
Nº Médio
10-13
33,3
Em 1999, foi implantado o SAE/SAT no município, inicialmente, fornecendo a testagem anônima para a doença. Em 2003, o
SAE/SAT passou a prestar o acompanhamento clínico e o tratamento dos pacientes.
*Parcial até 30/11/2014
95-99
2006
2007
2008
2009
2010
2011
2012
2013
00-05
90-94
Masc
Fem
Total
86-89
Tabela 2. SIDA por Sexo e Ano de Notificação, Bento Gonçalves, 1986 a 2013.
Total
3
0
3
4
1
5
10 72 16
4 50 8
14 122 24
11
11
22
32
15
47
16
10
26
17
15
32
15
8
23
23
12
35
20
23
43
239
158
397
(%)
Inc.
Média*
00-09
Inc.
Média
10-13
60,2
39,8
100,0
30,0
19,0
24,4
35,0
26,1
30,4
*Por 100.000 habitantes (para o cálculo da incidência do período de 2010 a 2013, a população por sexo foi estimada)
95-99
2006
2007
2008
2009
2010
2011
2012
2013
00-05
90-94
<1
1a4
5a9
10 a 19
20 a 29
30 a 39
40 a 49
50 a 59
60 a 69
70 e +
Total
86-89
Tabela 3. SIDA por Faixa Etária Por Ano de Notificação, Ambos os Sexos, Bento Gonçalves, 1986 a 2013.
Total
0
0
0
0
0
2
0
1
0
0
3
0
0
0
0
1
2
2
0
0
0
5
0
1
0
0
3
0
0
1
0
2
2
1
2 31
5
6 43
8
3 22
6
1 15
3
0
2
1
0
2
0
14 122 24
0
0
1
2
8
4
6
1
0
0
22
0
0
0
0
8
23
12
3
0
1
47
0
0
0
0
8
9
5
3
1
0
26
0
0
0
2
6
15
7
2
0
0
32
0
0
0
2
1
7
10
3
0
0
23
0
0
0
1
5
14
10
4
1
0
35
0
0
0
3
8
17
13
2
0
0
43
1
3
2
15
83
151
96
38
5
3
397
(%)
Inc.
Média*
00-12
0,3
0,8
0,5
3,8
20,9
38,0
24,2
9,6
1,3
0,8
100,0
6,0
4,4
2,2
4,7
30,1
55,4
40,1
25,4
6,5
4,9
-
Nº
Médio
10-13
0,0
0,0
0,0
2,0
5,0
13,3
10,0
2,8
0,3
0,0
33,3
*Por 100.000 habitantes (calculado para o período de 2000 a 2012)
Tabela 4. SIDA por Faixa Etária Simplificada Segundo o Sexo, Bento Gonçalves, 1986 a 2013.
*Por 100.000 habitantes (calculado para o período de 2000 a 2012)
18
Bento Gonçalves – SIDA 1986 a 2013
SMS – Serviço de Vigilância Epidemiológica
Tabela 5. SIDA e Escolaridade do Paciente por Anos de Estudo, Bento Gonçalves, 1986 a 1999 e 2000 a
2013.
†
1986-1999
Nenhum
1a3
4a7
8 a 11
12 e +
Não se aplica*
Ignorado
Total
Nº
0
4
4
2
3
0
9
22
(%)
0,0
18,2
18,2
9,1
13,6
0,0
40,9
100,0
2000-2013
Sem Ignorados
Nº
(%)
7
2,3
39
13,1
125
41,9
88
29,5
34
11,4
5
1,7
2000-2013
Nº
7
39
125
88
34
5
77
375
(%)
1,9
10,4
33,3
23,5
9,1
1,3
20,5
100,0
298
100,0
*Refere-se às crianças menores de 5 anos.
†
Refere-se aos casos onde a escolaridade dos pacientes foi informada nas fichas de investigação (isto é, sem os ignorados)
Tabela 6. SIDA por Parceria Sexual dos Pacientes Segundo Sexo, Bento Gonçalves, 1986 a 2013.
Heterossexual
Homossexual
Bissexual
Ignorado
Não se aplica
Total
Masculino
N
(%)
163
68,2
19
7,9
13
5,4
39
16,3
5
2,1
239
100,0
Feminino
N
(%)
143
90,5
3
1,9
0
0,0
8
5,1
4
2,5
158
100,0
Total
N
306
22
13
47
9
397
(%)
77,1
5,5
3,3
11,8
2,3
100,0
Tabela 7. SIDA por Prováveis Formas de Exposição ao Vírus HIV Segundo Faixa Etária Simplificada, Bento
Gonçalves, 1986 a 2013.
Tabela 8. SIDA por Unidade Notificadora, Bento Gonçalves, 1986 a 2013.
Unidade
Hospital Tacchini
SAE/CTA Bento Gonçalves*
SAE Caxias do Sul
SAE Porto Alegre
Serviço de Vigilância Epidemiológica da SMS
†
Outros
Total
Nº
13
267
52
18
36
11
397
(%)
3,3
67,3
13,1
4,5
9,1
2,8
100,0
*Em 1999, a Secretaria Municipal da Saúde de Bento Gonçalves implantou o seu Serviço de Atendimento Especializado (SAE),
inicialmente, fornecendo a testagem anônima para a doença. A partir de 2003, o SAE passou a prestar o acompanhamento clínico e o
tratamento dos pacientes, tornando-se a referência para os municípios vizinhos.
†
Consultório privado, outros municípios.
19
Tabela 9. Gestantes Infectadas pelo HIV Notificadas ao SVE Por Ano do Nascimento do Recém-Nascido,
Bento Gonçalves, 2000 a 2013.
Nº
2000
0
2001
1
2002
2
2003
3
2004
2
2005
3
2006
5
2007
4
2008
1
2009
5
2010
3
2011
5
2012
5
2013 Total
46
7
Tabela 10. Número de Óbitos por SIDA Por Ano, Bento Gonçalves, 1997 a 2013.
Nº
97-99
7
2000
4
2001
9
2002
2
2003
7
2004
2
2005
6
2006
7
2007
6
2008
10
2009
9
Tabela 10. Continuação
Nº
2010
7
2011
6
2012
5
2013
3
Total
90
Fonte: Sistema de Informações sobre Mortalidade
Tabela 11. Tempo Estimado de Vida dos Pacientes que Morreram Devido a Síndrome da Imunodeficiência
Adquirida Entre a Data do Diagnóstico e a Data do Óbito, Bento Gonçalves, 1986 a 2013.
Tempo de Vida
0 dia
<1 mês
1 mês-1 ano
1 a 2 anos
3 a 4 anos
5 a 6 anos
7 anos e +
Total
N
29
8
21
8
5
12
7
90
(%)
32,2
8,9
23,3
8,9
5,6
13,3
7,8
100,0
Gráfico 1. Incidência da SIDA por 100.000 Habitantes por Ano, Bento Gonçalves, Rio Grande do Sul e
Brasil*, 1986 a 2013.
*Sistema Nacional de Agravos de Notificação (SINAN) do MS (Boletim Epidemiológico - Aids e DST, 2013)
Os valores numéricos dos coeficientes apresentados no gráfico referem-se a Bento Gonçalves
A incidência média foi calculada para o período de 2010 a 2013, para Bento Gonçalves e RS; para o Brasil o período utilizado foi de
2000 a 2012.
20
Bento Gonçalves – SIDA 1986 a 2013
SMS – Serviço de Vigilância Epidemiológica
Gráfico 2. Incidência Qüinqüenal e Decenal da SIDA por 100.000 Habitantes, Bento Gonçalves, Rio Grande
do Sul e Brasil, 1980 a 2013.
Obs.: Os retângulos amarelos representam a incidência média calculada para cada 10 anos (decenal).
Para o Brasil, os dados referem-se ao período 2010-2012.
Gráfico 3. Incidência Média da SIDA por Faixa Etária Simplificada por 100.000 Habitantes, Bento
*
Gonçalves, Rio Grande do Sul e Brasil .
*Sistema Nacional de Agravos de Notificação (SINAN) do MS (Boletim Epidemiológico - Aids e DST, 2010)
Os coeficientes apresentados no gráfico referem-se a Bento Gonçalves
21
Gráfico 4. Incidência Média da SIDA por Faixa Etária e Sexo por 100.000 Habitantes, Bento Gonçalves,
2000 a 2012.
Gráfico 5. Incidência Média Decenal da SIDA por Sexo por 100.000 Habitantes e Razão Entre os Sexos,
Bento Gonçalves, 1986 a 2013.
Gráfico 6. Coeficiente de Detecção da Infecção pelo HIV em Gestante, Por 1.000 Nascidos Vivos Por Ano,
Bento Gonçalves, Rio Grande do Sul e Brasil, 2000 a 2013.
Fontes: Secretaria Estadual de Saúde do RS (Relatório sobre AIDS no RS, 2007) e Sistema Nacional de Agravos de Notificação
(SINAN) do MS (Boletim Epidemiológico - Aids e DST, 2013
22
Bento Gonçalves – SIDA 1986 a 2013
SMS – Serviço de Vigilância Epidemiológica
Gráfico 7. Mortalidade por Síndrome de Imunodeficiência Adquirida (SIDA) Por 100.000 Habitantes Por
Ano, Bento Gonçalves, Rio Grande do Sul e Brasil, 1996 a 2012.
Mortalidade por Síndrome de Imunodeficiência Adquirida (SIDA) Por 100.000 Hab.
Bento Gonçalves, RS e Brasil, 1996 a 2013
14,0
B. Gonçalves
RS
12,0
Brasil
9,9
Por 100.000 Habitantes
10,0
9,5
8,4
8,0
7,2
6,7
6,5
6,0
5,9
6,0
5,5
4,6
4,4
4,0
3,4
3,4
2,7
2,0
2,2
1,2
Fontes: SMS - Vigilância Epidemiológica
SES RS - NIS
MS/Datasus
2,0
0,0
0,0
1996
1997
1998
1999
2000
2001
2002
2003
2004
2005
2006
2007
2008
2009
2010
2011
2012
2013
Fonte: Sistema de Informações sobre Mortalidade (SIM).
Gráfico 8. Mortalidade
por Por
Síndrome
de Por
Imunodeficiência
Adquirida (SIDA) Por Sexo Por 100.000
Mortalidade
SIDA Por Sexo
100.000 Habitantes
Habitantes Por Ano, Bento Gonçalves,
19971997
a 2013.
Bento Gonçalves,
a 2013
20,0
Masc
Por 100.000 Habitantes
18,0
Fonte: SMS - Vigilância Epidemiológica
Fem
16,0
14,0
12,0
10,0
8,0
6,0
4,0
2,0
0,0
1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013
Fonte: Sistema de Informações sobre Mortalidade (SIM).
Gráfico 9. Mortalidade
Mortalidade
por Síndrome
de Imunodeficiência
Adquirida
Por Síndrome
da Imunodeficiência
Adquirida Por Faixa
Etária Por (SIDA) Por Faixa Etária, Por 100.000
100.000 Hab.,
Gonçalves, RS e Brasil
Habitantes, Bento Gonçalves,
RS Bento
e Brasil.
30,0
Por 100.000 Habitantes
25,0
SMS - Vig. Epidemiológica
SES RS - NIS
MS/Datasus
BG Média 97 12
RS 2012
Brasil 2012
20,0
15,0
10,0
11,1
9,2
8,4
5,0
5,5
4,6
0,0
4,0
0,4
<20
20 a 29
30 a 39
40 a 49
50 a 59
Fonte: Sistema de Informações sobre Mortalidade (SIM).
23
4,8
60 a 69
70 a 79
80 e +
Referências:
1. Ministério da Saúde. Fundação Nacional de Saúde. Guia de vigilância epidemiológica. Brasília, 5ª Edição,
FUNASA, 2002.
2. Ministério da Saúde. Coordenação Nacional de DST e AIDS. Manual de controle das doenças
sexualmente transmissíveis. Brasília, 3ª Edição, 1999.
3. Ministério da Saúde. Programa Nacional de DST e AIDS. Boletim Epidemiológico - Aids e DST, 2009.
4. Ministério da Saúde. Programa Nacional de DST e AIDS. Boletim Epidemiológico - Aids e DST, Ano VII,
nº 1, 2010.
5. Ministério da Saúde. Programa Nacional de DST e AIDS. Plano Integrado para o Enfrentamento da
Feminização da Epidemia da AIDS e outras DST. DF, março de 2007.
6. Secretaria Estadual da Saúde do Rio Grande do Sul. Relatório sobre AIDS no RS, 2007 (retirado do site
da SES/RS: www.saude.rs.gov.br/wsa/portal/index.jsp).
7. Secretaria Estadual da Saúde do Rio Grande do Sul. Núcleo de Informações em Saúde. Relatórios de
Estatísticas de Saúde. 1992 a 2010.
8. Secretaria Municipal da Saúde de Bento Gonçalves. Serviço de Vigilância Epidemiológica. Relatório
Epidemiológico – Intoxicações por Álcool e Drogas: 1999 a 2010. Bento Gonçalves, 2010.
9. Secretaria Nacional Antidrogas. Centro Brasileiro de Informações sobre Drogas Psicotrópicas. V
Levantamento Nacional sobre o Consumo de Drogas entre Estudantes do Ensino Fundamental e
Médio da Rede Pública de Ensino nas 27 Capitais Brasileiras. 2004.
10. DUAILIBI, Lígia Bonacim; Ribeiro, Marcelo; Laranjeira, Ronaldo. Perfil dos usuários de cocaína e crack
no Brasil. Unidade de Pesquisa em Álcool e Drogas (UNIAD). Depto de Psiquiatria. Universidade
Federal de São Paulo (UNIFESP). In: Cadernos de Saúde Pública: 24 Sup 4:S545-557. Rio de
Janeiro, 2008.
11. Joint United Nations Programme on HIV/AIDS (UNAIDS). Global Report: UNAIDS Report on the Global
AIDS Epidemic, 2010.
12. BASTOS, Francisco Inácio; Szwarcwald, Célia Landmann. Aids e pauperização: principais conceitos e
evidências empíricas. In: AIDS – Distintas Abordagens. Ministério da Saúde. Secretaria de Políticas
de Saúde. Coordenação Nacional de Doenças Sexualmente Transmissíveis e AIDS. 1ª edição, 1999,
Brasília.
13. Ministério da Saúde. Programa Nacional de DST e AIDS. Boletim Epidemiológico - Aids e DST, Ano II,
nº 1, 2013.
14. Ministério da Saúde. Recomendações de terapia antirretroviral para adultos vivendo com HIV/AIDS no
Brasil, versão preliminar, 2012.
15. Ministério da Saúde. Recomendações para profilaxia da transmissão vertical do HIV e terapia
antirretroviral em gestantes, 2010.
16. Center for Disease Control and Prevention. Compendium of Evidence-Based HIV Behavioral
Interventions.
Medication
Adherence
Chapter.
In:
http://www.cdc.gov/hiv/prevention/research/compendium/ma/index.html.
17. Horvath T et al. Mobile phone text messaging for promoting adherence to antiretroviral therapy in
patients with HIV infection. Cochrane Database of Systematic Reviews, 2012, 3:CD009756.
18. Joint United Nations Programme on HIV/AIDS (UNAIDS). Treatment 2015.
24
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