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Anais do X Encontro de Geógrafos da América Latina – 20 a 26 de março de 2005 – Universidade de São Paulo
OS SATÉLITES DA MATRIZ CARIOCA DA GEOGRAFIA
BRASILEIRA, 1940-1970
Mônica Sampaio Machado 1
São Paulo e Rio de Janeiro foram, sem dúvida, dois importantes centros urbanos que
concorreram para a formação da elite intelectual da Geografia brasileira do século XX. A
matriz paulista foi estabelecida com a criação do Curso de Geografia e História da
Universidade de São Paulo (USP), em 1934. A matriz carioca foi instituída, primeiramente,
através do Curso de Geografia da Universidade do Distrito Federal (UDF), em 1935, e,
posteriormente, do Curso de Geografia e História da Universidade do Brasil (UB), em 1939.
No que se refere à matriz carioca, a Universidade dividia com o Instituto Brasileiro de
Geografia e Estatística (IBGE) a responsabilidade pela formação do campo profissional
geográfico.
O papel difusor exercido por São Paulo e Rio de Janeiro, manteve-se preponderante
até, pelo menos, cerca de quatro décadas. Dessas cidades saíram, para atuar em todo o
Brasil, tanto professores de Geografia do ensino médio e superior quanto geógrafos do
planejamento territorial. Por sua vez, esses profissionais passavam a incrementar e, mesmo,
implementar instituições de ensino, pesquisa e serviços vinculados à Geografia, em outras
cidades e estados brasileiros.
Apesar da centralidade dos cursos de Geografia da UDF e da UB, assim como do
próprio IBGE, durante os anos de 1940 e 1970, duas instituições particulares de ensino
superior, que originaram instituições públicas ainda nesse período, de maneira periférica,
participavam da formação da Geografia carioca: a Faculdade de Filosofia do Instituto LaFayette e a Faculdade Fluminense de Filosofia. Este trabalho pretende apresentar a
historiografia dos cursos de Geografia destas instituições, explorando a rede intelectual e
institucional da Geografia brasileira que se estabelecera a partir da cidade e do Estado do
Rio de Janeiro.
Da Faculdade de Filosofia do Instituto La-Fayette à Universidade do Estado do Rio de
Janeiro: a trajetória institucional e intelectual do Curso de Geografia
A Faculdade de Filosofia do Instituto La-Fayette foi criada em agosto de 1939 na
cidade do Rio de Janeiro, então capital da República, e teve seu funcionamento autorizado
por decreto 7.173, de maio de 1941. Originou-se de um acordo estabelecido entre o
professor La-Fayette Cortes (1987-1946), presidente do antigo Instituto La-Fayette, e
1
UERJ e PUC-RJ. [email protected]
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professores do Colégio Pedro II, instituição de grande prestígio nacional 2 . O Instituto LaFayette era uma destacada instituição da rede particular de ensino primário e secundário,
fundado em 1916, no bairro da Tijuca, Rio de Janeiro 3 .
Em 1939, tanto o Colégio Pedro II quanto o Instituto La-Fayette buscavam a criação de
uma faculdade particular de filosofia, inicialmente como projetos isolados 4 . Nesse mesmo
ano, são estabelecidos os acordos entre ambas as instituições para a constituição de um
conselho de professores que resultou na criação da Congregação da futura faculdade,
denominada de Faculdade de Filosofia do Instituto La-Fayette. Participaram da
Congregação e dessa faculdade, professores não apenas de ambas as instituições, como
também do Instituto de Educação, do Colégio Militar, da Escola Técnica do Exército, da
escola Politécnica e da Faculdade Nacional de Filosofia. Desse grupo de professores podem
ser destacados os seguintes nomes: Ney Cidade Palmeiro (Sociologia), Carlos Delgado de
Carvalho (Educação), Haroldo Lisboa Cunha (Matemática), Francisco Alcântara Gomes
(Física), Luiz Pinheiro Guimarães (Química), Honório de Souza Silvestre (Geografia),
Fernando Antônio Raja Gabaglia (Geografia), João Capistrano Raja Gabaglia (Geografia),
2 A origem do Imperial Collégio de Pedro II remonta à primeira metade do séc. XVIII, como Abrigo
dos Órfãos de São Pedro, obra de caridade da antiga paróquia do mesmo nome de benemerência do
Quarto Bispo do Rio de Janeiro, D. Antônio de Guadalupe, que o fundou por Provisão da Câmara
Eclesiástica, em 1733. Em 1766 passou a ser designado Seminário de São Joaquim, sendo extinto por
Dom João VI, em 1818. Com Dom Pedro I, em 1821, o Seminário é restabelecido, recebendo a nova
denominação de Imperial Seminário de São Joaquim. Entretanto acaba sobrevivendo em precárias
condições materiais e institucionais. Na Regência, em 1831, o Imperial Seminário de São Joaquim é
reformado e entregue à inspeção da Câmara Municipal do Rio de Janeiro. Bernardo Pereira de
Vasconcelos converte o Seminário em Colégio de Instrução Secundária, e em 1837, no décimo quinto
ano da Independência e, em homenagem ao Imperador Dom Pedro II, é criado o Imperial Collegio de
Pedro II, sendo inaugurado em 1838 (ANDRADE, 1999, p.7-10). A partir de então e até a
proclamação da República o Colégio teria como mecenas e protetor D. Pedro II. Conforme SCHWARCZ
(1999, p.150), de orfanato humilde, o “Pedro II” se transformaria na glória do nosso ensino, uma
espécie de símbolo de civilidade, de um lado, e pertencimento de uma elite, de outro. Sua importância
pode ser conferida a partir de seus professores. Durante 100 anos de existência do Colégio, 18381938, pessoas expressivas na vida política e intelectual brasileira aí lecionaram, como Justiniano José
da Rocha (professor de História e Geografia e deputado); Antônio Gonçalves Dias (professor de
Latim); José Maria da Silva Paranhos (professor de História, senador e ministro do Império); Carlos
Laet (professor de Português e diretor do Collegio); Barão de Rio Branco (ex-aluno); Sílvio Romero
(professor de Filosofia); João Capistrano de Abreu (professor de História e historiador); Eugenio de
Barros Raja Gabaglia (professor de Matemática); Carlos Delgado de Carvalho (professor de Inglês,
Geografia e Sociologia); Henrique Toledo Dodsworth Filho (professor de Físico-Química, Diretor do
Collegio e Prefeito do Rio de Janeiro); Fernando Antônio Raja Gabaglia (professor de Geografia e
Diretor do Collegio) (MARINHO, I. E INNECO, L., 1938). Conforme destaca ANDRADE, 1999, p.55,
pertencer à época tanto ao IHGB, à ABL ou ao Gymnasio Nacional, nome dado ao Colégio Pedro II
nas duas décadas iniciais da Primeira República, como professor catedrático, significava ter seu
trabalho intelectual reconhecido e ter seu lugar na história da cultura brasileira.
3 GOMES FILHO, Francisco Alcântara, 1994.
4 O Colégio Pedro II inicia o projeto de constituição de uma faculdade de filosofia em meados de
1939, após a criação da Faculdade Nacional de Filosofia, através do Decreto 1190 de 04 de abril de
1939, decreto que também extingue a Universidade do Distrito Federal e transfere alunos e
professores para a órbita federal, para a Universidade do Brasil, atual Universidade Federal do Rio de
Janeiro. (GOMES FILHO, Francisco Alcântara. 1994.)
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Hugo Segadas Viana (Geografia), Ayrton Bittencourt Lobo (Geografia), Honório de Souza
Silvestre (Geografia), Heloísa Alberto Torres (Antropologia), João Lyra Filho (História da
Economia), La-Fayette Cortes (Administração Escolar), Antônio Carneiro Leão (Educação),
Afrânio Peixoto (Educação) 5 .
A Faculdade de Filosofia do Instituto La-Fayette foi implantada no Departamento
Feminino do Instituto La-Fayette, na rua Hadock Lobo, no bairro da Tijuca-RJ 6 , e teve como
primeiro diretor o professor La-Fayette Cortes, assessorado por um Conselho Técnico
Administrativo constituído pelos professores: Cidade Palmeiro (Seção de Filosofia),
Francisco Alcântara Gomes Filho (Seção de Matemática e Física), Fernando Nogueira Pinto
(Seção de Química e Biologia), Antônio Bardi (Seção de Letras), Rui de Lima e Silva (Seção
de Geografia e História), André Bernardino Chaves (Seção de Pedagogia e Ciências
Sociais). Assim, sob a coordenação de La-Fayette Cortes, a Faculdade reuniu docentes
diversificados, contando com católicos, protestantes, judeus, agnósticos, espiritualistas e
positivistas, como era o caso do próprio La-Fayette Cortes, que se inspirou no positivismo
de Augusto Comte, principalmente através da obra de Teixeira Mendes 7 .
Embora a Faculdade de Filosofia do Instituto La-Fayette tenha sido criada em 1939, a
autorização para seu funcionamento só ocorreu cerca de três anos depois, em maio de
1941, e o início de suas atividades, em 1942. Conforme a documentação levantada, a
demora na sua aprovação se deu por desacordos entre a antiga Diretoria Nacional de
Educação, do Ministério da Educação, e o Departamento Administrativo do Serviço Público
(DASP). Em função do então Estatuto dos Funcionários Públicos Civis da União, o DASP
verificou o impedimento da participação de vários professores, funcionários públicos civis,
na Faculdade e solicitou alterações no projeto, que eram indispensáveis à autorização de
funcionamento pleiteada. Para levar à frente o projeto original da Faculdade, La-Fayette
Cortes, com apoio do professor Attila Magno da Silva, General Chefe de Gabinete do
Ministro da Guerra, na época Eurico Gaspar Dutra, conseguiu a determinação do decreto
7173, de maio de 1941, autorizando, nos moldes que havia proposto, o funcionamento da
nova instituição particular de ensino superior 8 .
5
GOMES FILHO, Francisco Alcântara, 1994.
(Revista DELFOS, Revista da Associação dos Diplomados da Faculdade de Educação da Universidade
do Estado do Rio de Janeiro. Ano Especial: Faculdade de Filosofia do Instituto La-Fayette, 50 anos,
1939-1989). Hoje o prédio onde do antigo Instituto La-Fayette, pertence à Fundação Bradesco.
6
MATTA., Ary. Revista Atualidades Pedagógicas, ano V, março/abril, 1954, p.19. VELOSO, Elton, LaFayette Cortes, Centenário de Nascimento (1887-1946). Boletim da UERJ, 192, jan/dez. 1987, p.7.
7
Documento encaminhado pelo prof. La-Fayette Cortes ao Ministério da Educação, 1936. Parecer do
DASP sobre o projeto da Faculdade de Filosofia do Instituto La-Fayette, 1938. (GOMES FILHO,
Francisco Alcântara, 1994.
8
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Do primeiro estatuto da Faculdade de Filosofia La-Fayette podem ser destacados dois
grandes objetivos: preparar para o magistério secundário e normal e cargos de técnicos de
educação; desenvolver o gosto pela cultura de ordem especulativa ou desinteressada,
promovendo o hábito das pesquisas, nos domínios da filosofia, das ciências e das letras.
Sua organização estava orientada por quatro seções fundamentais que agrupavam
diferentes cursos, a saber: 1) Filosofia (Filosofia); 2) Ciências (com os cursos de
Matemática, Física, Química, História Natural, Geografia e História, e, Ciências Sociais); 3)
Letras (Letras Clássicas; Neolatinas; Anglo-germânicas); 4) Pedagogia (Pedagogia); 5)
Didática (seção especial - Didática) 9 .
A Faculdade, assim, não fugia ao modelo das faculdades de filosofias públicas,
criadas a partir de 1934, como a Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras da Universidade
de São Paulo e a Faculdade Nacional de Filosofia da Universidade da Universidade do
Brasil. No ano de 1941 surgiam também as Faculdades Católicas, que mais tarde deram
origem à Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro. Embora buscassem uma
alternativa ao modelo do ensino superior proposto pelo Governo federal, em 1931, com
Francisco Campos, as Faculdades Católicas não fugiam ao formato das faculdades de
filosofia do período 10 . Nos anos de 1940 surgem várias faculdades de filosofia de iniciativa
privada para atender as novas demandas promovidas pelas reformas do ensino superior. É
nesse contexto que emergem tanto a Faculdade de Filosofia do Instituto La-Fayette quanto
a Faculdade Fluminense de Filosofia, que será mais adiante explorada.
A Faculdade de Filosofia do Instituto La-Fayette, uma das primeiras faculdades
particulares da então Capital da República, inicia suas atividades no ano de 1942, com 128
alunos distribuídos entre os cursos de Filosofia, Matemática, Física, Química, Geografia e
História, e, Letras (Clássicas, Neo-latinas, Anglo-germânicas). Embora passando por vários
problemas de ordem financeira, a Faculdade de Filosofia La-Fayette deu prosseguimento às
suas atividades durante os anos 40. Com a morte de La-Fayette Cortes, em 1946, assumiu
a sua coordenação, primeiramente, o professor de Geometria, Felippe dos Santos Reis, em
seguida, José Faria Góes, de Biologia, e por último o professor Ney Cidade Palmeiro, que
deu início a uma série de inovações, dentre as quais a abertura de cursos que ainda
estavam suspensos, como História Natural, Pedagogia e Ciências Sociais.
A autonomia da Faculdade de Filosofia do Instituto La-Fayette, já iniciada na gestão de
Faria Góes, é aprimorada com Ney Cidade Palmeiro, mas o Instituto La-Fayette continuou
como órgão mantenedor da até 1950, quando a Faculdade é incorporada à segunda
Universidade do Distrito Federal (UDF), criada também 1950. Neste ano a Faculdade de
9
GOMES FILHO, Francisco Alcântara, 1994.
10
SEGENREICH, 1994, p.8-15
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Filosofia La-Fayette passou a ser dirigida pelo professor Francisco Alcântara Gomes Filho e
a ser subvencionada financeiramente por esta Universidade. Tal situação permitiu à
Faculdade a gratuidade do ensino, que posteriormente foi recomendada por lei, em 1958 11 .
A segunda Universidade do Distrito Federal (UDF) foi criada em 4 de dezembro de
1950, através da Lei nº 547 12 . Diferente da antiga Universidade do Distrito Federal,
projetada e implementada por Anísio Teixeira, em 1934, no Rio de Janeiro, esta segunda
UDF não emanou de um planejamento global, mas do simples agrupamento de quatro
escolas particulares de ensino superior, todas em pleno funcionamento desde a década de
1930. Conforme a Lei mencionada, deveriam compor esta UDF quatro faculdades, que por
sua vez incorporam quatro faculdades particulares já existentes: a Faculdade de Ciências
Jurídicas, que incorpora à Faculdade de Direito do Rio de Janeiro, a Faculdade de Ciências
Econômicas, a Faculdades de Ciências Médicas e a Faculdade de Filosofia, Ciências e
Letras, que incorporou a Faculdade de Filosofia do Instituto La-Fayette 13 .
Com a Lei municipal n.°909 de 1958, a segunda UDF passou a ser denominada de
Universidade do Rio de Janeiro (URJ), tornando-se instituição pública municipal. Além de
mudar seu nome, esta Lei consignava uma dotação orçamentária da Prefeitura para sua
manutenção e assegurava a gratuidade do ensino para todos seus alunos. Em virtude da
mudança da Capital para Brasília e da criação do Estado da Guanabara, a URJ é rebatizada
como Universidade do Estado da Guanabara (UEG), através do Decreto federal 51210, de
18 de agosto de 1961. Posteriormente, com a fusão do antigo Estado da Guanabara com o
antigo Estado do Rio de Janeiro, a Universidade do Estado da Guanabara recebe sua atual
denominação, Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ), através do Decreto-Lei n°
67 de 11 de abril de 1975 14 . A Universidade muda, portanto, não apenas de denominação
como também de amplitude, primeiramente como universidade da capital da República, em
11
GOMES FILHO, Francisco Alcântara, op.cit.; MANCEBO, Deise, 1996.
12 A primeira Universidade do Distrito Federal, mantida pela Prefeitura, foi criada em 1935, na gestão
de Pedro Ernesto, então Prefeito do Distrito Federal, e de Anísio Teixeira, na época à frente da
Diretoria de Instrução Pública do antigo Distrito Federal. A Geografia era desenvolvida na Seção de
ciências geográficas, alocada na Escola de Economia e Direito. Esta UDF, em função de posições
divergentes com relação ao modelo universitário e à autonomia em relação ao Estado, teve seu
funcionamento dificultado sendo extinta em 1937 e seus cursos transferidos para a Universidade do
Brasil em 1939. A Universidade do Brasil, mantida pela União, organizava-se de forma diferente. Os
cursos da extinta UDF são incorporados pela Universidade do Brasil, através da recém criada
Faculdade Nacional de Filosofia Ciências e Letras, que passava a ser constituída de quatro seções:
Filosofia, Ciências, Letras e Pedagogia. O Curso de Geografia e História, sediado nessa Faculdade,
compõe a seção de Ciências juntamente com mais cinco cursos: Matemática, Química, História Natural
e Ciências Sociais. Posteriormente, em finais dos anos 60, a Universidade do Brasil, transforma-se na
atual Universidade Federal do Rio de Janeiro. FAVERO, Maria de Lurdes de A. (coord.) (1989).
Faculdade Nacional de Filosofia: projeto ou trama universitária? (1). Editora UFRJ.
13
MANCEBO, Deise, 1996, p. 17-64.
14
MANCEBO, Deise, 1996.
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seguida como universidade municipal e por último como universidade estadual. Mudança
que acompanha a própria história político-territorial da Cidade e do Estado do Rio de
Janeiro.
Conforme apontado, quando a Faculdade de Filosofia do Instituto La-Fayette é
incorporada a esta segunda UDF, recebe o nome de Faculdade de Filosofia, Ciências e
Letras. A partir de 1966, já como Universidade do Estado da Guanabara, em função do novo
modelo universitário brasileiro, orientado principalmente pela recém implementada
Universidade de Brasília, e da Reforma Universitária de 1967/1968, a Faculdade de
Filosofia, Ciências e Letras é extinta, dando origem a uma nova faculdade e a oito institutos,
a saber: Instituto de Biologia, Instituto de Ciências Humanas, Instituto de Física, Instituto de
Geociências, Instituto de Filosofia e Letras, Instituto de Matemática e Estatística, Instituto de
Química, Instituto de Psicologia e Comunicação Social e à Faculdade de Educação.
Com essa Reforma, o Curso de Geografia passou a constituir o Departamento de
Geografia do Instituto de Geociências, juntamente com mais cinco Departamentos:
Geologia, Cartografia, Oceanografia, Climatologia e Meteorologia, aproximando-se, assim,
das ciências da terra e da natureza, e sendo bastante influenciado pelo modelo norteamericano de estrutura departamental 15 . Este formato adquirido pelo Curso de Geografia
será mantido quando a Universidade recebe a denominação de Universidade do Estado do
Rio de Janeiro, na década de 1970.
O Curso de Geografia da Universidade do Estado do Rio de Janeiro, nesse sentido,
tem uma longa história, participando inclusive da própria formação desta instituição.
Surgindo como Curso de Geografia e História, na seção de Ciências, da antiga Faculdade
de Filosofia do Instituto La-Fayette, iniciou suas atividades no ano de 1942, e foi
reconhecido oficialmente pelo decreto 17.259 de 07 de dezembro de 1944. Pautado na
lógica catedrática, vigente no período para todo ensino superior brasileiro, o então Curso de
Geografia e História foi inicialmente composto em regime de seriação com duração de três
anos (mais um, contando apenas disciplinas pedagógicas), a saber: 1ª série - Geografia
Física, Geografia Humana, Antropologia, História da Antiguidade, História da Idade Média,
Didática; 2ª. Série – Geografia Física, Geografia Humana, História Moderna, História do
Brasil, Etnografia; 3ª série: Geografia do Brasil, História Contemporânea, História do Brasil,
História da América, Etnografia do Brasil 16 . A conclusão dos cursos nas áreas
15 Posteriormente, já nos anos 90, o Instituto de Geociências da Universidade do Estado do Rio de
Janeiro, passa a ser composto por três Departamentos: Departamento de Geografia, Departamento
de Oceanografia e Departamento de Climatologia. A Cartografia vai para a Engenharia e a Geologia
adquire autonomia transformando-se em Faculdade de Geologia.
Para análise dos currículos do Curso de Geografia da UERJ, de 1943 a 1984, ver Marita Silva
Pimenta, 1985.
16
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especializadas conferia ao aluno o diploma de bacharel e este outorgava o direito de
matrícula no curso de Didática. Terminado os estudos de Didática, o formando conseguia o
diploma de licenciado, com direito a exercer o magistério secundário ou normal.
Quando a Faculdade La-Fayette foi incorporada à segunda UDF, em 1950,
destacavam-se os seguintes professores que lecionavam Geografia no Curso de Geografia
e História: Honório de Souza Silvestre, João Capistrano Raja Gabaglia, Fernando Antônio
Raja Gabaglia, Hugo Segadas Vianna e Ayrton Bittencourt Lobo.
Honório de Souza Silvestre, nasceu em 1886, em um distrito rural do município de
Santo Antônio de Pádua, no Noroeste Fluminense 17 . Chegou ao Rio de Janeiro, em 1905,
para cursar o secundário no então Gymnasio Pio Americano, e fez o bacharelado em Letras.
Posteriormente, em 1909, matriculou-se na Faculdade de Ciências Jurídicas e Sociais, na
época dirigida por Bulhões de Carvalho. Nesta Faculdade travou relações de amizades com
Sylvio Romero, então professor de Filosofia do Direito e de Economia Política, chegando
mais tarde a freqüentar sua residência, na época em Icaraí-Niterói, entre os anos de 19121913. Em 1914-1915, Honório de Souza Silvestre lecionou no Colégio Anchieta, de Friburgo,
onde teve como companheiro de trabalho Nelson Romero, filho de Sylvio Romero 18 .
A Geografia foi o campo de trabalho de sua preferência, embora tivesse grande
domínio de outras disciplinas, como História, Filosofia, Ciências Naturais e Matemática 19 .
Em 1918 passou a lecionar Geografia, Corografia do Brasil e Cosmografia no Colégio Pedro
II, como professor catedrático tendo permanecido nesta instituição até o ano de sua morte,
1956 20 . Participou da formação da Faculdade de Filosofia do Instituto La-Fayette, como
ABREU, Modesto de. Honório Silvestre e Oscar Przewodowski. Anuário do Colégio Pedro II, volume
XVI, 1951-1961, Departamento de Imprensa Nacional, Ministério da Educação e Cultura, Rio de
Janeiro, 1963, p.56-61.
17
SILVESTRE, Honório de S. Sylvio Romero. Studia. Colégio Pedro II, Rio de Janeiro, ano 2, n.2,
dezembro de 1951, p.125-133.
18
Vale notar que Honório Silvestre, conforme documentos levantados e analisados, parece não
concluir nenhum curso superior. No texto de sua autoria sobre a vida de Sylvio Romero, Silvestre
(1951) apenas indica que se matricula na Faculdade de Ciências Jurídicas e Sociais, mas não afirma
que conclui o curso. Na biografia escrita por Modesto Abreu (1963) é mencionada sua formação em
engenharia, entretanto não é indicada a instituição que cursa. No depoimento recolhido de Miguel
Alves de Lima (2001) Honório de Souza Silvestre é mencionado como um geógrafo autodidata, não
tendo nenhuma formação superior, mas possuidor de uma das maiores bibliotecas sobre Geografia,
na época, em 1955.
19
(Anuário do Colégio Pedro II, volume XVI, 1951-1961, Departamento de Imprensa Nacional,
Ministério da Educação e Cultura, Rio de Janeiro, 1963, p.13). É interessante observar que embora
Honório Silvestre tivesse uma formação humanística seu trabalho não apresentará essa característica.
Conforme Fernando Segismundo (1981), em suas aulas Honório Silvestre desprezava os aspectos
econômicos, políticos e humanos da Geografia, limitando-se apenas à parte física. Esse desprezo
também é aparente nos textos de Geografia que escreveu
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membro da Congregação vinculado ao grupo de mestres do Colégio Pedro II. Foi
responsável pela cadeira de Geografia Física, lecionando nesta Faculdade até 1956 21 .
Os irmãos João Capistrano Raja Gabaglia e Fernando Antônio Raja Gabaglia, faziam
parte da elite intelectual da época, eram filhos de Eugênio de Barros Raja Gabaglia (18621919), homem de grande erudição e de espírito enciclopedista, dominando os mais variados
assuntos 22 . Eugênio Raja Gabaglia foi membro da Academia Brasileira de Ciências, do
Conselho Superior de Ensino e da Comissão para a escolha da nova capital de Minas. Foi
também Diretor de Obras Civis e Hidráulicas da Marinha, catedrático da Escola Politécnica e
do Colégio Pedro II, tendo sido diretor nesta instituição 23 . Ambos os irmãos Raja Gabaglia
fizeram parte do corpo de professores do Colégio Pedro II e contribuíram para a formação
do Conselho Nacional de Geografia (CNG) e do Instituto Brasileiro de Geografia e
Estatística (IBGE), criados respectivamente, em 1936 e 1938, e estavam em constante
atualização sobre as discussões geográficas dos centros internacionais de pesquisa, do
período.
João Capistrano Raja Gabaglia foi professor assistente na primeira Universidade do
Distrito Federal, elaborada por Anísio Teixeira, lecionando Práticas de Geografia, cadeira
que envolvia, entre outras atividades, o trabalho de campo. Embora não tendo a mesma
projeção intelectual e política do irmão, João Raja Gabaglia fez parte do corpo de
professores do Colégio Pedro II, a partir de 1937 e, conforme já mencionado anteriormente,
foi um dos lentes da Congregação da Faculdade de Filosofia do Instituto La-Fayette 24 , tendo
sido responsável pela cadeira de Geografia Física 25 . Sua contribuição à Geografia se situa
no campo da Geografia Física, voltada principalmente para a Oceanografia 26 .
Fernando Antônio Raja Gabaglia (Rio de Janeiro, 1895-1954) era formado em Direito e
lecionava Fisiogeografia na primeira UDF 27 . Tinha sólida cultura geral e tratou com muita
Como um exemplo da produção intelectual de Honório Silvestre, cabe mencionar um texto veiculado
no Anuário do Colégio Pedro II, em 1927, Physiographia do Brasil. Aqui apresenta um amplo
panorama sobre as características fisiográficas do Brasil, a partir das quais estabelece quatro grandes
regiões: Região Oriental, Região Intermediária, Vertente Amazônica e Depressão Platina. Neste
trabalho os aspectos antropocêntricos não são em nenhum momento mencionados.
21
Eugênio Raja Gabaglia foi professor de Backheuser no Pedro II nas duas décadas iniciais da
Primeira República Brasileira, Anuário do Colégio Pedro II, vol IV, (1919-1920), 1921, p.1-3.
22
23
Anuário do Colégio Pedro II, vol IV, (1919-1920), 1921, p.1-3.
24
SEGISMUNDO, 1981 e GOMES FILHO, Francisco Alcântara, 1994.
25
GOMES FILHO, Francisco Alcântara, 1994, p.8.
26
Como exemplo da produção intelectual de João Raja Gabaglia, pode-se observar o texto Refração,
transparência e cor da água do mar, publicado na Studia, Colégio Pedro II, 1951.
PROEDES/UFRJ - UDF - Documento n. 36, pasta 006, Relação de Professores da UDF 1936;
Documento n. 103, pasta 008, Relatório do Diretor da Escola de Economia e Direito ao Reitor, 1937.
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segurança e desenvoltura de temas de História, de Religião, de Sociologia e de Política. Sua
trajetória político-intelectual lhe concedeu destaque no campo acadêmico da Geografia
brasileira. Juntamente com Everardo Backheuser e Carlos Delgado de Carvalho apresentou
importantes contribuições para a renovação e difusão da ciência geográfica. Objetivavam
fundar a nova escola de Geografia e desenvolver uma classificação para o território e para a
população brasileira. O caráter renovador do trabalho desses três autores evidenciou-se na
década 1920, quando organizam na Sociedade de Geografia do Rio de Janeiro, em 1926, a
Escola Livre de Geografia. Uma Escola que tinha como propósito auxiliar e reciclar os
professores do ensino primário e secundário, apresentando algumas construções
conceituais que contrapunham à Geografia de nomenclatura, dominante até então, à
Geografia moderna 28 .
Em 1918, com 23 anos apenas, Fernando Antônio Raja Gabaglia elaborou sua obra
máxima intitulada As Fronteiras do Brasil, como tese ao concurso para a cadeira de
Geografia do Colégio Pedro II, a qual obteve por se classificar em primeiro lugar 29 . Foi um
dos estudiosos da temática estatal-territorial estabelecendo vinculações entre a pesquisa
geográfica e o Estado e proporcionando a consolidação da Geografia Política no Brasil. Para
Raja Gabaglia a disciplina Geografia auxiliaria a construção da sociedade, uma vez que
instrumentalizaria as atividades do Estado na execução de estradas, nos mapeamentos, nos
levantamentos de recursos, etc. Enfim, a disciplina Geografia forneceria ao Estado um
domínio do território e, conseqüentemente, a possibilidade de realização da tão aclamada
identidade nacional 30 .
Sua atuação foi significativa tanto no campo da Geografia quanto no da política
educacional brasileira. No campo geográfico, além de ter sido professor do ensino
secundário oficial, do então Colégio Pedro II, foi autor de livros didáticos e um dos
fundadores, em 1941, do curso Geografia e História da Faculdade de Filosofia do Instituto
La-Fayette. Na área da política educacional, atuou como Secretário de Educação do Distrito
Federal e como Diretor de Colégio Pedro II.
Hugo Segadas Viana nasceu no Rio de Janeiro e falece em 1975, nesta mesma
cidade 31 . Foi aluno do Colégio Pedro II entre os anos de 1924 e 1930, onde concluiu o curso
Eram professores desse curso, além dos já mencionados, Luis Caetano de Oliveira (Escola
Politécnica), Edgar Mendonça (Escola Normal) e Heloisa Alberto Torres (Museu Nacional) (ZUSMAN,
1996, p.131-142).
28
29
SEGISMUNDO, 1981, p.149-150.
30
RAJA GABAGLIA, 1947.
A família Segadas Viana era influente politicamente nos anos 1940 e 1950, no então Distrito
Federal, Rio de Janeiro (Dicionário Histórico Biográfico Brasileiro pós 1930. 2ª ed. Rio de Janeiro: Ed.
FGV, 2001).
31
8391
Anais do X Encontro de Geógrafos da América Latina – 20 a 26 de março de 2005 – Universidade de São Paulo
de Bacharel em Ciências e Letras, em 1931. Em 1935 formou-se em Ciências Jurídicas e
Sociais, pela Faculdade de Direito da Universidade do Rio de Janeiro, e em 1937 licenciouse em Geografia pela primeira Universidade do Distrito Federal. No ano seguinte, ingressou
no Colégio Pedro II como professor de Geografia e foi Diretor da Seção Tijuca deste
educandário, se aposentando em 1970 32 .
Hugo Segadas Viana participou ativamente como professor da cadeira de Geografia
Humana, desde a implantação da Faculdade de Filosofia do Instituto La-Fayette. Embora
exercendo atividades docentes, Segadas Viana deixou apenas poucos trabalhos escritos,
sua maior contribuição se deu no campo político-administrativo da Universidade. Entre os
anos de 1964-1975, foi presidente de comissões variadas, representante dos cursos de
Ciências Sociais, Geografia e História no Conselho Técnico Administrativo da Faculdade de
Filosofia, chefe do Departamento de Geografia da Faculdade de Filosofia, Diretor do
Instituto de Geociências (1970-1975), tendo seu nome incluído na lista tríplice para ViceReitor da UEG, pelo Conselho Universitário, em 1971 33 .
Ayrton Bittencourt Lobo, também integrou a Congregação da Faculdade do Instituto
La-Fayette, sendo catedrático da disciplina Geografia do Brasil. Era coronel do Exército,
prof. da Colégio Militar e membro do Instituto Geográfico 34 .
Os professores apresentados acima tiveram grande participação na história do curso
de Geografia da atual Universidade do Estado do Rio de Janeiro. Entretanto, com exceção
de Hugo Segadas Viana, que continuou na instituição até 1975, quando faleceu, os outros
quatro professores, Honório de Souza Silvestre, João Capistrano Raja Gabaglia, Fernando
Antônio Raja Gabaglia e Ayrton Bittencourt Lobo, a partir de 1956, não fizeram mais parte
do corpo de lentes do Curso de Geografia e História da então Faculdade de Filosofia da
UDF. É interessante observar que em 1955, com a lei 2594, é formalizada a separação dos
cursos de Geografia e História, que já havia sido realizada informalmente.
Com a separação dos cursos, a Geografia nessa Universidade passou a ser orientada
por um novo currículo, que vigorou até 1962, com a seguinte composição. Na primeira série:
Cosmografia, Cartografia e Topografia; Geografia Física (Clima); Geografia Humana
(População e Política); Geografia do Brasil (Física); Antropologia. Na segunda série:
Geografia Física (Hidrologia, Hidrografia); Geografia Humana (O homem e o meio
O geógrafo e intelectual Pedro Pinchas Geiger, em depoimento recolhido em 2001, menciona que
Fernando Antônio Raja Gabaglia, Hugo Segadas Viana, Delgado de Carvalho e Honório Silvestre foram
seus professores no Colégio Pedro II, que para ele foi uma escola fundamental para sua formação.
32
33
Boletim UERJ, abril, 1975, p.504-506.
GOMES FILHO, Francisco Alcântara, 1994. Depoimento Paulo Pimenta, 2001. Depoimento Miguel
Alves de Lima, 2001. Relatório UDF (UERJ), 1955, 1956.
34
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Anais do X Encontro de Geógrafos da América Latina – 20 a 26 de março de 2005 – Universidade de São Paulo
ambiente); Geografia do Brasil (Humana); Biogeografia; Geologia e Paleontologia;
Etnografia. Na terceira série: Geografia Física (Dinâmica e Estrutural); Geografia Humana
(Circulação, Consumo e Urbana); Geografia do Brasil (Economia); Geografia Regional
(Mundo); Mineralogia e Petrografia; Etnografia Brasileira e Língua Tupi. Na terceira série, as
disciplinas pedagógicas.
O currículo que passava a vigorar era bem especializado, voltado para as próprias
disciplinas da Geografia. Efetivou-se, dessa forma, um certo distanciamento da Geografia
com relação à História e às Ciências Sociais, afastamento que será também concretizado
fisicamente, na década de 1970. Abandonando seus pares iniciais, a Geografia nessa
instituição fez a opção por estabelecer diálogos mais constantes com outras ciências,
especialmente com a Geologia e a Oceanografia, distanciando-se da formação políticocultural que muito contribuiu para seu desdobramento como ensino universitário no Rio de
Janeiro. Essa característica não era exclusiva à Universidade do Estado do Rio de Janeiro.
Todos os cursos de Geografia das universidades públicas, sediados no Rio de Janeiro,
apresentaram semelhantes orientações, diferentemente do que ocorreu com o curso de
Geografia da Universidade de São Paulo.
Após 1956, em função do falecimento de professores e da nova estrutura curricular,
mudam as características do grupo de docentes de Geografia dessa Universidade. Entram
para lecionar nesta instituição, os primeiros geógrafos, formados pelos então Cursos de
Geografia, implementados, principalmente nos finais dos anos 30, tendência que se verifica
em todos os quadros de professores dos cursos universitários de Geografia do período, no
Rio de Janeiro. Observa-se, igualmente, o aparecimento de professores, geógrafos
vinculados ao IBGE.
De acordo com o levantamento realizado nos Boletins da UERJ, entre os anos de
1956 e 1970, destacavam-se os seguintes professores de Geografia: Hugo Segadas Vianna
(Geografia Humana e Geografia Social), Héldio Xavier Lenz César (Geografia Física; IBGE
e Universidade do Brasil; geógrafo especializado em métodos quantitativos e em cartografia,
vai para os EUA e passa a trabalhar na ONU, não mais retornando para o Brasil), Miguel
Alves de Lima (Geografia Física; IBGE), Jean Tricart 35 (lecionou um curso de curto prazo de
Geomorfologia, em 1956), Emmanuel em 1968), Antônio Teixeira Guerra (Geografia
Humana, IBGE e Universidade Federal Fluminense), Miguel Alves de Lima (Geomorfologia e
No ano de 1956, Jean Tricart estava no Brasil para o XVIII Congresso Internacional de Geografia,
da UGI, realizado no Rio de Janeiro. Em função de divergências políticas com de Hilgard Sternberg,
professor da Universidade do Brasil e grande articulador do Congresso, Tricart, geógrafo de tendência
políticas marxista, não pode fazer conferências na Universidade do Brasil, no então curso de Altos
Estudos Geográficos. Tricard acaba dando aulas para o curso Geografia na segunda UDF, atual
Universidade do Estado do Rio de Janeiro, graças a seu amigo Miguel Alves de Lima.
35
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Anais do X Encontro de Geógrafos da América Latina – 20 a 26 de março de 2005 – Universidade de São Paulo
Cartografia; IBGE), Gelson Rangel de Lima (Geomorfologia e Foto-interpretação; IBGE e
Universidade Federal Fluminense), Jorge Xavier da Silva (Geografia Física, Geografia
Humana, Geografia Regional do Mundo; IBGE e Universidade do Brasil), Angelo Dias
Maciel, (coordenador do Curso de Cartografia; IBGE), Amélia Alba Nogueira Moreira
(substituiu Jorge Xavier da Silva; morreu em um desastre de avião no início da década de
80) e Ney Julião Barroso (professor ensino secundário; substitui Antônio Teixeira Guerra) 36 .
Diferentemente do que ocorria na Universidade do Brasil, o quadro de professores da
UERJ (UDF, URJ, UEG), entre 1956 e 1970, era formado por profissionais que trabalhavam
também em outras instituições. Em função da não imposição da dedicação exclusiva, esses
professores além de atuarem no IBGE lecionavam também em outros cursos universitários
de Geografia no Rio de Janeiro. Situação que acabou deixando o Curso de Geografia desta
Universidade à margem no quadro institucional da Geografia no Brasil, e mesmo no cenário
intelectual da Geografia no Rio de Janeiro, naquele período. Assim, do corpo docente da
UERJ, entre 1956-1970, os três geógrafos que mais se destacavam naquele período, Miguel
Alves de Lima, Gelson Rangel Lima e Antônio Teixeira Guerra, eram também funcionários
do IBGE e, os dois últimos, além de trabalharem nessas duas instituições, lecionavam
igualmente no Curso de Geografia da então Universidade Federal Fluminense, conforme
será apontado mais adiante.
Miguel Alves de Lima nasceu em 1915, em Além Paraíba. Cursou o secundário no
Colégio Pedro II, e foi aluno de Hugo Segadas Viana. Por questões financeiras começou a
trabalhar no IBGE, em 1938, como auxiliar de desenhista. Trabalhou com Francis Ruellan,
no início dos anos 40, e, em 1945-1946, por indicação desse professor, foi enviado por
Christóvam Leite de Castro, na época Secretário Geral do Conselho Nacional de Geografia,
para Paris, para estudar Geografia. Teve como chefe de estudo André Choley, que era o
decano da Faculdade de Letras da Universidade de Paris da Sorbonne, e diretor do Instituto
de Geografia.
De fato, Alves de Lima queria estudar engenharia na Escola Politécnica, mas quando
retornou da França, para ter permissão para lecionar no Brasil, acabou freqüentando o
Curso de Geografia e História da Faculdade de Filosofia da segunda Universidade do
Distrito Federal, entre os anos de 1951-1955, período em que o Segadas Viana era o
Diretor. Alves de Lima passou a ser assistente de Honório de Souza Silvestre, e com sua
morte, em 1956, assumiu sua carga horária na Faculdade. Licenciado da Universidade, em
1960, trabalhou no Uruguai e, em 62, no Peru, ano em que prestou concurso e virou livre
docente de Geografia da UERJ, dedicando-se à Geografia Física. Na década de 60, cedido
Relatório da UDF, 1954, 1955, 1956; Boletim UDF, 1956; Boletim UEG, 1966, 1967, 1968, 1969,
1970.
36
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Anais do X Encontro de Geógrafos da América Latina – 20 a 26 de março de 2005 – Universidade de São Paulo
pelo IBGE, trabalhou no Ministério da Educação, com educação rural, juntamente com
Orlando Valverde, e estudou na Escola Superior de Guerra, na mesma turma de Castelo
Branco. Nessa década Alves de Lima assumiu cargos importantes, como Adido Cultural do
Brasil no Peru, 1962-1965, entrou para o corpo permanente da Escola Superior de Guerra,
1956-1971 e dirigiu o IBGE, 1967-1971. Em 1970 assumiu a vice-direção do recém criado
Instituo de Geociências, da UERJ (então UEG) e, em 1975, com a morte do Diretor, Hugo
Segadas Viana, tornou-se diretor deste instituto. Na Universidade apenas lecionou, pois
conforme seu depoimento, a Universidade, naquele período, não dispunha de recursos para
a implementação e o desenvolvimento de pesquisas 37 .
A Faculdade Fluminense de Filosofia e o curso de Geografia: alguns apontamentos
A Universidade Federal Fluminense, localizada no município de Niterói, tem sua
origem na Faculdade Fluminense de Filosofia (FFF). De iniciativa privada, essa Faculdade
foi implementada, em Niterói, por meio de um convênio firmado entre a Sociedade
Cooperativa Mantenedora (SCM) e a Secretaria de Educação do Estado do Rio de Janeiro,
através do Decreto Federal n. 22999, de 24 maio, de 1947. Seu primeiro Presidente foi
Durval de Almeida Baptista Pereira. Dentre a lista dos associados da FFF/SCM, entre os
anos de 1946 e 1954, além de Durval Pereira, consta também o nome do importante
intelectual e geopolítico, Everardo Backheuser, que fez parte do corpo docente inicial do
Curso de Geografia e História desta instituição 38 .
Em funções de crises financeiras, em 1957-1958, a Faculdade Fluminense de Filosofia
é agregada à recém-instituída Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro, (UFERJ)
criada pela Lei de 12 de junho de 1958 39 . A UFERJ foi composta pela incorporação de cinco
Faculdades Federais já existentes em Niterói (Direito, Medicina, Farmácia, Odontologia e
Veterinária), três escolas estaduais (Enfermagem, Engenharia e Serviço Social) e duas
faculdades particulares (Filosofia e Ciências Econômicas). Em 5 de novembro de 1965, a
UFERJ passou a ser denominada Universidade Federal Fluminense, pela Lei 4831 40 .
37
Miguel Alves de Lima, 2001.
Faculdade Fluminense de Filosofia, Doc. 1 FFF/SCM – Convênio entre a Sociedade Cooperativa
Mantenedora (SCM) e a Secretaria de Educação do Estado do Rio de Janeiro, 1947. Setor de Arquivo
Permanente do Arquivo Central da Universidade Federal Fluminense.
38
Faculdade Fluminense de Filosofia, Doc. 3 FFF/SCM – Acordo firmado entre a SCM e o Governo do
Estado do Rio para agragar a FFF a Universidade Federal do Rio de Janeiro (1957-1958) . Setor de
Arquivo Permanente do Arquivo Central da Universidade Federal Fluminense.
39
Doc. 7 - Catálogo Geral da UFF – 1976, Setor de Arquivo Intermediário do Arquivo Central da
Universidade Federal Fluminense.
40
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Anais do X Encontro de Geógrafos da América Latina – 20 a 26 de março de 2005 – Universidade de São Paulo
O curso de Geografia foi implantado na Faculdade Fluminense de Filosofia,
juntamente com o de História, participando, assim, desde o início da história dessa
instituição. Compondo o corpo docente, entre os anos de 1947-1962, constavam os
seguintes professores do Curso de Geografia e História: Everardo Backheuser (Geografia
Humana, substituído por Maria Conceição Vicente de Carvalho), Jorge Stamato (Geografia
Física), José Veríssimo da Costa Pereira (Geografia Humana), Lealdino Alcântara
(Geografia Física), Antônio Teixeira Guerra (Geografia Humana), Emmanuel Leontsinis
(Geografia Física), Gelson Rangel Lima (Geografia Humana), Euricles Alcântara Lima
(Geografia Física), Inez Teixeira Guerra (Geografia Humana), Oscar Przewodowiski e Luiz
Cesar Bittencourt Silva (História Antiga e da Idade Média), Paulo Gomes Silva (História
Moderna), Luiz Moraes Lamego (História do Brasil), Paulo Gomes da Silva (História da
América), Castro Faria (Antropologia).
Everardo Backheuser nasceu em Niterói, em 1879, filho de descendentes alemães e
portugueses, faleceu em 1951. Em 1890, iniciou seus estudos secundários no Colégio
Pedro II. Em 1897, matriculou-se na Escola Politécnica do Rio de Janeiro, diplomando-se
em Engenharia (engenheiro geógrafo em 1899, e engenheiro civil em 1901), mais tarde em
bacharel em Ciências Físicas e Matemáticas, em 1901, e posteriormente em doutor em
Ciências Físicas e Naturais, em 1913. Foi professor da Escola Politécnica do Rio de Janeiro,
do Colégio Pedro II, da Escola Normal de Niterói, do Curso Superior de Geografia do Rio de
Janeiro, do Instituto de Pesquisas Educacionais da Prefeitura do Distrito Federal e do Curso
de Pedagogia da Faculdade Católica de Filosofia. Paralelamente ao exercício do magistério,
Backheuser desempenhou funções políticas e administrativas na Prefeitura do Distrito
Federal e em diversas instituições tanto do Estado do Rio de Janeiro quanto em vários de
seus municípios, tendo sido deputado da Assembléia Legislativa do Estado do Rio de
Janeiro, por duas legislaturas (1910 e 1915) 41 .
Seu nome apareceu como co-fundador da Academia Brasileira de Ciências e da
Associação Brasileira de Educação, em 1924, da Associação de Professores Católicos do
Distrito Federal e da Associação Fluminense de Professores Católicos, em 1928. Neste
mesmo ano, Backheuser converteu-se ao catolicismo e começou a atuar nos movimentos
de congregação de professores católicos em sindicatos e associações.
Dentre outras associações exercendo em muitas delas a presidência, entre os anos de
1908-1940, foi membro do Departamento de Educação e Cultura da Ação Católica
Brasileira, da Associação de Geógrafos do Rio de Janeiro e da Sociedade de Geografia do
Rio de Janeiro. No plano internacional, participou como membro correspondente da
BARREIRA, Luiz Carlos, Everardo Adolf Backheuser. FÁVERO, Maria L.de A.e BRITTO, Jader de M.
Dicionário de Educadores no Brasil: da Colônia aos dias atuais. Rio de Janeiro: Editora UFRJ, 1999,
p.175-181.
41
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Anais do X Encontro de Geógrafos da América Latina – 20 a 26 de março de 2005 – Universidade de São Paulo
Sociedade de Geografia de Berlim e como membro honorário da Sociedade de Geografia e
Estatística de Frankfurt 42 .
Com uma extensa produção intelectual, Backheuser versou sobre vários assuntos,
mineralogia, psicologia, geopolítica, geografia, geologia, religião, pedagogia, etc. Na década
de 1930 participou ativamente da reforma pedagógica do ensino brasileiro, fundamentado
nas idéias de John Dewey, e passou se dedicar, com grande intensidade, aos estudos
geopolíticos aplicando-os ao Estado Brasileiro.
Conforme a documentação levantada, Backheuser teve grande participação na
organização da Faculdade Fluminense de Filosofia, principalmente por seu envolvimento
com a Associação Fluminense de Professores Católicos. Embora tendo sido substituído logo
no ano de 1947, do quadro de professores de Geografia da FFF, por impossibilidades
profissionais, indicou a professora Maria Conceição Vicente de Carvalho, licenciada em
Geografia e História pela Faculdade de Filosofia Ciências e Letras da Universidade de São
Paulo, com grande atuação na Seção Regional da Associação de Geógrafos do Rio de
Janeiro (SRRJ-AGB), nos anos 50.
Antônio Teixeira Guerra, nasceu no Rio de Janeiro, em 1924 e faleceu em 1968.
Ingressou na Faculdade Nacional de Filosofia, da Universidade do Brasil, em 1941,
licenciando-se em Geografia e História, em 1945. Neste mesmo ano, entrou para o
Conselho Nacional de Geografia, fazendo vários cursos na Universidade de Paris, entre
1947 e 1949. Lecionou também Geomorfologia no Curso de Geografia e História da
Universidade do Brasil.
Oscar Przewodowiski e Emmanuel Leontsinis, eram destacados professores do
Colégio Pedro II, lecionando História e Geografia, respectivamente. Na Studia, revista
publicada pelo Colégio Pedro II, textos de ambos os professores podem ser encontrados.
Gelson Rangel Lima, lecionou Geografia Humana, na FFF e era também geógrafo do IBGE,
onde trabalhou sob a supervisão de Miguel Alves de Lima. Foi para a França, após se
aposentar, onde continuou exercendo suas atividades profissionais.
Considerações Finais:
Os cursos de Geografia da Universidade do Estado do Rio de Janeiro e da
Universidade Federal Fluminense se originaram dos cursos de Geografia e História da
Faculdade de Filosofia do Instituto La-Fayette e da Faculdade Fluminense de Filosofia, duas
instituições privadas que foram encampadas pela iniciativa pública, nos anos 50.
42
BARREIRA, Luiz Carlos, Everardo Adolf Backheuser, 1999.
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Anais do X Encontro de Geógrafos da América Latina – 20 a 26 de março de 2005 – Universidade de São Paulo
A Faculdade La-Fayette, primeiramente, foi incorporada pela Prefeitura do Distrito
Federal, em seguida passou a ser de responsabilidade municipal, e posteriormente,
estadual. Já a Faculdade Fluminense de Filosofia, sua incorporação se dá apenas pela
instância federal. Essas mudanças parecem incidir diretamente nas configurações e nas
tendências de ambos os cursos, principalmente se comparados ao Curso de Geografia da
então Faculdade Nacional de Filosofia, da Universidade do Brasil, que em virtude de
investimentos políticos do governo federal, havia se tornado a referência nacional para a
Geografia brasileira.
O curso de Geografia que ficou sob a gestão do governo estadual, acabou refletindo
as inúmeras questões e contradições políticas do próprio estado, enquanto o curso de
Geografia fluminense, localizado em Niterói, estava parcialmente excluído das atenções do
governo federal, que priorizava como modelo para o país a Universidade do Brasil,
localizada na cidade do Rio de Janeiro. Embora ambas as faculdades contassem com
professores bastante qualificados, estes também exerciam atividades em outras instituições,
inclusive, no período, mais dinâmicas e expressivas, como o IBGE e o Colégio Pedro II. Se
por um lado o IBGE representava uma importante e singular instituição de formação
profissional da Geografia brasileira, por outro absorvia as energias e os investimentos
intelectuais.
Assim, durante o período analisado, 1940-1970, tanto o Curso de Geografia da
Universidade do Estado do Rio de Janeiro quanto o da Universidade Federal Fluminense
desempenharam papel secundário na formação dos professores e dos geógrafos, no Rio de
Janeiro. Secundário, no sentido de não propiciarem aos alunos, envolvimentos com
pesquisas e estudos da própria universidade, formando basicamente o corpo discente para
atuar, quase exclusivamente, no ensino fundamental. Situação que vais se modificando nas
décadas posteriores.
Vale ainda mencionar que as informações apresentadas possibilitam a montagem de
um quadro sobre as redes institucionais e intelectuais da Geografia no Brasil, a partir do Rio
de Janeiro. A construção e ampliação desse quadro são fundamentais para o
desenvolvimento de análises mais profundas sobre a composição e os desdobramentos da
Geografia brasileira. Investimento que necessita ainda ser ampliado para outras instituições
do Rio de Janeiro e para outros estados da federação.
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8398
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