Sumário executivo A atividade econômica nacional permaneceu em desaceleração nos primeiros meses do ano, refletindo desempenhos desfavoráveis da indústria, das vendas do comércio e do setor de serviços, impactados pelos ajustes macroeconômicos em curso e por eventos não econômicos. Esse cenário tem intensificado o processo de distensão do mercado de trabalho e induzido a menor dinamismo do crédito. Repercutindo esse quadro, o Índice de Atividade Econômica do Banco Central – Brasil (IBC-Br) recuou 1,3% no trimestre encerrado em fevereiro, comparativamente ao finalizado em novembro, quando retraíra 1,8%, na série dessazonalizada. Considerados doze meses acumulados até fevereiro, o índice contraiu 4,6%. A atividade econômica no Norte seguiu influenciada pela evolução da atividade industrial que recuou 2,5% no trimestre encerrado em fevereiro, em relação ao anterior, dados dessazonalizados. O resultado refletiu a retração de 6,5% no segmento da indústria de transformação, cujo impacto se sobrepôs ao significativo crescimento da produção extrativa no período, 3,1%, principalmente pela extração de minério de ferro no Pará. As vendas do comércio varejista e a atividade no segmento de serviços também recuaram no trimestre, repercutindo o aumento da taxa de desocupação e a menor expansão no crédito. Nesse contexto, o Índice de Atividade Econômica Regional – Região Norte (IBCR-N) recuou 2,1% no trimestre finalizado em fevereiro, frente ao encerrado em novembro, quando diminuíra 1,6%. No Nordeste, a atividade econômica registrou recuos menos acentuados nas vendas do comércio e na produção da indústria no início deste ano, relativamente aos observados nos últimos meses de 2015, sugerindo acomodação do desempenho negativo. Nesse sentido, as atividades na indústria, no comércio e no setor de serviço recuaram, na ordem, 2,5%, 2,3% e 7,9% no trimestre encerrado em fevereiro em relação ao findo em novembro, quando registraram quedas respectivas de 3,9%, 4,3% e 8,5%. Assinale-se que a economia da região se favorece pela Abril 2016 | Boletim Regional do Banco Central do Brasil | 7 perspectiva de crescimento da produção agrícola – cuja safra de grãos deverá expandir 2,1% neste ano –, pelo volume relevante de transferências do governo federal no âmbito de programas sociais e pela maior participação do setor da administração pública na economia local, segmento menos sensível ao ciclo econômico. Nesse cenário, o IBCR-NE manteve-se estável no trimestre encerrado em fevereiro, em relação ao terminado em novembro, quando recuou 1,5%. No Centro-Oeste, a economia nos primeiros meses deste ano foi impulsionada pelo início da colheita das safras de verão, com efeitos favoráveis sobre as exportações que aumentaram 33,5% comparativamente a igual período de 2015. A produção industrial seguiu trajetória declinante, embora menos acentuada, -0,7% no trimestre até fevereiro e -3,0% no anterior, repercutindo a maior produção de alimentos, de metalurgia e de minerais não metálicos. As vendas do comércio ampliado mostraram, no mesmo período, recuo menor do que o observado no trimestre anterior. Nesse ambiente, o IBCR-CO aumentou 0,3% em relação ao trimestre finalizado em novembro, quando recuara 1,4%, na mesma base de comparação. A análise econômica do Sudeste aponta continuidade do processo de retração da atividade no início de 2016. Observaram-se contrações expressivas na produção da indústria – tanto do segmento extrativo, quanto da transformação –, das vendas do comércio varejista, e do volume do setor de serviços no trimestre encerrado em fevereiro em relação ao trimestre anterior. Essas trajetórias foram influenciadas, sobretudo, pelos reduzidos níveis de confiança de empresários e consumidores e pelo processo de distensão no mercado de trabalho. Nesse contexto, o IBCR-SE contraiu 2,0% no período, após recuar 1,4% no trimestre findo em novembro. A atividade econômica no Sul manteve, na margem, perda de ritmo, persistindo a moderação no mercado de crédito e perda líquida de postos de trabalho formais, especialmente na indústria, no comércio e no setor de serviços. O IBCR-S, no entanto, influenciado pelo desempenho da indústria de transformação do Rio Grande do Sul, que cresceu 3,4% no trimestre encerrado em fevereiro em relação ao finalizado em novembro, aumentou 0,5% no período, após contrair 1,0% no trimestre anterior. A economia do Sul, no médio prazo, tende a ser beneficiada pelo desempenho do setor externo, que deverá repercutir o impacto da depreciação do câmbio sobre as exportações. 8 | Boletim Regional do Banco Central do Brasil | Abril 2016