www.arquivosonline.com.br Sociedade Brasileira de Cardiologia • ISSN-0066-782X • Volume 105, Nº 3, Setembro 2015 Resumo das Comunicações XVIII CONGRESSO NORTERIOGRANDENSE DE CARDIOLOGIA Natal - RN www.arquivosonline.com.br REVISTA DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIA - Publicada desde 1948 Diretora Científica Maria da Consolação Vieira Moreira Cardiologia Intervencionista Pedro A. Lemos Epidemiologia/Estatística Editor-Chefe Luiz Felipe P. Moreira Cardiologia Pediátrica/Congênitas Hipertensão Arterial Editores Associados Antonio Augusto Lopes Arritmias/Marcapasso Mauricio Scanavacca Cardiologia Clínica José Augusto Barreto-Filho Métodos Diagnósticos Não-Invasivos Cardiologia Cirúrgica Paulo Roberto B. Evora Pesquisa Básica ou Experimental Carlos E. Rochitte Leonardo A. M. Zornoff Lucia Campos Pellanda Paulo Cesar B. V. Jardim Ergometria, Exercício e Reabilitação Cardíaca Ricardo Stein Primeiro Editor (1948-1953) † Jairo Ramos Conselho Editorial Brasil Aguinaldo Figueiredo de Freitas Junior (GO) Alfredo José Mansur (SP) Aloir Queiroz de Araújo Sobrinho (ES) Amanda G. M. R. Sousa (SP) Ana Clara Tude Rodrigues (SP) André Labrunie (PR) Andrei Sposito (SP) Angelo A. V. de Paola (SP) Antonio Augusto Barbosa Lopes (SP) Antonio Carlos C. Carvalho (SP) Antônio Carlos Palandri Chagas (SP) Antonio Carlos Pereira Barretto (SP) Antonio Cláudio L. Nóbrega (RJ) Antonio de Padua Mansur (SP) Ari Timerman (SP) Armênio Costa Guimarães (BA) Ayrton Pires Brandão (RJ) Beatriz Matsubara (SP) Brivaldo Markman Filho (PE) Bruno Caramelli (SP) Carisi A. Polanczyk (RS) Carlos Eduardo Rochitte (SP) Carlos Eduardo Suaide Silva (SP) Carlos Vicente Serrano Júnior (SP) Celso Amodeo (SP) Charles Mady (SP) Claudio Gil Soares de Araujo (RJ) Cláudio Tinoco Mesquita (RJ) Cleonice Carvalho C. Mota (MG) Clerio Francisco de Azevedo Filho (RJ) Dalton Bertolim Précoma (PR) Dário C. Sobral Filho (PE) Décio Mion Junior (SP) Denilson Campos de Albuquerque (RJ) Djair Brindeiro Filho (PE) Domingo M. Braile (SP) Edmar Atik (SP) Emilio Hideyuki Moriguchi (RS) Enio Buffolo (SP) Eulógio E. Martinez Filho (SP) Evandro Tinoco Mesquita (RJ) Expedito E. Ribeiro da Silva (SP) Fábio Vilas-Boas (BA) Fernando Bacal (SP) Flávio D. Fuchs (RS) Francisco Antonio Helfenstein Fonseca (SP) Gilson Soares Feitosa (BA) Glaucia Maria M. de Oliveira (RJ) Hans Fernando R. Dohmann (RJ) Humberto Villacorta Junior (RJ) Ínes Lessa (BA) Iran Castro (RS) Jarbas Jakson Dinkhuysen (SP) João Pimenta (SP) Jorge Ilha Guimarães (RS) José Antonio Franchini Ramires (SP) José Augusto Soares Barreto Filho (SE) José Carlos Nicolau (SP) José Lázaro de Andrade (SP) José Péricles Esteves (BA) Leonardo A. M. Zornoff (SP) Leopoldo Soares Piegas (SP) Lucia Campos Pellanda (RS) Luís Eduardo Rohde (RS) Luís Cláudio Lemos Correia (BA) Luiz A. Machado César (SP) Luiz Alberto Piva e Mattos (SP) Marcia Melo Barbosa (MG) Maria da Consolação Moreira (MG) Mario S. S. de Azeredo Coutinho (SC) Maurício I. Scanavacca (SP) Max Grinberg (SP) Michel Batlouni (SP) Murilo Foppa (RS) Nadine O. Clausell (RS) Orlando Campos Filho (SP) Otávio Rizzi Coelho (SP) Otoni Moreira Gomes (MG) Paulo Andrade Lotufo (SP) Paulo Cesar B. V. Jardim (GO) Paulo J. F. Tucci (SP) Paulo R. A. Caramori (RS) Paulo Roberto B. Évora (SP) Paulo Roberto S. Brofman (PR) Pedro A. Lemos (SP) Protásio Lemos da Luz (SP) Reinaldo B. Bestetti (SP) Renato A. K. Kalil (RS) Ricardo Stein (RS) Salvador Rassi (GO) Sandra da Silva Mattos (PE) Sandra Fuchs (RS) Sergio Timerman (SP) Silvio Henrique Barberato (PR) Tales de Carvalho (SC) Vera D. Aiello (SP) Walter José Gomes (SP) Weimar K. S. B. de Souza (GO) William Azem Chalela (SP) Wilson Mathias Junior (SP) Exterior Adelino F. Leite-Moreira (Portugal) Alan Maisel (Estados Unidos) Aldo P. Maggioni (Itália) Cândida Fonseca (Portugal) Fausto Pinto (Portugal) Hugo Grancelli (Argentina) James de Lemos (Estados Unidos) João A. Lima (Estados Unidos) John G. F. Cleland (Inglaterra) Maria Pilar Tornos (Espanha) Pedro Brugada (Bélgica) Peter A. McCullough (Estados Unidos) Peter Libby (Estados Unidos) Piero Anversa (Itália) Sociedade Brasileira de Cardiologia Presidente Angelo Amato V. de Paola Diretora de Pesquisa Fernanda Marciano Consolim Colombo Vice-Presidente Sergio Tavares Montenegro Editor-Chefe dos Arquivos Brasileiros de Cardiologia Luiz Felipe P. Moreira Presidente-Eleito Marcus Vinícius Bolívar Malachias Diretor Financeiro Jacob Atié Assessoria Especial da Presidência Fábio Sândoli de Brito SBC/DF - Wagner Pires de Oliveira Junior SBC/ES - Marcio Augusto Silva SBC/GO - Thiago de Souza Veiga Jardim SBC/MA - Nilton Santana de Oliveira SBC/MG - Odilon Gariglio Alvarenga de Freitas Coordenadorias Adjuntas SBC/MS - Mércule Pedro Paulista Cavalcante Diretora Científica Maria da Consolação Vieira Moreira Editoria do Jornal SBC Nabil Ghorayeb e Fernando Antonio Lucchese SBC/MT - Julio César De Oliveira Diretor Administrativo Emilio Cesar Zilli Coordenadoria de Educação Continuada Estêvão Lanna Figueiredo Diretor de Qualidade Assistencial Pedro Ferreira de Albuquerque Coordenadoria de Normatizações e Diretrizes Luiz Carlos Bodanese Diretor de Comunicação Maurício Batista Nunes Diretor de Tecnologia da Informação José Carlos Moura Jorge Diretor de Relações Governamentais Luiz César Nazário Scala Diretor de Relações com Estaduais e Regionais Abrahão Afiune Neto Diretor de Promoção de Saúde Cardiovascular – SBC/Funcor Carlos Costa Magalhães Diretor de Departamentos Especializados - Jorge Eduardo Assef Coordenadoria de Integração Governamental Edna Maria Marques de Oliveira SBC/NNE - Jose Itamar Abreu Costa SBC/PA - Luiz Alberto Rolla Maneschy SBC/PB - Helman Campos Martins SBC/PE - Catarina Vasconcelos Cavalcanti SBC/PI - João Francisco de Sousa SBC/PR - Osni Moreira Filho Coordenadoria de Integração Regional José Luis Aziz SBC/RJ - Olga Ferreira de Souza Presidentes das Soc. 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Marechal Câmara, 160 - 3º andar - Sala 330 20020-907 • Centro • Rio de Janeiro, RJ • Brasil Tel.: (21) 3478-2700 E-mail: [email protected] www.arquivosonline.com.br SciELO: www.scielo.br Departamento Comercial Telefone: (11) 3411-5500 e-mail: [email protected] Produção Editorial SBC - Tecnologia da Informação e Comunicação Núcleo Interno de Publicações Produção Gráfica e Diagramação SBC - Tecnologia da Informação e Comunicação Núcleo Interno de Design Impressão xxxxx Tiragem xxxxx Os anúncios veiculados nesta edição são de exclusiva responsabilidade dos anunciantes, assim como os conceitos emitidos em artigos assinados são de exclusiva responsabilidade de seus autores, não refletindo necessariamente a opinião da SBC. Material de distribuição exclusiva à classe médica. 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Resumo das Comunicações XVIII CONGRESSO NORTERIOGRANDENSE DE CARDIOLOGIA NATAL - RN Caros Colegas É com imenso orgulho que estamos publicando os Anais do XVIII Congresso Norteoriograndense de Cardiologia, um evento científico multidisciplinar, realizado em conjunto com as Jornadas de Educação Física, Enfermagem, Fisioterapia e Nutrição. O Congresso ocorreu na cidade de Natal, no Hotel Parque da Costeira nos dias 10 e 11 de abril de 2015 e foi um tremendo sucesso, com recorde de participantes, aproximadamente 600 inscritos e com aulas primorosas de grandes nomes locais e expoentes da cardiologia brasileira, enfatizando o tema a Prática Clínica Baseada em Evidencias. Foi uma oportunidade excepcional para aprimorar os conhecimentos na área da cardiologia, com grande interação entre palestrantes e congressistas, com auditórios cheios até o final do evento, que terminou com a animada gincana de perguntas e respostas, com o sorteio de vários brindes. O estímulo ao desenvolvimento científico local foi um dos pilares do evento, com atenção especial dada aos temas livres, que estão a cada evento melhorando de qualidade, e neste ano foram escolhidos os 5 melhores trabalhos da área médica e os 3 melhores relatos de caso para apresentação oral, com premiação para os primeiros lugares. Também foram premiados os melhores trabalhos de Enfermagem, Fisioterapia, Nutrição e Educação física. Agradecemos a participação de todos, especialmente aqueles que enviaram os temas livres, com casos interessantes e trabalhos valiosos, que possibilitaram engradecer o evento e contribuir para o fortalecimento da cardiologia potiguar. Um grande Abraço. Fabio Mastrocola Presidente do Congresso Resumos Temas Livres - Cardiologia 38872 38904 Malformações extra-cardíacas em pacientes com cardiopatias congênitas atendidos em ambulatório de Pediatria Geral e Puericultura Análise no balanço autonômico cardíaco de mulheres saudáveis submetidas à estimulação elétrica nervosa transcutânea LUIZ GONZAGA DE OLIVEIRA JUNIOR, MÔNICA LARISSA PADILHA HONÓRIO, JOSE ECIO BATISTA ROSADO JUNIOR, RENATA ARAUJO DE LUCENA e LEONARDO MOURA FERREIRA DE SOUZA PRISCILLA P F COSTA, EDMILSON G S JUNIOR, POLYANA F F LOPES, ISABELA D O PIMENTEL, CYNTHIA S S SILVA, GLEIDSON M REBOUAS e ANGELO A P D NASCIMENTO UFRN, Natal, RN, BRASIL. Centro Universitário do Rio Grande do Norte, Natal, RN, BRASIL. Introdução: as Cardiopatias Congênitas (CC) são responsáveis por 20% da mortalidade em crianças de países desenvolvidos; no Brasil, correspondem a 19% em menores de 1 ano, perfazendo a segunda causa de óbito nessa faixa etária e a principal causa mortis entre as malformações congênitas. Associa-se às CC, alta taxa de Malformações Extra-cardíacas (ME), de 7 a 50%, com significativo impacto na morbimortalidade. Diante disso, esse estudo visa a obter o perfil dos pacientes com CC atendidos em Ambulatório de Pediatria Geral e Puericultura da Unidade de Atenção a Criança e ao Adolescente, Hospital Universitário Onofre Lopes, estabelecendo os principais tipos CC, avaliar presença de ME e características gestacionais dos pacientes. Metodologia: estudo transversal incluindo todos os pacientes (n=10) com CC acompanhados pelo serviço no período de 09/2013 a 09/2014. Foram revisados os prontuários, obtendo as variáveis: sexo, idade, tipo de cardiopatia, ME, peso ao nascer e idade gestacional. Todos os participantes tiveram confirmação diagnóstica por meio da realização de ecocardiograma. A análise estatística foi feita por medidas de médias aritmética e desvio-padrão. Resultados: da amostra, 40% dos pacientes eram do sexo masculino, a média de idade foi de 7,29 anos ± 5,62 anos (4 meses a 18 anos). 95% das CC eram acianóticas. Foram identificadas 10 tipos de CC, sendo a comunicação interventricular a mais frequente, presente em 35% dos casos. ME foram encontradas em 50% dos pacientes, tanto isoladas como fazendo parte de síndromes, das quais a fissura labiopalatina foi a mais prevalente, em quase um quarto da amostra. 20% dos pacientes são portadores de síndromes confirmadas geneticamente, apresentando atraso no desenvolvimento neuropsicomotor e prematuridade; 10% apresentou puberdade precoce; 30% apresentou baixo peso ao nascer (<2.500g). Verificou-se também uma associação direta entre CC, menor idade gestacional e prematuridade, presentes na maioria dos casos com ME. Além disso, o achado de ME em 50% da amostra é compatível com dados da literatura. Conclusão: ME são frequentes em CC e estão geralmente ligadas à síndromes genéticas ao baixo peso ao nascer e à prematuridade. Uma ênfase maior é necessária na abordagem diagnóstica e terapêutica dessas alterações por serem comuns e pelo substancial impacto na morbimortalidade dos pacientes. INTRODUÇÃO: A Variabilidade da Frequência Cardíaca descreve as oscilações dos intervalos entre batimentos cardíacos consecutivos (intervalos R-R) que estão relacionadas às influências do SNA sobre o nódulo sinusal, que pode ser utilizada para identificar fenômenos relacionados ao SNA em indivíduos saudáveis, atletas e portadores de doenças. A estimulação elétrica nervosa transcutânea (TENS) é um dos recursos terapêuticos utilizado por fisioterapeutas principalmente para fins analgésicos, com seu funcionamento baseado na geração de impulsos elétricos para o complexo neuromuscular, utilizando-se de uma intensidade muito baixa. Nesse contexto o objetivo desta pesquisa foi analisar as alterações no balanço autonômico através da variabilidade da frequência cardíaca em mulheres saudáveis submetidas à eletroterapia com o uso do TENS. METODOLOGIA: A amostra consistiu em oito mulheres com idade entre 20 e 23 anos e estatura entre 1,62 e 1,70m. Foram submetidas ao TENS convencional por um período de 20 minutos e durante esse período a VFC foi investigada através de um cardiofrequencímetro da marca POLAR® RS800CX fixado ao tórax dos indivíduos durante a sessão de fisioterapia. O procedimento ocorreu no setor de fisioterapia respiratória das Clínicas Integradas do UNI-RN. Os dados foram analisados utilizandose de estatística descritiva com medidas de tendência central e de dispersão (média e desvio padrão) e estatística inferencial através de uma GLM (General Linear Models) para medidas repetidas a um único fator. RESULTADOS: Os valores dos índices da VFC tais como VLF (very low frequency), LF (Low Frequency) e HF (High Frequency) apresentaram diferenças significativas principalmente entre o período de repouso e logo após início da aplicação.Observou-se que a eletroestimulação causou alteração na modulação autonômica com diminuição da atividade simpática e aumento da atividade parassimpática de forma aguda, não sendo esta configuração mantida pelos minutos subsequentes. CONCLUSÃO: A eletroestimulação causou alterações no sistema nervoso autonômico que podem estar relacionadas com a diminuição dos processos dolorosos, mas nesta amostra de sujeitos clinicamente saudáveis a resposta de biofeedback restaurou os padrões de normalidade como medida de manutenção da homeostasia. 38927 38954 Desenvolvimento de amplificador de sinais bioelétricos de baixo custo para ensino e uso clínico em eletrocardiografia Evolução da satisfação sexual na qualidade de vida de pacientes acompanhados em um serviço de referência em Insuficiência Cardíaca do Nordeste do Brasil GEISIELLY C A FERNANDES, CLAUDIO M T QUEIROZ, ALEXANDRE F S QUEIROZ, GEORGE C D NASCIMENTO e BRUNO L SOARES RANNA SANTOS PESSOA, LUANA LOPES DE MEDEIROS, DANIEL FERNANDES MELLO DE OLIVEIRA, VITOR TAVARES PAULA, ILA MARIA FERREIRA BENDASSOLLI, MARIA FERNANDA DE OLIVEIRA CARVALHO e ROSIANE VIANA ZUZA Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Natal, RN, BRASIL. Introdução:. Apesar de já consagrado, o eletrocardiograma (ECG) não é um exame de fácil interpretação. Na prática, muitos profissionais sentem-se pouco à vontade para proceder a leitura dos ECGs ou deparam-se com exames sem laudos. É de grande relevância, pois, melhorar a formação e capacitação para a melhor utilização desse recurso. O ensino prático dos princípios do eletrocardiograma e eletrofisiologia durante a graduação na área da saúde enfrenta dificuldades no país, devido a precariedade da infraestrutura de laboratórios e a dificuldade em se elaborar um material didático interessante e de qualidade considerando a dificuldade da técnica. A partir desta realidade e na busca de uma alternativa metodológica mais interessante que possa ser utilizada desde o ensino médio até a pós-graduação, pesquisadores da UFRN desenvolveram um amplificador de sinais bioelétricos, o Sistema de Processamento de Sinais Eletrofisiologicos (SPIX). O SPIX apresenta um baixíssimo custo de peças (menos de 100 reais) e trata-se de um sistema de fácil operação, capaz de captar dados de ECG, EEG e EMG, além de potenciais de ação de células isoladas. Além disso, está associado a um software de plataforma aberta (AUDACITY) para gravação de áudio, gratuito e disponível na internet. Métodos:. O SPIX possui dois canais, que são ligados em um plug de áudio do tipo P2. O cabo P2 liga-se a um notebook ligado na bateria fora da tomada elétrica. A interface no programa AUDACITY permite identificar a onda P, o complexo QRS e a onda T do traçado de ECG, além de detectar variações no ritmos cardíacos. Com isso , propusemo-nos a testar o registro do sinal das 12 derivações típicas do exame para uso didático e clínico. Resultados: Com o sistema SPIX, pode –se observar que o sinal foi satisfatorio para as derivações bipolares, monopolares e precordiais para uso didático. Diversas práticas e oficinas de biofísica e fisiologia já foram realizadas, evidenciando os sinais eletrocardiológicos com a ferramenta. Conclusões: Com o SPIX, temos conseguido difundir os conceitos de eletrofisiologia, bem como democratizar o ensino dos princípios básicos do eletrocardiograma para a comunidade acadêmica nas áreas de Saúde, Engenharia e Ciências Biológicas. O próximo passo será a sua validação para diagnósticos clínicos básicos, tendo em vista o seu uso potencial para além do meio acadêmico, com foco em locais de atendimento em saúde com recursos limitados. Palavras-Chave: Eletroterapia;Sistema Nervoso Autônomo;Frequência Cardíaca. Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Natal, RN, BRASIL - Hospital Universitário Onofre Lopes, Natal, RN, BRASIL. Introdução: A insuficiência cardíaca (IC) é uma doença crônica, capaz de afetar o indivíduo em diversos aspectos de sua vida. A dimensão sexual, muitas vezes ignorada pelas equipes de saúde, repercute diretamente na qualidade de vida dos pacientes com IC. Estudos recentes demonstram que os pacientes e seus parceiros carecem de informações sobre sexualidade e que os profissionais de saúde devem esclarecê-los sobre o assunto3. Avaliar essa dimensão é, portanto, parte fundamental do tratamento integral da IC. Assim, este estudo tem por objetivo analisar a evolução da qualidade de vida (QV) de pacientes com IC e seu impacto na satisfação sexual. Métodos: Trata-se de estudo observacional, longitudinal e descritivo envolvendo 45 pacientes acompanhados no Ambulatório Interprofissional de Insuficiência Cardíaca (AMIIC), de abril/2011 a abril/2014. O diagnóstico da IC foi feito pelos critérios de Boston e a QV avaliada pelo Minnesota Living with Hearting Failure Questionnaire (MLHFQ) no início do acompanhamento e a cada 3 meses, com um seguimento de 6 meses. Foi analisado, além do escore total, o escore referente ao impacto da IC nas relações sexuais (item 10) na consulta inicial (C1), após 3 meses (C3) e após 6 meses de C1 (C6). Resultados: A idade média dos 45 pacientes foi 51±12 anos, sendo 62% homens e 38% mulheres. Houve melhora da QV ao longo do seguimento, sendo a mediana dos escores totais 43, 29 e 19, em C1, C3 e C6, respectivamente. De forma global, o desempenho sexual não foi importante na piora da QV destes pacientes (medianas 0, 0 e 0 em C1, C3 e C6). Entretanto, a análise do desempenho sexual de acordo com o gênero mostrou que as medianas dos escores para o sexo feminino foram menores durante o seguimento (3, 0 e 0 e 0, 0 e 0 para o sexo feminino e masculino, em C1, C3 e C6, respectivamente). Conclusões: Observa-se melhora da QV de pacientes acompanhados em serviço terciário especializado em IC. O desempenho sexual afeta negativamente a QV das mulheres, havendo melhora deste aspecto ao longo do seguimento. Os resultados demonstram a necessidade da implementação de estratégias para abordar e trabalhar a sexualidade dos pacientes, visando a otimizar sua qualidade de vida. Arquivos Brasileiros de Cardiologia - Volume 105, Suplemento 2, Setembro 2015 1 Resumos Temas Livres - Cardiologia 39040 Achados eletrocardiograficos em atletas de futebol do rio grande do norte CARLOS V Q BAPTISTA, ANTÔNIO J B LESSA, NESTOR R O NETO, FELIPE E F GUERRA, LEANDRO R JULIASSE, ANTÔNIO F Q JÚNIOR, PATRÍCIA B A M COS, CLÓVIS AUGUSTO DE MIRANDA NETO, FRANCISCO DE ASSIS MACHADO FILHO e ANA CLÁUDIA PEREIRA PINTO SOLANO VALE Universidade federal do rio grande do norte, natal, RN, BRASIL. Comparação dos níveis séricos de troponina em pacientes com e sem complicações após cirurgia de revascularização do miocárdio isolada RODRIGO VOLQUIND, KARLYSE C BELLI, GUILHERME P P GOMES, FERNANDO A LUCCHESE, PAULO E LEAES e ERALDO A LUCIO Hospital São Francisco, Porto Alegre, RS, BRASIL - Santa Casa de Misericórdia, Porto Alegre, RS, BRASIL. Introdução : A prática regular de atividade física competitiva pode causar alterações nos eletrocardiogramas dos atletas, simulando aspectos patológicos .Este estudo foi elaborado para avaliar a prevalência de alterações eletrocardiográficas em uma população de atletas de futebol. Métodos: Trata-se de um estudo transversal, descritivo e analítico, onde foram analisados eletrocardiogramas de repouso, que é um exame não invasivo, de baixo custo, alta disponibilidade e sem contraindicações todos feitos em atletas profissionais de futebol de campo com idade até 35 anos. Resumo: Na avaliação dos resultados dos ECG colhidos na Clínica do Exercício de Natal, vimos que a idade média foi em torno de 24 +-12 anos. Bradicardia sinusal (FC<60bpm) foi demonstrado em 21 atletas de futebol( 41%). No presente estudo não avaliamos atletas em ritmo juncional nem com BAV 2 grau Mobitz 1, mas BAV 1 grau foram encontrados em 12 atletas. Conclusões: Os achados eletrocardiográficos em atletas podem simular aspectos patológicos sendo que sua avaliação deve ser feita por profissional treinado para esta determinada população, evitando diagnósticos e investigações adicionais sem necessidade. Introdução: A troponina pode estar associada a complicações pós-operatórias no pós-operatório de cirurgia de revascularização miocárdica (CRM). Objetivo: Comparar os níveis séricos de troponina na 24ª hora pós-operatória em pacientes com e sem complicação pós-operatória de CRM isolada. Métodos: Incluíram-se 118 pacientes submetidos à CRM isolada (abr/2014-out/2014) e com troponina abaixo de 0,06ng/ mL no pré-operatório. Coletaram-se idade, sexo, hipertensão arterial sistêmica (HAS), diabetes melittus (DM), tabagismo, dislipidemia, fração de ejeção, depuração de creatinina endógena (DCE), total de enxertos e incidência de complicação. Considerouse complicação: ocorrência de arritmias cardíacas, congestão pulmonar, infarto agudo de miocárdio perioperatório, insuficiência renal aguda, falha de extubação, ventilação mecânica prolongada, necessidade de reoperação ou óbito. Dosou-se a troponina I: no pré-operatório e na 24ª hora do pós-operatório. Apresentaram-se os dados categóricos em frequência absoluta e relativa, os dados numéricos em média e desvio padrão ou mediana e quartis. Testaram-se associações com qui-quadrado, teste t e odds ratio. Resultados: Os pacientes eram na maioria homens (89, 75%) e os grupos com e sem complicação não apresentaram diferenças quanto a idade (63±9x61±8anos, P=0,28), DM [28(45%) x25(45%), P=0,95], dislipidemia [20(32%)x20(36%), P=0,69] e tabagismo [26(42%) x33(60%), P=0,06]; Por outro lado, os pacientes com complicação apresentaram maior prevalência de HAS [53(80%)x39(70%), 2,57(1,04-6,36), P=0,04]. Os grupos não diferiram quanto a fração de ejeção [60±3x61±12, 0,78], DCE <30mL/min/m² [4(6%)x3(5%), P=0,80] e total de enxertos [3±1x3±1, P=0,51]. A troponina I estava mais elevada no grupo com complicação [3,45(1,07-9,56)x1,95(1,05-3,39)ng/mL, P=0,04). Conclusões: A amostra estudada com complicação no pós-operatório de CRM apresentou troponina I mais elevada na 24ª hora do pós-operatório, quando comparada ao grupo sem complicação. 39344 39373 O rastreamento do uso de álcool em pacientes com insuficiência cardíaca Diagnostico fetal de Anomalia de Ebstein com evolução para óbito precoce neonatal MARIA BEATRIZ NOBREGA EBERLIN, ANA BEATRIZ SEABRA SANTOS DE ARAUJO e ROSIANE VIANA ZUZA GISELE CORREIA PACHECO LEITE, ROMENA LEAO AZEVEDO CATAO, JESSICA AQUINO VILACA, RAFAELA SOARES DA SILVA, LARISSA KALINE SANTANA DINIZ, ANA KLEYCE CORREIA ROCHA e ENIO DE OLIVEIRA PINHEIRO Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Natal, RN, BRASIL. Introdução: Insuficiência Cardíaca (IC) é uma síndrome na qual o coração possui déficit em bombear sangue proporcional às necessidades metabólicas ou só consegue bombeálo com uma pressão de enchimento elevada. Sua etiologia pode estar relacionada ao consumo crônico e/ou excessivo de álcool, que consiste em um fator de risco significativo para doenças cardiovasculares e, independentemente da quantidade, o uso do álcool agrava a disfunção miocárdica com prejuízo na sobrevida dos pacientes. Este estudo tem como objetivo rastrear o uso abusivo de álcool em pacientes com IC. Métodos: Trata-se de uma pesquisa descritiva do tipo observacional sobre o consumo de álcool em adultos, de ambos os sexos, com diagnóstico de IC de acordo com os critérios de Framingham e/ou Boston, acompanhados no Ambulatório Interprofissional de Insuficiência Cardíaca (AMIIC), entre agosto e dezembro de 2014. Foram excluídos os pacientes que apresentaram déficit cognitivo e/ou doença impossibilitando a aplicação do questionário. O rastreamento do uso abusivo de álcool foi feito pelo questionário CAGE, validado e traduzido para o português. Os dados coletados foram armazenados em planilha excel® e analisados quantitativamente em busca de padrões e frequências. Resultados: Foram incluídos no estudo 46 participantes, sendo 28 homens e 18 mulheres, com idade média de 45 anos. Desse total, 16 (34,7%) pacientes referiram nunca ter ingerido bebida alcoólica, 23 (50%) eram ex-etilistas, sendo o tempo de interrupção médio de 12 anos, enquanto o uso de álcool no último ano foi referido por apenas cinco (10,8%) indivíduos. Esses cinco pacientes responderam ao questionário, uma vez que era necessário que o paciente estivesse em uso de álcool ou fosse abstêmio no máximo há um ano do período da coleta de dados. Desses, dois (40%) pacientes possuíam etiologia primária, dois (40%) etiologia isquêmica e um (20%) etiologia hipertensiva, sendo classe funcional II (NYHA) a prevalente no momento da aplicação do questionário. Ademais, dois (40%) pacientes não faziam uso abusivo do álcool (todas as quatro respostas negativas), dois (40%) apresentaram alto risco para o uso abusivo de bebida alcoólica (uma resposta positiva), e em um (20%) paciente foi confirmado o uso abusivo de bebida alcóolica (pelo menos duas respostas positivas). Conclusão: O uso abusivo de álcool e o alto risco de uso abusivo do mesmo em pacientes com IC foi frequente, embora o consumo habitual de álcool tenha sido pequeno nesta população. 2 39117 Arquivos Brasileiros de Cardiologia - Volume 105, Suplemento 2, Setembro 2015 Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Natal, RN, BRASIL - Maternidade Escola Januário Cicco, Natal, RN, BRASIL. Introdução: Anomalia de Ebstein (AE) é uma rara patologia congênita da valva tricúspide, correspondendo a 0,5% das cardiopatias congênitas, tendo incidência de 1,0/ 200.000 nascidos vivos. É conhecida a sua gravidade quanto à idade de apresentação, especialmente no período neonatal, com mortalidade aproximada de 50% dos casos seguindo a história natural, e de cerca de 30% dos pacientes operados nessa faixa etária. Descrição do caso: Gestante de 23 anos, GIIPIA0, em uso de metildopa para controle da pressão arterial, apresentou cardiomegalia ao ultrassom obstétrico de 37 semanas de idade gestacional (IG). Ecocardiograma fetal, neste período, diagnosticou AE com insuficiência tricúspide (IT) moderada. A gestante evoluiu para parto cesáreo com 39 semanas de IG. Neonato do sexo masculino, peso = 4,170 kg, APGAR 4/7, necessitou de manobras de reanimação em sala de parto. Apresentou desconforto respiratório precoce, cianose central e bradicardia, tendo sido submetido a ventilação mecânica, suporte inotrópico e prostaglandina, na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) neonatal. Ao raio de tórax cardiomegalia significativa. Exames laboratoriais revelaram leucocitose com desvio à esquerda e plaquetopenia. Associado antibioticoterapia. No primeiro dia de vida, evoluiu com Saturação de oxigênio em torno de 67 - 82%, hipotensão e oligúria. Otimizado suporte terapêutico, mas neonato manteve-se gravíssimo, com episódios de hipoglicemia, aparecimento de petéquias, e progressão para anasarca e anúria. Ecocardiograma no segundo dia de vida evidenciou AE grave, com deslocamento apical do folheto septal de 20,0 mm/m2 em relação ao anel valvar e IT importante; Forame Oval Patente, Canal Arterial Patente, derrame pericárdico leve e ascite. Solicitado avaliação da cirurgia cardíaca, porém paciente evoluiu a óbito às 59 horas de vida. Conclusões: Descreve-se caso de cardiopatia rara com apresentação grave e evolução desfavorável no período neonatal, apesar do manejo terapêutico. Destaca-se aqui a importância do ecocardiograma fetal em avaliar a estabilidade hemodinâmica durante a vida intrauterina, permitindo acompanhamento, tratamento e indicação de interrupção da gestação para terapêutica neonatal, quando necessária. O diagnóstico pré-natal é extremamente valioso também para oferecer ao pediatra condições de atendimento ideais a esse recém-nascidos, a partir da realização do parto. Resumos Temas Livres - Cardiologia 39374 Cor Triatriatum Sinistrum: relato de caso GISELE CORREIA PACHECO LEITE, LIVIA MARIA BEZERRA CAMARA, RICARDO DOUGLAS SANTOS DE FREITAS, ROMENA LEAO AZEVEDO CATAO, RAFAELA SOARES DA SILVA, JESSICA AQUINO VILACA e RUI ALBERTO DE FARIA FILHO Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Natal, RN, BRASIL - Hospital Universitário Onofre Lopes, Natal, RN, BRASIL. 39377 TAQUICARDIA VENTRICULAR ESFORÇO-INDUZIDA COMO APRESENTAÇÃO DE DISPLASIA ARRITMOGÊNICA DE VENTRICULO DIREITO ANTÔNIO FILGUEIRA DE QUEIROZ JÚNIOR, JOSE ECIO BATISTA ROSADO JUNIOR, RENATA ARAUJO DE LUCENA, LIVIA DE ANDRADE FREIRE, TAIANE KELLY LIMA DA SILVA, LUIZ GONZAGA DE OLIVEIRA JUNIOR e MÔNICA LARISSA PADILHA HONÓRIO Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Natal, RN, BRASIL. Introdução: Cor Triatriatum (CT) é uma malformação cardíaca congênita de etiologia desconhecida, rara, com uma incidência estimada em 0,1% de todas as cardiopatias congênitas, e de óbito infantil em 75% das crianças não tratadas. Geralmente refere-se ao átrio esquerdo, sendo denominado CT Sinistrum, mas pode ocorrer no átrio direito (CT Dexter). O CT Sinistrum incide em 0,2 - 0,4% dentre os defeitos cardíacos congênitos, com uma proporção entre os sexos masculino e feminino de 1,5:1,0. Descrição do Caso: Paciente do sexo feminino, nascida a termo, de pré-natal sem intercorrências, não havendo antecedentes familiares de cardiopatia, com 02 anos e 08 meses de idade, Peso = 11,0 Kg, Estatura = 89 cm, foi encaminhada para hospitalização em Serviço Universitário objetivando tratamento de pneumonia comunitária de repetição (terceiro episódio em menos de um ano). Ao exame físico foi auscultado sopro cardíaco, tendo sido solicitado ecocardiograma. Este, realizado sob difíceis condições técnicas (paciente pouco cooperativa e sem sedação), evidenciou: membrana em átrio esquerdo com orifício tendo fluxo no sentido da valva mitral estimando gradiente instantâneo máximo de 12,0 mmHg e médio de 8,5 mmHg, característico de CT Sinistrum; Comunicação Interatrial Ostium Secundum, aumento de câmaras cardíacas direitas com hipertrofia leve de ventrículo direito e disfunção sistólica deste. Observado abaulamento precordial e sinais de insuficiência cardíaca. Iniciado terapêutica específica e solicitado angiotomografia cardíaca para diagnóstico diferencial com anel supravalvar mitral e melhor avaliação da drenagem venosa pulmonar. O exame tomográfico confirmou o diagnóstico de CT Sinistrum, tendo a paciente sido encaminhada para tratamento cirúrgico e mantendo o seguimento ambulatorial. Conclusões: Descreve-se cardiopatia rara, em paciente sem fator de risco gestacional e/ou familiar para cardiopatia, sendo do sexo feminino, com diagnóstico de CT Sinistrum em exame ecocardiográfico, confirmado por angiotomografia. O diagnóstico permitiu melhoria na qualidade de vida e prognóstico da paciente, diante da terapêutica instituída. O CT pode ser detectado em exames de imagem não invasivos, e seu achado precoce permite otimizar o seu manejo terapêutico, uma vez que quando a doença é adequadamente avaliada e tratada, o resultado clínico é excelente. INTRODUÇÃO: A Displasia Arritmogênica do Ventrículo Direito (DAVD) é uma doença do músculo cardíaco geneticamente determinada, caracterizada pela substituição do miocárdio por tecido fibrogorduroso. É potencialmente letal e ainda pouco entendida, e tem sido associada a arritmias, insuficiência cardíaca e morte súbita em atletas. Sua prevalência é de 1:5000. A importância do diagnóstico precoce está no fato de o tratamento com cardioversor-desfibrilador implantável reduzir a mortalidade. RELATO: P.X.B., 42 anos, casado, 2 filhos, zelador de chácara, natural de Macaíba/ RN e procedente de Nísia Floresta/RN. Relata que dia 27/01/15, iniciou quadro de dor em região epigástrica, em caráter progressivo, desencadeada pelo esforço físico (partida de futebol), sem irradiação, associada a palpitações taquicárdicas, tontura, e sudorese fria. Relata episódios semelhantes anteriores, sendo o primeiro há 15 anos e os 3 últimos, nos 3 últimos anos. Nesta ocasião foi internado em outro serviço, com eletrocardiograma mostrando taquicardia ventricular sustentada de origem do VD, sendo submetido à cardioversão elétrica com sucesso. Foi medicado inicialmente com Clexane, AAS, Amiodarona e Sinvastatina. Marcadores de necrose miocárdica, eletrólitos e função renal estavam dentro dos limites da normalidade. Apresenta ECO TT do dia 06/02/15 mostrando Fração de Ejeção do VE (FEVE) de 60,76%, aumento moderado de cavidades direitas edéficit moderado a importante de função sistólica do VD. Feito diagnóstico de displasia arritmogênica de VD, iniciado terapia com beta bloqueador e implante Cardiodesfibrilador < wbr />implantável (CDI). CONCLUSÃO: Embora o diagnóstico definitivo de DAVD requeira o achado histológico ou de Ressonância cardíaca, na prática clínica, ele pode ser feito baseado nos critérios propostos pela Sociedade Europeia de Cardiologia. O tratamento farmacológico é a opção inicial, com antiarrítmicos, ficando o implante do CDI reservado a casos com arritmias refratárias, pacientes jovens, morte súbita recuperada e envolvimento de ventrículo esquerdo. 39383 39395 Hipertensão renovascular como manifestação de Arterite de Takayasu: relato de caso. Fístula coronária direita para artéria pulmonar em idoso com infarto agudo do miocárdio ANA H S MAIA, FERDINAND G S S MAIA, ANTÔNIO F Q JÚNIOR, FABIO MASTROCOLA e ITAMAR R OLIVEIRA ANTONIO LUIZ DO NASCIMENTO, CESIMAR SEVERIANO DO NASCIMENTO, FABIO MASTROCOLA e THALITA RAFAELLA OLIVEIRA TRINDADE Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Natal, RN, BRASIL - Hospital Universitário Onofre Lopes, Natal, RN, BRASIL. UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE, NATAL, RN, BRASIL HOSPITAL UNIVERSITÁRIO ONOFRE LOPES, NATAL, RN, BRASIL. Introdução: Hipertensão renovascular, definida pela presença de hipertensão e estenose significativa de artéria renal, manifesta-se clinicamente como hipertensão refratária associada à insuficiência renal. A Arterite de Takayasu é a terceira etiologia mais frequente. O diagnóstico etiológico permite o tratamento adequado, com melhores desfechos para o paciente. Relato: Mulher, 13 anos, apresentando perda ponderal significativa e febre vespertina há 8 meses. Internada em outro serviço por suspeita de tuberculose, apresentou hipertensão arterial (HAS) e cardiomegalia, descartando-se etiologias infecciosas. Evoluiu com HAS refratária e piora de função renal (Creat 6) após uso de IECA, sendo encaminhada para o Hospital Universitário Onofre Lopes (HUOL) com a hipótese de HAS renovascular por vasculite sistêmica. No exame admissional: assimetria de pulsos nos membros superiores e de níveis tensionais (MSD 190x100, MSE 130x80, MMII 180x90 mmHg, com pulsos filiformes em MSE); sopro de regurgitação aórtico, sopro em região de subclávia esquerda e sopro abdominal bilateral, mais audível à esquerda. VHS de 45 mm, PCR de 28 mg/dL. ECG: sobrecarga ventricular esquerda. Ecocardiograma: cardiopatia dilatada com disfunção moderada do VE. Angio-tomografia de abdome e pelve: estenose significativa de artérias renais bilateralmente, infarto em terço superior do rim esquerdo, redução do calibre de aorta abdominal. Diagnosticado Arterite de Takayasu, iniciou-se terapia imunossupressora (metilprednisolona e metotrexato) e tratamento para HAS (Bisoprolol 10mg/dia, Anlodipino 10mg/dia, Furosemida 80mg/dia). Houve melhora do quadro inflamatório e recuperação de função renal (Creat 0,86), mantendo HAS de difícil controle. Fez Arteriografia renal seletiva: estenose à direita de 70% e à esquerda de 80%. Realizado angioplastia de aa. renais “ad hoc”, restando lesão residual à direita de 10%, confirmada com Ecodoppler arterial renal 2 meses após. Atualmente possui bom controle pressórico, em uso de Bisoprolol 2,5mg, e função ventricular normal. Conclusão: Hipertensão renovascular é causa potencialmente reversível de HAS e o rápido diagnóstico permite evitar lesões em órgãos-alvo. Arterite de Takayasu é uma causa tratável e deve ser lembrada no diagnóstico diferencial dessa patologia em indivíduos jovens. O tratamento da estenose de artérias renais ainda é controverso. Neste caso, o tratamento percutâneo mostrou-se uma opção segura e eficaz. Introdução: Fístula de artéria coronária é uma anormalidade anatômica que consiste na comunicação entre uma artéria coronária e as câmaras cardíacas ou algum vaso sanguíneo. São raras, sendo estimado em 0,002% na população geral e 0,25% entre aqueles submetidos a cateterismo cardíaco. Geralmente são anormalidades congênitas, podendo ser adquiridas, sobretudo de forma iatrogênica. As principais artérias envolvidas são a coronária direita e a descendente anterior, e mais raramente a circunflexa. Sua apresentação clínica depende principalmente do local, dimensão e fluxo da fístula, podendo ser assintomático ou ter manifestações que vão de dispnéia, angina e síncope até mesmo a franca insuficiência cardíaca ou morte súbita. Tem sido diagnosticada desde recém-nascidos até idosos, sendo usados ecocardiografia e estudo hemodinâmico. Tratamento expectante, clínico, endovascular ou cirúrgico poderá ser indicado. No presente trabalho é relatado um caso de fístula da artéria coronária direita para artéria pulmonar. Descrição do caso: Relata-se o caso de um paciente, sexo masculino, de 75 anos, hipertenso, com história de acidente vascular encefálico anterior, admitido no setor de hemodinâmico do HUOL/UFRN por infarto com supra de parede anterior, Killip I; Mantinha dor após 24h sem tratamento de reperfusão. Realizado o cateterismo, demonstrou-se lesão de 100% em descendente anterior, sendo realizada angioplastia com sucesso (fluxo timi III). Durante procedimento, demonstrou-se ainda lesão de 95% em 1ª diagonal, 60% em coronária direita e outras lesões de menor importância. Foi identificado fístula da artéria coronária direita para a artéria pulmonar. Após estabilização clínica, realizados ecocardiograma transtorácico e transesofágico não se identificaram quaisquer anomalias anatômicas associadas. Mostrou-se aumento discreto das câmaras esquerdas, disfunção diastólica e sistólica (47%), acinesia médio-apical da parede antero-septal e refluxo mitral leve (calcificação). O paciente recebeu alta com tratamento para DAC e mantem acompanhamento ambulatorial, sem queixas. Conclusões: A terapêutica clínica da fístula coronária deverá ser avaliada em cada caso, sendo a acompanhamento clínico sem intervenções invasivas uma possibilidade nos casos leves ou assintomáticos, sobretudo em idosos. Arquivos Brasileiros de Cardiologia - Volume 105, Suplemento 2, Setembro 2015 3 Resumos Temas Livres - Cardiologia 39399 39417 Importância da Ressonância Nuclear Magnética no diagnóstico da miocardiopatia não compactada: um relato de caso Síndrome do Roubo Coronária- Subclávia pós revascularização cirúrgica do miocárdio RANNA SANTOS PESSOA, MARLON CESAR MELO DE SOUZA FILHO, ANTÔNIO FILGUEIRA DE QUEIROZ JÚNIOR, ANTÔNIO CORREIA DOS SANTOS JÚNIOR, FABIO MASTROCOLA e ROSIANE VIANA ZUZA ANTÔNIO FILGUEIRA DE QUEIROZ JÚNIOR, CARLOS VINICIUS DE QUEIROZ BAPTISTA, NESTOR RODRIGUES DE OLIVEIRA NETO, CRISTIANE GUEDES PITA, MARIA SANALI MOURA DE OLIVEIRA PAIVA, CESIMAR SEVERIANO DO NASCIMENTO e FABIO MASTROCOLA Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Natal, RN, BRASIL - Hospital Universitário Onofre Lopes, Natal, RN, BRASIL. Introdução:A anastomose da artéria Mamária interna esquerda(MIE) ao leito coronário, faz com que a artéria subclávia esquerda (ASE) seja funcionamente parte da circulação coronária.A oclusão na ASE proximal à emergência da mamária poderá levar ao roubo de fluxo, ocasionando isquemia miocárdica e sintomas neurológicos. Relato: Paciente do sexo feminino, 62 anos, hipertensa e diabética com antecedente de revascularização cirúrgica do miocárdio há 6 anos:MIE-Descendente anterior (DA), ponte de Safena-1a Marginal, ponte de Safena-Coronária direita(CD), com história de vertigens recorrentes há cerca de 06 meses, que pioravam durante a realização das atividades domésticas, principalmente ao movimentar o membro superior esquerdo (MSE) e há 3 meses com queixa de dor precordial em queimação, desencadeada pelos esforços habituais, com duração de 5 a 10 minutos e que cessava ao repouso. Há 15 dias houve piora da dor precordial, com episódio ao repouso com duração de cerca de 10 minutos, o que a levou a procurar a unidade de emergência. Após 15 dias foi avaliada no serviço de Cardiologia, chegando apenas com angina aos esforços, sem novos episódios ao repouso.Ao exame apresentava pressão arterial de 130X80 mmHg no membro superior direito e 90X60 mmHg no MSE, além de pulsos reduzidos à esquerda(radial e braquial). Realizou cinecoronariografia e angiografia de vasos supraaórticos que mostrou: lesão grave de Tronco de coronária esquerda, oclusão de artérias Circunflexa e CD; MIE-ramo diagonal pérvia com fluxo reduzido e pontes de Safena para CD e Marginal ocluídas; além de oclusão completa da ASE proximal, enchendo por fluxo reverso pela artéria vertebral esquerda. Foi otimizado tratamento clínico e posteriormente tentada angioplastia de ASE sem sucesso.Feito então Bypass carotídeosubclávio esquerdo, com resolução completa dos sintomas neurológicos e melhora da angina.Conclusão: A incidência da síndrome do Roubo Coronário-Subclávia é baixa, complicando cerca de 0,4% das revascularizações cirúrgicas do miocárdico e deve fazer parte do diagnóstico diferencial das causas de angina e vertigens neste grupo de pacientes. O tratamento cirúrgico é indicado nos casos sintomáticos, sendo a intervenção percutânea, na maioria das vezes, a primeira escolha e, na sua inviabilidade ou insucesso o bypass carotídeo-subclávio constitui-se numa boa alternativa, como evidenciado neste caso. 39420 39427 Análise do manejo da Doença Renal Crônica em pacientes hipertensos e diabéticos: um estudo seccional RENNE CUNHA DA SILVA, IZADORA KARINNY DE SOUZA, MARIA JOSE PEREIRA VILAR e LUIS ALCIDES DE LUCENA MARINHO Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Natal, RN, BRASIL. Introdução: A Doença Renal Crônica (DRC) é um problema de saúde pública mundial e a sua prevalência em estágio terminal, a Doença Renal em estágio terminal (DRET), é crescente. Nesse contexto, um fator que pode conduzir ao mau prognóstico da doença é a nefropatia diabética, que influencia a DRC por evoluir com aumento progressivo da excreção de albumina urinária e queda da taxa de filtração glomerular (TGF) associada ao aumento da pressão arterial (PA). Dessa forma, o profissional de saúde deve estar preparado para o manejo desses fatores de risco associados a complicações para DRC. Métodos: Trata-se de um estudo seccional, cujo objetivo é analisar a eficácia de profissionais da saúde de serviços hospitalares ligados à Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) na definição do plano terapêutico e conduta para Doença Renal Crônica em pacientes hipertensos e diabéticos. Participaram do estudo 127 médicos, sendo 64 médicos preceptores (PR) e 63 médicos residentes (RS). Para avaliação foi utilizado um questionário baseado nas diretrizes do Kidney Disease Outcomes Quality Initiative (KDOQI), que foi aplicado entre julho e setembro de 2014. Foi utilizado o SPSS, versão 14.0 (SPSS Inc, Chicago, IL) para a análise estatística. Resultados: Quando questionados sobre a meta da pressão arterial para uma paciente com PA de 148/93 mmHg associada com Diabetes tipo 2, TFG estimada em 70 ml/min e microalbuminúria, observou-se que 40,94% dos entrevistados (46,03% RS e 35,93% PR) sabiam que a meta para PA nessa paciente era de 130/80 mmHg. Quanto à conduta, apenas 33,85% (34,92% RS e 32,81% PR) saberiam manejar a DRC nessa paciente corretamente a partir da introdução de IECA/BRA e orientações para restrição salina (<2,4g/d), controle lipídico, controle glicêmico, perda de peso e abstinência ao tabaco. Conclusões: O aumento na prevalência da Doença Renal Crônica em Estágio Terminal pode ser justificado parcialmente pelo baixo reconhecimento da doença e dos seus fatores de risco pelos médicos. Ressalta-se que o controle adequado da pressão arterial e glicêmico exerce função importante na redução de risco e na progressão da nefropatia diabética. Sendo assim, é importante o desenvolvimento de estratégias educacionais direcionadas a classe médica, objetivando aumentar o diagnóstico precoce e conduta da DRC associada a essas comorbidades. 4 Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Natal, , . INTRODUÇÃO: A Miocardiopatia Não Compactada (MCNC) é uma doença de ocorrência rara causada caracterizada pela não compactação das fibras musculares cardíacas no período intrauterino, formando uma malha frouxa endomiocárdica. O diagnóstico da MCNC é dificultado pelo fato dessa patologia compartilhar características morfológicas com outras cardiomiopatias, como dilatada e hipertrófica. A ecocardiografia é o método mais utilizado no diagnostico da MCNC, porém mesmo utilizando critérios ecocardiográficos padronizados, este pode ser feito inapropriadamente baseado somente na presença de trabéculas proeminentes no ventrículo esquerdo. A disparidade nos resultados diagnósticos tem movido a confirmação dos achados patológicos para as tecnologias de alta resolução não invasivas como a Ressonância Nuclear Magnética Cardíaca e a Tomografia Computadorizada. RELATO DE CASO: Paciente sexo masculino, 17 anos, branco, estudante, procedente de Touros- RN. Há cerca de 40 dias do internamento iniciou quadro de dispneia progressiva aos esforços, atualmente mesmo no repouso. Associado a isso apresentava sinais de congestão pulmonar com creptos bibasais e sistêmica representada por turgência jugular patológica, hepatomegalia dolorosa e ascite. O mesmo teve episódio de Varicela cerca de 30 dias antes do início do quadro e não conhecia outras comorbidades prévias. O ecocardiograma mostrou miocardiopatia dilatada de grau severo, com disfunção sistólica importante e aspecto sugestivo de não compactação do ventrículo esquerdo. Foi iniciado tratamento para IC sistólica com captopril, espironolactona, carvedilol, furosemida, digoxina e varfarina, atingindo compensação clínica. A ressonância nuclear magnética confirmou o diagnóstico de MCNC, e não demonstrou sinais de miocardite. CONCLUSÃO: Frente a um paciente com histórico recente de infeção viral e com sintomas e sinais de IC e padrão de cardiopatia dilatada ao Ecocardiograma transtorácico torna-se difícil o diagnóstico diferencial entre MCNC e miocardite, sendo necessários métodos complementares mais específicos. Neste caso, a Ressonância Nuclear Magnética mostrou-se útil na diferenciação entre descompensação de quadro pré-existente de Miocardiopatia Não Compactada pelo vírus Varicela-Zoster e miocardite por esse mesmo agente. Arquivos Brasileiros de Cardiologia - Volume 105, Suplemento 2, Setembro 2015 Atresia tricúspide: do diagnóstico fetal ao neonatal GISELE CORREIA PACHECO LEITE, NATHÁLIA MARTINS ALVES, PEDRO HENRIQUE MIRANDA CAMPOS, MARIANA COELHO COSTA, KAIO CESAR AMARAL NOGUEIRA E SILVA, EMANUEL LUCAS DE SOUZA LEITE e ALINE GOBETT CARDOSO FELICIANO Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Natal, RN, BRASIL - Maternidade Escola Januário Cicco, Natal, RN, BRASIL - Hospital Universitário Onofre Lopes, Natal, RN, BRASIL. INTRODUÇÃO: A atresia tricúspide (AT) é patologia que varia de 0,3% a 5,3% entre todas as cardiopatias congênitas e é a terceira causa mais comum de cardiopatia congênita cianótica. O diagnóstico e seguimento ecocardiográfico é fundamental na evolução destes pacientes, pois esta evolução depende da magnitude do fluxo sanguíneo pulmonar e das anomalias associadas. DESCRIÇÃO DO CASO: Gestante de 16 anos de idade compareceu para realização de ecocardiograma fetal (ECOF) com 28 semanas e 05 dias de idade gestacional (IG), devido IgM positivo para citomegalovirose. ECOF evidenciou AT tipo IC e comunicação interatrial ostium secundum ampla. Orientado à gestante acompanhamento no pré-natal do alto risco, na cardiologia fetal, e explicado sobre o diagnóstico e necessidade de seguimento cardiológico com controle posterior por ECOF. A mesma não conseguiu realizar o ECOF de controle, tendo evoluído para parto com IG de 32 semanas e 03 dias. Neonato pesando 1.780 kg, com APGAR 8/8, necessitou de suporte ventilatório ao nascimento. Foi encaminhado à unidade de terapia intensiva (UTI) neonatal. Ecocardiograma no 12° dia de vida confirmou a AT tipo IC, e evidenciou forame oval patente, colaterais sistêmico-pulmonares e sinais de hiperfluxo pulmonar. Otimizado terapêutica clínica. Evoluiu com sepse precoce. Ecocardiograma de controle no 1° mês de vida manteve o diagnóstico cardiológico. Recebeu alta da UTI com 33 dias de vida, sendo encaminhado para avaliação da cirurgia cardíaca e seguimento com pediatria geral e cardiologia pediátrica. CONCLUSÕES: Descreve-se caso de cardiopatia com apresentação e evolução favorável no período fetal e neonatal. Destaca-se aqui a importância do ECOF em avaliar a estabilidade hemodinâmica durante a vida intrauterina, permitindo acompanhamento, tratamento e indicação de interrupção da gestação para terapêutica neonatal, quando necessária. O diagnóstico pré-natal é extremamente valioso também para oferecer ao pediatra condições de atendimento ideais a esses neonatos, a partir da realização do parto. Resumos Temas Livres - Cardiologia 39447 IMPACTO NA SAÚDE PÚBLICA POR HOSPITALIZAÇÃO NO NORDESTE POR INSUFICIÊNCIA CARDÍACA IZAURA TEREZA SILVA GUEDES, PRISCILLA SILVA DE CARVALHO SALGADO, ATHENA TAMIRIS DANTAS DE A M QUEIROZ e LARA ANDRADE VIEIRA Universidade Potiguar, Natal, RN, BRASIL. INTRODUÇÃO: A insuficiência cardíaca é a consequênciada maioria das doenças cardíacas, sendo sua principal etiologia, no Brasil, a cardiopatia isquêmica crônica associada à hipertensão arterial. A prevalência da insuficiência cardíaca está em ascensão, em decorrência do incremento na expectativa de vida de nossa população e maior efetividade dos novos medicamentos para o tratamento, prolongando a vida, gerando um alto custo para a saúde pública brasileira. OBJETIVO: O objetivo desse trabalho é avaliar o número de internações por faixas etárias mais acometidas por Insuficiência Cardíaca. MATERIAIS E MÉTODOS: Trata-se de um estudo descritivo baseado em dados coletados do Sistema de Informação Hospitalar do SUS (SIH/SUS), em que foram identificadas as faixas etáriasque passaram por internação devido a insuficiência cardíaca, englobando indivíduos de 0 a mais de 80 anos, no período de 2014 em todo o Nordeste. RESULTADOS E DISCUSSÃO: Nesse período, houve 31.034 internações. As faixas etárias mais acometidas por internações no Nordeste foram as de 70 a 74 anos de idade (3.968), 75 a 79 anos (3.910) e 80 anos ou mais (7.011). Em relação às faixas etárias menos prevalentes, percebe-se o predomínio de 5 a 9 anos de idade (55) e 1 a 4 anos (84). Os gastos com a saúde durante esse período no Nordeste foram R$ 67.135.472,10. CONCLUSÃO: A principal etiologia da insuficiência cardíaca é a cardiopatia crônica, a qual no Brasil a maioria é decorrente de hipertensão arterial e a faixa etária mais prevalente é dos 70 aos 74 anos. Em virtude disso, vê-se a importância de políticas com o objetivo de prevenção dessas cardiopatias, pois o impacto financeiro na saúde devido às internações é muito alto, reduzindo assim gastos hospitalares. 39452 PREVALENCIA DE DOENÇAS CARDIOVASCULARES NO NORDESTE IZAURA TEREZA SILVA GUEDES, PRISCILLA SILVA DE CARVALHO SALGADO, ATHENA TAMIRIS DANTAS DE A M QUEIROZ e LARA ANDRADE VIEIRA Universidade Potiguar, Natal, RN, BRASIL - RN INTRODUÇÃO: Nas últimas décadas, observou-se no Brasil uma tendência à queda da mortalidade por doenças do aparelho circulatório, porém ainda continuam sendo a principal causa de morte no Brasil. As doenças cardiovasculares compreendem um espectro amplo de síndromes clínicas, tendo nas doenças relacionadas à aterosclerose a sua principal contribuição. São inúmeros os fatos que podem estar relacionados com a importância cada vez maior destas doenças, como o envelhecimento da população, a sobrevida das doenças infecciosas, a incorporação de novas tecnologias com diagnóstico mais precoce das doenças, redução de letalidade e controle inadequado dos fatores de risco. OBJETIVO: O objetivo desse trabalho é avaliar o número de internações por doenças cardiovasculares na região Nordeste. METODOLOGIA: Trata-se de um estudo descritivo baseado em dados coletados do Sistema de Informação Hospitalar do SUS (SIH/SUS), em que foram identificados estados do Nordeste que mais têm internações devido a doenças cardiovasculares, como também as doenças mais e as menos prevalentes, englobando indivíduos de 0 a mais de 80 anos de idade, no período de 2014. RESULTADOS E DISCUSSÃO: Nesse período, houve 107.075 internações. Os estados que mais tiveram internações foram Bahia (31.612), Pernambuco (25.236) e Ceará (18.659). As doenças mais prevalentes foram hipertensão essencial (17.361), insuficiência cardíaca (31.034), acidente vascular cerebral não específico hemorrágico ou isquêmico (21.581), infarto agudo do miocárdio (8.853), transtornos de condução e arritmias cardíacas (4.063). As doenças menos prevalentes foram febre reumática aguda (963), doença reumática crônica do coração (920), embolia pulmonar (336). CONCLUSÃO: As doenças cardiovasculares continuam sendo a principal causa de morte no Brasil. Portanto, as mais prevalentes são hipertensão essencial e insuficiência cardíaca sendo a Bahia o estado que tem o maior número de internações no Nordeste. Uma saída para diminuir essa prevalência seria instruir a população para buscar a prevenção dessas doenças, principalmente nas cidades com maior prevalência de internação por cardiopatias. 39455 39470 Abordagem cirúrgica precoce na endocardite infecciosa complicada com aneurisma micótico e transformação hemorrágica de embolização séptica para sistema nervoso central Ecocardiogramas fetais e pediátricos neonatais: Primeira amostra de cardiopatias congênitas em maternidade pública terciária CAIO GUEDES DE SOUSA, DANIEL BARROS ROGERIO, ANDREZA FERNANDES SIMONETTI FRANCO, RAQUEL ANDRESA DUARTE GOMES, FABIO MASTROCOLA, CRISTIANE GUEDES PITA e ANTÔNIO FILGUEIRA DE QUEIROZ JÚNIOR Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Natal, RN, BRASIL. INTRODUÇÃO: o tratamento cirúrgico da endocardite infecciosa (EI), quando bem indicado e associado a antibioticoterapia, está relacionado a menor mortalidade. O benefício da cirurgia parece ser maior nos que evoluem com sinais de insuficiência cardíaca (IC) moderada a severa, mas o momento para indicá-la é incerto e depende de variáveis como resposta ao tratamento clínico e presença de complicações. Relatamos um caso de EI de valva nativa complicada com embolizações sépticas, aneurisma micótico e IC cujo tratamento cirúrgico foi indicado de forma precoce. Mulher, 23 anos, sem comorbidades, com febre há 3 semanas, apresentou cefaleia súbita, dor em hipocôndrio esquerdo e sopro cardíaco. Tomografia (TC) de crânio mostrou lesões isquêmicas em lobo temporal à esquerda e TC abdominal, áreas de infarto esplênico. Ecocardiograma mostrou vegetação aderida à valva mitral (24 mm) e imagem aderida ao aparelho subvalvar mitral, com insuficiência mitral importante. Iniciado tratamento para EI, paciente evoluiu com IC e déficit neurológico motor à direita. Nova TC de crânio mostrou transformação hemorrágica de lesão isquêmica prévia em lobo temporal esquerdo, e controle evolutivo dos eventos encefálicos embólicos, realizado 72 horas após, revelando aneurisma micótico em região temporal direita. Angioressonância mostrou dilatação em artéria cerebral média direita, lesões isquêmicas com sinais de transformação hemorrágica em região temporal esquerda, novas lesões isquêmicas agudas em região insular direita. Hemoculturas (4 amostras) negativas. Ecocardiograma transesofágico mostrou vegetações, na valva mitral, a maior de 2,2 cm, valva aórtica com coaptação inadequada com refluxo importante e sinais de hipertensão pulmonar. Realizado embolização percutânea de aneurisma micótico e indicado abordagem cirúrgica cardiaca por sinais de IC e persistência de eventos embólicos a despeito de tratamento. Realizada troca valvar mitral e aórtica 7 dias após o procedimento neurocirúrgico, com colação de próteses biológicas, com paciente evoluindo sem complicações hemorrágicas no pós-operatório. CONCLUSÃO: Indicado tratamento cirúrgico para EI, definir o momento para a abordagem é um desafio na prática médica. Apesar das complicações hemorrágicas cerebrais, a indicação cirúrgica precoce, mesmo com uso de circulação extra corpórea, se mostrou benéfica neste caso, observando-se evolução satisfatória da paciente e ausência de complicações hemorrágicas relacionadas ao tratamento. GISELE CORREIA PACHECO LEITE, FILIPE MARINHO PINHEIRO DA CAMARA, RENNE CUNHA DA SILVA, VICTOR VINICIUS DE LIRA FERNANDES, VICTOR GALVAO PINHEIRO, MARIA TERESA DA COSTA URBANO e AMALIA BEATRIZ MARINHO PINHEIRO DA CAMAR Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Natal, RN, BRASIL - Maternidade Escola Januário Cicco, Natal, RN, BRASIL. Introdução: As cardiopatias congênitas (CC) constituem-se no principal grupo de causas de óbito infantil: o seu diagnóstico precoce é fundamental. Neste contexto, o ecocardiograma tem papel fundamental no rastreamento de cardiopatias. Métodos: Ao iniciar o serviço de ecocardiografia fetal e pediátrica em Maternidade pública do Hospital Universitário (HU), elaborou-se formulário ecocardiográfico padrão para levantamento das cardiopatias encontradas. Posteriormente, fez-se análise descritiva de todos os laudos de ecocardiogramas (ECO) fetais e neonatais realizados em HU no período de 01/11/13 a 10/12/2014. Resultados: Foram realizados 206 ECOs, sendo 52 fetais e 154 neonatais. Dos ECO fetais, representando a 1° amostra deste tipo de exame realizada em serviço público local, foram atendidas 47 gestantes, das quais 4 realizaram mais de um ECO durante o seguimento. Houve 18 (38,3%) exames normais e 29 (61,7%) alterados. A cardiopatia congênita mais encontrada foi a Comunicação Interventricular (CIV) isolada, ocorrendo em 13 (44,8%) casos. Cardiopatias graves foram evidenciadas em 8 (27,6%) exames, sendo: 5 (17,2%) Defeitos do Septo Atrioventricular (DSAV); 1 (3,5%) Coarctação de Aorta (CoAo); 1 (3,5%) Anomalia de Ebstein e 1 (3,5%) Atresia Tricúspide. Dos 154 ECO realizados em 140 neonatos, 13 repetiram o exame durante o seu seguimento neonatal. Os ECO foram considerados normais em 6 (4,3%) exames e alterados em 134 (95,7%). As CC mais encontradas foram: Forame Oval Patente, 101 (75,4%) neonatos; e CIV isolada, 65 (48,5%). Outras observadas foram: 52 (38,8%) Persistência do Canal Arterial; 11 (8,2%) Estenose da Artéria Pulmonar; 10 (7,5%) Comunicação Interatrial Ostium Secundum; 5 (3,7%) CoAo; 4 (3,0%) DSAV e outras CC graves, como Anomalia de Ebstein, Interrupção do Arco Aórtico, Atresia Tricúspide, Tetralogia de Fallot e Truncus Arteriosus. Análise global revelou que as CC mais frequentes foram Forame Oval Patente, CIV e Persistência do Canal Arterial. A ocorrência de CC grave foi de 15,4% (28). Conclusões: Descreve-se primeiro levantamento de CC atendidas em serviço de referência que representa a demanda do Estado. A aplicação do ecocardiograma de modo sistemático nos atendimentos para diagnóstico de CC mostrou-se instrumento importante na estruturação de um sistema de informações que possibilita melhorar a assistência e levantar dados que permitam elaboração de planos de seguimento clínico, terapêutico e de prevenção primária. Arquivos Brasileiros de Cardiologia - Volume 105, Suplemento 2, Setembro 2015 5 Resumos Temas Livres - Cardiologia 39474 Primeira amostra de ecocardiogramas fetais realizados em Maternidade Pública terciária do Rio Grande do Norte GISELE CORREIA PACHECO LEITE, RENNE CUNHA DA SILVA, FILIPE MARINHO PINHEIRO DA CAMARA, VICTOR VINICIUS DE LIRA FERNANDES, MARIA TERESA DA COSTA URBANO, VICTOR GALVAO PINHEIRO e AMALIA BEATRIZ MARINHO PINHEIRO DA CAMARA Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Natal, RN, BRASIL - Maternidade Escola Januário Cicco, Natal, RN, BRASIL. INTRODUÇÃO: As cardiopatias congênitas (CC) constituem-se no principal grupo de causas de óbito infantil: o seu diagnóstico precoce é fundamental. Neste contexto, o ecocardiograma fetal (ECOF) tem papel fundamental no rastreamento precoce de CC, na possibilidade de intervenção precoce e oportuna e, sobretudo, na melhoria do prognóstico e morbimortalidade. MÉTODOS: Com o intuito de se verificar os resultados da primeira amostra de ECOF realizados em Maternidade pública terciária de referência, elaborou-se formulário padrão para descrição dos achados ecocardiográficos e arquivouse todos os exames realizados em disco rígido. Posteriormente, fez-se análise descritiva dos laudos de ECOF realizados no período de 22/02/14 a 04/02/15. RESULTADOS: Foram realizados 58 ECOF, em 52 gestantes, das quais 5 realizaram mais de um ECOF durante o seguimento. A idade das gestantes variou de 15 a 43 anos (média de 28,4) e a idade gestacional (IG) variou entre 17,29 e 40,29 semanas (média de 29,9). Classificou-se 24 (41,4%) exames como normais e 34 (58,6%) como alterados, sendo as alterações mais frequentes: comunicação interventricular isolada em 14 (26,9%) fetos, e Golf Ball em 7 (13,5%). CC grave foi identificada em 8 (15,4%) fetos: 5 (9,6%) Defeito do Septo Atrioventricular, 1 (1,9%) Coarctação de Aorta com importante repercussão hemodinâmica, 1 (1,9%) Anomalia de Ebstein e 1 (1,9%) Atresia Tricúspide. Além destas, ocorreram 06 (11,5%) casos de hipertrofia septal e 3 (5,8%) alterações do ritmo cardíaco – 02 (3,8%) casos de bloqueio atrioventricular. As gestantes de fetos cardiopatas passaram a ser acompanhadas em ambulatório da cardiologia fetal, conjuntamente com o pré-natal do alto risco da Maternidade, sendo orientado o diagnóstico da CC e as condutas diante da mesma. Os casos de CC cujo tratamento eram cirúrgicos, confirmados por ecocardiograma no período neonatal, foram encaminhados para tratamento específico, havendo suporte clínico otimizado para melhorar a condição pré-operatória do neonato. A avaliação global dos fetos assistidos permite concluir melhorias na assistência ao prénatal do feto cardiopata. CONCLUSÕES: Diante dos achados de 58,6% alterações nos exames de ECOF realizados na primeira amostra deste exame em Maternidade pública de referência, permitindo melhor planejamento clínico-terapêutico ao feto cardiopata e à gestante, vem-se mostrar a importância da implementação do ECOF às gestantes do Rio Grande Norte na assistência pré-natal. PSEUDOANEURISMA DE VENTRICULO ESQUERDO - RELATO DE CASO ELIANE PEREIRA DA SILVA, JOSE ECIO BATISTA ROSADO JUNIOR, ERNESTO JOSCELIN CARNEIRO PINTO, RENATA ARAUJO DE LUCENA, LIVIA DE ANDRADE FREIRE e TAIANE KELLY LIMA DA SILVA Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Natal, RN, BRASIL. INTRODUÇÃO: O pseudoaneurisma de ventrículo esquerdo (VE) é uma complicação mecânica bastante rara após um infarto agudo do miocárdio (IAM) ou cirurgia cardíaca, que resulta de ruptura da parede ventricular sem tamponamento cardíaco. A maioria dos diagnósticos é feita na fase crônica do pseudoaneurisma, que pode evoluir por muitos anos sem ruptura. Os casos crônicos evoluem frequentemente assintomáticos. Os aneurismas verdadeiros de VE são formados pelo adelgaçamento, expansão e cicatrização de uma área infartada da parede de VE. Esse processo geralmente induz a formação de uma estrutura com colo largo. De forma diversa o pseudoaneurisma se forma em decorrência da ruptura aguda de uma área infartada da parede de VE, sua parede é composta por pericárdio e adesões e o colo é habitualmente estreito. RELATO: S.M.C., feminino, 84 anos, hipertensa, diabética, procurou serviço de urgência com queixa de precordialgia intensa, hipotensa, FC 38bpm, saturando 95% em ar ambiente e com ausculta cardíaca não audível. Foi instituído reposição volêmica rigorosa, com estabilização após 30 minutos, porem a precordialgia persistiu. Foi iniciado AAS 300mg e oxigênioterapia. Eletrocardiograma apresentou bradicardia sinusal e bloqueio atrioventricular de 1º grau, sendo encaminhada para serviço de referência. Realizou cateterismo, com delta T de 12 horas, que mostrou diagonal 80% de obstrução, circunflexa 95% de obstrução, coronária direita com 100% de obstrução, todas em terço médio, e 1ª marginal obstrução de 95% no terço proximal. Foi submetida a angioplastia com recanalização da coronária direita após implante de dois stents (TIMI 0 – TIMI 3). ECO transtorácico evidenciou comprometimento segmentar do miocárdio, pseudoaneurisma em parede inferior, na porção médiobasal da parede septal, e disfunção diastólica tipo 1. Evoluiu com pneumonia, injúria renal crônica agudizada. Foi a óbito no 18ª dia de internação por choque cardiogênico não revertido. CONCLUSÃO: Por ser uma condição de alta morbidade e mortalidade, a realização de investigação não invasiva deve ser precoce, visando o tratamento cirúrgico pois o risco de ruptura do miocárdio está presente. Devido idade e comorbidades da paciente não foi possível realizar tratamento cirúrgico. 39477 39478 Dissecção aguda de aorta concomitante à endocardite infecciosa em valva aórtica bicúspide em mulher jovem. Perfil etiológico e evolução hospitalar da endocardite infecciosa em hospitais terciários: Importância das hemoculturas ANDREZA FERNANDES SIMONETTI FRANCO, CAIO GUEDES DE SOUSA, DANIEL BARROS ROGERIO, ANTÔNIO FILGUEIRA DE QUEIROZ JÚNIOR, AMANDA SILVEIRA DA SILVA, CESIMAR SEVERIANO DO NASCIMENTO e FABIO MASTROCOLA FILIPE MARINHO PINHEIRO DA CAMARA, ALEXANDRA RÉGIA DANTAS BRÍGIDO, FRANCISCO CABRAL DE OLIVEIRA NETO, EPIFANIO SILVINO DO MONTE JUNIOR, JOSÉ ROBERTO FREIRE DE OLIVEIRA, CESIMAR SEVERIANO DO NASCIMENTO, GRAZIELA SEVERIANO DA COSTA, CAMILA REGINA PEREIRA BATISTA DE MACEDO, AMALIA BEATRIZ MARINHO PINHEIRO DA CAMAR e ROSIANE VIANA ZUZA Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Natal, RN, BRASIL. INTRODUÇÃO: A incidência de dissecção aguda da aorta na população geral é estimada entre 2,6-3,5 por 100.000 pessoas-anos. Os pacientes em geral são homens entre 60 a 80 anos de idade. Em uma revisão de 464 pacientes do Registro Internacional de Dissecção Aguda de Aorta (IRAD), 65% eram do sexo masculino e a média de idade foi de 63 anos. Mulheres que se apresentam com dissecção aórtica tendem a ser mais velhas do que os homens (67x60 anos). A associação de dissecção aguda de aorta e endocardite infecciosa não foi relatada na literatura em decorrência da sua raridade. RELATO: Mulher de 42 anos com queixa de dor torácica de forte intensidade, com piora progressiva, irradiação para dorso que limitou deambulação e motivou restrição no leito há aproximadamente um mês, período que iniciou a busca por atendimento em diversos serviços. Foi internada para investigação diagnóstica. Ao exame físico não apresentava estigmas de marfam. Como antecedentes apresentava hipertensão arterial e obesidade. Angiotomografia de aorta revelou dissecção de aorta tipo A de Stanford, com dissecção de flap intimal de aorta ascendente até bifurcação das ilíacas. Durante o período inicial do internamento, apresentou febre intermitente. ECOTT evidenciou vegetação em face ventricular do folheto aórtico, além de valva bicúspide e insuficiência aórtica de grau importante. Penicilina cristalina e gentamicina foram prontamente prescritas e a paciente foi submetida à cirurgia de urgência de Bentall e de Bono com endoprótese aórtica. Cultura de fragmento de válvula positiva para Streptococcus sp, o que motivou manutenção de antibioticoterapia por quatro semanas. O manejo clínico da paciente se deu através do controle da frequência cardíaca e da pressão arterial, além de anticoagulação com marevan objetivando INR entre 2-3. Recebeu alta hospitalar clinicamente estável e com programação de seguimento ambulatorial especializado no próprio serviço. CONCLUSÃO: No contexto de um paciente com diagnóstico e abordagem tardios de dissecção aguda de aorta, e quadro febril intermitente, é importante não negligenciar a endocardite infecciosa como possível, ainda que rara complicação. O atraso no diagnóstico e tratamento da dissecção está diretamente relacionado com o quadro infeccioso em questão, tendo em vista que a paciente não apresenta complicações locais de endocardite. 6 39476 Arquivos Brasileiros de Cardiologia - Volume 105, Suplemento 2, Setembro 2015 Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Natal, RN, BRASIL - Hospital Universitário Onofre Lopes, Natal, RN, BRASIL - Hospital Giselda Trigueiro, Natal, RN, BRASIL. INTRODUÇÃO: A Endocardite Infecciosa (EI) apesar dos avanços da medicina, mantém altas taxas de mortalidade, chegando a 20-40% em curto prazo. O diagnóstico é baseado em manifestações clínicas, ecocardiograma (ECO) e cultura. As hemoculturas são importantes, pois direcionam o tratamento antimicrobiano. Este estudo teve o objetivo de identificar os agentes prevalentes nos hospitais de referência, determinar a taxa de positividades das hemoculturas e o desfecho hospitalar dos indivíduos com EI. METODOLOGIA: Estudo transversal, observacional, com análise de prontuários dos indivíduos internados com diagnóstico de EI de Janeiro/99 a Janeiro/15 em dois hospitais terciários de Natal/RN, com posterior separação em 2 grupos pelo resultado da hemocultura. RESULTADOS: Dos 181 prontuários alocados, 11 foram reinternações. Maioria dos pacientes é do sexo masculino (67,4%), procedentes de casa (51,4%), com idade média de 37,9 anos e internação média de 38,1 dias. Destes, 70,7% tiveram alta, 13,3% foram a óbito e 13,8% transferidos. Hipertensão (30,9%) e doença reumática (33,1%) foram as comorbidades mais prevalentes. Sopro cardíaco (90,6%), febre (88,4%) e dispneia (47,5%) foram os achados clínicos mais encontrados. Os ECOs detectaram vegetações em 68% dos indíviduos, sendo as localizações mais frequentes válvula/prótese mitral (28,3%) e válvula/prótese aórtica (23,3%). 75,1% dos pacientes eram considerados de alto risco e 28,2% tinham prótese valvar. Em G1 (hemocultura positiva), alocou-se 51 (28,2%) casos, idade média de 43,7 anos (p<0,05) e internação média de 41,94 dias (p=0,19). Em G2 (hemocultura negativa/não realizada), alocou-se 130 (71,8%) casos, com idade média de 35,6 anos e internação média de 36,6 dias. 11,7% em G1 e 13,8% em G2 foram a óbito (p=0,18); 23,5% G1 e 9,2% G2 tinham doença renal crônica (p<0,05); G2 (52,3%) apresentou mais dispneia do que G1 (35,3% - p<0,05); 80% G1 e 35,2% G2 apresentavam vegetações (p<0,05); em G1, 31,4% usaram antibiótico previamente a coleta de hemoculturas e 40% em G2 (p=0,051). O agente etiológico mais prevalente foi o Sthapylococcus aureus (29,4%). CONCLUSÃO: A doença acomete indivíduos em idade produtiva com internações prolongadas. O agente etiológico mais prevalente foi S. aureus. A taxa de hemoculturas negativas ainda é baixa, possivelmente relacionada ao uso prévio de antibióticos. Houve associação entre positividade das culturas e presença de vegetações, entretanto, sem diferença de desfecho entre os grupos. Resumos Temas Livres - Cardiologia 39481 Dupla Câmara De Ventrículo Direito Isolada: Relato De Caso GISELE CORREIA PACHECO LEITE, RANNA SANTOS PESSOA, RAFAEL BRUNO DIAS DE MEDEIROS DANTAS, RICARDO DOUGLAS SANTOS DE FREITAS, MARLON CESAR MELO DE SOUZA FILHO, FELLIPE LIMA NOBRE DE QUEIROZ e RUI ALBERTO DE FARIA FILHO Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Natal, RN, BRASIL - Hospital Universitário Onofre Lopes, Natal, RN, BRASIL. 39482 Transposição corrigida das grandes artérias associada a Bloqueio AV total, com apresentação clínica tardia, em homem de 45 anos. RANNA SANTOS PESSOA, ALISON WAGNER AZEVEDO BARROSO, MARLON CESAR MELO DE SOUZA FILHO, ANTÔNIO FILGUEIRA DE QUEIROZ JÚNIOR, NESTOR RODRIGUES DE OLIVEIRA NETO, CESIMAR SEVERIANO DO NASCIMENTO e FABIO MASTROCOLA Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Natal, RN, BRASIL - Hospital Universitário Onofre Lopes, Natal, RN, BRASIL. Introdução: A estenose pulmonar (EP) corresponde a cerca de 10% das cardiopatias congênitas. Pode se apresentar isolada ou associada a obstruções em nível infundibular e medioventricular. Neste último caso, caracteriza uma variação denominada Dupla Câmara de Ventrículo Direito (DCVD), cujo tratamento é cirúrgico e tem associação com Comunicação Interventricular (CIV) em 80-90% dos casos. Descrição do caso: Paciente do sexo feminino, de 05 anos de idade, em investigação para síndrome genética, assintomática, comparece ao serviço da cardiologia pediátrica com ecocardiograma realizado em 2011, evidenciando estenose de valva pulmonar com gradiente máximo de 20 mmHg, sem repercussão, e possibilidade de CIV. No seguimento, ecocardiograma realizado em 2013 evidenciou EP infundíbulo valvar leve (gradiente de 16 mmHg) e imagem sugestiva de DCVD e CIV. Solicitado Angiotomografia Cardíaca, afastado a CIV e confirmado a DCVD isolada. Fez-se orientação sobre a terapêutica e o seguimento. Atualmente a paciente encontra-se assintomática e em acompanhamento multidisciplinar. Conclusões: O ecocardiograma e a Angiotomografia cardíaca são exames de grande valia no diagnóstico da DCVD, principalmente em termos de diagnóstico diferencial, pois no ecocardiograma pode-se confundir o jato sistólico da CIV com aquele da banda muscular anômala da DCVD, levando a não diagnóstico da DCVD. Os exames definidores do diagnóstico dessa cardiopatia são peça chave no estabelecimento de sua conduta e seguimento. Introdução: A transposição corrigida das grandes artérias (TCGA) é uma forma de doença cardíaca rara, sendo responsável por 0,5-1,4% das cardiopatias congênitas. É caracterizada pela discordância atrioventricular e entriculoarterial simultâneas. Os átrios estão normoposicionados, mas o átrio direito (AD) drena para o ventrículo esquerdo morfológico, mas que se encontra à direita e que ejeta o sangue para a circulação pulmonar, já o átrio esquerdo drena para o ventrículo direito morfológico (VD) que encontra-se à esquerda e ejeta para a circulação sistêmica. Geralmente está associada a outros defeitos cardíacos como no septo ventricular, das valvas e bloqueio átrio ventricular total (BAVT). Relato do caso: Homem 45 anos, sem comorbidades prévias conhecidas, com história de dispneia progressiva há 3 anos até ortopnéia, tosse seca e edema de membros inferiores, momento em que foi admitido no hospital com diagnóstico de Insuficiência Cardíaca descompensada. Ausculta cardíaca com B2 hiperfonética em Foco Tricúspide(FT), sopro sistólico em foco mitral, FT e pulmonar, pressão arterial 100x60mmHg. Sinais de congestão hepática e pulmonar. Edema de membros inferiores. Eletrocardiograma com BAVT com escape de QRS estreito. Ecocardiograma mostrou TCGA com VD sistêmico aumentado, apresentando disfunção sistólica global e insuficiência tricúspide importantes. Angiotomografia de tórax com aumento de área cardíaca, arco aórtico à direita e agenesia ou obstrução antiga do segmento proximal da artéria subclávia esquerda. Evoluiu com melhora após tratamento com Furosemida e Espironolactona Submetido a implante de marca-passo bicameral (eletrodos em AD e no Ventriculo à direita) com compensação do quadro. Seguiu ambulatorialmente, assintomático, em uso de Enalapril e Carvedilol, mantendo-se em classe funcional I. Conclusões: A sobrevida de pacientes com TGGA é rara especialmente acima dos 50 anos (30%), tanto pela sobrecarga instalada no VD ao longo dos anos como pelas demais alterações cardíacas que podem estar associadas, ausentes neste caso. A ocorrência de arritmias, incluindo BAVT, é um dos fatores de piora clínica e óbito nestes pacientes, e está associada ao deslocamento do nó atrioventricular da posição habitual; ou ainda à fibrose do sistema de condução. Descrevemos o caso de uma cardiopatia congênita rara com diagnóstico tardio, por insuficiência cardíaca e BAVT, em que poucos pacientes sobrevivem a essa idade. 39487 39492 Impacto da Realização De Prova Isquêmica Na Taxa De Readmissão Na Unidade De Dor Torácica Em Pacientes De Baixo E Moderado Risco Registro De Dor Torácica De Um Hospital do Espirito Santo Usando Diferentes Escores de Risco EDUARDO ROQUE, FATIMA CRISTINA MONTEIRO PEDROTI, FERNANDA BENTO DE OLIVEIRA, MARCOS VIANNA VESCOVI JUNIOR, BIANCA DADALTO, CAROLINA FREITAS BORLOT, ELIANE MARIA, ANDRE SOUZA BRANDÃO e ANTENÓRIO AIOLFI EDUARDO ROQUE, BIANCA DADALTO, ANDRE SOUZA BRANDÃO, MARCOS VIANNA VESCOVI JUNIOR, ANTENÓRIO AIOLFI, CAROLINA FREITAS BORLOT, FERNANDA BENTO DE OLIVEIRA, ELIANE MARIA e FATIMA CRISTINA MONTEIRO PEDROTI HOSPITAL METROPOLITANO, SERRA, ES, BRASIL. HOSPITAL METROPOLITANO, SERRA, ES, BRASIL. Objetivo: Avaliar o impacto da realização do teste de esforço na ocorrência de readmissões em 30 dias por dor torácica em pacientes avaliados como baixo ou intermediário risco de morte. Métodos: Avaliamos 506 pacientes em que foi aberto protocolo de dor torácica de abril à dezembro de 2014. Os dados foram coletados em software desenvolvido na instituição e os pacientes foram contactados em 30 dias após o atendimento. Analisamos características basais, antecedentes pessoais, modalidade de apresentação da SCA, alterações eletrocardiográficas. Os pacientes de alto risco, com dor definitivamente não anginosa e os casos em que o protocolo foi cancelado foram excluídos. Os pacientes foram divididos em dois grupos – entre aqueles que realizaram prova isquêmica antes da alta hopitalar e aqueles em que receberam alta para avaliação functional posterior. Resultados: Em 98 pacientes foi realizado avaliação isquêmica antes da alta hospitalar e 408 pacientes receberam alta com orientação para avaliação posterior. No grupo que fez prova isquemica ainda na internação havia um percentual maior de pacientes com hipertensão arterial (53% x 35% - p <0,001) , dislipidemia (43% x 26,7% - p <0,05) e doença do refluxo gastro esofágico (27% x 10,7% - p 0,04). Os pacientes que fizeram algum avaliçnao de isquemia retornaram ao pronto Socorro em função de dor torácica em apenas 4% dos casos e os pacientes que receberam alta para reavaliação posterior retornaram em 29,4%. Conclusão: Por meio deste registro encontramos um aumento importante da taxa de readmissões precoces no departamento de emergência para os pacientes que recebem alta sem avaliação funcional. Esta elevada taxa de readmissão implica em elevados custos e sobrecarga de serviços de urgência. Objetivo: Descrever as características de pacientes em que foi aberto protocolo de dor torácica, identificando-se suas caracteristicas básicas e a mortalidade em 30 dias. Métodos: Avaliamos 1090 pacientes em que foi aberto protocol de dor torácica de abril à dezembro de 2014. Analisamos características basais, antecedentes pessoais, modalidade de apresentação da SCA, medicamentos de uso prévio, TIMI risk e Grace Risk. Os pacientes foram divididos em grupos conforme a avaliação inicial em baixo risco de morte(BR-598pacientes), risco intermediário(RI-208pacientes) e alto risco(AR284pacientes). Resultados: A idade foi significativamente diferente nos 3 grupos, BR(41,9±13,8), RI(53,8±13,6) e AR(58,8±16,4). O percentual de pacientes do sexo masculino foi respectivamente foi 48%(BR) 52%(RI) e 53% (AR). A prevalência de HAS foi 30,6%(BR) 72%(RI) e 80%(AR). A Prevalência de DM foi 45,1%(RI) e 27%(AR). A prevalência de dislipidemia foi foi 14%(BR), 66,3%(RI) e 61,6%(AR). A prevalência de tabagismo foi 5,8%(BR), 12,5%(RI) e 123%(AR). A prevalência de sedentarismo foi 39,2%(BR), 70,2%(RI) e 69,3%(AR). O percentual de pacientes em uso de AAS na apresentação foi 10%(BR), 31,7%(RI) e 41%(AR). Os pacientes do grupo BR foram classificados de acordo com TIMI (90.7% baixo risco(br), 8% risco intermediário(ri) e 1.3% alto risco(ar)), no grupo RI (35%(br), 61,5%(ri) e 2,5%(ar)) e no grupo AR (17%(br), 38%(ri) e 43%(ar)). Quando classificados com Grace o grupo BR ( 95.8% baixo risco morte em 30 dias e 4,2% como risco intermediário). No grupo Intermediário risco (85% com baixo risco e 15% com risco intermediário) e no grupo de Alto risco (baixo risco 39.6%, intermediário 37.4% e alto risco 23%). A mortalidade em 30 dias foi 0.8% no grupo de baixo risco, 2,4% no grupo de risco intermediário e 5,2% no grupo de alto risco. Conclusão: Por meio deste registro apresentamos uma descrição de pacientes que foram estratificados por dor torácica, avaliando características demográficas com diferentes métodos de estratificação de risco pelos escores mais usados atualmente. A mortalidade encontrada encontra-se dentro da esperada pelos registros Internacionais. Arquivos Brasileiros de Cardiologia - Volume 105, Suplemento 2, Setembro 2015 7 Resumos Temas Livres - Cardiologia 39495 39496 Eficácia do Protocolo de Prevenção de Nefropatia Em Pacientes Submetidos a Cineroronarioangiografia Dextrocardia, Situs Inversus Cardíaco e Abdominal, e Transposição Corrigida Das Grandes Artérias: diagnóstico por imagem de dardiopatia complexa EDUARDO ROQUE, BIANCA DADALTO, ANDRE SOUZA BRANDÃO, FERNANDA BENTO DE OLIVEIRA, CAROLINA FREITAS BORLOT, ELIANE MARIA, MARCOS VIANNA VESCOVI JUNIOR, ANTENÓRIO AIOLFI e FATIMA CRISTINA MONTEIRO PEDROTI GISELE CORREIA PACHECO LEITE, LEANY FARIAS DE MEDEIROS, RAFAEL BRUNO DIAS DE MEDEIROS DANTAS, LUCIANA MEDEIROS BEZERRA DE MELO, RUI ALBERTO DE FARIA FILHO e ITAMAR RIBEIRO DE OLIVEIRA HOSPITAL METROPOLITANO, SERRA, ES, BRASIL. CENARIO: A ocorrência de lesão renal aguda implica em piora importante do prognóstico em pacientes submetidos a exames contrastados. Objetivo: Avaliar a eficácia de protocolo de prevenção para nefropatia por contraste em diminuir a ocorrência de lesão renal aguda e necessidade de hemodiálise. Métodos: Estudo coorte, com dados coletados no banco de dados da instituição, onde avaliamos a eficácia de protocolo de prevenção para nefropatia por contraste em diminuir a ocorrência de lesão renal aguda e necessidade de hemodiálise. O protocolo avalia o risco de lesão renal aguda e preconiza a infusão de solução de 150ml de bicarbonato de sódio a 8,4% diluídos em 850ml de água destilada nos pacientes de risco intermediário ou maior. Usa-se 3ml/kg 1 hora, da solução bicarbonatada, antes do procedimento e manutenção 1ml/kg/h até o término da infusão. Nós avaliamos 416 pacientes entre junho 2011 e dezembro de 2013. Os pacientes foram classificados como risco baixo (206), intermediário (117), alto (52) e muito alto (41) de desenvolver lesão renal aguda. Os dados analisados são de exames para diagnóstico e terapêuticos. Foi analisado a creatinina no dia do procedimento e 48h depois. Resultados: A incidência de lesão renal aguda era esperada em 69 pacientes e ocorreu em 14 pacientes (p<0,0001) e necessidade de hemodiálise esperava-se em 9 pacientes e ocorreu em 2 casos (p<0,0001). Conclusão: O protocolo de prevenção de nefropatia com solução usando bicarbonato de sódio a 8,4% foi efetivo em reduzir a ocorrência esperada de lesão renal aguda e hemodiálise. Introdução: A incidência da dextrocardia associada a situs inversus (SI) na população em geral é de 1:10.000 em nascidos vivos e de somente 1:900.000 na população adulta. A transposição corrigida das grandes artérias (TCGA) é uma malformação cardíaca rara, com incidência anual de cerca de 1/33.000 nascidos-vivos, representando aproximadamente 0,05% das malformações cardíacas congênitas. Descrição do caso: Paciente com um ano e nove meses de idade, tendo diagnóstico prévio de Dupla Via de Saída do Ventrículo direito + Situs solitus em dextroposição, foi admitido em unidade de terapia intensiva (UTI) em instabilidade hemodinâmica, taquicárdico (FC=160 bpm), com cianose importante (Sat O2 = 30%), desidratação grave, hiporreatividade e sonolência. Diagnosticado infecção respiratória e gastrointestinal, recebeu cuidados intensivos, com posterior estabilidade hemodinâmica. Realizado Ecocardiograma e evidenciado SI abdominal, SI cardíaco com levocardia, Comunicação Interatrial Tipo Seio Venoso Superior ampla, Comunicação Interventricular de via de Entrada ampla, Atresia Pulmonar com os grandes vasos da base em transposição, Canal arterial patente amplo e disfunção biventricular. Diagnóstico confirmado por exame tomográfico. Evoluiu com melhora clínica com a antibioticoterapia, chegando a ter Sat O2 de 89%. Repetido Ecocardiograma, após 14 dias da hospitalização, evidenciado melhora da contratilidade e dinâmica cardíaca, e ausência de sinais de endocardite. O lactente evoluiu com picos febris e cianose importante (Sat O2 de 30-35%), sendo encaminhado para hemodinâmica. Identificado estenose grave no local de anastomose do Canal Arterial com a artéria pulmonar, sendo implantado stent neste local, com melhora significativa (saturação periférica final 70%). Houve persistência da febre e aparecimento de rash cutâneo eritematoso difuso. Exames laboratoriais e sorologias aventaram possibilidade de quadro viral. Recebeu suporte medicamentoso, recebendo alta hospitalar no 6º dia pós-implante de stent, com significativa melhora clínica. Conclusão: Relata-se caso raro de associação de cardiopatias incomuns, diagnosticadas por exames de imagens não invasivos, que permitiu adequado manejo terapêutico, melhorando o prognóstico do paciente. 39497 39500 Frequência cardíaca de recuperação e qualidade de vida em pacientes com insuficiência cardíaca Coarctação da Aorta fetal com repercussão hemodinâmica: Shelf Aórtico neonatal LUCIANA BATISTA SANTOS, LAYANA MARQUES DE OLIVEIRA, GENTIL GOMES DA FONSECA FILHO, RUDOLFO HUMMEL GURGEL VIEIRA, IVAN DANIEL BEZERRA NOGUEIRA e PATRICIA A. M. S. NOGUEIRA UFRN, natal, RN, BRASIL. Introdução: A recuperação da frequência cardíaca (RFC) tem sido apontada como uma ferramenta valiosa na avaliação da resposta vagal pós-exercício, sendo relacionada com o prognóstico do paciente. No entanto, a literatura carece de pesquisas a respeito da RFC e qualidade de vida. Objetivo:Correlacionar a RFC com a qualidade de vida de pacientes com insuficiência cardíaca submetidos ao teste da caminhada de seis minutos (TC6M). Materiais e Métodos: O presente estudo trata-se de um estudo observacional do tipo analítico transversal, onde os pacientes eram submetidos a dois TC6M e respondiam ao questionário de qualidade de vida Minnesota. Os TC6M foram desenvolvidos de acordo com a recomendação da American ThoracicSociety. O questionário de Minnesota é composto por x questões, com escores variando de 1 a 5, em que 1 representa a melhor qualidade de vida e 5 a pior. A RFC foi realizada subtraindo-se a frequência cardíaca (FC) imediatamente ao final do TC6M e a FC após o 1º e o 2º minuto pós TC6M. Análise Estatística: Para a análise estatísica utilizou-se o programa SPSS versão 20.0. Os resultados foram expressos em média e desvio-padrão. Empregou-se o teste de correlação de Pearson para as correlações entre RFC e qualidade de vida, com nível de significância inferior à 5% e intervalo de confiança de 95%. Resultados: A amostra foi composta por 25 pacientes (60,2 ± 16,2 anos). Verificou-se correlação entre o Minnesota e a RFC no 1º e 2º TC6M (r=-0,3, p=0,1 e r=-0.5, p=0,02*; respectivamente). Houve ainda correlação entre RFC e distância percorrida no TC6M no 1º e 2º teste (r=0,5, p=0,02* e r=0,3, p=0,1; respectivamente). Conclusão: Os resultados evidenciaram relação entre a RFC e a qualidade de vida, quanto maior a RFC melhor a qualidade de vida. Evidenciaram ainda associação entre a distância percorrida no TC6M e a RFC, quanto maior a distância percorrida no TC6M maior a RFC. 8 Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Natal, RN, BRASIL - Hospital Universitário Onofre Lopes, Natal, RN, BRASIL. Arquivos Brasileiros de Cardiologia - Volume 105, Suplemento 2, Setembro 2015 GISELE CORREIA PACHECO LEITE, TASSILA GOMES MAIA, BEATRIZ FERREIRA DIAS XAVIER, ALINE GOBETT CARDOSO FELICIANO, KAIO CESAR AMARAL NOGUEIRA E SILVA, PEDRO HENRIQUE MIRANDA CAMPOS e NATHÁLIA MARTINS ALVES Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Natal, RN, BRASIL - Maternidade Escola Januário Cicco, Natal, RN, BRASIL - Hospital Universitário Onofre Lopes , Natal, RN, BRASIL. Introdução: A coarctação da aorta (CoAo) no período neonatal pode ter mortalidade significativa, especialmente se houver lesões intracardíacas associadas. O diagnóstico fetal é difícil, sendo chamado de “calcanhar de Aquiles” da ecocardiografia fetal (ECOF), especialmente nos casos menos graves. Apenas uma pequena proporção relativa dos casos detectados no feto podem ser tipo CoAo shelf , apresentada como baixo risco para CoAo na infância tardia. Descrição do caso: Gestante de 15 anos de idade, peso 44 kg, estatura 1,46 m, hospitalizada em Maternidade pública de referência devido apresentar dor em baixo ventre e exames ultrassonográficos evidenciarem oligoâmnio e cardiomegalia. Encaminhada para ECOF com 35 semanas e 03 dias de idade gestacional (IG). O exame foi realizado com grande dificuldade técnica, estando a gestante apresentando contrações abdominais, revelando apenas a cardiomegalia, com aumento do diâmetro da artéria pulmonar e golf ball. Orientado controle ecocardiográfico que ocorreu 7 dias após, evidenciando CoAo com importante repercussão hemodinâmica, cardiomegalia com aumento de câmaras cardíacas direitas, dilatação de artéria pulmonar e aorta descendente, hipertrofia ventricular direita, ducto arterioso com fluxo turbulento e aumento da velocidade sistólica, e lâmina pericárdica. Houve interrupção da gestação no dia seguinte, devido ultrassom obstétrico evidenciar oligoâmnio severo. O neonato pesou 1,880 kg, apresentou APGAR 8/9 e dispneia leve. Ecocardiograma no 2° dia de vida evidenciou: Shelf Aórtico, com fluxo anterógrado laminar na aorta descendente, sem ocasionar gradiente local; forame oval patente; dilatação de átrio direito, aumento e hipertrofia ventricular direita, insuficiência mitral mínima e função sistólica e diastólica biventricular preservada. Evoluiu com icterícia (2+/4+), tendo sido submetido à fototerapia no 3° dia de vida. Recebeu alta hospitalar no 7° dia de vida, em excelentes condições clínicas, sendo orientado segmento na pediatria geral e na cardiologia pediátrica. Conclusões: A CoAo permanece como diagnóstico difícil no pré-natal, principalmente em suas formas leves, como no caso relatado. O diagnóstico precoce é fundamental para programação clínica e terapêutica e influência positiva no prognóstico do paciente. Mesmo nas formas brandas, como o shelf, orienta-se seguimento ecocardiográfico, pois alguns casos podem evoluir para CoAo na fase adulta. Resumos Temas Livres - Cardiologia 39509 Diagnóstico fetal de Anomalia de Ebstein forma severa GISELE CORREIA PACHECO LEITE, KAIO CESAR AMARAL NOGUEIRA E SILVA, SANDREGENES MAIA REGO, NATHÁLIA MARTINS ALVES, PEDRO HENRIQUE MIRANDA CAMPOS, MARIANA COELHO COSTA e MARIA ALETSANDA PEREIRA DE OLIVEIRA Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), Natal, RN, BRASIL - Universidade Potiguar (UnP), Natal, RN, BRASIL - Instituto de Cardiologia de Natal (Center Prev), Natal, RN, BRASIL. 39510 Paciente jovem com infarto do miocárdio evoluído associado ao uso excessivo de termogênico e suplemento de cafeína. ANTÔNIO JOSÉ BRITO LESSA, ANA CLÁUDIA PEREIRA PINTO SOLANO VALE, CARLOS VINICIUS DE QUEIROZ BAPTISTA, FRANCISCO DE ASSIS MACHADO FILHO, FABIO MASTROCOLA, PATRÍCIA BASTOS DE AGUIAR MARTINS COS e CLÓVIS AUGUSTO DE MIRANDA NETO Hospital do Coração, Natal, RN, BRASIL. INTRODUÇÃO: A anomalia de Ebstein (AE) é uma cardiopatia incomum, com incidência de 1,0/ 200.000 nascidos vivos. É uma das malformações cardíacas de pior prognóstico durante a vida fetal. No período neonatal, a mortalidade é de cerca de 50% dos casos seguindo a história natural. DESCRIÇÃO DO CASO: Gestante de 35 anos de idade, GI P0A0, compareceu a exame de ecocardiograma fetal (ECOF), com idade gestacional (IG) de 23 semanas e 05 dias, devido ultrassonografia (USG) obstétrica com 23 semanas de IG evidenciar alteração em átrio direito e suspeita de hipoplasia de ventrículo esquerdo. A gestante tinha 04 USG obstétricas prévias, sem alteração cardiológica, com IG entre 05 e 20 semanas. Negava consanguinidade e doenças maternas. História paterna de arritmia. USG obstétrico com 12 semanas de IG evidenciava translucência nucal de 2,7 mm. ECOF evidenciou: valva tricúspide displásica, com deslocamento apical de 13,0 mm, caracterizando AE; insuficiência tricúspide importante e cardiomegalia. Realizada as orientações com relação ao diagnóstico, seguimento e prognóstico. ECOF com 26 semanas e 06 dias de IG revelou cardiomegalia significativa com dilatação importante de câmaras cardíacas direitas. Com 31 semanas de IG o ECOF evidenciava cardiomegalia severa com compressão das câmaras esquerdas pelas câmaras direitas, dilatação sacular moderada-importante do ducto arterioso com fluxo reverso pelo mesmo, comunicação inter atrial Ostium Secundum ampla, déficit na contratilidade do ventrículo direito funcional e importante ascite. USG obstétrica desta mesma data (31 semanas de IG) evidenciou redução do crescimento intrauterino, cardiomegalia significativa, ascite e hidrocele fetal bilateral. Foi indicada a interrupção da gestação. Neonato com APGAR 8/9, pesando 1,385 kg, apresentou dispneia, cianose e cardiomegalia significativa ao Raio-X de tórax logo após o nascimento. Admitido em unidade de terapia intensiva neonatal, iniciado suporte inotrópico, evoluiu a óbito no 4° dia de vida. CONCLUSÕES: Descreve-se caso de cardiopatia rara com apresentação grave e evolução desfavorável. Destaca-se aqui a importância do ECOF em avaliar a estabilidade hemodinâmica durante a vida intrauterina, permitindo acompanhamento, tratamento e indicação de interrupção da gestação para terapêutica neonatal, quando necessária. O diagnóstico pré-natal é extremamente valioso também para oferecer ao pediatra condições de atendimento ideais a esses neonatos, a partir da realização do parto. Introdução:O infarto do miocárdio (IM) em pacientes jovens e sem associação com o principal fator de risco (FR):o tabagismo é raro.A Dislipidemia,história familiar,Trombofilia e o uso de cocaína são outros FR relevantes.A associação com termogênicos sem efedrina é pouco descrita na literatura.Descrição do Caso:Paciente masculino,31 anos,ex-promotor de vendas de suplementos.Treina regularmente musculação e Jiu Jitsu (JJ).Nega uso de anabolizantes,tabagismo,Diabetes Mellitus,Dislipidemia.Nega história familiar de Trombose Venosa,IM,Acidente Vascular Cerebral.Fez uso esporádico de cocaína durante 03 meses sem apresentar dor torácica (DT) e estava abstêmico há 09 meses do dia da internação (DI).No período de 01 mês que antecedia uma competição de JJ,06 meses antes do DI,o paciente iniciou o uso de Caffeine Black Jack® com cada cápsula contendo 210mg de cafeína e a orientação do fabricante de usar no máximo 02 cápsulas/dia+Ripped Fire® com cada cápsula contendo 11mg de cafeína e a recomendação do fabricante de usar no máximo 04 cápsulas/dia. O mesmo tomava 03 cápsulas de cada composto 03 vezes/dia para ter mais energia para treinar e para perder peso A dose recomendada de cafeína é de 400mg/dia.Relata que inicialmente durante os treinos de JJ,apresentava palpitações e dispnéia,mas após 20 dias durante um treino de JJ apresentou DT atípica,diaforese,palpitações e dispnéia aos médios esforços.Após esse episódio,suspendeu o uso desses compostos.O paciente teve o diagnóstico de Hipertensão Arterial Sistêmica há 01 mês do DI.Veio encaminhado ao pronto-socorro do nosso serviço após realizar ecocardiograma trans-torácico que mostrou acinesia do ápice+FE=55%(Simpson)+trombo móvel aderido em ápice.Na admissão estava assintomático e com exame físico normal. ECG com ritmo sinusal e área eletricamente inativa antero-septal,Radiografia Tórax normal.Exames laboratoriais normais.Fez Cineangiocoronariografia que mostrou lesão única de 40% em 1/3 médio de artéria Descendente Anterior sugestiva de trombo intra luminal.Demais coronárias sem lesões.O paciente foi anticoagulado com Marevan e otimizado tratamento para cardiopatia isquêmica.Sendo liberado com orientação para ir ao hematologista para pesquisar trombofilia.Conclusões:Em pacientes jovens e com IM é importante considerar FR não tradicionais como o uso abusivo de suplementos e termogênicos.No caso relatado,o excesso na ingestão de cafeína nos parece a etiologia mais provável para o IM. 39513 39518 Evolução atípica para forma obstrutiva grave em adolescente com Miocardiopatia Hipertrófica Perfil de morbidade de cardiopatias valvares em serviço ambulatorial especializado no Hospital Universitário Onofre Lopes (HUOL) ANTÔNIO FILGUEIRA DE QUEIROZ JÚNIOR, MARIANA MANCEBO REID, ANA CLÁUDIA MORAES MEDEIROS, ISABELA SACILOTTO, NESTOR RODRIGUES DE OLIVEIRA NETO e FABIO MASTROCOLA RANNA SANTOS PESSOA, DANIEL FERNANDES MELLO DE OLIVEIRA, LUANA LOPES DE MEDEIROS, MARLON CESAR MELO DE SOUZA FILHO, MARIA SARA GONÇALVES SANTIAGO e ISABELA SACILOTTO Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Natal, RN, BRASIL. Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Natal, RN, BRASIL - Hospital Universitário Onofre Lopes, Natal, RN, BRASIL. Introdução: Cardiomiopatia hipertrófica (CMH) é doença genética definida por hipertrofia ventricular esquerda (HVE), não associada à dilatação da câmara, nem a outra condição capaz de causá-la. Em atletas e jovens menores de 25 anos, é a principal causa de morte súbita. A HVE mais notadamente se desenvolve durante o estirão de crescimento puberal, sendo incomum no adulto.Todavia, a progressão para a forma obstrutiva grave é observada de maneira insidiosa. Relato: N.l.G.S., 16 anos, masculino, pardo, estudante, natural de São Paulo/SP, procedente de Natal/RN, com antecedente de sopro cardíaco desde o nascimento. A partir dos 7 anos, apresenta dispnéia progressiva aos esforços, dispneia paroxística noturna e palpitações recorrentes. Ecocardiograma transtorácico (ECOTT) aos 9 anos mostra hipertrofia moderada da porção média do septo interventricular (SIV), medindo 15mm. Feito o diagnóstico de cardiomiopatia hipertrófica (CMH), foi iniciado Atenolol e mantido seguimento clínico com ECOTT anual. Aos 13 anos, iniciou queixa de dor torácica em pontada e síncopes precedidas por tontura e turvação visual, por vezes relacionados ao esforço físico. Novo ECOTT apresentou aumento SIV de 37 mm e obstrução subaórtica com gradiente transaórtico máximo de 36 mmHg, além de discreta insufuciência mitral. Aos 16 anos, procurou ambulatório de cardiologia do HUOL por síncopes frequentes e piora dos sintomas de insuficiência cardíaca. Realizado Holter 24h, sem evidência de arritmias significativas e novo ECOTT com SIV de 46 mm e gradiente transaórtico de 114 mmHg. Avô materno faleceu aos 49 anos por morte súbita e tio materno é portador de miocardiopatia hipertrófica. Diante deste cenário, foi implantado Cardiodesfibrilador Implantável como profilaxia primária de morte súbita e aguarda terapia para redução do SIV. Conclusão: A MCPH pode evoluir rapidamente para quadros obstrutivos graves na adolescência. Assim o seguimento regular, com reavaliação de sintomas e aspectos do ECOTT, se mostra de grande importância, visto que nesse período o SIV tem maior crescimento. A partir destes dados pode-se estimar o prognóstico do paciente portador de MCPH e definir mais precocemente o momento ideal para indicar intervenção, seja o implante de CDI ou terapêutica específica para redução do SIV, terapias que mudam a história natural desta afecção. Introdução: Apesar de não serem consideradas as doenças de mais alto impacto para a saúde pública, as cardiopatias valvares (CV) representam causas importantes de morbimortalidade. A febre reumática (FR) é a principal causa de CV nos países em desenvolvimento, incluindo o Brasil, onde ela responde por 70% dos casos. Nos países desenvolvidos, as principais causas são processos degenerativos ou inflamatórios. As CV têm grande impacto sobre as atividades laborais e a qualidade de vida dos pacientes acometidos e, por isso, é preciso compreender em que populações elas são mais frequentes e quais as suas principais causas. Métodos:< a name=”h.gjdgxs”> O presente estudo se baseou na avaliação de todos os pacientes acompanhados em um serviço de referência em valvopatias do Hospital Universitário Onofre Lopes, Natal-RN, no período de fevereiro de 2013 a março de 2015. Os dados coletados foram tabulados em uma planilha do Excel, e foram calculados os percentuais referentes à frequência de cada tipo de valvopatia e suas respectivas etiologias. Resultados: Foram acompanhados 87 pacientes. Desses, 34,5% eram do gênero masculino e 65,5% do gênero feminino, com uma média de idade de 51±19 anos. Com relação ao tipo de valvopatia, 32,18% dos pacientes eram portadores de Insuficiência Mitral (32,14% por FR, 14,28% por endocardite infecciosa (EI), 3,57% por ruptura de cordoalha, 3,57% por cardiomiopatia hipertrófica, 3,57% por miocardiopatia dilatada e 3,57% de origem isquêmica); 32,18% de Estenose Mitral (60,71% por FR); 24,14% de Estenose Aórtica (14,28% por FR e 14,28% de origem degenerativa); 12,64% de cardiopatias congênitas; e 10,34% de Insuficiência Aórtica (44,44% por EI, 11,11% por FR e 22,22% por ectasia de aorta). Houve um missing de 4 casos. A prevalência de fibrilação atrial no total de pacientes foi de 17,24%, sendo a maior frequência dessa condição nos pacientes portadores de Estenose Aórtica (19,05%). Conclusões: O ambulatório em questão é o único serviço especializado em valvopatias em todo o estado no Rio Grande do Norte, permitindo que os pacientes mantenham acompanhamento clínico regular. Os resultados corroboram a predominância da febre reumática como principal etiologia das valvopatias, principalmente em indivíduos jovens, enfatizando a necessidade de políticas públicas que atuem sobre a prevenção de infecções estreptocócicas. Arquivos Brasileiros de Cardiologia - Volume 105, Suplemento 2, Setembro 2015 9 Resumos Temas Livres - Cardiologia 39526 39561 Valvoplastia percutânea de prótese mitral em portador de cardiomiopatia isquêmica descompensada EDUARDO ANTONIO AYREMORAES BATISTA, LUAM VIEIRA DE ALMEIDA, ILANNE SARAIVA DE ARÊA LEÃO COSTA, JÚLIO CÉSAR AYRES FERREIRA FILHO, VICTOR LIRA RIBEIRO GONÇALVES DE CARVALHO e NATHALIA BONFOGO HOSPITAL BENEFICÊNCIA PORTUGUESA, São Paulo, SP, BRASIL - CIRCC, Rio de Janeiro, RJ, BRASIL. HPS, masculino, 62 anos, hipertenso, diabético, dislipidêmico, doença pulmonar obstrutiva crônica, portador de insuficiência renal moderada (Clearence creatinina 36), cirurgia de revascularização miocárdica há 13 anos, angioplastia coronariana prévia com stent e troca valvar mitral com implante de prótese biológica há 7 anos, deu entrada com queixa de dispnéia aos pequenos esforços que progrediu para dispnéia em repouso (CF IV - NYHA). Ao exame físico, o paciente encontrava-se algo confuso, hipocorado, bastande emagrecido, dispnéico e com notável desconforto respiratório. Sinais vitais: PA 100x60mmHg, FC 85bpm, SO2 85%, FR 35 irpm. Ritmo cardíaco regular em 3 tempos com B3 e sopro diastólico em foco mitral. Internado em UTI e iniciada infusão de dobutamina e diuréticos com melhora clínica relativa em 24h. Realizou ecocardiograma que evidenciou disfunção do ventrículo esquerdo (VE) com fração de ejeção de 33%, aumento átrio esquerdo (AE 49mm), prótese mitral biológica espessada com pouca mobilidade gerando estenose mitral (EM) moderada a grave com área valvar 0,8cm², gradiente médio AE-VE de 18mmHg, pressão de artéria pulmonar (PSAP) 55mmHg . Devido as comorbidades e escore de risco (EUROSCORE II 59%) extramente elevado, indicou-se realização de valvoplastia de prótese biológica em posição mitral. Procedimento realizado com cateter balão pela técnica de Inoue, procedendo-se a insuflação do mesmo com 26mm, obtendo-se como resultado gradiente diastólico de 3mmHg, área valvar de 1.5cm² e melhora clínica exuberante (CF II). Recebeu alta 2 dias após o procedimento e na evolução ambulatorial, 1 mês após o procedimento, encontra-se estável do ponto de vista funcional (CF II). Conclusão: No caso em questão a indicação do procedimento percutâneo de valvoplastia foi a modalidade terapêutica de escolha devido ao alto risco cirúrgico, a despeito da pouca experiência da literatura médica no que tange a dilatação de próteses biológicas em posição mitral. Vale ressaltar e significativa melhora clínica obtida com o procedimento. Bloqueio Átrio Ventricular Total: do diagnóstico fetal ao neonatal GISELE CORREIA PACHECO LEITE, TASSILA GOMES MAIA, BEATRIZ FERREIRA DIAS XAVIER, ALINE GOBETT CARDOSO FELICIANO, KAIO CESAR AMARAL NOGUEIRA E SILVA, MELINA TERTULINO DE LIMA e GUSTAVO GOMES TORRES Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Natal, RN, BRASIL - Maternidade Escola Januário Cicco, Natal, RN, BRASIL - Hospital Universitário Onofre Lopes , Natal, RN, BRASIL. Introdução: O bloqueio átrio ventricular total (BAVT) corresponde a um dos distúrbios mais graves do ritmo cardíaco fetal, ocorrendo em 1,0/20.000 neonatos. Descrição do caso: Gestante de 28 anos idade, G2P1A0, compareceu para ecocardiograma (ECO) fetal, em Hospital Universitário com 37 semanas e 4 dias de idade gestacional (IG), sendo evidenciado: BAVT, com frequência atrial de 101-120 batimentos por minuto (bpm) e frequência ventricular de 49-71 bpm; aumento leve de câmaras cardíacas direitas, hipertrofia ventricular direita e lâmina pericárdica. Foi encaminhada para ambulatório da cardiologia fetal do Hospital Universitário, sendo atendida após 05 dias do ECO. Antecedente materno de há 02 anos ser diagnosticado Artrite Reumatoide, estando em uso de prednisona desde então; e 04 ECOs fetais realizados em outro serviço com diagnóstico de BAVT, sem alteração cardíaca estrutural, sendo o 1° realizado com 24 semanas de IG. A gestante recebeu orientação quanto ao diagnóstico, evolução e conduta diante da patologia fetal, sendo orientado seguimento no pré-natal do alto risco e na cardiologia fetal e pediátrica. Evoluiu para parto cesariano às 39 semanas e 4 dias de IG: neonato APGAR 9/9, peso 2.720 kg, frequência cardíaca (FC) de 90 bpm ao nascer. Eletrocardiograma do 1º dia de vida: BAVT com QRS estreito e FC de 60 bpm. Após 02 dias evoluiu com dispneia, piora da bradicardia (FC: 55-96 bpm) e da perfusão tecidual, sendo iniciado suporte inotrópico. Avaliado pela eletrofisiologia, indicado implante de marcapasso. Após 05 dias realizou ECO que constatou BAVT e Comunicação Interventricular Muscular Apical mínima. Submetido a cirurgia de implante de marcapasso ventricular epicárdico definitivo, com FC 110 e limiar 0,8, no 14° dia de vida. ECO no 1° pós-operatório evidenciou: CIV muscular mínima, função sistólica biventricular preservada e ausência de derrame pericárdico. Evolui estável, com ferida operatória sem sinais flogísticos, recebendo alta hospitalar no 5° pós operatório, com 19 dias de vida, e orientação de seguimento ambulatorial na pediatria geral e na cardiologia pediátrica. Conclusões: Descreve-se caso de BAVT fetal, com boa evolução no período neonatal após implante de marcapasso definitivo. O BAVT é uma condição rara em fetos, e a sua detecção durante o período intrauterino é importante para monitoração, seguimento e intervenção do feto e da gestante, possibilitando melhor prognóstico e sobrevida do neonato após o nascimento. 39565 Primeira amostra de Ecocardiogramas pediátricos realizados em Hospital Universitário do Rio Grande Norte GISELE CORREIA PACHECO LEITE, FILIPE MARINHO PINHEIRO DA CAMARA, KAIO CESAR AMARAL NOGUEIRA E SILVA e TASSILA GOMES MAIA Universidade Federal do Rio Grande do Norte , Natal, RN, BRASIL - Maternidade Escola Januário Cicco, Natal, RN, BRASIL - Hospital Universitário Onofre Lopes, Natal, RN, BRASIL. Introdução: As cardiopatias congênitas (CC) constituem-se no principal grupo de causas de óbito infantil: o seu diagnóstico precoce é fundamental. Neste contexto, o ecocardiograma (ECO) tem papel importante no seu rastreamento. Métodos: Ao iniciar o serviço de ECO pediátrico em Maternidade terciária do Hospital Universitário (HU), elaborou-se formulário ecocardiográfico padrão para levantamento das CC encontradas. Posteriormente, fez-se análise descritiva de todos os laudos dos ECO pediátricos realizados no período de 22/10/13 a 11/02/15. Os achados foram classificados conforme a idade dos pacientes, sendo esta dividida em períodos: Neonatal (Grupo I), Pós-neonatal (Grupo II) e maiores de 1 ano de idade (Grupo III). Os pacientes com mais de um exame foram considerados como apenas um diagnóstico. Resultados: Foram realizados 432 exames em 388 crianças. No Grupo I houveram 163 exames em 150 neonatos, com idade variando de 1 a 28 dias, dos quais 7 (4,3%) foram normais e 156 (95,7%) alterados. As CC mais frequentes foram: 106 (70,7%) Forame Oval Patente (FOP) e 72 (48%) Comunicação Interventricular (CIV) isolada. A frequência de CC graves foi de 18% (27). No Grupo II foram realizados 122 exames em 95 crianças, com idade variando de 29 a 353 dias, dos quais 17 (13,9%) foram normais e 105 (86,1%) alterados. As CC mais frequentes nesse grupo foram: 57 (60%) FOP, 34 (35,8%) CIV e 30 (31,6%) Persistência do Canal Arterial. A frequência de CC graves foi de 13,6% (13) nessa população. No Grupo III foram feitos 147 exames em 143 crianças, com idade média de 7,3 ± 4,6 anos, dos quais 69 (46,9%) foram normais e 78 (53,1%) alterados. As alterações mais encontradas foram: 28 (19,6%) CIV e 21 (14,7%) Prolapso de Valva Mitral. A frequência de CC graves foi de 1,4% (2) casos. Em se tratando de serviço em Maternidade terciária, o atendimento expressivo foi de neonatos. Os exames do Grupo II e III foram de pacientes neonatais que mantiveram seguimento e outros referenciados ao serviço. Conclusões: Descreve-se primeiro levantamento de CC atendidas em Maternidade terciária de HU do Estado. A partir da aplicação de formulário ecocardiográfico padrão de modo sistemático, permitindo conhecimento epidemiológico das CC no serviço de referência, pode-se estruturar um sistema de informações sobre a investigação de pacientes com cardiopatias, possibilitando melhorar a assistência e levantar dados que permitam traçar planos de seguimento clínico, terapêutico e de prevenção primária. 10 Arquivos Brasileiros de Cardiologia - Volume 105, Suplemento 2, Setembro 2015 Resumos Temas Livres - Educação Fisicia 38905 Comportamento da variabilidade da frequência cardíaca durante o treino proprioceptivo no processo de reabilitação no pós-cirúrgico de joelho EDMILSON G S JUNIOR, PRISCILLA P F COSTA, POLYANA F F LOPES, EMANUELA C FERNANDES, WELLINGTON D CAMPOS e GLEIDSON M REBOUAS Centro Universitário do Rio Grande do Norte, Natal, RN, BRASIL. INTRODUÇÃO: O Ligamento Cruzado Anterior (LCA) é um importante estabilizador primário para evitar a translação anterior da tíbia sobre o fêmur. As lesões de LCA são relatadas como as lesões mais comuns dentre os ligamentos do joelho. Sendo o objetivo principal deste estudo, analisar o comportamento da variabilidade da frequência cardíaca durante o treino proprioceptivo no processo de reabilitação no pós-cirúrgico de joelho. MATERIAL E MÉTODOS: O estudo foi do tipo descritivo com delineamento transversal e a amostra foi composta por 16 sujeitos do sexo masculino, com média de idade 29,3 + 3,8. Os sujeitos foram submetidos a exercícios com estímulos que usam o desequilíbrio provocado e controlado em cada equipamento. A mensuração da variabilidade da frequência foi através de um cardiofrequencímetro da marca POLAR RS800CX fixado ao tórax do indivíduo e o tempo de análise foi de cinco minutos (short term). O tratamento estatístico empregado foi Análise de Variância (ANOVA one way) seguido de medidas de tendência central e de dispersão. Foi utilizado um nível de significância de 95% para um erro do tipo I (p < 0,05). A significância estatística foi considerada quando p<0,05. < a>RESULTADOS: A Low Frequency aumentou significativamente e houve uma diminuição de High Frequency durante o treino proprioceptivo indicando aumento da atividade simpática e diminuição da atividade parassimpática respectivamente. CONCLUSÃO: As mudanças no controle autonômico cardíaco dado não só pela elevação da frequência dos batimentos como também pela predominância simpática no ritmo, revelam que o treino proprioceptivo pode estar causando aumento na atividade dos núcleos da base cerebral contribuindo para a sensação de insegurança que se reflete em mecanismos fisiológicos de defesa associados à descarga simpática aumentada e supressão da atividade vagal. Palavras-Chave: Propriocepção; Sistema Nervoso Autônomo; Frequência Cardíaca. Arquivos Brasileiros de Cardiologia - Volume 105, Suplemento 2, Setembro 2015 11 Resumos Temas Livres - Enfermagem 38944 38965 Barreiras e medidas facilitadoras do acesso à contracepção em adolescentes: Uma revisão de literatura ANÁLISE DAS MEDIDAS PREVENTIVAS NO DESENVOLVIMENTO DE ÚLCERAS POR PRESSÃO PARTINDO DA ESCALA DE BRADEN CRISTIANE DA SILVA COSTA, LUAN NOGUEIRA BEZERRA DE MEDEIROS, LÍBNA LAQUIS CAPISTRANO QUENTAL, ALEX-SANDRA BARBOSA DA COSTA e MARIANA PEREIRA DA SILVA ARAÚJO BELARMINO SANTOS DE SOUSA JÚNIOR, e FERNANDO HIAGO DA SILVA DUARTE Universidade Potiguar, Natal, RN, BRASIL. UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE: UFRN, NATAL, RN, BRASIL - FACULDADE ESTÁCIO DO RIO GRANDE DO NORTE, NATAL, RN, BRASIL. INTRODUÇÃO: O inicio da vida sexual geralmente se dá na adolescência, período compreendido de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS) dos 10 aos 19 anos. Tendo em vista que os métodos contraceptivos previnem uma gravidez indesejada, aborto e doenças sexualmente transmissíveis quais as principais barreiras e que medidas estão sendo adotadas para permitir o acesso a contracepção na adolescência? OBJETIVO: Identificar as principais barreiras e as medidas adotadas para facilitar o acesso ao uso da contracepção na adolescência. MÉTODO: Trata-se de uma revisão de literatura desenvolvida através de artigos selecionados nas bases de dados da Biblioteca Virtual em Saúde (LILACS e MEDLINE) no mês janeiro de 2015. A busca dos artigos deu-se através do cruzamento dos descritores saúde do adolescente and contracepção and educação em saúde, através do qual se obteve 267 artigos. Os critérios de inclusão foram artigos disponíveis, publicados nos últimos cinco anos, nos idiomas inglês, espanhol e português; apresentados na modalidade de texto completo disponível em PDF (Portable Document Format) ou eletronicamente, bem como pesquisas que respondiam ao objetivo da pesquisa. Após criteriosa análise formou-se uma amostra final de 16 artigos. RESULTADOS: As barreiras identificadas para o acesso aos métodos contraceptivos por parte dos adolescentes foi o constrangimento gerado pela forma de distribuição do método, falta de conhecimento sobre o método apropriado, material educacional inadequado, questões de gênero, má qualidade e dificuldade no acesso aos serviços de saúde. Em contrapartida, as medidas facilitadoras evidenciadas foram a criação de políticas que exijam a prestação de educação sexual e reprodutiva no ambiente escolar e fora dele, utilização das redes sociais para o compartilhamento de informações, estímulo ao diálogo familiar a respeito da sexualidade, ações que integrem a família, escola e serviços de saúde para o aconselhamento adequado. CONCLUSÕES: A atividade sexual é iniciada cada vez mais precocemente e o incentivo para utilização de métodos contraceptivos na adolescência deve vencer as barreiras educacionais e culturais. Atividades de educação em saúde sexual e reprodutiva, que integrem a família, escola e serviço de saúde mostram-se como uma importante estratégia para promover o acesso seguro dos adolescentes ao método contraceptivo mais adequado. 39432 Plano de cuidados ao paciente com insuficiência cardíaca: relato de caso ALINE DIAS BESERRA, CECILIA OLIVIA PARAGUAI DE OLIVEIRA, NILBA LIMA DE SOUZA, NICLECIA CARLA PEREIRA DA FONSECA, LIDIANA LUANA INACIO DA SILVA e SAMARA ISABELA MAIA DE OLIVEIRA UFRN, Natal, RN, BRASIL. Introdução: A enfermagem exerce papel primordial no cuidado ao paciente com Insuficiência Cardíaca (IC). A utilização da Sistematização da Assistência de Enfermagem (SAE) facilita compreender os aspectos fisiopatológicos da doença e interferências na vida do portador. Objetiva relatar a aplicação da SAE ao paciente com IC e os benefícios na prática clínica. Estudo de caso clínico realizado em um Hospital Universitário, nas práticas da disciplina Atenção Integral à Saúde I, em maio de 2014. A coleta constou de anamnese, exame físico, informações do prontuário, base de dados online e impressos. Descrição do caso: paciente do sexo feminino, 67 anos, viúva, sem filhos, residente em Natal/RN. Admitida por referência em 05 de maio de 2014, sem acompanhante, queixando–se de cansaço e fadiga há 2 meses. Hipertensa, diabética, sem alergia medicamentosa, com limitações para realizar atividades de vida diária. Sentimentos de ansiedade, preocupação e angústia com frequência. Dificuldade para andar sozinha, parestesia e edema em membros inferiores. Ao primeiro exame encontrava-se consciente, orientada, hipocorada, hidratada, deambulando com dificuldades. Ausculta cardíaca com ritmo regular, batimentos normofonéticos em dois tempos com presença de sopro sistólico em focos mitral e tricúspide. Após avaliação da paciente, identificou-se o Diagnóstico de enfermagem prioritário segundo à North American Nursing Diagnosis Association NANDA: Ansiedade relacionado a crises situacionais e associação familiar, evidenciado por preocupação, angústia e consciência dos sintomas fisiológicos. Para tal diagnóstico, foi classificado como resultado de enfermagem esperado, segundo à Nursing Outcomes Classification – NOC, o autocontrole da ansiedade. As intervenções de enfermagem de acordo com a Classification of Nursing Interventions (NIC) foram: usar abordagem calma e tranquilizadora; explicar todos os procedimentos; escuta atenciosa; identificar mudanças no nível de ansiedade; oferecer atividades de diversão voltadas para redução de tensão; encorajar a expressão de sentimentos, percepções e medos. Conclusões: após avaliação dos indicadores, no quarto dia de aplicação da SAE, a paciente demonstrou melhora no autocontrole da ansiedade evidenciado pela busca de informações, uso de estratégias para enfrentamento e técnicas de relaxamento. A aplicação da SAE possibilitou cuidar de forma humanizada e individualizada conhecendo a história e necessidades da paciente. 12 Arquivos Brasileiros de Cardiologia - Volume 105, Suplemento 2, Setembro 2015 Introdução: O desenvolvimento de Úlceras Por Pressão (UPP), ainda é um grande problema de saúde que repercute em altos custos financeiros, além de profundas consequências físicas, sociais e psicológicas para os portadores dela1. Elas são muito frequentes em pacientes acamados, com mobilidade física prejudicada, tetraplégicos, entre outras patologias e o cenário para o surgimento dessas lesões são as Unidades de Terapia Intensiva (UTI). Então, a fim de manter a integridade da pele e dos tecidos subjacentes, tem sido atribuída, exclusivamente, à equipe de enfermagem, a responsabilidade de assistir o paciente, por essa estar mais próxima dele executando o cuidar2. O presente estudo tem como objetivo analisar as medidas de prevenção de riscos para o desenvolvimento de Úlceras por Pressão em pacientes admitidos em uma Unidade de Terapia Intensiva adotadas pela equipe de enfermagem. Métodos: Estudo descritivo, quantitativo, com desenho metodológico individuado, observacional e seccional, realizado em um hospital da rede privada, no setor da UTI. Critérios de inclusão: Ter mais de 18 anos, escore na Escala de Braden (EB)> 16; não apresentar UPP no momento de admissão na UTI; permanecer internado na UTI no mínimo por 72 horas; consentir sua participação na pesquisa ou ter sua participação autorizada pelo responsável. Resultados: O enfermeiro é o profissional da equipe que contribui com a construção do cuidado efetivo, atuando diretamente na prevenção de danos ao paciente através da Sistematização da Assistência de Enfermagem (SAE)³. Nesse contexto, através da análise dos prontuários, foi identificada a deficiência em um cuidado sistematizado ao paciente na UTI prestado pela equipe de enfermagem, em virtude da ausência de algumas etapas da SAE não serem registradas no prontuário e, na pesquisa, foi evidenciado a abertura de UPP em 86% dos pacientes pesquisados. Conclusão: A EB é um dos meios preventivos de fácil utilização e baixo custo, além de sua eficácia ser cientificamente comprovada que garante a concretização de uma das etapas da SAE subsidiando assim o profissional enfermeiro em sua assistência. Por tanto, se faz necessária à qualificação deste profissional através da educação continuada, com o auxílio de escalas e protocolos operacionais a fim de predizer se o paciente corre risco de desenvolver UPP, deste modo, prevenindo-a. 39439 Educação em saúde para pacientes com ansiedade no pré-operatório de cirurgia cardíaca: Contribuições do enfermeiro LIANE LOPE DE SOUZA, FRANCISCO DE CASSIO DE OLIVEIRA MENDES, GUACYANNA DANTAS GALVÃO DE ARAÚJO, POLLIANNA FERNANDES MEIRELES, ANDREY VIEIRA DE QUEIROGA, EDUARDO TAVARES GOMES, FLAVIA DA COSTA RODRIGUES LIMA, THAISA REMIGIO FIGUEIREDO, ANA PAULA REGO, ROSIMERI MIGUEL e SIMONE MARIA MUNIZ DA SILVA BEZERRA Hospital Universitário Onofre Lopes, Natal, RN, BRASIL - Pronto Socorro Cardiológico de Pernambuco, Recife, RN, BRASIL. Fundamentos: A ansiedade é um sintoma bastante apresentado por pacientes no préoperatório de cirurgia cardíaca. Uma das estratégias que o enfermeiro pode utilizar para amenizar a ansiedade é proporcionar informação, promover o diálogo esclarecedor e o acolhimento das pessoas. Objetivo: Comparar o nível de ansiedade de pacientes que participaram de atividade de educação em saúde no pré-operatório de cirurgia cardíaca com aqueles que não participaram de tal intervenção. Métodos: Ensaio clínico randomizado, realizado de maio a agosto de 2013, no Pronto-Socorro Cardiológico de Pernambuco. A amostra foi constituída por 61 pacientes: 34 do grupo intervenção (participaram de uma atividade de educação em saúde em grupo) e 27 do grupo controle (não participaram da atividade educativa em grupo). Para análise dos dados, foram utilizados os recursos estatísticos como médias, desvio-padrão e frequências absolutas e relativas. Aprovação no comitê de ética com CAEE 12600113.4.0000.5192/2013. Resultados: Através deste estudo foi possível perceber que o procedimento cirúrgico cardíaco apresenta-se para o indivíduo como uma ameaça, não apenas à sua integridade física, mas também psíquica, em virtude da ansiedade que ele pode gerar, uma vez que identificamos que 48,1 % dos paciente que não receberam as ações de educação em saúde em grupo estavam com ansiedade moderada ou grave. Por outro lado, os indivíduos que receberam orientações de enfermagem apresentaramse significativamente menos ansiosos que os do grupo controle (11,36±11,78 versus 17,22±11,81; p=0,0002), sugerindo que as ações de educação em saúde oferecidas pelo enfermeiro no pré-operatório de cirurgia cardíaca contribuem na redução da ansiedade nessa fase cirúrgica. Conclusão: Os pacientes que participaram do GI apresentaram níveis de ansiedade significativamente menores que aqueles que não participaram da mesma, o que sugere que as atividades educativas em saúde de forma grupal realizadas pelo enfermeiro no pré-operatório de cirurgia cardíaca, produzem resultado efetivos e, portando, recomenda-se que essa estratégia seja implementada nas instituições de saúde. Resumos Temas Livres - Enfermagem 39451 Hipertensão arterial e fatores associados em idosos ativos FELIPE JAIRO REBOUCAS, LUCIANA A REIS, ANA ELZA OLIVEIRA DE MENDONÇA, THAIZA TEIXEIRA XVAIER, GILSON DE VASCONCELOS TORRES e LUANA ARAÚJO DOS REIS Centro Universitário Facex - UNIFACEX, Natal, RN, BRASIL - Universidade Federal do Rio Grande do Norte - UFRN, Natal, RN, BRASIL. Introdução: A Hipertensão Arterial é um importante problema de saúde pública devido a sua alta prevalência e por representar o maior fator de risco para as complicações cardiovasculares. Tornando-se assim, um fator de risco associado à elevada mortalidade e morbidade, além de influenciar no comprometimento da qualidade de vida da população em geral e especificamente na população idosa, o objetivo desse estudo é identificar os fatores de risco associados a Hipertensão Arterial em idosos ativos. Métodos: Tratase de uma pesquisa analítica com delineamento transversal, realizada em um grupo de convivência de idosos de Vitória da Conquista/BA, com amostra de 110 idosos. O instrumento foi composto por variáveis sociodemográficas, condições de saúde (obesidade, circunferência abdominal aumentada, presença de Hipertensão Arterial Sistêmica, Diabetes Mellitus). Os dados foram analisados no programa estatístico Statiscal Package for Social Sciences, por meio de análise descritiva e aplicação do teste de qui-quadrado. O nível de significância adotado foi de 0,05. Resultados: A hipertensão arterial esteve presente em 52,2% dos idosos, sendo que o sexo masculino apresentou maior distribuição quando comparados com as mulheres, sendo significativamente maior com razão de chance de 30,33 vezes maior entre os homens em comparação com as mulheres (p=0,000). E para faixa etária apresentou uma razão de chance de 13,7 vezes maior entre 70 a 79 anos (p=0,000). Conclusão: A comparação entre os sexos evidenciou que o sexo masculino apresentou maior distribuição de Hipertensão Arterial. Quanto à faixa etária, os idosos com 70 a 79 anos apresentaram o maior percentual de Hipertensão Arterial no grupo estudado. 39456 39454 Assistência de enfermagem ao paciente em uso de oxigenação por membrana extracorpórea como ponte para transplante cardíaco LIANE LOPE DE SOUZA, ROSIMERI MIGUEL, STEPHANIE STEREMBERG PIRES D AZEVEDO, DEANY DE SOUSA OLIVEIRA, CHRISTIANNE TAVARES GODIM, FRANCISCO DE CASSIO DE OLIVEIRA MENDES, GUACYANNA DANTAS GALVÃO DE ARAÚJO, POLLIANNA FERNANDES MEIRELES, ELIANE MARIA DE MORAIS QUEIROZ e ANA PAULA REGO Hospital Universitário Onofre Lopes, Natal, RN, BRASIL - Instituto de Medicina Integral de Pernambuco, Recife, PE, BRASIL. Introdução: A oxigenação por membrana extracorpórea (ECMO) tornou-se peça essencial no tratamento do choque cardiogênico e manutenção do suporte circulatório de pacientes com insuficiência cardíaca terminal. O emprego destes dispositivos tem sido amplamente indicado como ponte para a posterior realização do transplante cardíaco. A equipe de enfermagem é participante ativa desse processo, em virtude de seu caráter singular de assistência ininterrupta, o que possibilita avaliação constante do paciente, porém, necessita aprimorar seus conhecimentos e propor alternativas de cuidar, contribuindo para o sucesso da técnica utilizada, tornando-se membro fundamental da equipe. Objetivou-se com este trabalho relatar o caso clínico de um paciente em uso de ECMO como ponte para transplante e discutir a assistência de enfermagem direcionado ao caso. Trata-se de um estudo descritivo do tipo estudo de caso. O cenário de desenvolvimento da pesquisa foi um Hospital Escola de Recife/PE. Este estudo foi composto por duas etapas: pesquisa em prontuário clínico e levantamento de literatura científica acerca da temática. Descrição do caso: J. M. S., 44 anos, sexo masculino, admitido na unidade de terapia intensiva apresentando quadro clínico de dispneia e hipotensão arterial e diagnóstico de insuficiência cardíaca secundário a doença de chagas. Após ocorrência de hipotensão grave e bradicardia associada a síncope foi realizada intubação orotraqueal e iniciado uso de noradrenalina associado a dobutamina já utilizada previamente. Após realização de exames de imagem, laboratoriais e estudo hemodinâmico, foi indicado a instalação do ECMO veno-arterial por canulação central como ponte para transplante cardíaco. Evoluiu após a instalação do ECMO com melhora do quadro hemodinâmico e laboratoriais. Após 24 horas foi realizado o transplante cardíaco e retirado o ECMO. Durante a utilização do ECMO a assistência de enfermagem, está voltada para a prevenção de complicações através de intervenções específicas para cada quadro clínico, relacionados a monitorização e controle dos dados hemodinâmicos e laboratoriais, avaliação da função renal, garantia de esquema de anticoagulação adequado e monitorização de sangramento, realização de curativo com garantia da estabilidade das cânulas do dispositivo e técnicas assépticas. Conclusão: Foi possível perceber que a assistência de enfermagem é fundamental para otimizar o quadro clínico do paciente em uso de ECMO como ponte para transplante cardíaco. 39519 Cirurgia cardíaca sem uso de sangue homólogo: contribuições do perfusionista Caso clinico de adenocarcinoma de reto LIANE LOPE DE SOUZA, ISAAC PINHEIRO DANTAS DE OLIVEIRA, STEPHANIE STEREMBERG PIRES D AZEVEDO, FRANCISCO DE CASSIO DE OLIVEIRA MENDES, GUACYANNA DANTAS GALVÃO DE ARAÚJO, ANA PAULA REGO, DEANY DE SOUSA OLIVEIRA, CHRISTIANNE TAVARES GODIM, POLLIANNA FERNANDES MEIRELES, ELIANE MARIA DE MORAIS QUEIROZ e ROSIMERI MIGUEL YASMIN BEZERRA CABRAL, e FABIANE ROCHA BOTARELLI Hospital Universitário Onofre Lopes, Natal, RN, BRASIL - Instituto de Medicina Integral de Pernambuco, Recife, RN, BRASIL. Introdução: A utilização de transfusão de sangue e hemocomponentes em cirurgias cardíacas é considerada uma tecnologia de grande relevância na terapêutica atual. Porém, está relacionada com a ocorrência de reação transfusional, complicações agudas ou tardias, como o desenvolvimento de comorbidades, eventos infecciosos, risco de imunossupressão, aumento de morbidade e mortalidade pós-operatória, aumento do custo da internação hospitalar, além de ser um fator de risco independente de infecção pós-operatória. Por todos esses aspectos, a minimização da utilização de sangre homólogo tem sido bastante discutido atualmente. Nesse contexto, o perfusionista tem se destacado pelas diversas estratégias que podem ser utilizadas no intra-operatório com objetivo de minimizar a necessidade de utilização dos hemoderivados, o que torna a atuação desse profissional essencial na realização de cirurgias cardíacas sem uso de sangue homólogo. Esse trabalho tem como objetivo relatar o caso clínico de uma paciente com restrição de uso de sangue homólogo submetida a cirurgia cardíaca e discutir as estratégias utilizadas pelo perfusionista para a não utilização de hemoderivados durante o período intra e pós-operatório. Métodos: Trata-se de um estudo descritivo do tipo relato de caso. Os dados foram coletados de forma documental através das fichas de perfusão e com o perfusionista da equipe, análise do período intra-operatório e acompanhamento na unidade de terapia intensiva, durante o pós-operatório. Resultados: M.J.S, sexo feminino, 66 anos, diabética e hipertensa, foi diagnosticada Doença Coronariana Multiarterial e indicado Cirurgia de Revascularização do Miocárdio. Paciente entra em CEC com hematócrito inicial (Ht) de 31% e permanece durante todo período intra-operatório com Ht em torno de 28%. Paciente permanece quarenta e oito horas na UTI e recebe alta com Ht 31% sem necessidade de hemotransfusão durante todo período perioperatório. As estratégias utilizadas pelo perfusionista foram: utilização de oxigenador menor e sua posição mais próxima ao paciente, menor comprimento do circuito da CEC, menor hemodiluição, entrada em bomba com a cava vazia, uso da cardioplegia sanguínea, Priming autólogo retrógrado, drenagem assistida a vácuo e uso e dispositivo de recuperação sanguínea. Considerações finais: Por meio das diversas estratégias utilizadas pelo perfusionista foi possível a realização de uma cirurgia cardíaca sem a utilização de sangre homólogo. Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Natal, RN, BRASIL. Caso desenvolvido em Hospital Universitário Onofre Lopes, com base na sistematização da assistência de enfermagem, paciente com adenocarcinoma de reto que é uma diferenciação tumoral. Sendo a terceira neoplasia mais frequente no mundo ocidental podendo levar até 15 anos a desenvolver e manifestar. O reto é uma estrutura intrapélvica, sendo retroperitônio com continuidade proximal o cólon sigmoide e distal com o canal anal. MSD, 73 anos, masculino, natural e residente de Martins/RN, em 22º dia pós-operatório de amputação abdominoperineal de reto com linfadenectomia e colostomia definitiva. Nega dor, sono prejudicado pelo aumento da frequência miccional, apetite com dieta laxativa. Eliminações por bolsa de colostomia. Banho por aspersão sem auxílio. Ao exame físico, paciente em estado geral regular, consciente e orientado, normocorado, hidratado, deambula sem auxílio, normotenso, afebril, normocárdico e eupneico. Em 0² ambiente, ausculta pulmonar e avaliação cardíaca normal. Abdome globoso, indolor à palpação, edema nos membros inferiores. Ferida operatória infraumbilical em cicatrização de 1ª grau e bordas proximais. Deiscência de sutura na região púbica com secreção citrina. Colostomia definitiva. Queixa principal antes de descobrir a doença, era dor abdominal. Em setembro/2012, ocorreram episódios de sangramento pelo ânus. Em março/2013, realizado biópsia e remoção de tumor benigno, seguido de radioterapia e quimioterapia. Ao exame anatomopatológico em abril/2013, adenoma viloso poliploide em displasia de alto grau e adenocarcinoma bem diferenciado microinvasor. Com 40 dias realizada a amputação abdominoperineal de reto com linfadenectomia e colostomia definitiva. A enfermagem e a equipe multiprofissional trabalhando com atenção e respeito com assistência prestada isenta de complicações, havendo longevidade, garantindo ao paciente menos dor e contínuo funcionamento. Classificação dos Resultados: Controle de risco: processo infeccioso, integridade tissular: pele e mucosas e nível de estresse. Diagnóstico de Enfermagem: Risco de infecção, integridade da pele prejudicada relacionada a fatores mecânicos e padrão do sono prejudicado relacionado a interrupções. Classificação das Intervenções: Assegurar o emprego da técnica adequada no cuidado de feridas, administrar terapia antibiótica, conforme apropriado. Comparar e registrar regularmente todas as mudanças na lesão. Orientar o paciente a evitar alimentos e bebidas na hora de dormir que interfiram no sono. Arquivos Brasileiros de Cardiologia - Volume 105, Suplemento 2, Setembro 2015 13 Resumos Temas Livres - Enfermagem 39522 39530 FATORES QUE INTERFEREM NA ADESÃO AO TRATAMENTO DE PACIENTES RENAIS CRÔNICOS EM HEMODIÁLISE Insuficiência cardíaca congestiva descompensada: identificando diagnósticos de Enfermagem FERNANDO HIAGO DA SILVA DUARTE, e BELARMINO SANTOS DE SOUSA JÚNIOR DEBORA LENISE DA SILVA FELIX, DANILO DA SILVA BARBOSA, CAMILA DA SILVA TORRES DIAS, ÉRIKA DE SOUZA CIRINO SILVA e ANA ELZA OLIVEIRA DE MENDONÇA Universidade Federal do Rio Grande do Norte , Natal, RN, BRASIL. 14 Introdução: Identificar os fatores que intervêm à adesão ao tratamento da Doença Renal Crônica. Metodologia: Estudo descritivo, exploratório, quantitativo. A coleta de dados foi realizada por meio de entrevistas, aplicadas em 79 pessoas com Doença Renal Crônica, em uma clínica de terapia renal substutiva, conforme aprovação do Comitê de Ética em Pesquisa da UFRN e mediante CAAE nº 05565612.4.0000.5537. Resultados: A partir das análises das entrevistas, verificou-se como fatores intervenientes da adesão a aceitação da doença, o conhecimento, as características e a ingesta dos medicamentos, a dieta, o acesso vascular, a hemodiálise, a dependência de cuidados, o apoio familiar e de amigos, a religiosidade, o medo da morte e as alterações causadas pela diálise. Conclusão: O conhecimento dos fatores que interferem na adesão é um instrumento orientador das ações dos profissionais da saúde. Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Natal, RN, BRASIL - Centro Universitário FACEX, Natal, RN, BRASIL. 39539 39541 Processo de enfermagem ao paciente com infarto agudo do miocárdio sem supradesnível do segmento ST: relato de caso APLICAÇÃO DO PROCESSO DE ENFERMAGEM EM PACIENTE SUBMETIDO À CIRURGIA CARDÍACA: RELATO DE CASO IZABELLE CRISTINE TARQUINO DE CARVALHO, BÁRBARA IVONE FERREIRA BEZERRA, JÉSSICA KAMILA ALVES DE PAULA, MILLÂNY KIVIA PEREIRA SOARES, LARISSA LINA MOULIN, IZABELLE JAMYLE PEREIRA SOARES, ANA ELZA OLIVEIRA DE MENDONÇA MILLÂNY KIVIA PEREIRA SOARES, JÉSSICA KAMILA ALVES DE PAULA, BÁRBARA IVONE FERREIRA BEZERRA, LARISSA LIMA MOULIN, IZABELLE JAMYLE PEREIRA SOARES, JÉSSICA NAIARA DE MEDEIROS ARAÚJO, ALLYNE FORTES VITOR UFRN, Natal, RN, BRASIL. UFRN, Natal, RN, BRASIL. INTRODUÇÃO: O Infarto agudo do miocárdio sem supradesnível do segmento ST (IAMSSST), caracteriza-se por sinais e sintomas de Síndrome Coronariana Aguda (SCA) associada à inversão de onda T, infra-desnivelamento do segmento ST, ou mesmo eletrocardiograma normal, no entanto com elevações significativas de marcadores de lesão cardíaca. O objetivo desse trabalho foi traçar diagnósticos de enfermagem ao paciente internado em um hospital universitário em Natal-RN. DESCRIÇÃO DE CASO: Paciente S. C. L. de 78 anos, sexo masculino. Diagnosticado com doença de Alzheimer e IAMSSST. Após anamnese e exame físico, observaram-se as seguintes alterações: torporoso, restrito ao leito, lesão em região maleolar do pé direito e esquerdo, úlcera em região sacral, marcadores de lesão cardíaca com aumento de troponinas, dieta por sonda nasogástrica. A partir de uma análise dos dados obtidos e dos problemas identificados no paciente, foram traçados os seguintes diagnósticos de enfermagem: Integridade da pela prejudicada relacionado à extremos de idade e imobilização física evidenciado por destruição da camada de pele e invasão de estruturas do corpo. Risco da síndrome de desuso relacionado à imobilização mecânica e nível de consciência alterado. Risco de aspiração relacionado à alimentação por sonda e nível de consciência alterado. CONCLUSÃO: A identificação de diagnósticos de enfermagem em paciente vítima de IAM colaborou com o processo de ensino-aprendizado do acadêmico, frente ao aprofundamento de habilidades técnico-científicas e humanas para a realização dos cuidados. INTRODUÇÃO: Este estudo objetiva aplicar o Processo de Enfermagem (PE) em um paciente submetido à cirurgia de troca de valva cardíaca. DESCRIÇÃO DO CASO: M. S. S. de 41 anos, sexo feminino. Diagnostico medico de Insuficiência Cardíaca Congestiva. Submetida a procedimento cirúrgico para troca de valva cardíaca. Após anamnese e exame físico, observaram-se as seguintes alterações:edemas em membros inferiores com sinal de cacifo +++/4+, presença de hematomas em membros superiores, úlcera por pressão em região sacral, paresia em membros, reflexos tendinosos superficiais e profundos diminuídos; na avaliação cardíaca observou-se pulsação visível no foco aórtico e sopro em foco tricúspide. Com a análise completa dos dados obtidos foram traçados os seguintes Diagnósticos de Enfermagem (DE) de acordo com a NANDA-Internacional: Volume de líquidos excessivo relacionado a mecanismos reguladores comprometidos evidenciado por edema; Integridade da pele prejudicada relacionado a estado nutricional desequilibrado e proeminências ósseas evidenciado por rompimento da superfície da pele e destruição de camadas da pele; Risco de infecção relacionado à pele rompida, procedimentos invasivos, doença crônica e desnutrição. Considerou-se o DE Volume de líquidos excessivo prioritário, desta forma, foi traçado um plano de cuidados baseado nos sistemas de classificação NANDA-Internacional, Nursing Outcomes Classification (NOC) e Nursing Interventions Classification (NIC). Assim, elencou-se o seguinte resultado de enfermagem (NOC): Equilíbrio eletrolítico e acidobásico e Equilíbrio hídrico. Para alcance deste resultado, foram traçadas as intervenções de enfermagem da NIC: Controle de eletrólitos e Controle hídrico, que incluíram estimular e orientar sobre o autocuidado; monitorar os SSVV, conforme apropriado; manter registro preciso de ingestão e eliminação; pesar diariamente e monitorar tendências; avaliar a localização e extensão do edema; monitorar mucosas, turgor da pele e sede. CONCLUSÃO: Concluise que a aplicação do PE organiza e facilita o cuidado, além de ser uma importante ferramenta na assistência de enfermagem, pois ordena e direciona o cuidado de forma integral e contínua, destarte, contribui de forma positiva para a melhoria do estado de saúde do paciente. Arquivos Brasileiros de Cardiologia - Volume 105, Suplemento 2, Setembro 2015 INTRODUÇÃO: nas últimas décadas às melhorias sociais, econômicas e consequentemente de saúde da população brasileira, vem contribuindo sobremaneira para o aumento da expectativa de vida da população brasileira. Em contrapartida, observou-se elevação nas taxas de incidência de doenças crônicas não transmissíveis como a Insuficiência Cardíaca Congestiva (ICC), que é responsável por grande número de internações e readmissões hospitalares especialmente em idosos, com elevados índices de morbidade e mortalidade. OBJETIVO: identificar os diagnósticos de enfermagem mais comuns em pacientes vítimas de ICC descompensada. METODOLOGIA: Trata-se de um estudo de revisão de literatura realizado em dezembro de 2014, no Banco de Dados de Enfermagem, utilizando para a busca os seguintes descritores: Insuficiência Cardíaca; Unidade de Terapia Intensiva; Cuidados de enfermagem. RESULTADOS: A partir dos problemas identificados durante a realização do exame físico e histórico de enfermagem, o enfermeiro deve elencar os fatores relacionados e os Diagnósticos de Enfermagem utilizando as taxonomias de enfermagem. Assim, os estudos apontam como mais frequentes: Volume de líquidos excessivo relacionado a mecanismos reguladores comprometidos e evidenciado por edema, hematócrito diminuído e hemoglobina diminuída; Débito cardíaco diminuído relacionado à pré-carga alterada e volume de ejeção alterado, evidenciado por fração de ejeção diminuída e índice do volume sistólico diminuído; Risco de glicemia instável relacionado ao nível de atividade física. CONCLUSÃO: a realização do exame físico detalhado e anamnese, possibilitam ao enfermeiro a identificação dos reais demandas de cuidado dos paciente, bem como a prescrição de intervenções indispensáveis à qualidade do cuidado prestado ao paciente com ICC descompensada. Descritores: Insuficiência Cardíaca; Unidade de Terapia Intensiva; Cuidados de enfermagem. Resumos Temas Livres - Enfermagem 39567 Plano de cuidados de enfermagem ao paciente em POI de cirurgia cardíaca: Relato de caso. 39569 Prevenção da Nefropatia Induzida por Contraste: Onde Estamos? NICLECIA CARLA PEREIRA DA FONSECA, ALINE DIAS BESERRA, NILBA LIMA DE SOUZA e CECILIA OLIVIA PARAGUAI DE OLIVEIRA LIDIANE YOKOYAMA MILICCHIO MELO, KARINE CORDEIRO LEMOS VASCONCELOS SILVA, VIRGINIA MARIA AZEVEDO DOS SANTOS e JOSE EMANNUELL PINHEIRO GALVAO UFRN, Natal, RN, BRASIL. Natal Hospital Center, Natal, RN, BRASIL. INTRODUÇÃO: O paciente em pós-operatório imediato (POI) de cirurgia cardíaca requer cuidados especiais para reestabelecimento hemodinâmico, ficando sob observação da equipe multiprofissional. A enfermagem, por estar diretamente ligada aos cuidados do paciente, tem papel fundamental na recuperação. O trabalho tem como objetivo elaborar um plano de cuidados com base na Sistematização da Assistência de Enfermagem (SAE) ao paciente em POI de cirurgia cardíaca. Estudo de caso clínico realizado na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) de um Hospital Universitário durante as práticas da disciplina Atenção Integral à Saúde II. A coleta de dados ocorreu de 5 a 11 de novembro de 2014, tendo como fonte de dados o prontuário da paciente, livros e artigos online. DESCRIÇÃO DO CASO: paciente sexo feminino, 45 anos, solteira, 1 filho, residente em Lagoa Nova/RN, portadora de Insuficiência cardíaca. Após cirurgia encontrava-se na UTI com estado geral grave, monitorizada hemodinamicamente, sedada (grau III na escala de Hamsey), anasarcada, em uso de ventilação mecânica, saturação de oxigênio de 99%. Evoluindo com hipotermia. Mantendo uso de drogas vasoativas, com pressão arterial média normal, Pressão Venosa Central (PVC) elevada, em torno de 18 mmHg, dreno de mediastino com débito moderado de 50 ml/h e aspecto sanguinolento. Diurese em pequena quantidade. Após avaliação identificou-se como diagnóstico de enfermagem prioritário “Débito cardíaco diminuído”, segundo a North American Nursing Diagnosis Association – NANDA, relacionado a contratilidade cardíaca evidenciado por crepitações, taquicardia, oligúria, PVC aumentada. O plano de cuidados foi: monitorar sinais vitais, registrando a cada 1 hora nas primeiras 24 horas; avaliar nível de consciência; realizar balanço hídrico rigoroso; avaliar perfusão tissular, débito do dreno de mediastino e realizar ordenha a cada 2 horas; troca de curativo da ferida operatória diária; atentar para sinais de infecção em inserção de drenos e cateteres; proteger áreas de proeminências ósseas; realizar esquema de glicemia capilar. CONCLUSÃO: após avaliação do estado geral da paciente no quarto dia de acompanhamento, observou-se melhoria nos parâmetros físicos e a importância dos cuidados gerais de enfermagem a um paciente instável. Estes se tornam essenciais e trazem melhorias significativas ao doente, uma vez que o trabalho de enfermagem holístico e individual oferece uma assistência de qualidade ao paciente crítico. Introdução:A Nefropatia induzida por contraste (NIC) é uma complicação associada ao uso de contrastes iodados, e caracteriza-se pela dimuição aguda da função renal com elevação dos níveis séricos de creatinina (Cr) em 0,5 mg/dL ou 25% da Cr basal em 48 horas após exposição. Visando a nefroproteção, algumas medidas vem sendo adotadas , todavia há controvérsias a respeito da eficácia dessas terapias. Descritores: Meios de contraste; Nefropatia; Prevenção. Objetivo e Método: Verificar a eficácia das principais terapias profiláticas para NIC, através de revisão sistemática de literatura nas bases de dados LILACS, MEDLINE, SCIELO e Cohcrane Library, de 2009 a 2014, nos idiomas português, espanhol e inglês. Foram selecionados artigos de revisão sistemática e ensaios clínicos randomizados. Foram excluídos os trabalhos que não atenderam à proposta desta revisão, ou que não apresentaram resumo disponível para consulta. Resultados: Foram localizados 11 artigos, dentre eles 8 ensaios clínicos randomizados e 3 revisões sistemáticas com metanalise. As principais medidas para nefroproteção encontradas foram hidratação com solução fisiológica, hidratação com bicarbonato de sódio, N-acetilcisteína, estatinas e ácido ascórbico. Nenhum estudo revelou superioridade da hidratação com bicarbonato de Na comparada à hidratação prévia com solução fisiológica. A N-acetilcisteína não se apresentou eficaz na profilaxia da NIC, bem como o uso de estatinas e do ácido ascórbico. Conclusão: A hidratação com solução salina isotônica a 0,9% permanece como a principal medida para prevenção da NIC, e com melhor relação custo/risco-benefício. Arquivos Brasileiros de Cardiologia - Volume 105, Suplemento 2, Setembro 2015 15 Resumos Temas Livres - Fisioterapia 38897 38928 Perfil de pacientes candidatos à cirurgia cardíaca em um hospital de alta complexidade Relação entre a força dos músculos respiratórios e a qualidade de vida de idosas hipertensas FELIPE DA COSTA PINHEIRO, AMANDA SOARES FELISMINO, NATERCIA FERREIRA DE QUEIROZ, IVAN DANIEL BEZERRA NOGUEIRA e PATRICIA A. M. S. NOGUEIRA TAMARA MARTINS DA CUNHA, MARIANE DOS SANTOS FONSECA, FELIPE DA COSTA PINHEIRO, BRENDA DE ANDRADE RODRIGUES, IVAN DANIEL BEZERRA NOGUEIRA e PATRICIA A. M. S. NOGUEIRA Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Natal, RN, BRASIL. Introdução: Cirurgia cardíaca é um processo de restauração das capacidades vitais, compatíveis com a capacidade funcional do coração previamente acometido por doenças cardíacas, porém o procedimento não está livre de complicações. Estas têm relação com fatores ligados à condição clínica e co-morbidades do paciente e ao tipo de procedimento cirúrgico, o que torna importante conhecer as características desse paciente para se evitar e/ou minimizar essas complicações. Objetivo: Identificar o perfil dos pacientes candidatos à cirurgia cardíaca internados no Hospital Universitário Onofre Lopes. Materiais e Métodos: Trata-se de um estudo observacional do tipo quali-quantitativo utilizando dados dos prontuários de pacientes do período de Agosto de 2012 a Julho de 2013. Resultados: Foram encontrados 59 pacientes, sendo 9 excluídos. A média de idade foi de 61,18±11,20 anos, a maioria de sexo masculino (62%), com diagnóstico mais frequente de Síndrome Coronária Aguda. O tipo mais comum de cirurgia foi a de Revascularização do Miocárdio (58%), o tempo de internação teve média de 38,74±27,00 dias e as complicações mais comuns foram penumonia e fibrilação atrial, com 12% e 8% respectivamente. Análise Estatística: Foram usadas médias e desvio-padrão, bem como frequências relativas e absolutas para as variáveis categóricas através do software estatístico SPSS (versão 20.0). Conclusão: Pode-se perceber um perfil grave dos pacientes, confirmando a importância e necessidade no conhecimento e controle dos fatores de risco associados, principalmente aos relacionados aos hábitos de vida, como HAS e tabagismo, que podem ser modificados para que seja possível evitar e/ ou diminuir as complicações comuns a esses tipos de pacientes submetidos à cirurgia cardíaca. Palavras-chave: Cirurgia cardíaca; Fisioterapia; fatores de risco. Introdução: Com o aumento da população idosa aumentou também a demanda por serviços de saúde, acompanhada pela incidência de doenças crônicas, tal como a hipertesão arterial sistêmica. Em associação, houve declínio na força dos músculos respiratórios, com consequente redução nos valores de pressões respiratórias máximas (PRmáx), bem como prejuízo na qualidade de vida daquela população. O Objetivo de observar a influência da força dos músculos respiratórios sobre a qualidade de vida de idosas hipertensas. Métodos: Trata-se de um estudo descritivo transversal, com uma amostra composta por 23 mulheres idosas hipertensas. Em que a participantes foram submetidas a aplicação do questionário MINICHAL e ao exame da Manovacuometria. A análise estatística utilizou-se o programa estatístico SPSS versão 20.0. Para a análise descritiva os resultados foram expressos em média e desvio-padrão. Para a análise estatística empregou-se o teste de correlação de Pearson, sendo atribuído o nível de significância de 5%. Resultados: A influência da força dos músculos respiratórios sobre a qualidade de vida das participantes foi comprovada apenas quando correlacionamos PEmáx com o MINICHAL (p=0,04). A média de PEmáx foi 75,86 e do MINICHAL foi 5,60. A correlação entre a PImáx e o MINICHAL não apresentou significância estatística (p=0,54). Conclusão: O resultado comprova a influência da força dos músculos respiratórios na expiração sobre a qualidade de vida de idosas hipertensas. Sendo necessária ainda a realização de novos estudos com uma amostra maior para reavaliar se existe ou não a influência da força dos músculos respiratórios na inspiração. 39370 39416 TREINAMENTO DA MUSCULATURA RESPIRATÓRIA EM IDOSAS HIPERTENSAS COM FRAQUEZA MUSCULAR INSPIRATÓRIA: SÉRIE DE CASOS. Efeito de um programa de reabilitação cardíaca no condicionamento cardiorrespiratório e qualidade de vida em paciente com Insuficiência cardíaca: Um estudo de caso LARISSA FERNANDA ESTEVAM DO NASCIMENTO, BRENDA DE ANDRADE RODRIGUES, IVAN DANIEL BEZERRA NOGUEIRA e PATRICIA A. M. S. NOGUEIRA 16 Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Natal, RN, BRASIL. GIULIANA S SENA, SELMA S BRUNO e AMANDA S FELISMINO UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE, NATAL, RN, BRASIL. Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Natal, RN, BRASIL. Introdução: É comum ao processo de envelhecimento a perda de força muscular respiratória e em cardiopatas este processo é mais evidente. Objetivos: Mensurar os efeitos de um protocolo de treinamento muscular inspiratório em idosas hipertensas com fraqueza muscular respiratória mediante a mensuração das pressões respiratórias máximas, variáveis espirométricas, distância percorrida no teste da caminhada de 6 minutos (TC6M), bem como por meio de questionários de qualidade de vida e nível de atividade física. Materiais e métodos: Trata-se de uma série de casos, com uma amostra composta por mulheres idosas hipertensas com fraqueza muscular inspiratória. O protocolo consistiu de treinamento muscular inspiratório com Threshold IMT ® durante cinco semanas consecutivas. A avaliação incluiu os exames de manovacuometria, espirometria e TC6M, bem como a aplicação dos questionários MINICHAL e IPAQ (versão curta).Análise Estatística: A análise descritiva e inferencial foi realizada através do programa SPSS 17.0. Além disso, foram empregados os testes Kolmogorov-Smirnov (K-S) e o teste t de Student, sendo atribuído um nível de significância de 5%. Resultados: Treze mulheres se submeteram à avaliação, mas somente quatro delas concluíram todos os procedimentos do estudo. A eficácia do treinamento quanto ao aumento da força muscular inspiratória foi constatada indiretamente pela diferença entre os valores de PimáxA (antes) e PimáxD (depois) do estudo (p = 0,004). A média da PimáxA foi 52,75 ± 6,13 e a PimáxD de 72,25 ± 7,36. As demais variáveis estudadas não apresentaram significância estatística, VEF1 (p=0,86), CVF (p=0,87), VEF1/CVF (p= 0,44), distância percorrida no TC6M (p=0,36), MINICHAL (p=0,76) e IPAQ (p=0,61). Conclusão: Os resultados mostram a influência positiva de nosso estudo quanto à contribuição na elaboração de protocolos de reabilitação cardiovascular voltados para o tratamento de idosas hipertensas com fraqueza da musculatura inspiratória. Entretanto, se faz necessário a realização de novos estudos com amostras maiores para a confirmação dos dados encontrados. Palavras-chave: Idoso. Hipertensão. Músculos respiratórios. INTRODUÇÃO: A Insuficiência Cardíaca (IC) caracteriza-se pela incapacidade do coração de proporcionar o aporte sanguíneo necessário aos tecidos e como consequência a redução da capacidade funcional. Segundo o DATASUS, há no Brasil cerca de dois milhões de pacientes com IC, sendo diagnosticados 240 mil casos por ano. Nos últimos anos tem se investigado os efeitos do exercício em pacientes com doenças cardiovasculares, mesmo para aqueles com função cardíaca severamente prejudicada, supondo que a inatividade física acelera a gravidade da insuficiência cardíaca. OBJETIVO: Avaliar os efeitos da reabilitação cardíaca no condicionamento cardiorrespiratório em paciente com IC. MATERIAIS E MÉTODOS: A amostra foi composta por um paciente o sexo masculino, 56 anos, com diagnóstico de IC de etiologia Chagásica (Classe funcional II). A reabilitação cardíaca teve duração de 12 semanas, 3 vezes por semana e contou com exercício aeróbico durante 30 minutos em esteira, com treino intervalado variando a intensidade entre 50% e 80% da FC de reserva, e treino resistido de membros inferiores e superiores. As variáveis Consumo de Máximo de Oxigênio (VO2max) e Limiar Anaeróbico (LA) foram avaliadas através de teste de esforço cardiopulmonar (TECP) pré e pós-reabilitação cardíaca e a qualidade de vida através do Minnesota Living With Failure Questionnaire (MLHFQ). RESULTADOS: O TECP pré-reabilitação cardíaca foi considerado de baixa eficiência cardiorrespiratória, com VO2máx=21ml/Kg/min, correspondente a 63,3% do previsto e limiar anaeróbico apresentando VO2 de 16ml.kg.min, equivalente a 48,2% do VO2máx. Após a reabilitação cardíaca foram encontrados VO2máx=26ml/Kg/min, correspondente a 78,4% do previsto, e o Limiar Anaeróbico em um VO2 de 18ml.kg.min, equivalente a 69% do VO2máx. Quando comparado os testes de esforço pré e pós reabilitação, observou-se melhora da função aeróbia em 18% do VO2máx, e verificou-se que o limiar anaeróbico do segundo teste foi atingido 2 minutos depois primeiro teste. Já quanto à pontuação do MLHFQ, houve redução de XX pontos, o que revela uma melhora da qualidade de vida. CONCLUSÃO: Conclui-se que a terapêutica adotada foi eficaz, permitindo melhora no condicionamento cardiorrespiratório do paciente com IC, bem como da qualidade de vida. Palavras chaves: Insuficiência Cardíaca; Teste de esforço Cardiopulmonar; Exercício. Arquivos Brasileiros de Cardiologia - Volume 105, Suplemento 2, Setembro 2015 Resumos Temas Livres - Fisioterapia 39544 Disfunção sexual e capacidade funcional na insuficiência cardíaca LAYANA MARQUES DE OLIVEIRA, PATRICIA A. M. S. NOGUEIRA, IVAN DANIEL BEZERRA NOGUEIRA, LUCIANA BATISTA SANTOS, FLÁVIO EMANOEL SOUZA DE MELO e ELAMARA MARAMA DE ARAÚJO VIEIRA 39560 Frequência cardíaca de recuperação e qualidade de vida em pacientes com insuficiência cardíaca LUCIANA B SANTOS, LAYANA M OLIVEIRA, GENTIL G F FILHO, RUDOLFO H G VIEIRA, IVAN D B NOGUEIRA e PATRICIA A. M. S. NOGUEIRA Universidade Federal do Rio Grande do Norte, natal, RN, BRASIL. UFRN, Natal, RN, BRASIL. Introdução: A diminuição da capacidade funcional, como observado na insuficiência cardíaca, é um dos fatores que afetam o desempenho sexual, pois atividades que requerem maior esforço, como no ato sexual, podem exigir melhor performance para o exercício. Objetivo: descrever a ocorrência e severidade da disfunção erétil em pacientes com IC, e correlacioná-la a capacidade funcional. Métodos: Foram avaliados 52 indivíduos e incluídos no estudo 13 deles (classe funcional II a IV - New York Heart Association – NYHA). Foi aplicado o questionário Índice Internacional de Função Erétil (IIFE), a fim de avaliar a função erétil, e o Teste de Caminhada de Seis Minutos (TC6M), mediante recomendação da American Thoracic Society – ATS. Análise Estatística: A análise descritiva foi apresentada em média e desvio padrão. Foi utilizado o Software SPSS 17.0 e análise da correlação feita por meio do coeficiente de Pearson. Resultados: Os valores relativos à função erétil obtidos no IIFE apresentaram escores médios de 14,5 ± 11,7, quanto aos valores concernentes ao TC6M a amostra alcançou como média de 440 ± 74,9 metros. Ao teste estatístico, a relação apresentada entre função erétil e TC6M foi moderada (r=0,5, p=<0,05). Conclusão: Podemos observar que quanto maior a capacidade funcional menor os escores de disfunção sexual. Palavras-chave: Disfunção sexual; Insuficiência cardíaca; Capacidade funcional. Introdução: A recuperação da frequência cardíaca (RFC) tem sido apontada como uma ferramenta valiosa na avaliação da resposta vagal pós-exercício, sendo relacionada com o prognóstico do paciente. No entanto, a literatura carece de pesquisas a respeito da RFC e qualidade de vida. Objetivo: Correlacionar a RFC com a qualidade de vida de pacientes com insuficiência cardíaca submetidos ao teste da caminhada de seis minutos (TC6M). Materiais e Métodos: O presente estudo trata-se de um estudo observacional do tipo analítico transversal, onde os pacientes eram submetidos a dois TC6M e respondiam ao questionário de qualidade de vida Minnesota. Os TC6M foram desenvolvidos de acordo com a recomendação da American Thoracic Society. O questionário de Minnesota é composto por x questões, com escores variando de 1 a 5, em que 1 representa a melhor qualidade de vida e 5 a pior. A RFC foi realizada subtraindo-se a frequência cardíaca (FC) imediatamente ao final do TC6M e a FC após o 1º e o 2º minuto pós TC6M. Análise Estatística: Para a análise estatísica utilizou-se o programa SPSS versão 20.0. Os resultados foram expressos em média e desvio-padrão. Empregou-se o teste de correlação de Pearson para as correlações entre RFC e qualidade de vida, com nível de significância inferior à 5% e intervalo de confiança de 95%. Resultados: A amostra foi composta por 25 pacientes (60,2 ± 16,2 anos). Verificou-se correlação entre o Minnesota e a RFC no 1º e 2º TC6M (r=-0,3, p=0,1 e r=-0.5, p=0,02*; respectivamente). Houve ainda correlação entre RFC e distância percorrida no TC6M no 1º e 2º teste (r=0,5, p=0,02* e r=0,3, p=0,1; respectivamente). Conclusão: Os resultados evidenciaram relação entre a RFC e a qualidade de vida, quanto maior a RFC melhor a qualidade de vida. Evidenciaram ainda associação entre a distância percorrida no TC6M e a RFC, quanto maior a distância percorrida no TC6M maior a RFC. 39564 Teste ergométrico no contexto da intervenção fisioterapêutica INGRID NAYANA MATIAS REBOUCAS LEITE, PRISCILLA PAULA FONSECA COSTA, BARBARA PATRINY BENEDITO NUNES, ELAYNE JULIANA VIEIRA TRINDADE e FRANCISCA REGO OLIVEIRA DE ARAUJO centro unversitário do rio grande do norte, natal, RN, BRASIL. INTRODUÇÃO: O Teste de Esforço é um exame complementar que imprime o registro da atividade elétrica do coração, durante a prática de um esforço físico. É aceito para o diagnóstico das Doenças Cardiovasculares, sendo também útil na determinação prognóstica, avaliação da resposta terapêutica e fornece dados para intervenção multiprofissional, perpassando pela prevenção de agravos, promoção de saúde e qualidade de vida, tratamento, recuperação e reabilitação. O Estudo objetivou analisar o laudo conclusivo do TE e sua correlação com a indicação de intervenção fisioterapêutica. MÉTODOS: A pesquisa consistiu em um estudo de caso, onde foram observados laudos conclusivos do TE de 2 participantes (devidamente anonimizados por nomes fictícios), por meio da análise simples e comparativa dos dados, destacando idade, gênero, frequência cardíaca máx, FC submáx, fatores de riscos pessoais, fator de risco familiar, eletrocardiograma, dados clínicos e parâmetros hemodinâmicos. O teste ergométrico realizado foi o convencional na esteira. RESULTADOS: observou-se que as duas pacientes eram do gênero feminino, sendo Violeta, 19 anos, não sedentária, com exame físico inalterado, eletrocardiograma dentro dos limites da normalidade no pré e pós esforço, atingindo 85% da FC máxima para a idade e PA com comportamento normal durante e após o esforço, tendo como conclusão resposta cardiovascular normal, sendo que Violeta apresenta fator de risco família para coronariopatia e HAS. Margarida, 52 anos, sedentária, diagnóstico clínico de HAS e diabetes melitus tipo II, medicada, não sintomatologia de insuficiência coronariana, porém com risco intermediário para Doença Arterial Coronariana, ritmo sinusal dentro da normalidade, comportamento normal de FC e PA durante exercício, sendo o comportamento hipertensivo da PAS desde o repouso. CONCLUSÃO: O fisioterapeuta, de posse de laudos técnicos recebe subsídio para recomendar a prática de atividade física permanente e a melhor modalidade de intervenção fisioterapêutica. Violeta está apta a desenvolver atividade física, mas carece de monitoramento especializado de forma sistemática e a prática de atividade física orientada permanente e gradativa. Margarida deverá ser inserida em uma atividade de reabilitação cardíaca na modalidade leve e progredindo de forma orientada e monitorada, de caráter preventivo visando evitar futuras complicações cardiorrespiratórias e vasculares. Arquivos Brasileiros de Cardiologia - Volume 105, Suplemento 2, Setembro 2015 17 Resumos Temas Livres - Nutrição 39480 Ingestão hídrica em idosos e sua relação com o grau de desidratação ELEIANE FERNANDES DE QUEIROZ, JOANNA DE ÂNGELIS DA COSTA BARROS GOMES, ELIZANGELA DOS SANTOS NASCIMENTO BARROS, AMANDA CAROLINE ARAÚJO DE OLIVEIRA, JULIANY CAVALCANTI DE AZEVEDO e LEIDIANE FERNANDES DE QUEIROZ Centro Universitário do Rio Grande do Norte, Natal, RN, BRASIL. O mecanismo de resposta de sede diminui com a idade e a quantidade total de água no organismo também é menor em virtude da perda de massa muscular e ocorre igualmente uma diminuição da função renal. A alteração na sensação de sede é atribuída à disfunção cerebral e, ou, à diminuição da sensibilidade dos osmorreceptores. Dessa forma, o presente trabalho investigou a ingestão hídrica de idosos e sua relação com o grau de desidratação. Trata-se de um estudo transversal descritivo desenvolvido com uma amostra de 60 idosos de ambos os gêneros atendidos em um Centro de Atenção a Saúde do Idoso (CEASI), com idade entre 60 e 85 anos que concordaram em participar da pesquisa e assinaram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido – TCLE. Para caracterização da população foi aplicado um questionário de informações gerais e avaliados os sinais de desidratação, com base nos parâmetros propostos pelo Ministério da Saúde, 2012. Foi avaliado posteriormente o grau de desidratação dos idosos, sendo classificado como desidratado, hidratado ou com desidratação grave. A pesquisa foi aprovada pelo CEP, segundo resolução 466/2013, conforme parecer 900.546. Foi visto que o consumo de água está diretamente relacionado com o grau de desidratação, sendo verificado que 52,38% dos idosos que bebiam mais de 5 copos de água por dia não apresentaram sinais de desidratação, e 85,71% dos que bebiam 3-4 copos de água por dia eram desidratados. De acordo com a avaliação isolada de todos os sinais (olhos, lágrima, boca, língua, sinal de prega, enchimento capilar e sede) constatou-se que a maioria indicou hidratação, porém, o resultado final da avaliação indicou que 67% dos idosos estavam desidratados, uma vez que para ser considerado desidratado é preciso somente apresentar dois ou mais sinais de desidratação, conforme determinação do Ministério da Saúde, 2012. Os resultados mostram ser um grande desafio se ter um balanço hídrico adequado no idoso, uma vez que além do fato de possuírem uma diminuição da percepção da sede, as perdas através das fezes, urina, pele e outras perdas hídricas podem ser significativas. Palavras-Chave: Ingestão hídrica. Desidratação. Consumo de Líquidos. Idosos. 39493 Avaliação antropométrica e do consumo alimentar de idosos. AMANDA CAROLINE ARAÚJO DE OLIVEIRA, ELIZANGELA DOS SANTOS NASCIMENTO BARROS, ELEIANE FERNANDES DE QUEIROZ, JULIANY CAVALCANTI DE AZEVEDO e JOANNA DE ÂNGELIS DA COSTA BARROS GOMES Centro Universitário do Rio Grande do Norte, Natal, RN, BRASIL. O processo de envelhecimento é caracterizado por alterações metabólicas, fisiológicas, psicológicas e bioquímicas, sendo importante avaliar o estado nutricional do idoso. Vários métodos têm sido utilizados nesse sentido, dentre eles destacam-se os dados antropométricos como índice de massa corporal, circunferência muscular do braço, circunferência do braço, circunferência da panturrilha, que juntamente com a aplicação de inquéritos alimentares, são parâmetros importantes para o diagnóstico precoce do estado nutricional. Dessa forma, o trabalho propõe avaliar o estado nutricional de idosos e os hábitos alimentares para subsidiar discussões acerca da importância da alimentação saudável e conseqüente melhora do seu estado nutricional diminuindo assim a prevalência de doenças crônicas não transmissíveis em idosos. Para a pesquisa, realizou-se a avaliação antropométrica, com aferição de peso, estatura, circunferência do braço e panturrilha, além da investigação do consumo alimentar, por meio da aplicação do recordatório 24h e de questionário com perguntas gerais,referente aos hábitos alimentares, presença de comorbidades e estilo de vida. A pesquisa foi realizada com 60 idosos que aceitaram participar da pesquisa, leram e assinaram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE). Os dados foram coletados no Centro de Atenção a Saúde do Idoso (CEASI), Natal, RN. A pesquisa foi aprovada pelo CEP, segundo resolução 196/96, conforme parecer 854.237. A prevalência de sobrepeso foi de 40% com maior ocorrência no sexo feminino. Os idosos com sobrepeso apresentaram maior frequência de diabetes mellitus e hipertensão arterial com 33,33% e 56,67% respectivamente. Nesses idosos, constatou-se baixo consumo de frutas, legumes e verduras e elevado consumo de gorduras, estando diretamente relacionado ao excesso de peso. Foi visto que a maioria dos idosos não costuma ler o rótulo de alimentos industrializados e essa falta de informação faz com que os idosos levem para casa alimentos com um alto teor de sódio, açúcar e gordura saturada, o que pode está acarretando esse elevado índice de ocorrência de diabetes mellitus e hipertensão arterial, além de excesso de peso, sendo importante a implantação de políticas públicas direcionadas a esse público para orientar a alimentação saudável nos idosos. Palavras-Chave: Idosos, consumo alimentar, antropometria. 18 Arquivos Brasileiros de Cardiologia - Volume 105, Suplemento 2, Setembro 2015 39489 Avaliação do consumo de ácidos graxos em idosos e sua relação com a incidência de doenças crônicas não transmissíveis ELIZANGELA S N BARROS, JOANNA Â C B GOMES, ELEIANE F QUEIROZ, AMANDA C A OLIVEIRA e JULIANY C AZEVEDO Centro Universitário DO Rio Grande do Norte, Natal, RN, BRASIL. Nos países em desenvolvimento, como o Brasil, o quadro de doenças cardiovasculares tende a aumentar e persistir, refletindo no perfil de morbimortalidade do país. Esse fato se deve principalmente ao estilo de vida sedentário e ao uso de dietas hipercalóricas e hiperlipídicas, que implicam na sobrecarga metabólica, aumentado a incidência de doenças crônicas não transmissíveis (DCNT). Os ácidos graxos saturados presentes na dieta têm sido associados ao desenvolvimento dessas doenças. Dessa forma, o presente trabalho propôs relacionar o consumo de ácidos graxos saturados com a incidência de DCNT em idosos. Para a realização da pesquisa foi realizada a avaliação antropométrica, com aferição de peso, estatura e investigado o consumo de ácidos graxos de idosos de ambos os sexos, atendidos no Centro de Atenção a Saúde do idoso (CEASI), através da aplicação de um recordatório 24h e de questionário de informações gerais. A pesquisa foi realizada com um grupo de 60 idosos que aceitaram participar da pesquisa, leram e assinaram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE). A pesquisa foi aprovada pelo CEP, segundo resolução 196/96. Os resultados mostraram que de acordo com a classificação do IMC, 46,7% dos idosos apresentavam-se eutróficos, enquanto que a prevalência de obesidade nessa população foi de 38%. Com relação ao consumo de gordura saturada, foi observado um elevado consumo, sendo visto que quase 80% dos idosos consumiam mais que 10% do Valor Calórico Total (VCT). Com relação à incidência de DCNT, foi visto que, o elevado consumo de gordura saturada e o baixo consumo de gordura poli-insaturada resultaram numa incidência maior de doenças como diabetes e hipertensão, além do excesso de peso. Dessa forma, pode-se dizer que o elevado consumo de gordura saturada e baixo de insaturada, pode gerar uma pré-disposição para o surgimento de doenças crônicas não transmissíveis, portanto, erros alimentares representam um risco ao controle de doenças, podendo contribuir para o agravamento da mesma e para o surgimento de comorbidades. 39542 Efeito de um programa de reabilitação cardíaca no condicionamento cardiorrespiratório em paciente com Insuficiência cardíaca: Um estudo de caso. GIULIANA S SENA, SELMA S BRUNO e AMANDA S FELISMINO Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Natal, RN, BRASIL. INTRODUÇÃO: A Insuficiência Cardíaca (IC) caracteriza-se pela incapacidade do coração de proporcionar o aporte sanguíneo necessário aos tecidos e como consequência a redução da capacidade funcional. Segundo o DATASUS, há no Brasil cerca de dois milhões de pacientes com IC, sendo diagnosticados 240 mil casos por ano. Nos últimos anos tem se investigado os efeitos do exercício em pacientes com doenças cardiovasculares, mesmo para aqueles com função cardíaca severamente prejudicada, supondo que a inatividade física acelera a gravidade da insuficiência cardíaca. OBJETIVO: Avaliar os efeitos da reabilitação cardíaca no condicionamento cardiorrespiratório em paciente com IC. MATERIAIS E MÉTODOS: A amostra foi composta por um paciente o sexo masculino, 56 anos, com diagnóstico de IC de etiologia Chagásica (Classe funcional II). A reabilitação cardíaca teve duração de 12 semanas, 3 vezes por semana e contou com exercício aeróbico durante 30 minutos em esteira, com treino intervalado variando a intensidade entre 50% e 80% da FC de reserva, e treino resistido de membros inferiores e superiores. As variáveis Consumo de Máximo de Oxigênio (VO2max) e Limiar Anaeróbico (LA) foram avaliadas através de teste de esforço cardiopulmonar (TECP) pré e pós-reabilitação cardíaca e a qualidade de vida através do Minnesota Living With Failure Questionnaire (MLHFQ). RESULTADOS: O TECP pré-reabilitação cardíaca foi considerado de baixa eficiência cardiorrespiratória, com VO2máx=21ml/Kg/min, correspondente a 63,3% do previsto e limiar anaeróbico apresentando VO2 de 16ml.kg.min, equivalente a 48,2% do VO2máx. Após a reabilitação cardíaca foram encontrados VO2máx=26ml/Kg/min, correspondente a 78,4% do previsto, e o Limiar Anaeróbico em um VO2 de 18ml.kg.min, equivalente a 69% do VO2máx. Quando comparado os testes de esforço pré e pós reabilitação, observou-se melhora da função aeróbia em 18% do VO2máx, e verificou-se que o limiar anaeróbico do segundo teste foi atingido 2 minutos depois primeiro teste. Já quanto à pontuação do MLHFQ, houve redução de 22 pontos, o que revela uma melhora da qualidade de vida. CONCLUSÃO: Conclui-se que a terapêutica adotada foi eficaz, permitindo melhora no condicionamento cardiorrespiratório do paciente com IC, bem como da qualidade de vida. Palavras chaves: Insuficiência Cardíaca; Teste de esforço Cardiopulmonar; Exercício. Resumos Temas Livres - Nutrição 39557 ANÁLISE DO CONSUMO ALIMENTAR DA POPULAÇÃO DE MACAÍBA/RN. NIVIA REGINA FONSECA GOMES, SARA SILVA DE SOUSA e VALDA ROCHA UNIVERSIDADE POTIGUAR, NATAL, RN, BRASIL. Indrodução: A alimentação é o fator primordial na rotina diária da hmanidade, não apenaspor ser uma necesidade básica, mas principalmente porque a sua obteçãotornouse um problema de saúde pública, uma vez que o excesso ou falta de alguns nutrientes nas preparações podem desencadear diversas doenças. Meodologia: A pesquisa foi realizada na Unidade Básica Potengi- UBS de Macaíba/RN, no mês de outubro de 2014, com a poulação do sexo feminino faixa etária de 19 a 59 anos (Adulto). A entrevista foi realizada com 30 mulheres individualmente da região, e ses respectivos horários, onde as mesmas responderam a um questionário com perguntas voltadas ao consumo alimentos por grupo, Cereais, Frutas, Hortaiças, Leguminosas, Carnes, Óleos e Gorduras, Leite e Derivados, durante as refeiçõe realizadas diariamente. Os dados obtidos foram inseridos no software Microsoft Excel para o cáculo dos percentuais identificando o maior consumo alimenta por grupo. Resutados: Após a aplicação do questionário, foi observado que das 30 mulheres entrevitadas constatou-se que 27% consumiam com mais frequeência as leguminosas, principalmente no almoço, em seguida o grupo das carnes com 18% sendo mai consumido no almoço e jantar, posteriormente com 15% os cereais sendo mais enfatizdo no desjejum, almoço e lanche, em quantidades fracionadas, sequenciados dos leites e derivados com 12%, sendo mais consumido os integrais com mais gorduras, depois as hortaliças com 8%, frutas com 6%, açucares com 4% e óleos e gorduras com 2%. Conclusão: Percebe-se que estas mulheres estão consumindo menos frutas, verduras e hortaliças, estão se alimentando de maneira inadequada, com alimentos rico em gordura satuada, sódio e proteína; priorizando apenas algumas refeições e esquecendo da principal: O café da manhã (Desjejum),sabemos que Macaíba fica localizada na zona rural de Natal, mais nem por isso os produtos consumidos são orgânicos, os industrializados estão frequetimente sendo comprados. Com isso, conclui-se que infelizmente,o consumo de alimentos essencais para a manutençãoa saúde estão sendo esquecidos pela maioria dos brasileiros. É preciso a conscientização da população sobre a importância de hábitos alimentares saúdaveis para uma qualidade de vida melhor. Arquivos Brasileiros de Cardiologia - Volume 105, Suplemento 2, Setembro 2015 19