Características externas

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Coração
Órgão muscular de forma cónica. Situado entre os pulmões, no meio do mediastino e incluído no
pericárdio. Está localizado obliquamente no peito, atrás do corpo do esterno e das cartilagens costais.
Encontra-se 1/3 à direita do plano médio e 2/3 à esquerda do plano médio.
Tamanho
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
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
12 cm da base ao ápex;
8/9 cm de diâmetro transverso;
6 cm de diâmetro ântero-posterior;
Peso no homem: 280-340g;
Peso na mulher: 230-280g;
Continua a aumentar em peso e medida ao longo da vida, sendo este aumento mais significativo
nos homens do que nas mulheres.
Características externas
Quatro compartimentos
 Aurícula direita
 Aurícula esquerda
 Ventrículo direito
 Ventrículo esquerdo
Sulco coronário


Separação das aurículas dos ventrículos
Contém os ramos dos vasos coronários
Segmento interauricular
 Separação das aurículas.
 Mal se nota na superfície posterior
 Na superfície anterior está escondido pelo tronco pulmonar e aorta
Segmento interventricular anterior e posterior
 Anterior – superfície esternocostal do coração
 Posterior – superfície diafragmática
 Vão desde a base dos ventrículos até ao corte apical, um pouco à direita do apex.
Base

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





Forma quadrilátera
Está virada para trás e para a direita
Está separada da 5.ª à 8.ª vértebras dorsais pelo pericárdio, veias pulmonares direitas, esófago e
aorta.
É formada maioritariamente pela aurícula esquerda. No entanto, também é constituída por uma
pequena parte posterior da aurícula direita.
Estende-se superiormente para a bifurcação do tronco pulmonar e inferiormente para a parte
posterior do sulco pulmonar (aurículo-ventricular).
É limitada à esquerda e à direita pelas superfícies arredondadas das aurículas correspondentes.
Duas das veias pulmonares da cada lado entram na parte auricular esquerda na base
As veias cava superior e inferior entram nas partes superior e inferior da região auricular direita
da base.
Ápex



Formado pelo ventrículo esquerdo
Dirigido para baixo, frente e esquerda
O pulmão e a pleura subrepõem-se-lhe
Superfície Esternocostal, Diafragmática e Esquerda
Superfície Esternocostal



Dirigida para a frente, para cima e para a esquerda.
Consiste numa porção auricular (atrial) localizada em cima e à direita, e uma porção ventricular
localizada em baixo e para a esquerda da parte anterior do sulco coronário. A porção auricular é
maioritariamente constituída pela aurícula direita e a maior parte da aurícula esquerda está
escondida pela artéria ascendente e o tronco pulmonar. Na porção ventricular cerca de um terço
é formado pelo ventrículo esquerdo e dois terços é formado pelo ventrículo direito sendo que a
linha que separa estes dois ventrículos é chamada de sulco interventricular anterior.
A superfície esternocostal é separada pelo pericárdio que se encontra em contacto com o corpo
do esterno, pelos músculos esternocostais e ainda pelas cartilagens costais, da terceira à sexta.
Esta superfície também é coberta pela pleura, pela parte anterior dos pulmões com excepção de
um pequeno triangulo que correspondente com um entalhe cardíaco no pulmão esquerdo.
Superfície Diafragmática


Consiste no ventrículo esquerdo e uma pequena porção do ventrículo direito, separados pelo
sulco interventricular posterior.
Esta superfície inferiormente apoia-se no diafragma, é separada da base do coração pelo seio
coronário e estende-se da base ao ápex do coração.
Superfície Esquerda


É dirigida para cima para trás e para a esquerda.
É maioritariamente formada pelo ventrículo esquerdo mas é constituída por uma pequena parte
do átrio esquerdo e da aurícula esquerda superiormente esta superfície é ampla e convexa e
volta-se para o pulmão esquerdo.
Bordos
 O bordo superior é formado principalmente pelo átrio esquerdo. Este bordo encontra-se
escondido anteriormente pela aorta ascendente e tronco pulmonar.
 O bordo direito, formado pelo átrio direito, é curvo e quase vertical.


O bordo inferior é fino e quase horizontal; estende-se deste o limite inferior do bordo direito até
ao ápex. Ele é formado, principalmente, pelo ventrículo direito e pelo ventrículo esquerdo, mas
perto do ápex.
O bordo esquerdo separa a superfície esternocostal da superfície esquerda; é formado pelo
ventrículo esquerdo, mas numa pequena extensão, acima, pela aurícula esquerda. Ele estende-se
desde a aurícula esquerda, obliquamente para baixo, convexo para a esquerda, até ao apex do
coração e separa a superfície esternocostal da superfície esquerda.
Átrio Direito
O septo interauricular encontra-se entre os átrios direito e esquerdo e está localizado tão
obliquamente que o átrio direito permanece à frente e à direita do átrio esquerdo.
O átrio direito é, de algum modo, uma cavidade quadrangular que forma a superfície direita do
coração. A veia cava superior abre nas suas partes superior e posterior e a veia cava inferior nas suas
partes inferior e posterior.
A superfície lateral externa da parede do átrio direito é marcada por um sulco, denominado Sulco
Terminalis, que se estende desde o lado direito dos orifícios das veias cava superior e inferior.
Relações
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

Anteriormente: a superfície mediastínica anterior do pulmão direito separada deste pela
pleura e pericárdio;
Lateralmente: a superfície mediastínica do pulmão direito em frente ao hilo mas separado
deste pela pleura, nervo frénico direito, vasos pericárdico-fréncios direitos e pericárdio;
Póstero-medialmente: o septo interauricular;
Póstero-lateralmente: as veias pulmonares;
Medialmente: o início da aorta ascendente e, em menor grau, a origem do tronco
pulmonar.
A porção anterior exibe paredes rígidas e musculares e está na continuação da aurícula. A aurícula
estabelece a comunicação com o ventrículo através da abertura auriculoventricular (válvula tricúspide).
O sinus venarum inclui a porção posterior e a parede lateral do átrio direito, sendo limitado à
direita pela crista terminal. Nele abrem-se a veia cava superior, a veia cava inferior, o seio coronário e as
formanina das veias cardíacas mínimas.
A veia cava superior conduz de volta ao coração o sangue da metade superior do corpo, abrindo-se
na parte póstero-superior do átrio direito (o seu orifício orienta-se para baixo e para a frente e não possui
válvulas).
A veia cava inferior, maior que a superior, retorna ao coração o sangue da metade inferior do
corpo, abrindo-se junto do septo inter-auricular. O orifício possui anteriormente uma válvula semilunar
rudimentar - válvula da veia cava inferior. A sua margem convexa está ligada à margem anterior do
orifício, enquanto a côncava, que é livre, termina em dois cornos (o esquerdo é contínuo com o bordo
anterior do limbo da fossa oval, enquanto que o direito se perde na parede da aurícula). Esta válvula
resulta da duplicação da membrana que reveste o átrio, incluindo poucas fibras musculares. Durante a
vida intra-uterina, esta válvula permite o fluxo directo do sangue da veia cava inferior para o átrio
esquerdo através do foramen oval. A mesma pode apresentar tamanhos muito distintos, podendo
ocasionalmente estar ausente.
O seio coronário drena a maioria do sangue que irriga o coração. O seu orifício encontra-se entre o
da veia cava inferior e o sulco atrio-ventricular, sendo protegido por uma válvula semicircular. A válvula
do seio coronário, que cobre a porção inferior do orifício, previne o refluxo do sangue para o seio
coronário durante a contracção auricular. Esta pode ser dupla ou cribriforme.
Os formina venarum minimarum são os orifícios das veias minutas que retornam algum sangue do
coração propriamente dito.
O tubérculo intervenoso existe na parede posterior do átrio direito, mesmo abaixo do orifício da
veia cava superior, e é ela que dirige o sangue para a cavidade atrioventricular na vida uterina.
A aurícula e o apêndice auricular – este último é separado do sinus venarum (seio venoso) pela
crista terminalis, crista muscular que percorre interiormente a parede lateral da aurícula direita,
passando à frente da veia cava superior e descendo até à inferior. Termina na parte direita da válvula da
cava inferior. Representa a junção do sinus venosus (seio venoso embrionário) com a aurícula.
Corresponde exteriormente ao sulco terminalis.
Os músculos pectíneos são “cristas musculares” praticamente paralelas que vão da crista terminalis
ao orifício átrio-ventricular, atravessando o átrio direito. Têm origem no apêndice auricular onde estão
ligados para formar uma rede muscular.
A parede septal apresenta a fossa oval, uma depressão oval situada na parte inferior desta parede
e delimitada pelo limbo da fossa oval. Por vezes pode-se encontrar uma pequena abertura valvular que
ligaos dois átrios, o foramen oval, que não completamente encerrado.
Ventrículo Direito
O ventrículo direito estende-se desde do átrio direito até ao apex do coração. A superfície
convexa ântero-superior forma a maior parte da superfície esternocostal do coração. A superfície inferior
é lisa e está relacionada com o diafragma. A parede esquerda ou posterior corresponde ao septo
interventricular. No ângulo esquerdo superior encontra-se o infundíbulo ou cone arterial, local onde
nasce o tronco pulmonar. O tendão do infundíbulo une a superfície posterior do infundíbulo à aorta. O
ventrículo direito é mais fino que o esquerdo; é mais grosso na base e vai ficando gradualmente mais fino
até ao apex do ventrículo.
O interior do ventrículo direito está dividido em duas regiões pela crista supraventricular de His,
situada entre os orifícios tricúspide e o pulmonar.
A região superior tem paredes trabeculadas e recebe o sangue da aurícula direita através do
orifício tricúspide. O infundíbulo ou cone arterial (região inferior) tem paredes macias e lisas e termina no
orifício pulmonar.
O orifício atrio-ventricular direito ou tricúspide é a grande abertura oval na base do ventrículo,
entre a aurícula direita e o ventrículo direito, protegida pela válvula tricúspide. O orifício está rodeado por
um anel fibroso e coberto pela membrana de revestimento do coração (endocárdio). É maior que o
orifício atrio-ventricular esquerdo.
O orifício do tronco pulmonar é uma abertura circular com 3cm de diâmetro protegida pela
válvula pulmonar. Situa-se no topo do infundíbulo, junto ao septo interventricular, acima e à esquerda do
orifício tricúspide.
Válvula Tricúspide
A válvula tricúspide é constituída por 3 valvas: anterior (a maior, está interposta entre o orifício
atrio-ventricular e o infundíbulo), posterior e septal, ligadas umas às outras e ao anel fibroso e são
duplicações do endocárdio fortalecidas por tecido fibroso. As partes centrais das valvas são duras e
grossas enquanto as margens são finas e translúcidas.
Trabéculas Carnosas
As trabéculas carnosas são colunas musculares redondas ou irregulares que se projectam desde
toda a superfície interna do ventrículo com a excepção do infundíbulo. Existem 3 tipos, entre os quais os
músculos papilares, que se juntam à parede do ventrículo pela base e se projectam para a cavidade pelos
ápices e dão origem às cordas tendinosas. Existem 2 músculos papilares: anterior (os maiores e as suas
cordas ligam-se com a valva anterior e posterior) e posterior (por vezes são constituídos por 2 ou 3 partes
e as suas cordas ligam-se à valva posterior e septal). Algumas cordas tendinosas nascem directamente do
septo interventricular ou de pequenos músculos papilares septais e ligam-se à valva anterior e septal.
Válvula Pulmonar
Está situada num plano superior relativamente à válvula aórtica, no ápice do infundíbulo (cone
arterial), à saída do ventrículo direito e fecha a abertura para o tronco pulmonar. Consiste na junção de 3
cúspides ou valvas semilunares: duas posteriores (direita e esquerda) e uma anterior. Cada valva
apresenta um nódulo fibroso – nódulo de Morgani, que corresponde à parte média espessada do bordo
superior livre de cada uma das 3 cúspides. Quando os 3 nódulos se unem o orifício fecha. Depois da
contracção ventricular, o recuo do sangue enche os seios pulmonares e força as cúspides a fechar. Este
facto impede o sangue de retomar ao ventrículo direito.
Átrio Esquerdo
O átrio esquerdo é mais estreito e curvado que o direito e tem as margens ligeiramente
arredondadas. É dirigido para a frente no lado esquerdo do tronco pulmonar e sobrepõem-se à raiz deste.
O interior do átrio esquerdo recebe quatro veias pulmonares na face posterior, duas de cada lado
da linha mediana e que não têm válvulas. As duas veias pulmonares esquerdas acabam frequentemente
numa abertura comum.
O foramen atrio-ventricular esquerdo é a abertura entre o átrio e o ventrículo esquerdos e
apresenta:


Os foramina das veias de Thebesius (veias cardíacas mínimas) que retornam o sangue do
musculo cardíaco;
Os músculos pectíneos cardíacos que são menos e mais pequenos que os da aurícula
direita e que estão confinados à superfície interior da aurícula.
No septo atrial pode ser vista uma impressão semilunar que coincide a fossa oval da aurícula
direita.
Ventrículo Esquerdo
O ventrículo esquerdo é mais longo, tem uma forma mais cónica que o direito, e forma o ápex do
coração.
Ao efectuar um corte transversal, o ventrículo esquerdo apresenta paredes com uma forma quase
circular. Estas paredes são cerca de três vezes mais espessas do que as do ventrículo direito.
O ventrículo esquerdo faz parte da face esternocostal e da face pulmonar esquerda do coração, é
separado da face mediastínica do pulmão esquerdo pelo pericárdio, pelo nervo frénico esquerdo, pelos
vasos pericárdio-frénicos e pela pleura esquerda.
Inferiormente forma uma grande parte da face diafragmática do coração e anteriormente e à
direita é separado do ventrículo direito pelo septo ventricular.
O orifício mitral esquerdo está por baixo e à esquerda do orifício aórtico. É mais pequeno que o
orifício atrio-ventricular esquerdo. É rodeado por um denso e fibroso anel e pela válvula mitral esquerda.
O orifício aórtico, é uma abertura circular numa região anterior e à direita do orifício atrioventricular esquerdo do qual esta separado através da extremidade anterior da válvula mitral. Este
orifício tem um diâmetro de pouco mais de 2,5 cm, e é controlado pela válvula aórtica. A parte do
ventrículo imediatamente por baixo do orifício aórtico é denominada de vestíbulo aórtico e tem paredes
de natureza fibrosa.
Válvula Mitral Esquerda / Atrio-Ventricular Esquerda
Aderente ao anel fibroso que rodeia o orifício atrio-ventricular esquerdo.
Consiste em 2 valvas triangulares, constituídas por duplicações do endocárdio, fortalecidas por
tecido fibroso e contendo algumas fibras musculares. Estas valvas são maiores, mais espessas e mais
resistentes que as as valvas da válvula tricúspida.
 Valva Anterior:
o Localiza-se à frente e à direita entre os orifícios atrio-ventricular e aórtico. Praticamente
todas as cordas tendinosas que se lhe ligam encontram-se aderentes próximo da margem
da valva e portanto ambas as faces da valva são lisas.
 Valva Posterior (Valva Menor):
o Encontra-se atrás e à esquerda da abertura.
 Comissura:
o Perto das suas bases as valvas encontram-se sempre ligadas nos limites por uma distância
de 0,5 a 1 cm – Comissura. Mais raramente verifica-se a existência de valvas acessórias
nos ângulos entre as valvas maiores. As valvas da válvula mitral possuem cordas
tendinosas, que aderem de forma semelhante à verificada nas cordas tendinosas no lado
direito do coração, mas que são mais espessas, resistentes e menos numerosas.
 Músculos Papilares:
o À medida que o sangue flui da aurícula para o ventrículo, as valvas da válvula aurículoventricular deslocam-se para cima em direcção ao orifício e, com a contracção do
músculo ventricular, são impedidas de passar para a aurícula devido ao impulso dos
músculos papilares, que lhes permite resistir à força exercida pela corrente sanguínea a
passar. Para que isto aconteça é necessário que os músculos papilares contraiam no
momento da sístole.
 Dimensões:
o Valva Anterior - Comprimento de 15 a 18 mm.
o Valva Posterior - Comprimento de 10 a 12 mm.
o Assim quando válvula é fechada existe um nível considerável de sobreposição entre as
duas valvas, o que sustem a tensão existente.
Válvula Aórtica
A válvula aórtica consiste em 3 cúspides semilunares que circundam o orifício, 2 posteriores
(esquerda e direito) e um anterior. São iguais em estrutura e no modo de inserção às cúspides da válvula
pulmonar só que mais largas, grossas e fortes. As lunules são mais evidentes e os nódulos mais grossos.
No lado oposto das cúspides há 3 ligeiras dilatações, os seios aórticos, maiores que os do tronco
pulmonar.
As trabeculae carneae são de 3 tipos, tal como no ventrículo direito, mas mais numerosos e
apresentam um intercalamento mais denso, sobretudo no apex e na parede posterior do ventrículo. Os
músculos papilares são 2, em que o anterior sai do lado esternocostal e o outro, posterior, sai da parede
do diafragma. Estes músculos são grandes e terminam em extremidades arredondadas, onde têm origem
as cordas tendinosas de cada músculo papilar para se irem inserir nas 2 cúspides da válvula mitral.
O septo ventricular separa os dois ventrículos. Desce inclinado obliquamente para o lado direito e
é curvado com a convexidade, virado para o ventrículo direito. As suas margens são os sulcos
interventriculares anterior e posterior da superfície do coração. A maior porção do septo é grossa e
musculada, no entanto é fina e fibrosa em cima e tem a forma oval.
No seu lado direito, é cruzado perto do centro pela parte superior do bordo da cúspide septal da
válvula tricúspide, que o divide em: parte anterior que separa os dois ventrículos, apresentando por vezes
defeitos congénitos; e parte posterior (septo aurículo-ventricular) que intervém entre o vestíbulo aórtico
e a aurícula direita, perto do corno anterior da fossa oval. Superiormente, a parte membranosa pode ser
descrita dentro do triângulo fibroso direito.
Pontos exteriores de localização do coração
O apex é reconhecível através do batimento do apex, que é sentido um pouco abaixo do mamilo
esquerdo e mais perto do plano medial, i.e. no 5º espaço intercostal a 9 cms do plano medial.
O bordo direito corresponde a uma linha imaginária, desde o bordo superior da 3ª cartilagem
costal direita até à 6ª cartilagem direita, é um pouco convexa para a direita. A continuação superior desta
linha corresponde ao bordo lateral da veia cava superior e a continuação inferior corresponde ao bordo
lateral da veia cava inferior.
O bordo inferior do coração pode ser representado por uma linha que liga extremidade inferior
do bordo direito ao apex do coração. Esta linha passa pela articulação xifoesternal, e corresponde, na
maior parte, à margem inferior do ventrículo direito.
O bordo esquerdo do coração é representado por uma linha com direcção para cima e para
dentro, que vai do apex do coração para o ponto do bordo inferior da 2ª cartilagem costal esquerda que
está a 1-2 cm da margem esternal. Esta linha é convexa para cima e para a esquerda e demarca o
ventrículo esquerdo, com a excepção da sua parte superior, que demarca a aurícula esquerda.
Os limites das aurículas correspondem, aproximadamente, a uma linha que liga as extremidades
superiores dos bordos esquerdo e direito.
O orifício pulmonar está, em parte, atrás do bordo superior da 3ª cartilagem costal esquerda e
também atrás do esterno. Pode ser representado por uma linha horizontal (com 2-5cm de comprimento).
Duas linhas paralelas com direcção ascendente, unindo as extremidades desta linha até à 2ª cartilagem
costal, marcam o tronco pulmonar.
Orifício aórtico  está atrás e um pouco para a direita do orifício pulmonar. Corresponde a uma
linha com 2-5cm de comprimento, que vai da extremidade medial do 3º espaço intercostal esquerdo para
baixo e para a direita. Duas linhas paralelas, unindo as extremidades desta linha à metade direita do
ângulo esternal, marcam a aorta ascendente.
Orifício atrio-ventricular direito (ou tricúspide)  pode ser representado por uma linha (com,
aproximadamente, 4cm de comprimento) que começa no plano mediano oposto à 4ª cartilagem costal,
com direcção para baixo e ligeiramente para a direita. O centro desta linha deve ser oposto ao meio do 4º
espaço intercostal.
Orifício atrio-ventricular esquerdo (ou mitral)  é posterior à metade esquerda do esterno
oposta à 4ª cartilagem costal e pode ser representada por uma linha, com 3 cm de comprimento, com
direcção para baixo e para a direita.
Aparência radiológica do coração
O coração, sendo cheio de sangue, forma uma sombra que ocupa a parte inferior do mediastino,
que contrasta com as áreas mais claras ocupadas por pulmões cheios de ar. Os movimentos expansíveis
desta sombra são evidentes em monitorização. Numa inspiração profunda, a sombra do apex apresenta,
nas radiografias, uma linha exterior um pouco confusa devido ao seu movimento. A sombra do bordo
direito do coração é contínua, em cima, com o da veia cava superior e, em baixo, com o da veia cava
inferior. Devido à fixação do pericárdio no diafragma, durante a inspiração, o coração torna-se mais longo
e estreito e, durante a expiração, mais pequeno e mais largo. A forma do coração também varia de
acordo com o indivíduo. Em radiografias laterais, o espaço retroperitoneal pode ser reconhecido por uma
área translúcida entre o coração e a coluna vertebral. Este espaço é ocupado pela aorta descendente e
pelo esófago. Para um estudo detalhado das cavidades do coração e dos grandes vasos sanguíneos, a
angiocardiografia também pode ser utilizada. Um meio de contraste indicado e miscível com o sangue é
injectado por via intravenosa e o caminho da injecção intravascular é seguido em várias exposições a
raios-X em vistas antero-posteriores ou oblíquas.
Miocárdio – fibras musculares e anéis fibrosos que servem para a sua fixação
Estrutura
Epicárdio – camada visceral do pericárdio seroso
Endocárdio
O endocárdio é uma membrana fina, macia e brilhante que delineia as câmaras do coração e é
contínua com a membrana delineadora dos grandes vasos sanguíneos. Com as suas reduplicações, assiste
na formação das válvulas. Consiste numa camada endotelial de células localizadas num estrato de tecido
conectivo e fibras elásticas.
Os anéis fibrosos delimitam os orifícios aurículo-ventriculares e arteriais e são mais fortes na parte
esquerda que na parte direita do coração. Os anéis aurículo-ventriculares servem para a fixação de fibras
musculares das aurículas e dos ventrículos e para a fixação das válvulas aurículo-ventrículares. O intervalo
entre o anel arterial aórtico (em frente) e os anéis aurículo-ventriculares (em baixo) é ocupado por uma
massa de tecido fibroso, que representa os cordis de alguns mamíferos e chama-se trigonum fibrosum
dextrum. Uma massa de tecido fibroso, similar mas mais pequena, que se chama trigonum fibrosum
sinistrum, está atrás da parte esquerda do anel arterial aórtico e está à frente do anel aurículo-ventricular
esquerdo.
Os anéis fibrosos que rodeiam os orifícios arteriais servem para fixação de grandes vasos e suas
válvulas. Cada anel recebe, pela sua margem ventricular, a fixação de algumas das fibras musculares dos
ventrículos. A sua margem oposta apresenta 3 incisuras profundas e semi-circulares, onde a túnica média
da artéria é fixa firmemente. A fixação de uma artéria ao seu anel fibroso é fortalecida, externamente, por
uma túnica externa da artéria e pelo epicárdio e, internamente, pelo endocárdio. Das margens das
incisuras semi-lunares, a estrutura fibrosa do anel continua-se pelas cúspides semi-lunares. A túnica
média da artéria, nesta situação, é fina e o vaso é dilatado para formar os seios da aorta e do tronco
pulmonar.
Fibras Cardíacas
O músculo cardíaco (que forma o miocárdio) é formado por uma série de fibras estriadas
longitudinais e transversas. Estas fibras dividem-se em 2 grupos distintos: fibras das aurículas e fibras dos
ventrículos.
As fibras das aurículas são formadas por duas camadas:
- As fibras da camada superficial são comuns às duas aurículas, unindo-as transversalmente
- As fibras da camada profunda são próprias de cada uma das aurículas.
As fibras dos ventrículos também são formadas por uma camada superficial e outra profunda:
- As fibras da camada superficial são de 3 tipos:



Fibras que se estendem desde o tendão do infundibulo até à face diafragmática do
coração, formando um vórtex aquando da sua chegada ao ápex.
Fibras que surgem do anel aurículo-ventricular direito e descem na diagonal pelo
ventrículo direito até à face esternocostal. Situam-se profundamente relativamente às
fibras anteriores.
Fibras que surgem no anel aurículo ventricular esquerdo e passam por cima do ventrículo
esquerdo
- As fibras da camada profunda estendem-se desde os músculos papilares de um ventrículo até ao
orifício interventricular, terminando nos músculos papilares do outro ventrículo. Estão
organizadas em 3 camadas, sendo que a mais superficial no ventrículo esquerdo vai ser a mais
profunda no direito e vice-versa. Este arranjo das fibras garante a sincronização da sístole
ventricular e fecho das válvulas aurículo-ventriculares.
Sistema Condutor do Coração
O sistema condutor do coração consiste em fibras musculares cardíacas especializadas e
diferenciadas. Este assegura a iniciação e manutenção do ritmo cardíaco normal, assim como, a
coordenação entre as contracções auriculares e ventriculares.
É composto por as fibras nodais, das quais fazem parte o nódulo sinosal, o nódulo aurículoventricular e o feixe aurículo-ventricular, e pelo plexo das fibras Purkinje, que se encontra na parte
subendocárdica e vai até aos ventrículos, onde termina.
As fibras nodais são completamente estriadas transversalmente e são muito mais estreitas que as
fibras musculares normais do coração. As fibras Purkinje, por sua vez, são proeminentes por serem muito
mais largas que as fibras miocárdicas e apresentam irregular distribuição nas suas estrias transversais.
Entre as fibras descritas anteriormente não existem capilares.
Em comparação com as fibras miocárdicas as fibras nodais têm uma velocidade de condução do
impulso cardíaco mais baixa e uma taxa de contracção rítmica mais elevada. Enquanto as fibras Purkinje
têm uma velocidade de condução mais elevada, principalmente as de maior tamanho. Assim, o tempo
necessário para o impulso cardíaco atravessar os ventrículos é relacionado com o diâmetro das fibras
Purkinje, sendo que, quanto maior o diâmetro das fibras Purkinje mais rápida é a taxa de condução.
Nódulo Sinosal
O nódulo sinosal está situado na parte superior do sulco terminalis da aurícula direita, e estendese medialmente imediatamente à frente da abertura da veia cava superior.
A principal porção do nódulo situa-se no lado do sinus venarum na crista terminalis e estende-se
através da espessura da parede auricular, desde o epicárdio ao endocárdio.
As fibras nodais abrangidas por este nódulo têm uma taxa de contracção rítmica maior que
qualquer outro músculo cardíaco, e é neste que o ciclo de contracção cardíaca se inicia.
Este nódulo é referido como o ‘pacemaker’ do coração, uma vez que normalmente as outras
partes do coração se contraem consoante a taxa de contracção imposta por este.
As células das fibras nodais estão na periferia do nódulo sinosal em contacto com as células das
fibras miocárdicas da aurícula direita, e acredita-se que o impulso de contracção cardíaco originado no
nódulo sinosal é conduzido através das duas aurículas por fibras miocárdicas auriculares normais,
chegando eventualmente ao nódulo aurículo-ventricular. Está determinado que não existe um caminho
especializado a ligar os dois nódulos referidos e também que não há fibras Purkinje nas paredes
auriculares.
Nódulo Atrio-Ventricular
O nódulo atrio-ventricular é mais pequeno e tem fibras ligeiramente mais largas e cilíndricas do
que o nódulo sinusal. Limita o seio coronário e é envolvido, entre outras coisas, pelas fibras miocárdicas
do septo auricular.
O fascículo atrio-ventricular tem origem no nódulo atrio-ventricular e passa por cima do trígono
fibroso direito e por boaixo da cúspide septal da válvula tricúspide. Divide-se em dois ramos (dir. e esq.)
que se dirigem para os ventrículos direito e esquerdo.
O ramo direito do fascículo, depois de passar pelo ápex ventricular, alcança a trabécula
septomarginal e é transportado até à base do músculo papilar anterior, onde é convertido no plexo de
Purkinje (que é uma rede subendocárdica).
O ramo esquerdo do fascículo atrio-ventricular (mais desenvolvido que o direito) descende até à
parte inferior do endocárdio, no lado esquerdo de septo, e divide-se em dois ou mais fios que descendem
da parte inferior do miocárdio em direcção ao ápex ventricular. Estes fios dividem-se num número
variável de ramos que se dirigem para os músculos papilares, constituindo depois a rede subendocárdica
(Purkinje).
Nos humanos, na parte proximal dos ramos direito e esquerdo do fascículo atrio-ventricular as
fibras do fascículo e das suas ramificações estão muito próximas das fibras do miocárdio, o que dificulta a
sua distinção. Esta distinção só é possível na parte distal dos ramos do fascículo atrio-ventricular e na
parte terminal dos plexos de Purkinje.
O nódulo atrio-ventricular, o fascículo e respectivas ramificações e os plexos ventriculares de
Purkinje são cercados por uma bainha que os protege da vizinhança do miocárdio. Esta bainha é bastante
delicada, ao contrário do que acontece nos restantes mamíferos.
Fascículos e Impulsos Nervosos
O impulso da contracção cardíaca é transmitido das aurículas para os ventrículos pelo nódulo
atrio-ventricular, o fascículo e os seus membros com as suas ramificações terminais.
Oponentes deste ponto de vista dizem que os fascículos são acompanhados de nervos e que
lesões nos fascículos inevitavelmente envolvem esses nervos, e que assim sustentam que são estes
nervos, e não os músculos especializados dos fascículos, que conduzem o impulso cardíaco do átrio para o
ventrículo. Contudo, tem sido notado que o membro direito do fascículo no coração dos cães não é
acompanhado usualmente por nervos.
O coração dos vertebrados de sangue frio bate mais lentamente em proporção do seu tamanho
do que o coração de aves e mamíferos, e é de notar que eles não possuem um sistema especial de
condução. O ritmo de condução no músculo cardíaco normal é muito lento para atender às necessidades
dos vertebrados de sangue quente e o sistema de condução deve ser considerado como fornecimento
para atender as necessidades das suas taxas de metabolismo elevadas.
No coração humano, numerosas células nervosas posicionam-se adjacentes ao nódulo sinusal mas
nenhum está presente no próprio nódulo, embora muitas fibras nervosas desmielinizadas passam dentro
do nódulo. Similarmente, muitas células nervosas posicionam-se adjacentes ao nódulo aurículoventricular. No homem nenhumas células nervosas e muito poucas fibras nervosas estão presentes no
fascículo atrio-ventricular e nos seus membros.
Os nódulos sinusal e atrio-ventricular, o fascículo atrio-ventricular e os seus membros direitos, são
supridos pela artéria coronária direita, o membro esquerdo do fascículo atrio-ventricular é suprido por
ambas as artérias coronárias. A artéria para o nódulo sinusal ascende no sulco terminal e, com o próprio
nódulo, é circulado por fibras nodais. Por vezes surgem da artéria coronária esquerda. Não existe
nenhuma veia nodal correspondente.
Angiologia
Os nervos são derivados dos plexos cardíacos. É evidente que a aurícula e o sistema de condução
é enervado pelos nervos parassimpáticos (vagal) e simpáticos, enquanto que o músculo ventricular é
enervado apenas pelos nervos simpáticos; e ainda que os ramos maiores das artérias coronárias são
predominantemente enervadas por nervos simpáticos e os ramos pequenos pelos nervos
parassimpáticos.
Circulação Fetal
O sangue fetal é transportado para a placenta por 2 artérias umbilicais e da placenta para o feto
por 2 veias umbilicais, embora as suas reduplicações ajudem na formação das válvulas.
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