D20- AÇÃO DOS MESTRANDOS E DOUTORANDOS DAS ÁREAS DE SAÚDE E BIOLÓGICAS NA SOCIALIZAÇÃO DE CONHECIMENTOS NO ESPAÇO SEGUNDO CÉREBRO FREZ¹, Flávia Cristina Vieira; PARTYKA², Loraine Andressa; MIRANDA NETO³, Marcílio Hubner de, ZANONI4, Jacqueline Nelisis E-mail: [email protected] 1- Mestranda em Ciências Farmacêuticas, Universidade Estadual de Maringá (UEM), Maringá, PR. 2- Aluna de graduação do curso de Ciências Biológicas, Universidade Estadual de Maringá (UEM), Maringá, PR. 3- Doutor em Ciências Morfofisiológicas pela Universidade de São Paulo (USP), São Paulo, SP. 4-Doutora em Ciências Biológicas (Biologia Celular), Universidade Estadual de Maringá (UEM), Maringá, PR. Resumo O objetivo do presente trabalho foi descrever a ação dos mestrandos e doutorandos na divulgação das pesquisas do Grupo de Estudos em Neurônios Entéricos da Universidade Estadual de Maringá e a popularização do conhecimento científico a respeito do sistema nervoso entérico, através do projeto temático "Espaço Segundo Cérebro: da produção à popularização do conhecimento do Sistema Nervoso". O público alvo são alunos do ensino fundamental, médio, professores e comunidade em geral. As ações são desenvolvidas na sede do Museu Dinâmico Interdisciplinar (MUDI) por meio de atendimento às visitas da comunidade escolar e leiga, previamente agendada. Dentro desse contexto o “Espaço Segundo Cérebro” se insere no MUDI com a função de divulgação científica e tecnológica para a população, especialmente jovens e crianças em idade escolar, propiciando o aprendizado, a motivação e o despertar de vocações, e incentivo aos futuros docentes das áreas de saúde e biológicas. No presente momento o projeto encontra-se em andamento com uma busca constante de desenvolvimento de estratégias de abordagem ao público que traduzam a linguagem científica numa forma mais simples e acessível, para que dessa forma desperte significativamente o interesse pela ciência e a pesquisa. Palavras-chave: Sistema Nervoso Entérico, Espaço Segundo Cérebro, Interdisciplinaridade. Introdução A divulgação das pesquisas do Grupo de Estudos em Neurônios Entéricos da Universidade Estadual de Maringá e a popularização do conhecimento científico a respeito do Sistema Nervoso Entérico (SNE) é realizado através do projeto temático "Espaço Segundo Cérebro: da produção à popularização do conhecimento do Sistema Nervoso", tem como objetivo levar a alunos do ensino fundamental, médio, professores e comunidade em geral ações desenvolvidas na sede do Museu Dinâmico Interdisciplinar (MUDI), por meio de atendimento às visitas da comunidade escolar e leiga, realizado por monitores com prévio treinamento. Outro papel importante está na capacitação dos pós-graduandos, das áreas de saúde e biológicas, incentivando-os a docência exercitando sua criatividade e conhecimentos científicos a cerca do assunto, auxiliando em promover a integração entre a universidade e a comunidade por meio de ações culturais, educativas e científicas dentro de uma filosofia de apoio à educação e à divulgação da ciência, pesquisa e tecnologia. Foram utilizados para estes fins cursos oferecidos para os monitores do MUDI, treinamento específico sobre SNE pelo Espaço Segundo Cérebro e uma apostila acerca do assunto desenvolvida pelos pós-graduandos do laboratório em questão. Desenvolvimento Em um mundo permeado pela Ciência e Tecnologia, a divulgação e popularização da ciência são fundamentais uma vez que, o conhecimento exerce um papel essencial no desenvolvimento científico, tecnológico, econômico e social de uma nação. Cada vez mais há necessidade na sociedade brasileira contemporânea de criação de Museus e Centros de Ciências que cumpram um papel didático, de apoio à educação e à divulgação da ciência, pesquisa e tecnologia2. Insere-se neste contexto o MUDI da Universidade Estadual de Maringá, que por sua vez não se diferencia nos objetivos das demais instituições públicas acima citadas, no que se refere ao desenvolvimento científico por meio da divulgação e da interação deste conhecimento com a sociedade em geral. Contudo, é preciso cautela quanto à forma como são realizadas estas divulgações e/ou informações, pois a própria superexposição da ciência pelos meios de comunicação poderá produzir uma vertente negativa levando a banalização dos conteúdos. E é fato que a ciência não é algo banal, sendo assim, não deve ser tratada como um mero agrupamento de informações, postas aleatoriamente, pois conhecimento científico necessita de uma sistematização, uma metodologia4. Sendo assim, é importante a divulgação da ciência, tanto quanto sua indução, desde que com responsabilidade. Mas para isso, antes precisamos despertar a população para o pensar ciência (principalmente na classe mais jovem), provocar nas pessoas o senso crítico, o olhar observador e oferecer a oportunidade do acesso ao conhecimento3. Neste contexto, o surgimento de um espaço capaz de atender e facilitar à sociedade a aquisição deste conhecimento, permitindo aos cidadãos acompanhar as inovações tecnológicas, tornando-os mais próximos dos pesquisadores, ganha força como Centros e Museus de Ciências, locais cujo maior objetivo é levar a ciência à população de maneira informal, sem a obrigatoriedade dos estudos e limitações próprias dos currículos escolares, abrangendo tanto àqueles inseridos no ambiente escolar, como os que estão fora dele. Dentro deste ambiente, espera-se que o conhecimento flua com mais leveza, de forma lúdica e interativa, pois longe das pressões comuns à maioria das escolas, as pessoas parecem imprimir maior criatividade, formulando questões instigantes e dando vazão a acaloradas discussões à medida que se vêem frente a frente com a ciência1. Realidade esta que, com muita dedicação e comprometimento são realizados incentivos em buscar estruturação e organização de espaços que divulguem ciência de forma responsável, possibilitando treinamento de acadêmicos e pós-graduandos, juntamente com profissionais de áreas afins na busca de capacitá-los cada vez mais para executar com segurança, palestras e eventos sociais que ampliem conhecimento universitário para as comunidades que visitem o MUDI. O Espaço Segundo Cérebro encontra-se neste ambiente caracterizandose por ser um laboratório de pesquisa e ensino, no qual docentes renomados e comprometidos uniram-se com um grande objetivo – desenvolver pesquisa e divulgar ciência. No Espaço Segundo Cérebro são desenvolvidas pesquisas em diabetes mellitus e envelhecimento celular com a utilização de suplementação alimentar em roedores. A suplementação em ratos diabéticos busca amenizar as complicações crônicas causadas por esta doença, que já é considerada na atualidade como uma pandemia mundial. São diversas as técnicas imunohistoquímicas desenvolvidas neste espaço que buscam evidenciar neurônios e células auxiliares. A inserção dos mestrandos e doutorandos neste contexto se faz no desenvolvimento deste tipo de pesquisa e no processo de ensino, haja vista, que uma das maiores preocupações da pesquisadora acima mencionada é capacitar estes pós-graduandos na docência a nível superior, trazendo o comprometimento a pesquisa, a responsabilidade social e a união de grupo como marco principal. Desta forma, o aluno só realiza uma aprendizagem significativa quando ele é capaz de relacionar o novo conhecimento com as idéias pré-existentes. Estes pressupostos, permitem inferir a construção do conhecimento em três princípios básicos5,6: a) aprender é construir significados: a realidade não pode ser lida da forma como se apresenta; b) a compreensão de algo significa construir significados, já que os fragmentos isolados são facilmente esquecidos; c) a aprendizagem depende de conhecimentos prévios. Com base neste tipo de direcionamento o MUDI da Universidade Estadual de Maringá juntamente com o Espaço Segundo Cérebro, busca desenvolver estratégias para unir o saber acadêmico com a responsabilidade social em transmitir estes conhecimentos para a comunidade em geral com forma de retribuir todo o comprometimento que a sociedade possui em subsidiar centros de pesquisa por meio de impostos sociais, traduzindo-se em responsabilidade social. Considerações finais Após todo este processo que relatamos acima, podemos ressaltar que a ciência que antes era vista apenas nos laboratórios das universidades poderá ser desmistificada por pessoas comuns e os pesquisadores, com o poder do conhecimento, poderão também desfrutar de sua cidadania com mais dignidade possibilitando transmitir seus conhecimentos para a comunidade e formando profissionais inseridos neste contexto. Agradecimentos Ao Museu Dinâmico Interdisciplinar (MUDI) da Universidade Estadual de Maringá. Referências 1 CENTROS E MUSEUS DE CIÊNCIA DO BRASIL. Rio de Janeiro: ABCMC: UFRJ, Casa da Ciência: FIOCRUZ, Museu da Vida, p.140, 2005. 2 MIRANDA NETO, M. H.; IWANKO, N. S. Educação X Ciência e Tecnologia originado de projeto de extensão. Arquivos da APADEC, v. 2, n. 1, p. 34-35, 1998. 3 MIRANDA NETO, M. H. et al. Museu Dinâmico Interdisciplinar: a Universidade vai à Comunidade - originado de projeto de Extensão - Expressa Extensão (UFPel), v. 8, n. 1 e 2, p. 1-5, 2003. 4 NARDI, R. Questões atuais no ensino de ciências. São Paulo: Escrituras,1998. 5 PERSECHINI, P.; CAVALCANTI, C. Popularização da ciência no Brasil. Jornal da Ciência - SBPC, Rio de Janeiro, n. 535, 2004. 6 ROCHA FILHO, J. B. Psicologia das fronteiras do conhecimento científico. Porto Alegre: EDIPUCRS, 2003.