Lei Maria da Penha e o combate à violência contra a mulher A COMO SURGIU A LEI MARIA DA PENHA? Lei Maria da Penha, denominação popular da Lei número 11.340, é um dispositivo legal brasileiro que a aumentar o rigor das punições aos homens, quando eles agridem física ou psicologicamente uma mulher ou a esposa, o que é mais recorrente. Decretada pelo Congresso Nacional e sancionada pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva em 7 de agosto de 2006, a lei entrou em vigor no dia 22 de setembro de 2006, e já no dia seguinte o primeiro agressor foi preso, no Rio de Janeiro, após tentar estrangular a ex-esposa. ASSÉDIO MORAL NO TRABALHO: MULHERES SÃO AS MAIORES VÍTIMAS Você sabe o que é assédio moral? É a exposição dos trabalhadores e trabalhadoras a situações humilhantes e constrangedoras, repetitivas durante a jornada de trabalho e no exercício de suas funções, em que predominam condutas negativas, relações desumanas de longa duração, desestabilizando a relação da vítima com o ambiente de trabalho e a organização, forçando-o a desistir do emprego. Alguns exemplos: Agressões físicas e verbais, Situações degradantes (revista de seus pertences ou exposição de partes de seu O cenário nacional após a lei A lei 11.340/2006 foi considerada pelo UNIFEM (Fundo de Desenvolvimento das Nações Unidas para a Mulher) como uma das legislações mais avançadas do mundo. Não obstante esse seu caráter inovador e os esforços até aqui empreendidos, a violência contra a mulher está longe de deixar de ser uma realidade na vida da grande maioria das mulheres brasileiras, principalmente das pobres e negras. Para muitas, o ciclo de violência por elas vivido em nada alterou após a edição da lei, o qual permaneceu camuflado no interior dos lares de milhões de brasileiras. Essa realidade decorre, dentre vários fatores, da falta de informação acerca da lei e do seu conteúdo (94% das mulheres já ouviram falar da Lei Maria da Penha), mas apenas 13% sabem do seu conteúdo, bem como do desconhecimento dos direitos que lhes amparam. As pesquisas revelam dados alarmantes acerca da violência contra a mulher, apontando o Brasil, num ranking de 92 países, como um dos mais violentos do mundo, corpo); Revista íntima; Humilhação profissional; Violação da intimidade; Restrição de uso de banheiro; Brincadeiras ofensivas; Isolar o empregado dos outros companheiros como castigo por insatisfação no desempenho das suas funções; Despedida abusiva, obrigan- Mulheres do Sindicato perdendo apenas para El Salvador, Venezuela e Guatemala (ressalte-se que esses países têm economia menor que a brasileira, a qual, atualmente, é a 6ª maior do mundo, segundo o PIB). No que atine à violência doméstica e familiar, uma pesquisa divulgada pelo Instituto Sangari, cujos dados foram apresentados no programa Fantástico, o Brasil é apontado, dentre 87 países pesquisados, o sétimo onde mais matam mulheres, sendo 4,4 assassinatos em cada grupo de 100 mil mulheres. Nesse cenário, o Estado do Espírito Santo é apontado como o mais violento, com 9,4 homicídios por 100 mil mulheres e o do Piauí como o menos violento, com 2,6 homicídios por 100 mil mulheres. Os dados revelam, ainda, que essas mortes se concentram, preponderantemente, na faixa etária entre 20 e 29 anos (com 7,7 mulheres assassinadas por 100 mil habitantes femininas) e, na maioria dos casos, o assassino é o próprio cônjuge ou companheiro/ex-companheiro, tendo como causas mais comum: o álcool, a droga e o ciúme. do o trabalhador a pedir demissão. Se você trabalhadora está passando por estas situações, saiba como proceder. Obtenha provas, tais como: foto, gravação, filmagem, testemunha, registro de ocorrência na DP e procure o seu sindicato. Denuncie! Campanha Outubro Rosa busca estimular detecção precoce do câncer de mama N Outubro Rosa o Brasil, o câncer de mama é a segunda causa de morte entre mulheres. O ano de 2012 registrou crescimento de 37% na realização de mamografias na faixa prioritária – de 50 a 69 anos – em comparação com 2010, no Sistema Único de Saúde (SUS). Os procedimentos somaram 2,1 milhões no ano passado, contra 1,5 milhões em 2010. Se incluídas todas as faixas etárias, o número de exames realizados no último ano atingiu a marca de 4,4 milhões, representando um crescimento de 26% em relação a 2010. Para estimular a detecção precoce do câncer de mama, o Ministério da Saúde dá início à campanha para conscientização das mulheres sobre o tema, reforçando as ações do movimento Outubro Rosa. O movimento popular Outubro Rosa é internacional. Em qualquer lugar do mundo, a iluminação rosa é compreendida como a união dos povos pela saúde feminina. Em Brasília, o prédio do Ministério da Saúde e o Congresso Nacional serão iluminados com luzes cor-de-rosa. Somente no ano de 2011, a doença fez 13.225 vítimas no Brasil, em 2012 foram mais de 50 mil novos casos e em 2013 chegou a 60 mil em território nacional. E se a estatística for apresentada por Região no país, o Instituto Nacional de Câncer (Inca) apresentou dados em que o Sudeste lidera o ranking (29.360), seguido do Sul (9.350), Nordeste (8.970), CentroOeste (3.470) e Norte (1.530), isso até 2012. O rosa simboliza alerta às mulheres para que façam o autoexame e, a partir dos 50 anos, a mamografia, diminuindo os riscos que aparecem nesta faixa etária. Para que mais mulheres possam fazer o exame, o Ministério da Saúde investiu mais de R$100 milhões até agora. E Preocupação do Governo com a incidência de câncer em mulheres m 2011, a presidência da república lançou o Plano Nacional de Prevenção, Diagnóstico e Tratamento do Câncer de Colo do Útero e de Mama, estratégia para expandir a assistência oncológica no País. Atualmente, o SUS tem 277 serviços na assistência oncológica que atendem a 298 unidades hospitalares distribuídas nas 27 unidades da federação para a detecção e tratamento de câncer em todo País. Com o investimento do governo federal, mais de 3,6 milhões de sessões de radioterapia e quimioterapia foram feitas pelo SUS, com investimento de R$491,8 milhões. As cirurgias oncológicas também representam a preocupação com o combate à doença. No ano passado, foram investidos R$ 16,8 milhões. Para este ano, o Ministério da Saúde instituiu a centralização da compra do L-Asparaginase. Usado no tratamento de câncer, o medicamento era comprado pelos serviços do SUS habilitados em oncologia. A medida foi tomada após a empresa brasileira que distribuía o medicamento comunicar ao governo federal a interrupção do fornecimento por parte de uma empresa estrangeira. A partir de 2015, o L-Asparaginase passa a ser produzido no Brasil por meio de parceria firmada em junho entre a Fiocruz e os laboratórios privados NT Pharma e Unitec Biotec. Assim, o país fica livre de ser surpreendido pela suspensão da oferta por uma empresa privada internacional sem atividades produtivas no País. Sancionada pelo poder executivo federal, a Lei 12.732/12, conhecida como Lei dos 60 dias, garante aos pacientes com câncer o início do tratamento em no máximo 60 dias após a inclusão da doença em seu prontuário, no SUS. O prazo máximo vale para que o paciente passe por uma cirurgia ou inicie sessões de quimioterapia ou radioterapia, conforme prescrição médica. Vacina contra HPV continua sendo melhor alternativa no combate ao cancêr de cólo uterino, segundo especialista Para agilizar o acompanhamento dos serviços oncológicos, o Ministério da Saúde criou o Sistema de Informação do Câncer (Siscan). O software, disponível gratuitamente para as secretarias de saúde, permite o monitoramento do atendimento oncológico na rede pública por meio da inserção e processamento de dados, gerido pelo Ministério da Saúde. O sistema funciona em plataforma P ara o Dr. Cesar Lasmar, que passou 30 anos no Instituto Nacional do Câncer, a vacina contra o HPV ainda é o melhor recurso no combate ao câncer de colo do útero, que apresenta índice alto de mortalidade no Brasil. Para o ginecologista e mastologista experiente pode se considerar um grande avanço a vacinação de meninas em todo o país, principalmente com a extensão do programa para Centros de Saúde Pública em todo o território nacional. Anteriormente, apenas em clínicas particulares as famílias tinham esse acesso a uma prevenção mais efetiva. O programa de vacinação organizado vai trazer grande impacto para evitar a incidência de novos casos nas gerações futuras. “A prevenção ainda é o melhor remédio. Parece clichê essa frase, mas não é. Vacinar as meninas hoje a partir dos 9 anos vai contribuir para reduzir sensivelmente a incidência da doença nas gerações futuras. Para as mulheres adultas, a prevenção com exames regulares (preventivo) ainda é o melhor conselho para tentar evitar a doença. Os exames regulares possibilitam o diagnóstico precoce e aumentam as chances de cura”, alerta Dr. Lasmar. Com grande experiência adquirida ao longo de décadas no INCA, ele também analisou a questão das meninas em São Paulo que decla- web e já tem a adesão dos 27 estados brasileiros, dos quais 17 já começaram a inserir os dados no sistema. O prazo para substituição dos demais sistemas pelo Siscan termina em janeiro de 2014. A cobertura das informações também se estenderá a todos os tipos de câncer. Até o momento, o sistema já recebeu mais de 104,3 mil requisições de exames, sendo 39,6 mil referentes a mamografias. raram mal estar após tomarem a vacina. De acordo com Cesar Lasmar a medicação não causa qualquer reação adversa e é fundamental para a proteção das jovens mulheres. “A vacina só traz benefícios e vai proteger essas meninas de forma efetiva. Importante frisar que não há nenhum relato na literatura específica sobre qualquer reação adversa da vacina”, enfatiza Lasmar. A medicação que é aplicada em três doses, contudo no programa do Brasil ela é feita em duas e não traz qualquer desconforto às pacientes. Os casos relatados em São Paulo foram situações isoladas, segundo dados do próprio Ministério da Saúde. MÉDICO ADVERTE QUE HÁ CASOS DE CÂNCER RELACIONADOS COM MUTAÇÃO GENÉTICA Em todo o país já existem estudos clínicos de que há casos de câncer que têm relação direta com mutação genética e para exemplificar há poucos meses foi divulgado que a atriz norte-americana Angelina Jolie apresentou essa mutação genética, que é rara. De acordo com o médico Cesar Lasmar, em torno de 5% a 10% das pessoas apresentam mutação do gene BRACA1 e BRACA2, que aumenta o risco do câncer de mama e ovário, situação encontrada na atriz norte-americana. Essa mutação é pesquisada em famílias, por exemplo, em que mulheres com menos de 50 anos apresentaram câncer de mama e/ ou ovário. “Para a realização deste exame, o oncogeneticista vai fazer um estudo e se ela se enquadrar no grupo de risco, vai realizar a pesquisa específica para a detecção da existência de mutação. Depois de identificado o gene, essa paciente vai passar por um controle rigoroso para alto risco ou vai ser avaliada quanto à oportunidade de tratamento”, esclarece Dr. César Lasmar. Quanto ao procedimento feito pela atriz Angelina Jolie, que se submeteu à mastectomia total sem que tenha apresentado a doença, ele analisa que o grande problema não é fazer a cirurgia, mas é a questão da qualidade de vida. “Em alguns casos o resultado cirúrgico não é tão bom. Esse tipo de cirurgia não é como uma colocação de prótese de silicone comum, mas isso deve ser avaliado cuidadosamente entre médico e paciente”, finaliza. Para as mulheres adultas, a prevenção com exames regulares (preventivo) ainda é o melhor conselho para tentar evitar a doença. Os exames possibilitam o diagnóstico precoce e aumentam as chances de cura. Dr. Cesar Lasmar • 02 • • INFORMATIVO OUTUBRO ROSA • Incidência de câncer de mama também é muito preocupante no Brasil e no mundo Durante a entrevista, Dr. Cesar Lasmar ainda chamou a atenção para a questão de outro tipo de câncer que também preocupa as mulheres de modo geral: o câncer de mama. Ele, que é mastologista e assim atuou no INCA durante anos, enfatizou que esse é um dos tipos mais desafiadores da medicina. “Normalmente, quando a doença não apresenta retorno em cinco anos, os médicos consideram a cura. Quanto mais tempo, mais chance de cura. Mas o câncer de mama tem um aspecto diferenciado. Há casos em que a doença retornou depois de 10 anos ou mais. Então, o melhor a fazer é procurar o médico e fazer exames de controle regularmente. A prevenção nos ajuda a fazer um diagnóstico precoce aumentando a chance de cura do paciente”, explica Outra questão que mereceu ênfase do Dr. Lasmar foi o cuidado que as mulheres devem ter em ir ao mastologista regularmente. Segundo ele, quanto mais cedo forem identificadas lesões pré-malignas ou malignas, maior a chance de cura. “O câncer de mama é uma doença indolente, ou seja, de evolução arrastada, por isso os avanços das técnicas de diagnóstico precoce e os avanços nos tratamento com terapia alvo trazem uma perspectiva maior de cura. Atualmente, os protocolos de tratamento são de acordo com a biologia celular do tumor. Existe um tratamento direcionado para cada tipo de tumor e os tratamentos são individualizados”. • INFORMATIVO OUTUBRO ROSA • Cedim não pode ficar de fora do Outubro Rosa E m comemoração à CAMPANHA OUTUBRO ROSA, não se pode esquecer uma instituição que luta desde a década de 80 pelos direitos das mulheres no Rio de Janeiro. Além de diversas ONGs que dão suporte aos interesses das mulheres no Estado, elas também podem contar com o CEDIM/RJ (Conselho Estadual dos Direitos da Mulher). E O QUE É O CEDIM/RJ E PARA QUÊ SERVE? O Conselho Estadual dos Direitos da Mulher (CEDIM/RJ) foi criado em 1987 e foi um dos primeiros conselhos de di- reitos da mulher do país, como resultado das lutas e reivindicações dos movimentos feministas e de mulheres no Estado do Rio de Janeiro. O CEDIM foi instituído por meio do Decreto 9.906 de 06/05/1987 e, posteriormente, pela Lei Estadual nº 2.837 de 19/11/1997 “com a finalidade de elaborar e implementar, em todas as esferas da administração do Estado do Rio de Janeiro, políticas públicas sob a ótica de gênero, destinadas a garantir a igualdade de oportunidades e de direitos entre homens e mulheres, de forma a assegurar à população feminina o pleno exercício de sua cidadania”. Sindicato tem convênios com clínicas que ajudam mulheres a ficar em dia com os exames preventivos C omo incentivo na prevenção contra o câncer e outras doenças, o Sindicato do Asseio implantou dois convênios com clínicas para que os trabalhadores mantenham sua saúde em dia. Mas em especial, as mulheres onde o índice de câncer de mama e de colo de útero tem sido fator preponderante de mortalidade no Brasil. Os trabalhadores (maridos/esposas/companheiros/ companheiras), além dos filhos menores de 18 anos, têm direito e podem usufruir dos benefícios de saúde disponibilizados pelo Sindicato. A entidade possui três convênios de assistência médica para seus associados: POLICLÍNICA HIGIENÓPOLIS, CENTRO CLÍNICO TAQUARA e CLÍNICA ARNALDO QUINTELA (ACMERJ), todos com várias unidades espalhadas pelo Rio de Janeiro. As dúvidas sobre o atendimento poderão ser esclarecidas através do telefo- ne (2566-4116), com o Diretor do Departamento Social do Sindicato, Gilberto Cesar, com a secretária do Social, Martha Janete e com as representantes das clínicas lotadas no sindicato. Essa prestação de serviço do seu Sindicato vai contribuir para reduzir a incidência de câncer nas mulheres e doenças diversas. “Não há desculpa para não ir ao médico fazer seu preventivo. A nossa entidade oferece esses dois convênios de ótima qualidade e que podem e devem ser utilizados pelas mulheres da nossa categoria e as esposas dos trabalhadores. Não devemos esquecer nunca que a prevenção é sempre o melhor remédio”, enfatiza o vice-presidente da entidade Antonio Carlos. Para mais informações sobre as clínicas, visite o seu sindicato na Rua Dr. Satamini 189 ou ligue 25664116 (Departamento Social). E X P E D I E N T E INFORMATIVO ESPECIAL DO SINDICATO DOS EMPREGADOS DE EMPRESAS DE ASSEIO E CONSERVAÇÃO DO MUNICÍPIO DO RIO DE JANEIRO. Sede: Rua Dr. Satamini, 189, Tijuca, Rio de Janeiro, RJ. tels.: (21)2566-4100 e 2566-4101; secretaria: 2566-4110 e 2566-4111; tesouraria: 2566-4109; jurídico: 2566-4113; social: 2566-4116; vice-presidência: 2566-4106 e secretário geral: 2566-4104. Presidente: Luciano David de Araújo. Jornalista Responsável: Patrícia Merces; Diagramação: Marlene Sousa. Editado sob responsabilidade da Diretoria do Sindicato. • 03 •