Droga ataca uma das origens do Alzheimer

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Droga ataca uma das origens do Alzheimer
Testada em animais, substância evita e reverte o acúmulo da proteína tau no cérebro,
condição que contribui para o surgimento de doenças neurodegenerativas. O
experimento inédito poderá se transformar em terapia direcionada contra demências
Paloma Oliveto – Correio Braziliense
Publicação: 26/01/2017 04:00
Elas são importantes para manter a estabilidade dos neurônios. Porém, quando se
tornam defeituosas, acabam contribuindo para o desenvolvimento de doenças
degenerativas para as quais não existe cura. Entre essas enfermidades está o Alzheimer,
o tipo de demência mais prevalente em todo o mundo. Agora, pela primeira vez, um
grupo de pesquisadores conseguiu reverter os danos que as chamadas proteínas tau (veja
arte) provocam no cérebro e que estão associados diretamente à destruição progressiva
das funções cognitivas. Segundo os autores do trabalho, publicado na revista Science
Translational Medicine, o resultado abre caminho para o desenvolvimento de um
tratamento direcionado.
Quando a proteína tau se torna defeituosa, ela perde a capacidade de estabilizar o
microtúbulo, espécie de esqueleto celular. A consequência é a formação dos
emaranhados neurofibrilares — como um novelo de lã desenrolado de qualquer jeito, o
cérebro fica tomado por “nós”. Muitas patologias neurológicas estão associadas a esse
processo, incluindo a paralisia progressiva supranuclear, um distúrbio do movimento
que pode afetar pessoas de todas as idades, e as demências frontotemporais, que
geralmente surgem entre 40 e 50 anos.
Embora as chamadas taupatias — doenças neurodegenerativas causadas pelo excesso de
proteína tau — sejam alvo de muitos estudos, até agora ninguém tinha conseguido
reverter sua ação. “Nós mostramos no estudo um composto sintético que é o primeiro a
reverter os danos associados à tau no cérebro. Essa molécula diminui os níveis da
proteína circulante, prevenindo e, em alguns casos, eliminando os danos neurológicos”,
afirma Timothy Miller, professor da Universidade de Washington em St. Louis (EUA) e
principal autor. Os testes, porém, foram realizados com animais e não há previsão de
quando — e se — os resultados poderão se aplicar a humanos.
O que a equipe de Miller fez foi atacar, em ratos manipulados para ter os emaranhados
neurofibrilares, uma molécula que atrapalha o processo de fabricação de proteínas.
Antes que o gene consiga passar instruções para que as substâncias sejam produzidas
corretamente, a molécula destrói o RNA mensageiro. Os cientistas desenvolveram um
antídoto para isso.
Todos os dias, ao longo de um mês, eles administravam uma dose do composto aos
roedores que, aos 9 meses de idade, já apresentavam problemas neurológicos devido aos
emaranhados. Quando os animais tinham 12 meses, os pesquisadores mediram a
quantidade de tau, de material genético da tau e de emaranhados da proteína no cérebro
das cobaias. Segundo Miller, houve redução significativa dos três parâmetros,
comparado aos ratos que receberam placebo.
Como os níveis também estavam mais baixos que os dos roedores de 9 meses, os
cientistas acreditam que o tratamento não apenas parou, mas reverteu o acúmulo da tau.
“Quando essa linhagem de ratos geneticamente modificados atinge 9 meses, o
hipocampo, uma importante área do cérebro associada à memória, tipicamente está
encolhido e há morte de neurônios. Mas, com o tratamento, o cérebro não estava mais
tão murcho, embora não tenhamos evidência da reversão da morte neuronal”, observa o
neurologista.
Medula espinhal
Os pesquisadores também testaram a técnica em um modelo primata, ministrando duas
doses de placebo ou do composto no fluido cerebrospinal de macacos cinomolgos
saudáveis. De acordo com Miller, no caso de um tratamento com humanos, essa seria a
forma de aplicação do medicamento, pois o fluido circula da medula espinhal até o
cérebro. Duas semanas depois, foi medida a quantidade de proteína tau e de RNA tau
nos animais. Novamente, o composto reduziu ambos os parâmetros.
O neurologista ressalta que tratamentos com oglionucleotídeos, como a substância
utilizada nos testes, foram aprovados recentemente nos EUA para tratar distrofia
muscular de Duchenne e atrofia muscular espinal. Agora, a Universidade de
Washington está em processo de obtenção da patente para reduzir os níveis de tau.
“Essa é uma abordagem bastante promissora”, diz.
Otávio Castello, diretor científico da Associação Brasileira de Alzheimer, ressalta que o
estudo é uma peça a mais no quebra-cabeça das doenças neurodegenerativas. “Para isso
ser replicado em humanos, ainda precisa muita coisa. Esse é o primeiro nível da
pesquisa. Para virar um remédio de fato, a gente tem uns 10 anos pela frente”, diz. “Eles
conseguiram reduzir a quantidade de proteína tau, não só de nova, mas daquela que
estava depositada no cérebro em degeneração. Além disso, viram que a quantidade de
neurônios mortos era menor. A redução do volume do hipocampo, que com a doença
vai murchando, também tinha desacelerado.”
Segundo o especialista, em ratos, o remédio foi promissor em relação a uma das vias
pelas quais a doença de Alzheimer se estabelece no cérebro. “É interessante como
perspectiva de pesquisa, mas não pode ser replicado imediatamente em humanos”,
ressalta. Castello também destaca que atacar um dos mecanismos associados à
destruição do cérebro pelo Alzheimer não significa atacar a causa da doença. “Isso
representa um novo remédio? Não. Representa a perspectiva do desenvolvimento de
novas drogas que consigam trabalhar adequadamente com a proteína tau”.
"Para isso ser replicado em humanos, ainda precisa muita coisa. Esse é o primeiro
nível de pesquisa. Para virar um remédio de fato, a gente tem uns 10 anos pela frente”
Otávio Castello, diretor científico da Associação Brasileira de Alzheimer e não
participante do estudo
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Estimulação craniana reduz sintomas da bulimia
Correio Braziliense - 26/01/2017
A bulimia é um transtorno alimentar que geralmente ocorre na adolescência e atinge
principalmente a população feminina. Pode causar complicações múltiplas, com risco,
inclusive, de morte. A base do tratamento está na terapia cognitivo-comportamental,
mas pesquisadores têm buscado novos recursos na neurociência. Nessa linha, usando
estimulação magnética transcraniana repetitiva, uma técnica empregada contra a
depressão, cientistas britânicos reduziram em voluntários a compulsão pela comida,
umas das características principais da enfermidade, seguida de tentativas exageradas
que evitem o ganho de peso, como a indução de vômito.
A técnica consiste no uso de eletrodos colocados na cabeça do paciente para estimular
partes específicas do cérebro. A intervenção pode melhorar a função cognitiva em áreas
relacionadas ao processamento de recompensa e autocontrole. No estudo, foi testada em
39 pessoas com bulimia: parte delas foi submetida à técnica, a outra, a uma estimulação
placebo. As sessões ocorreram nos mesmos dias, com um período de pelo menos 48
horas entre elas.
Os voluntários responderam a questionários antes e depois de cada sessão para que
fossem avaliados o desejo de comer compulsivamente e uma série de outros sintomas da
bulimia, como preocupações com peso e forma, restrição da ingestão de alimentos,
níveis de autocontrole e autoestima. Esses sinais foram significativamente reduzidos nos
participantes submetidos às sessões de estimulação magnética, ao contrário do grupo
placebo.
Efeito imediato
“Embora esses sejam resultados iniciais modestos, há uma clara melhoria nos sintomas
e nas habilidades de tomada de decisão após apenas uma sessão de estimulação
magnética. Com uma amostra maior e várias sessões de tratamento durante um período
de tempo mais longo, é provável que os efeitos sejam ainda mais fortes. Isso é algo que
agora estamos procurando explorar em trabalhos futuros”, explica, em comunicado,
Maria Kekic, primeira autora do estudo, publicado nesta semana na revista Plos One, e
pesquisadora do Instituto de Psiquiatria, Psicologia e Neurociência do King's College,
em Londres.
A equipe acredita que mais pesquisas são necessárias para se chegar a resultados mais
sólidos, mas defende que o uso do recurso poderá trazer inúmeros benefícios. “A
vantagem da estimulação magnética é que ela é muito menos cara e mais portátil que
outras técnicas semelhantes, o que levanta a perspectiva de, um dia, oferecermos um
tratamento que poderia ser autoadministrado em casa por pacientes com bulimia. Seria
como um complemento para terapias comportamentais a fim de melhorar seus
resultados”, cogita Ulrike Schmidt, um dos autores do estudo e também pesquisador do
King's College.
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Pesquisa conduzida na
Unicamp estuda a função de proteínas envolvidas na sinalização por íons de cálcio no
Trypanosoma cruzi e pode ajudar a identificar alvos para o desenvolvimento de
fármacos (Imagem: Noelia Lander)
Novo método permite editar o genoma do
parasita causador da doença de Chagas
26 de janeiro de 2017
Karina Toledo | Agência FAPESP – Técnicas que permitem manipular o genoma de
parasitas causadores de doenças – para, por exemplo, inibir a expressão de proteínas e
investigar sua função – têm sido amplamente empregadas pelos cientistas na tentativa
de identificar alvos para o desenvolvimento de fármacos.
Enquanto avanços têm sido alcançados no estudo do Trypanosoma brucei (causador da
doença do sono) ou do Toxoplasma gondii (causador da toxoplasmose), por exemplo,
no caso do Trypanosoma cruzi (causador da doença de Chagas) os métodos
tradicionalmente usados para nocautear genes ou marcar proteínas intracelulares vêm se
revelando ineficazes.
Com apoio da FAPESP, por meio do Projeto Temático “Sinalização por íons de cálcio
em tripanosomatídeos”, um grupo coordenado pelo professor Roberto Docampo na
Faculdade de Ciências Médicas da Universidade Estadual de Campinas (FCMUnicamp) mostrou ser possível manipular o genoma do T. cruzi por meio do chamado
sistema CRISPR/Cas9 (do inglês, clustered regularly interspaced short palindromic
repeats associated gene 9).
Docampo é professor da Universidade da Georgia, nos Estados Unidos, e mantém
colaboração com o professor da Unicamp Aníbal Vercesi há mais de 25 anos, quando
descobriram no T. cruzi uma nova organela chamada acidocalcisoma, que está
envolvida na regulação dos níveis de cálcio dentro da célula. Ele coordena o Temático
no âmbito do Programa São Paulo Excellence Chair (SPEC), desenvolvido no
laboratório de Vercesi na Unicamp.
A metodologia CRISPR/Cas9 consiste em transfectar ( introduzir intencionalmente
ácido nucleicos nas células) o parasita com um vetor – no caso uma pequena molécula
circular de DNA chamada plasmídeo – de modo a induzir a expressão de duas outras
moléculas: a enzima Cas9 e o sgRNA, que irão se unir no núcleo celular para formar
uma ribonucleoproteína. A Cas9 é uma endonuclease, ou seja, uma proteína capaz de
produzir uma quebra na dupla fita de DNA. O sgRNA é uma espécie de RNA-guia, que
serve para dirigir essa enzima para o gene-alvo. Dessa forma, é possível introduzir ou
suprimir material genético no local onde o DNA foi quebrado. Além do plasmídeo,
também é transfectada uma molécula de DNA doadora que permite o reparo da dupla
fita.
“Esse processo foi inicialmente descrito como sendo um sistema imune rudimentar de
bactérias e, mais tarde, foi adaptado para a edição do genoma em organismos
eucariotos. Atualmente, é possível usá-lo em praticamente qualquer tipo de organismo”,
contou Noelia Lander, pós-doutoranda na FCM-Unicamp.
Em uma pesquisa divulgada na revista mBio em 2015, o grupo da Unicamp mostrou,
pela primeira vez, ser possível usar o sistema CRISPR/Cas9 para nocautear genes do T.
cruzi.
Mais recentemente, em artigo publicado no The Journal of Biological Chemistry (JBC),
a equipe validou o método também para a marcação de proteínas – processo que permite
estabelecer sua localização no interior das células e identificar vias de sinalização
importantes para a sobrevivência do parasita.
“Fizemos o que se chama de marcação C-terminal de proteínas, que consiste em
acrescentar à cadeia polipeptídica uma pequena molécula, como a hemaglutinina (HA),
contra a qual já existem anticorpos comerciais específicos. Os anticorpos reconhecem a
molécula, ligam-se a ela e, por meio de microscopia de fluorescência, é possível
localizar a proteína que estamos estudando na célula”, explicou Lander.
Inicialmente, para confirmar se a técnica de fato funcionava com o T. cruzi, o grupo
usou o sistema CRISPR/Cas9 para marcar a proteína TcVP1 (pirofosfatase vacuolar de
prótons), cuja localização já era conhecida.
“Ela está presente no acidocalcisoma. Já existem anticorpos específicos contra essa
proteína TcVP1 e eles apontaram para a mesma localização que a observada quando
usamos o método CRISPR/Cas9”, contou Lander.
Em seguida, o sistema CRISPR/Cas9 foi usado para marcar e localizar três outras
proteínas: a TcFCaBP (proteína flagelar de união ao cálcio), encontrada no flagelo do
parasita; a TcMCU (uniporter de cálcio mitocondrial), que foi identificada na
mitocôndria; e a TcIP3R (receptor de inositol trifosfato), cuja localização foi confirmada
no acidocalcisoma.
“Em relação à TcIP3R, havia uma disputa no meio acadêmico sobre qual seria a
localização correta. Um grupo do Japão coordenado por Katsuhiko Mikoshiba defendia
a teoria de que ela estava no retículo endoplasmático, enquanto Docampo dizia estar no
acidocalcisoma, o que conseguimos confirmar”, disse Lander.
Desdobramentos
Segundo a pesquisadora da Unicamp, além de pôr fim a um antigo embate, a descoberta
tem diversas outras implicações, pois facilita a compreensão dos processos de
sinalização celular mediados pelo cálcio no parasita.
“A sinalização por cálcio é importante para a sobrevivência do parasita e interfere no
seu potencial de infectar o hospedeiro. Sinais de cálcio têm sido descritos como
importantes para o processo de invasão celular”, explicou Lander.
Atualmente, o grupo tem usado o sistema CRISPR/Cas9 para estudar a função das
proteínas TcMCU e TcIP3R e, assim, confirmar se a via de sinalização por cálcio pode
ser usada como alvo terapêutico no T. cruzi.
“O que fazemos basicamente é nocautear o gene que codifica a proteína ou induzir sua
superexpressão. Em seguida, fazemos a caracterização fenotípica dessas linhagens
mutantes”, explicou.
Parte dos experimentos do Projeto Temático está sendo feita durante os pós-doutorados
de Lander e de Miguel Angel Chiurillo Siervo – ambos bolsistas da FAPESP.
“Ao estudar a função de diversas proteínas envolvidas na sinalização por cálcio, nosso
objetivo é identificar uma enzima ou rota metabólica que seja essencial para o parasita
e, ao mesmo tempo, não esteja presente em humanos. Assim, poderemos validá-la como
alvo terapêutico”, disse Lander.
O artigo “CRISPR/Cas9-Induced Disruption of Paraflagellar Rod Protein 1 and 2 Genes
in Trypanosoma cruzi Reveals Their Role in Flagellar Attachment” pode ser lido em
http://mbio.asm.org/content/6/4/e01012-15.abstract.
Para acessar o artigo “CRISPR/Cas9-mediated endogenous C-terminal tagging of
Trypanosoma cruzi genes reveals the acidocalcisome localization of the inositol-1,4,5trisphosphate receptor” clique no endereço
http://www.jbc.org/content/early/2016/10/28/jbc.M116.749655.full.pdf.
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Chineses criam papel à prova de água e
de fogo
Com informações da BBC - 26/01/2017
O papel não queima porque é inorgânico, não possuindo celulose em sua composição.
[Imagem: Fei-Fei Chen et al. - 10.1021/acsami.6b12838]
Papel que não molha e que não queima
Mais de dois milênios depois de terem inventado o papel, os chineses aperfeiçoaram sua
criação, tornando-a resistente à água e ao fogo.
Pesquisadores do Instituto de Cerâmica de Xangai desenvolveram um papel que pode
ser lavado sem ter o texto escrito nele danificado, além de suportar um calor de mais de
200°C sem se queimar.
Ying-Jie Zhu, um dos responsáveis pelo projeto, disse que, embora já existam papéis
que possam resistir a esses elementos, nenhum deles agrupa as duas características
simultaneamente.
O novo papel superresistente é capaz de repelir não apenas a água, mas também outros
líquidos como café, suco, chá e até mostarda e ketchup.
Papel inorgânico
A chave para que o papel resista tanto ao fogo quanto à água está na substituição da
celulose, usada na fabricação dos papéis tradicionais, por hidroxiapatita, um mineral
formado por fosfato de cálcio.
Quando o mineral é tratado com oleato de sódio, sua estrutura cristalina se rearranja,
dando origem a nanofios muito longos.
"Durante a filtração a vácuo, os nanofios ultralongos de hidroxiapatita se unem
espontaneamente em microfibras rugosas, evitando o tedioso processo de fabricação
para construir a estrutura hierárquica; as microfibras auto-rugosas ainda dão ao papel
inorgânico uma estrutura em camadas parecida com a da madrepérola," descreveu a
equipe.
Em lugar das fibras de celulose, a trama do papel é formada por nanofios de hidroxiapatita. A
rugosidade dos nanofios dá a hidrofobicidade ao material. [Imagem: Fei-Fei Chen et al. 10.1021/acsami.6b12838]
Preservação de documentos
Um papel tão resistente pode, por exemplo, ajudar a preservar documentos importantes
durante tragédias naturais.
"O papel também será útil para preservar documentos importantes por séculos, porque
nós não precisaremos nos preocupar se ele será destruído pelo fogo ou água,", disse
Zhu. "Acreditamos que haverá diversos tipos de usos, desde a sua utilização para a
caligrafia até a aplicação em outdoors."
"Além disso, nós já exploramos as aplicações potenciais do papel inorgânico super-hidrofóbico
e resistente ao fogo como um absorvente altamente eficaz para a separação de óleo e água,
protetor antifogo e papel de escrita," acrescenta a equipe.
Com o papel ultrarresistente devidamente patenteado, equipe espera colocar o produto
no mercado nos próximos três anos.
Bibliografia:
Highly Flexible Superhydrophobic and Fire-Resistant Layered Inorganic Paper
Fei-Fei Chen, Ying-Jie Zhu, Zhi-Chao Xiong, Tuan-Wei Sun, Yue-Qin Shen
Applied Materials & Interfaces
Vol.: 8 (50), pp 34715-34724
DOI: 10.1021/acsami.6b12838
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Óculos com foco automático garantem
visão sempre perfeita
Redação do Site Inovação Tecnológica - 26/01/2017
As lentes funcionam muito bem, mas o protótipo ainda precisa de um banho de design.
[Imagem: Nazmul Hasan et al. - 10.1364/OE.25.001221]
Óculos eletrônicos
Os óculos eletrônicos, com lentes capazes de ajustar o foco automaticamente, ficaram
mais versáteis.
Enquanto os modelos anteriores podiam chavear entre uma posição e outra - por
exemplo, entre a visão de perto e a visão de longe -, um novo protótipo ajusta o foco
automática e continuamente, de acordo com o que a pessoa está vendo.
"A maioria das pessoas que usam óculos para leitura precisam ficar colocando-os e
tirando-os o tempo todo. Você não precisa fazer isto mais. Você coloca estes óculos, e a
visão estará sempre clara," garantem Carlos Mastrangelo e Nazmul Hasan, da
Universidade de Utah, nos EUA.
O cristalino do nosso olho é uma lente com um sistema de foco automático imbatível.
Mas, conforme envelhecemos, ele vai perdendo sua capacidade de autofoco, o que faz
com que a maioria das pessoas passe a depender de óculos de leitura ou óculos bifocais.
O objetivo da equipe é dar às lentes a mesma capacidade do cristalino.
Lente com foco automático
Hasan e Mastrangelo construíram lentes de glicerina, um líquido espesso e incolor, que
fica encapsulado por membranas flexíveis de borracha na frente e atrás. A membrana
traseira em cada lente é conectada a três atuadores mecânicos transparentes que a
empurram para a frente e para trás, alterando a curvatura da lente líquida e, portanto, a
distância focal entre a lente e o olho.
No primeiro uso, os usuários precisam programar os óculos, o que é feito por meio do
celular e de uma conexão Bluetooth: um aplicativo permite informar o grau padrão de
correção, obtido na receita médica, ao redor do qual os óculos irão se reajustar para
garantir sempre a melhor visão.
No centro da armação há um medidor de distância por infravermelho, que mede a
distância da lente ao objeto logo à frente. Quando o usuário dirige os olhos para um
objeto, o medidor mede instantaneamente a distância e diz aos atuadores como eles
devem curvar as lentes. As lentes conseguem reajustar a distância focal, mudando o
foco de um objeto para outro, em 14 milissegundos. Uma bateria recarregável alimenta
o sistema, com uma durabilidade de cerca de 24 horas por carga.
Esquema de funcionamento da lente com autofoco. [Imagem: Nazmul Hasan et al. 10.1364/OE.25.001221]
O protótipo funcionou bem, mas é bem feinho - a dupla afirmou que já está se
dedicando a incorporar um novo design que torne seus óculos eletrônicos mais
agradáveis de serem olhados também.
Bibliografia:
Tunable-focus lens for adaptive eyeglasses
Nazmul Hasan, Aishwaryadev Banerjee, Hanseup Kim, Carlos H. Mastrangelo
Optics Express
Vol.: 25, Issue 2, pp. 1221-1233
DOI: 10.1364/OE.25.001221
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Brasil participará da construção do
radiotelescópio BINGO
Com informações da Agência Fapesp - 25/01/2017
O radiotelescópio será montado na cavidade abandonada de uma mina de
ouro.[Imagem: fing.edu.uy]
Universo escuro
Cientistas e engenheiros do Reino Unido, Suíça, Uruguai, China e Brasil integram um
consórcio internacional que iniciará a construção de um novo radiotelescópio na
América do Sul.
O instrumento deverá fornecer detalhes da distribuição da matéria no Universo e trazer
informações valiosas sobre a chamada "parte escura", ainda pouco compreendida pela
ciência.
O esforço consistirá na montagem do radiotelescópio BINGO, cujo nome é uma sigla
em inglês para Oscilações Acústicas Bariônicas em Observações de Gases Neutros.
Oscilações Acústicas de Bárions
O instrumento foi concebido para fazer a primeira detecção de Oscilações Acústicas de
Bárions (BAO) em frequências de rádio. BAO é um método utilizado pela astrofísica
para, por meio de oscilações acústicas, entender as aglomerações de galáxias e medir a
expansão do Universo - os bárions mais conhecidos são os prótons e os nêutrons, que
compõem a maior parte da massa da matéria visível no Universo.
"A escala do BAO é uma das sondas mais poderosas para investigar parâmetros
cosmológicos, incluindo a energia escura," explica Élcio Abdalla, do Instituto de Física
da USP e coordenador do BINGO.
O radiotelescópio fará a medição da distribuição de hidrogênio neutro a distâncias
cosmológicas, utilizando uma técnica chamada Mapeamento de Intensidade. Operando
na faixa de frequência que vai de 0,96 GHz a 1,26 GHz, o BINGO contará com dois
espelhos de 40 metros com cerca de 50 a 60 cornetas de cerca de 5 metros de
comprimento.
Além de investigar zonas espaciais inacessíveis aos telescópios ópticos para encontrar
correlações de densidade relacionadas com as BAO, o radiotelescópio observará outros
aspectos astrofísicos importantes, como as rajadas rápidas de rádio (FRB: fast radio
bursts), fenômenos muito rápidos, recentemente descobertos e de origem ainda
desconhecida.
Mina abandonada
O telescópio será instalado no norte do Uruguai, em região de baixa frequência de
radiointerferência (RFI), em uma mina de ouro abandonada e a céu aberto.
A iniciativa internacional envolve o Jodrell Bank Centre for Astrophysics, a
Universidade de Portsmouth e a Universidade College de Londres, no Reino Unido; o
ETH Zurique, na Suíça; a Universidade da República, do Uruguai, e o Instituto
Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), além do IF-USP, no Brasil.
O radiotelescópio BINGO, com um custo estimado em US$ 4,9 milhões, deverá
começar a ser construído em 2018.
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Secretário-executivo do MCTIC destaca relevância da
Coppe no apoio ao desenvolvimento brasileiro
Elton Zacarias vistoriou instalações e projetos, além de debater a manutenção do apoio dado
pela pasta às atividades de pesquisa desenvolvidas no local. "Estou bem impressionado com o
que vi. A Coppe é um centro tecnológico de ponta no país e é essencial conhece-la", disse. Ele
foi acompanhado pelo secretário de Políticas e Programas de Pesquisa e Desenvolvimento da
pasta, Jailson de Andrade, e pelo presidente da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep),
Marcos Cintra.
Por Ascom do MCTIC - 25/01/2017
Crédito: Finep
O secretário-executivo do Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e
Comunicações (MCTIC), Elton Zacarias ressaltou a importância do Instituto Alberto
Luiz Coimbra de Pós-Graduação e Pesquisa em Engenharia da Universidade Federal do
Rio de Janeiro (Coppe/UFRJ) para o desenvolvimento tecnológico brasileiro.
Acompanhado do secretário de Políticas e Programas de Pesquisa e Desenvolvimento
da pasta, Jailson de Andrade, e do presidente da Financiadora de Estudos e Projetos
(Finep), Marcos Cintra, Zacarias conheceu os laboratórios da unidade e debateu com
pesquisadores sobre o apoio do MCTIC às pesquisas desenvolvidas pela Coppe.
"Estou bem impressionado com o que vi. A Coppe é um centro tecnológico de ponta no
país e é essencial conhece-la. Há alguns pleitos de apoio junto ao MCTIC e à Finep e
consideramos importante o convite para vir aqui", afirmou Elton Zacarias, que
representou o ministro Gilberto Kassab.
Um dos projetos visitados pela comitiva foi o Maglev-Cobra, um modelo de trem
movido a energia elétrica e que flutua por meio do magnetismo. A empreitada vem
sendo desenvolvida pela Coppe e realiza viagens curtas na estação de testes do
protótipo.
O grupo também passou pelas instalações do Tanque Oceânico da Coppe, o LabOceano.
O ambiente interno é capaz de produzir as principais características do meio ambiente
marinho e simular fenômenos que ocorrem em lâminas de água superiores a dois mil
metros de profundidade. Em operação desde 2003, ele comporta 23 milhões de litros de
água e tem altura correspondente a um prédio de oito andares.
"Em 1999, na primeira reunião do CT-Petro, uma das primeiras decisões da comissão
foi exatamente aprovar o apoio a esse tanque oceânico. Eu era representante da
comunidade científica na época e é muito bom ver o resultado tão positivo daquela
decisão", destacou o secretário Jailson de Andrade.
Também participaram do encontro o diretor da Coppe, Edson Watanabe, além de
pesquisadores da unidade.
Fonte: Finep
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Jardel Rodrigues / SBPC
Crianças são apresentadas a experiência científica durante
a 68ª Reunião da SBPC, em Porto Seguro, no ano passado
SBPC Jovem recebe propostas de
instituições para apresentação de
pesquisas e experiências; evento será
sediado pela UFMG, em julho
UFMG, 26 de janeiro de 2017, às 6h52
A SBPC Jovem 2017, evento destinado a estudantes do ensino básico que será realizado
simultaneamente à 69ª Reunião da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência –
de 16 a 22 de julho, no campus Pampulha da UFMG –, já recebe propostas de
instituições para apresentação de pesquisas.
O objetivo da SBPC Jovem é promover o contato de crianças e jovens com o
conhecimento científico e os pesquisadores, para despertar interesse pela ciência,
tecnologia e inovação.
A chamada é dirigida a universidades federais e estaduais, institutos de fundações de
apoio à pesquisa, sociedades do setor, secretarias de educação, entre outras instituições.
Despesas com deslocamento, hospedagem e alimentação, entre outras, deverão ser
custeadas pelas instituições que tiverem suas propostas selecionadas. As propostas
devem ser inscritas até 3 de março, por meio de formulário específico, e
esclarecimentos podem ser solicitados pelo e-mail [email protected].
Tenda e formatos diversos
As atividades serão desenvolvidas simultaneamente numa tenda. As apresentações
poderão ser feitas na forma de exposições, mostra de trabalhos e experimentos, rodas de
conversa, oficinas, exibição de vídeos. Haverá ainda lançamento de livros e atividades
culturais diversas.
No sábado 22, último dia do evento, será promovido o Dia da Família na Ciência, que
terá programação direcionada também aos familiares dos estudantes e à comunidade em
geral. O objetivo é mostrar que a ciência faz parte do cotidiano, estimulando a formação
da cultura científica.
De acordo com a pró-reitora de Extensão da UFMG, Benigna Oliveira, alguns dos
núcleos de pesquisa e extensão da Universidade que promovem a divulgação científica e
que desenvolvem projetos direcionados ao público da educação básica, como o Museu
Itinerante Ponto UFMG, participam tradicionalmente da SBPC Jovem. “Mas
consideramos que essa é uma ótima oportunidade para integração de outros projetos da
UFMG. Essa participação fortalece os grupos, confere maior visibilidade a suas ações e
amplia parcerias com a educação básica”, afirma a pró-reitora.
UFMG Jovem
A UFMG Jovem, feira realizada anualmente no campus Pampulha, será integrada à
programação da Reunião da SBPC. O evento vai celebrar seus 18 anos e terá como tema
Transformações e maioridade, em sintonia com a temática geral do encontro nacional:
Inovação – Diversidade – Transformações.
Em 1997, A UFMG sediou a 5ª SBPC Jovem, como parte da 49ª Reunião Anual da
SBPC. Os Anais da 1ª UFMG Jovem, realizada dois anos depois, registram que a
presença da SBPC Jovem em Belo Horizonte foi um dos fatores que incentivaram a
concepção do Programa UFMG Jovem “Conhecimento para todos”. Idealizado e
coordenado inicialmente pela professora emérita Beatriz Alvarenga, do Departamento
de Física, o programa intensifica o relacionamento da UFMG com a educação básica,
compartilhando conhecimentos e experiências.
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IEAT vai apoiar grupos que pesquisam
temas emergentes e de impacto social
UFMG, 26 de janeiro de 2017, às 6h47
Grupos de pesquisa interessados em receber suporte na captação de recursos para seus
projetos podem submeter propostas, a partir de 1° de fevereiro, no Programa Grupos de
Pesquisa do Instituto de Estudos Avançados Transdisciplinares (IEAT).
O Instituto pretende apoiar equipes de pesquisa de natureza transdisciplinar, já
existentes ou a serem constituídas na UFMG, que incorporem novos objetos ou
metodologias capazes de abrir perspectivas inovadoras para a investigação científica.
Para se inscrever, os grupos devem ser formados, em sua maioria, por pesquisadores da
UFMG que atuem, em pelo menos duas, entre as seguintes áreas: Humanidades, Letras
e Artes, Ciências da Vida (incluindo Saúde) e Ciências da Natureza (incluindo
Tecnologia). O projeto deverá ter duração de dois anos, podendo ser renovado por mais
um ano.
Serão selecionadas pela comissão julgadora propostas centradas em questões
emergentes com impacto social e que incluam lideranças da sociedade capazes de
contribuir para o desenvolvimento do projeto. O IEAT fornecerá suporte aos grupos
selecionados para captação de recursos junto às agências de fomento e a outros órgãos internos e externos à Universidade.
Os grupos interessados devem encaminhar projeto e currículos dos integrantes para o email [email protected] ou entregá-los na secretaria do Instituto (Sala 151 da Unidade
Administrativa III, campus Pampulha).
Mais informações podem ser obtidas no site do IEAT, no edital e no regulamento da
seleção.
Outras chamadas
Neste início de ano, o Instituto está com chamadas abertas para duas outras iniciativas:
o Programa Cátedras Fundep/IEAT, que recebe indicações de pesquisadores (visitantes
ou residentes) para desenvolver atividades na UFMG, e o Cátedras Santander de
Estudos Ibero-latinoamericanos, destinado a “catedráticos de reconhecida senioridade,
que desenvolvam pesquisas transdisciplinares no campo ibero-latinoamericano”
(Com Setor de Comunicação do IEAT)
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Bexiga hiperativa tem relação com
depressão e ansiedade, revela tese
Unicamp
Texto
Silvio Anunciação
Fotos
Antonio Scarpinetti
Edição de imagem
André Vieira
Pesquisa da FCM foi desenvolvida junto a 274 mulheres
A terapeuta sexual Iane
Glauce Ribeiro Melotti, autora da tese: “A abordagem dos aspectos psicológicos é importante
no tratamento dos sintomas urinários, mas, muitas vezes, acaba sendo deixada de lado pelos
profissionais da saúde”
Um estudo recente da Unicamp associa a Síndrome da Bexiga Hiperativa, doença
caracterizada pela urgência miccional, a quadros de depressão e ansiedade.
Desenvolvido exclusivamente em mulheres, a pesquisa apontou que, de um total de 274
participantes, 59,8% (163 mulheres) tinham depressão grave ou moderada e 62,4% (211
mulheres) apresentaram sinais de ansiedade grave e moderada.
A pesquisa foi desenvolvida junto a mulheres com sintomas de bexiga hiperativa, mas
sem diagnóstico prévio de depressão e ansiedade. Para a autora do trabalho, a terapeuta
sexual Iane Glauce Ribeiro Melotti, os resultados apontam para a necessidade de uma
abordagem integral para a saúde das mulheres.
“A abordagem dos aspectos psicológicos é importante no tratamento dos sintomas
urinários, mas, muitas vezes, acaba sendo deixada de lado pelos profissionais da saúde.
Escutar as queixas das mulheres, aprofundando o conhecimento de suas vivências, pode
permitir uma melhor compreensão sobre o problema”, conclui a pesquisadora.
Iane Melotti ressalva que, com os resultados, não é possível afirmar se a depressão e a
ansiedade seriam causas ou consequências da bexiga hiperativa em mulheres. Conforme
a estudiosa, o trabalho apontou, exclusivamente, uma significativa correlação entre a
síndrome e a intensidade dos transtornos mentais. Quanto maior a intensidade de uma
dessas três doenças ou distúrbios, maior a correlação entre eles.
Outro resultado relevante apontado pelo estudo foi que a noctúria, marcada pela
necessidade de se levantar durante a noite para urinar, foi um dos sintomas da Síndrome
da Bexiga Hiperativa que mais se relacionou com a depressão e ansiedade grave. A
chamada incontinência de urgência, perda involuntária da urina com sintomas de
urgência, também foi outra manifestação da bexiga hiperativa relacionada aos quadros
mais graves dos dois transtornos mentais.
“Esse tipo de problema urinário afeta substancialmente a qualidade de vida das
mulheres. Em alguns casos, elas deixam de trabalhar, de sair ou de fazer uma viagem,
por exemplo. Quanto mais graves e intensos os sintomas, mais a qualidade de vida da
mulher é afetada, envolvendo as relações no trabalho, social, sexual e familiar. Muitas
vezes, a mulher com a síndrome já sai de casa pensando se vai ter banheiro, se ela vai
poder ir ao banheiro e em que momento isso vai ser possível”, exemplifica Iane Melotti.
O estudo desenvolvido por ela integrou tese de doutorado defendida em fevereiro de
2016 junto ao Programa de Pós-Graduação em Ciências da Cirurgia da Faculdade de
Ciências Médicas (FCM) da Unicamp. O trabalho foi orientado por Cássio Luis
Zanetini Riccetto, médico urologista e professor do Pós-Graduação em Ciências da
Cirurgia da FCM. Houve coorientação de Cássia Raquel Teatin Juliato, ginecologista e
docente do Departamento de Tocoginecologia da FCM.
As mulheres participantes do estudo foram atendidas no ambulatório de Urologia
Feminina do Hospital de Clínicas (HC) da Unicamp e no ambulatório de Ginecologia
Geral do Hospital da Mulher/ Caism Unicamp, entre março de 2012 e março de 2015. A
Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) financiou o
estudo, com a concessão de bolsa à pesquisadora.
“O objetivo da pesquisa foi organizar evidências disponíveis na literatura acerca das
correlações entre os sintomas de bexiga hiperativa, depressão e ansiedade na forma de
uma revisão sistemática e correlacionar os níveis de depressão e ansiedade (mínima,
leve, moderada ou grave) em mulheres com diagnóstico de bexiga hiperativa por meio
de um estudo transversal envolvendo 274 mulheres”, explica Iane Melotti.
Conforme a autora do trabalho já existem outros estudos correlacionando a Síndrome da
Bexiga Hiperativa a transtornos mentais. “Mas a maioria dos trabalhos associam ou a
depressão ou a ansiedade à bexiga hiperativa; e também em conjunto com outros
problemas, não somente com a síndrome. Outra caraterística do nosso estudo que o
diferencia dos demais é que se trata de um trabalho especificamente em mulheres e que
avaliou diferentes níveis de depressão e ansiedade”, compara.
Paciente com quadro
depressivo e com sintomas de bexiga hiperativa: correlação entre a síndrome e transtornos
mentais
Doença subdiagnosticada
Iane Melotti explica que a ocorrência da síndrome independe do nível social,
econômico, educacional e da faixa etária. “A bexiga hiperativa é uma síndrome
altamente prevalente na população feminina, muito mais do que em homens. Atinge
mulheres jovens, adultas e idosas. No Brasil há estudos mostrando uma prevalência
global em 18,9% das mulheres. Mas é uma doença subdiagnosticada, ou seja, muitas
mulheres não procuram tratamento, por preconceito ou por acreditarem ser um processo
normal e natural do organismo”, dimensiona.
Estima-se, no Brasil, que metade das mulheres que sofrem com a síndrome não busque
tratamento adequado para o problema. A pesquisadora explica que, dependendo do
diagnóstico, o tratamento pode envolver tanto o uso de medicamentos, exercícios
fisioterápicos, cirurgia e terapia comportamental.
Critérios
Iane Melotti informa que os critérios de inclusão para a participação no estudo de corte
transversal foram: mulheres com idade a partir de 18 anos; diagnóstico de bexiga
hiperativa pelos critérios da International Continence Society; e compreensão e
assinatura do termo de consentimento livre e esclarecido.
Foram excluídas do estudo mulheres com gravidez diagnosticada ou suspeitada, com
lactação vigente, doenças sistêmicas, hipertensão arterial grave comprovada,
coronariopatia ou cardiopatia incapacitante, desordens psiquiátricas primárias, tais como
esquizofrenia e outras psicoses. Também foram excluídas mulheres em tratamento para
bexiga hiperativa que estivessem fazendo uso de antidepressivos, ansiolíticos e
diuréticos, além de condições cognitivas insuficientes para responder aos questionários.
A pesquisa foi aprovada pelo comitê de ética em pesquisa da Faculdade de Ciências
Médicas (FCM) e pela Comissão de Pesquisa do Departamento de Tocoginecologia
(DTG) do Caism.
Publicação
Tese: “Correlação de depressão, ansiedade e síndrome da bexiga hiperativa em
mulheres: estudo transversal e revisão sistemática da literatura”
Autora: Iane Glauce Ribeiro Melotti
Orientador: Cássio Luis Zanetini Riccetto
Coorientadora: Cássia Raquel Teatin Juliato
Unidade: Faculdade de Ciências Médicas (FCM)
Financiamento: Capes
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Alunos do Centro de Informática saem vencedores
em Hackathon da Qualcomm
Da assessoria do CIn - UFPE
Alunos do Centro de Informática (CIn) da UFPE integraram as três equipes vencedoras
do Hackathon Qualcomm: DragonBoard Challenge Recife, que aconteceu neste sábado
(21) e domingo (22) no Portomídia. A missão era desenvolver um projeto com a
plataforma de Internet das Coisas (IoT) da Qualcomm.
A equipe vencedora foi a CanNect, formada por Andréa Duque e Larissa Lages,
graduandas em Engenharia da Computação do CIn; Rodrigo Alves, pós-graduando em
Ciência da Computação do CIn; Bianca Lisle e Manoela Macedo, graduandas em
Engenharia Eletrônica do CTG-UFPE; David Carvalho, técnico em mecatrônica do
Cepep e Lucas Azevedo, de Sistemas da Informação da UFRPE.
O projeto é uma lixeira conectada, que auxilia na coleta seletiva da cidade através de
incentivos ao cidadão e do gerenciamento da coleta. No protótipo do hackathon, o
projeto foi desenvolvido na Dragonboard, sistema de reconhecimento utilizando
webcam, sistema mecânico e integração com a nuvem. A lixeira reconhece o material a
ser descartado, direciona para o compartimento adequado e envia a ação para a nuvem.
O segundo lugar ficou com a equipe In-forma, formada por George Alves, Rafael
Carvalho e Janael Martins, graduandos em Engenharia da Computação do CIn; Lucas
Dantas, engenheiro da computação pelo CIn; Adriana Araújo, graduanda em
Engenharia Biomédica UFPE e Ana Katarina, graduada em Sistemas de Informação
pela UPE.
A In-forma é uma plataforma de integração de informações a respeito da cidade.
Sensores de temperatura, umidade e luminosidade, dentre outras informações, são
espalhados em diversos pontos da região e fornecem, em tempo real, as condições
daquele local. Uma das inovações trazidas pela plataforma é que ela pode contar com a
interação do usuário, que pode solicitar autorização para integrar suas próprias
aplicações à plataforma, fazendo uso dos dados disponibilizados e, inclusive, podendo
solicitar acesso para torná-las visíveis aos outros usuários. A equipe demonstrou o uso
da plataforma conectando um sensor de alagamentos.
O projeto iMaca ficou com o terceiro lugar do hackathon. A equipe é formada por Lais
Bandeira, Matheus Casa, Mateus Gonçalves, Gustavo Isidio, Júlia Feitosa, Ítalo
Rodrigo e Carlos Alberto, todos graduandos em Engenharia da Computação do CIn.
O iMaca é uma maca inteligente capaz de identificar e analisar os batimentos
cardíacos, temperatura corporal, características físicas do paciente, possíveis focos de
sangramento etc. A partir dos dados coletados, a maca envia em tempo real a situação
do paciente ao hospital. O projeto surgiu da necessidade de colher informações
importantes desde os primeiros segundos de atendimento, tornando-o mais
automatizado e agilizando o procedimento hospitalar.
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HUB oferece nova terapia contra dor para pacientes
com câncer
Hospital é o único da rede pública do DF a utilizar o material nuclear Samário-153
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Da Assessoria de Comunicação Social do HUB - UnB
25/01/2017
Foto:
Ascom/HUB
Oferecer qualidade de vida a pacientes com câncer que sofrem com dores crônicas e, até
mesmo, quando a morfina já não surte mais efeito. Esse é o objetivo do Samário-153,
material nuclear usado para combater principalmente a dor óssea causada pela metástase
do câncer. É um tipo de radioterapia disponível no Hospital Universitário de Brasília
(HUB), o único da rede pública do Distrito Federal a oferecer a terapia.
“Muitas vezes o paciente fica internado meses só para controlar a dor, sendo que ele
pode fazer a terapia com Samário e ir para casa. Não vamos dar a cura, mas vamos dar
qualidade de vida a esse paciente”, explica o enfermeiro da Unidade de Medicina
Nuclear do HUB Flávio Andrade.
Para utilizar o Samário-153, a instituição precisa de autorização da Comissão Nacional
de Energia Nuclear (CNEN). O HUB recebeu a visita de representantes da comissão,
que reavaliaram o serviço e autorizaram a terapia ambulatorial, quando o paciente faz o
tratamento e vai para casa, sem necessidade de internação. Antes de iniciar a
radioterapia, é preciso passar por uma avaliação clínica.
“Como o HUB tem muitos pacientes oncológicos, é importante investir nesse tipo de
terapia que alivia a dor e melhora a qualidade de vida”, afirma a chefe da Unidade de
Medicina Nuclear, Flávia de Freitas Rodrigues.
O primeiro paciente a fazer a terapia foi Lucas Rodrigues, de 15 anos. Diagnosticado
em 2013 com osteossarcoma, câncer no osso, ele sofre com fortes dores em todo o
corpo. Por isso, passa a maior parte do tempo deitado. “Com esse remédio, espero ficar
mais sentado sem dificuldade, brincar, ler e me distrair um pouco”, planeja ele.
Lucas também tem esperança de realizar dois sonhos: voltar a estudar e brincar com um
carrinho de controle remoto, que deseja ganhar. “Tenho certeza que vou melhorar e
poder sair, colocar um banquinho com travesseiro para sentar na rua de casa, que não é
asfaltada, e brincar com esse carrinho, que já é próprio para trilha”, acredita Lucas.
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Presidente da Anatel defende votação do
PLC 90 pelo plenário do Senado e
parceria do TCU
Os dirigentes da Anatel encontraram-se hoje,25, com o relator de telecom, ministro
Bruno Dantas, do TCU, para informar que pretendem contar com a parceria do tribunal
em cada um dos estágios de elaboração da regulamentação da migração das
concessões para a autorização e a venda dos bens reversíveis. Juarez Quadros acha até
mais prudente que o PLC 90 seja também votado pelo plenário do Senado Federal.
Tele.Síntese
Miriam Aquino — 25 de janeiro de 2017
O presidente da Anatel, Juarez Quadros, e os demais conselheiros (Anibal Diniz, Igor de
Freitas, Leonardo de Morais) reuniram-se hoje, 25, com o ministro Bruno Dantas, do
TCU. No encontro, a Anatel disse que irá estreitar a parceria com o tribunal na fase de
elaboração das regras que irão nortear a migração das concessões de telefonia para
autorizações, conforme estabelece o PLC 90 (PL 3453), recentemente aprovado.
Quadros defendeu ainda a votação do projeto pelo plenário do Senado Federal. “Seria
mais prudente que o projeto fosse apreciado pelo plenário”, afirmou ele.
A intenção da agência é regulamentar o novo marco legal em etapas, com a avaliação e
votação pelo TCU de cada uma dessas etapas, para dar a segurança jurídica e a
transparência para o processo de mudança. “Na privatização do sistema Telebras, o
processo foi dividido em três estágios, e cada um deles teve a aprovação do TCU.
Queremos adotar o mesmo princípio agora, até porque a fase atual é até mais complexa
do que a anterior”, afirmou o executivo.
Segundo Quadros, durante a privatização da Telebras, o primeiro estágio congregou os
contratos de referência das consultorias e auditoria, a cisão da Telebras e o próprio
edital de privatização. Depois de aprovada esta etapa pelo TCU, foram submetidos ao
tribunal os documentos do segundo estágio, que incluiu o relatório econômico e o preço
mínimo de venda de 19% de participação da União na Telebras, também aprovado pelo
plenário do Tribunal. No terceiro estágio, foi estabelecido o preço final de venda, a
contratação do auditor independente, a aplicação dos recursos arrecadados com a
privatização e as despesas administrativas do processo. E esses estágios contaram,
todos, com acórdãos de aprovação do TCU. Esse é o modelo que será adotado agora.
“Essa é a vontade dos conselheiros, após a sanção da lei”, afirmou.
A Anatel ainda não sabe quais e quantos serão os estágios necessários, mas tem a
certeza de que o processo não poderá ser muito burocrático, para não atrasar os
investimentos em banda larga, nem tão rápido que deixe qualquer pergunta sem
resposta.
“Durante a privatização, buscava-se o preço mínimo de venda. Agora, o processo é mais
complexo, pois teremos que ter a garantia do preço justo dos bens que vão permitir a
migração da concessão para a autorização”, disse.
No entender de Quadros, esse preço justo deve levar em consideração o valor da
migração, mas que não afugente as operadoras, a ponto de elas desistirem de mudar os
seus contratos. No seu entender, o cálculo deverá ser feito, conforme sugere o TCU,
desde o início da concessão até o ano de 2025, e não a partir da aprovação da lei,
conforme sugeriram alguns estudos na Anatel.
Quadros agradeceu também o apoio de Dantas ao artigo que escreveu no jornal Valor
Econômico em 2 de janeiro deste ano sob o título ” O marco regulatório das
telecomunicações”.
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EAD só consegue distribuir 70% dos
conversores de TV em SP até março
A estimativa é que serão necessários 1,8 milhão de set top boxes para atender a
capital paulista e seu entorno no desligamento da TV analógica.
Tele.Síntese
Miriam Aquino — 25 de janeiro de 2017
O presidente da EAD, Antonio Carlos Marteletto, acredita que a reunião do Gired da
próxima terça, 31, (grupo que conduz a transição da TV digital), poderá chegar a um
consenso sobre a melhor data para o desligamento da TV analógica da região
metropolitana de São Paulo, oficialmente marcada para 30 de março.
Segundo ele, mais do que adiar o cronograma, a empresa (também conhecida por Seja
Digital) está preocupada em assegurar que “nenhum morador da capital paulista e
cidades do entorno fique sem receber os sinais de TV. ”
Para isso, a estimativa da EAD é que deverão ser distribuídas 1,8 milhão de caixinhas
para a população de baixa renda. ” Na próxima semana, começam a chegar para nós, da
China, os kits para a capital. Já estamos fazendo as entregas ao entorno de São Paulo,
estimadas em 700 mil kits. Estamos ampliando os postos de atendimento e nos tornando
mais agressivos na distribuição”, explicou ele.
Mesmo com essas ações, Martelleto estima que se for mantida a data de março, no
máximo serão entregues 70% dos conversores. Para ele, a experiência de Brasília pode
ser considerada como o divisor de águas. O desligamento das emissoras foi adiado em
um mês da data prevista, e todo o processo foi concluído em janeiro deste ano. E a
empresa fez uma pesquisa após a conclusão dos trabalhos, e 95% das pessoas que
ganharam o kit responderam que o processo foi ótimo ou muito bom.
As operadoras de celular (que compõem a EAD) formalizaram o pedido ao MCTIC para
o adiamento do desligamento de SP para o mês de agosto. A Globo, mais sensível ao
problema da logística, acha que o desligamento pode ocorrer em 30 de maio. Mas a TV
Record continua com sua campanha de manter a data para o dia 30 de março.
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Ligação fixo-móvel tem reajuste que
varia de 2,28% a 0,10%
As tarifas da ligação de um fone fixo da Telefônica Vivo para um celular
aumentam 2,28%. Da Oi sobem 1,67%; do grupo Claro (também NET e
Embratel), elevam-se para 0,88%. Da Algar Telecom, para 0,10% e da Sercomtel,
para 1,35%
— 25 de janeiro de 2017
A Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) publicou, hoje (25), o reajuste das
chamadas de telefones fixos para telefones móveis. Segundo a Agência, a Vivo poderá
aumentar o valor das chamadas em 2,28%, a Oi em 1,67%, a Sercomtel em 1,35%, a
Claro em 0,88% e a Algar Telecom em 0,10%.
Também foram reajustados os valores das chamadas de telefones fixos para o serviço de
trunking, da Nextel. A Vivo novamente poderá aumentar o valor das chamadas em
2,28%, assim como a Sercomtel em 1,35% e a Algar Telecom em 0,10%. No entanto o
reajuste da Oi será de 1,03% e a Anatel, no ato publicado hoje no Diário Oficial da
União, não estabeleceu reajuste para a Claro.
Os reajustes serão aplicados apenas para as linhas do plano básico da telefonia fixa em
chamadas locais ou de longa distância nacional. Para que os novos valores possam ser
aplicados, as prestadoras devem dar ampla publicidade ao reajuste nas localidades de
prestação com antecedência mínima de dois dias. O último reajuste aplicado ao plano
básico de serviço das concessionárias de telefonia fixa para chamadas para telefonia
móvel ou truking foi em 29 de setembro de 2015. (assessoria de imprensa Anatel).
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Cientistas descobrem por que
aquecimento global resulta em
catástrofes
© Sputnik/ Ramil Nuriev
O número crescente de furacões no oceano Atlântico e chuvadas torrenciais na
Eurásia e América nos últimos anos tem acontecido porque o aquecimento
global aumentou eficiência do “transvasamento” de calor na atmosfera da Terra
e sua transformação em energia cinética, diz um artigo publicado na revista
Nature Communications.
"O nosso trabalho é uma nova tentativa de explicar os fenômenos que estamos hoje
observando na natureza. Nós descobrimos que a eficiência do transvasamento de
energia na atmosfera da Terra, no sentido global dessa palavra, tem aumentado
significativamente nas últimas quatro décadas, reagindo assim ao aquecimento global",
declarou Liming Li da Universidade de Houston dos EUA no artigo publicado na
Nature Communications.
Nos últimos anos, segundo notam os cientistas, tem aumentado significativamente a
frequência dos chamados fenômenos climáticos extremos — furações enormes perto de
costas dos EUA e de alguns países da Ásia Oriental, inundações nas partes continentais dos
EUA e Europa e períodos longos de seca e calor anômalo na Rússia e Ásia Central. Tudo isso,
segundo opinam os cientistas, está ligado ao aquecimento global, mas seu mecanismo de
influência sobre o tempo era desconhecido.
Liming Li e seus colegas revelaram uma possível razão para o número crescente de
catástrofes naturais, estudando de que maneira o aumento de temperaturas influencia o
chamado ciclo de Lorenz — a circulação de energia na atmosfera e o processo ligado à
transformação de energia potencial do calor em energia cinética das massas de ar.
Primeiramente essa conexão foi descoberta e descrita matematicamente pelo famoso
meteorologista americano Edward Lorenz, autor da Teoria do Caos e inventor do termo
Efeito Borboleta.
Os cientistas não duvidam da existência desse ciclo, mas, segundo dizem os autores, ninguém
estudou sua alteração em caso de aumento da temperatura do ar em alguns graus. Tendo em
conta essa ideia, os cientistas analisaram dados recebidos pelos satélites climáticos da NASA e
Departamento de Defesa dos EUA de 1979 a 2013.
Os cientistas tentaram definir de que maneira as alterações de temperatura, a força de
irradiação da Terra pelo Sol e a flutuação da pressão atmosférica aumentam ou
diminuem a velocidade de transformação de calor do ar em movimento de massas de ar
e vice-versa.
Como mostrou a análise dos dados, o aumento de temperatura do ar e dos indicadores
relacionados sempre levou a um único resultado — o aumento de eficiência das trocas
de calor e aceleração da transformação de um tipo de energia em outro. Neste caso, tal
"aumento de eficiência energética" tem efeito negativo.
Devido a isso, a quantidade total de energia mecânica na atmosfera da Terra permanecia
sempre igual, mas seu excesso era extraído dela cada vez mais rápido na forma de
tempestades, ciclones, anticiclones e outros fenômenos inofensivos ou desagradáveis, ligados
ao movimento de massas de ar. Isso explica por que o número de catástrofes naturais e
fenômenos climáticos extremos tem aumentado nos últimos anos, e significa que a aceleração
do aquecimento global poderá levar ao agravamento da situação no futuro.
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Anatel vai ao TCU limpar 'ruído' sobre o
fim das concessões de telecom
Escrito por: Luís Osvaldo Grossmann
Fonte: Convergência Digital
A Anatel foi ao Tribunal de Contas da União nesta quarta-feira, 25/1, para limpar o ‘ruído’ com
a repercussão negativa de que as mudanças na Lei Geral de Telecomunicações podem
representar ganhos superiores a R$ 100 bilhões para as operadoras de telefonia. “Fomos ao
TCU e iremos a outros órgãos de controle também, de forma que se tenha uma demonstração
de que se quer fazer a coisa justa, certa, correta. A força do sinal tem que ser maior que o
ruído”, explicou o presidente da agência, Juarez Quadros.
No encontro com o ‘algoz’ de telecom na corte de contas, o ministro Bruno Dantas, o principal
recado foi de que o valor a ser ajustado com as operadoras pelos bens reversíveis e o fim das
obrigações associadas às concessões de telefonia será calculado a partir das análises de duas
consultorias, no mesmo formato utilizado para a definição do preço mínimo na privatização do
setor.
“Temos agora um novo processo, mais importante até que o primeiro, lá e 1998. Nossa
intenção é que ele seja dividido em estágios, levados ao Tribunal para aprovação, e um deles é
contratação dos consultores para achar qual o preço justo que valem os ativos para fazer
migração do regime de concessão para autorização. Depois tem a validação, quanto cada um
pagou, transformou em investimento, as garantias firmes que a lei está exigindo.”
A escolha do interlocutor foi importante. Bruno Dantas é o ministro do TCU que tem se
dedicado a acompanhar o setor de telecomunicações de perto e especialmente o desempenho
da Anatel como agência reguladora. É dele a decisão que suspendeu o acordo de troca de
multas por investimentos com a Oi, conceito semelhante ao que governo e agência querem
implementar na mudança do regime de prestação de serviços.
A mudança na LGT e a consequente desregulamentação do setor vinha avançando em
velocidade de cruzeiro até que o Senado acelerou ainda mais o processo no fim do ano
passado. A manobra chamou a atenção para uma das maiores controvérsias da revisão do
modelo, que é o acordo para a transferência dos ativos herdados da privatização – como as
redes de cobre que ainda fornecem mais da metade da banda larga do país.
Dentro do governo, tanto no extinto Minicom como na área econômica, a interpretação é de
que tais ativos estariam próximos dos R$ 20 bilhões. Mas avaliações da Anatel usadas pelo
próprio Tribunal de Contas da União situam esse patrimônio mais perto dos R$ 100 bilhões.
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Cérebro masculino fica
“sobrecarregado” em teste de
multitarefas
As mulheres muitas vezes demonstram ter habilidades verbais um pouco
melhores do que os homens, aponta o autor do estudo
Por AFP
Cérebro: tanto a linguagem quanto o balanço do braço direito são controlados pelo lado
esquerdo (Photopin)
Um estudo divulgado na quarta-feira revelou que quando confrontados com um desafio
mental enquanto fazem uma caminhada, por exemplo, os homens têm alguma alteração
no movimento, o que não acontece com a maioria das mulheres, reabrindo o debate
sobre as diferenças cerebrais entre os gêneros.
Caminhando em uma esteira ergométrica, homens — e mulheres com mais de 60 anos
— passaram a balançar menos o braço direito quando confrontados com um teste de
linguagem complicado, descobriram os pesquisadores.
Acredita-se que tanto a função da linguagem como o balanço do braço direito são
controlados principalmente pelo hemisfério esquerdo do cérebro.
“As mulheres com menos de 60 anos pareciam resistentes a esse efeito, visto que eram
capazes de realizar a tarefa verbal sem mudanças no balanço do braço”, disse a coautora
do estudo Tim Killeen, neurocientista do Hospital Universitário Balgrist, na Suíça.
“Nos homens e nas mulheres mais velhas, a tarefa verbal parece sobrecarregar o
hemisfério esquerdo, na medida em que o movimento do braço direito é reduzido”,
acrescentou.
Os resultados “inesperados” foram publicados na revista científica Royal Society Open
Science.
“Ficamos surpresos de encontrar uma diferença de gênero tão consistente na forma
como dois comportamentos relativamente simples – controle cognitivo e balanço do
braço – interagem entre si”, disse Killeen à AFP.
A equipe usou câmeras infravermelhas para registrar os padrões de caminhada na esteira
em 83 pessoas saudáveis, com entre 18 e 80 anos.
Os participantes foram convidados a caminhar — primeiro normalmente e, em seguida,
enquanto executavam uma tarefa verbal chamada teste Stroop.
Desenvolvido na década de 1930, o teste consiste na impressão do nome de uma cor,
como “vermelho”, em tinta de uma cor não correspondente – verde, por exemplo. Em
seguida, pede-se a uma pessoa que olhe para a palavra e diga qual é a cor da tinta.
Melhores na linguagem?
O teste é difícil, explicou Killeen, porque o cérebro humano “vê” tanto a palavra escrita
como a cor da tinta, e deve conciliar as duas. Durante uma caminhada normal, os braços
esquerdo e direito balançaram igualmente.
“Quando adicionamos a tarefa verbal, observamos que em homens de todas as idades e
em mulheres acima de 60 anos, essa simetria foi rompida, com uma redução no balanço
do braço direito, enquanto o braço esquerdo continuava balançando normalmente”,
disse Killeen.
Isso prova que as mulheres são melhores na realização de multitarefas? “Acho que isso
mostra que as mulheres mais jovens podem ser capazes de resistir à interferência desses
dois comportamentos bastante específicos”, disse a pesquisadora.
Ainda não foi demonstrado se esse padrão se aplica a outras atividades simultâneas –
como dirigir e falar ou andar e enviar mensagens de texto ao mesmo tempo, por
exemplo.
Também não está claro se a habilidade de uma mulher de realizar o desafio para o
cérebro no seu passo normal lhe confere qualquer vantagem sobre os homens, disse
Killeen.
O fato de as mulheres com mais de 60 anos perderem a capacidade pode fornecer uma
pista sobre a origem desta capacidade, disseram os pesquisadores.
Os receptores cerebrais do hormônio feminino estrogênio podem captar um maior
impulso em mulheres mais jovens, que o possuem em maior quantidade.
“Alternativamente, as mulheres muitas vezes demonstram ter habilidades verbais um
pouco melhores que os homens” e podem achar o teste Stroop mais fácil, disse Killeen
por e-mail. “No entanto, isso não explica por que as mulheres mais velhas apresentam o
‘padrão masculino’ após 60 anos”, ressaltou.
Estudos anteriores discordaram sobre se as mulheres são realmente melhores do que os
homens em fazer mais de uma tarefa ao mesmo tempo.
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Rússia prende investigador de empresa
de segurança digital Kaspersky por
traição
Ruslan Stoyanov foi preso em dezembro, sob suspeita de aceitar dinheiro de
empresas estrangeiras.
Por G1
25/01/2017
Um dos investigadores mais bem sucedidos em crimes digitais da Rússia, Ruslan
Stoyanov, foi preso em uma investigação de traição, de acordo com a "Forbes".
Segundo a empresa de segurança digital Kaspersky Lab, da qual ele era funcionário,
Stoyanov era alvo de uma investigação que começou antes de ser contratado.
Stoyanov foi detido em dezembro, mas a notícia da prisão só foi divulgada nesta quartafeira (25) pelo jornal russo "Kommersant". A publicação afirma que a ação está ligada a
uma investigação em relação a um dos diretores da FSB, a agência russa de inteligência,
Sergei Mikhailov.
De acordo com fontes do jornal, a investigação explorava quantias de dinheiro recebidas
por Stoyanov de companhias estrageiras e suas ligações com Mikhailov.
A "Forbes" afirma que, segundo uma fonte, o caso será julgado por um tribunal militar e
por isso será mantido em sigilo, ao ser enquadrado no artigo 275 do código criminal
russo. O artigo permite que o governo processe um indivíduo que fornecer assistência a
um Estado ou organização estrageira em relação a "atividades hostis em detrimento da
segurança externa da Federação Russa".
Na Kaspersky, Stoyanov era chefe da divisão de resposta a incidentes. Segundo seu
perfil no LinkedIn, ele passou seis anos como um major da unidade de crimes digitais
do Ministério do Interior, entre 2000 e 2006.
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