Boas práticas. Cresce o rigor dos laboratórios farmacêuticos com gráficas que imprimem rótulos e bulas Veículo: Pequenas Empresas Grandes Negócios Data da Publicação: 09/1998 Por Valéria Loturco da Silva As industrias gráficas especializadas em imprimir rótulos e bulas para laboratórios farmacêuticos têm pouco do que reclamar. A demanda é expressiva: 1,7 bilhão de caixas por ano e, pelo menos, a mesma quantidade de bulas. Tamanha vitalidade compensa o crescente rigor exigido pela clientela, o qual tende a aumentar ainda mais após as recentes descobertas de lotes de remédios falsificados. Para evitar qualquer risco de erro, os laboratórios vêm obrigando as gráficas a observar as normas de fabricação do código GMP (Good Manufacturing Practices), criadas em 1963 nos Estados Unidos. Embora introduzidas no Brasil em 1983, somente há três anos foi criado um roteiro de fiscalização para o Mercosul. Nas gráficas que trabalham para indústria farmacêutica, são inadimissíveis, por exemplo, a mistura rótulos, bulas e caixas ou qualquer falha de impressão. “As máquinas devem ter sensores para detectar essas anomalias e fazer a revisão”, afirma o consultor Cássio Cooke, da Cooke & Freitas Consultores Associados. “Imagine se um remédio de 10 mg recebesse a bula de uma versão de 20 mg.” Estar à altura destas exigências exige investimentos elevados em tecnologia, que, no entanto, não chegam a ser proibitivos para pequenas gráficas. A adaptação às regras GMP para atender o laboratório Klinger, de São Bernardo do Campo (SP) - que produz a vitamina C Ceclin e antiácido Milgex, exigiu, da Rosset Artes Gráficas e Editora, por exemplo, investimentos de R$ 70 mil na mudança do layout de fábrica, consultoria especializada e treinamento de funcionários. Valeu a pena, garante Rafael Rosset, dono da empresa, que tem 60 funcionários e faturamento de R$ 500 mil mensais. Segundo o empresário, o mercado farmacêutico é promissor. “O atendimento aos laboratórios farmacêuticos é uma boa oportunidade de negócios para pequenas gráficas”, concorda o consultor Cássio Cooke. “Eles são clientes extremamente fiéis com seus fornecedores e firmam contratos anuais".