UNIVERSIDADE DO VALE DO PARAÍBA INSTITUTO DE PESQUISA E DESENVOLVIMENTO “Análise do Efeito do Laser de Baixa Potência, na Prevenção de Deiscência Incisional em Cirurgia Cardíaca” Ivany Machado de Carvalho Baptista Dissertação de Mestrado apresentada no Programa de Pós-Graduação em Bioengenharia, como complementação dos créditos necessários para obtenção do título de Mestre em Engenharia Biomédica . São José dos Campos, SP 2003 UNIVERSIDADE DO VALE DO PARAÍBA INSTITUTO DE PESQUISA E DESENVOLVIMENTO “Análise do Efeito do Laser de Baixa Potência, na Prevenção de Deiscência Incisional em Cirurgia Cardíaca” Ivany Machado de Carvalho Baptista Dissertação de Mestrado apresentada no Programa de Pós-Graduação em Bioengenharia, como complementação dos créditos necessários para obtenção do título de Mestre em Engenharia Biomédica. Orientadora Profª Drª Maria Cristina Chavantes Co-orientador:Prof. Dr. Renato Amaro Zângaro São José dos Campos, SP 2003 B173a Baptista, Ivany Machado de Carvalho Análise do efeito do laser de baixa potência, na prevenção de deiscência incisional em cirurgia cardíaca / Ivany Machado de Carvalho Baptista. São José dos Campos: UniVap, 2003. 106p.: il.; 31cm. Dissertação apresentada ao Programa de PósGraduação em Bioengenharia do Instituto de Pesquisa e Desenvolvimento da Universidade do Vale do Paraíba. 1.Deiscência incisional 2. Cirurgia cardíaca 3. Prevenção 4 . Laser de baixa potência I. Chavantes, Maria Cristina, Orient. II. Zângaro, Renato Amaro III. Título CDU: 616-003.9 Autorizo , exclusivamente para fins acadêmicos e científicos a reprodução parcial ou total desta dissertação , por processo fotocopiador ou transmissão eletrônica. Aluna: Data: “Análise do efeito do laser de baixa potência, na prevenção de deiscência incisional em cirurgia cardíaca” Ivany Machado de Carvalho Baptista Banca Examinadora: Profa. Dra. Márcia Gonçalves ________________________________________________ Profa. Dra. Maria Cristina Chavantes ___________________________________________ Prof. Dr. Luiz Augusto Ferreira Lisboa (Incor-HC/FMUSP) _________________________ Profa. Dr. Suely Itisuko Ciosak (USP) __________________________________________ Prof. Dr. Marcos Tadeu Tavares Pacheco Diretor IP&D – UniVap São José dos Campos, 31 de março de 2003. DEDICATÓRIAS Aos meus filhos, e meu marido, razões da minha vida, fontes do meu amor. A minha mãe querida, meu exemplo diário de dedicação e força no caminhar pela vida. Ao meu pai e toda minha família, especialmente à minha preciosa irmã. AGRADECIMENTOS ESPECIAIS A minha orientadora, Prof. Dra. Maria Cristina Chavantes, a quem todas as homenagens seriam poucas diante de tanta dedicação, e obstinação, sorte dos alunos e dos pacientes, que tanto se beneficiam de seu imenso conhecimento, e sua generosidade. Ao meu co-orientador Prof. Dr. Renato Amaro Zângaro, pelo dinamismo, e atenção a mim dispensada, nos momentos em que mais necessitei. AGRADECIMENTOS A Prof. Dra. Maria Belén Salazar Posso, pelo estimulo constante e por ser sempre um exemplo a ser seguido. A Prof. Ana Lúcia G.G. de Sant’Anna, pelo apoio e incentivo, demonstrados diariamente através de um vigor invejável. Ao reitor Prof. Dr. Baptista Gargione Filho, pelo espírito empreendedor , que se reflete na imensa produção cientifica de nossa Universidade. Ao Prof. Dr. Marcos Tadeu Tavares Pacheco, Diretor do Instituto de Pesquisa e Desenvolvimento por criar oportunidades, para que a pesquisa se torne o interesse prioritário no coração de jovens sonhadores. A Bibliotecária Rosangela R. C. Taranger, que através de seu conhecimento e segurança, me fez acreditar que tudo é possível. Ao Instituto do Coração InCor-HC/FMUSP e ao seu Diretor Geral Prof. Dr. José Antonio Franchini Ramirez, que permitiram a realização deste estudo, usufruindo seus pacientes, bem como toda a equipe multiprofissional, que colaboraram para concretizar este estudo. Ao Prof. Dr. Sérgio Almeida de Oliveira, Titular da Disciplina de Cirurgia Torácica e Cardiovascular, pela oportunidade de realizar este projeto. Ao Prof. Dr. José Otávio Auler Jr, Titular da Disciplina de anestesia e Diretor da UTI, por acreditar na viabilidade deste estudo. Ao Prof. Dr. Fabio Biscaia Jatene, Diretor do serviço de Cirurgia Torácica, por permitir que seus pacientes pudessem participar deste estudo. Ao Dr.Luiz Augusto Ferreira Lisboa, médico assistente da Divisão Cirúrgica, pela atenção, disposição e oportunidade para que este estudo pudesse ser realizado. Enfermeira Liris Therezinha Caracciolo, Diretora do Serviço de Enfermagem do InCor, por incentivar e ser um exemplo na enfermagem. A todos aqueles que direta ou indiretamente colaboraram para a realização deste estudo. Principalmente, a todos os meus amigos, próximos ou distantes, antigos ou novos, é muito bom poder contar com vocês. “Tudo Posso Naquele que me Fortalece” (Filipenses) Resumo “ANÁLISE DO EFEITO DO LASER DE BAIXA POTÊNCIA, NA PREVENÇÃO DE DEISCÊNCIA INCISIONAL EM CIRURGIA CARDÍACA” Deiscência incisional tem prevalência em indivíduos que possuem fatores de risco intrínsecos como, Diabetes, Hipertensão Arterial Sistêmica, Tabagismo, Obesidade, Dislipidemia. Estes fatores dificultam o processo de cicatrização, que aliado a fatores de risco cirúrgicos, podem aumentar o risco de deiscência e infecção incisional. Neste trabalho foram analisados 40 pacientes após cirurgias cardíacas, portadores de fatores de risco para deiscência incisional , divididos em dois grupos: Grupo Controle (A) - submetidos à conduta terapêutica convencional pós-sutura e Grupo Laser (B) - submetidos à irradiação com laser de baixa potência, sob forma preventiva. O laser empregado foi; CW Diodocomprimento de onda, 655nm, com uma fluência de 8J/cm², aplicado ao redor da incisão cirúrgica, a partir das 1ªs 12H de pós-operatório (PO) , 3º PO e 6º PO. Na amostra estudada os Grupos eram semelhantes e estatisticamente homogêneos. Os fatores de risco relacionados com deiscência incisional em nossa amostra, foram; ; Etnia caucasiana pvalue = 0,048; elevação de triglicérides com p-value = 0,008; Sobrepeso (IMC médio = 29,6K/m2 ) com p-value = 0,004. O Grupo Laser (B) apresentou 5 vezes menos incidência de deiscência em relação ao Grupo Controle (A), que apresentou 5 pacientes (25%) evoluindo com deiscência incisional e infecção p-value = 0,077, o que resultou no Tempo de Internação, duas vezes maior do que nos pacientes do Grupo Laser (B) com p-value = 0,015. O uso da laserterapia, pode ser um procedimento menos invasivo, mostrou ser um tratamento eficaz para prevenção de complicações da ferida cirúrgica. Parece-nos ser relevante quando comparado ao Grupo Controle (A), que era a história natural da doença. Palavras Chave : Deiscência Prevenção, Laser de Baixa Potência. Incisional, Cirurgia Cardíaca, Abstract “ ANALYSIS ON THE EFFECT OF LOW LEVEL LASER THERAPY ON WOUND DEHISCENCE PREVENTION IN CARDIAC SURGERY” Wound dehiscence prevails in individuals who have intrinsic risk factors such as diabetes, high blood pressure, smoking, fatness, and dislipidemy. Those factors make healing process difficult, which allied with surgery risk factors can increase the risk of dehiscence and wound infection, therefore we are looking forward to prevent it. In this study, we analyze forty patients after cardiac surgery with risk factors to wound dehiscence carriers were divided into two groups: Control Group (A) – submitted to conventional therapeutic department scheme, and Laser Group (B) – submitted to Low Level Laser irradiation, under preventive form. The laser used in this study was: CW diode laser wavelength 655 nm 8J/cm2 intensity applied around the surgery wound and starting from the first twelve hours of Post-Operative (PO), 3rd PO and 6th PO. The risk factors related to wound dehiscence in our sample were: caucasian ethnic group with p-value = 0.048; triglycerides with p-value = 0.08; overweight (average IMC = 29.6 k/m2 ) with p-value = 0.004. Laser Group presented five times less incidence of dehiscence than Control Group, with five patients (25%) presenting wound dehiscence and infection with p-value = 0.077. Control Group stayed in hospital twice longer than Laser Group patients with p-value = 0.015. We concluded that Low Power Laser is less invasive procedure that can prevent dehiscence in surgery wound treatment with highly efficiency specially regarding the disease’s natural history of such pacients. keywords: Wound Dehiscence, Cardiac Surgery, Prevention, Low Level Laser Therapy “Análise do efeito do Laser de Baixa Potência na Prevenção de Deiscência Incisional em Cirurgia Cardíaca” Sumário: 1 – Introdução --------------------------------------------------------------------------- ---- 1 1.1 - F atores de Risco ------------------------------------------------------------ -- 2 1.1.1 - Fatores de Risco Intrínsecos ---------------------------------------------- - 3 1.1.2 - Diabetes Mellitus (DM) -------------------------------------------------- -- 3 1.1.3 - Hipertensão Arterial Sistêmica (HAS) ------------------------------------ - 7 1.1.4 - Obesidade -------------------------------------------------------------------- - 9 1.1.5 –Dislipidemia---------------------------------------------------------------------------- 10 1.1.6 - Tabagismo --------------------------------------------------------------------------- 11 1.2 - Fatores de Risco Cirúrgicos-------------------------------------------------------- 12 1.3 - Revascularização do Miocárdio (RM)-------------------------------------------- 13 1.4 - Circulação Extra Corpórea (CEC) ------------------------------------------------ 14 1.4.1 – Síndrome da Resposta Inflamatória Sistêmica (SIRS) -----------------------14 1.5 – Reparação Tecidual ------------------------------------------------------------------- 16 1.5.1 – Tipos de Cicatrização -------------------------------------------------------------- 17 1.5.2 – Cicatrização por Primeira Intenção -------------------------------------------- 17 1.5.3 – Cicatrização por Segunda Intenção --------------------------------------- 17 1.5.4- Cicatrização por Terceira Intenção ----------------------------------------- 18 1.5.5 – Fases da Reparação Tecidual --------------------------------------------- 18 1.5.6 –Complicação da Ferida Cirúrgica---- ------------------------------------------- 22 1.5.7 –Deiscência Incisional -------------------------------------------------------- 23 1.5.8 – Infecção Incisional Superficial ------------------------------------------------- 23 1.5.9 – Infecção Incisional Profunda---------------------------------------------------- 24 1.5.10 – Patogênese das Infecções Mediastinais-------------------------------------- 24 1.5.11 – Tratamento da Deiscência e Mediastinite----------------------------------- 24 1.6 – Laser---------------------------------------------------------------------------------- 26 1.6.1 – Conceito---------------------------------------------------------------------------- 26 1.6.2 – Características do Laser-------------------------------------------------------- 27 1.6.3 – Princípios do Laser-------------------------------------------------------------- 28 1.6.4 – Interação Laser – Tecido------------------------------------------------------- 29 1.6.5 – Efeito Fotoablativo--------------------------------------------------------------- 29 1.6.6 – Efeito Fototérmico---------------------------------------------------------------- 30 1.6.7 - Efeito Fotomecânico-Heart Laser---------------------------------------------- 30 1.6.8 - Efeito Fotofísicoquímico---------------------------------------------------------- 30 1.6.9 - Laser de Baixa Potência (LBP)------------------------------------------------- 30 1.6.10 - Parâmetros Dosimétricos------------------------------------------------------- 33 1.6.11 - Classificação dos Diferentes Lasers e Biossegurança--------------------- 35 2 - Objetivos ---------------------------------------------------------------------------------------- 37 3 – Casuística e Métodos ------------------------------------------------------------------- 38 3.1 - Casuística --------------------------------------------------------------------- 38 3.1.1 - Critérios de Seleção dos Pacientes ----------------------------------------- 38 3.1.2 - Critérios de Inclusão ------------------------------------------------------- 39 3.1.3 - Critérios de Exclusão ------------------------------------------------------- 40 3.2 - Local da Pesquisa ------------------------------------------------------------- 40 3.3 - Caracterização dos Pacientes ------------------------------------------------ 41 3.3.1 - Instrumento de Coleta de Dados ------------------------------------------ 41 3.3.2 - Avaliação Pré-Operatória -------------------------------------------------- 42 3.3.3 – Estatística Descritiva e Testes para as Variáveis de Perfil --------------- 42 3.3.4 - Avaliação Trans-Operatória ----------------------------------------------- 44 3.3.5 – Avaliação Pós-Operatória e Exame Físico----------------------------------- 44 3.4 - Procedimento Metodológico e Esclarecimento junto ao Paciente --------- 44 3.4.1 - Material Empregado ------------------------------------------------------- 46 3.4.2 - Coleta de Dados ------------------------------------------------------------- 47 3.4.3 - Aplicação do Laser e Dosimetria ------------------------------------------ 47 3.4.4 - Tratamento Estatístico --------------------------------------------------------- 50 4 - Resultados ------------------------------------------------------------------------------- 51 4.1 - Comparação entre Grupos Controle e Laser para diversas Variáveis ---- 52 4.2 - Estudo Populacional ---------------------------------------------------------- 54 4.3 - Perfil dos Grupos de Estudo quanto aos Fatores de Risco Intrínseco --- 54 4.4 - Avaliação Pré - Operatória --------------------------------------------------- 60 4.5 - Avaliação Trans-Operatória ------------------------------------------------- 60 4.6 –Avaliação Pós - Operatória --------------------------------------------------- 63 4.6.1 - Avaliação no Pós-Operatório Imediato ------------------------------------ 63 4.6.2 - Avaliação no 3º Pós-Operatório ---------------------------------------------- 64 4.6.3 - Avaliação no 6º Pós-Operatório ---------------------------------------------- 66 4.6.4 - Avaliação da Dor no 3º Pós-Operatório -------------------------------------- 67 4.6.5 - Avaliação da Dor no 6º Pós-Operatório ------------------------------------ 67 4.7 - Análise dos Pacientes que Apresentaram Deiscência -------------------- 69 4.7.1 - Evolução dos Pacientes que Apresentaram Deiscência Incisional----- 75 5 - Discussão ------------------------------------------------------------------------------- 77 6 - Conclusão ------------------------------------------------------------------------------- 85 7 - Referências Bibliográficas ------------------------------------------------------------- 87 8 - Anexos ------------------------------------------------------------------------------------------- 106 LISTA DE TABELAS Tabela 1 – Classificação da PA (pacientes > 18 anos, 2003) ----------------------------08 Tabela 2 – Valores de referência dos lípides para individuos > 20 anos, 2001 --------- 11 Tabela 3 – Classificação conforme IMC, YOUNG, 2001 -------------------------------41 Tabela 4 – Análise descritiva dos Grupos de estudo, em relação às variáveis quantitativas; idade e IMC --------------------------------------------------- 42 Tabela 5 - Análise descritiva dos Grupos de estudo, em relação às variáveis qualitativas; características individuiais e fatores de risco ----------------- 43 Tabela 6 – Teste de Normalidade , relacionado a fatores quantitativos; idade e IMC entre os Grupos A e B----------------------------------------- 52 Tabela 7 – Nível descritivo p-value dos fatores quantitativos, entre os Grupos A e B ------------------------------------------------------ 52 Tabela 8 – Utilização do Teste Qui-Quadrado para comparação entre os Grupos A e B relacionados às variáveis qualitativas --------------- 53 Tabela 9 – Análise descritiva das médias, medianas e desvio padrão Para as variáveis quantitativas, entre os Grupos A eB --------------------- 54 Tabela 10 – Distribuição das variáveis qualitativas e características, entre os Grupos A e B ------------------------------------------------------- 55 Tabela 11 – Análise estatística para comparação entre os Grupos A e B, pacientes que evoluíram com ou sem deiscência --------------------------- 68 Tabela 12 – Análise estatística para as variáveis quantitativas ; Idade, e IMC entre os pacientes que apresentaram deiscência ------------- 69 Tabela 13 - Análise estatística dos fatores de risco, para deiscência incisional ---------- 71 Tabela 14 - Análise estatística do TI, Tempo de CEC e tempo de SO -------------------- 72 Tabela 15 - Análise estatística dos fatores cirúrgicos; tipos de anastomoses e bactérias ------------------------------------------------ 74 LISTA DE FIGURAS Figura 1 – Resposta inflamatória após o dano tissular ---------------------------------------- 18 Figura 2 – Reparação Tecidual ----------------------------------------------------------- 22 Figura 3 – Lei de Arndt – Schultz, 1991 ------------------------------------------------- 30 Figura 4 – Espectro visível --------------------------------------------------------------- 32 Figura 5 – Laser de Diodo 655nm ------------------------------------------------------- 46 Figura 6 – Escala visual analógica ------------------------------------------------------- 46 Figura 7 – Aplicação no 1º PO ----------------------------------------------------------- 48 Figura 8 – Aplicação no 3º PO ----------------------------------------------------------- 48 Figura 9 – Aplicação no 6º PO ----------------------------------------------------------- 48 Figura 10 – Paciente do Grupo A – 15º PO – Infecção Profunda ----------------------- 76 Figura 11 – Paciente do Grupo A – 30º PO – Osteomielite ----------------------------- 76 Figura 12 – Paciente do Grupo B – 7º PO – Dia da Alta Hospitalar ----------------------- 76 Figura 13 – Paciente do Grupo B - 15º PO – Ambulatório Infecção Superficial -------- 76 LISTA DE GRÁFICOS Gráfico 1 – Perfil dos Pacientes do Grupo A ------------------------------------------- 51 Gráfico 2 – Perfil dos Pacientes do Grupo B ------------------------------------------- 51 Gráfico 3 – Perfil dos Pacientes em Relação ao Sexo ---------------------------------- 56 Gráfico 4 – Perfil dos Pacientes em Relação a Etnia ----------------------------------- 56 Gráfico 5 – Perfil dos Pacientes em Relação a DM ------------------------------------ 57 Gráfico 6 – Perfil dos Pacientes em Relação a HAS ----------------------------------- 57 Gráfico 7 – Perfil dos Pacientes em Relação ao Triglicérides ------------------------- 58 Gráfico 8 – Perfil dos Pacientes em Relação ao Tabagismo --------------------------- 58 Gráfico 9 – Perfil dos Pacientes em Relação ao Colesterol -------------------------------- 59 Gráfico 10 – Perfil dos Pacientes em Relação ao Sedentarismo ------------------------- 59 Gráfico 11 – Distribuição dos pacientes quanto a CEC --------------------------------- 61 Gráfico 12 – Tipos de Anastomoses ----------------------------------------------------- 62 Gráfico 13 – Utilização de Hemotransfusão e anticoagulante ---------------------------- 63 Gráfico 14 – Tipos de Drenagem--------------------------------------------------------- 64 Gráfico 15 – Avaliação da Ferida Cirúrgica no 3º PO ----------------------------------- 65 Gráfico 16 – Avaliação da Ferida Cirúrgica no 6º PO -------------------------------------- 66 Gráfico 17 – Variação da Intensidade da Dor ------------------------------------------------ 67 Gráfico 18 – Evolução dos Grupos A e B ---------------------------------------------------- 68 Gráfico 1 9 – IMC entre os pacientes que evoluíram com deiscência --------------------- 69 Gráfico 20 – Fator Triglicérides entre os pacientes que evoluíram com deiscência ------ 70 Gráfico 21 – Característica Etnia relacionada à deiscência-------------------------------- 70 Gráfico 22 – Variação do TI entre os pacientes que evoluíram com deiscência -------- 73 Lista de Símbolos e Abreviações ATP: Adenosina-trifosfato AlGaAs: Arsenieto de Gálio e Alumínio Arg: Argônio AVC: Doença Cérebro Vascular BIA: Balão Intra-Aórtico Br: Bromo cm 2 : centímetro quadrado CEC: Circulação Extra Corpórea Cl: Cloro CW: Continuos Wave -Emissão Contínua CO2: Dióxido de Carbono CT: Colesterol Total DNA: Dexoribonucleic Acid - Acido desoxirribonucléico DM: Diabetes Mellitus DPOC:Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica DCV: Doença Cardiovascular DE: Densidade de Energia DP: Densidade de Potência dl – decilitro DAC: Doença Arterial Coronária DVP : Doença Vascular Periférica Dye: corantes E: Energia EGF: Fator de Crescimento epidérmico Er-YAG : Ítrio, Alumínio, Granada, Érbio (Et): Energia Total F: Fluor FC: Frequência Cardíaca f: freqüência FGF: Fatores de Crescimento Fibroblástico g: grama GaAs: Arsenieto de Gálio GaAsP: Fosfeto Arsenieto de Gálio HAS: Hipertensão Arterial Sistêmica HDL: High Density Lipoprotein HeNe: Hélio Neônio Hz: Hertz Ho-YAG : Ítrio, Alumínio, Granada, Homio InCor/HC-FMUSP : Instituto do Coração, Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo ICC: Insuficiência Cardíaca Congestiva IRC: Insuficiência Renal Crônica IMC: Índice de Massa Corpórea IAM: Infarto Agudo do Miocárdio J: Joule Kg: Kilograma KTP: Potássio, titânio, fosfato LBP: Laser de Baixa Potência LLLT do inglês; Low Level Laser Therapy – Laser de Baixa Potência “Light Amplification by Stimulated Emission of Radiation” (amplificação da luz pela emissão estimulada da radiação) LDL: Low Density Lipoprotein MASER: Microwave Amplification by Stimulated Emission of Radiation MmHg: milímetros de mercúrio m: metro mg: miligrama mg/dl : miligramas por decilitro min: minuto mW: miliwatts Nd-YAG : Ítrio, Alumínio, Granada, Neodímio nm – nanômetro PDGF: Fatores de Crescimento Derivados de Plaquetas PO: Pós-Operatório P: Potência PA: Pressão Arterial PDT: Photo Dynamic Therapy – Terapia Fotodinâmica PDD: Photo Dynamic Diagnosis – Diagnóstico Fotodinâmico SAEF : Sapatial Average Eergy Fluência - Fluência de Energia Média Espacial SUS : Sistema Único de Saúde s: segundo SRIS: Síndrome da Resposta Inflamatória Sistêmica (St): Área de tratamento TG: Triglicérides TGFβ β e TGFα α : Fatores de Transformação beta e alfa TI: Tempo de Internação YAG: Ítrio, Alumínio, Granada W: Watts W/cm2 : Watts por centímetro quadrado λ - comprimento de onda VLDL: Very Low Density Lipoprotein ≤ : menor ou igual ≥ : maior ou igual Introdução _____________________________________________________________1 1. INTRODUÇÃO Dentro das possibilidades de estudar as cirurgias cardiotorácicas, na Instituição em que se desenvolveu esta pesquisa Instituto do Coração, Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (InCor/HC-FMUSP), devido ao grande n.º de cirurgias de Revascularização Miocárdica (RM), optamos por assim escolher esta modalidade cirúrgica com acesso via esternotomia. As complicações da esternotomia variam desde pequenas deiscências estéreis, até mediastinites supurativas, com grave comprometimento sistêmico, que podem ter várias origens, tais como: secundário a formação de intenso edema, seroma ou hematoma subcutâneo, presença de corpo estranho, isquemia dos bordos da ferida operatória (por erro técnico) e, sobretudo, por infecção incisional local (JONES et al., 1997). Na enfermagem a abordagem destes pacientes é comum, acompanhando o paciente durante o período peri-operatório. O que facilita muito a compreensão e apoio emocional, cuidados com a pele no preparo pré-operatório, prevenção de infecção, e ainda, detecção de alterações, que poderiam evoluir para complicações no pós- operatório. O risco de infecção profunda incisional pós-cirurgia cardiotorácica, varia de 0.4% a 5,0%, porém existem dados na literatura relatando índices que podem alcançar de 0,8 a 16%. Segundo CHENOWETH et al., (1976), nas operações cardíacas convencionais, a incidência de mediastinite tem sido referida entre 0,4 e 8,0%, com mortalidade ao redor de 30%. Estudo recente, em um Centro Especializado em Cardiologia, na cidade de são Paulo, as infecções em sítio cirúrgico, representaram 46% do total de infecções pós-cirurgia cardíaca (ABBOUD, 2001). Introdução _____________________________________________________________2 A morbidade evolutiva nestes casos sempre é relevante, pela alta mortalidade, JONES et al. (1997). Estes índices podem variar entre 5% e 47%, fora o imenso custo intra-hospitalar, e especialmente, em relação ao tempo adicional necessário a estes indivíduos, em relação ao tratamento secundário (DE FEO; RENZULLI; ISMENO, 2001; LOOP et al., 1990). A infecção em incisão esternal, usualmente é complexa e grave, incluindo freqüentemente: deiscência, infecção superficial e profunda (osteomielite, mediastinite e endocardite). Os fatores de risco são muito discutidos entre os autores, que citam alguns como: a associação de Diabete Mellitus (DM), Hipertensão Arterial Sistêmica (HAS), Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica (DPOC), obesidade, tabagismo, dislipidemias, permanência pré-operatória prolongada, preparo inadequado da pele para a operação, Revascularização do Miocárdio (RM) geralmente correlacionada com o uso das duas artérias torácicas internas (artéria mamária), uso indiscriminado do eletrocautério, duração do procedimento cirúrgico, tempo de Circulação Extra Corpórea (CEC), recirurgias por sangramento, técnica cirúrgica, imunossupressão e freqüentemente, ventilação mecânica prolongada (BITKOVER; GARLUND, 1998). 1.1 Fatores de Risco Os fatores de risco relacionados com a predisposição de cada paciente, agentes microbiológicos e cirúrgicos “per se” interferem no desenvolvimento de infecções em incisões cirúrgicas. Idade avançada, longo período de internação pré-operatório, infecção tardia e duração da cirurgia, são exemplos de fatores, que têm sido associado à infecção da incisão cirúrgica. Estes fatores podem ser divididos em: riscos intrínsecos (correlacionados com o próprio paciente) e riscos cirúrgicos (MAYHALL, 1993). Introdução _____________________________________________________________3 1.1.1 Fatores de Risco Intrínsecos Estes têm sido relacionados especificamente em deiscência incisional, incluindo: Idade Avançada, Obesidade, Tabagismo, Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica, Diversas Doenças Crônicas, colonização nasal por Staphylococcus aureos, Falência Miocárdica, HAS, Dislipidemia, Diabetes mellitus, Terapia com Esteróide, ou até mesmo em pacientes imunodeprimidos (JONES et al., 1997). Alguns fatores de risco relacionados com a deiscência são patologias complexas e também fatores de risco para Doença Arterial Coronária, principal motivo de Cirurgias de RM. A deiscência incisional e infecção são complicações que podem prolongar o tempo de internação, e ainda necessitar procedimentos cirúrgicos adicionais para o paciente, mesmo quando as complicações sistêmicas são mantidas sob controle, portanto, representam ainda um desafio terapêutico. 1.1.2 Diabetes Mellitus (DM) DM tem sido objeto de inúmeros estudos clínicos que resultaram na obtenção de importantes avanços nos critérios diagnósticos e terapêuticos. Apesar destes avanços, o DM caminha no sentido de tornar-se uma grande epidemia neste milênio. Fontes do Ministério da Saúde do Brasil, BRASIL (1997), levantamentos regionais, SPICHLER; SPICHLER; MARTINS, (1998) e de associações, AMERICAN DIABETES ASSOCIATION (1999), apontam o DM como um importante problema de saúde pública, associada, a complicações que comprometem a produtividade, qualidade de vida e a sobrevida do paciente. Os dados obtidos mostram o DM como a sexta causa mais freqüente de diagnóstico primário por internação, contribuindo de 30% a 40% para outras causas de doenças, BRASIL (1997), representam 30% dos pacientes que internam em unidades coronarianas intensivas com dor precordial, 26% dos pacientes que ingressam em programas de diálise, e além do mais é a principal causa de amputações de membros inferiores, bem como de cegueira adquirida (CONSENSO BRASILEIRO DE DIABETES - SOCIEDADE BRASILEIRA DE DIABETES MELLITUS, 2000). Introdução _____________________________________________________________4 O aumento da mortalidade cardiovascular dos pacientes diabéticos está relacionada ao Diabetes mellitus propriamente dito, e pelos outros fatores de risco associados, como a hipertensão arterial, obesidade e dislipidemia entre outros. No Prospective Diabetes Study, UKPDS (1998) apenas 6mmHg de acréscimo na pressão diastólica resultou no aumento de 16% da mortalidade. A hipertensão arterial é cerca de duas vezes mais freqüente em diabéticos, quando comparados à população geral (HANSSON; ZANCHETTI; CARRUTHERS, 1998); (HANSSON; LINDHOLM; NISKANEN, 1999). Os benefícios do tratamento anti-hipertensivo já estão comprovados, reduzindo significativamente a mortalidade e a morbidade por doença cardiovascular. O controle adequado da pressão arterial sistólica também mostrou reduzir exponencialmente o risco de eventos cerebrovasculares (TUOMILEHTO; RASTENYTE; BIRKENHAGER, 1999). A dislipidemia é um dos principais fatores de risco para doença cardiovascular em pacientes diabéticos, LEHTO (1997), sendo as alterações lipídicas mais freqüentes a hipertrigliceridemia, a redução do HDL (High Density Lipoprotein)-colesterol e as alterações qualitativas nas lipoproteínas como a formação de partículas de LDL (Low Density Lipoprotein)-colesterol pequenas e densas, que em longo prazo, pode aumentar a chance de desenvolvimento de doença coronária obstrutiva. 1.1.2.a Conceito O DM é uma síndrome de etiologia múltipla, decorrente da falta de insulina e/ou da incapacidade da insulina exercer adequadamente seus efeitos reguladores da metabolização da glicose. Caracteriza-se por hiperglicemia crônica com distúrbios do metabolismo dos carboidratos, lipídios e proteínas. As conseqüências do DM em longo prazo incluem danos, sérias disfunção e falência de múltiplos órgãos, especialmente rins, olhos, nervos, coração e vasos sangüíneos (SPICHLER; SPICHLER; MARTINS, 1998). Introdução _____________________________________________________________5 A deficiência na secreção de insulina, na ação inapropriada de insulina, ou ambas, resultam em hiperglicemia e outras alterações metabólicas de grau imperceptível, contudo suficiente para causar alterações funcionais ou patológicas por um longo período, antes que o diagnóstico seja estabelecido. Muitas vezes os sintomas clássicos (perda inexplicada de peso, polidipsia e poliúria) estão ausentes, dificultando ainda mais o reconhecimento da doença. Antes do surgimento da hiperglicemia mantida, a síndrome diabética passa por um estágio de distúrbio do metabolismo da glicose caracterizado por valores glicêmicos variáveis situados entre a normalidade e a faixa diabética (SPICHLER; SPICHLER; MARTINS, 1998). 1.1.2.b Complicações Crônicas O DM na sua evolução em longo prazo pode apresentar complicações vasculares e/ou neurológicas de gravidade variável. Os estudos de mortalidade têm apontado o DM, como importante causa de óbito por doença crônica (não transmissível) em todo o mundo, sendo a macroangiopatia e a nefropatia, os principais determinantes da causa mortis entre os diabéticos. Como causa importante de morbidade, além das doenças citadas, temos as complicações crônicas oftalmológicas e neurológicas, levando a acentuada piora da qualidade de vida destes pacientes (UKPDS, 1998). Atualmente o DM é a principal causa adquirida de perda de visão e amputação dos membros inferiores, sendo esta última ocorrência, uma associação entre neuropatia, arteriopatia e infecção. 1.1.2.c Macroangiopatia A doença cardiovascular (DCV) é a maior causa de mortalidade nos diabéticos, contribuindo significativamente com o aumento da morbidade e dos custos no tratamento do DM. O DM tipo 2 é um fator de risco independente para a doença macrovascular, sendo comum a co-existência com outros fatores, como por exemplo dislipidemia e hipertensão arterial (SPICHELER; SPICHLER; MARTINS, 1998). Introdução _____________________________________________________________6 Fatores freqüentemente encontrados em diabéticos do tipo 1 e 2 , hipertensão, dislipidemia e tabagismo, e ainda, a resistência insulínica, disfunção endotelial, anormalidades de coagulação, contribuem para acelerar a aterosclerose no Diabetes mellitus (UKPDS, 1998). A HAS é uma co-morbidade comum nos diabéticos, afetando 20% a 60% das pessoas com DM, dependendo da idade, obesidade e etnia. Hipertensão arterial é o maior fator de risco para a DCV e complicações microvasculares, como retinopatia diabética e nefropatia (SCHEERDER et al., 2001). No DM tipo 2, a hipertensão e a DM fazem parte da síndrome plurimetabólica que também inclui obesidade, hiperglicemia e dislipidemia, tendo a última, como achado mais comum a hipertrigliceridemia, aumento das VLDL (very low density lipoprotein), diminuição dos níveis circulantes de HDL, alteração na composição das LDL e aumento das apolipoproteinas B e E (SCHEERDER et al., 2001). O controle lipídico é de fundamental importância, já que estudos mostram o aumento da prevalência de DCV com anormalidades lipídicas. A redução dos níveis de triglicérides e LDL-colesterol tem evidenciado reduzir a incidência de DCV e da mortalidade em DM tipo 2, particularmente aqueles com eventos cardiovasculares prévios (JOINT NATIONAL COMITTEE PREVENTION, 1997). Os dois locais mais acometidos por este tipo de complicação diabética são comumente fundo dos olhos e parênquima renal (THE DIABETES CONTROL CTRG, 2000). Introdução _____________________________________________________________7 1.1.2.d Neuropatia Diabética As formas clínicas mais comuns de neuropatia que afetam indivíduos diabéticos são a polineuropatia sensitivo-motora simétrica distal, onde os pacientes freqüentemente têm sinais de comprometimento de sensibilidade e de motricidade, ocorrendo dor, parestesia, hipoestesia, geralmente em luvas ou botas defeitos, proprioceptivos, atrofia muscular e as alterações da função autonômica e, por várias vezes, perda distal dos membros inferiores (PFEIFER et al.,1985). 1.1.3 Hipertensão Arterial Sistêmica (HAS) HAS pode apresentar elevado custo médico-social, quando relacionada a: Doença Cérebro Vascular (AVC), Doença Arterial Coronária (DAC), Insuficiência Cardíaca Congestiva (ICC), Insuficiência Renal Crônica (IRC), Doença Vascular Periférica (DVP). A HAS é um dos mais importantes fatores de risco para o desenvolvimento das doenças cardiovasculares, explicando 40% das mortes por AVC e 25% daquelas por DAC (PERLLOF et al., 1993). De acordo com dados do Ministério da Saúde, ocorreram 1.150.000 internações por doenças cardiovasculares em 1998, com custo global de 475 milhões de reais, correspondendo na época, a aproximadamente, 400 milhões de dólares (PALATTINI, 1994). Introdução _____________________________________________________________8 A mensuração sistemática da pressão arterial (PA) é comprovadamente o elemento chave para estabelecer o diagnóstico da hipertensão arterial. A medida da pressão arterial deve ser obrigatoriamente realizada em toda a avaliação clínica de pacientes de ambos os sexos, por médicos de todas as especialidades e pelos demais profissionais da saúde, devidamente treinados (PERLLOF, et al. 1993). 1.1.3.a Medida não Invasiva da Pressão Arterial A mensuração da pressão arterial deve ser realizada de forma adequada, para evitar erros. Deve ser feito o preparo adequado do paciente, uso de técnica padronizada e equipamento calibrado. O método empregado nesses casos é o indireto, técnica auscultatória, com esfignomanômetro aneróide ou de coluna de mercúrio (PERLLOF et al., 1993). O recente trabalho do VII JOINT NATIONAL COMMITTEE (JNC), 2003 levou a uma simplificação das categorias e a categorização de uma situação dita "préhipertensão", onde as modificações do estilo de vida devem ser mais que incentivadas, tendo em vista a grande possibilidade de evolução futura para o estado de hipertensão arterial com o avançar da idade. Classificação da Pressão Arterial (pacientes > 18 anos), 2003. Classificação Pressão Sistólica (mmHg) Pressão Diastólica (mmHg) Normal <120 <80 Pré-Hipertensão ≤139 ≤89 Hipertensão Estágio 1 140 – 159 90 – 99 Hipertensão Estágio 2 >160 >100 Tabela 1- VII JOINT NATIONAL COMITTEE, 2003. As categorias de estágio 2 e 3 foram unificadas, tendo em vista não haver objetivo prático em diferenciar duas situações clínicas que já reservam um prognóstico igualmente ruim. 1.1.4 Obesidade O excesso de peso, aumenta de duas a seis vezes, o risco de doenças cardiovasculares e HAS (VASAN; LARSON; LEIP, 2001). O primeiro parâmetro a ser considerado na quantificação da obesidade deve ser, certamente o Índice de Massa Corpórea (IMC). Este índice tem sido amplamente utilizado nos estudos clínicos, que relacionam a obesidade ao risco de Infarto Agudo do Miocárdio (IAM), sendo facilmente calculado através da divisão do peso em Kg, pela altura ao quadrado, em metros. IMC = Peso (Kg)/Altura (m2) Naturalmente, o IMC possui a limitação de ser pouco descritivo quanto à distribuição do tecido adiposo ou muscular de um determinado paciente. O segundo parâmetro básico e necessário na avaliação da obesidade relaciona-se à diferenciação de dois padrões distintos (ARNER, 1998). Trata-se da circunferência abdominal e o que se diferencia é a obesidade andróide ou abdominal da ginecóide. A obesidade abdominal, também descrita em forma de “maçã”, tem como principais características a sua localização, preferencialmente no abdome, e a sua associação com a manifestação da síndrome plurimetabólica – resistência à insulina, tríade lipídica e HAS (REAVEN, 1995). Em decorrência destas manifestações, essa forma de obesidade está relacionada a um maior risco cardiovascular. A obesidade ginecóide se refere à forma de “pêra”, mais comuns no biótipo feminino, porém a forma mais precisa de se diferenciar é medindo-se a circunferência abdominal à altura da cicatriz umbilical, em ortastase, e ao final da expiração pode-se diagnosticar obesidade abdominal. Uma circunferência abdominal > 94cm nos homens e > 80cm nas mulheres foi identificada como marcadora de risco, e valores > 102cm no homem e > 88cm nas mulheres identificam alto risco de HAS, dislipidemia, DM e DVC (HAN; VAN LEER; SEIDELL, 1995). Introdução _____________________________________________________________10 Recomenda-se a manutenção do peso ideal com IMC entre 18,5 –24,9 Kg / m2 , empregando aumento da atividade física e dieta hipocalórica. O AMERICAN COLLEGE OF CARDIOLOGY (2000), afirma que o exercício físico regular reduz a pressão sistólica em 3 a 2 mmHg em normotensos, sendo a queda proporcional à pressão arterial inicial. 1.1.5 Dislipidemias Hipercolesterolemia e hipertrigliceridemia com HDL-colesterol baixo são importantes fatores de risco cardiovascular, segundo as (III DIRETRIZES BRASILEIRAS, 2001). 1.1.5.a Classificação da Dislipidemias Classificação laboratorial: Hipercolesterolemia isolada (aumento do colesterol total, CT, e ou LDLcolesterol, LDL-C). Hipertrigliceridemia isolada (aumento dos triglicérides, TG). Hiperlipidemia mista (aumento do CT e dos TG). Diminuição isolada do HDL-colesterol (HDL-C) ou associada a aumento dos TG ou do LDL-C. Classificação Etiológica: Dislipidemias primárias – Origem genética. Dislipidemias secundárias – Causadas por outras doenças ou uso de medicamentos: hipotireoidismo, DM, síndrome nefrótica, insuficiência renal crônica, obesidade, alcoolismo, icterícia obstrutiva, uso de doses altas de diuréticos, betabloqueadores, corticosteróides, anabolizantes. As metas atuais do controle do perfil lipídico são classificadas de acordo com o risco de um evento coronário agudo em 10 anos. Introdução _____________________________________________________________11 Valores de referência dos lípides para indivíduos > 20 anos de idade, 2001. Lípides Valores Categorias Colesterol Total < 200 Ótimo LDL - Colesterol <100 Ótimo HDL - Colesterol < 40 Baixo Triglicérides < 150 Ótimo Tabela 2- III Diretrizes Brasileiras Sobre Dislipidemias – Departamento de Aterosclerose da Sociedade Brasileira de Cardiologia, 2001. A base do controle das dislipidemias é representada por mudanças dietéticas e mudanças no estilo de vida como: redução do consumo de gordura e substituição parcial das gorduras saturadas por mono e poliinsaturadas e redução da ingestão diária de colesterol, além da prática de atividades físicas regulares, interrupção do tabagismo e moderação no consumo de bebidas alcoólicas. 1.1.6 TABAGISMO Recomenda-se a interrupção do tabagismo já que este, indubitavelmente se associa a maior incidência e mortalidade das doenças; coronária, cerebrovascular e vascular de extremidades. É necessário, um certo controle na abstinência ao tabaco, pois freqüentemente estes indivíduos referem que ao cessar, propicia um aumento de peso, por conseguinte, favorece a elevação da PA. Introdução _____________________________________________________________12 A exposição ao fumo – tabagismo passivo, também constitui fator de risco cardiovascular, e desta forma deve ser evitado a todo custo. O nº de cigarros/dia/ano agrava e infere um alto risco de desenvolver doença cardiovascular e/ou neoplasia de pulmão ou de outros órgãos. Entre as 25 doenças relacionadas ao hábito de fumar, tanto em homens como em mulheres, em ordem de incidência são causas de morte: doenças cardiovasculares (43%); câncer (36%); doenças respiratórias (20%) e outras (1%) (CENTERS FOR DISEASE CONTROL AND PREVATION, 1990; 1994; AMERICAN THORACIC SOCIETY, 1996). 1.2 Fatores de Risco Cirúrgicos: Circulação Extra Corpórea (CEC), tempo de perfusão prolongado, duração da cirurgia, utilização de Balão Intra-Aórtico, reoperação, permanência pré-operatória prolongada, utilização de artéria mamária ou veia safena, uso indiscriminado do eletrocautério, tempo de intubação prolongado, suporte nutricional inadequado, preparo pré -operatório da pele inadequado (JONES et al., 1997). É importante mencionar que, infecção incisional em cirurgias cardiotorácicas, mais comumente em incisão esternal (técnica mais utilizada), podem ser classificadas em: superficial (deiscência), ou profunda (osteomielite, mediastinite e endocardite). Contudo, as infecções profundas confinadas ao tecido subcutâneo e muscular sem acometimento ósseo, geralmente apresentam evolução benigna (STOLF; JATENE, 1998). Introdução _____________________________________________________________13 Este tipo de complicação representa ainda na área médica um desafio terapêutico, já que ela compromete o estado de saúde mental e física do paciente, prolongando o tempo de internação, vindo a onerar tanto aos pacientes quanto as Instituições hospitalares correlacionadas. Desta forma, procurando minimizar as complicações referentes a este tipo de procedimento cirúrgico no InCor, buscamos, através de uma terapia não invasiva utilizando o laser de baixa potência a fim de prevenir a deiscência incisional em pacientes com conhecidos fatores risco, submetidos à cirurgia cardíaca. 1.3 Revascularização do Miocárdio (RM) A revascularização cirúrgica do miocárdio, se consagrou nestes últimos 30 anos, como um procedimento seguro e bem estabelecido para o tratamento da insuficiência coronariana, proporcionando a remissão dos sintomas e contribuindo para o prolongamento e melhora da qualidade de vida, de pacientes portadores de doença arterial coronária. As anastomoses empregadas na RM podem ser venosas; veia safena (popularmente conhecida como: ponte de safena) e arteriais; artéria mamária interna (ou torácica interna), radial e gastroepiplóica. A artéria mamária interna tem demonstrado um índice de permeabilidade tardia superior aos melhores resultados obtidos com as veias safenas homólogas e é por isso considerado o conduto ideal para irrigar os vasos coronários na cirurgia de RM. Entre outros fatores, que contribuem para sua adequação, citam-se; a baixa incidência de aterosclerose no vaso, o diâmetro interno aproximado ao lúmen das artérias coronárias e a constituição arterial (BRASIL et al., 1996). Porém sua utilização, torna a circulação da parede torácica diminuída, dificultando o processo de cicatrização. Introdução _____________________________________________________________14 Apesar dos baixos índices de mortalidade hospitalar, a morbidade pós-operatória ainda permanece considerável, especialmente para aqueles pacientes com doenças associadas, tais como: renais crônicos, portadores de DPOC, presença de acidente vascular cerebral prévio, distúrbios de coagulação, doenças metabólicas e endócrinas ou, ainda, pacientes com faixa etária elevada. Esta morbidade é causada principalmente pelos efeitos sistêmicos adversos decorrentes do uso da CEC (BRASIL et al., 1996). 1.4 Circulação Extracorpórea (CEC) A evolução da CEC ao longo dos anos foi lenta e gradual, passando de um procedimento extremamente arriscado para um processo sistemático, minucioso, seguro e rotineiro, que vem sendo praticado diariamente em milhares de centros cirúrgicos no mundo todo. A CEC impõe ao organismo um número de alterações importantes com o desvio do sangue para um circuito artificial, como a mudança do regime do fluxo sangüíneo, possível aumento do gradiente de temperatura, stress mecânico sobre os elementos figurados do sangue, devido ao seu contato com superfícies não endoteliais, filtros, compressão, turbulências, etc. (BRASIL et al., 1996). 1.4.1 Síndrome da Resposta Inflamatória Sistêmica (SRIS) A CEC é indispensável na maioria das operações cardíacas, sendo responsável pelo enorme progresso desta especialidade, porém, ainda é um procedimento que não está isento de complicações. Pacientes que são submetidos à cirurgia cardíaca com uso de CEC podem desenvolver SRIS, em graus variáveis, produzindo lesões orgânicas que levam ao aumento da morbidade pós-operatória. Como fatores causais desta reação inflamatória, também denominada de síndrome pós-perfusão, podemos citar o trauma cirúrgico, o contato do sangue com superfícies não endotelizadas do circuito extracorpóreo e as chamadas lesões de reperfusão pós-CEC (BRASIL et al., 1998). Introdução _____________________________________________________________15 Atualmente, existe uma tendência a minimizar a agressão ao paciente, simplificando o ato cirúrgico através de técnicas menos invasivas (cirurgia minimamente invasiva), com a finalidade de acelerar a recuperação dos pacientes, diminuir o tempo de hospitalização, os custos e a morbi-mortalidade. Importante passo nesse sentido foi dado pela introdução das técnicas de RM sem o uso da CEC. Entusiasmado com o progresso farmacológico pelo surgimento de drogas que diminuíam o consumo de oxigênio do miocárdio, BUFFOLO; ANDRADE; SUCCI et al. (1982) iniciaram no Brasil, a cirurgia de RM, sem CEC, sendo responsáveis pela introdução e padronização da técnica em nosso meio, sugerindo seu uso sistemático como uma alternativa eficiente e segura no tratamento da insuficiência coronariana. Outros Serviços têm registrado suas experiências, demonstrando que a revascularização do miocárdio sem CEC é um procedimento que pode ser realizado com baixo risco cirúrgico e com excelentes resultados (SUN; WANG; LASSON, 1999). Revascularizar o miocárdio sem CEC tem vantagens e desvantagens, entre as vantagens podemos citar a simplicidade aliada a menor agressividade do ato operatório assemelhando-se ao risco de uma simples toracotomia, o menor tempo cirúrgico, menor uso de sangue e derivados, menor morbi-mortalidade, recuperação mais rápida dos pacientes, menor custo pela não utilização do circuito extracorpóreo e tempo mais curto de internação hospitalar (SOUZA; ELIAS, 1995). Introdução _____________________________________________________________16 1.5 Reparação Tecidual Todos os fenômenos biológicos associados à cicatrização exigem a participação ativa das células, assim como as condições ambientais locais precisam ser ótimas para o metabolismo celular. Qualquer diminuição do suprimento sanguíneo no local, retarda ou impede a cicatrização (DANCINI, 1996). O processo inflamatório iniciado imediatamente após um trauma, tem uma série de eventos responsáveis pela cicatrização principalmente, em relação à velocidade de fluxo sangüíneo e permeabilidade capilar “in situ”. A invasão rápida e completa do “espaço” da ferida por fibroblastos representa um passo fundamental na cicatrização efetiva (MAYERS; JOHSON, 1998). Os fragmentos de tecido desvitalizado, hematomas, ou corpos estranhos e as coleções de líquidos atuam como barreiras físicas, impedindo a penetração normal dos fibroblastos. A remoção completa de todos os materiais desvitalizados, assim como a prevenção ou retirada de coleções liquidas, constituem metas primárias do bom tratamento de feridas. Durante muito tempo o termo cicatrização foi empregado, atualmente porém, só se denomina com esse termo à uma das fases, responsável pelo mecanismo de reparação tecidual, estas fases são: inflamatória , proliferativa e maturação. O outro mecanismo que, faz parte do processo, é o da regeneração, com reposição tecidual ‘original’. Independentemente, da gravidade da lesão, a reparação depende, no entanto, do tipo de tecido envolvido e sua habilidade em regenerar-se (FLANAGAN, 1997). Introdução _____________________________________________________________17 1.5.1 Tipos de Cicatrização A cicatrização pode ser por primeira (a união primária ou regeneração), segunda ou terceira intenção. 1.5.2 Cicatrização por Primeira Intenção A incisão está limpa e seca, com os bordos aproximados, como por exemplo, uma incisão cirúrgica, e assim a reparação tecidual transcorre sem contaminação bacteriana significativa, tendo perda mínima ou danificação de tecido. O trauma inicial gera uma resposta inflamatória aguda, manifestada através de edema e formação de exsudato seroso, rico em leucócitos, dentro das 24 horas, surgem os neutrófilos nas margens da incisão, movimentando-se em direção ao coágulo de fibrina (HESS, 2000). Pelo terceiro dia, os neutrófilos já foram em grande parte substituídos pelos macrófagos, já no quinto dia, o espaço incisional é preenchido por tecido de granulação, onde ocorre a máxima neovascularização. Durante a segunda semana há um acúmulo continuado de colágeno e proliferação de fibroblastos, em grande parte, já desapareceram o infiltrado leucocitário, bem como o edema e o aumento da vascularização. Ao final do primeiro mês, a ferida resume-se num tecido conjuntivo celular sem infiltrado inflamatório, coberto, agora, por uma epiderme intacta (HESS, 2000). 1.5.3 Cicatrização por Segunda Intenção A ferida é maior e mais profunda, ocasionando maior distância entre os bordos, quando há uma perda maior de células e tecidos, que criam grandes defeitos incorrendo num processo de reparo mais complicado, consiste de uma “cascata” de complexos eventos celulares e bioquímicos, mediados por diversos fatores com ação inibitória e/ou estimuladora. A seqüência de reações que compõe o processo da cicatrização é dividida didaticamente nas seguintes fases: fase inflamatória (defensiva ou reativa);proliferativa (fibroblástica ou de reconstrução) e de maturação ou remodelagem (MODOLIN, 1997; HADDAD, 1994). Introdução _____________________________________________________________18 1.5.4 Cicatrização por Terceira Intenção Ocorre quando a ferida fica aberta inicialmente, e mais tarde é suturada na tentativa de aproximação dos bordos e estimular a reparação tecidual. 1.5.5 Fases da Reparação Tecidual 1.5.5.a Fase Inflamatória A resposta inflamatória está diretamente ligada ao processo de reparação tecidual. Na verdade, o processo de reparação inicia-se durante a fase inicial da resposta inflamatória (apud DECLAIR; COELHO; GONÇALVES, 2000; SIMUNOVIC et al., 2000). Fatores Envolvidos na Resposta Inflamatória: Fatores mediadores de Vasopermeabilidade; Aminas vasoativas (histamina, serotonina), Peptídeos (kininas), Protaglandinas, Sistema de Cascata do Complemento (tromboxane, lymplaquinas). Fatores Leucotáxicos , vide figura 1. permeabilidad e relativa Mudanças de Permeabilidade após o Dano Tissular Imediata 20 10 0 2 Retardada 4 0 0 2 4 horas após o dano 6 acumulo leucocitário Figura 1- Resposta Inflamatória após o Dano Tissular (WARD, 1985). A fase inflamatória da cicatrização se caracteriza pela presença dos sinais denominados flogísticos: dor, calor, rubor e edema. Sua função consiste em se desfazer das células mortas e das bactérias, bem como estimular o processo de cicatrização per se. A resposta inflamatória é essencial para a reparação e restauração da estrutura funcional e integridade da pele ou tecido lesionado, na verdade, a reparação tecidual começa durante a fase inicial da inflamação (FLANAGAN, 1997). Introdução _____________________________________________________________19 Juntamente com a hipóxia e a acidose metabólica local, há ativação das plaquetas, que liberam uma série de mediadores (alfagrânulos, tromboxane, fibrinogênio, fibronectina e outros fatores), que atuarão na agregação plaquetária ao longo do endotélio vascular, e entre si, para formação do esqueleto do coágulo. Instalam-se, então, os típicos sinais inflamatórios que serão mais ou menos intensos conforme as características da lesão. O exsudato é um importante mecanismo de defesa, cujo volume é proporcional à superfície da ferida e a resposta inflamatória, que persiste até a re-epitelização total (DOUGHTY, 1992). Os leucócitos são atraídos para a ferida por substâncias quimiotáxicas, principalmente a fibronectina, até uma hora após a lesão. Dentre os leucócitos, mais importantes e, qualitativamente mais significativos no leito da ferida, embora com meiavida curta, em verdade são os neutrófilos ou polimorfonucleares, que promovem uma barreira contra a infecção, através da fagocitose bacteriana e degradação dos tecidos desvitalizados. A autólise feita pelos polimorfonucleares, e mais tarde pelos macrófagos, se processa através da liberação de hidrólises ácidas confinadas nos lisossomos, que se rompem, com a morte celular, digerindo o seu conteúdo (PHILLIPS, 1995; DEALEY, 1996). Quatro a cinco dias após o trauma, os macrófagos começam a substituir gradualmente os leucócitos, dando origem aos monócitos e neutrófilos, que são atraídos para a ferida por alguns fatores de crescimento. Estes são críticos para a reparação tissular, pois seu papel não se restringe à potente ação fagocitária de bactérias, mas também a produção de diversos fatores de crescimento (como Fator de Crescimento epidérmico – EGF; Fatores de Crescimento Derivados de Plaquetas – PDGF; Fatores de Crescimento Fibroblástico – FGF; Fatores de Transformação beta e alfa – TGFβ e TGFα; Interleucina I e outros); substâncias quimiotáxicas e enzimas proteolíticas, que atuam nas demais etapas do processo de cicatrização. Além disso, convertem macromoléculas em aminoácidos e açúcares e secretam lactato, que estimulam a síntese de colágeno (HESS, 1995; DEALEY, 1996). Introdução _____________________________________________________________20 1.5.5.b Fase Proliferativa A fase proliferativa ou de fibroplasia é uma etapa de grande atividade, que visa o preenchimento da ferida com tecido conectivo e a cobertura epitelial, esta fase se inicia em média de 48 horas, após o dano, e pode durar até 24 dias. Para tanto, abrangem dois processos, a granulação e a contração da ferida (ESPEY, 1980). A ação dos macrófagos é imprescindível na transição da inflamação para a reconstrução do tecido lesado, por promover a estimulação da angiogênese e da produção de fatores de crescimento, que atraem fibroblastos para a ferida, estimulandoos a dividir-se e posteriormente atuar na fabricação de fibras de colágeno. Aparentemente, a fibronectina também eleva a atividade dos fibroblastos (ESPEY, 1980). Em uma ferida recente, pode-se constatar a presença de colágeno. Já no segundo dia, no entanto, a ação dos fibroblastos depende do fornecimento local de oxigênio. Se não ocorrer uma adequada rede de micro-vascularização dos tecidos, a ferida não cicatrizará. Quando os macrófagos auxiliam no crescimento da atividade dos fibroblastos, estimulam o incremento de novos vasos sanguíneos, capazes de levar oxigênio e nutrientes para a ferida (DEALEY, 1996). No quinto ou sexto dia após o aparecimento da lesão, os fibroblastos começam a sintetizar colágeno, que é a matriz de suporte do novo tecido. A síntese do colágeno precisa da oxidação de dois aminoácidos, a prolina e a lisina são responsáveis pela sustentação de uma matriz de colágeno. Essa reação ocorre na presença de vitamina C (ESPEY, 1980; MODOLIN, 1997). Introdução _____________________________________________________________21 Em feridas abertas, a economia do organismo impõe limite para o preenchimento do defeito lesionado, empregando desta maneira o mecanismo da contração da ferida. Esta é mediada por um tipo especial de fibroblasto, o miofibroblasto, que tem capacidade contrátil e que migra através da área de reparação tissular, trazendo as fibras colágenas em direção às células. Com isto há uma redução no período de cicatrização, podendo ser responsável por até 80% do tempo do fechamento da ferida (HESS, 1995). 1.5.5.c Fase de Maturação Maturação ou remodelagem é a última fase do processo, que inicia em torno da ª 3 semana após a lesão, e pode prosseguir até 2 ou mais anos. Sua principal função é a de incrementar a força tensil da lesão, ocorre também concomitantemente à deposição, agrupamento e remodelação do colágeno, bem como a repressão endotelial (MODOLIN, 1997). O número de fibroblastos diminui e o depósito de colágeno continua a assumir um padrão mais refinado. A cicatriz formada mostra sinais visíveis de maturação, tornando-se vermelho-escura, por aproximadamente 4 meses, após os quais, gradualmente se esmaece para, no fim, ficar branco-acinzentada, dependendo da etnia do indivíduo e fatores genéticos (DEALEY, 1996). Através da colagenase, as fibras são removidas da ferida (lise), e depois substituídas por novas fibras, agora reorganizadas, ao longo das linhas de estresse mecânico. Na medida em que o processo evolui e a atividade celular diminui, o mecanismo de neovascularização, também é reduzido. A cicatriz é formada, então, por colágeno, glicoproteínas, proteoglicanas e outras proteínas. A produção excessiva gera uma cicatriz hipertrófica, enquanto a destruição excessiva, uma força tensil menor (RUDOLPH, 1990; DOUGHTY, 1992; PHILLIPS, 1995; HESS, 1995; DEALEY, 1996; FLANAGAN, 1997). Introdução _____________________________________________________________22 As fases do processo de reparação tecidual podem ser visualizadas através de esquema mostrado na figura 2. Fibras colágenas Macrófagos cicatrização Polimoronucleares Fibroblastos neutrófilos Figura – 2 Reparação Tecidual – Flanagan, M., Nursing, n.16, p.22, 1997. 1.5.6 Complicação da Ferida Cirúrgica A deiscência e mediastinite são complicações cirúrgicas bastante temidas pelas equipes de cirurgia cardíaca e continuam sendo de difícil controle. O diagnóstico precoce e a intervenção terapêutica, como a ressecção total ou parcial do tecido infectado, são fundamentais para a boa recuperação do paciente. O aparecimento de novas possibilidades intervencionistas deverá levar à melhoria dos resultados, principalmente na prevenção de mediastinite pós-operatória ou de suas recorrências. A diversidade de situações, o estado de saúde prévio do paciente, a alta morbi- mortalidade dessa complicação, obrigam os pesquisadores de todo o mundo a continuar a busca de novos métodos diagnósticos e terapêuticos, cada vez mais eficazes para debelar essa tão temida complicação, bem como, a revisão sistemática dos procedimentos atuais, visando o aperfeiçoamento das técnicas e condutas utilizadas (LOOP et al., 1990). Introdução _____________________________________________________________23 Contudo, para se evitar a mediastinite e suas graves conseqüências médicosócio-econômicas há necessidade, sobretudo, de adoção de algumas medidas: instituir rigorosas condutas de prevenção pré, trans e pós-cirúrgicas e, principalmente, realizar precocemente a terapia aos primeiros sinais de infecção, mas antes buscando, por todos os meios, pesquisar o agente etiológico (LOOP et al., 1990). 1.5.7 Deiscência Incisional Geralmente se desenvolve de 7 a 10 dias após o procedimento cirúrgico. As principais complicações observadas durante a fase inflamatória são: dor intensa no local, edema e tardiamente, infecção devido à má qualidade de restauração dos tecidos envolvidos (LOOP et al., 1990). O paciente refere dor e sensação de instabilidade, incorrendo em vários casos no movimento da região esternal, podendo se observar drenagem de secreção, a qual deverá ser encaminhada para análise microbiológica (estabelecida “a priori” antibioticoterapia profilática). Estes pacientes têm maior risco de desenvolver infecção esternal profunda ou mediastinite, que é indubitavelmente a infecção mais temida, entre os profissionais que trabalham, em centros de cirurgia cardíaca. Além da dificuldade do tratamento, que deve ser prolongado, aumentando o tempo de permanência hospitalar, essa infecção tem altos índices de mortalidade, podendo alcançar incidência de 25% (LOOP et al., 1990). 1.5.8 Infecção Incisional Superficial É definida como aquela que não penetra no tecido subcutâneo. Aproximadamente, 1% dos pacientes com incisão em região esternal, desenvolvem esta infecção, geralmente após 7- 9 dias no pós-operatório. A ferida apresenta eritema e drenagem de secreção serosa ou exsudativa, mas transcorre geralmente sem maiores complicações (BITKOVER; GARLUND, 1998). Introdução _____________________________________________________________24 1.5.9 Infecção Incisional Profunda Neste grupo se incluem mediastinite aguda, com deiscência esternal, mediastinite e osteomielite, sua incidência é de 0.4 – 5%, indubitavelmente são casos graves em que se impõem condutas severas, estas complicações modificam substancialmente a evolução natural dos pacientes no pós-operatório, pelo alto índice de morbi-mortalidade, prolongamento do tempo de internação elevando o custo no sistema de saúde e, sobretudo, aos pacientes e familiares. É relativamente encontrada em pacientes transplantados, recebendo terapia imunossupressora (BITKOVER; GARLUND, 1998). 1.5.10 Patogênese das Infecções Mediastinais Os pacientes submetidos a CEC, correm maior risco de contaminação e, por conseguinte, adquirirem infecções devido a alterações nas respostas imunológicas e, também ao grande numero de portas de entrada potenciais para bactérias patogênicas. Bactérias gram-positivas são mais comumente isoladas na mediastinite; tais como: Staphylococcus aureus ou Staphylococcus epidermides são identificados em 70 a 80% dos casos. Infecções mistas são observadas em cerca de 40% dos casos. Organismos gram negativos e infecções por fungos são pouco freqüentes (LOOP et al., 1990; BITKOVER; GARLUND, 1998). 1.5.11 Tratamento da Deiscência e Mediastinite Parece não existir um único procedimento, aplicável com sucesso, em todos os tipos de mediastinite. A infecção aguda que acontece nas duas primeiras semanas após a operação é um processo diferente da infecção crônica e recorrente, que aparece meses ou anos após a cirurgia inicial. A abordagem, em tais casos, deverá ser diferente, (JONES et al., 1997). Introdução _____________________________________________________________25 A mediastinite aguda, até duas semanas do pós-operatório, pode ter o melhor tratamento com desbridamento e irrigação apenas. É imperativo, que todos os materiais sejam removidos, incluindo os fios de aço esternais, suturas absorvíveis, tecidos desvitalizados e cera de osso (NAGACHITA et al., 1987). Todos os esforços devem ser empregados para não se abrir as cavidades pleurais, usualmente estéreis, na ausência de evidências clínicas ou radiológicas de empiema. Múltiplos cateteres de irrigação e drenagem são considerados superiores a um único dreno, e soro fisiológico ou soluções com antibióticos são preferidas às substâncias iodadas, evitando-se alergias (SLAUGTHER et al., 1993) A mediastinite que se apresenta com mais de seis semanas da cirurgia, ou quando mais de um tipo de tratamento já falhou, pode ser tratada com desbridamento, esternectomia e ressecção da cartilagem costal exposta se necessário, e, mais tarde, correção com retalho muscular ou omental, conforme a experiência e preferência da equipe de cirurgia cardiotorácica e/ou cirurgia plástica (JONES et al., 1997). Outra possibilidade de tratamento é a Câmara Hiperbárica, embora ainda seja inviável para a grande maioria de pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS), devido ao seu alto custo e por ser indisponível na maioria dos Hospitais urbanos de grandes centros. Os estudos in vivo, tanto em animais de laboratório, quanto estudos clínicos preliminares, apóiam a teoria de que a regeneração tissular e a cicatrização de feridas em pacientes são favorecidas quando tratadas por meio do Laser de Baixa Potência (LLLT do inglês; Low Level Laser Therapy), já que esta terapia engloba, estímulos a microcirculação, síntese de colágeno por parte dos fibroblastos, aumento da drenagem de vasos linfáticos e vasculares, ação trófico tecidual, antiinflamatórios, analgésicos, antiedematoso, e em síntese efeito de biomodulação e reparação ordenada do tecido conjuntivo (ALMEIDA-LOPES et al., 1999). Introdução _____________________________________________________________26 1.6 LASER 1.6.1 Conceito A palavra LASER é um acrônimo de “Light Amplification by Stimulated Emission of Radiation” (amplificação da luz pela emissão estimulada da radiação). A emissão estimulada foi descrita por meio de um postulado, por Albert Einstein de forma teórica, pela primeira vez em 1917 (Apud PINHEIRO, 1998). A primeira possibilidade de aplicação desse fenômeno à amplificação de ondas curtas por meio do MASER (“M icrowave Amplification by Stimulated Emission of Radiation”), que foi desenvolvida por C.H. Townes em 1951, e teve confirmação experimental junto com Shallow em 1954, sendo que receberam e dividiram, com os russos Basov e Prokhorov, o Prêmio Nobel em 1964. Em 1960, Theodore Maiman produziu o primeiro feixe de luz de laser de rubi, nos Hughes Laboratories, na California, em USA. Desde a sua concepção, os lasers encontraram uma aplicação imediata na medicina, e particularmente na cirurgia. O uso de lasers como alternativas aos bisturis metálicos, e também para ablação de tumores e remoção de tatuagens, baseia-se inteiramente nas reações teciduais. Mais recentemente, os pesquisadores voltaram-se para as possíveis aplicações clínicas das interações atérmicas da luz do laser com os tecidos. Estes estudos baseiamse principalmente na pesquisa do grupo do Professor Endre Mester, de Budapest, realizada no final da década de 60 até o inicio dos anos 80. Os resultados destes trabalhos, indicaram o potencial de irradiação por lasers de intensidade relativamente baixa, aplicada diretamente nos tecidos, para modulação de certos processos biológicos, em particular a fotobioestimulação do processo de cicatrização ou reparo dos tecidos (MESTER et al., 1975). 1.6.2 Características do Laser Introdução _____________________________________________________________27 As características que distinguem a luz do laser da luz comum são: monocromaticidade, colimação, coerência e polarização. A luz monocromática é composta de fótons do mesmo comprimento de onda ou simplesmente a mesma cor, esta característica determina quais biomoléculas absorverão a radiação incidente, portanto a interação fotobiológica e os efeitos fototerapêuticos específicos (RIGAU, 1996). Um feixe de laser colimado, consiste em ondas paralelas, umas às outras, que não divergem significativamente, minimizando assim qualquer perda de potência média. Quando um feixe de luz colimada é passado por uma lente, a luz é focada em um pequeno ponto, que irá concentrar uma grande energia, sendo que desta forma poderá incorrer em perigos oculares causados pela falta de protetores oculares durante o uso do laser (RIGAU, 1996). A coerência é o sincronismo, pois todas as ondas são ordenadas e em fase umas com as outras, à medida que viajam na mesma direção (MESTER et al., 1994). Todos os picos e vales das ondas são idênticos uns aos outros em tempo e espaço. Esta propriedade fornece um efeito aditivo, que dá uma alta potência ao feixe de luz do laser. A polarização acontece quando, as ondas de luz estão todas orientadas num só plano, assim as vibrações em seus campos elétricos acontecem numa só direção (RIGAU, 1996). KARU (1995, 1999), considera a coerência, a monocromaticidade e a polarização muito importantes na interação com os tecidos vivos, como células alvo, pois são justamente estas características as que assegurariam a penetração, absorção e transmissão. 1.6.3 Princípios do Laser Introdução _____________________________________________________________28 Um laser consiste de uma cavidade óptica, cujo meio interno está repleto de átomos excitados, desta forma aumenta a população inversa, que é o número de átomos no estado excitado versus estado de repouso, continuamente entre dois espelhos. Um espelho com reflexão total e outro parcial (97%) curvados de forma a se conseguir o máximo efeito de reflexão, através da amplificação de fótons (que é a menor partícula de energia de luz mensurada), contidos dentro da cavidade ressonância, que transmitirão uma luz coerente e contínua. (GENOVESE, 2000). O meio de um laser pode ser: § Liquido (corantes ou “Dye”); § Sólido - Rubi, Nd-YAG (Ítrio, alumínio, granada, neodímio), Er-YAG (Ítrio, alumínio, granada, érbio), KTP (Potássio, titânio, fosfato); § Gasoso- HeNe (Hélio-Neônio), CO2 (Dióxido de Carbono), Arg (Argônio), Kriptônio, Vapor de Cobre, etc. Em alguns trabalhos, separam-se os Lasers semicondutores, em outro tipo de meio, o eletrônico, sendo os Lasers; arsenieto de gálio – GaAr, arsenieto de gálio e alumínio – AlGaAs, fosfeto arsenieto de gálio – GaAsP, são os lasers de Diodo em que se utiliza a terapia a laser, e não se obtém efeitos térmicos. Seu meio ativo, em geral, nomeia cada um dos lasers, seu comprimento de onda, determinando sua pureza espectral, conferindo desta forma as características diferentes de emissão e diversas possibilidades de ações biológicas (CHAVANTES, CASEY, KVALE, 1998). É relevante mencionar, que o InCor possui uma tradição na utilização do LASER na área cardiovascular. O Prof. Dr. Radi Macruz é considerado o “Pai do LASER em Cardiologia”, com reconhecimento mundial, não obstante o InCor mantém esse pioneirismo, pois foi o primeiro a usar clinicamente diferentes Lasers em patologias cardiovasculares, como por exemplo o EXCIMER LASER na desobstrução coronariana na América Latina (CHAVANTES; JATENE, 1990). Introdução _____________________________________________________________29 Novamente o emprego do HEART LASER na Revascularização Transmiocárdica em pacientes com doenças coronarianas severas e avançadas, vem sendo inúmeras vezes a única possibilidade de tratamento destes pacientes (OLIVEIRA; GRANJA; WAJCHENBER, 2000). Estes apresentam melhora dos sintomas anginosos, no pós-operatório, sobretudo melhora da qualidade de vida. Os lasers são classificados em dois grandes grupos: Lasers de Alta Potência ou Cirúrgicos e Lasers de Baixa Potência ou Terapêuticos. Os lasers cirúrgicos podem ser descritos de modo didático, como aqueles que têm a capacidade de cortar, carbonizar e vaporizar tecidos moles e duros. Esses lasers têm normalmente uma potência maior ou igual a 01 watt segundo (BRUGNERA, 1998). Dependendo do coeficiente de absorção do tecido, pode ocasionar carbonização, vaporização, coagulação ou desnaturação de suas proteínas (CHAVANTES; JATENE, 1990). O efeito do Laser de Alta Potência se divide em: Fototérmico, Fotoablativo, Fotomecânico. 1.6.4 Interação Laser Tecido Quatro são os grandes grupos em que classificam os diferentes efeitos do laser, em relação a densidade de potência (RIGAU, 1996): 1.6.5 Efeito Fotoablativo - Fotofragmentação Er-YAG, Ho-YAG (Ítrio, alumínio, granada, homio) - Fotoionização Excimer Laser – dímeros excitados de átomos de halogêneos F (Fluor), Cl (Cloro), Br (Bromo), e gases nobres, lasers que quebram as ligações da cadeia quaternária de DNA (Dexoribonucleic desoxirribonucléico), que penetram de 5 a 20 µm no tecido. 1.6.6 Efeito Fototérmico Acid - Acido Introdução _____________________________________________________________30 - Coagulação (Nd-YAG, CO2 , Arg, CW (Continuos Wave -Emissão Contínua) Diodo) - Corte e carbovaporização (Nd-YAG, CO2 , Arg, CW- Diodo) 1.6.7 Efeito Fotomecânico-Heart Laser - CO2 (P=850W, Pmédia = 400W pulsado = milisegundos); Q switched - Er-YAG, Ho-YAG 1.6.8 Efeito Fotofísicoquímico - PDT ( Photo Dynamic Therapy – Terapia Fotodinâmica) – Dye Laser 630nm - Biomodulação - PDD (Photo Dynamic Diagnosis) – Krypton 408 – 410nm 1.6.9 Laser de Baixa Potência (LBP) RIGAU (1996) complementa que, os efeitos não térmicos são produzidos por radiações laser de baixa densidade de potência, ou seja, de 0.01 W/cm2 ≤ 1 W/cm2 . O LBP gera efeitos fotoquímicos, fotofísicos e fotobiológicos, afetando não só na área de aplicação, como também a regiões adjacentes. Produz Biomodulação, podendo gerar Bioestimulação ou Bioinibição, de acordo com o efeito tecidual desejado (KARU, 1987). Também é conhecido como Laser Terapêutico, podendo ocasionar efeito nos tecidos moles e duros, através da ação analgésica, antiinflamatória e cicatrizante (KARU, 1987; LAPEZYNA et al., 1999), vide figura 3. (a) Pré-limiar sem ativação biológica (em repouso); (b) Bioestimulação: ativação dos processos biológicos; (c) Bioinibição: inibição dos processos biológicos Figura 3- Lei de Arndt-Schultz, 1981 Introdução _____________________________________________________________31 Os efeitos; antiinflamatório e analgésico, obtidos pela ação do LBP, fez com que este tipo de terapia fosse utilizada em larga escala nos tratamentos odontológicos, visando sua ação terapêutica sobre os diferentes tecidos biológicos, possuindo efeitos na reparação tecidual, melhorando a regeneração e cicatrização dos tecidos (moles e duros), sobretudo mucosas (ALMEIDA-LOPES, 1999). Já no caso de uma parestesia, age como biomodulador das fibras nervosas e como analgésico nos pontos gatilho, nos casos de hiperalgia. GENOVESE (2000), relatou que os lasers de Diodo (semicondutores), são muito eficientes, por isso geralmente são sistemas pequenos e de operação bastante simplificada, usam fibras ópticas, ou são simplesmente livres para ocasionar estimulação celular. Muito utilizados na reparação de perdas de substâncias, sobretudo úlceras de diversas origens, como a ulceração aftosa recorrente (afta), ulcerações traumáticas vasculares e na reparação de feridas cirúrgicas. Ainda podemos citar de acordo com GENOVESE (2000), que os lasers de baixa potência produzem efeitos terapêuticos, tais como: efeito analgésico, podendo acarretar a diminuição da intensidade da dor, atuando para inibir a ação da enzima cicloxigenase, interrompendo a conversão do ácido araquidônico em prostaglandina; efeito antiedematoso, que se manifesta por meio de dois fenômenos importantes: o estímulo à microcirculação que irá proporcionar melhores condições de drenagem do plasma, que forma o edema e ação fibrinolítica, que irá proporcionar resolução efetiva do isolamento proporcionado pela coagulação do plasma; através de bioestimulação estimula a produção de ATP mitocondrial. Em verdade todos os efeitos atuam conjuntamente sobre a área tratada de forma cumulativa. A laserterapia com essa finalidade provoca um aumento da microcirculação local e na velocidade da cicatrização e reestruturação do tecido, por meio dos fibroblastos (RIGAU, 1996). Introdução _____________________________________________________________32 A radiação visível que conseguimos perceber, corresponde a uma estreita faixa do espectro eletromagnético. Para cada “cor” do espectro, está associado um número chamado; comprimento de onda (λ), cuja unidade é nanômetro (nm). Para o espectro eletromagnético, este número varia desde alguns poucos décimos de bilionésimos de metro, para os Raios Gama e Raios –X, até varias dezenas de quilômetros, para ondas de rádio. Isto mostra o quão pequena é a faixa que conseguimos ver. O laser de baixa potência, sendo uma radiação (óptica), compõe parte do espectro eletromagnético, utilizando uma faixa entre 620 a 1300nm (nanômetros), ou seja, luz visível (vermelho) e invisível (parte do infravermelho próximo), melhor exemplificado na figura 4. Espectro Visível e comprimento de onda. Figura 4. Visualização do espectro visível Diversos autores vêm estudando e avaliando no decorrer dos anos os efeitos do laser em tecidos biológicos dentre as afirmações destacamos: a fotoestimulação, através da irradiação da luz vermelha ou infravermelha, estimula efeitos de ativação dos fibroblastos, que desta forma aumenta na síntese de colágeno (LYONS et al., 1987), o transporte de elétrons na mitocôndria durante a cadeia respiratória celular (YOUNG et al., 1988; YU et al., 1997), acabam por estimular a atividade macrofágica (SHIROTO et al., 1989), incrementando a vascularização local e microcirculação (YU, et al.1997), por último liberam o lançamento de diferentes fatores de crescimento que causam reprodução endotelial. Introdução _____________________________________________________________33 Os efeitos terapêuticos dos lasers sobre os diferentes tecidos biológicos são muito amplos e variáveis, desde induzir efeitos tróficos-regenerativos, antiinflamatórios e analgésicos, os quais se tem demonstrado aumento na micro circulação local (MIRÓ et al., 1984; MAIER; HAINA; LANDTHALER, 1990); no sistema linfático LIEVENS, (1986; 1988; 1990; 1991); até a proliferação de células epiteliais e remodelação dos tecidos (STEINLECHNER; DYSON, 1993). O efeito analgésico é atribuído à liberação serotonina e opióides endógenos, contudo dependendo da dose do LBP, poderemos alcançar o efeito de Bioinibição. Desta forma a dosimetria adequada se faz necessária, a fim de obtermos os efeitos desejados, seja estimulando ou inibindo, e finalmente obtendo-se um tratamento eficaz. 1.6.10 Parâmetros Dosimétricos Os parâmetros que descrevem o laser são: tipo (Continuos Wave – CW ou pulsado), freqüência, comprimento de onda, a potência média/potência de pico, área irradiada, energia por pulso, por ponto e total, densidade de potência ou irradiância, densidade de energia ou fluência, tipo e forma do feixe e, sobretudo o SAEF (Spatial Average Energy Fluence) (BASFORD, 1995). SAEF é a relação entre a energia total emitida por um feixe e a área total de tratamento por sessão, empregando uma determinada freqüência (CW=1). A unidade é J/cm2. SAEF = Energia Total (Et) / Área de tratamento (St) SAEF = [ Potência(W) x Tempo Total de Tratamento(s)]] x Freqüência (Hz) Área Tratada (cm2) Introdução _____________________________________________________________34 Como a unidade utilizada é idêntica a da DE (J/cm2 ), caso a freqüência seja contínua. Existe uma grande confusão, especialmente em artigos sobre laser de baixa potência, e seus efeitos bioestimulativos e biomoduladores, por grande parte de indivíduos que o usam tanto in vitro quanto in vivo (TRELLES et al., 1989; MESTER, 1975). Comumente a potência útil de um aparelho é expressa em miliwats (mW). Na maior parte dos aparelhos este parâmetro é fixo e invariável, porém alguns aparelhos permitem que o operador selecione a percentagem da potência útil (por exemplo 10%, 25%, etc.). Ao longo da última década, a tendência dos aparelhos comercializados tem sido no sentido de dispositivos de maior potência útil (aproximadamente 30 – 200mW), ao invés dos aparelhos de 1 – 10mW, outrora populares, porque os aparelhos de maior potência útil podem realizar o tratamento em menor tempo (BASFORD, 1995). A energia é fornecida em joules (J), sendo comumente especificada por ponto irradiado, ou em alguns casos para o tratamento total, em que é tratada uma série de pontos. A energia é calculada mediante a multiplicação da potência útil em Watts pelo tempo de irradiação ou aplicação em segundos (BAXTER, 1994). A Densidade de potência ou Irradiância. é a quantidade de potência que é concentrada dentro de uma superfície de irradiação. A potência, de um feixe de laser é medida em Watts (BAXTER, 1994). Um dos fatores mais críticos na aplicação do laser é o conceito de Densidade de Potência que é descrita pela seguinte fórmula: Densidade de Potência = Potência(W) / área do foco (cm2 ) A Densidade de Energia ou Fluência é a relação entre a energia emitida pelo feixe e a superfície irradiada por este feixe em relação ao tempo, não correspondendo à área total do tratamento. Este parâmetro é geralmente considerado como o melhor modo de especificação da dose, sendo fornecido em joules por unidade de área, isto é, J/cm2 ; os valores típicos para os tratamentos de rotina podem variar desde menos de 1 até mais de 30J/cm2 (BAXTER, 1994). Introdução _____________________________________________________________35 A densidade de energia é calculada pela divisão da energia em fornecida (J) pela área do ponto (cm2 ). Densidade de Energia = J / cm 2 Densidade de Energia = Potência (W) x Tempo (s) = J/cm2 Área Freqüência = número de ciclos ou repetição do pulso/tempo , embora, grande número dos aparelhos laser de uso rotineiro na prática clínica sejam do tipo de “onda contínua” (CW) , isto é, essencialmente a potência útil não varia com o tempo, quase todos os aparelhos atualmente disponíveis na Grã Bretanha permitem alguma forma de pulsagem de sua potência útil. Para os aparelhos pulsados, a freqüência é mensurada em Hertz (Hz), pulsos por segundo (BAXTER, 1994). Técnica por Ponto ou de Contato A principal razão para o uso da chamada técnica de contato é a maximização da irradiância ou da densidade de potência, e portanto, do fluxo luminoso no interior do tecido-alvo, o que é importante para que fique assegurada a eficácia do tratamento por este tipo de laser (BASFORD, 1995). 1.6.11 Classificação dos Diferentes Lasers e Biossegurança Com base num sistema de classificação internacionalmente aceito, que classifica os aparelhos de laser numa escala de 1 a 4 para os riscos decorrentes de seu uso para a pele e olhos desprotegidos, os aparelhos tipicamente utilizados na LLLT são classificados como lasers da classe 3B, que embora a potência útil do laser possa ser considerada inofensiva ao ser dirigida para a pele desprotegida, esta irradiação representa um risco potencial para os olhos, caso o operador ou paciente, olhe diretamente para o feixe, na mesma direção de seu eixo longitudinal, em decorrência do alto grau de colimação da luz laser (SCHEERDER et al., 2000). Introdução _____________________________________________________________36 Por esta razão é recomendável o uso de óculos protetores, que devem ser apropriados para os pacientes de acordo com o comprimento de onda, os pacientes também devem ser orientados para os riscos oculares associados ao aparelho que será utilizado no tratamento, não devendo fixar seu olhar diretamente no local tratado durante a aplicação. SCHEERDER et al. (2000) afirma que as vantagens do uso do laser de baixa potência demonstram ser mais seguros, sem maiores complicações durante o procedimento, ou qualquer efeito colateral para o paciente, staff médico e paramédico, quando empregadas adequadamente as Normas Internacionais de Biossegurança. Objetivos______________________________________________________________________________37 2 – OBJETIVOS Os objetivos deste estudo são: 1 – Identificar e analisar os fatores de risco factuais relacionados com a deiscência incisional em cirurgia cardíaca. 2 – Avaliar a utilização do Laser de Baixa Potência Diodo 655nm (região do vermelho), como forma de prevenir a deiscência incisional em pacientes submetidos à cirurgia cardíaca e sua co-morbidade. 3 – Mensurar secundariamente, a variação da dor referida entre os dois Grupos e variação do tempo de internação. Metodologia __________________________________________________________________________38 3 - Casuística e Métodos 3.1CASUÍSTICA 3.1.1 Critérios de Seleção dos Pacientes Este trabalho foi parametrizado através de um estudo prospectivo, descritivo, randomizado, com abordagem quantitativa. Os dados foram coletados, tão logo o projeto foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa do InCor-HC/FMUSP, Protocolo nº 266/02. Todos os pacientes foram informados sobre a pesquisa e assinaram o consentimento informado. Foram analisados 40 pacientes, de ambos os sexos, com idade variando entre 45 e 80 anos, com fatores de risco intrínsecos para deiscência incisional, principalmente: DM, HAS, dislipidemia (aumento do colesterol ou triglicérides), tabagismo, sedentarismo, obesidade, que foram divididos em dois grupos: Grupo A – controle (pacientes que foram submetidos somente ao tratamento convencional). Grupo B – as incisões cirúrgicas irradiadas com laser de Diodo 655nm, a partir do pós operatório imediato de cirurgia cardiotorácica (POI nas primeiras 12 horas de pósoperatório), 3ºPO – e 6º PO. No POI, o laser foi aplicado por sobre o adesivo que cobria o curativo da ferida cirúrgica (micropore), que permanecia oclusivo, a cada 3 cm de distância cobrindo todo o perimetro da ferida cirúrgica, procurando alcançar o mais próximo possível da incisão cirúrgica, que media geralmente entre 20 e 28 cm. Metodologia __________________________________________________________________________39 Todos os pacientes foram avaliados sistematicamente com identificação, histórico e exame físico no pré-operatório, no POI, 3º e 6º PO, posteriormente no 7º dia após a alta hospitalar, 15º dia, 30º dia, 45º dia e 60º dia (via telefone), além do acompanhamento ambulatorial, pela equipe de curativos do InCor, caso os pacientes apresentassem qualquer alteração na ferida cirurgica (anexo 1, 2 e 3). Demos ênfase principalmente à incisão cirúrgica, quanto à presença de edema, hiperemia, secreção, aspecto da cicatrização e dor, estas avaliações foram orientadas por um questionário próprio para esta pesquisa, e posteriormente arquivado em banco de dados para análise dos resultados e gráficos estatísticos, houve ainda o acompanhamento fotográfico de ambos os grupos. Todas as normas de biossegurança foram rigorosamente seguidas conforme recomendação Internacional. 3.1.2 Critérios de Inclusão -Pacientes com 2 ou mais fatores de risco intrínsecos para deiscência incisional. -Pacientes submetidos a cirurgias cardiotorácicas com ou sem CEC. -Pacientes com período de internação pré-operatório não superior a 48H. -Pacientes hemodinâmicamente estáveis. -Assinar o Termo de Consentimento Informado, após esclarecimentos sobre a pesquisa. Metodologia __________________________________________________________________________40 3.1.3 Critérios de Exclusão -Pacientes com período de internação no pré-operatório maior de 48H. -Pacientes que tiveram necessidade de Sistema de Assistência Circulatória – Balão Intra-Aórtico (BIA), durante a cirurgia ou no POI. -Pacientes com outras patologias, tais como: Insuficiência Renal Crônica ou que necessitavam de métodos dialíticos, Tumores, Coagulopatias etc. -Pacientes com infecção crônica prévia como por exemplo: Infecção de trato urinário, Pulmonar ou Endocardite. Nos casos de instabilidade hemodinâmica ou sinais de infecção, a laserterapia seria interrompida e a equipe cirúrgica comunicada, devendo, desta forma, ser excluído deste protocolo de pesquisa e tratado conforme a dinâmica do serviço. O período de desenvolvimento desta pesquisa foi de abril a novembro de 2002. 3.2 Local da Pesquisa A pesquisa foi conduzida pelo Serviço da Central Médica de Laser do InCor, realizada nas Unidades de Internação e Recuperação Pós-Operatória do InCor/HC-FMUSP. Metodologia __________________________________________________________________________41 3.3 Caracterização dos Pacientes 3.3.1 Instrumento de Coleta de Dados (em anexos) 1. Identificação e avaliação Pré-Operatória. (anexo 1) 2. Avaliação Trans-Operatória. (anexo 2) 3. Avaliação no Pós-Operatório Imediato. (anexo 3) 4. Avaliação no 3º Pós-Operatório. (anexo 3) 5. Avaliação no 6º Pós-Operatório. ( anexo 3) Na ficha de avaliação, além dos dados de identificação, foram coletados dados de idade, sexo , peso (Kg) e altura (m) dos pacientes para avaliação do Índice de Massa Corpórea (IMC – Kg/m2 ) para caracterização conforme YOUNG et al. (2001), visualizada na tabela 3: Classificação conforme IMC, 2001 Denominação Índice de Massa Corpórea (IMC) Baixo Peso Abaixo de 19,9 Kg/m2 Normal Entre 20,0 e 24,9 Kg/m2 Sobrepeso Entre 25,0 e 29,9 Kg/m2 Obesidade Entre 30,0 e 34,9 Kg/m2 Obesidade Mórbida Acima de 35,0 Kg/m2 Tabela 3 - IMC (YOUNG, 2001) 3.3.2 Avaliação Pré-Operatória - Antecedentes Pessoais e Exame Físico - Atividade física. - Diabetes – tipo I ou Tipo II e se faz uso de insulina. - Dislipidemia – colesterol ou triglicérides. - Hipertensão Arterial Sistêmica (HAS). - Obesidade. - Tabagismo. - Presença de tosse e característica. - Ritmo e freqüência cardíaca (FC). 3.3.3 Estatística Descritiva e Testes para Variáveis de Perfi l Inicialmente foi realizada a análise descritiva dos dados das variáveis de perfil, através dos quais pudemos conhecer as características dos elementos do estudo. Estas características foram apresentadas em forma de tabelas onde foram utilizadas, para as variáveis quantitativas, médias e medianas para resumir as informações, e desvios-padrão para indicar a variabilidade dos dados. Para as variáveis qualitativas as descritivas, freqüências absolutas (N) e freqüências relativas (%), também foram apresentadas nas tabelas 4e 5. Análise descritiva dos Grupos de estudo, em relação às Variáveis Quantitativas (idade e IMC). São Paulo, 2002. Grupo Característica Média Mediana Desvio Padrão Mínimo Máximo Controle Idade IMC 65,15 26,34 67,00 26,45 11,48 3,35 47,00 20,50 80,00 33,90 Laser Idade 64,30 64,50 10,64 45,00 78,00 IMC 26,78 26,50 3,18 22,00 36,50 Tabela 4 – IMC e Idade Análise Estatística dos Grupos de estudo em relação às Variáveis Qualitativas (características individuais e fatores de r isco). São Paulo, 2002. Grupo Controle Laser N % N % Masculino 15 75,0% 12 60,0% Feminino 5 25,0% 8 40,0% Não 13 65,0% 13 65,0% Sim 7 35,0% 7 35,0% Hipertensão Arterial Sistêmicas Não 4 20,0% 3 15,0% Sim 16 80,0% 17 85,0% Triglicérides Não 18 90,0% 18 90,0% Sim 2 10,0% 2 10,0% Não 12 60,0% 13 65,0% Sim 8 40,0% 7 35,0% Não 6 30,0% 11 55,0% Sim 14 70,0% 9 45,0% Não 2 10,0% 3 15,0% Sim 18 90,0% 17 85,0% Caucasiano 17 85,0% 20 100,0% Negro 1 5,0% Asiático 2 10,0% Sexo Diabetes Tabagismo Colesterol Sedentarismo Etnia Tabela 5 – Característica e fatores de risco Metodologia __________________________________________________________________________44 3.3.4 Avaliação Trans-Operatória - Data , tipo e tempo total de cirurgia, - Utilização de Circulação Extra Corpórea (CEC) e tempo de perfusão. - Utilização de hemotransfusão e de anticoagulante. - Tipo de anastomose: utilização da artéria mamária, radial, gastroepiplóica ou veia safena. - Tipo e tamanho da incisão. 3.3.5 Avaliação Pós-Operatória e Exame Físico - Avaliação Pulmonar: tempo de ventilação mecânica e drenagem torácica. - Avaliação Cardiovascular - Aspectos nutricionais. - Avaliação da Ferida Cirúrgica: presença de edema, hiperemia, hematoma, aderência e secreção. - Avaliação da dor: escala visual analógica (EVA). 3.4 Procedimento Metodológico e Esclarecimento Junto ao Paciente Para alcançar os objetivos propostos, os pacientes obtiveram todos os esclarecimentos de dúvidas bem como informações a respeito da pesquisa e formas de avaliações, estabelecemos que o sorteio seria feito através de um cartão que determinava a qual grupo o paciente iria pertencer (utilização do laser ou apenas o acompanhamento para as avaliações), sendo explicado que eles poderiam deixar de participar a qualquer momento, Metodologia __________________________________________________________________________45 caso achassem conveniente, durante o decorrer do estudo (anexo 4). Foram enfatizados os seguintes pontos: 1. Esclarecimento a respeito do projeto de pesquisa, de sua justificativa, de seus objetivos, metodologia e procedimentos de coleta de dados. 2. Sigilo mantido da identidade do paciente. 3. Assinatura do Consentimento Informado. 4. Tempo de duração da pesquisa. 5. Área tratada com LBP. 6. Número de aplicações. 7. Tempo de aplicação por ponto. 8. Identificação e avaliação dos pacientes. 9. Liberdade para interromper em qualquer fase da pesquisa no momento em que julgar-se necessário. Nenhum paciente desistiu da pesquisa e após os esclarecimentos, todos os pacientes demonstraram interesse em participar efetivamente do estudo profilaticamente. 3.4.1 Material Empregado LASER: Diodo MODELO: Stage I Potência do laser no tecido: 25mW Comprimento de onda: 655nm Classe do laser: Classe 2 Emissão de laser: Contínua (CW) Figura 5 - Laser de Diodo 655nm MÁQUINA FOTOGRÁFICA: Sony MODELO: 3,1 pixel LENTE: Carl Zeiss 1:2 Foi realizada avaliação fotográfica em alguns pacientes, por meio de fotografia digital durante as avaliações e aplicação do laser. FITA MÉTRICA para medida da incisão cirúrgica. Escala Analógica Visual para avaliação da dor, no POI, 3º PO e 6º PO. Conforme exemplificada na figura 6. Escala Analógica Visual (EVA) – visualização frente e verso nenhuma dor frente dor insuportável E V A verso j k l m n 0 j k l m n 1 j k l m n j k l m n j k l m n j k l m n j k l m n j k l m n j k l m n j k l m n j k l m n 2 3 4 5 6 7 8 9 10 Figura 6 – Escala Visual Analógica Metodologia __________________________________________________________________________47 3.4.2 Coleta de Dados Além das avaliações no Pré-Operatório, POI (primeiras 12H após cirurgia), 3º PO e 6º PO, os 40 pacientes também foram avaliados posteriormente, via telefone, após 7 dias da alta hospitalar, 15 dias, 30 dias, 45 dias e 60 dias, assim como, o acompanhamento ambulatorial, caso estes pacientes apresentassem necessidade de avaliação da ferida operatória pela equipe de curativos do InCor. Os pacientes foram divididos em dois grupos, onde o Grupo A recebeu tratamento convencional, e o Grupo B foi irradiado com laser de baixa potência, Diodo 655nm, DE = 8 J/cm2 e SAEF = 0,9 J/cm2 . 3.4.3 Aplicação do Laser e Dosimetria 3.4.3.a Modo de Aplicação Pontual, aproximadamente de 07 pontos de cada lado ao redor da incisão, o mais próximo possível. A medida da incisão, em média, foi de 22 cm (entre 20 e 24 cm). Total de aproximadamente 14 pontos com uma distância de 3 cm entre cada ponto. Quando apresentava curativo oclusivo (geralmente no POI), o laser era aplicado sobre o adesivo (micropore), ao longo da borda da incisão. Nas figuras 7, 8 e 9, podemos visualizar as aplicações no POI, 3º PO e 6º PO. Metodologia __________________________________________________________________________48 POI 3º PO Figura 7 - aplicação no PO Figura 8 - aplicação no 1º PO 6º PO Figura 9 - aplicação no 3º PO Metodologia __________________________________________________________________________49 3.4.3.b Potência Real A potência real do laser no tecido foi 25 mW. A potência foi medida através de um potenciômetro, no Instituto de Pesquisa e Desenvolvimento da Universidade do Vale do Paraíba – São José dos Campos –SP. 3.4.3.c Acompanhamento do Grupo A O Grupo A – Controle, apesar de não ter recebido a energia do laser, foi seguido e acompanhado e avaliado identicamente ao Grupo tratado. 3.4.3.d Dosimetria Grupo B Fluência: 8,0 Joules/cm2 . A dose, a frequência e intervalos entre as aplicações, foram baseadas conforme estudos clínicos prévios pesquisados. Irradiância:0,75 W/cm2 SAEF: 0,9 J/cm2 Tamanho da Incisão: entre 20 e 24 cm. O tamanho da incisão cirúrgica no esterno dependeu do tipo de cirurgia, (sendo que, todos os pacientes foram submetidos a RM por esternotomia e em alguns casos esta cirurgia foi associada a troca de válvula ou a outro procedimento cirúrgico, como o HEART LASER), assim como, de acordo com a estatura e peso dos pacientes. Distância entre os pontos: 3 cm. Tempo de aplicação por ponto: 30 s. Metodologia __________________________________________________________________________50 Durante as aplicações com laser, não era necessário a retirada do curativo oclusivo, sendo a irradiação feita pôr sobre o adesivo que recobria curativo, o mais próximo possível ao longo da borda da incisão e ao seu redor. 3.4.4 Tratamento Estatístico Inicialmente foi realizada a análise descritiva dos dados das variáveis de perfil, através dos quais podemos conhecer as características dos elementos do estudo. Foi utilizado um teste não paramétrico para realizar comparações e avaliar proporções, para variáveis quantitativas o teste Mann-Whitney, como também para as variáveis qualitativas o teste Qui-Quadrado. Resultados____________________________________________________________51 4 – Resultados Verificamos que não havia diferença de perfil entre os dois grupos, ou seja, os indivíduos selecionados para os dois grupos apresentavam características de perfil semelhantes, não foi observada associação estatisticamente significante para nenhuma das variáveis (p-value>0,05). Perfil Grupo B Perfil Grupo A 65,15 70 60 60 50 50 40 26,34 30 20 16 15 10 5 14 18 64,3 40 26,78 30 17 20 8 7 % % 70 2 10 0 17 12 8 17 7 7 20 9 2 0 Fatores Fatores Sexo M. Trig. Etnia cauc. Sexo F. Tabag. Idade méd. DM Colest. IMC méd. HAS Sed. Gráfico 1- Perfil Grupo A (Controle) Sexo M. Trig. Etnia cauc. Sexo F. Tabag. Idade méd. DM Colest. IMC méd. Gráfico 2- Perfil Grupo B (Laser) HAS Sed. Resultados____________________________________________________________52 4.1 Comparação entre Grupos Controle e Laser para diversas Variáveis Na tabela abaixo estão os resultados dos testes para verificar se havia distribuição Normal dos dados para cada grupo nas diferentes variáveis de perfil. Pode-se notar que nas duas variáveis em pelo menos um dos grupos não apresentou distribuição Normal (p-value<0,05). Teste de Normalidade relacionado a fatores quantitativos, Idade e IMC, entre os Grupos A e B. São Paulo, 2002. Nível descritivo Grupo (p-value) Idade Controle Laser 0,018 0,130 IMC Controle Laser 0,906 0,033 Tabela 6- Teste de normalidade dos fatores Idade e IMC Como os dados não apresentaram distribuição Normal, foi utilizado um teste não paramétrico para realizar as comparações, o teste de Mann-Whitney. Na tabela abaixo podemos verificar que não houve diferença, estatisticamente significante, entre as médias dos dois grupos (p-value>0,05) para nenhuma das variáveis. Nível descritivo p-value dos fatores quantitativos entre os Grupos A e B. São Paulo, 2002. Característica (grupo x controle) Nível descritivo (p-value) Idade IMC 0,758 0,925 Tabela 7- Nível descritivo p-value, dos fatores Idade e IMC Resultados____________________________________________________________53 Para realizar a comparação entre dois grupos, para as variáveis qualitativas, foi utilizado o teste Qui-Quadrado. Na tabela abaixo podemos ver os resultados, onde não foi observada associação estatisticamente significante para nenhuma das variáveis (pvalue>0,05). Utilização do teste Qui-Quadrado para Comparação entre os Grupos A e B, relacionados às variáveis qualitativas. São Paulo, 2002. Nível descritivo (p-value) Masculino Feminino 0,250 Não Sim 0,629 Não Hipertensão Arterial Sistêmicas Sim 0,500 Triglicérides Não Sim 0,698 Tabagismo Não Sim 0,500 Sexo Diabetes Colesterol Sedentarismo Etnia Não Sim Não Sim Caucasiano Negro Asiático 0,110 0,500 0,198 Tabela 8- Nível descritivo p-value para as variáveis qualitativas Resultados____________________________________________________________54 4.2 Estudo Populacional Este trabalho foi desenvolvido durante o período de abril a novembro de 2002 no InCor – HC/FMUSP. Os 40 pacientes foram divididos em 02 Grupos: Grupos AControle, ou seja, a história natural da patologia; Grupo B- utilizaram Laser de Baixa Potência preventivamente. Todos foram analisados, conforme a descrição do perfil, relacionado aos fatores de risco intrínsecos e cirúrgicos, além do exame físico, no pré e no pós-operatório (POI, 3º PO e 6º PO) quanto ao aspecto da incisão, queixas álgicas e acompanhamento via telefone ou ambulatorial. 4.3 Perfil dos Grupos de Estudo quanto aos Fatores de Risco Intrínsecos A idade dos 40 pacientes variou de 45 a 80 anos, com idade média de 65,15 anos nos pacientes do Grupo –A e 64,30 anos em pacientes do Grupo –B. O IMC dos 40 pacientes variou de 20,50 a 36,50 Kg/m2 , sendo que no Grupo –A = média de 26,34 Kg/m2 , e no Grupo –B = 26,78 Kg/m2 , caracterizando assim sobrepeso nos dois grupos. Foi realizada a análise descritiva e estas características foram apresentadas em forma de tabelas onde foram utilizadas para as variáveis quantitativas, médias e medianas para resumir as informações, bem como desvio-padrão e assim, indicar a variabilidade dos dados apresentados na tabela 6: Análise descritiva das médias, medianas e desvio padrão para as variáveis quantitativas entre os Grupos A e B. São Paulo, 2002. Grupo Característica Média Mediana Desvio Padrão Mínimo Máximo Controle - A Idade IMC 65,15 26,34 67,00 26,45 11,48 3,35 47,00 20,50 80,00 33,90 Laser - B Idade IMC 64,30 26,78 64,50 26,50 10,64 3,18 45,00 22,00 78,00 36,50 Tabela 9 – Análise descritiva das variáveis; Idade e IMC Resultados____________________________________________________________55 Nosso estudo evidenciou que os dois grupos (Grupo A e Grupo B), apresentavam uma distribuição homogênea, sendo as variáveis qualitativas e características, os fatores de risco intrínsecos para deiscência incisional, compilados nas tabelas e gráficos, a seguir: Distribuição das variáveis qualitativas e características entre os Grupos A e B. São Paulo, 2002. Grupo Controle - A N % N % Masculino Feminino 15 5 75,0% 25,0% 12 8 60,0% 40,0% Não Sim Não Sim Não Sim 13 7 4 16 18 2 65,0% 35,0% 20,0% 80,0% 90,0% 10,0% 13 7 3 17 18 2 65,0% 35,0% 15,0% 85,0% 90,0% 10,0% Tabagismo Não Sim 12 8 60,0% 40,0% 13 7 65,0% 35,0% Colesterol Não Sim 6 14 30,0% 70,0% 11 9 55,0% 45,0% Sedentarismo Não Sim 2 18 10,0% 90,0% 3 17 15,0% 85,0% Caucasiano Negro Asiático 17 1 2 85,0% 5,0% 10,0% 20 100,0% Sexo Diabetes HAS Triglicérides Etnia Tabela 10-Distribuição das variáveis qualitativas e características Laser -B Resultados____________________________________________________________56 A análise dos 40 pacientes revelou que em relação ao sexo; 15 pacientes (75,0%) do Grupo A e 12 pacientes (60,0%) do Grupo B eram do sexo masculino, 5 pacientes do Grupo A (25,0%) e 8 pacientes do Grupo B (40,0%) eram do sexo feminino, vide gráfico 3. Gráfico 3 Grupo x Sexo 100% 75% 80% 60% 60% 40% 40% 25% 20% 0% Controle Laser Sexo Masculino Sexo Feminino Gráfico 3- Perfil dos pacientes em relação ao sexo A Etnia caucasiana prevaleceu sobre as demais como pode ser evidenciado no gráfico 2; sendo que 17 pacientes (85,0 %) do Grupo A eram de etnia caucasiana, 2 pacientes (10,0%) de etnia asiática e 1 paciente (5,0%) de etnia negra, e 20 pacientes do Grupo B (100,0%) eram de etnia caucasiana. Gráfico 4 Etnia 120% 100% 100% 85% 80% 60% 40% 10% 20% 5% 0% Caucasiana Controle Asiática Negra Laser Gráfico 4- Perfil dos pacientes em relação à Etnia Resultados____________________________________________________________57 Em relação a diabetes (todos os pacientes diabéticos - tipo II); 7 pacientes (35,0%) do Grupo A e 7 pacientes (35,0%) do Grupo B eram portadores de DM , 13 pacientes (65,0%) do Grupo A e 13 pacientes (65,0%) do Grupo B, não portadores de DM, como podemos identificar no gráfico 5. Gráfico 5 Grupo x Diabetes 100% 80% 65% 65% 60% 35% 40% 35% 20% 0% Controle DM Não Laser DM Sim Gráfico 5- Perfil dos pacientes em relação a DM O gráfico 6, revela a distribuição dos pacientes portadores de HAS: 16 pacientes (80,0%) do Grupo A e 17 pacientes (85,0%) do Grupo B; e 4 pacientes (20,0%) do Grupo A e 3 pacientes (15,0%) do Grupo B, não portadores de HAS . Gráfico 6 Grupo x HAS 100% 85% 80% 80% 60% 40% 20% 20% 15% 0% Controle HAS Não Laser HAS Sim Gráfico 6 - Perfil dos pacientes em relação a HAS Resultados____________________________________________________________58 Dos pacientes que apresentavam elevação de triglicérides: 2 pacientes (10,0%) do Grupo A e 2 pacientes (10,0%) do Grupo B; 18 pacientes do Grupo A (90,0%) e 18 pacientes do Grupo B (90,0%), não apresentavam esta alteração, como denota o gráfico 7. Gráfico 7 Grupo x Triglicérides 100% 90% 90% 80% 60% 40% 20% 10% 10% 0% Controle Trig. Não Laser Trig. Sim Gráfico 7- Perfil dos pacientes em relação ao Triglicérides Os tabagistas perfizeram um total de 8 pacientes (40,0%) do Grupo A e 7 pacientes (35,0%) do Grupo B; enquanto que os não fumantes estavam divididos da seguinte forma; 12 pacientes (60,0%) do Grupo A, e 13 pacientes (65,0%) do Grupo B, vide gráfico 8. Gráfico 8 Grupo x Tabagismo 100% 80% 60% 65% 60% 40% 40% 35% 20% 0% Controle Tabag. Não Laser Tabag. Sim Gráfico 8- Perfil dos pacientes em relação ao Tabagismo Resultados____________________________________________________________59 O aumento dos níveis de colesterol, foi observado em 14 pacientes (70,0%) do Grupo A e 9 pacientes (45,0%) do Grupo B; e 6 de pacientes (30,0%) do Grupo A e 11 de pacientes (55,0%) do Grupo B não apresentavam este fator de risco, como pode se evidenciar no gráfico 9. Gráfico 9 Grupo x Colesterol 100% 70% 80% 55% 60% 40% 45% 30% 20% 0% Controle Colesterol Não Laser Colesterol Sim Gráfico 9 - Perfil dos pacientes em relação ao Colesterol O sedentarismo foi referido por 18 pacientes (90,0%) do Grupo A e 17 pacientes (85,0%) do Grupo B, e apenas 2 dos pacientes (10,0%) do Grupo A e 3 pacientes (15,0%) do Grupo B referiram praticar atividade física regular, vide gráfico10. Gráfico 10 Grupo x Sedentarismo 90% 100% 85% 80% 60% 40% 20% 10% 15% 0% Controle Sedentarismo Não Laser Sedentarismo Sim Gráfico 10- Perfil dos pacientes em relação ao Sedentarismo Resultados____________________________________________________________60 Após verificarmos que não havia diferença de perfil entre os dois Grupos, ou seja, todos os pacientes do estudo, apresentavam características de perfil semelhantes, foram realizadas avaliações pré, trans e pós-operatória e posteriormente a análise estatística, sendo aplicado um teste para verificar se houve associação entre a evolução dos pacientes dos Grupos: A-Controle e B-Laser. Para esta comparação foi utilizado o teste Qui-Quadrado. 4.4 Avaliação Pré-Operatória Além da identificação e estratificação dos fatores de risco, também foi caracterizado o padrão respiratório, presença ou não de tosse, HAS, Ritmo Cardíaco, Hipertermia e lesões de pele e os 40 pacientes (100%), apresentavam-se hemodinâmicamente estáveis: normotensos, afebris, eupneicos, sem tosse em Ritmo Sinusal com freqüência cardíaca entre 60 – 100 bpm (batimentos por minuto). Os pacientes, foram orientados a respeito da possibilidade de pertencer ao Grupo de estudo A ou B (conforme sorteio), ao que concordaram após os esclarecimentos sobre o estudo e, assim, assinaram o termo de esclarecimento livre estabelecido. 4.5 Avaliação Trans-Operatória Os pacientes foram distribuídos em relação à cirurgia da seguinte forma: 27 pacientes (67,5%) foram submetidos à cirurgia de RM isolada pela primeira vez; sendo 14 pacientes (35,0%) do Grupo A e 13 pacientes (32,5%) do Grupo B. Apenas 1 paciente (2,5%) do Grupo B foi submetido à cirurgia de RM isolada pela segunda vez. Um total de 6 pacientes (15,0%) foram submetidos a primeira cirurgia de RM associada a troca de válvula; sendo 3 pacientes (7,5%) do Grupo A e 3 pacientes (7,5%) do Grupo B. Um total de 5 pacientes (15,0%) foram submetidos à segunda cirurgia de RM associada a troca de válvula; sendo 2 pacientes (5,0%) do Grupo A e 3 pacientes (7,5%).do Grupo B. Apenas 1 (2,5%) paciente do Grupo A foi submetido à segunda cirurgia de RM associada ao HEART LASER. Resultados____________________________________________________________61 Tivemos 28 pacientes (70%) que utilizaram CEC; sendo 14 pacientes (35,0%) do Grupo A e 14 pacientes (35,0%) do Grupo B. Um total de 12 pacientes (30,0%) não foram submetidos à CEC; sendo 6 pacientes (15,0%) do Grupo A e 6 pacientes (15,0%) do Grupo B (Gráfico 11). Gráfico 11 Distribuição dos pacientes quanto a CEC 30% 35% 35% Sem CEC Grupo A CEC Gráfico 11- Utilização de CEC Grupo B CEC Resultados____________________________________________________________62 O gráfico 12 detalha, abaixo, sobre as anastomoses, onde dos 28 pacientes (70,0%) que utilizaram apenas uma artéria mamária, 13 pacientes (32,5%) pertenciam ao Grupo A e 15 pacientes (37,5%) pertenciam ao Grupo B. Tivemos 4 pacientes (10,0%) que utilizaram enxertos de dupla artéria mamária, sendo 3 pacientes (7,5%) do Grupo A e 1 paciente (2,5%) do Grupo B. Na utilização da veia safena para as anastomoses 27 pacientes (67,5%) utilizaram; sendo que 15 pacientes (37,5%) pertenciam ao Grupo A e 12 pacientes (30,0%) pertenciam ao Grupo B. Apenas 3 pacientes (7,5%) do Grupo A utilizaram a artéria radial. Apenas 1 paciente (2,5%) do Grupo A utilizou a artéria gastropoplítea. Gráfico 12 Anastomoses 37,5% 40,0% 35,0% 37,5% 32,5% 30,0% 30,0% 25,0% 20,0% 15,0% 10,0% 7,5% 7,5% 5,0% 2,5% 2,5% 0,0% Grupo A Mamária Dupla Mamária Grupo B Safena Radial Gráfico 12 – Tipos de Anastomoses Gastroepiploica Resultados____________________________________________________________63 Um total de 28 pacientes (70,0%), receberam anticoagulante, sendo que 14 pacientes (35,0%) pertenciam ao Grupo A e 14 pacientes (35,0%) ao Grupo B. Dos 17 pacientes (42,5%), que receberam hemotransfusão durante a cirurgia, sendo 10 pacientes (25,0%) do Grupo A e 7 pacientes (17,5%) do Grupo B. Tivemos 23 pacientes (57,5%) que não tiveram necessidade de hemotransfusão, sendo 10 pacientes (25,0%) do Grupo A e 13 pacientes (32,5%) do Grupo B, conforme ilustra o gráfico 13. Gráfico 13 Trans-Operatório 100% 80% 60% 35% 40% 35% 25% 17,50% 20% 0% Grupo A Grupo B Hemotransfusão Anticoagulante Gráfico 13- Utilização de Hemotransfusão e Anticoagulante 4.6 Avaliação Pós-Operatória 4.6.1 Avaliação no Pós-Operatório Imediato No POI todos os pacientes se encontravam na Unidade de Recuperação pósoperatória (REC I), sob efeito anestésico, no momento da avaliação, já que o nosso interesse, era começar a aplicação com o laser, o mais precoce possível, (nas primeiras horas), ainda no inicio da fase inflamatória. Portanto, não foi possível neste momento, a avaliação da dor, assim como a avaliação da ferida cirúrgica, pois os curativos eram mantidos oclusivos, contudo, não evidenciavam sinais de qualquer tipo de secreção em 100% dos pacientes estudados neste trabalho. Todos os pacientes foram extubados dentro das primeiras 24h e não apresentaram instabilidade hemodinâmica, correspondendo com a evolução esperada, e assim no 3º PO, todos já se encontravam na enfermaria. Resultados____________________________________________________________64 Tivemos 7 pacientes (17,5%) que mantiveram drenagem pleural direita até o 3º PO; sendo 2 pacientes (5,0%) do Grupo A e 5 pacientes (12,5%) do Grupo B. Dos 27 pacientes (67,5%) que mantiveram drenagem pleural esquerda até o 3º PO; 13 pacientes (32,5%) pertenciam ao Grupo A e 14 pacientes (35,0%) pertenciam ao Grupo B. Os 40 pacientes (100%) mantiveram drenagem mediastinal, até o 3º PO, sendo 20 pacientes (50,0%) do Grupo A e 20 pacientes (50,0%) do Grupo B, vide gráfico 14. Gráfico 14 Drenagem 100,0% 80,0% 60,0% 37,5% 47,5% 42,5% 35,0% 40,0% 20,0% 0,0% Grupo A Drenagem Pleural Grupo B Drenagem Mediastinal Gráfico 14 – Tipos de drenagem 4.6.2 Avaliação no 3º Pós-Operatório 4.6.2.a Avaliação da Ferida Cirúrgica Neste momento pudemos fazer uma melhor avaliação das condições da ferida cirúrgica que permanecia sem curativo oclusivo, entretanto quando na presença de secreção era mantida com curativo oclusivo. Dos 7 pacientes (17,5%) que apresentaram edema ao redor da incisão; 6 pacientes (15,0%) pertenciam ao Grupo A e 1 paciente (2,5%) ao Grupo B. Tivemos 10 pacientes (25,0%) que apresentaram hiperemia ao redor da incisão; sendo 6 pacientes (15,0%) do Grupo A e 4 pacientes (10,0%) do Grupo B. Resultados____________________________________________________________65 Dos 5 pacientes (12,5%) que apresentaram hematoma localizado próximo ao rebordo externo da incisão; 4 pacientes (10,0%) pertenciam ao Grupo A e 1 paciente (2,5%) pertencia ao Grupo B. Tivemos 4 pacientes (10,0%) que apresentaram secreção serosa, localizada em incisão cirúrgica, sendo que os 4 pacientes (10,0%) pertenciam ao Grupo A. Nos pacientes do Grupo B não se evidenciou a presença de secreção neste momento. Nenhum paciente apresentou aderências em incisão cirúrgica, conforme demonstra o gráfico 15. Gráfico 15 Avaliação da ferida cirúrgica no 3º PO 16,0% 15,0% 15,0% 14,0% 12,0% 10,0% 10,0% 10,0% 10,0% 8,0% 6,0% 4,0% 2,5% 2,5% 2,0% 0,0% 0,0% Grupo A Edema Grupo B Hiperemia Hematoma Secreção Gráfico 15- Avaliação dos sinais flogísticos na ferida cirúrgica entre os Grupos A e B, no 3º PO Resultados____________________________________________________________66 4.6.3 Avaliação no 6º Pós-Operatório No 6º PO, os pacientes já estavam com programação de alta hospitalar para o dia seguinte ou propriamente neste mesmo dia, dependendo das condições de cada paciente. Caso o paciente não tivesse sua evolução dentro do quadro esperado, poderia ter seu tempo de internação prolongado, ou ainda, ter a alta hospitalar, contudo já se agendava um retorno no ambulatório de curativos do InCor. 4.6.3.a Avaliação da Ferida Cirúrgica Neste momento 3 pacientes (7,5%) do Grupo A, apresentavam edema ao redor da incisão. Os mesmos 3 pacientes (7,5%) do Grupo A, também apresentavam hiperemia no local assim como, secreção serosa. Quatro pacientes do grupo A (10,0%) apresentavam hematoma local. Nenhum paciente do Grupo B, apresentou nenhum dos sinais flogísticos, acima citados, neste momento, melhor evidenciado no gráfico16. Gráfico 16 Avaliação da ferida cirúrgica no 6º PO 12,0% 10,0% 10,0% 8,0% 7,5% 7,5% 7,5% 6,0% 4,0% 2,0% 0,0% Grupo A Edema Grupo B Hiperemia Hematoma Secreção Gráfico 16- Avaliação dos sinais flogísticos na ferida cirúrgica entre os Grupos A e B, no 6º PO Resultados____________________________________________________________67 4.6.4 Avaliação da Dor no 3º Pós-Operatório A avaliação da Intensidade da dor, através da escala visual analógica (EVA) teve variação de 4 a 7 com média de 4,5 para a intensidade de dor do Grupo A. Encontrou-se variação de 3 a 6 com média de 2,8 para a intensidade de dor do Grupo B. Foi constatado maior intensidade de dor referida, entre os pacientes do Grupo A, conforme observamos no gráfico 17. . 4.6.5. Avaliação da Dor no 6º Pós-Operatório A avaliação da intensidade da dor, através da escala visual analógica (EVA) teve variação de 4 a 5 com média de 4,1 para a intensidade de dor do Grupo A, e variação de 3 a 5 com média de 2,7 para a intensidade de dor do Grupo B. Todos os pacientes relatavam que a dor estava relacionada aos movimentos, também observados no gráfico 17. Gráfico 17 Variação da Intensidade da Dor 6,0 5,0 4,5 4,1 4,0 2,8 3,0 2,4 2,0 1,0 0,0 Grupo A 3º PO Grupo B 6º PO Gráfico 17- Variação da Intensidade da dor referida Resultados____________________________________________________________68 O Gráfico 18, mostra que 6 pacientes (30,0%) apresentaram deiscência, e 34 pacientes (85,0%) não apresentaram; sendo que, dos 6 pacientes (30,0%), 5 pacientes (25%) pertenciam ao Grupo A-Controle e apenas 1 paciente (5,0%) pertencia ao Grupo B-Laser. Este dado denota a importância do uso do laser de baixa potência, para estes pacientes submetidos à cirurgia cardíaca. Podemos inferir que o Grupo B revelou 5 vezes menos deiscência do que os pacientes do grupo A, com um (p–value de 0,077), demonstrando que há fortes tendências de associação do Laser de Baixa Potência, e os pacientes que evoluíram sem Deiscência, indicando que nos pacientes em que foi utilizado o laser de forma preventiva houve um percentual maior, que demonstraram uma boa evolução, também demonstrado na Tabela 11. Gráfico 18 Evolução grupos A e B (p-value 0,077) 95,00% 100,0% 75,00% 80,0% 60,0% 40,0% 25,00% 20,0% 5,00% 0,0% Controle A Laser B Não Deiscência Deiscência Gráfico 18- percentual de pacientes que apresentaram deiscência entre os grupos A e B Análise estatística (teste Qui-Quadrado) para comparação entre os Grupos A e B; pacientes que evoluíram com ou sem Deiscência. São Paulo, 2002. Grupo Controle Nível descritivo Laser Evolução N % N % Deiscência a Não 5 25,0% 1 5,0% 15 75,0% 19 95,0% (p-value) 0,077 Deiscência Tabela -11 Avaliação de índice de pacientes que apresentaram Deiscência Resultados____________________________________________________________69 4.7 Análise dos Pacientes que Apresentaram Deiscência Entre os pacientes que apresentaram deiscência,os fatores de risco para deiscência incisional em nosso estudo, foram relacionados conforme demonstramos nos gráficos e tabelas a seguir: O teste utilizado para comparar a idade e IMC dos dois Grupos foi o MannWhitney. Os resultados dos testes encontram-se na tabela 8 abaixo, denotando que em média o IMC é estatisticamente significativo entre os pacientes, que apresentaram deiscência (p-value <0,05). Análise estatística com o teste Mann-Whitney, para as variáveis quantitativas, Idade e IMC, entre os pacientes que apresentaram deiscência. São Paulo, 2002. Característica Nível (Não Deiscência descritivo x Deiscência) (p-value) Idade IMC 0,897 0,004 Tabela 12- Nível de Significância Estatística Os pacientes que apresentaram deiscência estavam classificados como sobrepeso, segundo a classificação de YOUNG et al. (2001), conforme gráfico19: Gráfico 19 IMC (p-value 0,004) 35 30 29,6 26,02 25 20 15 10 Deiscência Não Deiscência Gráfico 19- Pacientes que evoluíram com deiscência apresentavam IMC médio = 29,6 Kg/m2 Resultados____________________________________________________________70 Para realizar a comparação entre dois grupos, entre as variáveis qualitativas, foi utilizado o teste Qui-Quadrado . No gráfico 20 podemos ver o resultado, onde foi observada associação estatisticamente significante, para a variável triglicérides (pvalue <0,008), mostrando que em nosso estudo, há uma tendência de um percentual maior de pacientes com elevação de triglicérides entre os que apresentaram deiscência. Gráfico 20 Deiscência relacionada a elevação de Triglicérides (p-value 0,008) 60,0% 50% 50% 50,0% 40,0% triglicérides não Triglicérides Gráfico 20- Fator Triglicérides relacionado à Deiscência Incisional A etnia caucasiana, como característica do perfil entre os pacientes que apresentaram deiscência, também foi avaliada em nosso estudo mostrando uma tendência estatística p-value = 0,048, conforme visualizamos no gráfico 21. Gráfico 21 Etnia (p-value=0,048) 100 83,3 % 80 60 40 16,7 20 0 Caucasiano Negra Pacientes que evoluíram com deiscência Gráfico 21- Característica Etnia relacionada à Deiscência Incisional Resultados____________________________________________________________71 Análise estatística dos fatores de risco para deiscência incisional. São Paulo, 2002. Evolução Deiscência Não Deiscência N % N % Nível descritivo (p-value) Sexo Masculino Feminino 4 2 66,7% 33,3% 23 11 67,6% 32,4% 0,649 Diabetes Não Sim 4 2 66,7% 33,3% 22 12 64,7% 35,3% 0,654 HAS Não 2 33,3% 5 14,7% 0,279 HAS Sim 4 66,7% 29 85,3% Triglicérides Não Sim 3 3 50,0% 50,0% 33 1 97,1% 2,9% 0,008 Tabagismo Não Sim Não Sim Não Sim 4 2 2 4 66,7% 33,3% 33,3% 66,7% 21 13 15 19 61,8% 38,2% 44,1% 55,9% 0,600 1 5 16,7% 83,3% 4 30 11,8% 88,2% 0,577 Caucasiano Negro Asiático 5 1 83,3% 16,7% 32 94,1% 0,048 2 5,9% Colesterol Sedentarismo Etnia 0,622 Tabela 13 –Análise estatística das variáveis qualitativas nos pacientes que apresentaram deiscência O tempo de CEC, entre os pacientes que evoluíram com deiscência teve média de 68,67 min, sendo que, entre os pacientes que não apresentaram deiscência a média foi de 58,82 min (Tabela 14). O tempo de cirurgia entre os pacientes que apresentaram deiscência teve média de 390,00 min e um tempo médio de 349,71 min entre os pacientes que não apresentaram deiscência (Tabela 14). Resultados____________________________________________________________72 Para as comparações entre pacientes que apresentaram deiscência e os pacientes que não apresentaram deiscência, para outras variáveis, foi utilizado o teste de MannWhitney, onde foi encontrado tendência de associação quando p-value<0,10, desta forma observamos diferença estatisticamente significante apenas para tempo de internação (p-value 0,015), também demonstrado na tabela 14. Análise estatística com o teste Mann-Whitney do Tempo de Internação, Tempo de CEC e Tempo de Cirurgia, entre os pacientes que evoluíram com ou sem deiscência. São Paulo, 2002. Média Tempo de Internação (Dias) Tempo de Circulação Extra Corpórea (minutos) Mediana Desvio Mínimo Máximo Padrão Nível descritivo (p-value) Deiscência Não Deiscência 21,83 10,56 21,00 9,00 13,17 4,52 7,00 6,00 46,00 29,00 0,015 Deiscência 68,67 61,50 55,68 ,00 170,00 0,868 58,82 Não Deiscência Tempo de Deiscência 390,00 Cirurgia Não 349,71 (minutos) Deiscência 66,00 47,85 ,00 150,00 420,00 360,00 50,20 57,15 300,00 240,00 420,00 480,00 0,128 Tabela 14 – Análise das demais variáveis quantitativas entre os pacientes que apresentaram, ou não, deiscência Resultados____________________________________________________________73 Os pacientes que apresentaram deiscência tiveram uma média de tempo de internação = 21,83 dias, e os pacientes que evoluíram sem deiscência tiveram uma média de 10,56 dias mostrando um (p-value = 0,015), conforme gráfico 22. Gráfico 22 Dias de Internação Tempo de Internação (TI) X Deiscência (p-value=0,015) 30 21,83 20 10,56 10 0 Variação de TI Deiscência Sim Deiscência Não Gráfico 22- Variação do Tempo de Internação X Deiscência Incisional Na utilização da veia safena, 2 pacientes (33,3%) utilizaram e evoluíram com deiscência e 25 pacientes (73,5%) utilizaram e não apresentaram deiscência. Em relação à utilização da artéria radial, 2 pacientes (33,3%) utilizaram e evoluíram com deiscência e 3 pacientes (8,8%) utilizaram e não apresentaram deiscência. Apenas 1 paciente (2,9%) utilizou a artéria gastroepiplóica para RM. Para as variáveis qualitativas, foi utilizado o teste Qui-Quadrado, onde foi encontrado tendência de associação, quando p-value<0,10, conforme tabela 15: Resultados____________________________________________________________74 Análise estatística dos fatores cirúrgicos, tipos de anastomoses e bactérias. São Paulo, 2002. Evolução Deiscência Não Deiscência N % N % Primeira e 1ªRM Segunda Cirurgia 1ªRM/T.AO 1/ TMI 2ªRM 2ªRM/T.AO 3 1 50,0 16,7 2 33,3 Cirurgia Extra Corpórea Não Sim 1 5 Artéria mamária Não Mamária 1 Mamária 2 Nível descritivo (p-value) 76,5 5,9 2,9 8,8 5,9 32,4 67,6 0,371 16,7 83,3 26 2 1 3 2 11 23 83,3 16,7 66,7 33,3 17,6 73,5 8,8 26,5 73,5 0,487 5 1 4 2 6 25 3 9 25 0,440 Veia safena Não Sim Gastroepiplóica Não Sim 6 100,0 33 1 97,1 2,9 0,671 Artéria radial Não Sim 4 2 66,7 33,3 31 3 91,2 8,8 0,094 Bactéria Não S. Aureus S. AureusPseudomonas 34 100,0 0,000 5 83,3 1 16,7 0,053 Tabela 15- Análise estatísticas dos fatores cirúrgicos e bactérias encontradas entre os pacientes que apresentaram deiscência Resultados____________________________________________________________75 4.7.1. Evolução dos Pacientes que Apresentaram Deiscência Incisional Dos 6 pacientes (30,0%), 5 pacientes (25,0%) pertenciam ao Grupo A e 1paciente (5,0%) pertencia ao Grupo B. Quatro pacientes (20,0%) do Grupo A apresentaram secreção serosa e hiperemia na ferida operatória. Apenas 1 paciente (2,5%) do Grupo A único de Etnia negra apresentou quelóide na fase final da reparação tecidual, fato comum a esta Etnia. Dois pacientes (10,0%) do Grupo A foram reinternados e necessitaram ser submetidos à drenagem pleural. Todos os pacientes, que apresentaram deiscência (30,0%), esta ocorreu entre o 7º e 10º PO. Do Grupo A, 3 pacientes (15,0%) durante o pós-operatório e 2 pacientes (10,0%), após a alta hospitalar, o único paciente do Grupo B (5,0%), também, apresentou deiscência após a alta hospitalar, sendo que todos foram acompanhados no ambulatório de curativos do InCor, até a cicatrização total da ferida. Os 6 pacientes (30,0%), que apresentaram deiscência incisional, evoluíram com infecção no local sendo que; 4 pacientes (25,0%) do Grupo A , com infecção incisional profunda e 1 paciente (5,0%) do Grupo B com infecção incisional superficial, a bactéria isolada: Staphilococus aureus. Desafortunadamente 1 paciente do Grupo do A (5,0%), evoluiu com mediastinite e osteomielite sendo que as bactérias isoladas foram: Staphilococus aureus e Pseudomonas aeruginosa. O diagnóstico foi feito através do exame clínico com coleta de material para cultura, contudo o e antibiograma revelou bactérias resistentes à quase todos os antibióticos, a escolha da antibióticoterapia e dose, variou conforme a sensibilidade de cada bactéria isolada. A Tomografia computadorizada de tórax revelou a extensão da infecção, que acometeu tecidos profundos. O tempo de internação desta paciente teve duração de 150 dias, já os demais pacientes tiveram o tempo de tratamento com duração entre 40 e 60 dias, conforme ilustramos nas figuras 10, 11, 12 e 13, a seguir. Resultados____________________________________________________________76 Figura 10- Paciente do Grupo A – reinternada 15º PO - Infecção Profunda Figura 12 - Paciente Grupo B – Dia da Alta 7º PO Figura 11 - Paciente do Grupo A – reinternada 30º PO Osteomielite Figura 13 - Paciente Grupo B – 15º PO – ambulatório, Infecção Incisional Superficial Discussão__________________________________________________________________________77 5. DISCUSSÃO É importante relatar que, nosso estudo revelou que, os dois Grupos (Grupo A e Grupo B), mostraram distribuições de fatores de risco e características homogênea, e estatisticamente semelhantes, tabelas 7 e 8. O moderno estilo de vida, principalmente nas grandes cidades, tem sido associado a fatores de risco para doenças cardiovasculares, como, HAS, obesidade, dislipidemia, sedentarismo, tabagismo (ROTHENBERG; KOPLAN, 1990). Como fator agravante destacamos DM, por apresentar elevados índices de risco de morbimortalidade, e tende a prolongar o tempo de internação nos casos de cirurgia (IGLÉZIAS, et al.1999, 2002), devido à debilidade que estes pacientes apresentam na fase de reparação tecidual da ferida cirúrgica (ERLICH; RUMACK, 1993). A gravidade da DM como fator de risco, também foi comprovado em nossa pesquisa, confirmando com os resultados de IGLÉZIAS et al. (1999), já que o estudo foi realizado na mesma Instituição que nossa pesquisa, inferindo os fatores predisponentes de mortalidade e estratificando o risco cirúrgico. Dos 361 pacientes estudados encontrou-se; DM, sexo feminino e peso acima do normal, que foram relacionados a morbi-mortalidade, também confirmado por outros autores (ALEXANDER; LANDSMAN; TEUTSCH, 2000; ABU-LEBDAH et al., 2001; SCHULMAN et al., 2001). Nossos resultados revelaram os mesmos fatores de risco intrínsecos mencionados nos trabalhos anteriores, evidenciando que 5 pacientes (25,0%) do Grupo A, que seria a história natural da doença, apresentaram complicações, tais como: deiscência, infecção superficial e infecção profunda, sendo que um paciente evoluiu gravemente com mediastinite e osteomielite. Discussão__________________________________________________________________________78 A Etnia caucasiana prevaleceu em toda amostra estudada correspondendo a 5 pacientes (83,3%), inclusive nos pacientes que apresentaram deiscência, apenas 1 paciente (16,7%) pertencia à etnia negra, que ao final do tratamento desenvolveu quelóide, alteração muito comum neste grupo étnico. O Brasil tem uma grande miscigenação de raças, impossibilitando estudo comparativo com a literatura a respeito da incidência étnica em doenças cardiovasculares em relação a outros países da América do Norte e Europa (KRESSIN; PETERSEN, 2001). A literatura aponta que pacientes diabéticos com HAS, apresentam em sua maioria sobrepeso, obesidade ou obesidade mórbida, ou seja, IMC de 24,9 K/m2 a 35,0 K/m2 (ISHIHARA et al., 2001). Os resultados de nosso estudo são confirmados pelos dados encontrados na literatura, onde ocorre maior propensão à deiscência ou complicações na reparação tecidual em pacientes obesos (CHANDRASSOMA; TAYLOR, 1993). Além, da grande camada de tecido adiposo, que possivelmente dificulta a microcirculação nestes pacientes com aumento de IMC (TURNER; HODE, 1998). Em nosso trabalho o sobrepeso denotou ser um fator relevante e estatisticamente significativo, com p-value = 0.004 na amostra estudada em nosso trabalho, vide Tabela 12 e gráfico 19. Em 1990, 20% das mortes nos EUA foram atribuídas ao tabagismo (Centers for Diseases Control and Prevention). Este dado também foi identificado em nosso estudo (Gráfico 8), como fator de risco para deiscência incisional, desta forma elevando a morbidade da história natural da doença cardiovascular. Discussão__________________________________________________________________________79 Analisando os 6 pacientes (100%) que desenvolveram deiscência, 5 pacientes (83.3%) pertenciam ao Grupo A e 1 paciente (16.6%) pertencia ao Grupo B. Identificamos que 3 destes pacientes (50%) apresentavam triglicérides elevados (vide Gráfico 20). Este dado teve significado estatístico altamente relevante com p-value = 0,008, o que ressalta a importância da dislipidemia, com aumento de triglicérides, principalmente quando associado ao HDL-C em níveis baixos (AMERICAN DIABETICS ASSOCIATION, 2001). Em nosso estudo a HAS foi um fator de co-morbidade para deiscência incisional, além de ser um dos mais importantes fatores de risco inicial para o desenvolvimento de patologia cardiovascular, elevando o índice de mortalidade neste grupo de pacientes (PERLLOF et al., 1993). O estudo de SOUZA; FREIRE; TAVARES-NETO, (2002), que durante o período de 10 anos entre 1991 –2000, pode avaliar 2272 pacientes submetidos à cirurgia cardíaca que desenvolveram mediastinite pós esternotomia, identificando assim, como principais fatores de risco: obesidade, tabagismo, internação prévia em UTI, inclusive as bactérias encontradas; Staphylococcus aureus e Pseudomonas aeruginosa, confirmando assim dados também encontrados em nosso estudo, já que todos os 6 pacientes (100,0%) que apresentaram deiscência incisional evoluíram com infecção superficial e profunda, sendo a bactéria Stafilococcus aureus comum a todos, com exceção de 1 paciente (16,6%) que apresentou associação desta bactéria com Pseudomonas aeruginosa. Na cidade de São Paulo nas principais Instituições, que realizam cirurgia cardiotorácicas, os índices de deiscência e infecção em incisão cirúrgica são variáveis, não obstante encontramos porcentagens que alcançam até 46,0%, o que é muito relevante, já que a mortalidade nestes casos pode chegar a 50,0%, confirmado por um estudo recente, realizado por ABBOUD, (2001). Discussão__________________________________________________________________________80 Durante a execução de nosso trabalho no InCor tivemos ainda dificuldade em encontrar valores relacionados à deiscência e infecção. Estes numerários são inconstantes, inclusive obviamente, dependem do nº de cirurgias/ano e nº de equipes cirúrgicas envolvidas. Outro fator relevante que verificamos em nosso estudo foi o nível sócio econômico dos pacientes, já que muitos deles não retornam as Instituições de origem, mesmo na vigência de complicação, por ignorar a importância deste tipo de problema, e o real significado desta que acarretaria uma perda na sua qualidade de vida. A literatura sinaliza que os pacientes submetidos à cirurgia cardíaca, com uso de CEC, podem desenvolver a Síndrome da Resposta Inflamatória Sistêmica de graus variáveis, produzindo lesões orgânicas, que elevam a morbidade pós-operatória e interfere diretamente na reparação tecidual. (KIRKLIN et al., 1983). Em nosso estudo pudemos constatar que dos 6 pacientes (100,0%) pacientes, que evoluíram com deiscência incisional, 5 (83,3%) foram submetidos a CEC, hemotransfusão e anticoagulante, fatos que provavelmente agravaram e interferiram diretamente no processo de reparação tecidual destes pacientes, conforme foi identificado nos gráficos 11 e 13. Nesta pesquisa constatamos que dos 6 pacientes (100,0%) que apresentaram deiscência incisional, todos utilizaram artéria mamária para realizar a cirurgia de “bypass” durante a RM; sendo que 1 paciente (16,6%) do Grupo A, utilizou dupla artéria mamária, o que viemos a confirmar com todos os dados de literaturas consultadas sobre fatores de risco cirúrgicos, embora, o “N” da amostra estudada permitiu apenas, uma tendência de significância estatística elevada na utilização de veia safena com p-value= 0,053, bem como para o implante da artéria radial p-value = 0,094, identificados na tabela 15. Discussão__________________________________________________________________________81 LILGE; TIIERNEY; NUSSBAUM, (2000), utilizaram em seu estudo, com Laser de Baixa Potência sobre os adesivos que cobriam as feridas, e observou, que a perda da absorção e espalhamento, dependem da umidade, ou até mesmo da quantidade sangue na ferida. Estas perdas podem ser compensadas pelo fato da ferida cirúrgica manter a temperatura e umidade própria (que obviamente, também são importantes no processo de regeneração). Fato que, também pudemos evidenciar em nosso estudo, pois não houve remoção desnecessária do curativo, sobretudo e, principalmente durante a primeira aplicação do laser de baixa potência, no pós-operatório imediato. A deiscência incisional em pacientes submetidos à cirurgia cardiotorácica revela, na maioria dos casos, o inicio de um processo infeccioso de difícil controle para as equipes cirúrgicas e de enfermagem. O laser de Baixa Potência demonstrou ser uma terapêutica preventiva eficaz e segura em pacientes com fatores de risco conhecidos, para deiscência incisional em cirurgia cardiotorácica. Além deste principal beneficio, trouxe alivio substancial da dor na maioria dos pacientes durante sua evolução no pósoperatório, constituindo assim uma terapia efetiva e menos invasiva para estes pacientes. Nossos resultados a respeito de queixas álgicas, revelam claramente que no 3ºPO o Grupo A (Controle) referiu maior intensidade (4,5), em relação ao Grupo B (LASER) (2,8), conforme visualizamos no gráfico 17. Estes valores se mantiveram constantes, com mínima alteração em relação a ambos os Grupos até o 6º PO, devemos ressaltar que o momento da avaliação da dor era sempre anterior ao da aplicação do laser de Diodo 655nm. Em relação à drenagem pudemos observar que os 40 pacientes (100,0%) utilizaram drenagem mediastinal, procedimento provavelmente relacionado à deiscência incisional. inerente a esternotomia, e Discussão__________________________________________________________________________82 Durante a avaliação da ferida cirúrgica, evidenciamos que os pacientes do Grupo B, não revelaram nenhum sinal flogístico, durante a internação. Já entre os pacientes que evoluíram, com deiscência do Grupo A, 3 pacientes (50,0%), apresentaram edema, hiperemia e secreção serosa, vide gráficos15 e 16. Dentre os resultados encontrados em nosso trabalho, a presença de deiscência e infecção profunda foi 5 vezes mais prevalente no Grupo A (Controle), em relação aos pacientes do Grupo B (LASER). Indubitavelmente, podemos inferir que, sendo este o único fator aplicado afora o tratamento convencional, a resposta de prevenção com a aplicação do laser de Diodo 655nm, houve uma tendência significativa p-value = 0.077 para a amostra estudada no InCor, demonstrados no gráfico 18 e tabela 11. O trabalho de KAJITA (2002), já sinalizava uma resposta altamente positiva ao empregar o Laser de Baixa Potência (GaAs 830nm com dosimetria distinta) preventivamente no membro pós safenectomizado em pacientes diabéticos submetidos à RM. O Tempo de Internação (TI) também sofreu uma variação, pois a deiscência podia ocorrer até 10 dias ou mais no pós-operatório, contudo na maioria das vezes no período pós-alta hospitalar, provocando uma reinternação destes pacientes para tratamento. Apesar deste não conotar prolongamento da internação, não obstante, não deixa de provocar ônus, tanto para a Instituição, como para estes pacientes. Muitas vezes levando tais pacientes a procurarem outras Instituições Hospitalares, devido a localização e proximidade da residência, não retornando assim na grande maioria das vezes ao Hospital de origem. Em nosso estudo, também, encontramos uma significância estatística com p-value = 0,015, em relação ao TI em pacientes que evoluíram com deiscência, de acordo com o que foi evidenciado no gráfico 22 e tabela 14. Discussão__________________________________________________________________________83 Conforme afirmamos anteriormente, em nosso estudo, ainda se faz necessário estabelecer parâmetros dosimétricos, precisos e específicos de acordo com o tipo de laser, tipo de ferida, objetivo do tratamento, quando exatamente iniciar o tratamento, número e intervalo entre as sessões. Os fatores de risco predisponentes e IMC de cada paciente são dados imprescindíveis para obtenção dos efeitos desejados, principalmente quando se visa a prevenção. Os resultados dos trabalhos de MESTER et al., (1975) já indicavam o potencial de irradiação com lasers de baixa potência, aplicado diretamente nos tecidos lesionados, para modulação de certos processos biológicos, em particular a fotobioestimulação do processo de cicatrização ou reparação dos tecidos. Contudo, a não parametrização destes trabalhos corroborou para a grande controvérsia, a respeito deste tipo de terapia, produzindo uma grande lacuna ao longo de mais de uma década. Em estudo in vitro, (CARVALHO; SILVA; SILVA, 2001), concluiu que amostras submetidas à irradiação laser, denotaram crescimento bacteriano menor que no grupo controle. Tal fato foi observado no trabalho do autor supra citado, tanto na avaliação macroscópica, quanto na contagem de bactérias por método de diluição. SIMUNOVIC et al., (2000), através de um estudo randomizado, em animais e humanos na reparação tecidual em feridas cirúrgicas, concluiu que o processo de reparação tecidual de qualquer ferida inicia-se quase ao mesmo tempo, em que é dada a lesão e está relacionada com a fase inflamatória, e ainda que a utilização do laser de baixa potência, acelerou significativamente o processo de cicatrização (25,0%-30,0%), no grupo de pacientes tratados com laser, vide figura 1. Discussão__________________________________________________________________________84 Em nosso estudo clínico, observamos que o inicio da fase inflamatória seria o momento mais propicio para o inicio da terapia com laser de baixa potência, conforme já foi descrito anteriormente em estudos in vitro sobre a interação laser – tecido na fase inflamatória, KARU (1995). Observamos então que quanto mais rápido iniciarmos a prevenção, melhor será a resposta à laserterapia e o processo de biomodulação. CARNEVALLI; PACHECO-SOARES; ZANGARO, (2002), em sua pesquisa na reparação cicatricial em Rattus Albinus com laser (He-Ne), utilizando uma dosagem de 2 J/cm2 , mostrando que o Laser de Baixa Potência atuou positivamente no processo de cicatrização por primeira intenção de feridas cirúrgicas em pele, acelerando o processo. A partir do momento em que se tenha perda de tecido subcutâneo, se faz necessário uma avaliação volumétrica da perda tecidual, SHOJI; (2003) a fim de encontrarmos dados e parâmetros dosimétricos que possam realizar efetivamente a reparação tecidual através do efeito bioestimulatório do Laser de Baixa Potência. Tanto fatores intrínsecos e extrínsecos, bem como parâmetros inerentes ao comprimento de onda, freqüência e fluência empregada para uma terapia preventiva ou curativa, são indispensáveis, para o manuseio correto do Laser de Baixa Potência, quanto para profissionais médicos e paramédicos, habilitados e capacitados, buscando desta forma a eficácia máxima e assegurando melhor ação terapêutica deste tipo de laserterapia. Conclusão_________________________________________________________________85 6. CONCLUSÃO Como resposta aos objetivos propostos neste estudo, pudemos estudar e descrever a relação dos fatores de risco inerentes a morbidade, através da história natural da doença e deiscência incisional em cirurgia cardiotorácica. 1- Os fatores diretamente relacionados com os pacientes que evoluíram com deiscência incisional puderam ser identificados e estudados em nosso trabalho, e assim descritos da seguinte forma quanto: Sobrepeso – IMC médio = 29,6 Kg/m2 (p-value = 0,004). Elevação de triglicérides (p-value = 0,008). Etnia caucasiana, também identificada na amostra estudada (p-value = 0,048). 2- A utilização do laser de Baixa Potência como prevenção de deiscência e suas complicações no pós-operatório, denotou ser eficaz em nosso estudo, pois o grupo B apresentou cinco vezes menos complicações, quando comparado aos pacientes com tratamento convencional, que apresentaram deiscência e infecção da ferida cirúrgica, aumentando assim a co-morbidade da história natural da doença. Desta forma podemos inferir que há fortes tendências (p-value = 0,077), de associação entre as variáveis e a laserterapia como um facilitador na prevenção de deiscência incisional em cirurgia cardíaca. 3-Variação da dor referida: Grupo B (Laser); referiu menor intensidade de dor, com média de 2,8 no 3º PO e 2,4 no 6º PO. Grupo A (Controle); referiu maior intensidade de dor, com média de 4,5 no 3º PO e 4,1 no 6º PO. Conclusão_________________________________________________________________86 O tempo de internação, que foi prolongado para os pacientes que apresentaram deiscência; Grupo A (p-value = 0,015), que em alguns casos mostrou que era necessário a reinternação, elevando ônus tanto para estes pacientes, quanto para a Instituição. Fatos que não observamos entre os pacientes do Grupo B, que puderam retornar as suas atividades habituais mais rapidamente, apresentando desta forma uma melhor qualidade de vida. Acreditamos que este estudo poderá ser um ponto de partida para futuras pesquisas, onde através de uma amostra maior, poderemos avaliar mais benefícios, em vista destes já obtidos, principalmente, para estabelecer parametrização e dosimetria. Referências_________________________________________________________________87 7. Referências ABBOUD, C.S. Infecção em pós-operatório de cirurgia cardíaca. Rev Soc Cardiol Estado de São Paulo, v.5, p. 915-921, 2001. ABU-LEBDAH, H.S. et al. Predictors of coronary artery disease and stroke in diabetes identified. Mayo Clin. Proc., v.76, p.707-712, 2001. ALEXANDER, C.M.; LANDSMAN, P.B.; TEUTSCH, S.M. Diabetes mellitus, impaired fasting glucose, atherosclerotic risk factors, and prevalence of coronary heart disease. Am J Cardiol, v.86, p.897-902; 2000. ALMEIDA-LOPES, L; VELEZ-GONZALES, M.; BRUGNERA JR., A.; PINHEIRO, A.B. The use low level laser therapy for wound healing: Clinical study. In: ANNUAL MEETING-LASER IN SURGERY AND MEDICINE, 1999. 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Referências_________________________________________________________________101 Anexos______________________________________________________________________________101 Anexo 1 INSTITUTO DO CORAÇÃO – HC/FACULDADE DE MEDICINA DA UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO- SERVIÇO DA CENTRAL MÉDICA DE LASER -InCor Diretora: PROF. DRA. MARIA CRISTINA CHAVANTES IDENTIFICAÇÃO DATA DE ADMISSÃO:______________DATA DA AVALIAÇÃO:________________ NOME:__________________________________________________IDADE:_________ ESTADO CIVIL: _____________NATURAL:___________________________________ ETNIA:_________PESO:_______ALTURA:____________________________________ PROFISSÃO:_____________________________PROCEDÊNCIA:__________________ QUEIXA:_______________________________________DURAÇÃO________________ DIAGNÓSTICO CLÍNICO:__________________________________________________ ANTECEDENTES PESSOAIS ATIVIDADE FÍSICA QUAL?________________________________________________ ÍNDICE DE MASSA CORPÓREA(IMC)________________________________________ DIABETES ( ) I ( ) II ( ) INSULINA DISLIPIDEMIA ( ) COLESTEROL ( )TRIGLICÉRIDES HIPERTENSÃO ARTERIAL SISTÊMICA (HAS) ( )SIM ( )NÃO ( ) TABAGISMO ( )ADICÇÃO ( )ALCOOL ( )DROGAS. QUAL?_________________ AVALIAÇÃO PRÉ-OPERATÓRIA - EXAME FÍSICO AVALIAÇÃO RESPIRATÓRIA ( )DISPNÉICO ( )TAQUIPNEICO ( )TAQUIDISPNEICO ( )HIPERPNEICO ( )EUPNEICO ( )TOSSE ( ) SÊCA ( )PRODUTIVA AVALIAÇÃO CARDIOVASCULAR RITMO CARDÍACO_______________________ Anexos______________________________________________________________________________102 Anexo 2 AVALIAÇÃO TRANS OPERATÓRIA DATA DA CIRURGIA________________CIRURGIA________________________________ EXTRA CORPÓREA ( )SIM ( )NÃO TEMPO DE PERFUSÃO_____________________ UTILIZAÇÃO DE ANTI-COAGULANTE ( )SIM ( )NÃO HEMOTRANSFUSÃO ( )SIM ( )NÃO TEMPO DE CIRURGIA__________________________________________________________ UTILIZAÇÃO DE ARTÉRIA MAMÁRIA ( )UMA ( )DUAS UTILIZAÇÃO DA VEIA SAFENA ( )SIM ( )NÃO OUTRAS______________________________________________________________________ TIPO DE INCISÃO____________________TAMANHO EM CM_________________________ Anexos______________________________________________________________________________103 Anexo 3 AVALIAÇÃO PÓS - OPERATÓRIA EXAME FÍSICO PÓS-OPERATÓRIO IMEDIATO (12H POI) 72H(3ºPO) 144H(6ºPO) AVALIAÇÃO CÁRDIO-RESPIRATÓRIA RESPIRAÇÃO ( )ESPONTÂNEA ( ) V.MECÂNICA ( )IOT ( )TRAQUEOSTOMIA ( )DISPNÉICO ( )TAQUIPNEICO ( )RESPIRAÇÃO ANORMAL ( )HIPERPNEICO ( )EUPNEICO ( )TOSSE ( ) SECA ( )PRODUTIVA DRENAGEM DE TÓRAX ( )SIM ( )NÃO LOCAL_______________________________ RITMO CARDÍACO____________________________________ PRESENÇA DE DRENOS ( )NÃO ( )SIM LOCAL________________________ INCISÃO CIRÚRGICA ( )EDEMA ( )HIPEREMIA ( )HEMATOMA ( )ADERÊNCIAS ( )PRESENÇA DE SECREÇÃO ____________________________ ( )ANÁLISE MICROBIOLÓGICA__________________________________________ RESULTADO___________________________________________________________ AVALIAÇÃO DA DOR ESCALA VISUAL ANALÓGICA MENOR INTENSIDADE 0__________5____________10 DOR INSUPORTÁVEL Anexos______________________________________________________________________________104 Anexo 4 HOSPITAL DAS CLÍNICAS DA FACULDADE DE MEDICINA DA UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO I - DADOS DE IDENTIFICAÇÃO DO SUJEITO DA PESQUISA OU RESPONSÁVEL LEGAL 1. NOME DO PACIENTE .:............................................................................. ........................................................... DOCUMENTO DE IDENTIDADE Nº : ........................................ SEXO : .M F DATA NASCIMENTO: ......../......../...... ENDEREÇO ................................................................................. Nº ........................... APTO: .................. BAIRRO: ........................................................................ CIDADE ............................................................. CEP:......................................... TELEFONE: DDD (............) ...................................................................... 2.RESPONSÁVEL LEGAL .............................................................................................................................. NATUREZA (grau de parentesco, tutor, curador etc.) .................................................................................. DOCUMENTO DE IDENTIDADE :....................................SEXO: M F DATA NASCIMENTO.: ....../......./...... ENDEREÇO: ............................................................................................. Nº ................... APTO: ............................. BAIRRO: ................................................................................ CIDADE: ...................................................................... CEP: .............................................. TELEFONE: DDD (............).................................................................................. II - DADOS SOBRE A PESQUISA CIENTÍFICA 1. TÍTULO DO PROTOCOLO DE PESQUISA: Análise do Efeito do Laser de Baixa Potência, como Prevenção de Deiscência Incisional em Cirurgia Cardíaca. 2. PESQUISADOR: Prof. Dra. Maria Cristina Chavantes CARGO/FUNÇÃO: Diretora do Serviço da Central Médica de Laser INSCRIÇÃO CONSELHO REGIONAL Nº 61772 UNIDADE DO HCFMUSP: Instituto do Coração Anexos______________________________________________________________________________105 3. AVALIAÇÃO DO RISCO DA PESQUISA: SEM RISCO RISCO MÍNIMO RISCO BAIXO RISCO MAIOR x RISCO MÉDIO (probabilidade de que o indivíduo sofra algum dano como conseqüência imediata ou tardia do estudo) 4.DURAÇÃO DA PESQUISA : 7 meses III - REGISTRO DAS EXPLICAÇÕES DO PESQUISADOR AO PACIENTE OU SEU REPRESENTANTE LEGAL SOBRE A PESQUISA, CONSIGNANDO: 1. Justificativa e os objetivos da pesquisa; 2. procedimentos que serão utilizados e propósitos, incluindo a identificação dos procedimentos que são experimentais; 3. desconfortos e riscos esperados; 4. benefícios que poderão ser obtidos; 5. procedimentos alternativos que possam ser vantajosos para o indivíduo. Este trabalho que será realizado neste Instituto tem o objetivo de ajudar na cicatrização e prevenir a abertura e infecção da ferida cirúrgica. Alguns fatores , como: Diabetes (principalmente), fumo, excesso de gordura no sangue, pressão alta, obesidade, idade avançada, doença pulmonar e outras doenças crônicas, podem dificultar a cicatrização, podendo evoluir para infecção, levando a abertura da ferida cirúrgica e demorando mais para fechar, principalmente em pacientes de risco, devido aos fatores citados acima . O laser de baixa potência é um instrumento que produz uma luz com uma potência muito baixa que aumenta a cicatrização nestes pacientes. O laser que será aplicado é indolor, sem qualquer problema para o paciente, contudo para maior segurança será realizada a proteção dos olhos. O laser será aplicado por sobre o curativo cirúrgico não havendo contato com a pele. O Sr.(a) responderá um questionário e será acompanhado o aspecto da ferida cirúrgica, a aplicação do laser será feita logo depois da cirurgia, e a cada três dias até a alta hospitalar. Apenas a ferida cirúrgica poderá ser fotografada, mantendo em sigilo os resultados deste estudo. A aplicação do laser tem o intuito de diminuir o risco de infecção, diminuir a dor e com isto diminuir o tempo de internação. IV - ESCLARECIMENTOS DADOS PELO PESQUISADOR SOBRE GARANTIAS DO SUJEITO DA PESQUISA: 1. acesso, a qualquer tempo, às informações sobre procedimentos, riscos e benefícios relacionados à pesquisa, inclusive para dirimir eventuais dúvidas. 2. liberdade de retirar seu consentimento a qualquer momento e de deixar de participar do estudo, sem que isto traga prejuízo à continuidade da assistência. 3. salvaguarda da confidencialidade, sigilo e privacidade. Anexos______________________________________________________________________________106 4. disponibilidade de assistência no HCFMUSP, por eventuais danos à saúde, decorrentes da pesquisa. 5. viabilidade de indenização por eventuais danos à saúde decorrentes da pesquisa. V. INFORMAÇÕES DE NOMES, ENDEREÇOS E TELEFONES DOS RESPONSÁVEIS PELO ACOMPANHAMENTO DA PESQUISA, PARA CONTATO EM CASO DE INTERCORRÊNCIAS CLÍNICAS E REAÇÕES ADVERSAS. Profa. Dra. Maria Cristina Chavantes –Serviço da Central Médica de Laser – Incor – Av. Enéas Carvalho Aguiar nº 44 , 2º andar – São Paulo – SP - tel. 30695233 VI. OBSERVAÇÕES COMPLEMENTARES: VII - CONSENTIMENTO PÓS-ESCLARECIDO Declaro que, após convenientemente esclarecido pelo pesquisador e ter entendido o que me foi explicado, consinto em participar do presente Protocolo de Pesquisa São Paulo, de de 2002. . ________________________ ___________________________________________ assinatura do sujeito da pesquisa ou responsável legal assinatura do pesquisador (carimbo ou nome Legível) INSTRUÇÕES PARA PREENCHIMENTO (Resolução Conselho Nacional de Saúde 196, de 10 outubro 1996) 1. Este termo conterá o registro das informações que o pesquisador fornecerá ao sujeito da pesquisa, em linguagem clara e accessível, evitando-se vocábulos técnicos não compatíveis com o grau de conhecimento do interlocutor. 2. A avaliação do grau de risco deve ser minuciosa, levando em conta qualquer possibilidade de intervenção e de dano à integridade física do sujeito da pesquisa. 3. O formulário poderá ser preenchido em letra de forma legível, datilografia ou meios eletrônicos. 4. Este termo deverá ser elaborado em duas vias, ficando uma via em poder do paciente ou seu representante legal e outra deverá ser juntada ao prontuário do paciente. Anexos______________________________________________________________________________107 5. A via do Termo de Consentimento Pós-Informação submetida à análise da Comissão de Ética para Análise de Projetos de Pesquisa -CAPPesq deverá ser idêntica àquela que será fornecida ao sujeito da pesquisa.